3 minute read

Espiritualidade Redentorista

Next Article
Formação

Formação

ESPIRITUALIDADE REDENTORISTA

tempo de fazer opções pelo bem comum!

Advertisement

Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R.

Roma | Itália Omês de outubro já está chegando e nós, como cristãos, teremos um importante encontro com as urnas para as eleições presidenciais de nosso país. Ser no mundo, mas não ser do mundo (Jo 15,19) é tarefa cotidiana na vida de qualquer homem e mulher que se identifique com Jesus Cristo. Esta frase não propõe uma forma de alienação, mas uma forma de “ser” diversamente do status quo.O fio condutor desta história é a intuição carismática de Santo Afonso, aliada à audácia de São Clemente e do grupo transalpino. Na vida de Afonso de Ligório se celebra a alegria de um Deus que não se esquece de ninguém, ou seja, a história humano-divina de um Deus

que ama e, como verdadeiro amor, quer permanecer junto à humanidade amada no Filho. Desta experiência primordial nasce uma espiritualidade riquíssima de oração e unidade, que se desdobra em uma moral que afirma o primado da consciência como o lugar do encontro mais profundo entre a humanidade e Deus-Trindade: a consciência é a manjedoura, a cruz e o ostensório desta relação revelada em plenitude no Mistério do Cristo continuado na história.

No Evangelho de São João, a palavra mundo tem valor de significado ambivalente, ou seja, de acordo com o contexto no qual se encontra, pode ter valor positivo ou negativo. No versículo em questão, isto se faz ver de modo muito claro: “ser no mundo” significa assumir a responsabilidade de ser criatura em comunhão com a criação, e isto é profundamente político; “ser do mundo”, contrariamente, significa participar da realidade que se opõe à Vida Eterna, baseando-se sobre ideologias de caráter necro-narcisístico de acentuado fechamento.

Sendo assim, como filhos amados, unidos na realidade da criação, todos somos chamados a participar das escolhas em busca de uma sociedade mais justa e parecida com o sonho de Deus de vida para todos que compreendemos e recebemos na fé. É tempo de começar o discernimento, considerando todas as variantes. Na minha opinião, independente das escolhas que cada um fará, o modo como as coisas se encontram estão tornando a convivência social difícil e até impossível em determinados contextos. Vivemos uma séria crise na busca do bem comum, vendo acontecer uma guerra de ideologias que querem prevalecer umas sobre as outras.

Deste modo, o preocupante no atual momento se encontra nesta forma polarizada de pensar o que seria o bem e o justo, que distancia da busca sensata de vida para todos, limitandose ao bem-estar de grupos de interesse e não ao bem comum de todos.

Em abril de 2021, o Papa Francisco, falando a uma nova comunidade francesa, definiu a política como encontro, reflexão, ação e também diálogo respeitoso. Não se trata de negociações hostis e violentas entre partidos, sobrevalorização de ideologias particulares. O Papa Pio XI, por sua vez, definiu a política como a forma mais alta de caridade, uma vez que bem feita, não se fecha em opções individualistas, mas busca alcançar e dar voz inclusive àqueles que são considerados material de descarte pelo modelo social e econômico no qual vivemos.

Portanto, é hora de romper com o isolamento insular que vivemos. Muitos atualmente se encontram no falseamento da criação de mitos, obscurecendo uma visão mais ampla e sana da realidade. Fechados em ilhas ideológicas, muitos tendem a “matar” moralmente os demais, e toda forma de morte é contrária ao Amor de Deus. É tempo de começar a refletir, discernir e sair das “ilhas ideológicas”. Não somos mercenários que combatem por capitães-ídolos. Somos filhos criados para a comunhão que passa pela busca da justiça e da vida para todos.

“assumir a responsabilidade de ser criatura em comunhão com a criação”

This article is from: