Entrevista - Pe. Jonas Pacheco, C.Ss.R

ENTREVISTA COM Pe. Jonas Pacheco Machado, C.Ss.R.

Viver a VocaçãoCoração alegre para

Pe. Jonas Pacheco Machado, C.Ss.R.

Juiz de Fora - MG Ousadia, disposição, disponibilidade e senso comunitário são alguns aspectos que devem estar presentes no coração de quem deseja responder ao chamado de Deus, na construção de um caminho vocacional. É nesse sentido que o Secretário de Formação da Província do Rio, Pe. Jonas Pacheco, C.Ss.R., reflete sobre a vocação Redentorista em tempos atuais.

“A misericórdia foi prometida a quem teme a Deus e não a quem abusa dela” Santo Afonso Maria de Ligório

Quais são os critérios para uma vocação sadia?

Vocação está muito relacionado à resposta que damos ao chamado de Deus para melhor ajudarmos na construção do Reino; a forma que melhor podemos servir ao criador. Porém, como humanos que somos, nos encontramos limitados e nossa resposta acontece de acordo com nossas possibilidades. Atualmente, são muitas as questões que perpassam o contexto social e afetam nossas realidades pessoais. Por isso, falar de vocação sadia torna-se um desafio, principalmente critérios. Penso que Deus pede de nós principalmente abertura para melhorar aqueles aspectos que em nós não contribuem para melhor servir. Nunca estamos prontos, sempre a caminho! Um segundo ponto, talvez, seja entender que vocação supõe resposta como serviço a Deus, à Igreja e ao povo que somos enviados. Necessita de disponibilidade para a construção do caminho vocacional. Qual é o maior desafio da formação para a vida religiosa na atualidade?

A vida Redentorista é marcada pela vivência em comunidade, como diz nossas constituições: “Os Redentoristas, para corresponderam a sua missão na Igreja, exercem a obra missionária de modo comunitário. Pois, a forma apostólica de vida em comum abre, de modo mais eficaz, o caminho para a caridade pastoral”. (Cc21). Hoje, o individualismo marca a vivência das pessoas. A ideia de liberdade, onde cada um realiza suas vontades, contrapõe à dimensão comunitária. Por isso, o individualismo é um forte desafio para a vida religiosa.

Qual o sentido de seguir a Vocação Redentorista hoje?

O sentido permanece o mesmo quando Santo Afonso funda a Congregação Redentorista. As formas é que são diferentes. O Redentorista deve estar pronto para curar os feridos do mundo de hoje, oferecer às pessoas o caminho de Cristo Redentor. Contribuir com a missão que assumimos na Igreja de evangelizar, ser luz no caminho dos mais simples, amenizar os sofrimentos de tantos. E fazemos isso de forma solidária, vivendo em comunidade, como um corpo missionário. São muitas as nossas áreas de atuação e todas elas têm por finalidade transformar a vida de nossos irmãos.

Conte-nos um pouco sobre o Encontro de Formadores da Conferência da América Latina e Caribe, realizado em Costa Rica, cujo objetivo foi organizar a Ratio Formationis da Conferência! Como foi essa experiência?

O encontro aconteceu entre os dias 03 e 08 de julho, com a presença de Secretários de Formação de várias Unidades Redentoristas da Conferência,

“Jesus Cristo, morrendo, apagou nossa condenação com seu sangue para que assim recuperássemos a esperança do perdão e da salvação eterna” Santo Afonso Maria de Ligório

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além da Comissão para Formação. Eu, como Secretário de Formação da Província do Rio, participei deste evento. Foi um momento valioso de conversações sobre a formação Redentorista, percebendo pontos comuns, divergentes, bem como questões culturais que tocam o processo formativo nos diferentes países. A Congregação, a nível de Governo Geral, elabora a Ratio. Depois, cada Conferência organiza a sua Ratio com base na que foi criada com critérios mais gerais, levando em conta as questões mais próprias da América Latina e Caribe. A avaliação é bastante positiva do encontro. Saímos com pontos significativos de aprendizado e o desejo de continuar buscando novos caminhos para que a formação Redentorista aconteça de modo mais adaptado e efetivo.

Qual é o significado deste documento (Ratio Formationis) para a formação dos Missionários Redentoristas?

A Ratio Formationis é um documento da Congregação que tem por finalidade abordar os aspectos fundamentais da vida Redentorista e como eles são essenciais para a vida do Missionário Redentorista enquanto formando ou congregado. Ela significa como que uma bússola para o Redentorista. Traz as dimensões espiritual, comunitária, humana e acadêmica. A Ratio dá profundidade e significado à formação em todas as suas etapas, sendo ao mesmo tempo, uma ajuda para que os programas específicos em cada Unidade se orientem pela lei geral da Igreja e pelas normas de nossas constituições e estatutos.

O senhor também participou do Encontro de Formadores e Promotores Vocacionais da Nova Unidade Redentorista RJ-SP-BA. Como foi esse momento de partilha e integração?

O encontro em Salvador (BA) aconteceu entre os dias 11 e 15 de julho, contando com a presença dos confrades que atuam como formadores e promotores vocacionais nas Unidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. O objetivo foi caminhar para a elaboração de um diretório para a nova Unidade, que é construído com base na Ratio Formationis e visa a aplicabilidade do que é abordado no referido documento. Portanto, nossos trabalhos giraram em torno de como a formação na nova Província colocará em funcionamento as dimensões formativas de forma mais semelhante. É bom salientar que a formação acontece nas três atuais Unidades e tem pontos comuns e divergentes, sendo que aos poucos vamos convergindo esses aspectos em função do processo de reestruturação que dará origem à nova Unidade RJ-SP-BA.

Como o senhor vê a formação Redentorista com a reestruturação, um processo que já está acontecendo e tem influência importante para o futuro da nova Unidade?

O processo de reestruturação pelo qual estamos passando toca a todos os confrades. Porém, o processo formativo é carro-chefe, pois os formandos que entram para a Congregação já estarão vivendo a reestruturação de forma efe-

tiva. Em pouco tempo, as Unidades darão origem à nova Província e os jovens que fazem seu caminho formativo serão fruto do contexto reestruturado. Já temos etapas formativas em comum, onde formandos de Unidades diferentes convivem e residem juntos. Isso já é a reestruturação acontecendo. Nosso futuro depende muito dessa nova mentalidade que vem sendo despertada nos confrades e construída com os mais novos. Todo esse processo é para que possamos trabalhar de maneira mais eficaz para a missão da Congregação no mundo, sem barreiras.

Deixe um recado para os jovens que desejam se tornar Missionários Redentoristas!

Ser um Missionário Redentorista como padre ou irmão é responder a uma interpelação de Deus no mundo. Desse modo, a Congregação quer tocar o coração dos jovens para colaborarem também com a Missão Redentorista. É um caminho belo, audacioso, onde nos sentimos uma comunidade e vivemos a fraternidade. Carregamos um coração alegre e cheios de esperança para contribuir com a missão de Cristo em sua Igreja no mundo. Por isso, vale a pena ousar, sair de si e desafiar-se para o chamado que Deus faz a cada um!

Brenda Melo Jornalista