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ENTREVISTA COM Pe. José Raimundo Vidigal, C.Ss.R.

Foto: Almoço após Ordenação Pesbiteral - 1961 - Arquivo Província do Rio

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“Sou um Redentorista feliz”

Gratidão, generosidade, alegria e amor incondicional a Deus são marcas da vida sacerdotal do Pe. José Raimundo Vidigal, C.Ss.R., que no dia 16 de julho celebrou seu 60º aniversário de ordenação presbiteral. Nesta entrevista, o Missionário Redentorista revela que o caminho traçado na Congregação, marcado pelo desafio das constantes mudanças, o fez mais forte e perseverante na vocação, tornando-o um Redentorista feliz.

Pe. José Raimundo Vidigal, C.Ss.R.

Campos dos Goytacazes - RJ Como surgiu em sua vida a vontade de ser sacerdote, em especial, um Missionário Redentorista?

A presença do sagrado era muito forte na minha família e na cidade de Mariana, onde a gente morava. Minha mãe, ao voltar da Missa diária, me trazia “o beijo do Menino Jesus”. Aos 6 anos, fiz a Primeira Comunhão e tor-

“É obrigação de todos edificar os demais com uma vida boa, santa e honesta” Santo Afonso Maria de Ligório

nei-me coroinha da Sé. Concluída a escola primária, para onde eu iria? A pouca distância da nossa casa estava o seminário diocesano, mas não pensei nele. Chegamos a pedir os estatutos do Colégio Dom Bosco de Cachoeira do Campo, só que eu não tinha a idade requerida. E recebi um convite dos Verbitas de Juiz de Fora, cuja revista “O Pequeno Missionário” eu assinava.

Na verdade, a profissão de meu pai, que era ferroviário, me encantava com aquelas impressionantes máquinas a vapor que pareciam fantásticas a meus olhos de menino. Mas o chamado decisivo eu senti nas Missões Redentoristas que movimentaram a cidade e das quais participei com entusiasmo. Foi então que conheci o Redentorista que tínhamos na família: o missionário Pe. José Brandão de Castro, primo de meu pai. Foi ele que facilitou minha entrada no seminário de Congonhas e quis a Providência divina que ele fosse o Bispo que me ordenaria sacerdote doze anos depois.

Qual é o sentimento que aflora ao celebrar 60 anos de ordenação presbiteral?

O que sou e o que tenho devo-o inteiramente a Deus e às minhas duas famílias, a humana e a Congregação. Meus trabalhos em Roma me ajudaram a conhecer melhor a C.Ss.R. e quanto mais a conheço, mais admiro e amo. Minha imensa gratidão, expressei-a na Missa dos 60 anos, cantando o belo hino composto por Dom Carlos Alberto Navarro, inspirado no Salmo 115: “Como irei retribuir ao meu Senhor por todo bem, por toda graça que me fez? Ergo o cálice de Deus, sacrifico em seu louvor... e agradeço mais uma vez”.

Quais as dificuldades e alegrias deste tempo?

É fácil imaginar que em sessenta anos de história cabe um pouco de tudo: “alegrias e esperanças, tristezas e angústias”, como disse o Vaticano II. Cito apenas um exemplo: o desafio das mudanças, tão rápidas que às vezes não se consegue assimilá-las e responder do modo justo. E dá-lhe mudanças! Na Igreja, na pastoral, na teologia, na vida religiosa, na sociedade, na família, no mundo... Entender o passar do tempo é coisa de especialista!

Conforta-me pensar que “nunca sabe todo o bem que faz, aquele que faz o bem” (Gaston Courtois); “não fazemos um bem real, um bem que dura, senão na medida em que é Deus que o faz por nós” (idem); “assim como soubestes fazer o mundo do nada, assim espero que saibais melhorar um pouco o mundo com o nada das minhas inutilidades” (João Mohanna).

Um dia desses, um jovem sacerdote me disse que, quando ficar velho, quer ser como eu. Diante do elogio inesperado, respondi com Santa Terezinha: “Tudo é graça!”. Chegar aos 83 anos ainda na ativa pode ser mesmo um sonho sonhado. Acredito naquela ideia de que “para viver muito é preciso ter uma causa para lutar”. Recordo que meu pai, até os 100 anos, manteve a vitalidade acompanhando o noticiário e criando projetos para seus trabalhos na paróquia.

“A Santa Igreja bem a nós, seus filhos, ensina com quanto zelo e quanta confiança devemos recorrer sem cessar a esta nossa amorosa protetora” Santo Afonso Maria de Ligório

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O que o mantém perseverante na vocação?

Comecei muito cedo a caminhada e hoje me pergunto o que uma criança de dez anos e meio podia saber do “carisma redentorista”. Recordo que minha intenção era ser o que Deus preparou para mim. Certo é que, com as orientações recebidas, a cada ano a meta ia ficando mais clara. Eu tinha 15 anos quando o Padre Diretor do Seminário me falou: “não tenho dúvida nenhuma sobre sua vocação”. Foi como se dissesse que eu tinha feito a escolha certa. Na época, foi minha maior alegria. Era “a certeza na frente, a história na mão” (Geraldo Vandré). E hoje digo com o profeta Samuel: “Até aqui o Senhor nos ajudou” (1Sm 7,12). E vai continuar. Sou um Redentorista feliz.

A vocação é um chamado de Deus; como ouvir e corresponder a este convite?

Toda vocação é um serviço, é um apelo a sair de si para auxiliar os outros. É essencial a dedicação, a generosidade, a empatia. Deus tem um plano para cada um de seus filhos. É como se Ele prometesse: “Nesta estrada você será feliz; conte com minha graça”. Na vocação religiosa e/ou sacerdotal, é decisiva a confiança na oração, além de uma direção espiritual segura. A gente percebe a luz do Espírito Santo clareando nosso caminhar e sua força vencendo as barreiras. Então, você poderá dizer com toda a verdade: Eis-me aqui, Senhor. “Na simplicidade do meu coração, tudo Vos ofertei com alegria” (1Cr 29,17).

Brenda Melo Jornalista

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