Redentoristas do Leste em Notícias Informativo da Província de MG, RJ e ES
Ano 30
Nº 01
Março de 2012
“Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)
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Juventude Redentorista Várias mobilizações estão ocorrendo em preparação para a Jornada Mundial da Juventude, Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013. As expectativas de que seja um evento grandioso, com a presença de milhões de jovens, são comuns. Como anfitriões, os brasileiros estão trabalhando com muito entusiasmo para apresentar ao mundo a bela expressão de um povo acolhedor e que tem fé. A notícia deve espalhar-se e ganhar o coração dos jovens daqui e do mundo. Para os redentoristas, o momento inaugura um caminho em busca da formação de uma Juventude Redentorista. O XXIV Capítulo Geral da Congregação pediu a criação de redes de trabalho, sendo uma delas a Juventude. Eis aí, então, uma boa oportunidade para o começo de uma longa aventura. E um passo importante já foi dado. Nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2012, com 16 participantes, representando as nove unidades do Brasil e também América Latina, aconteceu a primeira reunião da Comissão Nacional da Juventude Redentorista, na cidade do Rio de Janeiro. O encontro foi marcado pelo grande desejo de promover um bonito trabalho. O entusiasmo estava presente e ficou explicitado numa série e decisões tomadas. O grupo iniciou as preparações para a Jornada Afonsiana, que acontecerá um dia antes da JMJ. Ou seja, dia 22 de julho de 2013. O evento será uma Romaria Jovem ao Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, com atividades específicas redentoristas. A romaria sairá do Rio e pretende ter participação de Jovens Redentoristas vindos do mundo inteiro. Com o tema “Jovem: ide anunciar o Redentor” e o lema: “Discípulo de Jesus, missionário com Santo Afonso”, a Jornada Afonsiana será uma rica oportunidade de encontro, lazer, espiritualidade e convivência EXPEDIENTE:
Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas
Informativo da Província Redentorista de MG, RJ e ES
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Impressão: Juizforana Gráfica e Editora Tiragem: 2000 exemplares
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nos moldes da Tradição de Santo Afonso. Visando organizar tal evento e também outros, foram criados vários comitês: coordenação, logística, identidade visual, comunicação, conteúdo e subsídios, liturgia, tradução. O passo mais urgente é incentivar os Redentoristas, Consagrados e Leigos, a se mobilizarem para os trabalhos. É bom lembrar que a Comissão pretende construir um caminho para além dos eventos pontuais como a JMJ. Para isso, haverá investimento no campo da formação, da espiritualidade, da ação missionária para que a Juventude Redentorista assuma o compromisso de levar adiante o anúncio da Copiosa Redenção de Jesus. Que o Perpétuo Socorro de Maria e a inspiração de Santo Afonso ajudem a manter a ousadia de levar adiante um carisma tão importante para os tempos atuais.
Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial
Comissão Nacional da Juventude Redentorista
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SANTAS MISSÕES REDENTORISTAS O coordenador da Equipe de Missão da Província do Rio, Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R., fala aos leitores do AKIKOLÁ sobre o trabalho evangelizador das Santas Missões Redentoristas.
Qual é a proposta da Missão Redentorista? A Missão é um trabalho evangelizador que envolve toda a Paróquia, como tempo extraordinário de fé e vida cristã, ápice e fonte da atividade pastoral. Busca atingir todos os membros da comunidade, especialmente os mais abandonados espiritual e materialmente. Por isso, fiéis ao carisma redentorista e fundamentados em Santo Afonso, buscamos trilhar caminhos que conduzem as pessoas a um encontro pessoal com Jesus Cristo, chamando todos à conversão e renovação da vida cristã e comunitária. Entre os objetivos da Missão estão: a promoção da pessoa e de sua dignidade, a renovação da comunidade e a participação na construção da sociedade justa e solidária. Estão envolvidas em suas propostas o afervoramento da fé para que se solidifique e produza frutos, a conversão ao Deus 4
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de Jesus Redentor e à sua Igreja missionária e solidária com os pobres e a animação das lideranças e consolidações de comunidades. Fale sobre a programação da equipe de missão para este ano. Nossa Equipe Missionária tem programado para 2012 três trabalhos importantes. São eles: Akikolá
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- Missões na Paróquia São Sebastião - Casa Grande (MG): 15 a 22 de julho; - Missões na Paróquia São Sebastião - Coronel Fabriciano (MG): 16 a 23 de setembro; - Missões na Paróquia Santo Afonso - Rio de Janeiro (RJ): 30 de setembro a 07 de outubro. Para que os trabalhos missionários aconteçam, iremos desenvolver em cada paróquia três Escolas Missionárias, ou seja, formação aberta para todos os membros das citadas realidades, que ajudarão a possibilitar aos agentes de pastorais formação específica nas áreas de Cristologia, Eclesiologia, Bíblia e Liturgia. Acredito que aqui temos uma novidade audaciosa. Mais que Missão, cabe também a nós, missionários, levar o povo ao amadurecimento e a querer sempre mais aprofundar pontos fundamentais de nossa fé. Diante dos novos desafios neste campo missionário, recordo-me de Santo Afonso, que, mais do que celebrar e rezar, preocupava-se com a formação das pessoas. Missão também é formar! É neste intuito que digo de uma novidade audaciosa. Não estamos criando nada, mas teremos que nos refazer missionários e isto irá supor o gosto de traduzir para os simples a fé que transmitimos.
Quem estiver disposto a vivenciar essa experiência, como deve proceder para levar a Santa Missão Redentorista à sua comunidade? O pedido de Missão deve ser sempre feito de forma pessoal pelo Pároco, mesmo quando a Missão tenha sido solicitada pelo Bispo diocesano, ou seja, realizada simultaneamente em mais de uma paróquia na mesma cidade. A Missão, além do que aqui apresentamos, pode também ser solicitada tendo em motivação apenas a preparação imediata para celebrações festivas (novenas e tríduos de padroeiros). Os pedidos podem ser encaminhados aos seguintes endereços: - Equipe de Missão Itinerante: A/C Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R. Caixa Postal 30033 - Agência Campo Grande. Cariacica – ES. CEP: 29146970 - Centro Missionário: A/C Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R. Rua 15, n°91, Quadra 13 - Nova Rosa da Penha I. Cariacica – ES. CEP: 29157413 - Telefones e e-mail de contato: (27) 3284-3647 / (27) 3254-7322 / (27) 9864-9339 ou (27) 8125-2529. E-mail: eac.cssr@hotmail.com
Brenda Melo Juiz de Fora, MG Akikolá
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Formação O processo formativo para se tornar um Missionário Redentorista: padre ou irmão.
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a Província do Rio de Janeiro o processo formativo para se tornar um missionário redentorista é desafiante, exigente e muito sólido. Um missionário redentorista é fruto de um longo trabalho de preparação que tem diversas etapas. Tem como objetivo levar o formando à maturidade humana e cristã. 1ª etapa: o despertar e o acompanhamento vocacional Despertar vocacional: Em primeiro lugar está o trabalho de suscitação e divulgação da obra redentorista. Isto acontece através das várias frentes de trabalho dos missionários redentoristas: Santas Missões, Semanas e Tríduos Missionários, Paróquias, Santuários e Meios de Comunicação: Internet, televisão, rádio, almanaque S. Geraldo, jornais, periódicos e outros materiais de promoção vocacional. Acompanhamento vocacional: Para os jovens que desejam fazer um processo de discernimento vocacional são oferecidos: Curso Vocacional por Correspondência (CVC); Retiro Vocacional; Encontro Vocacional; Estágio Vocacional e na medida do possível, a visita do Promotor Vocacional à sua família. O responsável por esta etapa é o Pe. Ricardo Alexandre Ferreira, C.Ss.R., que trabalha no Secretariado de Vocações Redentoristas, em Belo Horizonte-MG.
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2ª etapa: Comunidade Vocacional Santo Afonso É a primeira das Comunidades Vocacionais. Residem nesta casa de formação os jovens que cursam o ensino médio ou que se preparam para os estudos superiores. Está localizada na cidade de Juiz de Fora - MG. Tem como lema: “crescer e florescer como gente, na verdade, liberdade e responsabilidade”. Trabalha-se de modo muito profundo a motivação vocacional e as condições para concretizá-la. No momento os formadores desta comunidade são o Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R., e o Ir. Aníbal de Assis, C.Ss.R. Temos 11 formandos; sendo que dois destes se preparam para serem irmãos redentoristas. 3ª etapa: Comunidade Vocacional São Clemente Nesta etapa estão os formandos universitários estudando Filosofia. Busca-se uma formação acadêmica sólida para alargar a consciência da História e do mundo. Trabalha-se de forma mais profunda a identidade redentorista: história da Congregação e da Província, nossos santos e antepassados. O formando é inserido no trabalho pastoral e das missões redentoristas. São quatro os eixos fundamentais desta etapa: Experiência da Vida Comunitária, Vida e Estudos Universitários, Experiência Pastoral, Vida Espiritual. A Comunidade Vocacional São Clemente está situada em Juiz de Fora, tendo como formador o Pe. Lúcio Bento, C.Ss.R., e no momento temos 12 formandos. Akikolá
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4ª etapa: SPES Acontece nesta etapa uma pausa na experiência de estudos acadêmicos dos formandos para uma Síntese Pessoal das Experiências Substantivas. Objetivo básico é o de rever e aprofundar o que foi vivido nas etapas anteriores para fazer um discernimento vocacional consistente. Esta comunidade vocacional está localizada em Coronel Fabriciano - MG, junto à Comunidade Redentorista. No momento, o formador é o Pe. Maikel Dalbem, C.Ss.R. 5ª etapa: Noviciado Como afirma a Constituição 86 da Congregação Redentorista “o noviciado tem por finalidade que os candidatos examinem mais profundamente se realmente são chamados por Deus a seguir a Cristo, pela profissão religiosa, na vida apostólica da Congregação”. Ao término do noviciado (12 meses), o formando faz a primeira profissão, tornando-se um membro da Congregação Redentorista. o Noviciado é em Tietê SP, junto com a Província de São Paulo. No momento o mestre é o Pe. Dal Bó, C.Ss.R., e o Vice-mestre é o Pe. Mauro Matiazzi, C.Ss.R. São três os noviços da Província do Rio de Janeiro. 6ª etapa: Comunidade Vocacional Dom Muniz É a última etapa da formação inicial. É a primeira experiência de vida religiosa. Momento de preparação para a consagração definitiva pelos votos perpétuos e para o presbiterato. Tem como tarefa central o estudo de Teologia e a experiência pastoral junto aos mais abandonados. Conjuga-se: Vida Religiosa Comunitária (orante e fraterna), experiência Pastoral, estudo de Akikolá
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Teologia e com a inserção no conjunto da Província. O formador e reitor desta comunidade é o Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. No momento, temos quatro fratres da Província do Rio de Janeiro e um fráter da Vice-Província da Bahia. Transição para o Ministério Após a graduação em Teologia e a profissão perpétua, segue a experiência comunitária redentorista em uma comunidade da Província, momento em que o jovem redentorista se prepara para a ordenação diaconal e sacerdotal. Atualmente, a Província tem um diácono: André Luiz. Ele faz parte da equipe de Missão Inserida, em Cariacica - ES. Formação dos aspirantes a Irmãos Leigos na Congregação Redentorista Ao formando que se prepara para ser irmão redentorista, oferece-se um programa formativo que leve em conta seus dons e aptidões; além da formação religiosa e acadêmica, ele tem a possibilidade de fazer cursos profissionalizantes que serão mais tarde valiosos para a vida da Comunidade Redentorista e para a sua prática pastoral. Em nossa Província, juntamente com os formandos que se preparam para o presbiterado, o jovem que deseja se tornar irmão redentorista percorre as seguintes etapas: Comunidade Vocacional Santo Afonso, SPES e Noviciado. Sendo do seu desejo, poderá também fazer os cursos de Filosofia e Teologia. Após a Primeira Profissão Religiosa, continua seu processo de formação junto a uma Comunidade Redentorista. Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R. Juiz de Fora, MG
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E SPIRITUALIDADE
Fracassos ou bênçãos?
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a b e a q u e l a h i stó r i a d e Hofbauer a quem chamamos de Clemente? O nome dele de Batismo era João. E de fato foi um parecido com o Batista, sempre preparando os caminhos para o Senhor. E com que vigor missionário, hein, Pe. Hofbauer? Naquela sua carta ao Núncio Severoli (1802) você nos deu o tom firme de sua criatividade e coragem: - Precisamos infundir o fogo e o espírito nos outros. Sem a unção do Espírito Santo as carroças do trabalhador só ficam chiando. O seu nome de batismo, João, foi mudado. Empreendera com seu colega de ofício (padeiro!) Pedro Kunzmann a primeira peregrinação a Roma (1775). Aí, o bispo de Tivoli, Dom Chiaramonti (mais tarde o Papa Pio VII, um santo), aceitando a dupla como eremita na diocese, muda-lhe o nome para Clemente. E você, Hofbauer, não se afeiçoou com aquela vida de eremita que durou um pouco mais de meio ano. Seu coração inquieto não se conformava em ver fechado o caminho para o sacerdócio. A mudança de nome apontava outra direção: Clemente!
De eremita a redentorista Esse viajante de muitos caminhos não entrou também para os Premonstratenses, abadia 8
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de Klosterbruck, onde frequentara a Escola de Latim de olho em sua vocação ministerial! Aos 30 anos (1783) entra na Universidade de Viena para cursar Teologia, não se sentindo à vontade com os seminários da Áustria por conta do Iluminismo e do Josefinismo. Tem como colega de escola Tadeu Hübel. Uma amizade de toda a vida. Então, mais uma vez inquieto Clemente e seu amigo peregrinam em 1784 a Roma. A 24-10-1784 entram para a Congregação Redentorista. Um ano depois são ordenados. E eis Clemente missionário para todo o sempre de seus dias: o Pe. Hofbauer.
O missionário Continua o viajante de muitos caminhos. Pe. Hofbauer vivia Akikolá
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a urgência de seu zelo: - levar o Evangelho de Jesus. E sofria por uma Igreja que não fazia jus a sua missão e identidade n u m a é p o c a d e s a f i a d o ra . Donde a intuição e perspicácia de difundir a Congregação Redentorista, uma boa resposta às necessidades de então. Ah, Clemente, como você possuía um faro autenticamente católico! E a capacidade de forçar a hora das realidades que não podiam mais esperar e também saber a hora boa da espera de outras tantas coisas. E a capacidade de confiar, aguentando os trancos das contradições. “- Coragem somente! Deus dirige tudo”, era a frase que repetia como um mantra da sua esperança. Assim, Pe. Hofbauer, você queria ajudar as pessoas a pensar, a desejar de outra maneira. Inquietante e provocadora sua atuação. Seu jeito incomodava até alguns confrades. Você foi temido, não foi? E Leggio o azucrinou em cartas dirigidas ao Governo Geral da Congregação, apelidando-o de “o furor hofbauriano”. Até Pe. Passerat fazia reservas a “carattere tropo vivo ed austero”. Porém, meu caro, situação alguma o impedia de buscar a “reforma do espírito pastoral”.
De fracasso em fracasso? Sabe aquele livro sobre C l e m e nte , c u j o t í t u l o e m português é “De fracasso em fracasso”? Intriga-me que o título tenha sido este ao se traduzir o Akikolá
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texto alemão do confrade Pe. Augustin Reinann, FRACASSO? É tão subjetivo esse conceito. Parece-me que ao sentir e ao olhar de quem vive na Fé e caminha na presença do Deus cuidador da vida, fazendo Dele o parceiro fiel como é o caso de Clemente, a vida com seus dissabores, seus revezes e derrotas, é encarada bem mais no apreço pela força interior que chama a superações. A vida é sentida como desdobramento daquela expressão sussurrada, ao morrer, pelo jovem pároco de aldeia no romance de G. Bernanos: - QUE IMPORTA? TUDO É GRAÇA.
Aprender quando se fracassa Como é que a leitora e o leitor lidam com este conceito de fracasso? Evidente que, sim, há situações de fracasso. Não seria, então, parte do se educar saber que a inexperiência de todo começo nos expõe ao risco de errar, fracassar, aprender tentando? O preço não poucas vezes das genialidades criativas é tentar e não dar certo de saída. Por mais preparado que alguém possa estar e como tal assim se considerar preparado, e, no entanto, alguma circunstância traz o inesperado: fracasso. As vivências subjetivas podem chegar ao incrível de a pessoa se sentir uma fracassada na vida. Mormente quem se compara com astros e estrelas de suas identificações costuma levar a pior. Sem esquecer aqueles que 9 13/3/2012 09:26:05
se envenenaram na ideologia do sistema de só vencer, ganhar, levar vantagens, desfrutar da vida, aproveitar-se de outros... Como são tristes os que se depreciam, se penalizam com o desprezo desqualificando-se, descrendo da própria família e de si mesmos, afinal. Ora, ora. Sendo o Desejo catalizador dos estados afetivos, das pulsões e comportamentos preferenciais; sendo o Desejo a matéria-prima da motivação, dos sonhos e das escolhas de um ideal, responde-me rápido você que lê: - qual o Desejo do Pe. Hofbauer manifestado de tantos modos ao correr de sua vida, buscado e tentado e efetivado? Suas mãos desejosas não se desencantaram. Seus caminhos não se perderam. Nunca foi um iludido ou ingênuo. Era homem de visão ampla. Considerar que sua vida seja marcada por fracassos como característica me soa fajuto. Governos e autoridades de toda sorte inviabilizaram várias de suas atividades ou até mesmo quiseram inviabilizar sua presença. Nada o deteve. Seguia em frente. Dava voltas, retornava ao mesmo caminho. Insistia. Persistia. Ou tentava de outra maneira. As dificuldades e os embaraços consubstanciais a seu agir não exerceram sobre ele efeitos deletérios contínuos. Mesmo quando caiu em esgotamento; mesmo quando se abateu fundo com a morte do Pe. Tadeu Hübel. Chorava, esbravejava, ria, orava... retomava suas metas prioritárias. 10 Akikolá.indd 10
Ousava uma vez mais. Ousou o tempo todo. Tais situações indesejadas, apesar de toda frustração, deixavam-no saudável e santificado no fim das contas. Podemos aprender com ele!
Sabendo de si Tinha lucidez sobre suas fraquezas e seus limites. Sabiase orgulhoso e também um tanto vaidoso além da pauta certa. Temia por sua impetuosidade. Dizia: - “Agradeço a Deus, pois se não a tivesse, estaria tentado a beijar minhas próprias mãos por respeito a mim mesmo”. É, meu santo São Clemente, alegra-me sobremaneira seu diálogo com o mundo de seu tempo. Diálogo porque escuta. Diálogo porque era forte sua presença em vários círculos socioculturais. Presença que se fazia anúncio. E se preciso, confronto. Além de tudo, Afonso Maria de Ligório gozava de sua reverência e tornara-se uma referência. E foi em busca de tamanha sintonia evangelizadora que passou você a assinar Clemente MARIA, na mesma sincera devoção à mãe de Jesus, estrela da evangelização. E como é fascinante sua aventura para formar e expandir a Congregação na Alemanha do sul e na Suíça. E mais o sudeste da Europa. Tentou em mais de 25 lugares criar residências redentoristas. Duravam um tempo e vinham as interdições, a invasão das residências revirando papéis e sequestrando objetos; as Akikolá
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expulsões. E lá ia você para outro canto. Relata, lembra-se, um funcionário prussiano ao superior militar: - O Hofbauer, sem dúvida um grandíssimo fanático, vagueia por toda parte, sozinho ou com mais membros de sua ordem, procurando implantar fundações. E você, Pe. Hofbauer, conquistou tantos jovens para a Congregação que nos deixa pasmos. Dizem os documentos que na Viena de 1820 havia 30 candidatos prontos para ingressar nos Redentoristas, assim que chegasse a licença do imperador permitindo à Congregação de existir legalmente. É a polícia de Viena que nos fornece estes dados.
Dia de luto em Viena Trinta jovens aguardando, em 1820? Naquele 15 de março daquele incrível ano de 1820 a mesma polícia teve bastante trabalho. A capital estava de luto e os sinos plangiam saudade. Que funeral! A praça Seiber e a rua São João apinhada. Toda gente de preto, luto fechado: clero, seminaristas, nobreza, universidade e o mundo dos p e q u e n o s e p o b re s . D oze estudantes carregavam o esquife do Pe. Hofbauer nos ombros e outros doze, seis de cada lado, portavam as tochas. A Catedral não coube e do lado de fora havia muito mais gente. Clemente, santo confrade, qual fora o segredo seu ao criar tantos círculos de admiradores, Akikolá
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amigos, discípulos? Viram em você “um homem enraizado na Igreja universal, modelo de espiritualidade e fidelidade na fé e estímulo constante por seu incansável engajamento pastoral e social”. Foi em 1814 a derrocada de Napoleão, este mesmo que fizera do papa Pio VII um prisioneiro. (Ah, Tivoli... E aquela audiência sua com ele, papa). O imperador da Áustria foi recebido com pompas e circunstâncias em Roma pelo papa prisioneiro que estava de retorno a seu posto. E o Papa insistiu com o imperador sobre a aprovação da CSsR. E você esperou e não soube da boa noticia. Foi Pe. Passerat que teve em mãos, dias após, o decreto reconhecendo o direito da CSsR se estabelecer na região do império. A Congregação vive, Pe. Hofbauer. Hoje ela se reestrutura. Devemos a você estarmos aqui congregados, afeitos à Esperança, persistentes e em busca de um modo sempre novo de evangelizar nessa bonita e doída mudança de época que vivemos. Mas, nesta nossa vida também imperfeita conta menos e importam menos nossas fraquezas. O que vale é a recusa de uma paralisia pastoral. Um novo ardor. Conserva-nos lúcidos, Clemente, para permanecermos em estado de incandescência espiritual.
Pe. Dalton B. de Almeida, C.Ss.R Belo Horizonte, MG
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Testemunho Vocacional Padre Luciano Silveira Ivo, C.Ss.R. fala sobre seus 50 anos como Redentorista.
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scavando lá nas mais remotas raízes, estes cinquenta anos brotaram de orações e incentivos no lar, como também da convivência e amizade com os Redentoristas de Curvelo (MG), aos pés de São Geraldo. Quando nasci e fui batizado foi ali o lugar! À medida que o tempo foi caminhando, estes relacionamentos se transformaram em vocação, que foi igualmente se consolidando. O interesse pela oração e pelo contato com o pobre (SSVP) veio também deste tempo e influenciou muito na vocação. Destes 50 anos posso dizer que uns 35 foram vividos no contato direto com os abandonados da periferia da Igreja (e da sociedade!), aliás, os prediletos de Jesus e de Afonso. Muitas amizades, atividades, descobertas brotaram daí! Por isso, ao chegar agora às alturas das Bodas de Ouro de vida consagrada, vejo este caminho como um caminho de graças, luzes e projetos assumidos e vividos lado a lado com os “cabreiros” das muitas terras por onde andei com os confrades formadores e em formação.
Sou grato a Deus por estes vários acontecimentos, por esta multidão de rostos e corações, que vieram fortalecendo minha caminhada, sem nenhum momento de vacilação. Aqui incluo os que estão ainda nesta “terra dos Homens” e aquelas/aqueles que formam conosco a grande comunhão dos santos, como intercessoras(es), com sua presença constante e fraterna! Muito grato a você, que lê este “testamento” e continua na caminhada! Louvado seja Deus!
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Pe. Luciano Silveira Ivo, C.Ss.R. Cariacica, ES Akikolá
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Aniversariantes do Mês * 06/03/1939 - Pe. Waldo José Pignaton, C.Ss.R. * 09/03/1934 - Pe. Mário A. de Freitas, C.Ss.R. * 21/03/1928 - Pe. José Marques da Rocha, C.Ss.R. Akikolá
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Mulher, mulher... do barro de que você foi gerada
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m oito de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Momento especial para refletirmos sobre quem é a mulher. Suas características biológicas a distinguem do outro de sua espécie. Mas para além da questão de gênero, vale refletir quem é a mulher na sociedade e para a sociedade de todas as épocas, em especial, a de hoje. Tarefa trabalhosa, pois diante de tantas e rápidas mudanças pela qual passamos, do corpo físico, da subjetividade e comportamentos, desde a “senhora” propriedade do marido/pai à mulher provedora e indenpendente, temos uma vasta possibilidade de pensarmos a mulher contemporânea. E as referências?! Lembro do Jesus, o Cristo, e das “Marias”. Nos relatos bíblicos, algumas mulheres encontraram Jesus; outras ainda fizeram o caminho com Ele. Mulheres cuja presença o provocou a assumir o seu chamado. Recorremos a três: - Maria, sua mãe: na festa de um casamento, Maria, com sua sensibilidade, não quer que falte alegria e solicita a Jesus, que faça algo que só Ele poderia fazer. Mesmo negando em primeira fala, Jesus assume a sensibilidade de sua mãe, traz vinho novo e alegria para festa (Jo 2,1-11). - Uma pagã: a mulher pagã reconhe Jesus como filho de Davi e pede fortemente que cure sua filha, mas Ele nem lhe dá resposta. Então, a mulher chega aos pés de Jesus, insiste e implora ajuda. Ele novamente recusa. A mulher persiste e dialoga com humildade, reconhecendo quem ela é naquela sociedade e a quem ela dedicava sua fé.
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Diante disso, Jesus comunica que a fé dela era realmente grande e, portanto, a sua vontade havia sido feita: a cura da filha. (Mt 15, 21-28) - Maria Madalena: Logo após a paixão de Cristo e seu sepultamento, Maria Madalena, inflamada de amor, volta ao túmulo e surpreende-se ao vê-lo vazio. Chama os apóstolos para verem o ocorrido, dispondo-se a buscar Jesus onde Ele estivesse. O mestre, então, faz sua primeira aparição à mulher Maria, que o reconhece quando Ele a chama pelo nome e dá-lhe a missão de anunciar a todos que está vivo (Jo 20,1-18). Podemos meditar um pouco mais sobre essas cenas como parâmetro de seguimento e refletir em nossas vidas de homens e mulheres as ações que tais mulheres suscitam: sensibilidade, presença, alegria, humildade, persistência, fé, coragem, amor, disponibilidade, reconhecimento, pioneirismo, anunciadoras da Boa Nova... Completemos a lista com nossas vidas, quando, hoje, nos tempos pós-modernos, somos chamadas a responder os desafios de anunciar essa Boa Nova de um Deus absoluto em tempo de suma relatividade. As Missionárias Leigas Redentoristas respondem dia a dia a esse chamado, dando vida às suas ações missionárias e doando suas vidas à missão de servir como Jesus serviu. O Dia da Mulher nos remete àquelas mulheres que creram e seguiram Jesus e, sendo internacional, queremos imitá-las sem fronteiras. Diana Esteves Missionária Leiga Redentorista - Glória Juiz de Fora, MG
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A CENTENÁRIO DA LIGA CATÓLICA DE CURVELO A Liga Católica Jesus, Maria, José de Curvelo (MG) comemorou 100 anos de existência e contou com a presença de mais de 600 liguistas da região na missa festiva, celebrada no dia 29 de janeiro pelo cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo e os Padres Assis, José Carlos, Paulo Roberto, Mário e Gustavo. A Confederação Nacional das Ligas do Brasil também esteve presente.
ANO MISSIONÁRIO EM CEL. FABRICIANO A abertura do Ano Missionário na Paróquia São Sebastião, em Coronel Fabriciano (MG), aconteceu no dia 04 de fevereiro. Momento oportuno de confirmação da vocação de discípulos-missionários de Jesus Cristo. No dia 05, foi realizada uma reunião com a presença dos coordenadores e do pároco, Pe. Cláudio Teixeira. As seguintes datas de atividades missionárias foram definidas: 1ª. Escola Missionária: 03 e 04 de março; 2ª. Escola Missionária: 14 e 15 de abril; 3ª. Escola Missionária: 04 e 05 de agosto.
COMUNIDADE REDENTORISTA EM FREI GASPAR A Província do Rio designou uma equipe missionária, composta pelo Pe. Élio da Silva Atayde, Pe. José Carlos Campos e Irmão Argemiro Herculano de Melo, para atuar em Frei Gaspar (MG). A nova comunidade redentorista, instalada na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, inicia uma experiência de trabalho que será construída em diálogo com as necessidades pastorais da Diocese de Teófilo Otoni. De acordo com o Superior Provincial, Pe. Vicente Ferreira, a iniciativa está de acordo com as interpelações do Governo Geral Redentorista e com os anseios da Província do Rio em buscar novas fronteiras de evangelização. Não se trata de uma fundação, mas de uma comunidade redentorista inserida na vida do povo. A próxima edição do AKIKOLÁ trará uma matéria completa sobre a mais nova Comunidade Missionária. Akikolá
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DE VO LU ÇÃ O
Congregação Redentorista
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os meses de OLÁ durante todos IK K A do sa es m re a Agradeço do o que acontece fico “por dentro” de tu o, iv at rm fo in o o nd 2011. Le torista. do 2012 com a Família Reden lmanaque São Geral A do es ad id un s Adquiri vária . Tem muita irmãos e cunhados s eu m a te en es pr para dar de ações, meditações, eitosa para se ler: or ov pr e e nt sa es ter in matéria s etc. bre vocês curiosidades, receita aria e José desçam so M s, su Je de s ão nç bê Desejo que as o novo. todos os dias deste an
entos pela OLÁ, meus agradecim IK K A do pe ui eq A todos da tas bênçãos de al. Desejo-lhes mui at N de m ge sa en m lindíssima zer, mensalmente, sse trabalho de nos tra ne te en m al cip in pr da parte Deus, Congregação, além da s ia tíc no as , im através desse bolet nos ajuda. espiritual que muito CH AM ES BI TTAR Belo Horizonte (MG)
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