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3º DIA Paulo nos indica o horizonte da busca, do caminho e da resposta”, diz Frei Daniel

Na Festa da Conversão de São Paulo, no dia 25 de janeiro (feriado em São Paulo), os Ministros Provinciais e Custódios continuaram os trabalhos da Assembleia Geral.

O dia começou com a oração das Laudes, às 7h15, e, em seguida, Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni, Ministro Provincial da Província São Francisco Solano, da Argentina, presidiu a Celebração Eucarística. Frei Daniel, que é presidente da Conferência Brasil e Cone Sul, observou que o texto do Evangelho de Marcos enfatiza a incredulidade e a missão dos discípulos. “Cristo ressuscitado liberta os seus da sua cegueira, dando-lhes a tarefa de abrir os olhos dos outros. Estamos maravilhados com a grande confiança de Jesus naqueles homens que Ele havia escolhido, mas que permaneceram cheios de dúvidas. A sua palavra será fecunda porque é o próprio Jesus que fala pela sua boca”, disse.

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Segundo ele, cada cristão, cada Frade Menor, é enviado para anunciar a boa nova da ressurreição do Senhor, curando a cegueira, e para semear a sua mensagem de esperança e de vida nas Fraternidades provinciais e nas comunidades. “O conteúdo do anúncio é claro, curando feridas, doenças, o Ressuscitado é vida nova e fonte de alegria”, ressaltou o frade.

“São Paulo, mais do que um exemplo de mudança radical de vida e de sentimentos, é sobretudo um caminho de perseverança e de força, é a resposta de um processo de busca e escuta. Nenhum caminho na vida é sem desafios, fadigas e incertezas. O que Paulo quer dizer na vida e na difusão do cristianismo? O que significa Paulo no caminho de evangelização da Ordem hoje e aqui na América Latina? São Paulo levou a mensagem de Jesus até os confins do mundo então conhecido. Ele nunca se cansou de pregar, nem mesmo quando estava preso na prisão de Roma. A expressão de Paulo, ‘se eu não proclamar o Evangelho’, é uma provocação ousada”, explicou. Para ele, nestes tempos, de incerteza e talvez de perplexidade, a provocação de Paulo, a sua vida e a sua mensagem, “encorajam-nos, Frades Menores da América Latina, a prosseguir com o anúncio da esperança e do Reino. Deixar os nossos confortos provinciais ou estruturais, deixar todas as preocupações que não sejam as do Evangelho e para Greccio, celebramos a alegria da pequenez, da fraqueza que fez história, a inocência da confiança. Que a nossa ação de graças tenha gosto de pequenez, alegria e renovada confiança no Deus do impossível”, refletiu.

“Que a experiência de Paulo, Francisco e de tantos santos, nos encoraje na esperança”, concluiu. No final da Eucaristia, Frei Daniel abençoou as pílulas de Frei Galvão, que são preparadas no Convento São Francisco, onde viveu o santo brasileiro por 60 anos.

500 Anos Da Franciscanapresen A No M Xico

Frei Flávio Chávez abriu os trabalhos na Sala São Dâmaso, às 9h15, falando sobre o Jubileu franciscano no México. Segundo ele, os primeiros frades franciscanos a chegar à Nova Espanha foram Frei Pedro Melgarejo e Frei Diego Altamirano, que vieram nas tropas de “Hernán Cortés”. Como encorajar-nos a dar passos concretos de renovação, transformação, mudança em favor de uma nova evangelização nas suas formas e métodos”.

“Paulo é busca, caminho e resposta. Diante dos desafios do tempo presente, Paulo nos indica o horizonte da busca, do caminho e da resposta. Não podemos ficar confortáveis lamentando perigos ou dificuldades, ou repetindo recursos por medo do risco. São tempos de respostas criativas, de novas lealdades, de esperanças partilhadas”, enfatizou.

Segundo ele, a Assembleia da UCLAF acontece no caminho de ação de graças pelo centenário da Regra Bulada e do Natal na Greccio. “Nossa melhor ação de graças é a fidelidade, a busca. Sabemos que a Regra de ouro é a narração escrita de uma experiência de vida. Talvez este seja um novo momento para narrar nossa própria experiência de vida. Nossa experiência de Jesus, do Evangelho, da fé. A Regra contém poucas intuições e muita vida. Talvez seja um tempo de poucas intuições e muita vida. Quais são essas intuições fundamentais para o nosso tempo? E se olharmos vinham como capelães militares e não como missionários, sua participação na evangelização tinha pouca relevância. Um segundo grupo de três franciscanos de origem belga chegou em 1523. Dois deles viajaram com Cortés em sua incursão a Honduras e morreram no caminho. O outro, Frei Pedro de Gante, foi quem certamente iniciou a evangelização na Nova Espanha. A primeira missão realmente estruturada chegou ao México em 13 de maio de 1524 com doze frades chefiados por Frei Martín de Valencia e que mais tarde foram chamados de “os doze apóstolos”.

Os doze apóstolos foram os frades Martín de Valencia, Francisco de Soto, Martín de Jesús (ou de la Coruña), Juan Suárez, Antonio de Ciudad Rodrigo, Toribio de Benavente (Motolinía), García de Cisneros, Luis de Fuensalida, Juan de Ribas , Francisco Jiménez e os frades leigos Andrés de Córdoba e Juan de Palos.

Pouco depois de sua chegada fundaram a Província do Santo Evangelho e dividiram o grupo para distribuí-lo em quatro conventos, que atenderiam as regiões mais densamente povoadas dos vales centrais: México-Tenochtitlan,

Texcoco, Tlaxcala e Huejotzingo. Da Província do Santo Evangelho saíram as demais Províncias franciscanas do México. Em 1559, a de São José de Yucatán; em 1565, a de São Pedro e São Paulo de Michoacán; e, em 1599, a de São Diego (Descalços), São Francisco de Zacatecas e Santiago de Jalisco.

Para Um Novo Testemunho Em Nosso Tempo

Este foi o tema da palestra de Frei Francisco Gómez Vargas, Secretário Geral para a Evangelização Missionária (SGEM) da Ordem dos Frades Menores.

Ele explicou que a Ordem não divide Evangelização ad-intra e Evangelização ad-extra e não distingue entre Evangelização e Missão: “Preferimos falar de nossa missão de evangelizar de acordo com o contexto e situações concretas, usando o termo Evangelização Missionária”.

Frei Francisco lembrou que o Secretariado Geral para a Evangelização Missionária recebeu o mandato do Capítulo Geral de 2021 para preparar uma Ratio Evangelizationis para a Ordem, “em harmonia com o ensinamento do Magistério da Igreja e os documentos da Ordem, através de um processo básico nas Conferências e áreas continentais, com base no processo já empreendido pelo SGEM” (mandato n.º 20). “Todos nós na América Latina somos chamados hoje a continuar testemunhando, como franciscanos na construção da Paz, e é assim que o diálogo é uma importante mediação: precisamos participar do diálogo inter-religioso, ecumênico, social, político e econômico”, disse.

Segundo ele, as orientações das Novas Formas de Vida e Evangelização, propostas no documento Ite, Nuntiate..., são um bom ponto de partida para revitalizar e “atualizar nosso modo de vida e serviço”.

Forma O E Estudos

Frei Darko Tepert, Secretário Geral para a Formação e os Estudos, falou especialmente da formação inicial na Ordem. “Para a Formação no momento atual, a escuta é muito importante. Devemos escutar os candidatos que expressam seu desejo de fazer conosco a viagem desta vida. É preciso ouvir sua situação de vida, o clima social, as condições culturais, que no mundo de hoje estão mudando rapidamente. Devemos escutar os irmãos em formação inicial, escutar suas dificuldades, suas preocupações, seus desejos. Ouvir também envolve estar pronto para mudar”, explicou o frade. Segundo ele, no mundo em transformação, não pode haver desinteresse. “Não somos cartuxos, mas irmãos chamados pelo Senhor e enviados juntos para o mundo, para este mundo em transformação. Os irmãos em formação inicial podem nos ajudar a descobrir e valorizar estas mudanças. Por outro lado, os irmãos em formação inicial devem ser ajudados a ouvir e a ouvir os outros”, lembrou.

Frei Darko disse que o Secretariado está se reunindo com os secretários das Províncias de cada Conferência. “Por enquanto, já realizamos estas reuniões na Conferência Bolivariana e na Conferência de Santa Maria de Guadalupe. Nestes dias teremos uma reunião semelhante com a Conferência do Brasil e Cone Sul. Desta forma, completaremos nossas visitas às Conferências Latino-Americanas e, a partir de abril, continuaremos com as reuniões nas Conferências Europeias”, explicou.

Segundo ele, nas Conferência Bolivariana e Conferência de Santa Maria de Guadalupe, foi verificado o desejo de preparar cursos, também em nível universitário, para formadores, e foram feitas propostas concretas nesse sentido. Cursos para a formação de formadores também são realizados em nível da Conferência do Brasil e Cone Sul. Outro ponto importante destacado pelo frade foi o tema da identidade franciscana, “contida, como núcleo, em nosso nome de Frades Menores. A fraternidade e a minoridade, ou seja, a forma de viver e trabalhar como irmãos e como os menores de todos, permitem que o sopro do Espírito Santo anime toda nossa forma de estar no mundo (Documento Final do Capítulo Geral, 11). Portanto, o Capítulo Geral convida cada irmão e cada Fraternidade a uma mudança. Convida-nos a ser como irmãos entre os menores, entre os que estão à margem. Eu diria que, se temos um problema com o declínio do número de irmãos, se nos faltam vocações em algumas áreas, talvez uma das causas possa ser também o fato de não vivermos mais nossa identidade”, avaliou.

JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO

O frade salvadorenho Frei Daniel Nicolás Rodríguez Blanco, responsável pela animação do Escritório Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Or- dem dos Frades Menores, explicou que o Escritório de JPIC deve trabalhar para conectar, desenvolver e apoiar projetos sobre ecologia integral, dando especial atenção à formação em questões de JPIC nos diferentes contextos da Ordem.

Frei Daniel lembrou que o Escritório estará envolvido, neste ano, na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa 2023, onde, juntamente com o Movimento Laudato Si’, promoverá as encíclicas do Papa Francisco, Laudato

4º DIA

Oquarto dia da Assembleia Geral da UCLAF levou os frades, primeiro, à Capela do Convento São Francisco, no centro de São Paulo, para a oração das Laudes e para a Eucaristia. O presidente da UCLAF, Frei José Alírio Urbina Rodríguez, presidiu esses dois momentos na festa dos bispos da Igreja, São Timóteo e São Tito.

Segundo Frei José, neste contexto da Assembleia, a palavra do Senhor convida-nos e encoraja-nos na nossa missão cristã e, como Frades Menores, a continuar a pregar, anunciar, viver e testemunhar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Jesus não nos pede para sermos sensacionalistas ou praticarmos atitudes extraordinárias; ele nos pede para sermos seus seguidores, discípulos que dão testemunho da luz recebida do Senhor, que é o próprio Senhor”.

Si’ e Fratelli Tutti. Ele também falou dos cursos a serem promovidos neste ano: 1. Oferecer um curso virtual sobre ecologia integral em espanhol e português; 2. Oferecer um curso sobre a Economia de Francisco; 3. Curso anual para animadores JPIC; 4. Participação de um jovem frade professo temporário ou professo solene por entidade na Jornada Mundial da Juventude, Lisboa, 1-6 de agosto de 2023; 5. Reunião Continental JPIC 2024; 6. Encontro latino-americano de frades com obras nas artes visuais; 7. Peregrinação continental da imagem de São Francisco, o Migrante.

Outro trabalho importante é consolidar e expandir a Rede Franciscana de Migrantes na América Latina. “Pedimos que a Pontifícia Universidade Antonianum e os Centros de Estudos da Ordem promovam a formação em ecologia integral em diferentes línguas e em colaboração com outras instituições”, acrescentou Frei Daniel.

Todas as palestras tiveram um tempo para perguntas e respostas. À tarde, cada Conferência se reuniu para fazer uma síntese dos desafios para a UCLAF e para cada Conferência. Os frades apresentaram em plenário as conclusões dos grupos, tendo como moderador neste dia Frei Fernando Aparecido dos Santos, da Custódia do Sagrado Coração de Jesus.

Para ele, nesta via sinodal, somos convidados a ouvir a Palavra, a ouvir uns aos outros no Caminho, a dar vida à pregação do Reino de Deus, vivendo as parábolas do Reino de Deus. “Então, como podemos fazer brilhar a luz na lâmpada ou no candeeiro? Porque não podemos nos esconder ou esconder o que recebemos do Senhor Jesus. A missão é receber e tornar conhecidas as suas palavras e a sua vida de amor, bondade e misericórdia. Não podemos esconder o amor recebido do Senhor Jesus, por isso a nossa vida cristã e a nossa vida como Frades Menores deve ser um apelo ao seu amor, misericórdia e bondade através de nossa vida”, exortou.

“Tomando as palavras do Evangelho de São Marcos: A nossa missão é tornar conhecido o Reino de Deus a partir do encontro com o Senhor Jesus Cristo, de amor, misericórdia e bondade com Ele e com os irmãos e irmãs concretos das nossas fraternidades e dos que nos rodeiam. Sabemos que há muitas provocações ou tentações de cansaço, medo, timidez, por vezes favorecendo o nosso conforto ou preguiça que não nos permite avançar, por isso lhes convido a fazer nossas as seguintes palavras de Paulo a Timóteo: em 2Tm 1,7 ‘Porque o Senhor não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, caridade e temperança’. Isso ajuda a superar a tentação de deixar a missão que nos foi confiada, como o Papa Francisco a expressa ‘... de uma vida de testemunho para que a luz brilhe, que é Cristo, o Senhor’”, continuou o presidente da UCLAF.

“Irmãos da UCLAF, todos nós recebemos a luz que é Cristo. Ele guia os nossos passos na escuta, discernimento e decisões fraternais neste contexto da América Latina. Caminhando juntos como Frades Menores, podemos iluminar outros irmãos e pessoas que querem sair da escuridão do medo, da desesperança ou da indiferença. Sempre ajudados, fortalecidos e a caminho como os Frades Menores que caminham juntos, como Paulo novamente expressa a Timóteo: 2Tm 1,8 ‘...suportai comigo os sofrimentos por causa do Evangelho, ajudado pelo poder do Evangelho de Deus’. Não desanimemos, não tenhamos vergonha, não tenhamos medo, não confiemos em nossa própria força, não confiemos no que já fizemos... Coloquemo-nos na presença do Senhor para darmos testemunho com as nossas vidas e as palavras que nos animam nesta Assembleia da UCLAF: continuemos a ‘Construir o Caminho Sinodal como Frades Menores’”, completou.

Prote O De Menores E Adultos Vulner Veis

O Definidor geral, Frei Albert Schmucki, abriu os tra- balhos neste quarto dia da Assembleia Geral, abordando o tema de proteção dos menores e pessoas vulneráveis. Segundo o Documento Final do Capítulo Geral de 2021, é “obrigação de todos os frades e Entidades da Ordem de cooperar plenamente na prevenção, denúncia e colaboração com todas as autoridades civis e eclesiásticas competentes na tarefa de garantir justiça e transparência no tratamento das denúncias de abuso em toda a Ordem”. Durante este Capítulo Geral, foi criada a Comissão de Proteção - que já vinha sendo estudada no governo anterior -, tendo em vista também as Diretrizes para a Proteção dos Menores e das Pessoas Vulneráveis, definidas pelo Papa Francisco em 26 de março de 2019.

Na sua apresentação, Frei Albert, que é psicólogo, professor na Universidades Gregoriana e Antonianum, contou que seis frades da UCLAF fazem o Curso sobre Tutela, chamado de Diplomado, na Universidade Gregoriana. Com isso, esses frades (pelo Brasil, participa Frei Wanderley Gomes de Figueiredo) se tornam, nas suas Conferências, pessoas de referência, ligadas a esse Escritório da Ordem para ajudar neste trabalho. Frei Albert coordenou o programa de formadores da Ordem e agora é o responsável pelo Escritório de Proteção.

Cada Província foi provocada, por uma determinação do Papa Francisco, a elaborar diretrizes para a prevenção de abusos, criando ambientes seguros nos locais onde vivem e atuam. “Um aspecto é a prevenção, o outro é a escuta e acompanhamento de possíveis vítimas que já tenham sofrido abusos nos nossos ambientes. Depois também outro aspecto é a criação de um espaço, uma comissão, que possa receber de- núncias, ouvir vítimas e dar os devidos encaminhamentos”, explica Frei César Külkamp, Definidor geral para a América Latina. Hoje, se acontece um abuso com uma pessoa menor, a política do Vaticano é zero e o religioso deve ser excluído do Instituto. No caso de colaboradores, voluntários etc, a política também seria zero no caso de menores.

O Ministro geral, Frei Massimo Fusarelli, é enfático na transparência e condução dessa questão. “Muitas Províncias ainda têm uma resistência em fazer processos de investigação e encaminhar para as devidas instâncias. E isso tem uma implicação direta na pessoa do Ministro geral e nos Ministros Provinciais ou Custódios. A responsabilidade é automática. Quer dizer, a Igreja também tem uma política de tolerância zero para esses casos. Se um bispo, um ordinário, que é o Provincial ou Ministro geral, não assumem ou não fazem o devido processo, são considerados culpados de participação no próprio ato, podemos dizer assim genericamente. Hoje, a Igreja tem tomado uma posição muito incisiva, como o Papa mesmo pede, de tornar todos os ambientes seguros para crianças e pessoas vulneráveis. Assim também é a política da Ordem”, acrescenta Frei César.

Economia A Servi O Do Carisma E Da Miss O

O Definidor provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei Robson Luiz Scudela, que também é Ecônomo, falou sobre o uso responsável e social dos bens da Igreja.

Contextualizando, Frei Robson lembra que o atual momento histórico chama a vida consagrada para se avaliar ante uma difundida queda das vocações e uma contínua crise econômica. “A crise obriga-nos a projetar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras novas e encontrar novas formas de empenhamento, a apostar em experiências positivas e rejeitar as negativas”, avalia o frade.

Segundo ele, os Institutos de Vida Consagrada são chamados a ser bons administradores dos carismas recebidos do Espírito também por meio da gestão e da administração dos bens.

A dimensão econômica está intimamente conexa com a pessoa e a missão. Para o frade, através da economia passam as escolhas relevantes para a vida pessoal e coletiva, nas quais deve transparecer o testemunho evangélico, atenta às necessidades dos irmãos e das irmãs.

“Os consagrados escolhem a profecia e se subtraem à ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano. A sua pobreza recorda a todos a urgência de libertar-se da economia da exclusão e da iniquidade, porque esta economia mata. Dessa economia teve início a cultura do ‘descartável”, lembrou Frei Robson.

Para ele, a economia é instrumento da ação missionária da Igreja. “Se o campo da economia é instrumento, se o dinheiro deve servir e não governar, então é necessário olhar para o carisma, para a direção, para as finalidades, para o significado e para as implicações sociais e eclesiais das escolhas econômicas que efetuam os Institutos de vida consagrada”, avalia.

Frei Robson chama a atenção para repensar a economia, uma dinâmica que se refere à vida de todos e de cada um: “É uma tarefa que não pode ser delegada a ninguém, mas exige a plena responsabilidade de cada pessoa”.

Para o frade, é indispensável redescobrir uma economia de rosto humano, na qual o homem e o seu verdadeiro bem não percam jamais a centralidade. “As relações fraternas, fundadas na estima sincera e na confiança recíproca, tornam-se, assim, recursos preciosos para a gestão”, observa. Mas ele lembra que em alguns casos, ao contrário, são confiadas à responsabilidade de indivíduos, sem prever para eles momentos sistemáticos de comparação e verificação. Estes podem levar a uma personalização da gestão. “Trata-se de dissociar-se da ideologia do homo oeconomicus, insaciável no seu desejo dos bens, cujas escolhas são determinadas pela maximalização do interesse pessoal e de relançar o desafio do homo fraternus, que não se cansa jamais de escolher a fraternidade”, acentua.

Segundo o frade, é necessário recordar que entre carisma e gestão dos bens não existe contradição; gerir segundo critérios econômicos não sufoca o carisma, mas permite perseguir e realizar objetivos partilhados. A vida consagrada oferece, assim, ao mundo, um testemunho evangélico”, completou.

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