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Capítulo Geral
MISSA DE ABERTURA
Frei Michael pede oração para “redescobrir a verdade mais profunda de nossa identidade”
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OMinistro Geral Frei Michael Perry abriu no dia 3 de julho o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, no Colégio Internacional São Lourenço de Brindisi dos Frades Menores Capuchinhos, em Roma, às 10 horas (5h do Brasil). Este grande encontro dos Frades Menores teve como tema: “Renovemos nossa visão, abracemos nosso futuro”. Tendo como inspiração bíblica Efésios 5, 14: “Desperta… e te iluminará Cristo”, o Capítulo Geral celebrou e expressou a comunhão fraterna de toda a Ordem. De 3 a 18 de julho de 2021, os 116 capitulares reunidos trabalharam juntos, como irmãos, para promover a riqueza e a vida da Ordem, para discernir os caminhos pelos quais o Senhor os chama a renovar e crescer no serviço do Evangelho. O Capítulo também elegeu o um novo governo para a Ordem no período de 2021-2027. Desta Província Franciscana da Imaculada Conceição, participou o Ministro Provincial Frei César
Külkamp. A Conferência Franciscana do Brasil e do
Cone Sul (Argentina, Paraguai e Chile), reuniu-se em
Roma antes do Capítulo e elegeu presidente Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni, da Província de São Francisco Solano, da Argentina. No total, a Conferência teve a representatividade de 12 entidades.
Frei Michael partiu da citação de Efésios, 2,19.22 para fundamentar sua homilia. “Vocês, portanto, já não são estrangeiros nem hóspedes, mas concidadãos do povo de Deus e membros da família de Deus. Em Cristo, vocês também são integrados nessa construção, para se tornarem morada de Deus, por meio do Espírito”.
Ele também juntou à reflexão um trecho da encíclica Fratelli Tutti (88), quando o Papa Francisco recorda uma verdade espiritual mais profunda sobre todos e a cada um dos seres humanos: “A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro. Feitos para o amor, existe em cada um de nós ‘uma espécie de lei de êxtase: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acrescentamento de ser’. Por isso, o homem deve conseguir um dia partir de si mesmo, deixar de procurar apoio em si mesmo, deixar-se levar”.
Segundo ele, os frades vieram a este “sagrado evento do Capítulo Geral” para entrar no mesmo tipo
de experiência de que fala São Paulo em sua carta às comunidades cristãs mistas, formadas por judeus e gentios de Éfeso, “uma experiência de cura, de reconciliação, de ir mais além de nós mesmos, de começar de novo como membros do único Corpo de Cristo”.
Para o Ministro Geral, o chamado à reconciliação e à paz entre o grupo misto de crentes de Éfeso põe em destaque as numerosas divisões – religiosas, culturais, ideológicas, políticas, econômicas etc – que estavam das as diferenças desaparecem. “Mas bem sugere que só quando reconhecemos e aceitamos nossa debilidade, o incompleto que somos, quando despertamos para a necessidade de abrir nossas vidas à diversidade de experiências presentes na comunidade crente, presentes em nossas fraternidades locais da Ordem, e permitir que esta diversidade enriqueça nossas vidas humanas e espirituais, só então chegaremos à experiência de ser ‘uma morada de Deus no Espírito’ (Ef. 2,22). O Espírito
presentes e que ameaçavam minar o poder transformador do Evangelho. “Em vez de entrar nos méritos de cada um dos argumentos que provocavam a divisão, Paulo convida a seus correligionários a olhar a Cruz de Jesus Cristo como meio para superar tudo o que os divide e separa, incapazes de se reconhecerem como irmãos e irmãs, criados por Deus para viver em harmonia, justiça e paz”, observou o Ministro Geral.
“Quando Paulo aponta a cruz, não está dirigindo a atenção na direção do êxito e do poder, mas na direção da humilhação e da impotência do Filho de Deus. Precisamente pela debilidade, segundo Paulo, somos capazes de superar tudo o que divide e separa, de nos sobrepormos a todos os medos e de entrar em uma nova consciência de quem é Deus e do que Deus está fazendo em Cristo Jesus pelo bem do mundo e do universo criado. Por acaso não tem sido esta também a experiência da pandemia da Covid-19? Não nos colocou de joelhos, a toda a humanidade, e nos lembrou nossa impotência, e nossa total dependência de Deus e a interdependência de uns com os outros?”, questionou Frei Michael.
Para ele, a realidade da Ordem não é muito diferente da situação das comunidades cristãs de Éfeso. “Nós também experimentamos muitos desafios, consequência da grande diversidade presente na vida da Ordem: ideológica, espiritual, socioeconômica, clerical/laical, hetero/homossexual, cultural, geográfica, racial, de casta, de região, etc. O chamado à conversão que Paulo anuncia aos crentes – em nível individual e comunitário – não tem nada que ver com excluir estas diferenças, fazendo como se não existissem. Durante demasiado tempo, a Ordem e a Igreja prometeram estar ‘por cima da cultura’, daltônicos, impondo a uniformidade de pensamento e atuando como um meio para excluir as diferenças e, deste modo, criar uma falsa sensação de harmonia e identidade comum”, criticou.
Segundo o Ministro Geral, Paulo não pretende que, uma vez que uma pessoa se batiza na vida, na morte e ressurreição de Jesus, toestará presente, impulsionando-nos e ajudando-nos sempre a ‘seguir a doutrina e as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo…’ (RnB 1) juntos como irmãos no caminho da vida”, ensinou.
Frei Michael pediu aos capitulares: “Oremos para que nosso Capítulo Geral seja um momento para redescobrir a verdade mais profunda de nossa identidade e missão enquanto seres humanos, discípulos do Senhor Jesus ressuscitado e irmãos da única fraternidade universal da Ordem”.
“Nesta festa de São Tomé, recordemos o que temos escutado na passagem do Evangelho, ou seja, que Jesus ressuscitado invade a casa para se encontrar com seus discípulos assustados e temerosos e lhes diz: A paz esteja contigo! Ao fazê-lo, revela a eles o poder de Deus para transformar a tristeza em alegria, a desconfiança em fé, e a decepção, a amargura e a derrota em esperança. A festa do Apóstolo Tomé nos recorda que, embora nossa fé seja débil, Jesus ressuscitado deseja abrir as “portas de nossa mente”, guiar nossos corações e habitar em cada um de nós”, acrescentou.
E concluiu: “Amados irmãos, que possamos celebrar nossa rica diversidade, permitindo que nos tire de nós mesmos, de nossos pequenos e demasiados mundos protetores. Que o Espírito de Deus abra nossas mentes e nossos corações de tal maneira que possamos reconhecer nos demais o templo de Deus e a morada do Espírito presente nos corações de todos e cada um dos irmãos. Se somos capazes de abraçar esse modo de ver e viver, descobriremos uma nova força que nos permitirá superar os limites de nossas mentalidades e estruturas tradicionais, abrindo-nos a uma experiência genuína e universal de uma ecologia fraterna de amor e acolhida capaz de renovar a vida dos irmãos da Ordem. Recordemos diariamente em cada uma de nossas fraternidades e neste Capítulo Geral que ‘fomos criados no amor e estamos destinados ao amor’. Cristo é nossa paz para sempre”.
3/07 | 1º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL DOZE CONFERÊNCIAS DA ORDEM E 116 CAPITULARES
116 líderes e delegados da Ordem dos Frades Menores reunidos no Colégio International São Lourenço de Brindisi para celebrar a diversidade de nossa fraternidade e a profundidade da vida evangélica, inspirados no versículo bíblico: «Levante-se ... e Cristo te iluminará”(Ep. 5:14). Somos a única Ordem Religiosa que conseguiu realizar um Capítulo Geral durante este tempo de pandemia; e é a primeira vez na história que a OFM celebra um Capítulo Geral na casa de nossos irmãos Capuchinhos OFM.
Na Missa de abertura, o Ministro Geral, Frei Michael Perry, falou sobre o significado mais profundo de um Capítulo: “Viemos a este evento sagrado do Capítulo Geral para entrar no mesmo tipo de experiência de que fala São Paulo em sua carta às comunidades cristãs mistas, judeus e gentios, em Éfeso, uma experiência de cura, de reconciliação, de ir além de nós mesmos, de recomeçar como membros do único Corpo de Cristo”. Após a Missa de Abertura, foi realizada uma Cerimônia de Abertura ao lado da Plaza Mayor de San Lorenzo, com vista para as duas cruzes centrais que simbolizam a Cruz de Cristo e a Cruz de Francisco.
Após a votação nominal e o juramento dos oficiais, reuniram-se as 12 Conferências da Ordem, seguindo-se a eleição dos moderadores e a nomeação dos escrutinadores. Os moderadores do Capítulo geral de 2021 são Frei Cesare Vaiani (língua italiana), Frei Manuel Corullón (língua espanhola) e Frei Aidan McGrath (língua inglesa).
Finalmente, Frei Carlos Salto, presidente da Comissão SWOT, fez uma apresentação das análises dos relatórios das Conferências sobre as Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças que a Ordem vive hoje em nossas presenças, ministérios e missões no mundo. Uma constatação comum da maioria das Conferências é que nós, irmãos, precisamos crescer na busca ativa da vontade do Senhor com fidelidade e integridade, na abertura e na solidariedade uns com os outros como Irmãos Menores, e na atenção para ouvir verdadeiramente o mundo que nos rodeia.
4/07 | 2º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL POR UMA TRANSFORMAÇÃO HUMANA, ESPIRITUAL E SOCIAL
Na Celebração Eucarística de manhã, Dom Felice Accrocca, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e arcebispo de Benevento (Itália), disse que é necessário olhar o presente para poder abraçar o futuro, já que a Igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (Ef 2,20).
“O Evangelho seja, portanto, nosso guia, a bússola de orientação para entender este tempo e abraçar o futuro que está à frente, o que também pode exigir escolhas corajosas e dolorosas, talvez necessárias hoje para evitar ter que chorar amanhã”, disse D. Accrocca, que é historiador. “Por que tantas vezes nos falta coragem suficiente para escolhas que, na realidade, não podem ser adiadas mais? É uma pergunta que me coloco antes de mais nada. Por que é tão difícil encontrar coragem para algumas escolhas, quando sentimos que podemos não encontrar o auxílio geral? Por que ainda estamos tão apegados à nossa imagem, ainda escravos do favor dos outros, que, em última análise, manifesta se não um casco, certamente uma fraqueza de fé?”, questionou.
Dom Accrocca é autor de uma compilação de artigos publicados no jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, que partem das palavras e dos gestos do Papa Francisco para narrar a personalidade histórica e espiritual do Santo de Assis. A obra “Francisco ontem e hoje. Vida e atualidade do Santo de Assis” foi lançada em maio do ano passado.
À tarde, após a exortação de Mons. Accrocca, os capitulares se reuniram em suas 12 Conferências para compartilhar suas esperanças para este Capítulo Geral.
5/07 | 3º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL FREI MICHAEL PEDE QUE FRADES REJEITEM MENTALIDADE CLERICALISTA
Na apresentação do Relatório do Ministro Geral ao Capítulo, Frei Michael Perry falou das realidades e orientações da Ordem hoje e compartilhou seu sonho de uma Ordem fraterna e vital, que promova uma profunda transformação humana, espiritual e social, e que responda ao grito dos pobres e ao grito do planeta.
O Ministro Geral também falou apaixonadamente da necessidade de que nossa Ordem retorne ao modo fraterno original de nosso fundador, e de que os irmãos rejeitem o poder e o privilégio de uma mentalidade clericalista e, em seu lugar, vivam como irmãos menores em oração e missão. Insistiu muito na necessidade de acesso comum a recursos e tratamento igual para todos os irmãos, começando pela aplicação geral de termos mais franciscanos, como "Casas de formação Inicial" em vez de "Seminários" e "Irmãos" em vez de "Padres e Irmãos".
Além das recomendações do relatório publicado pelo Ministro Geral, Frei Michael destacou a importância da comunicação aberta e do diálogo fraterno entre os irmãos em todos os níveis, e de assegurar que os mandatos do Capítulo sejam aplicados especialmente em nível local.
O desafio do Ministro Geral a todos os irmãos é que todos examinemos nossa vocação hoje, e possamos discernir e traçar o curso de nossa vocação amanhã, para sermos fontes de inspiração, alegria e esperança. Isso inclui estar dispostos a olhar para a realidade ao nosso redor com honestidade, a viver nossa identidade evangélica com autenticidade e a guiar-nos pela fé mais que por medo de tomar decisões proféticas. Especificamente, o desafio inclui a integração da fé e da caridade na vida fraterna cotidiana e na projeção pastoral criativa, que une a Formação, a Missão e a Evangelização, e a JPIC de forma holística.
Como parte de sua apresentação, o Ministro Geral convidou Frei Jaime Campos, diretor do Escritório Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação, para compartilhar os desenvolvimentos de JPIC que são parte integral da vida da Ordem. Isso inclui um centro de formação on-line da Laudato Si' e a animação de várias iniciativas de JPIC. Frei Jaime enfatizou a necessidade de aprofundar o estilo de vida profético e a identidade carismática da Ordem, com um diálogo permanente em espírito de sinodalidade. Como parte de sua comunicação e compartilhamento de recursos com a Ordem em geral, o Escritório Geral tem seu próprio site em www. ofmjpic.org, assim como o site Revolution Laudato Si' em www.laudatosirevolution.org.
Os capitulares se reuniram em pequenos grupos de discussão para compartilhar suas respostas ao Relatório do Ministro Geral, e também trabalharam em grupos linguísticos sobre as diretrizes para a Ordem hoje, que encontra seu sentido e direção em Cristo, para a vida do mundo.
6/07 | 4º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL CARDEAL TAGLE: DIÁLOGO E EVANGELIZAÇÃO NÃO SE OPÕEM
Durante o encontro matinal com o Cardeal Luis Tagle, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos abordou o desafio de falar de Deus ao nosso mundo volátil, complexo e ambíguo. Nosso mundo nos desafia a ser ágeis, incertos, compreensivos e autênticos em nossa evangelização. "No testemunho de vida franciscana", comunica Sua Eminência, "gostaria de ver o frescor das promessas batismais vividas com alegria e simplicidade".
O Cardeal sublinhou que o diálogo e a evangelização não se opõem, mas sim que o anúncio do Evangelho é mais eficaz quando se realiza em diálogo. Ele desafiou a Ordem a desenvolver programas e módulos para a vida e a formação intercultural, inclusive avaliando se estamos autenticamente em comunhão com os pobres e como atendemos às suas necessidades.
A evangelização das culturas e o processo de paz, segundo o Cardeal, incluem o desenvolvimento da "inteligência cultural", que implica nossa consciência de como a nossa própria cultura nos afeta, nossa sensibilidade para com as pessoas que nos rodeiam, que têm suas diferentes expressões culturais e necessidades e, em última instância, que nos tornemos pontes de diálogo e entendimento. A inteligência cultural inclui a habilidade de usar tecnologia e inteligência artificial como ferramentas de evangelização.
Sua Eminência sublinhou que o carisma dos religiosos é a vida consagrada, que os religiosos devem colocar em primeiro lugar. Ele compartilhou sua convicção pessoal de que o chamado à vida religiosa masculina não é em primeiro lugar um chamado ao ministério clerical ordenado, mas antes “um testemunho de vida comunitária que é muito necessário na Igreja, sem realizar as exigências normais da vida ordenada. Existem formas distorcidas de clericalismo, disse ele, em que o sacerdócio se equipara com o poder e a autoridade.
Seguindo o tema da Evangelização do Cardeal Tagle, na sessão da tarde Frei Alonso Morales Duque e Frei Valmir Ramos apresentaram o Relatório do Secretariado Geral para as Missões e Evangelização. Frei Alonso destacou a necessidade de o próximo governo elaborar umas diretrizes para a Ordem na forma da Ratio da Evangelização. Propôs também que cada entidade tenha um Projeto de Evangelização fraterna concreto, como eixo de todos os irmãos e comunidades das entidades. Frei Alonso compartilhou sua visão de uma evangelização inculturada na qual o evangelizador reconhece a presença e a obra preexistente do Espírito Santo, participa da comunicação da Boa Nova por meio da celebração, e se compromete com as legendas, a arte, a poesia, os cantos e as danças dos povos. Ele também destacou o exemplo de São Paulo, que criou e acompanhou as comunidades que promoveram a obra de evangelização. “Não temos mais 50.000 púlpitos como no passado”, declarou Frei Alonso, “mas temos muito mais oportunidades de evangelização por meio das pessoas com quem trabalhamos, incluindo mulheres, jovens e pobres”.
Depois da apresentação, os capitulares continuaram a trabalhar em grupos linguísticos sobre as diretrizes da Ordem na atualidade e sobre o tema da Missão e a Evangelização.
7/07 | 5º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL PROMOVER UMA CULTURA DE CUIDADO E SALVAGUARDA DAS PESSOAS VULNERÁVEIS
Na manhã deste dia, Frei Caoimhin O’Laoide e Frei Isauro Covili Linfati, da Comissão da Ordem para a Salvaguarda de Menores, destacaram a realidade e a gravidade do fenômeno do abuso sexual de jovens e adultos vulneráveis pelo clero e religiosos, e a grande importância para a nossa Ordem e para a Igreja de promover uma cultura de cuidado e salvaguarda das pessoas vulneráveis.
Frei Antonio Scabio, psicoterapeuta profissional e Definidor Geral, falou da experiência das vítimas de tão trágica violência e dos graves traumas que devem estar sempre no centro de nossa resposta ao abuso sexual, e da necessária resposta de compaixão e responsabilidade para com elas, suas famílias e as comunidades que foram feridas. A Comissão afirmou que nós, como frades franciscanos, “somos chamados a ter respeito pela dignidade e o valor de cada ser humano e (que devemos) nunca explorar ou abusar do poder que podemos ter como membros de uma Ordem religiosa ou como um ministro ordenado da Igreja”.
Frei Aidan McGrath falou sobre as recomendações da Comissão, que incluem a formulação de um projeto de Estatutos a serem inseridos nos Estatutos Gerais da Ordem, bem como o desenvolvimento de um Código de Conduta Ministerial claro, com diretrizes e procedimentos a serem aplicados a todos os irmãos e Entidades da Ordem.
Como sublinha a Comissão, a nossa Ordem tem a obrigação de “não fazer vistas grossas” ou calar-se, e existe uma séria necessidade de desenvolver a consciência, a educação e o diálogo aberto em nível dos conventos e paróquias locais, na Formação Inicial e Permanente dos Frades, e para nossos pessoal, voluntários e colaboradores. Os líderes das entidades são convidados a formar os frades e a colaborar com outros religiosos e profissionais leigos em um ministério proativo de cuidado e salvaguarda das pessoas que sofrem abusos em nosso mundo. Um recurso de formação recomendado para os frades que serão designados para este ministério é o programa de formação básica e especializada que oferece a Pontifícia Universidade Gregoriana em https://childprotection.unigre.it/
Os capitulares reuniram-se em grupos linguísticos para discutir como as Entidades podem garantir uma maior coerência na sua resposta ao fenômeno dos abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis, e na sua abordagem ao tratamento adequado de todos os assuntos relacionados com as denúncias desta natureza.
À tarde, Frei Cesare Vaiani e Frei Sinisa Balajic apresentaram o Relatório do Secretário Geral para a Formação e os Estudos (SGFE). Descreveram as iniciativas específicas do SGFE nos últimos seis anos e falaram das instituições de formação e educação existentes na Ordem, como a Pontifícia Universidade Antonianum (PUA) e os centros de pesquisa de Roma, Estados Unidos, Cairo e Hong Kong. Destacaram vários programas novos e inovadores introduzidos nos últimos seis anos, como o Curso de Bacharelado em Ecologia Integral oferecido pela PUA desde 2020.
As reflexões e propostas do SGFE incluíram a necessidade de acompanhar tanto as Entidades que aumentam numericamente como as que diminuem, a formação dos guardiães, a formação da identidade franciscana para todos os frades, o trabalho em rede entre os centros de estudo e a importância do mundo digital.
Estas reflexões e propostas, junto com as realidades e necessidades da formação nas diferentes Entidades, foram discutidas pelos capitulares nos diferentes grupos linguísticos.
8/07 | 6º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL “RUMO A UMA ECONOMIA FRATERNA”
A manhã da quinta-feira foi dedicada à apresentação dos relatórios sobre a situação financeira e estatísticas atuarial da Ordem. Como Ecônomo Geral, Frei John Poudziunas reconheceu com gratidão que nos últimos seis anos as dívidas externas da Ordem se extinguiram e que a Administração Geral da Ordem fez melhorias estruturais e sistemáticas significativas no programa operacional graças também à ajuda de revisores e especialistas leigos.
O relatório financeiro do Ecônomo Geral, “Rumo a uma economia fraterna”, destaca que a administração da Ordem e de cada frade, em todos os níveis, deve aprender a integrar a missão com as realidades econômicas e as responsabilidades. Em última análise, nossa economia existe para tornar nossa vida e missão mais fraternas.
Frei João destacou que, para a Ordem, o caminho a seguir é desenvolver e implementar um programa econômico integrado na vida dos frades, a fim de orientar harmoniosamente todas as atividades para a missão com valores eficientes e eficazes. Isso nos permite servir como verdadeiros administradores cristãos e franciscanos, capazes de ser financeiramente eficazes e responsáveis perante nossos irmãos e o mundo ao nosso redor. O Tesoureiro Geral propôs várias sugestões para mudar os estatutos, as estruturas e para melhorar a integração financeira, aumentar a responsabilidade e implementar planos e programas responsáveis pela gestão da economia de maneira justa e equitativa.
Do ponto de vista estatístico, verifica-se que, de um modo geral, a Ordem está envelhecendo e diminuindo de número e este fato é mais evidente em algumas regiões geográficas do que em outras. Frei John sugeriu que as estatísticas sejam utilizadas harmoniosamente como uma ferramenta para discussões contínuas em nível de nossas Entidades sobre como podemos continuar salvaguardando nossas presenças e como queremos dar testemunho de nosso carisma.
À tarde, foram realizadas reuniões pelos grupos linguísticos para tratar dos temas levantados nas sessões da manhã, bem como sobre os temas decorrentes das discussões dos vários grupos linguísticos. As questões levantadas nas discussões em grupo incluíram verificar nosso modo de vida como Irmãos Menores e construir pontes em um mundo em crise, como precisamos ser mais eficazes na formação e na missão, como podemos viver e agir com maior justiça e caridade, como podemos abraçar a interculturalidade e como podemos crescer na fraternidade e na santidade.
9/07 | 7º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL DIA DE PROPOSTAS PARA MUDANÇAS ESTATUTÁRIAS
A sexta-feira para os capitulares concentrou-se em questões legislativas e administrativas. Comissões capitulares foram constituídas e começaram os trabalhos sobre as propostas, questões jurídicas e a mensagem final do Capítulo Geral.
Foram feitas descrições e esclarecimentos sobre as propostas iniciais de modificação dos Estatutos Gerais, bem como da legislação do Capítulo. Entre as áreas abordadas nessas propostas de emendas estatutárias se encontram o cuidado e proteção de menores e adultos vulneráveis, organização da missão e a evangelização, o governo e a administração, e a fraternidade.
Além disso, Frei Paolo Quaranta e Frei Pierre Charland foram eleitos para se unirem ao Ecônomo do Capítulo, Frei John Poudziunas, na Comissão Econômica deste Capítulo Geral. O Vigário Geral Frei Julio Bunader e o chimarrão, hábito fortemente arraigado na Argentina e no Sul do Brasil. O chimarrão na Argentina é muito mais do que apenas uma bebida, é um costume, um momento de irmandade, um vínculo.
10/7 | 8º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL A CENTRALIDADE DA FRATERNIDADE
A manhã de sábado foi dedicada à reflexão, revisão pessoal dos materiais e às discussões da última semana do Capítulo Geral e ao trabalho nas distintas comissões capitulares segundo as áreas temáticas e linguísticas. O facilitador do Capítulo, Frei Matteo Giuliani, identificou alguns dos temas que emergiram das discussões em grupo, como reestruturação da Ordem, juventude, questões financeiras e salvaguarda dos vulneráveis.
À tarde, as Conferências se reuniram para preparar a eleição do novo Ministro Geral a ser realizada no dia 13 de julho. A primeira das duas votações consultivas foi, então, realizada.
Durante sua reflexão nas Vésperas, o teólogo e escritor Frei Daniel Horan falou sobre a centralidade da fraternidade (fraternitas) para nossa vocação, descrevendo-a como “o coração indispensável da identidade franciscana”. Explicou que a fraternitas é o dom distintivo que a Ordem Franciscana oferece à Igreja e ao mundo. Em um mundo que enfrenta desafios como individualismo, clericalismo, discriminação, ódio, abuso sexual e violência, os frades podem oferecer um testemunho profético, convertendo-se em verdadeiras ‘fraternidades contemplativas em missão’.
Frei Daniel também propôs que podemos renovar nossa identidade franciscana abraçando o desafio de uma “ecologia fraterna integral”, que reconheça nossa interconexão e interdependência fundamental como irmãos uns com os outros e com toda a criação. Ele também desafiou os membros do Capítulo a reconhecer que hoje é um “momento franciscano” e a serem embaixadores das encíclicas do Papa Francisco Laudato Si ‘e Fratelli Tutti. Frei Daniel descreveu esses dois documentos como a expressão do Santo Padre de uma visão profundamente franciscana da fraternitas.
Após o jantar, os capitulares e colaboradores viram a exibição especial, em inglês, italiano e espanhol, do documentário “Francesco 2020”, com a participação do cineasta e produtor Evgeny Afineevsky como convidado da noite.
11/07 | 9º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL “FRANCESCO”: AS GRANDES CRISES E PROBLEMAS DA HUMANIDADE
Após oito dias de trabalho conjunto, no domingo, os frades desfrutaram de um dia de descanso, partilha e atividades pessoais depois da Santa Missa.
A exibição, na noite anterior, do documentário “Francesco” sobre as grandes crises e problemas de nossa humanidade, analisados a partir da visão e do pensamento do Papa Francisco, teve um impacto significativo e permanente sobre os capitulares e funcionários. Foram discutidos temas que sensibilizaram fortemente a mente de todos e a conversa com o diretor confirmou o desejo de realizar o sonho de um mundo mais fraterno e misericordioso para todos.
O diretor do filme, Evgeny Afineevsky, disse que, ao se preparar para contar a história abrangente do papado de Francisco, agora com sete anos, ele percebeu que “queria contar isso por meio das pessoas cujos corações e mentes ele tocou em suas ações”.
As atividades fraternais de domingo incluíram jogos de tabuleiro, vôlei e futebol em preparação para a tão esperada final da Euro 2020 entre a Itália contra a Inglaterra, vista na Aula Magna.
12/07 | 10º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL BÊNÇÃO E DESPEDIDA DO GOVERNO CESSANTE
Neste dia os capitulares passaram a maior parte do dia em grupos linguísticos, refletindo e discutindo os projetos de propostas que haviam sido preparados pelas comissões temáticas, com base nas contribuições e intercâmbios da semana passada.
A segunda votação consultiva foi realizada no final da tarde, em preparação para a eleição do novo Ministro Geral a ser realizada no dia 13 de julho. Seguiu-se um importante momento de agradecimento ao Governo Geral cessante da Ordem, que incluiu a leitura da despedida de São Francisco no Monte Alverne e a última bênção de Frei Michael A. Perry como Ministro Geral.
Esse dia de eleição do 121º representante de São Francisco de Assis começará com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
Os números
Oito séculos depois de obter a aprovação do Papa Inocêncio III, a Ordem dos Frades Menores tem o seguinte quadro de seguidores de seu fundador São Francisco de Assis. A Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores divulgou, durante o Capítulo Geral, a “Acta Ordinis” com os números estatísticos referentes à Fraternidade dos Frades Menores em 2021.
Hoje, a Ordem Franciscana tem 12.479 frades, distribuídos assim: Postulantes, 492 (não entram na soma por não serem frades); Noviços, 375; Professos temporários, 1.424 (frades com opção clerical: 1.027; Freis sem opção clerical: 181; Freis sem opção: 216); Professos solenes, 10.680 (sac.: 8.402; diác. perm.: 71; Freis com opção clerical: 416; Freis leigos: 1.681). Os irmãos Cardeais (4), somados aos Arcebispos/Bispos são 98.
Os Frades Menores estão presentes em 120 países – assim distribuídos: África e Médio Oriente: 1.300; América Latina: 3.113; América setentrional: 1.004; Ásia-Oceania: 1.514; Europa Oriental: 2.314 e Europa Ocidental: 3.234. A Fraternidade universal é estruturada em 103 Províncias e Custódias Autônomas; 9 Entidades dependentes do Ministro geral; 19 Custódias dependentes de Províncias; 16 Fundações; 14 Conferências de Ministros provinciais e 3 Uniões de Conferências (Ásia/Oceania: FCAO; América Latina: UCLAF; Europa: UFME).
ELEIÇÃO NO 11º DIA O ITALIANO FREI MASSIMO FUSARELLI É ELEITO MINISTRO GERAL
Os 116 frades capitulares do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores elegeram na manhã de terça-feira, 13 de julho, o novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores. O 121º representante de São
Francisco de Assis é o italiano Frei Massimo
Giovanni Fusarelli, atualmente Ministro Provincial da Província São Boaventura, nascida da união das antigas províncias de Abruzzo e Lazio, ocorrida em 2017. Ele ficará na função de Ministro Geral de 2021-2027. A eleição foi presidida, segundo nomeação do Papa Francisco, pelo Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e
Sociedades de Vida Apostólica. Ao ser informado da notícia, o Papa
Francisco congratulou-se com o novo eleito através de um telegrama, em que garante a sua oração e bênção “para que o Senhor o assista e o proteja na realização do seu serviço. O seráfico Pai São Francisco seja de encorajamento na guia dos seus frades”. Frei Massimo nasceu em Roma em 30 de março de 1963 (58 anos). Conheceu os Frades Menores da Paróquia de São Francisco em Tivoli, amadurecendo a escolha pela vida religiosa franciscana. Vestiu o hábito franciscano em 28 de julho de 1982, fazendo a
Primeira Profissão em 30 de julho de 1983.
Ele viveu até 1989 na “São Bonaventura” de
Frascati, preparando-se para a profissão solene e ordenação presbiteral, recebidas na
Igreja de “São Francisco” do Tivoli, em 30 de setembro de 1989. Depois do Noviciado, cursou Filosofia e
Teologia no então Pontifício Ateneu Antoniano, obtendo o Bacharelado em Teologia em
1988. Por decisão de seus superiores, iniciou os cursos de Licenciatura e Doutorado em Teologia Patrística no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum, obtendo os títulos relacionados em 1992. Lecionou Teologia Patrística no Instituto de Ciências Religiosas do então Pontifício Ateneu Antoniano (1991-1996).
Já esteve no governo da Ordem quando foi Secretário Geral de Formação e Estudos (2003 a 2009) e Visitador Geral para a Província de Nápoles e depois para o processo de unificação das Províncias do Norte da Itália. Em nível provincial, foi Definidor, animador da Pastoral Vocacional e depois secretário da Formação Permanente; várias vezes guardião, função que acumula hoje como Ministro Provincial, além de pároco da Paróquia São Francisco a Ripa e responsável pelo projeto de acolhida aos pobres. Foi nessa igreja que São Francisco viveu e rezou em sua passagem pela Cidade Eterna, durante as visitas ao Papa Inocêncio III.
Nos últimos anos residiu nos Conventos São Bonaventura al Palatino em Roma e Santa Maria delle Grazie em Ponticelli Sabino (Rieti), também foi convidado a fazer parte do Conselho Presbiteral da Diocese de Sabina e depois no Conselho de Roma (1999-2002), sempre no contexto da pastoral juvenil e vocacional. Participou e organizou missões populares e animação nas paróquias.
No serviço de unificação das Províncias do Norte, em tempo integral, Frei Massimo presidiu o Conselho de seis ministros provinciais de janeiro de 2014 até a união, acompanhou os diversos órgãos interprovinciais, depois de realizada a visita canônica às 75 fraternidades locais, a visita fraterna aos 29 mosteiros das Irmãs Clarissas, a visita aos bispos diocesanos onde estão presentes os conventos, e acompanhar a preparação do Capítulo Provincial unitário, inaugurado em 16 de maio de 2016 com o nascimento da nova Província do Norte da Itália.
De 2015 a 2018 foi assistente Geral do Instituto Secular dos Missionários da Realeza de Cristo; de outubro de 2016 a agosto de 2017 viveu com outros irmãos entre as vítimas do terremoto de Amatrice e Accumoli (Rieti). Em 2 de julho de 2020 foi eleito Ministro Provincial em Capítulo e, em 7 de outubro de 2020, presidente da Conferência dos Ministros Provinciais da Itália e da Albânia (COMPI). Agora, com sua eleição, Frei Luciano De Giusti, o Vigário Provincial, deve assumir a Província no seu lugar.
13/07 | 11º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL FREI MASSIMO: “GOSTARIA DE OUVIR OS IRMÃOS EM TODA SUA DIVERSIDADE E SUAS DIFICULDADES E ANGÚSTIAS”
A manhã da eleição do novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores começou, no dia 13 de julho, com a celebração da Missa do Espírito Santo, presidida pelo delegado do Papa Francisco, Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Durante o processo eleitoral, o Frei Massimo Fusarelli, Ministro Provincial de Roma, foi eleito 121º Sucessor de São Francisco.
À tarde, realizaram-se consultas em grupos de Conferências para a eleição do Vigário geral e dos Definidores gerais, para posteriormente proceder ao voto consultivo para a eleição do Vigário Geral, a realizar-se nesta quarta-feira, 14 de julho. As Conferências foram convidadas a apresentar ao Secretário Geral do Capítulo sua lista de candidatos ao novo Definitório Geral.
O novo Ministro Geral agradeceu ao Capítulo Geral o espírito de família, a vocação compartilhada dos irmãos da Ordem e o serviço de Frei Michael Perry e a sua liderança. Ele falou da sua visão do novo Definitório como uma equipe que trabalhará conjuntamente, e como um grupo de reflexão para ler o presente e projetar o futuro com fé e determinação. “Gostaria de ouvir os irmãos em toda a sua diversidade ... (e nas) suas dificuldades e angústias”, acrescentou, e pediu a oração e a ajuda dos irmãos no caminho a seguir.
Na última sessão da tarde, a Assembleia capitular trabalhou, em conjunto, na primeira parte das propostas dos grupos e comissões, sobre os temas de Identidade e Formação. A apresentação foi feita pelo chefe da Comissão Capitular, Frei Lawrence Hayes, e o debate foi facilitado pelo Moderador do Capítulo, Frei Cesare Vaiani. O debate sobre a identidade abrangeu as áreas da vida fraterna, as expressões minoritárias, a interculturalidade, a relevância e a unidade. As contribuições para o debate sobre a formação versaram sobre a importância do acompanhamento nas crises e sobre as nossas áreas de formação comum, humana, social, missionária, pastoral, de liderança, etc. Ênfase especial foi colocada na igualdade fraterna, especialmente entre irmãos leigos e clérigos.
Depois das Vésperas, os capitulares realizaram um jantar festivo na praça em homenagem ao novo Ministro Geral.
FREI FUSARELLI: A SERVIÇO DA IGREJA APRENDENDO COM OS “PEQUENOS”
“Que o seráfico Pai São Francisco seja de encorajamento na guia dos seus frades”: estes são os votos do Papa Francisco ao frei Massimo Giovanni Fusarelli, eleito novo ministro-geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores para os próximos seis anos (2021-2027). Em uma mensagem de congratulações enviada ao frade, o Pontífice o felicitou assim que soube da notícia de sua eleição, assegurando-lhe suas orações e a sua bênção. O Frei Fusarelli soube da mensagem do Papa através de nosso portal.
Frei Fusarelli, como o sr. recebeu a mensagem do Papa sobre sua nomeação?
Bem, foi uma grande surpresa, fiquei sabendo pelo Vatican News, portanto pela mídia do Vaticano, antes que chegasse aqui. Chegou-nos ao vivo, trazendo consolo e apoio. Primeiro para mim porque era pessoal. Poucas palavras, mas muito verdadeiras... Digamos, não eram palavras burocráticas. Para todos nós aqui no Capítulo, foi um sinal de atenção, de cuidado, que nos faz bem, nos faz sentir em comunhão com o Papa, com a Igreja universal e também prontos para responder ao chamado da Igreja para sair de nossos lugares e anunciar o Evangelho em todas as realidades em que nos encontramos. Estamos presentes em cerca de 60 países ao redor do mundo, e aqui nos pedem para ir além, de mil maneiras diferentes. E o fato de o Papa estar hospitalizado, em recuperação, e que tenha tido este pensamento para nós, nos faz amá-lo ainda mais.
No passado, o sr. dedicou-se particularmente às vítimas do terremoto da região de Abruzzo e também nos subúrbios de Roma, o que esta experiência traz para esse novo cargo ao qual foi chamado?
O que cresceu dentro de mim foi principalmente a ligação com a vida real das pessoas, dos homens e mulheres de hoje, especialmente os que sofrem, os pequenos, os pobres. Este contato com a realidade me ajudou a crescer. Trago comigo também o que o Evangelho de Mateus nos diz, ou seja, que Deus, o Pai, revela seus mistérios aos pequenos, não aos que se creem inteligentes. Pensava nisso esta manhã porque ainda mantenho a escola infantil devido aos contatos ininterruptos com várias dessas pessoas, especialmente em Amatrice e Accumoli, na região de Abruzzo. Nesta escola de crianças eu gostaria de aprender a fazer um serviço como este “de uma pessoa pequena”, ou seja, não de alguém que pensa que pode fazê-lo sozinho ou que tem toda a ciência e inteligência para realizar tal serviço, mas como alguém que permanece aberto. Outra coisa que carrego no coração é também o sentido de compaixão, ou seja, deixar-se tocar pela vida das pessoas, deixar-se às vezes “envolver” pela vida das pessoas, porque isso alarga o coração. Com isto, junto com outras experiências que tive, inclusive internacionais na Ordem, espero poder abrir meu coração e minha mente para as culturas, idiomas e países que terei que visitar e com os quais terei que estar em contato.
Na sua opinião, o que os pequenos aprenderam com sua proximidade? Que na realidade é a proximidade da Igreja...
A sentir a proximidade... Mais do que aprender, eles perceberam que podemos estar próximos, que nós, não tanto a Igreja como uma instituição abstrata, mas como pessoas concretas que vivem o Evangelho e seguem Jesus, e estão próximos deles. Portanto, não sentir a Igreja como uma instituição distante que só aparece em certos espaços ou momentos, mas como uma realidade próxima. Recebi muita desta resposta, e também de várias destas pessoas que não se abriram, de forma declarada, a um caminho de fé, digamos mais institucional, mais organizado; mas é como se uma chama da fé tivesse sido reacendida para uma posterior profissão de fé mais madura. Portanto, a fé, a presença de Deus, é uma realidade que toca minha vida, que está presente, posso acreditar nela, posso confiar-me a ela.
Além das congratulações do Papa, o sr. recebeu alguma em particular das áreas menos frequentadas, um pouco esquecidas, como as das vítimas do terremoto, e dos subúrbios?
Sim, eu recebi muitas ontem à noite. Encontrei-as esta manhã, e várias pareciam dizer: o senhor está lá graças a nós. Gostei disso, isso me fez sorrir porque, com seu orgulho, eles disseram a verdade. Penso que se este serviço agora está maduro para mim é também porque tive este contato, esta partilha de vida. Depois houve outros, especialmente algumas pessoas simples, especialmente avós, que me escreveram: “Deus te protege, não tenhas medo”. Vindo de pessoas que sofreram muito é uma bênção que vale muito, quase tanto quanto uma bênção apostólica. Àqueles que ainda esperam uma palavra e um exemplo de vida dos Franciscanos, hoje, neste mundo, e são muitos, gostaria de dizer: apóiem-nos, ajudem-nos, abram o caminho para que vivamos hoje nossa vocação e a vivamos verdadeiramente.
Hoje seguimos os passos do Papa Francisco, pen-
sando também na encíclica Fratelli tutti que recor-
da o abraço também com um mundo diferente do nosso, em um mundo distante. Esta fraternidade pode realmente guiar seu caminho e o de muitos franciscanos?
É claro. São Francisco já tinha superado as barreiras de seu tempo: dos leprosos, ao mundo muçulmano, dos pecadores, os que estavam longe da Igreja. O Papa Francisco foi além dessas barreiras e lá ele encontrou o caminho do Evangelho. Portanto, esperamos que muitos desses caminhos se abram.
No dia 29 de maio de 1517, quando o Papa Leão X, depois de séculos de controvérsias, produziu a bula “Ite et vos in vineam meam”, com a qual sancionou a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. Esses últimos se tornaram a Ordem dos Frades Menores e ao superior deles, o Ministro Geral, foi devolvido o antigo selo da Ordem e foi lhe dado o direito de precedência em relação ao superior dos Conventuais.
O século XVI vivia um generalizado clima de reforma religiosa e, aqui, situa-se a “Reforma Capuchinha”, aprovada pelo Papa Clemente VII (1522-1534) em 1528 mediante a bula “Religionis zelus”. Em 1529, o novo ramo franciscano redigiu suas primeiras normas de vida, conhecidas como “Constituições de Albacina”, que foram aperfeiçoadas em 1536 com as novas “Constituições de Santa Eufêmia”.
A partir de 1517, os três ramos da Ordem elegem seus ministros. Esta lista é somente da Ordem dos Frades Menores.
FUNDADOR
Francisco de Assis (1210–1226)
001 Giovanni Parenti (1227–1232) – 1º Ministro Geral 002 Elia de Cortona (1232–1239) – 2º Ministro Geral 003 Alberto de Pisa (1239–1240) – 3º Ministro Geral 004 Haymo de Faversham (1240–1243) – 4º Ministro Geral 005 Crescenzio de Jesi (1244–1247) – 5º Ministro Geral 006 Giovanni de Parma (1247–1257) – 6º Ministro Geral 007 Boaventura de Bagnoregio (1257–1274) – 7º Ministro Geral 008 Girolamo Masci d’Ascoli (1274–1279), mais tarde Papa Nicolau IV – 8º Ministro Geral 009 Bonagrazia de Bolonha (1279–1285) – 9º Ministro Geral 010 Arlotto de Prato (1285–1287) – 10º Ministro Geral 011 Matteo d’Acquasparta (1287–1289) – 11º Ministro Geral 012 Raimondo Gaufridi (1289–1295) – 12º Ministro Geral 013 Giovanni de Murrovalle (1296-1304) – 13º Ministro Geral 014 Gonsalvus Hispanus (1304–1313) – 14º Ministro Geral 015 Alessandro B.de Alessandria (1313–1314) – 15º Ministro Geral 016 Miguel de Cesena (1316-1328) – 16º Ministro Geral 017 Geraldo Ot (1329–1342) – 17º Ministro Geral 018 Fortanier de Vassal (1343–1348) – 18º Ministro Geral 019 Guillaume Farinier (1348–1357) – 19º Ministro Geral 020 Juan Bouchier (1357–1358) – 20º Ministro Geral 021 Marco de Viterbo (1359–1366) – 21º Ministro Geral 022 Thommaso de Frignano (1367–1372) – 22º Ministro Geral 023 Leonardo Rossi (1373-1378) – 23º Ministro Geral
Durante o Grande Cisma, os seguintes ministros gerais conduziram a Ordem na obediência romana:
024 Ludovico Donati da Venezia (1379–1383) – 24º Ministro Geral 025 Pietro da Conzano (1383–1384) – 25º Ministro Geral 026 Martino Sangiorgio de Rivarolo (1384–1387) 027 Enrico Alfieri (1387-1405) – 27º Ministro Geral 028 Antonio Vinitti de Pereto (1405-1408) – 28º Ministro Geral 029 Antonio da Cascia (1410–1415) – 29º Ministro Geral (no primeiro ano Vigário Geral) Antonio Vinitti de Pereto (1415–1420) – segundo compromisso
Ao mesmo tempo, o seguinte presidiu a Ordem de obediência de Avignon:
Angelo di Spoleto (1379-1391) John Chevegneyo (1391-1402) Giovanni Bardolini (1403-1417)
Após a conclusão do cisma, a Ordem foi reunida sob Antonio Vinitti.
030 Angelo Salvetti (1421-1424) – 30º Ministro Geral 031 Antonio da Massa Marittima (1424–1430) – 31º Ministro Geral 032 Guglielmo da Casale (1430–1442) – 32º Ministro Geral 033 Antonio Rusconi (1443–1449) – 33º Ministro Geral 034 Angel Cristofori del Toscano (1450–1453) – 34º Ministro Geral 035 Jacob Bassolini (1454–1457) – 35º Ministro Geral 036 Jaime Zarzuela (1458–1464) – 36º Ministro Geral
037 Francesco della Rovere (1464-1469) – 37º Ministro Geral, mais tarde Papa Sisto IV. 038 Zanetto de Udine (1469-1475) – 38º Ministro Geral 039 Francesco Nanni (1475-1499) – 39º Ministro Geral 040 Egidio Delfini de Amelia (1500-1506) – 40º Ministro Geral 041 Rainaldo Graziani de Cotignola (1506-1510) – 41º Ministro Geral 042 Filippo Porcacci de Bagnacavallo (1510–1511) – 42º Ministro Geral 043 Bernardino Prati (1511–1517) – 43º Ministro Geral (no primeiro ano como Vigário geral)
Ministros Gerais dos Frades Menores (OFM)
A partir desta data, depois de séculos de controvérsias, produziu a bula “Ite et vos in vineam meam”, com a qual sancionou a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. 044 Cristoforo Numai (1517–1518) – 44º Ministro Geral 045 Francesco Lichetto (1518–1520) – 45º Ministro Geral 046 Paolo da Soncino (1520-1523) – 46º Ministro Geral (no primeiro ano como Vigário geral) 047 Francisco de Quiñones (1523–1527) – 47º Ministro Geral 048 Paolo Pisotti (1529-1533) – 48º Ministro Geral 049 Vincenzo Lunello (1535–1541) – 49º Ministro Geral 050 Giovanni Matteo de Calvi (1541–1547) – 50º Ministro Geral 051 Andreas Alvarez (1547–1553) – 51º Ministro Geral 052 Clemente d’Olera (1553–1557) – 52º Ministro Geral 053 Francisco Zamora de Cuenca (1559-1565) – 53º Ministro Geral 054 Aloisio Pozzi da Borgonuovo (1565-1571) – 54º Ministro Geral 055 Christopher de Chaffontaines (1571-1579) – 55º Ministro Geral 056 Francesco Gonzaga (1579–1587) – 56º Ministro Geral 057 Francesco de Tolosa (1587–1593) – 57º Ministro Geral 058 Boaventura Secusi da Caltagirone (1593-1600) – 58º Ministro Geral 059 Francesco Susa de Toledo (1600–1606) – 59º Ministro Geral 060 Arcangelo Gualterio de Messina (1606–1612) – 60º Ministro Geral 061 Juan Hierro (1612-1613) – 61º Ministro Geral 062 Benigno de Genova (1618–1625) – 62º Ministro Geral 063 Bernardino de Senna (1625-1631) – 63º Ministro Geral 064 Giovanni Battista Visco (1633-1639) – 64º Ministro Geral 065 Juan Marinero de Madrid (1639-1645) – 65º Ministro Geral 066 Giovanni Mazzara, 1645-1648 – 66º Ministro Geral 067 Pedro Manero (1651-1655) – 67º Ministro Geral 068 Michaelangelo Bonadies de Sambuca/Sicília (1658–1664) – 68º Ministro Geral 069 Ildefonso Salizanes (1664-1670) – 69º Ministro Geral 070 Francesco Maria Rini (1670–1674) – 70º Ministro Geral 071 Francesco Maria Nicolis (1674-1676) – 71º Ministro Geral 072 José Ximenes Samaniego (1676-1682) – 72º Ministro Geral 073 Pier Marini Sormani (1682-1688) – 73º Ministro Geral 074 Marcos de Zarzosa (1688-1690) – 74º Ministro Geral 075 Juan Aluin (1690-1694) – 75º Ministro Geral 076 Boaventura Poerio de Taverna (1694–1697) – 76º Ministro Geral 077 Matteo de Santo Stefano (1697–1700) – 77º Ministro Geral 078 Luis Torres (1700-1701) – 78º Ministro Geral 079 Ildefonso Biesma (1702–1716) – 79º Ministro Geral 080 José Garcia (1717–1723) – 80º Ministro Geral 081 Lorenzo Cozza de S. Lorenzo (1723–1726) – 81º Ministro Geral 082 Matteo Basile de Parete (1727–1729) – 82º Ministro Geral 083 Juan Soto de Valladolid (1729-1736) – 83º Ministro Geral 084 Juan Bermejo (1736-1740) – 84º Ministro Geral 085 Gaetano Politi de Laurino (1740-1744) – 85º Ministro Geral 086 Rafaello Rossi de Lugagnano (1744–1750) – 86º Ministro Geral 087 Pedro Juanete de Molina (1750-1756) – 87º Ministro Geral 088 Clemente Guignoni de Palermo (1756–1762) – 88º Ministro Geral 089 Pedro Juanete de Molina (1762-1768) – 89º Ministro Geral (segunda nomeação) 090 Pasquale Frasconi de Varese (1768-1791) – 90º Ministro Geral 091 Joaquim Company i Soler (1792-1806) – 91º Ministro Geral 092 Ilario Cervelli de Montemagno (1806-1814) – 92º Ministro Geral 093 Gaudenzio Patrignani e Coriano (1814-1817) – 93º Ministro Geral 094 Cirilo Alameda e Brea (1817-1824) – 94º Ministro Geral 095 Giovanni Tecca de Capestrano (1824–1830) – 95º Ministro Geral 096 Luis Iglesias (1830-1834) – 96º Ministro Geral 097 Bartolome Altemir (1835-1838) – 97º Ministro Geral 098 Giuseppe Maria Maniscalco (1838-1844) – 98º Ministro Geral 099 Luigi Flamini de Loreto (1844-1850) – 99º Ministro Geral 100 Venanzio Metildi de Celano (1850-1856) – 100º Ministro Geral 101 Bernardino Trionfetti de Montefranco (1856-1832) – 101º Ministro Geral 102 Rafaele Lippi de Pontecci Marconi (1862-1869) – 102º Ministro Geral 103 Bernardino dal Vago da Portogruaro (1869-1889) – 103º Ministro Geral 104 Luigi de Parma (1889-1897) – 104º Ministro Geral 105 Aloysius Lauer (1897–1901) – 105º Ministro Geral 106 Dionysius Schüler (1903-1911) – 106º Ministro Geral 107 Pacifico Monza (1911–1915) – 107º Ministro Geral 108 Serafino Cimino de Capri (1915–1921) – 108º Ministro Geral 109 Bernardino Klumper (1921-1927) – 109º Ministro Geral 110 Boaventura Marrani (1927–1933) – 110º Ministro Geral 111 Leonardo Bello (1933–1944) – 111º Ministro Geral 112 Valentin Schaaf (1945–1946) – 112º Ministro Geral 113 Pacífico Perantoni (1947–1952) – 113º Ministro Geral 114 Augostino Sépinski (1952–1965) – 114º Ministro Geral 115 Constantino Koser (1965–1979) – 115º Ministro Geral 116 John Vaughn (1979–1991) – 116º Ministro Geral 117 Hermann Schalück (1991–1997) – 117º Ministro Geral 118 Giácomo Bini (1997–2003) – 118º Ministro Geral 119 José Rodríguez Carballo (2003-2013) – 119º Ministro Geral 120 Michael Anthony Perry (2013-2021) – 120º Ministro Geral
ELEIÇÃO NO 12º DIA
O CHILENO FREI ISAURO LINFATI É ELEITO VIGÁRIO GERAL
O 12º dia do Capítulo Geral (14/7) começou com a eleição do Vigário Geral. Os 116 frades capitulares escolheram o chileno Frei Isauro Ulises Covili Linfati para o serviço de Vigário da Ordem dos Frades Menores. Ele é o Ministro Provincial da Província do Espírito Santo do Chile. Ao lado do Ministro Geral, ele animará a Ordem no sexênio de 20212027.
Frei Isauro é natural de Lumaco, Diocese de Temuco, onde nasceu no dia 22 de março de 1961, filho de Pablo e Cecília Linfati. Ingressou no Noviciado dos Frades Menores em 16 de julho de 1981 e professou temporariamente em 16 de janeiro de 1983. Fez a Profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores em 20 de março de 1987 e foi ordenado sacerdote no dia 23 de novembro de 1990, na Igreja São Francisco da Alameda de Dom Carlos Oviedo Cavada, junto com seus confrades Claudio Salgado e Jorge Guajardo.
Frei Isauro foi eleito Ministro Provincial no dia 16 de outubro de 2016 para o sexênio de 2017-2022. Na ocasião, ele era pároco em “São José Operário” do setor La Antena e Vigário Provincial da Província chilena.
Frei Isauro tem pautado sua vida por uma evangelização inclusiva e transformadora. Viveu durante oito anos em uma fraternidade de inserção numa zona periférica de Santiago e durante dez anos trabalhou como membro da entidade de não violência Sebastián Acevedo (ações nas ruas), contra a tortura em tempos de Augusto Pinochet; e foi membro de um grupo de formação contra a impunidade no início dos anos 90.
Frei Isauro também dividia o tempo na animação do serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) e na Pastoral Vocacional. No seu currículo, foi moderador da Formação Permanente, secretário da Formação Inicial na Província e na Conferência do Cone Sul; foi Visitador Geral da Província de São Francisco Solano do Peru e da Província de São Pedro e São Paulo no México; foi Definidor Provincial, Vigário Provincial e participou do Conselho Plenário da Ordem em 2018.
14/07 | 12º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL FREI ISAURO PEDE O “EVANGELHO NO CENTRO DE NOSSA EXISTÊNCIA”
A Assembleia Capitular começou com a leitura de uma mensagem de felicitações e bênçãos do Santo Padre ao novo Ministro Geral. Posteriormente, teve início a eleição do Vigário Geral. Frei Isauro Ulises Covili Linfati, Ministro Provincial da Província do Espírito Santo do Chile, foi declarado o novo Vigário Geral da Ordem dos Frades Menores.
Frei Isauro trabalhou anteriormente nas áreas de formação, pastoral, animação fraterna e liderança em sua Província. Em seu primeiro discurso aos Capitulares, Frei Isauro compartilhou a experiência de sua família, que era formada por agricultores pobres e imigrantes. Ele falou da importância para nós, como franciscanos, de ter o Evangelho no centro de nossa existência ao longo do contínuo caminho da peregrinação da vida, enquanto ouvimos e aprendemos com aqueles que nos rodeiam, especialmente os necessitados, e enquanto “encorajamos os corações dos irmãos para construir a fraternidade ao nosso redor”.
Depois da eleição do Vigário Geral, foram realizadas votações consultivas para os 8 membros do Definitório Geral em preparação para a eleição dos oito novos Definidores, que acontecerá no dia 15 de julho. O resto do dia de trabalho consistiu na apresentação e discussão em Assembleia das propostas dos grupos e das Comissões.
Sobre o tema da Missão Evangelizadora, os comentários dos capitulares versaram sobre as áreas da teologia missionária franciscana, a pastoral tradicional e evangelização extraordinária, o espírito de sinodalidade e a colaboração com os leigos, compromisso com os jovens, implantação da Igreja, a Ratio Evangelizationis, a evangelização pós-pandêmica, projetos missionários e idoneidade dos missionários, cuidado e acompanhamento dos imigrantes, JPIC, coordenação dos diversos departamentos e secretarias. Foi feito um comentário sobre Estruturas, para incluir a criação de uma comissão para a proteção de pessoas vulneráveis.
Em relação à Economia Fraterna, foram feitos comentários sobre a transparência e responsabilidade financeira das Entidades, o tratamento dos abusos de fundos, a sustentabilidade financeira e o apoio a projetos de captação de recursos, a formação financeira dos ecônomos e visitadores, os investimentos éticos e ecológicos e o diálogo fraterno sobre questões financeiras. Foram abordadas propostas sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis, incluindo a questão da formação de nossos colaboradores leigos.
Para encerrar a última sessão, Frei Francesco Patton compartilhou com a Assembleia a experiência dos frades da Custódia da Terra Santa. Sublinhou a realidade da Custódia da Terra Santa como missão da Ordem, com a esperança de que cada Entidade tenha pelo menos um frade presente na Custódia da Terra Santa, incluindo frades em formação inicial e frades empenhados nos estudos bíblicos e outros. O Custódio da Terra Santa falou também dos sofrimentos e da diminuição do número de cristãos na Custódia, que inclui a Síria e o Líbano.
E para os capitulares reunidos em assembleia, foi exibido um pequeno vídeo sobre a Terra Santa.
ELEIÇÃO NO 13º DIA FREI CÉSAR KÜLKAMP É ELEITO DEFINIDOR GERAL PARA A AMÉRICA LATINA
No dia 15 de julho de 2021, quando a Ordem dos Frades Menores celebrava a festa litúrgica de São Boaventura de Bagnoregio (12171274) e a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebrava seus 346 anos de existência, o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, foi eleito, com 91 votos (dos 116 votantes) para servir como Definidor Geral para a América Latina.
Foram eleitos, além de Frei César, mais 7 Definidores que vão representar a Ordem dos Frades Menores mundialmente, com a seguinte definição:
Ministro Geral:
Frei Massimo Fusarelli
Vigário Geral:
Frei Isauro Ulises Covili Linfati
Definidor para América Latina
Frei César Külkamp e Frei Joaquin Echeverry
Definidor para África/Oriente Médio
Frei Victor Luis Quematcha
Definidor para Ásia/Oceania
Frei John Wong
Definidor para Europa Central
Frei Albert Schmucki
Definidor para Europa Anglófona
Frei Jimmy Zammit
Definidor para Região Ibérica/Itália/Albânia
Frei Cesare Vaiani
Definidor para Região Eslávica
Frei Konrad Cholewa
Frei César é natural de Ituporanga, onde nasceu no dia 26 de maio de 1969. É filho de Reinilda e Fredolino Külkamp. Vestiu o hábito franciscano na Ordem dos Frades Menores em 11 de janeiro de 1988 e se tornou professo solene em 24 de setembro de 1993. Foi ordenado presbítero no dia 16 de dezembro de 1995.
Frei César formou-se em Filosofia, pelo Instituto Filosófico São Boaventura e Universidade São Francisco, e Teologia, pelo Instituto Teológico Franciscano (ITF) e Pedagogia na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), títulos obtidos em 1995. Depois concluiu, em 2000, o mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a pós-graduação em Administração de Empresas pela Faculdade Getúlio Vargas.
Aos 52 anos, Frei César tem uma história de dedicação à educação e à formação religiosa franciscana. Tanto que assumiu a direção pedagógica do Colégio “Canarinhos” de Petrópolis em 1994, onde ficou até o final de 2000. No final deste ano, foi
transferido para Agudos, onde assumiu como reitor e orientador o Seminário Santo Antônio. Em 2003 foi eleito para o primeiro mandato como Definidor (2004-2006), assumindo também a função de secretário para a Formação e Estudos e vice-mestre no Postulantado Frei Galvão (Guaratinguetá).
No Capítulo Provincial de 2006, foi reeleito Definidor para o triênio 2007-2009.Em 2007, fez o curso de formadores da OFM, no mês de maio, em Roma, e deste ano até 2010, foi Secretário de Formação da CFMB. Acumulou as funções de guardião da Fraternidade de Rondinha e Secretário para a Formação e Estudos. Mas no Capítulo de 2009, ele seria mais uma vez confirmado como Definidor até o ano de 2012, também acumulando a função de Secretário para a Formação e Estudos e Mestre para os professos temporários no tempo de Teologia em Petrópolis.
No Capítulo de 2012, Frei César continuou como Secretário para a Formação e Estudos, assumindo também como guardião da Fraternidade do Sagrado, em Petrópolis. Foi Visitador Geral da Custódia Franciscana das Sete Alegrias em 2010 e 2014 e Secretário de Evangelização da CFMB de 2015 a 2018. Voltou a ser Visitador Geral, desta vez da Custódia São Benedito da Amazônia em 2016.
Em 2016 foi eleito novamente Definidor, mas ficou por pouco tempo no cargo, pois foi eleito Vigário Provincial. O Vigário anterior, Frei Evaristo Spengler, fora nomeado bispo. Frei César também desempenhou a função de Secretário da Evangelização antes de ser eleito Ministro Provincial, no Capítulo Provincial de 2018. Neste mesmo ano, em julho, Frei César foi eleito presidente da Conferência Brasileira dos Frades Menores, mandato que terminou no começo de julho de 2021.
Frei César é nomeado Visitador da Província da Imaculada
O novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli, nomeou no dia 21 de julho, Frei César Külkamp, agora eleito Definidor Geral para a América Latina, para ser o Visitador Geral da Província da Imaculada Conceição do Brasil, que estará em Capítulo Provincial, previsto para o próximo mês de novembro.
Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella a nomeação veio por causa de um pedido do Definitório Provincial em vista da eleição de Frei César como Definidor Geral. “Uma vez que o nosso Capítulo passa a ter a missão de eleger o próximo Ministro Provincial e precisa, necessariamente, de receber a Visita Canônica e como Frei César já tinha iniciado este trabalho, o Definitório Provincial achou por bem que ele prosseguisse, assim poderíamos manter basicamente o planejamento que temos até agora para o nosso Capítulo”, explicou Frei Medella.
Segundo as Constituições Gerais, em nome do Ministro Geral, o Visitador vai até as fraternidades para: conversar com cada um dos frades; conhecer as suas condições; examinar as iniciativas; fomentar as atividades; promover o espírito de fraternidade; admoestar e confortar a cada um dos frades segundo a Regra e corrigir-los em nome e com a autoridade do Ministro Geral (cf. CCGG Art. 213 e RB 10,1, RnB 4,2)”.
No próximo dia 4 de agosto, Dia do Padre e de São João Maria Viannney, o Definitório Provincial se reúne com a missão de eleger o Ministro Provincial que vai exercer esse serviço até o
Capítulo Geral 2021Capítulo Provincial. | COMUNICAÇÕES | 401
ÁSIA
Frei John Wong
Frei John Wong é natural da Malásia, onde nasceu no dia 3 de julho de 1966. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores no dia 29 de novembro de 1999 e foi ordenado presbítero no dia 2 de dezembro de 2000.
De 1985 e 1991 estudou Arquitetura na Universidade Nova Gales do Sul, na Austrália, e lecionou Inglês para estrangeiros.
De 1994 a 1995, ingressou no Postulantado e Noviciado, em Cingapura. Neste mesmo país, fez Filosofia e Teologia (19962000). Ingressou no Curso de Formadores Franciscanos (20042005) no Franciscan International Study Centre (Canterbury, Reino Unido).
Foi eleito Custódio, de 2010-2019, da Custódia de Santo Antônio (Malásia-Cingapura-Brunei); de 2012-2019, esteve também à frente da Conferência de Superiores Maiores Religiosos (Malásia-Singapura-Brunei), como Secretário (20122014) e Presidente (2014-2019); membro da Comissão Geral OFM para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso (2018-2021); Visitador Geral na Província Franciscana de São Francisco do Vietnã (2019-2020); Vice-Secretário Geral do Capítulo OFM 2021; além de fazer parte da Comissão Geral da Ordem para a Fundação de São Francisco de Assis em Mianmar; e presidir a Comissão Geral para a Fundação de Santa Maria dos Anjos na Tailândia.
EUROPA CENTRAL
Frei Albert Schmucki
Frei Albert Schmucki nasceu em Degersheim (Suíça), no dia 20 de julho de 1963. Fez sua profissão simples em 1989 e recebeu a ordenação sacerdotal em 1992. Após seus estudos teológicos na Suíça e em Roma, obteve o doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma (PUA). À frente de seu serviço, no contexto da formação inicial, obteve a Licenciatura em Psicologia (Pont. Univ. Gregoriana).
Na Custódia Suíça ocupou os cargos de guardião, definidor, vice-mestre do noviciado e Secretário para a Formação e os Estudos. De 2000 a 2006 foi coordenador das secretarias de Formação e Estudos do Congresso Cotaf.
De 2011 a 2019, foi membro da comissão científica “Fidelidade e perseverança” da Cúria Geral OFM.
De 2006 a 2017 foi co-moderador do Master (agora Diploma) Formação em Vida Consagrada no Instituto Franciscano de Espiritualidade (PUA). Ele ofereceu vários cursos no campo psicopedagógico, atuando como Vice-Reitor do mesmo Instituto até 2020. Fala os idiomas: alemão, italiano, inglês, francês.
AMÉRICA LATINA
Frei Joaquín Echeverry
Frei Joaquín Echeverry, da Província Franciscana de Santa Fé, Colômbia, nasceu no dia 26 de fevereiro de 1955. Ele faz parte da Fraternidade dos Frades das Obras Sociais do Santo Irmão Pedro. Foi Diretor do Colégio Franciscano Pio XII. Frade que se destaca pela vocação e pelo serviço, mostrando os valores franciscanos.
Ele luta pelas crianças com deficiência, para que sejam aceitas em qualquer estabelecimento, dando-lhes não só terapias e carinho, mas também a oportunidade de se desenvolverem e se defenderem.
IBÉRIA, ITÁLIA E ALBÂNIA Frei Cesare Vaiani
Frei Cesare Vaiani, nascido em Milão em 20 de outubro de 1954, ingressou na Ordem dos Frades Menores, na Província da Lombardia “São Carlos Borromeu”, em 14 de setembro de 1974. Fez a
profissão temporária no convento de San Damião, em Assis, em 17 de setembro de 1975 e a profissão solene no convento de Santo Ângelo, de Milão, em 22 de abril de 1979. Foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Carlo Maria Martini no Duomo de Milão, em 14 de junho de 1980.
Ele obteve o diploma de bacharel em Teologia na Faculdade de Teologia do Norte da Itália em 1979, a Licenciatura em Teologia (seção Dogmática) do PUA de Roma em 1981, a Licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, em 1989, e um doutorado em Teologia Espiritual na Faculdade de Teologia da Itália Norte em 29 de setembro de 2011.
Na Província ocupou os cargos de Vigário local (1983-85; 200009), Guardião (1988-91; 1994-2000; 2009-2016), Assistente do Oratório (1982-83), Vigário de Paróquia (1988-91), Mestre de Noviços (1981-82), Reitor do Colégio Seráfico de Saiano (1983-85), Diretor da Biblioteca Franciscana de Milão (1985-88; 2000-03), Definidor provincial (1991-94; 1997-2000; 2007-2013), Secretário para a Formação e Estudos (1991-97), Responsável pela formação aos ministérios (1994-2000), Moderador para a Formação Permanente (2003-2013) e responsável pelos frades professos solenes com menos de dez anos de profissão / “Menores de dez” (2007-2013).
Professor de filosofia no Colégio Teológico dos Salesianos de Nave (BS) (1984-86) e no Liceu Luzzago em Brescia (1991-2000). Professor de Teologia da Vida Religiosa na Escola de Teologia de Brescia USMI (1983-85), na Escola de Formação Intercongregacional para Noviços em Milão (1986-90), na Faculdade de Teologia do Norte da Itália e no Estudo Teológico San Bernardino dos Frades Menores em Verona (desde 1989), da qual foi Vice-Reitor de 1997 a 2000. Professor de Teologia Espiritual e Franciscana no Estudo Teológico dos Frades Capuchinhos de Milão (1987-89), na Universidade Católica de Milão (1989-94), na Faculdade de Teologia do Norte da Itália; Vice-assistente central do Instituto Secular dos Missionários da Realeza (ISM) (1997-2001), Assistente Central de 2001 a 2015.
Em 2015 foi nomeado Secretário-Geral para a Formação e Estudos da Ordem dos Frades Menores.
ESLÁVICA
Frei Konrad Cholewa
Frei Konrad Grzegorz Cholewa nasceu em 23 de julho de 1981, em Sucha Beskidzka (Polônia). Após o exame do ensino médio em 2001, ingressou na Ordem dos Frades Menores, na Província da Imaculada Conceição da Beata Virgem Maria, na Cracóvia. Depois do postulantado e noviciado, ele começou seus estudos filosóficos e teológicos em Kalwaria Zebrzydowska. Em 2006, fez seus votos solenes e em 2008 foi ordenado sacerdote. Depois disso, por dois anos exerceu o ministério pastoral no convento e na paróquia em Tęczyca (no centro da Polônia) e trabalhou como professor de religião no colégio.
De 2010 e 2013, ele completou a Licenciatura de Espiritualidade franciscana na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma. Em 2013 foi nomeado vice-reitor e vice-mestre de estudantes em Kalwaria e Vigário da Fraternidade do Seminário Maior. Então ele continuou seus estudos de Doutorado na Pontifícia Universidade João Paulo II em Cracóvia, concluídos com a tese de doutoramento sobre o tema da Formação Permanente em Documentos Pós-conciliares da Ordem dos Frades Menores.
Foi eleito Definidor de sua Província em 2017 e reeleito em 2020. Desde 2017 é o guardião da Fraternidade e guardião do Santuário em Kalwaria Zebrzydowska, o maior santuário da Província e um dos centros de peregrinação mais populares na Polônia.
ÁFRICA/ORIENTE MÉDIO
Frei Victor Luis Quematcha
Nascimento: 27 de abril 1967 Ingresso no Noviciado: 17 de setembro de 1990 Profissão simples: 17 de setembro de 1991 Profissão Solene: 30 de agosto 1997 Ordenação presbiteral: 2 de maio de 1998 Frade da Província Santo Antônio dos Frades Menores – Itália
Nascido na Guiné-Bissau, Frei Victor é pároco e custódio dos Frades Franciscanos da Custódia de São Francisco na Guiné Bissau, dependente da Província veneziana de Santo Antônio de Pádua. Foi mestre dos Professos Temporários e Noviços, e Reitor do Seminário Menor.
Antes de entrar para a Ordem dos Frades Menores, foi professor de Teologia Moral no seminário maior de Bissau e membro do Conselho Presbiteral e consultor da Diocese de Bissau.
Ele é o responsável pelo Hospital Cumura e, portanto, por todos os frades envolvidos no projeto.
ANGLÓFONA
Frei Jimmy Zammit
Idade: 65 anos Professo solene: 47 anos Sendo de família maltesa, nascido no Canadá, Frei Jimmy vive na Província da Imaculada Conceição Bacharel em Filosofia pelo St. John’s Seminary, Arquidiocese de Boston, EUA Teologia concluída no INSERM, Instituto de Comunidades Religiosas em Malta Concluiu o Mestrado em Teologia na University of St Michael’s College, diploma emitido em conjunto com a Universidade de Toronto. Frei Jimmy foi Ecônomo Geral de 1997-2003 2003-2012 Pároco na Paróquia Imaculada Conceição, Toronto 2012-2019 Pároco na Paróquia de São Francisco de Assis, Toronto 2019-2020 Mestre na Formação para Professos Simples, Convento São Francisco, Roma
15/07 | 13º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL DIA INTENSO TERMINA NA BASÍLICA SÃO JOÃO DO LATRÃO
Neste dia aconteceu a eleição dos membros do Definitório Geral para o período de 2021-2027 no Capítulo Geral. Os novos Definidores gerais eleitos são: Frei Victor Quematcha (África), Frei John Wong (Ásia-Oceania), Frei Jimmy Zammit (Anglófona), Frei Albert Schmucki (Europa Central), Frei Cesare Vaiani (Ibéria-Itália-Albânia), Frei Konrad Cholewa (eslavo), e os Freis Joaquín Excheverry e César Kulkamp (América Latina).
A Assembleia se reuniu à tarde para uma apresentação e esclarecimento sobre a proposta de revisão dos Estatutos Gerais com a intervenção de Frei Aidan McGrath. Os artigos específicos examinados incluíram a estrutura e governo da Ordem, as novas missões, os assuntos administrativos e a proteção de menores e adultos vulneráveis. Em particular, foi esclarecido que o termo ‘adultos vulneráveis’ se baseia no Motu Proprio de 2019, Vos Estis Lux Mundi. Essas propostas foram submetidas à votação para aprovação ser parte das leis que regem a vida da Ordem.
No final da sessão da tarde, os irmãos presentes no Capítulo foram à Basílica de São João do Latrão para a oração da noite, presidida por Frei Isauro Covili Linfati, novo Vigário Geral da Ordem. Seguiu-se o jantar no pátio do Vicariato da Basílica.
16/07 | 14° DIA Z BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL “SOMOS UMA FAMÍLIA E QUEREMOS SENTIR-NOS CADA VEZ MAIS ORIENTADOS NESTE SENTIDO”
Na manhã deste dia, o Capítulo Geral recebeu uma comunicação escrita do Santo Padre, que estendeu a sua saudação e deu uma mensagem inspiradora aos Capitulares e aos irmãos da Ordem em todo o mundo.
Prosseguiu o processo de votação em assuntos jurídicos, em particular relacionados aos casos de improbidade. Frei Lawrence Hayes, da Comissão de Propostas Capitulares, apresentou projetos de orientações e mandatos sobre nossa identidade franciscana, vida fraterna e solidariedade, formação, missão e evangelização e JPIC. A discussão que se seguiu incluiu áreas de igualdade e compreensão de novos irmãos que vêm de diversas origens familiares e culturais. Em seguida se votaram as resoluções.
Antes do almoço, os Capitulares foram agraciados com a presença das mais altas autoridades da Família Franciscana, representadas pela Vice-Presidente da CFI-TOR, Irmã María Magdalena Schmitz; o Ministro Geral da OFS, Irmão Tibor Kauser; Ministro Geral da o TOR, Amando Trujillo Cano; Frei Roberto Genuin, dos Frades Menores Capuchinhos; e o Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais, Frei Carlos Alberto Trovarelli. Em particular, Frei Carlos falou da opção preferencial franciscana pela fraternidade. Frei Massimo Fusarelli, eleito Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, afirmou: “Somos uma família e queremos sentir-nos cada vez mais orientados neste sentido para os outros e para o mundo”.
Depois do almoço, a Assembleia conheceu o rascunho da Mensagem Final do Capítulo, apresentada por Frei Daniel Horan, e forneceu seus comentários e contribuições à comissão de redação sobre a mensagem chave e o conteúdo do documento. Os capitulares acolheram também dois novos Definidores gerais, Freio Albert Schmucki para a Europa Central e Frei Konrad Cholewa para a região eslava, vindos respectivamente da Suíça e da Polônia. Freis Julio César Bunader, Tyberiusz Maka, Pedro Zitha e Daniele Feligioni garantiram o almoço dos capitulares.
MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS PARTICIPANTES DO CAPÍTULO GERAL
Queridos irmãos!
Saúdo com afeto a vocês que participam do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores. Um pensamento grato dirijo a Frei Michael A. Perry, que completou seu serviço como Ministro Geral, e ofereço meus melhores votos ao Pe. Massimo Giovanni Fusarelli, que foi chamado para sucedê-lo. Estendo minhas saudações a todas as suas fraternidades espalhadas no mundo.
Por muitos meses, devido à pandemia, nos encontramos vivendo em situações de emergência, isolamento e sofrimento. Esta experiência crítica, por um lado, estimula a todos nós a reconhecer o quanto a nossa vida terrena é um caminho a percorrer como peregrinos e forasteiros, homens e mulheres itinerantes, dispostos a nos livrar de coisas e reivindicações pessoais. Por outro lado, é uma ocasião favorável para intensificar a relação com Cristo e com os irmãos: penso nas suas fraternidades, chamadas a serem humildes presenças proféticas em meio ao povo de Deus e testemunhas para todos de fraternidade e de vida simples e feliz.
Neste momento difícil e complexo, em que corremos o risco de permanecer “paralisados”, apesar de tudo, vocês experimentam a graça de celebrar o Capítulo Geral ordinário, e isso já é motivo de louvor e graças a Deus. Neste Capítulo, vocês propuseram “renovar sua visão, abraçar o futuro”. Orienta-lhes a palavra de São Paulo:
“Desperta… e te iluminará Cristo”. (Ef 5, 14). E uma palavra de ressurreição, que os enraíza na dinâmica pascal, porque não há renovação e não há futuro se não no Cristo Ressuscitado. Com gratidão, portanto, vocês se abrem para acolher os sinais da presença e da ação de Deus e redescobrir o dom do carisma e da sua identidade fraterna e minorítica.
Renovar a própria visão: é assim que aconteceu com o jovem Francisco de Assis. Ele mesmo atesta, contando a experiência que, em seu “Testamento”, coloca no início de sua própria conversão: o encontro com os leprosos, quando «o que era amargo se transformou em doçura de alma e corpo. (Test 1-4). Na raiz de sua espiritualidade é este encontro com os últimos e com os que sofrem, num sinal de “fazer misericórdia”. Deus tocou o coração de Francisco através da misericórdia oferecida ao irmão, e continua a tocar os nossos corações através do encontro com os outros, especialmente com pessoas mais necessitadas. A renovação da sua visão só pode começar a partir deste olhar com o qual contemplar o irmão pobre e marginalizado, sinal quase sacramental de presença de Deus.
Deste olhar renovado, desta experiência concreta de encontro com o próximo e com suas feridas, pode nascer energia renovada para olhar para o futuro dos irmãos e dos menores, como são vocês, segundo o belo nome de “frades menores”, que São Francisco escolheu para si e para vocês.
A força renovadora da qual necessitam provem do Espírito de Deus, daquela “santa operação” (Regra Bulada 10, 8) que é o sinal inequívoco de sua ação. Esse espírito, que transformou em doçura da alma e do corpo a amargura do encontro de Francisco com os leprosos, ainda opera hoje para dar novo frescor e energia a cada um de vocês, se se deixarem provocar pelos últimos de nosso tempo. Os encorajo a ir ao encontro dos homens e mulheres que sofrem tanto na alma como no corpo, para oferecer a sua presença humilde e fraterna, sem grandes discursos, mas fazendo sentir a sua proximidade de frades menores. Para ir em direção a uma criação ferida, a nossa casa comum, que sofre com a exploração distorcida dos bens da terra para o enriquecimento de alguns, enquanto são criadas condições de miséria para muitos. Para ir em direção como homens de diálogo, tentando construir pontes no lugar de muros, oferecendo o dom da fraternidade e da amizade social em um mundo que luta para encontrar a rota de um projeto comum. Ir como homens de paz e de reconciliação, convidando aqueles que semeiam ódio, divisões e violência à conversão do coração, e oferecendo esperança às vítimas que nascem da verdade, da justiça e do perdão. Destes encontros, vocês receberam um impulso para viver mais e mais plenamente o Evangelho, segundo a palavra que é o seu caminho: “A vida e a Regra dos Frades Menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (Regra Bulada, 1, 1).
Enquanto em boa parte da Ordem se enfrenta os desafios do declínio numérico e envelhecimento, não deixem que a ansiedade e o medo lhes impeçam de abrir corações e mentes para a renovação e para revitalização que o Espírito de Deus desperta em vocês e entre vocês. Tendes um legado espiritual de uma riqueza inestimável, enraizada na vida evangélica e caracterizada pela oração, fraternidade, pobreza, minoridade e itinerância. Não esqueçam que um olhar renovado, capaz de se abrir ao futuro de Deus, o recebemos da proximidade com os pobres, com os últimos da escravidão moderna, com os refugiados e os excluídos deste mundo. Eles são seus professores. Deveis abraçá-los como fez São Francisco!
Queridos irmãos, que o Altíssimo, Todo-Poderoso, Bom Senhor os façam ser e tornar-se cada vez mais testemunhas credíveis e felizes do Evangelho; lhes conceda levar uma vida simples e fraterna; os conduza pelas estradas do mundo a semear a semente da Boa Nova com fé e esperança. Por isso, rezo e os acompanho com a minha Bênção. E vocês também, por favor, não esqueçam de rezar por mim. Roma, São João do Latrão, 15 de julho de 2021
FRANCISCO
17/7 | 15º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL OS ÚLTIMOS ENCAMINHAMENTOS DO CAPÍTULO GERAL
Diante das inundações em partes da Alemanha e da Bélgica, o Ministro Geral anunciou que o Capítulo enviará uma mensagem ao Presidente da República Federal da Alemanha e ao Rei dos Belgas como garantia de solidariedade e oração.
A Assembleia concluiu seus trabalhos sobre as Orientações e Mandatos do Capítulo, as emendas aos Estatutos e o Projeto de Mensagem. Além disso, as apresentações do dia incluíram o relatório da Comissão para as Finanças do Capítulo, o Instituto de Espiritualidade Franciscana da Pontifícia Universidade Antonianum, o Hotel e a Fundação Il Cantico e um intercâmbio sobre a presença e missão dos Frades em Marrocos.
Na última noite do Capítulo, foi realizada uma noite de confraternização no Il Cantico, com um jantar ao ar livre no terraço com uma vista espetacular da Cúpula da Basílica de São Pedro.
18/07 - ENCERRAMENTO
MINISTRO GERAL PEDE DIÁLOGO FRATERNO PERMANENTE E APOIO MÚTUO
A Celebração Eucarística de encerramento do Capítulo Geral de 2021, que começou no dia 3 de julho, presidida por Frei Massimo Fusarelli e concelebrada pelos Freis Isauro Covili Linfati e Cesare Vaiani, foi uma celebração de gratidão, fraternidade, diversidade e esperança.
A variedade de línguas oficiais da Ordem, bem como outras línguas adicionais, eram usadas na oração e nos cantos. Antes da bênção final, os capitulares receberam como presente algumas lâmpadas de barro, inspiradas nas antigas lâmpadas de óleo encontradas nas catacumbas romanas, como uma lembrança da passagem bíblica do Capítulo: “Levanta-te ... e Cristo te iluminará!” (Ef 5:14).
O Capítulo foi encerrado com as expressões de gratidão do novo Ministro geral e de Frei Sergio Galdi D’Aragona, Secretário geral do Capítulo, a todos os que fizeram parte deste Capítulo, aos frades que formaram a equipe de governo anterior da Ordem e a todos aqueles que eles assistiram e ajudaram a tornar possível o Capítulo nas situações difíceis do nosso mundo. Expressaram palavras especiais de agradecimento àqueles que apoiaram o Capítulo e à Ordem nos bastidores com seu árduo trabalho, suas orações e bons votos, incluindo as Clarissas e outros irmãos e irmãs religiosos, bem como amigos leigos e colaboradores.
Guardou-se um momento de silêncio pelo segundo vice-Secretário, o saudoso Frei Dexter Toledo, da Província das Filipinas, que faleceu tragicamente poucos meses antes do início do Capítulo.
Frei Massimo concluiu animando a todos os irmãos a permanecerem em um espírito de diálogo fraterno permanente e de apoio mútuo. Ele nos exortou a viver o Evangelho de Jesus, que é o cerne do nosso carisma, com paixão em nossas vidas. “Fazendo assim, dão testemunho ao mundo”.
No domingo à tarde, o novo Ministro Geral e o Vigário Geral fizeram uma peregrinação a Assis para confiar a Ordem ao Senhor, por intercessão de Santa Maria dos Anjos, de São Francisco e de Santa Clara, antes de iniciar os encontros na próxima semana na Cúria Geral da Ordem em Roma.
TODOS OS BOLETINS FORAM PRODUZIDOS PELA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DO CAPÍTULO GERAL
TRECHOS DA MENSAGEM FINAL “RESPONDENDO AO CONVITE DO ESPÍRITO SANTO COMO FRADES MENORES NA IGREJA E NO MUNDO”
No encerramento do Capítulo Geral, no dia 18/7, a Ordem dos Frades Menores divulgou a Mensagem Final, aprovada pelos capitulares ainda no sábado 17/7, que tem o título “Respondendo ao convite do Espírito Santo como Frades Menores na Igreja e no mundo” e a citação: “Conheço meus projetos sobre vocês – oráculo de Javé: são projetos de felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jer 29,11). A mensagem foi divulgada nas línguas oficiais do Capítulo (espanhol, inglês e italiano) e ainda não tem tradução em português.
Os capitulares, nesta mensagem, registram que a Ordem dos Frades Menores é a primeira Ordem religiosa da Igreja Católica Romana que se reuniu e levou a cabo a realização de um Capítulo Geral desde o início da pandemia de Covid-19. Os frades lembraram que o encontro estava originalmente programado para se desdobrar em Manila, nas Filipinas, em maio de 2021. “Portanto, poderíamos dizer que é quase um milagre que pudemos nos reunir em Roma e cumprir fielmente, com segurança e êxito, nossas responsabilidades para com a Ordem e a Igreja. Agradecemos a Deus e aos numerosos irmãos que trabalharam incansavelmente antes e durante o Capítulo Geral para garantir que pudesse ser celebrado”.
Segundo a mensagem, a experiência de poder se reunir em Capítulo “renovou em todos nós o espírito de gratidão pelo dom de nossa vocação fraterna. Todos os irmãos do mundo conheceram a dor da separação e o distanciamento de outras pessoas neste tempo de pandemia. Nós esperamos que tudo isso que vivemos em Roma nestes dias se torne um sinal para todos os irmãos, em nosso desejo comum de nos encontrarmos pessoalmente”.
A mensagem agradece a hospitalidade fraterna e a solidariedade dos Frades Menores Capuchinhos, que gentilmente acolheram os capitulares no Colégio Internacional San Lorenzo de Brindisi. “Estamos profundamente tocados por seu humilde serviço e atenção para conosco. Seu espírito generoso e acolhedor reflete as raízes profundas de nossa fraternidade comum, e ofereceu mais um sinal de esperança de que nosso compromisso compartilhado com a Regra e a Vida de São Francisco nos une uns aos outros, no Espírito Santo”, escreveram.
Segundo a mensagem, durante os quinze dias deste Capítulo Geral, muitos dos temas que começaram no Conselho Plenário da Ordem (CPO) 2018, em Nairóbi, foram trazidos para esta assembleia dos frades e desenvolvidos. “O tema principal do CPO foi a ‘escuta’ do que o Espírito Santo diz à Ordem hoje. Em resposta a esta escuta atenta, os frades souberam reconhecer uma série de convites que Deus está fazendo à Igreja e ao mundo”, diz os capitulares.
“Um dos principais temas que surgiram durante o nosso Capítulo Geral foi a necessidade de renovar nossa identidade franciscana e nossa vida fraterna. Reconhecemos que, como todas as pessoas,
também nos afetam os contextos de mudança de nossas comunidades locais e globais. Como disse o Papa Francisco, ‘não estamos vivendo uma era de mudanças, mas uma mudança de época’, que pode ser vivida pessoalmente e coletivamente como desestabilizador (Papa Francisco, “Encontro com os participantes da Quinta Convenção da Igreja Italiana”, Catedral de Santa Maria del Fiore, Florença, 10 Novembro de 2015). Os membros da Ordem dos Frades Menores não estão imunes a estas mudanças, mas devemos lembrar que nossa vocação é ser ‘peregrinos e estrangeiros’ no mundo (RB 6, 2; Test 24) e, portanto, ser “discípulos missionários” (Evangelii Gaudium, 120) no mundo, mas não partidários do mundo.
Diz a mensagem que a tarefa de renovar a identidade franciscana requer discernimento, estudo, treinamento e ação. “Não podemos pensar que o status quo é suficiente para justificar nosso sentido de autenticidade. O povo de Deus exige mais de nós em virtude de nosso compromisso público de sermos irmãos menores a exemplo de São Francisco. Nunca deveríamos ter medo de ‘recomeçar’, pois, como nos lembra Tomás de Celano, no final de sua vida, São Francisco ‘não considerou que já tivesse alcançado seu objetivo, mas, incansavelmente na busca da santa novidade, esperava constantemente recomeçar” (1Cel 103)”.
Segundo os capitulares, ao longo do Capítulo Geral, confirmaram como é providencial viver durante o Pontificado do Papa Francisco: “O primeiro bispo de Roma a levar o nome de ‘Francisco’, o Santo Padre não só tem um profundo respeito pelo fundador da nossa Ordem, mas também também mostra uma compreensão aguda do carisma franciscano. Reconhecemos que estamos vivendo um ‘momento franciscano’ na vida da Igreja e que o magistério do Papa Francisco – especialmente as encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti – é um desafio e um guia para a ação franciscana no mundo moderno. Não só animamos a todas as fraternidades locais para estudar e orar com esses textos, mas também convidamos todas as entidades da Ordem para utilizá-las como recursos orientadores para a animação concreta da renovação franciscana nos próximos seis anos”.
“Abraçar o nosso futuro significa que caminhamos juntos como irmãos em direção ao desconhecido que temos adiante, chamados por Cristo e inspirados pelo Espírito Santo, como irmãos menores em missão. Devemos também olhar para as partes do mundo onde existem novo crescimento e possibilidades. Essas entidades geralmente precisam de ajuda especial em termos de sustentabilidade”, ensinam os capitulares.
Durante o Capítulo Geral se destacou que nos próximos seis anos a Ordem celebrará uma série de comemorações importantes, que começa este ano com o oitavo centenário da Regra não bulada (12212021). Nos próximos anos, serão celebrados o centenário da Regra Bulada (2023), o Cântico das Criaturas (2025) e o Testamento (2026); momentos históricos importantes, como o Trânsito do Santo Pai Francisco (2026); e eventos regionais importantes, como a chegada de missionários Europeus, incluindo os franciscanos, ao chamado “Novo Mundo” das Américas. “Não queremos perder essas ocasiões como oportunidades de renovação e evangelização”, enfatizam.
“Discutimos a necessidade de revisar as estruturas das entidades da Ordem, tendo sempre presente que o Senhor envia o Espírito não só para “renovar a face da terra” (Salmo 104), mas também para renovar o “rosto da Ordem”. Acreditamos que seja necessário revisar o modo em que nos organizamos em todos os níveis (por exemplo, Cúria geral, Conferências, Províncias, Custódias) para estar seguros de que a forma como nos relacionamos entre nós, em termos de governo da Ordem, serve melhor a nossa missão de acordo com o espírito de solidariedade fraterna. Isso é especialmente importante quando pensamos na colaboração intercultural, interprovincial e internacional e em projetos ministeriais conjuntos”, propõem os capitulares.
Segundo a mensagem, todos esses desenvolvimentos tecnológicos e mudanças na sociedade “nos mostram que é necessário formar em áreas que antes não eram consideradas pela Ordem”, diz a mensagem, citando por exemplo as redes sociais e tecnologia digital, que vêm como uma oportunidade de estabelecer diretrizes que ajudam aos irmãos e outros a navegar no tumultuoso “continente digital” como “discípulos missionários”.
Já no final do texto, um pedido para superar o ‘provincialismo’: “Também reconhecemos que nosso futuro não é simplesmente nosso, mas está destinado a ser compartilhado com outras pessoas. Podemos imaginar o convite do Espírito para colaborar mais amplamente, tanto dentro como fora da família franciscana mais ampla, como um assim chamado para abraçar outra forma de sine proprio. Devemos superar a tentação do territorialismo e ‘Provincialismo’, que ameaçam a comunhão e destrói a fraternidade”, indicaram os frades.