PT na Câmara - 14 de setembro de 2017

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Quinta- feira, 14 de setembro de 2017

Ano: XXIV - Nº 6186

RICARDO STUCKERT

Lula desmonta mentiras e reafirma luta por justiça

D

urante seu segundo depoimento ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, o ex-presidente Lula mostrou inexistir provas que corroborem as acusações e desconstruiu as mentiras inventadas sobre ele. Em seguida, diante de mais de sete mil pessoas que lotaram a Praça Generoso Marques, Lula renovou sua determinação de se opor às injustiças. “Eu não sei se eles vão cansar. Eu não vou cansar, porque quem tem a sede de justiça que eu tenho, quem provou fazer o que era possível neste País, quem não morreu de fome até os cinco anos de idade, não tem mais medo de nada”, afirmou Lula. Diante do povão, Lula disse entender os reais motivos de tanta perseguição. Falou que, na história da humanidade, todos os homens públicos que ousaram fazer alguma coisa para mudar a ordem social em favor dos pobres foram duramente perseguidos. Mas, que apesar disso, ele não se sentia sozinho nessa luta. Ao contrário. “Se querem me prender, se querem me condenar, achando que isso vai acabar com essa luta, quero dizer que considero cada um de vocês um Lulinha”. No processo em questão, o ex-presidente é acusado de supostamente ter negociado favores com a Odebrecht, junto à Petrobras, e de ter recebido em troca um terreno destinado a abrigar a sede do Instituto Lula, em São Paulo. Tal doação jamais ocorreu, conforme admitem muitos acusadores. Durante a audiência, nem Moro nem os procuradores buscaram provar ou mesmo esclarecer de que forma Lula teria agido para influenciar a estatal a assinar tais contratos para favorecer a empreiteira. Sobre as alegações de Antonio Palocci, que depôs na semana passada a Moro, Lula disse que a única verdade que existe no depoimento do exministro é que ele quer obter os benefícios de uma deleção. “Ele tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com um pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra. Mas o que ele não pode, se não quer assumir a responsabilidade pelos fatos ilícitos que fez, é jogar em cima dos outros”. Na praça, ao falar para a multidão, Lula admitiu ter cometido, aos olhos das elites, um grave erro: sonhar com um Brasil melhor para os brasileiros. “Eu sonhei em fazer da Petrobras uma das maiores petroleiras do mundo; sonhei em fazer neste País uma industrial naval competitiva; sonhei fazer com que a energia limpa pudesse ser uma energia competitiva para o novo mundo do século 21; sonhei que era possível fazer uma empregada doméstica ter uma filha na universidade cursando um doutorado; sonhei que era possível um filho de pedreiro virar engenheiro”. Mais uma vez, o ex-presidente voltou a dizer que – assim como qualquer cidadão – não está acima da lei e que respeita as instituições e a Constituição brasileira. Mas cobrou isenção e dignidade daqueles que o acusam e julgam. “A única coisa que eu peço é que quem está me acusando tenha a dignidade de, em algum momento, se não provar um Real roubado na minha conta, que vá para a mesma televisão que me acusa pedir desculpa”, reivindicou. Fechamento: 13/9/2017 às 23h55


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