ÚDE A S L ECIA P S E
Terça-feira, 9 de julho de 2013
Ano: XXII
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Dilma conclama médicos brasileiros a atuarem nas áreas mais carentes do País Gustavo Bezerra/PT na Câmara
A presidenta Dilma Rousseff anunciou ontem o Pacto Nacional pela Saúde e conclamou os médicos brasileiros a aderirem ao Programa Mais Médicos. Nesta semana o governo lançará um edital com chamada pública para contratação desses profissionais para atuarem nas regiões mais carentes do País. “Confio no médico brasileiro. Conclamo-os a atender a esse chamado”, disse Dilma Rousseff. O programa ofertará bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, a médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde, sob a supervisão de escolas médicas. Sua viabilização deuse através de parceria dos ministérios da Saúde e da Educação. Para selecionar e levar os profissionais a estas regiões serão lançados três editais: uma para atração dos médicos; outro para adesão dos municípios que desejam admiti-los e um último para selecionar as instituições supervisoras. As vagas não preenchidas pelos médicos brasileiros serão ofertadas aos profissionais de origem estrangeira. Essa informação foi reiterada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na solenidade de anuncio do Pacto pela Saúde. De acordo com o ministro, a contratação de médicos estrangeiros não pode ser vista como tabu. “A saúde da população brasileira não pode esperar. Os médicos estrangeiros atuarão exclusivamente nas periferias e nos
municípios carentes do País. Nenhum médico brasileiro vai perder emprego com a vida de médicos estrangeiros”, garantiu Padilha. (Leia mais na página 8). O Programa Mais Médicos é um dos itens do Pacto da Saúde que inclui Mais Hospitais e Unidades de Saúde e, Mais Formação. O programa será instituído a partir de uma medida provisória (MP) que será encaminhada pelo governo federal ao Congresso. Além do programa, a MP cria 11 447 vagas em faculdades públicas e privadas de medicina até 2017 e, a partir de 2015, os alunos que ingressarem nos cursos de medicina terão um ciclo de dois anos para atuação na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência.
Além disso, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, até 2017 haverá um aumento de 10% na oferta de vagas nos cursos de Medicina. Com o programa Mais Médicos, serão abertas 3.615 vagas nas universidades públicas. Já nas universidades particulares, devem ser criadas 7.832 novas vagas. Mercadante defende a residência médica como “um fator decisivo para a fixação dos médicos, além de políticas na área de saúde”. O Pacto Nacional pela Saúde atende aos anseios de governadores e prefeitos que, recentemente, em reunião com a presidenta Dilma apontaram os gargalos que estados e municípios enfrentam com a falta de médicos para atender a população. Dentre as ações contidas no pacto, além do Programa Mais Médicos, estão investimentos em ampliação e reformas de unidades de saúde. Já foram contratados R$ 7,4 bilhões para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 15.977 unidades básicas. O líder da Bancado do PT, José Guimarães (CE), que também participou da cerimônia no Palácio do Planalto, disse que o programa marca um “novo tempo”. “Os profissionais e os usuários do Sistema Único da Saúde (SUS) estão comemorando. O Pacto vai marcar a história do SUS e da saúde pública do Brasil”.
Saúde para todos: Descentralização dos serviços é um dos grandes desafios Mesmo tendo um dos modelos mais democráticos do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem por alicerce os princípios definidos pela Constituição de 1988, moldado no direito de acesso integral, isonômico e universal aos serviços de saúde, ainda apresenta desafios para sua plena implementação. Um deles é a descentralização na oferta dos serviços, em que cada um dos 5.570 municípios brasileiros são também operadores do sistema. O passo mais significativo para operacionalizar as redes regionais foi dado pela presidenta Dilma Rousseff, com o Decreto 7.508/11, que regulamentou a Lei Orgânica da Saúde. O decreto deu segurança jurídica e criou o marco legal para permitir aos gestores firmar contratos interfederativos, definindo meios de organização e responsabilidades da União, dos estados e dos municípios na
estruturação das Redes de Atenção. Na Câmara, para acelerar a consolidação do SUS, o deputado Rogério Carvalho (PT-SE) relata na Comissão de Finanças e Tributação a Lei de Responsabilidade Sanitária que ele explica em entrevista a este jornal (páginas 4 e 5). Outro desafio é o financiamento pleno do sistema. O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), anunciou que o partido vai lutar pela criação do imposto sobre as grandes fortunas. “A Bancada do PT vai articular a aprovação de uma taxação das grandes fortunas, que será revertida essencialmente para o financiamento da saúde. E juntamente com os recursos do pré-sal poderemos chegar, em curto ou médio prazo, ao patamar de 10% do PIB investidos neste setor.”