PT na Câmara - 8 de agosto de 2017

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Especial julgamento da Lava Jato Terça- feira, 8 de agosto de 2017

Ano: XXIV - Nº 6161

Lava Jato no banco dos réus

U

m julgamento do povo e para o povo colocará a Operação Lava Jato na condição de ré em um tribunal simbólico formado por juiz, defesa, acusação e jurados. Essa é a proposta do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) e da Frente Brasil de Juristas pela Democracia, que estão organizando para sexta-feira (11), em Curitiba, o Tribunal Popular para julgar a Lava Jato. Além dos jurados técnicos, oito pessoas do povo farão parte do júri. A iniciativa quer expor as fissuras que tal operação está promovendo ao Estado Democrático de Direito. “Há excessos da Lava Jato. Funciona de maneira seletiva contra o PT, protegendo qualquer pessoa que tenha ligações com o PSDB, por exemplo. O ex-presidente Lula é atacado dia e noite pelo juiz Sergio Moro e seus aliados na mídia. Lula foi condenado por Moro, no caso do tríplex, sem nenhuma prova. A perseguição a Lula é clara. Nenhuma das 73 testemunhas afirmou qualquer fato que pudesse confirmar a denúncia contra ele de que seria dono do imóvel”, afirma o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP) (SP). Apesar das evidências favoráveis ao ex-presidente, o juiz Sergio Moro o condenou no dia 12 de julho a nove anos e meio de prisão e, dias depois, rechaçou os embargos de declaração da defesa, após os advogados apontarem omissões na condenação de primeira instância. A sentença polêmica gerou questionamentos em vários círculos jurídicos, sobretudo por inverter o ônus da prova para o réu. Entre as diversas irregularidades cometidas pelos agentes da operação, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) (PT-RJ), que já foi presidente da OAB/RJ, destaca o uso indiscriminado da condução coercitiva, o excesso de delações premiadas, a aceitação de provas ilícitas, a condenação sem provas e a

parcialidade e a seletividade da Lava Jato. “Aquilo não é uma sentença, é uma peça acusatória de um juiz justiceiro, é um lixo”, define o deputado acerca da decisão de Moro. Julgamento – Entre os participantes do Tribunal Popular está o juiz de direito Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira, que desempenhará o papel de juizpresidente. “O evento dará a oportunidade para que – num processo dialético, com o contraditório estabelecido – possamos apreciar as teses de acusação que poderão apontar para uma operação com uma série de falhas estruturais do ponto de vista normativo. Também teremos a oportunidade de ouvir a defesa, quando será trabalhada a legitimidade dessa operação”, explica. No papel da acusação, estará o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, que avalia que o tribunal proporcionará um momento importante de analisar os procedimentos da Lava Jato. “A operação teve um objetivo maior que foi depurar a política brasileira, quando, na verdade, isso não pode ser objetivo do Direito Penal. O Direito Penal não serve como um instrumento de competição com a soberania popular. Quem pode depurar a política brasileira é o eleitor, a Lava Jato deve se limitar a investigar com seriedade e apurar a autoria e a materialidade de crimes que tenham sido noticiados”. Rio de Janeiro – Em uma iniciativa no mesmo sentido do Tribunal Popular, ocorrerá na sexta-feira, no Rio de Janeiro, ato pela Reconstrução do Estado Democrático de Direito, às 19h, na UFRJ, com as presenças do expresidente Lula e da presidenta Dilma. Antes do ato, haverá o lançamento do livro “Comentários a uma sentença anunciada: O caso Lula”. Acesse mais informações sobre o Tribunal Popular em: www.facebook.com/tribunalpopularlavajato www.facebook.com/tribunalpopularlavajato..

“A operação deve se limitar a investigar com seriedade” Fechamento: 7/8/2017 às 22h00


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