Quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Ano: XXIV - Nº 6205
Relator rejeita denúncia contra Temer, que tem densidade e força probatória
E
m uma sessão que, entre idas e vindas, durou quase sete horas, o considerou completamente “as denúncias que são gravíssimas, robustas e deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) – relator da solicitação consistentes”. “O relator chegou a dizer em sua fala que num momento para processar o presidente ilegítimo Michel Temer e dois de seus posterior o presidente poderá ser processado, quando deixar o mandato. Ou ministros (Eliseu Padilha e Moreira Franco) – foi na contramão do que indicam seja, admite que tem provas, mas na realidade não quer, neste momento, todas as provas contra Temer e afirmou ontem (10) não haver “justa causa” que o Supremo seja autorizado a fazer a investigação contra Temer”, criticou. para o prosseguimento da denúncia, recomendando a sua inadmissibilidade e A leitura do relatório antecedeu as falas dos advogados de defesa dos três pedindo o indeferimento da instalação do processo. acusados. Pesam sobre os ministros Eliseu Padilha Diferentemente do que sustentou Andrada em Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Pre“As denúncias são (Casa seu parecer, a Bancada do PT mostrou durante toda sidência) a acusação pelo crime de organização cria sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) gravíssimas, robustas minosa, diferentemente de Temer, que, além desse haver um repertório farto de provas contra o presicrime, é acusado de obstrução de justiça. Durante e consistentes” dente ilegítimo. “A acusação contra Temer tem dentoda a sessão da CCJ, os deputados do PT insistiram sidade, tem força probatória e tem consistência”, junto ao presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDBeixeira (PT-SP) avaliou o deputado Paulo TTeixeira (PT-SP). Isso porque, para além de MG), que a denúncia deveria ser “fatiada” em três, a fim de individualizar a uma delação, Teixeira disse haver um rol de materialidade. “Há uma grava- análise do que pesa contra cada um. “Queremos separar o joio do trigo, ção, uma ação controlada, uma prisão e uma apreensão de valores”, referin- separar o que tem base consistente do que não tem”, explicou Paulo Teixeira. do-se ao emaranhando de situações que se interligam e se complementam. O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) lembrou que – a parA deputada Maria do Rosário (PT-RS) reforçou igualmente os argu- tir da materialidade da denúncia contra Temer – seu afastamento mentos que demonstram estar comprovado o cometimento de crime pelo daria ao País uma consequência politicamente adequada diante da presidente ilegítimo. “É um absurdo arquivar uma denúncia que não é feita situação em que o Brasil se encontra no pós-golpe. “Com isso, seria com base apenas na fala de delatores. Não é só isso! Existe a gravação, existe possível estancar um processo de sangria do nosso País, de desmonte a voz de Temer, existe mensagem de celular, existe mala de dinheiro. Não do Estado brasileiro, de entrega do nosso patrimônio e de destruição estamos falando de indícios, estamos falando de provas que indicam que dos direitos dos trabalhadores”, defendeu. esse governo, que se instalou aí por meio de um golpe, é corrupto”, detalhou. Como houve pedido de vista do relatório, com prazo de duas sessões do Para o deputado Luiz Couto (PT-PB) (PT-PB), o relator, em seu parecer, des- Plenário, a discussão do parecer na CCJ ficou para a próxima semana.
Fechamento:10/10/2017 às 23:55h