PT na Câmara - 29 de novembro de 2017

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Quarta- feira, 29 de novembro de 2017

Ano: XXIV - Nº 6236

GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

Oposição prevê estado permanente de mobilização contra Reforma da Previdência

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obilização, convencimento e pressão fazem parte da estratégia para barrar a tentativa do governo ilegítimo de aprovar nos próximos dias a eforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Um cronograma de ações foi definido nesta terça-feira (28) durante reunião entre partidos de oposição e centrais sindicais, envolvendo enfrentamento no plenário, para impedir a votação de matérias do governo e intensos movimentos de rua, para convencer parlamentares a votar contra a reforma. No calendário, está prevista greve geral para o dia 5 de dezembro. O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) (PT-CE), que conduziu a reunião, disse que uma das orientações é permanecer até meados de dezembro em estado permanente de mobilização para mostrar aos parlamentares nos estados e em Brasília que a reforma, mesmo com as modificações recentemente propostas pelo governo, continua nefasta aos trabalhadores e trabalhadoras. “Ainda, com as migalhas que foram retiradas, ela mantém na essência a sua centralidade, que é a retirada de direitos”, afirmou o deputado. “Além dessa mobilização, outra estratégia é manter a obstrução em plenário, impedindo por exemplo que o governo vote medidas provisórias como a MP 795, que concede benefícios a petroleiras estrangeiras em valor aproximado de R$ 1 trilhão nos próximos anos. Ou seja, o governo alega que quer fazer a reforma por problema de caixa, mas todo dia querem votar matérias que impedem a União de arrecadar”, explicou. Segundo o líder Guimarães, não existe acordo possível para votar medidas provisórias, tampouco a Reforma da Previdência. “Daqui para o fim do ano, aceitamos discutir apenas Orçamento, matérias que tratem de investimentos. Não aceitamos essa pauta que inclui essas modificações na Previdên-

cia. Não haverá diálogo algum nesse sentido”, reforçou Guimarães. “Essa é uma posição também das centrais sindicais”, completou. Sobre os votos necessários para aprovar a reforma, Guimarães disse ter certeza de que o governo sequer está perto dos 308 votos para aprová-la. “Temos segurança de que o governo não tem nem os 250 votos que estão anunciando. Ele está blefando e com esse blefe tenta dizer aos deputados indecisos que já estão quase com a quantidade necessária de votos. Nosso trabalho no Parlamento é fazer o que estiver ao nosso alcance para mostrar que essa reforma não serve ao País nem muito menos aos trabalhadores”. O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), disse que a posição da bancada petista é a de que qualquer tentativa de discutir a Reforma da Previdência deve começar impreterivelmente pelo debate das receitas e não das despesas. Zarattini sugeriu iniciar essa discussão pelo Funrural, alvo da MP 793. “Temos que impedir que haja a aprovação de redução de uma alíquota do Funrural, que é devida pelos grandes produtores rurais, frigoríficos e todos os que são afins nesse negócio”, disse o líder. Valeir Ertle, representante da CUT Nacional, detalhou o que o movimento sindical está preparando para o dia 5 de dezembro – dia da próxima greve geral. “Somos totalmente contra essa reforma e por isso estamos organizando todas as nossas bases, fazendo um trabalho junto aos deputados, para que a gente consiga reverter essa situação, para que não seja votada essa reforma. Com certeza, no próximo dia 5, será paralisação e greve geral em todo o País”, adiantou. Participaram da reunião, além do PT e da CUT, representantes do PCdoB, do PDT e do PSB, da Intersindical, da CTB, da Contag, da Anamatra, da UNE e da Ubes, bem como alguns deputados de outros partidos.

Fechamento: 28/11/2017 às 23h53


PLENÁRIO

PT apoia aprovação de projetos que incentivam o cooperativismo e a produção de biocombustíveis

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EXPEDIENTE

om apoio da Bancada do PT, a Câmara aprovou propostas que incentiva o cooperativismo e favorece os municípios brasileiros (PLP 100/11) e que estimula a produção de biocombustíveis contribuindo para a redução da emissão de gases do efeito estufa (PL 9086/17). Entre outros pontos, a primeira proposta possibilita que os municípios com disponibilidade de caixa depositem os recursos nas cooperativas de crédito e que estes estabelecimentos atuem como agências bancárias, prestando os mesmos serviços. Ao orientar o voto da Bancada do PT, o vice-líder Ságuas Moraes (PT-MT) (PT-MT), ressaltou a importância da proposta. “As cooperativas de crédito desempenham papel relevante no desenvolvimento regional. Mais de 600 municípios no País possuem apenas essas cooperativas e não possuem nenhum agencia bancária. Essa medida vai dar mais conforto a municipalidade. Em Mato Grosso, por exemplo, em vários municípios sem bancos oficiais a sociedade não terá mais que se deslocar para realizar serviços bancários”, explicou o parlamentar. O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE) (PT-CE), disse que o cooperativismo incentiva o investimento do poder público municipal e é um instrumento importante de crédito. “Esse projeto é uma grande conquista e vai permitir cada vez mais a organização do cooperativismo em mais de 2.500 municípios”, disse Guimarães. Já na proposta aprovada que cria a Política Nacional de Biocombustíveis (PL 9086/17), a Bancada do PT contribuiu para aperfeiçoar o parecer do deputado João Fernando Coutinho (PSBPE), com três emendas incorporadas ao texto. A primeira, impõe que a comercialização de biodiesel em leilões públicos atenda a participação de pequenos produtores de pequeno porte e de agricultores familiares. A outra emenda colocou no texto que a política de abastecimento nacional de biocombustíveis atenda normas de proteção

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ambiental, econômica e de inclusão social. Já a terceira proposta do PT, suprime artigo do projeto que previa que as atividades econômicas da indústria de biocombustíveis não estivessem sujeitas a regulação e à autorização para a produção agrícola, a fabricação de produtos agropecuários e alimentícios, além da geração de energia elétrica, quando vinculadas a estabelecimento voltado à produção de biocombustível. “Nós entendemos que esse projeto é de fundamental importância para o desenvolvimento das energias renováveis e contribuindo amenizar as mudanças climáticas, além de reafirmar o compromisso assumido pelo Brasil para a redução da emissão de gases do efeito estufa”, disse o vice-líder, deputado Leo de Brito (PT-AC) (PT-AC). O Brasil assumiu no Acordo de Paris - realizado em 2016 - o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025. E reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.

Vegetação nativa A Bancada do PT apoiou ainda emenda apresentada pelo Psol impedindo o avanço de plantações agrícolas vinculadas a produção de biocombustíveis (principalmente cana de açúcar e mamona) sobre vegetação nativa. Apesar do esforço, a proposta foi derrotada com 212 votos contrários e apenas 115 favoráveis.

PEC 199/16 Os parlamentares do PT apoiaram também a aprovação - nos dois turnos - da proposta de emenda à Constituição (PEC 199/ 16) que permite a inclusão no quadro em extinção de servidores da União dos servidores dos antigos servidores dos territórios do Amapá (AP) e Roraima (RR).

Líder da Bancada: Deputado Carlos Zarattini (SP) Coordenadora Geral: Chica Carvalho Coordenador de Comunicação: Carlos Leite Coordenador Adjunto: Tarciano Ricarto Assessoria de Imprensa: Paulo Paiva Nogueira Editores: Denise Camarano (Editorachefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto Redação: Benildes Rodrigues, Héber Carvalho, Vânia Rodrigues, José Mello e Layla Andrade (estagiária) - Rádio PT: Ana Luz Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel Sousa Fotógrafo: Gustavo Bezerra Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale e Crisvano Queiroz Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros e John Hudz - Secretária de Imprensa: Maria das Graças Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT. Chefe de Gabinete Administrativo: Gustavo Cordeiro O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.

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MENTIRA

Petistas acusam governo Temer de mentir em propaganda sobre Reforma da Previdência

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s deputados perique tistas Hen Henrique Fontana (RS) argas (RS) acusae Pepe VVargas ram o governo Temer de mentir para a população nas campanhas veiculadas nos meios de comunicação sobre supostos efeitos positivos da Reforma da Previdência. Segundo os parlamentares, ao contrário do que afirmam as peças publicitárias do governo, “não há combate a privilégio algum, mas apenas ataques aos direitos dos trabalhadores”. “O governo está usando dinheiro público para mentir à população na propaganda criminosa que faz nos meios de comunicação. Estão usando a técnica de dizer que essa reforma combate privilégios. Mas não dizem que os brasileiros que ganham mil, dois mil ou três mil reais, terão com a proposta de Temer cortes de até 20%, 30%, 40% e até 50% em suas aposentadorias”, observou Fontana. Segundo Fontana, se no cálculo atual para obter a aposentadoria as menores contribuições não são consideradas para compor a média das contribuições, pela reforma de Temer todas serão levadas em consideração. “Só aí a aposentadoria será cortada em 10%, 20%. Então, um trabalhador que ganha 2,5 mil reais tem que perder essa renda na aposentadoria porque é um privilegiado? “, indagou. Ainda de acordo com Fontana, outra prova de que a reforma poderá reduzir o valor da aposentadoria dos trabalhadores é o cálculo do tempo para compor o valor do benefício. Ele observou que ao aumentar para 40 anos o tempo mínimo de contribuição para garantir o valor integral da aposentadoria,

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muitos trabalhadores não vão conseguir cumprir a exigência. “O governo tenta enganar a população ao dizer que os trabalhadores poderão se aposentar com apenas 15 anos de contribuição, mas não diz que esse mesmo trabalhador só receberá nesse caso 60% do valor da aposentadoria”, destacou. Mercado Financeiro - O deputado Pepe Vargas disse que o ataque aos direitos previdenciários dos trabalhadores atende aos interesses do mercado financeiro. Segundo ele, essa é a intenção do governo Temer, ao enquadrar as despesas da Previdência na Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos. “Congela os gastos públicos, inclusive da Previdência, mas as despesas financeiras, com juros e serviços da dívida, que atende ao mercado financeiro e os rentistas, pode aumentar à vontade”. Além de atender os interesses do mercado financeiro, Pepe Vargas salientou ainda que a Reforma da Previdência atende os interesses das empresas de Previdência Privada. “O governo Temer empurra as pessoas que têm uma renda um pouco melhor na previdência pública para a previdência privada complementar, ligada ao sistema financeiro, principalmente aos bancos. Não foi por outro motivo que o Secretário da Previdência do governo, Marcelo Caetano, passou meses se reunindo com representantes do sistema financeiro e apenas na véspera da apresentação da Reforma da Previdência se reuniu com representantes sindicais”, lembrou Pepe Vargas.

Trabalhadores dizem não à Reforma da Previdência Trabalhadoras e trabalhadores de todo o País realizaram ontem (28), protestos contra a Reforma da Previdência, proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Grupos convocados por centrais sindicais e movimentos sociais também se manifestaram contra o projeto da reforma. Deputados e senadores do PT acompanharam e apoiaram a manifestação justa dos trabalhadores que ocorreu em frente ao Anexo 2 da Câmara. Os parlamentares e manifestantes lembraram a importância da greve geral, marcada para o próximo dia 5, para tentar barrar a votação da Reforma da Previdência, prevista para ir a voto no dia seguinte (6) PT NA CÂMARA

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BASTA DE VIOLÊNCIA

Sociedade Civil e parlamentares discutem combate aos discursos de ódio e violência na internet

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deputada Maria do Rosário (PT-RS) e representantes do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e do coletivo Intervozes lamentaram nesta terça-feira (28) o crescimento dos casos de intolerância, ódio, preconceito, exclusão e violência na internet. O assunto foi tema de uma comissão geral, no plenário da Câmara. Ao discursar em nome da Bancada do PT, Maria do Rosário defendeu que esse tipo de manifestação seja criminalizada como forma de reduzir o problema. “Nós não conseguimos ainda produzir dois aspectos que já constam na legislação: primeiro que a liberdade de expressão no Brasil é plena, vedado o anonimato. Não se identificar é motivo de não assegurar que a liberdade exista. Mas não estamos aqui falando sobre as denúncias anônimas, denúncias ao Safernet ou disque 100. Outra questão é que tudo que é crime fora das redes, também deve ser considerado crime dentro dela”, apontou. Além da responsabilização dos autores desse tipo de manifestação, a parlamentar petista cobrou ainda maior responsabilidade das plataformas de internet na retirada dos conteúdos de ódio e violência da rede mundial de computadores. “Proponho também incluir as plataformas a assumirem a responsabilidade de retirar imagens de crianças e adolescentes e de pessoas vítimas de violências das redes, o que na prática não acontece”, defendeu. Ao também lamentar a ocorrência cada vez maior das manifestações de ódio nas redes sociais, a diretora do Coletivo de Comunicação Social Intervozes, Helena Martins, ressaltou que as maiores vítimas são justamente os segmentos mais marginalizados da sociedade.

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“O discurso de ódio nas redes sociais serve para eliminar, restringir e silenciar grupos que já são historicamente oprimidos pela sociedade, como as mulheres, o segmento LGBT e negros e negras, que são intimidados, violados e silenciados por esses discursos de ódio dentro e fora do ambiente online”, ressaltou. Helena Martins disse ainda que o ambiente político pelo qual passa o País não prevê grandes avanços civilizatórios na internet. “Vivemos um País que sofreu um golpe e onde foi instalado um governo que viola os direitos humanos. Como teremos uma internet que vivencia um ambiente de liberdade, se nós temos um governo que deseja flexibilizar a ideia de dignidade humana como estamos vendo agora? “, indagou. Apesar do diagnóstico de que a ruptura democrática prejudica o combate às manifestações de ódio, violência e preconceito na internet, a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Renata Mielli, questionou a adoção de medidas punitivas para barrar esse tipo de conteúdo. “Um caminho possível é o de aplicar penas e apostar na criminalização como forma de coibir manifestações de ódio e intolerância. Infelizmente, ao meu ver, leis aprovadas como a lei do racismo, que foi alterada em 1997 e prevê pena de até 5 anos de reclusão, e a própria lei Maria da Penha não conseguiram. Basta ver a data dessas leis e comparar com a situação em que vivemos. Talvez a formação, o ambiente educacional, políticas de fomento que mostrem como utilizar as redes sociais, e como se portar no mundo off-line e online sejam mais efetivas do que simplesmente criar novas punições e regras”, observou.

“Tudo que é crime fora das redes, também deve ser considerado crime dentro dela”

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AFRONTA À DEMOCRACIA

Deputados do PT comparam força tarefa da Lava Jato ao DOI-Codi

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s deputados Wadih Damous (PT-RJ) e PauloPimenta (PT-RS) vão fazer uma nova representação contra integrantes da força tarefa da Lava Jato. Desta vez, o motivo é a chamada “Carta do Rio de Janeiro”, divulgada na segunda-feira (28) por procuradores das forças tarefas que ficam em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com os deputados, o documento dos procuradores — que faz críticas a medidas que estariam sendo discutidas no Congresso Nacional para fragilizar a Lava Jato e impedir que investigados sejam punidos — é uma afronta à democracia e à própria hierarquia dentro do Ministério Público. Pimenta chegou a comparar as forças tarefas ao DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura militar. “Vamos entrar com nova representação contra a carta de ontem, que é afronta à democracia, ao Estado democrático e à própria procuradorageral da República Raquel Dodge. Assim como na ditadura havia o DOI-Codi que afrontava o (Ernesto) Geisel e o (João Baptista) Figueiredo, hoje existe o braço paralelo do MPF, que adquiriu autonomia e afronta a própria

Raquel Dodge”, disse Pimenta. Pimenta e Damous, ex-presidente da seccional do Rio de Janeiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil, já entraram com outras representações contra integrantes da Lava Jato. Em uma delas disseram que o coordenador da força tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, estava recebendo recursos irregulares por meio de palestras que proferiu pelo País. O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) concluiu nesta terça-feira (28) o julgamento deste caso e considerou legais as palestras de Dallagnol. Há também representações contra o juiz Sérgio Moro no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mas ainda não houve conclusão sobre os casos. Pimenta disse que há, tanto no CNJ quanto no CNMP, um corporativismo exacerbado. Segundo ele, isso reforça a necessidade de o Congresso aprovar uma nova lei para o abuso de autoridade. “Infelizmente, neste momento histórico, quando a gente precisa de isenção e coragem dos conselhos, eles estão absortos no corporativismo. Isso reforça necessidade de uma lei sobre abuso de autoridade, na medida em que órgãos de controle foram abduzidos.”

Damous defende mais rigor em delações premiadas O empresário Joesley Batista, dono da J&F, ficou em silêncio durante a oitiva na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, nesta terça-feira (28). A reunião foi conjunta com a CPI do BNDES, do Senado. (PT-RS) membro da CPMI, O deputado Wadih Damous (PT-RS), esperava que o empresário fizesse um acordo para ser ouvido reservadamente e contribuísse com os trabalhos da comissão. No entanto, disse Damous, a CPMI já reuniu um acervo importante para se preparar um relatório final. O parlamentar fluminense lembrou que ele já está em vias de terminar seu relatório em relação às delações premiadas e ao aperfeiçoamento do processo legislativo nessa parte do instituto da delação. Ele lembrou ainda que nesta semana PT NA CÂMARA

a CPMI vai ouvir o advogado Marcelo Miler e na quintafeira (30) o advogado Rodrigo Tacla Durán. A expectativa de Damous é que o depoimento de Tacla Durán à CPMI será uma oportunidade para revelar ao Brasil as entranhas de um sistema que “parece apodrecer antes mesmo de se tornar maduro, que é a delação premiada”. Segundo o deputado, a partir desse depoimento será possível mostrar ao povo brasileiro como se dá o mecanismo das delações, “o que, na maior parte das vezes, desrespeita os direitos e garantias fundamentais, desrespeita procedimentos legais e isso reforça a tese de que é preciso ter mais rigor no instituto da delação premiada”. 29/11/2017

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CONTRA O GOLPE

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CCJ aprova projeto que prevê referendo popular para a privatização da Eletrobras

deputada Erika Kokay (PT-DF) comemorou a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC nº 948/ 2001), que submete a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias a referendo popular. A proposta - aprovada nesta terça-feira (28), na Comissão de Constituição, Justiça (CCJ) - segue agora para apreciação do Plenário da Câmara. “A aprovação deste projeto é extremamente importante para que possamos enfrentar uma profunda injustiça contra o povo brasileiro. A Eletrobras é do povo brasileiro e não pode ser vendida como quer o governo sem votos de Temer”, disse a deputada, que é coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro. “É inaceitável que uma empresa que tem ativos da ordem de R$ 400 bilhões esteja sendo ofertada na bacia das almas por R$ 20 ou R$ 30 bilhões”, completou Kokay. De acordo com a deputada, a privatização da Eletrobras poderá signi-

ficar a precarização dos serviços, o aumento das tarifas, a diminuição dos salários e a terceirização das relações de trabalho. Com parecer favorável, o relator Danilo Cabral (PSB-PE), disse que “a privatização das empresas hidrelétricas, por refletir sobre a própria soberania nacional, merece ser decidida pelo titular originário da vontade política, o cidadão”. Para a dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, a população será a maior prejudicada com a venda das geradoras, transmissoras e distribuidoras controladas pela Eletrobras. “No entanto, o prejuízo da entrega da estatal não se restringe aos consumidores residenciais. Todos os setores serão impactados. Indústria e agricultura vão repassar o aumento do custo da produção para nós consumidores. Se houver racionamento seremos nós que sentiremos a falta da energia. Energia é vital para nossas vidas e não pode ser tratada como mera mercadoria”, destaca.

Lançada Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional em SC Parlamentares, lideranças políticas, sindicais e trabalhadores do setor elétrico participaram da instalação da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, na segunda-feira (27), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis. O objetivo da frente é denunciar as ações do governo Temer (PMDB/PSDB) que afrontam a soberania nacional assegurada na Constituição Nacional, por exemplo, as privatizações no setor elétrico e a venda do pré-sal. No ato foi criada a Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul. Participaram do ato parlamentares e lideranças do PT, PMDB, PCdoB e PDT. O líder da Oposição no Congresso, deputado Décio Lima (PT-SC) (PT-SC), afirmou que o Brasil não é soberano. “A discussão sobre a defesa da soberania nacional deve começar com a seguinte pergunta. Somos efetivamente um país soberano? Não. Somos um país submetido ao mercado globalizado e aos seus 6

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requintes e crueldades, que levaram milhões de pessoas a exclusão. O povo saiu fora da agenda destes acontecimentos. O mercado é o foco principal”, afirmou. O deputado ainda destacou a ação do governo Temer de vender o pré-sal, por meio da MP 795, em debate no Congresso. “Nenhum país que vive submetido a estas regras tem domínio da sua nacionalidade, do seu patrimônio e dos interesses do seu próprio povo. Um país que se submete ao processo de pilhagem desta riqueza, que nos entusiasmava para o desenvolvimento, distribuição de riqueza, melhoria do ensino público e da saúde foi a quebra do modelo de partilha do pré-sal, que é entregue sorrateiramente às petroleiras internacionais, como a Shell, vergonhosamente com desonerações tributárias que o povo brasileiro e as cadeias produtivas nunca alcançaram na ordem de R$ 1 trilhão, com a venda do pré-sal”. ASSESSORIA PARLAMENTAR

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PARTIDO

GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

Gleisi pede esquerda unida pela democracia GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

Bancada firma parceria com Fundação Perseu Abramo para resgatar história do PT no Parlamento

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Bancada do Partido dos Trabalhadores, sob a liderança do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), promoveu uma inciativa histórica, nesta terça-feira (28), ao assinar o protocolo de cooperação entre a Liderança do PT na Câmara e a Fundação Perseu Abramo (FPA), em ato na Câmara que reuniu a maioria dos parlamentares da bancada. A ideia é resgatar a história e a memória do partido, em mais de 30 anos de atuação no Parlamento brasileiro. “Essa parceria vai permitir que milhares de documentos que estão guardados na Câmara possam ter um estudo, possam ser aproveitados e recuperados para que a gente conte com mais realidade o que foi história do PT na Câmara e no Senado. Estamos muito orgulhosos dessa parceria com a Fundação Perseu Abramo”, salientou Zarattini. O presidente da FPA, Márcio Pochmann, destacou a importância da parceria. Para ele, se faz necessário ter essa visão conjunta da representação partidária ao longo da história do parlamento. “É o resgate da memória. É tornar a memória viva, memória conhecida, memória muito próxima de nós e, mais do que isso, é dar vida aos 30 anos da ação que a nossa bancada teve, a partir da eleição de 86, 87 e 88”, afirmou. Lembrou o economista, dirigente da FPA, que o ano de 2018 é um ano desafiador. Ele explicou que, para além da garantia e sustentação da democracia no Brasil, 2018 também será um ano que servirá para demarcar o compromisso que o PT tem com o passado, com o presente e, sobretudo, com o futuro. “Essa disputa do futuro vem sendo feita na medida em que nós entendemos o Brasil de hoje olhando seu passado, mas buscando dar vida a esse passado de forma diferente e renovada, através de um projeto que nos aglutine”, frisou. Pochmann acredita que o ato concretizado entre a Fundação e o PT na Câmara revela mais um processo de renovação partidária. “Aqui nesse parlamento se construiu uma experiência, uma expertise pelas grandes representações nesses nove anos de legislaturas que tivemos aqui com a presença do PT, e que não pode ser esquecida, precisa ser regatada. Esse saber acumulado não pode ser encaixotado e ficar em algum lugar que ninguém sabe para que serve”, salientou. PT NA CÂMARA

A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), saiu em defesa, durante encontro das fundações do PT, do PCdoB, do PSB e do PDT, de uma frente de esquerda em defesa da democracia e dos avanços para o povo brasileiro.”Fora da política e da democracia, não há solução. Nós não podemos perder de vista que a defesa da democracia nesse País e dos direitos básicos da população depende desse campo político”, disse. A oficina das Fundações realizada nesta terçafeira (28) teve como objetivo aprofundar o debate entre as instituições a respeito de base mínimas de um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil. O encontro aconteceu na sede da Fundação Mangabeira, do PSB, em Brasília. Também participaram da oficina representantes da Fundação Maurício Grabois, do PCdoB, e Fundação Manoel Brizola, do PDT. Gleisi voltou a criticar a reforma trabalhista e classificou a medida como uma das “maiores violências contra o povo trabalhador brasileiros”. “O que estão fazendo com as pessoas é injustificável. É esse desmonte que estamos vivendo no Brasil, das garantias, dos direitos, mas também da democracia brasileira. A inversão de papeis, a judicialização da política, a politizado do Judiciário. A gente nossa criar uma frente de esquerda para eleições livres e democráticas em 2018”. A presidenta do PCdoB, Luciana Santos, e os presidentes do PSB, Carlos Siqueira, e do PDT, Carlos Lupi, também participaram do encontro. LULA MARQUES

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RICARDO STUCKERT

Caravana Lula pelo Brasil segue para o Espírito Santo e Rio de Janeiro

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caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue na sua terceira etapa para o Espírito Santo e Rio de Janeiro entre os dias 4 e 8 de dezembro. Na caravana, o ex-presidente conversa com a população local, conhece os avanços que aconteceram nos governos do PT e os retrocessos que tem sofrido os avanços sociais durante o governo Temer. O percurso, que será todo feito de ônibus por Lula, começa em Vitória com um grande ato de abertura às 18h na Praça Costa Pereira, no centro da cidade. Depois do ato de abertura, a caravana segue para Cariacica e de lá

para o Rio de Janeiro, onde haverá um ato de recepção em Campos dos Goytacazes e atividades em Maricá, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, terminando em um grande ato em defesa da educação na capital carioca, no dia 8 de dezembro na UERJ. A caravana é uma iniciativa do Partido dos Trabalhadores em parceria com a Fundação Perseu Abramo, que lançou a Plataforma “O Brasil que o povo quer”, com o objetivo de ouvir a população e elaborar uma estratégia para o futuro do país.

Veja a agenda da caravana: Segunda (4) - Vitória (ES) 18h – Ato de abertura da Caravana - Praça Costa Pereira Terça-feira (5) - Cariacica (ES) e Campos (RJ) 10h – Visita ao campus Cariacica do Instituto Federal do Espírito Santo 19h – Atividade de recepção da Caravana no Rio - Local: Praça da Câmara em Campos Quarta-feira (6) – Campos e Maricá 9h – Campos - Visita ao Polo Avançado do Instituto Federal Fluminense 18h – Ato em Maricá Local: Praça da Igreja Matriz

Quinta-feira (7) - Itaborai, Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu 9h – Ato no Comperj - Local: Rodovia Estadual RJ-116, Km 5,2, 12h30 – Parada no centro de Duque de Caxias - Local: Praça do Relógio 14h30 – Parada no centro de Belford Roxo Local: Praça Eliaquim Batista 17h – Ato no calçadão de Nova Iguaçu - Local: Praça Rui Barbosa Sexta-feira (8) - Nova Iguaçu e Rio de Janeiro 11h – Visita ao campus de Nova Iguaçu da Universidade Federal Rural do Rio 18h – Encontro com intelectuais 20h – Ato em defesa da educação na concha acústica da UERJ

Golpistas quebraram o País para tomar o poder Em nota, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, responde às críticas veiculadas em programa do PMDB. “O povo brasileiro não esquece que o governo do PT foi um tempo de desenvolvimento, democracia, inclusão social, oportunidades e empregos como nunca houve antes neste país”, diz o texto. Leia a íntegra: “Quem deve desculpas ao povo brasileiro é o partido do golpista Michel Temer, que aprofundou deliberadamente a crise fiscal em 2015 e 2016 para chegar ao poder. Sob o comando de Eduardo Cunha, sabotaram todas as iniciativas de recuperação apresentadas pelo governo Dilma Rousseff e quebraram o Brasil com suas pautas-bomba: o aumento de 42% nos salários do Judiciário, o orçamento impositivo, a manutenção das desonerações, o fim do fator previdenciário e outras medidas irresponsáveis. Não fosse a sede poder dos golpistas do PMDB e seus aliados, o Brasil já teria superado a recessão e o desemprego e teria hoje um governo legitimamente eleito, dentro da normalidade democrática. O povo brasileiro não esquece que o governo do PT foi um tempo de desenvolvimento, democracia, inclusão social, oportunidades e empregos como nunca houve antes neste país. Gleisi Hoffmann - Presidenta nacional do PT 8

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