Terça- feira, 27 de fevereiro de 2018
Ano: XXIV - Nº 6293
Ação da PF comprova perseguição, seletividade e ataque à democracia
Parlamentares, partidos, secretários, sindicalistas e militantes prestaram solidariedade a Jaques Wagner, em ato na Bahia nesta segunda-feira (26).
E
m mais uma demonstração de perseguição política, seletividade judicial e ataque escancarado à democracia, a Polícia Federal (PF) promoveu na manhã desta segunda-feira (26) mais um espetáculo midiático para macular a imagem do PT e de personalidades históricas do partido. Desta vez, o alvo do show pirotécnico foi o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, atual secretário de Desenvolvimento Econômico do estado. No início da manhã, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência, sob o argumento de o ex-governador ter supostamente recebido valores da construção do estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA). “São afirmações infundadas que foram prestadas pela Polícia Federal. E informações infundadas só servem para virar manchete de jornal. Não sei de onde retiraram aquele valor de R$ 82 milhões, e acho estranho que antes de a investigação chegar ao fim alguém já se pronuncie nesses termos”, rebateu Jaques Wagner. Ao classificar o caso como uma “brutal ilegalidade”, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), disse se tratar de mais um capítulo do processo de quebra do Estado Democrático de Direito e de avanço do regime de exceção e do estado policial no Brasil. Para dimensionar a gravidade da situação, Pimenta destacou que a PF – na impossibilidade de promover a condução coercitiva do ex-governador – foi mais além na ilegalidade. Sem sustentação razoável, pediu a prisão preventiva de Jaques Wagner, que foi negada pela Justiça. “Como não puderam fazer condução co-
ercitiva, eles pediram a prisão preventiva [de Jaques Wagner] e com isso justificaram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na sua casa”, detalhou Pimenta. Tão grave quanto essa situação, segundo o líder petista, foi o fato de a TV Bahia, afiliada da Rede Globo e de propriedade da família de ACM Neto, estar diante da casa de Jaques Wagner antes mesmo de a PF chegar para cumprir o mandado. O deputado Jorge Solla (PT-BA), ao apontar a seletividade da operação, lembrou que, quando o alvo é o PSDB, a mesma postura não é adotada pela PF, que nada investiga sobre a relação entre o governador Geraldo Alckmin e o operador tucano Paulo Preto, flagrado com R$ 113 milhões na Suíça. O deputado Valmir Assunção (PT-BA) lembrou que a fórmula utilizada contra o PT foi a mesma de sempre: “setores da Justiça e da polícia alinhados com o projeto político conservador operaram por dentro das instituições do Estado brasileiro, e com maciço suporte dos grandes meios de comunicação, para destruir a imagem de lideranças políticas que representam o nosso projeto”. E ao repudiar a ação da PF, o deputado Afonso Florence (PT-BA) afirmou se tratar de um “procedimento que espetaculariza a investigação”.
As bancadas do PT na Câmara e no Senado e o PT nacional divulgaram notas de repudio à “perseguição absurda e planejada contra Jaques Wagner”. Leia as notas no site ptnacamara.org.br