Terça-feira, 16 de abril de 2013
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ESPECIAL DIA DO ÍNDIO
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PEC 215 representa séria ameaça aos direitos indígenas, dizem petistas Na semana em que o Brasil comemora o Dia do Índio, 19 de abril, avança na Câmara a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC 215/00) que transfere do Executivo para o Legislativo o controle dos processos de demarcação, titulação e homologação de terras indígenas e quilombolas. A medida é considerada por deputados petistas uma grave ameaça aos direitos dos povos originários e tradicionais, que estão protegidos pela Constituição de 1988. “Essa PEC representa um enorme retrocesso contra os direitos dos povos indígenas e quilombolas, além de um risco ao meio ambiente. Somos contrários a essa matéria, que não pode ir ao plenário da Câmara”, criticou o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE). Para o líder petista, a PEC 215, além de violar direitos, fere a harmonia entre os poderes. “O reconhecimento, a demarcação, a homologação e a titulação de territórios indígenas e quilombolas são atos que, inegavelmente, competem ao Executivo. É um grande equívoco alguns parlamentares tentarem transferir essas atribuições, meramente administrativas, para o Legislativo, que não pode tomar para si competências que a Constituição estabeleceu como privativas do Executivo”, explicou Guimarães. Orgulhoso do seu sangue miscigenado negro e indígena, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) diz que a PEC significa um novo “extermínio” dos índios brasileiros. “A aprovação dessa proposta seria um assassinato dos sonhos dos povos indígenas de terem uma vida digna nos seus territórios ancestrais. Ela é um retrocesso do ponto de vista legislativo, do ponto de vista social e do ponto de vista democrático, na medida em que sua aprovação, acabaria, na prática, com qualquer possibilidade de novas demarcações”, argumentou o parlamentar baiano. A PEC 215 modifica os artigos 49 e 231 da Constituição Federal, estabelecendo que os critérios e procedimentos de demarcação sejam regulamentados por lei. Defensores dos direitos indígenas avaliam que essa mudança, além de aumentar a burocracia, criaria mais dificuldades para a conclusão dos processos de demarcação dos territórios, em vista de interesses particulares. LEIA NA PÁGINA 4 ENTREVISTA COM O DEPUTADO PADRE TON (PT-RO), PRESIDENTE DA FRENTE PARL AMENTAR DE APOIO AOS POVOS INDÍGENAS PARLAMENTAR