Pamella Tosti Rosante Martins
SE ESSA RUA FOSSE MINHA... abrigo temporário no centro de São Paulo
Universidade Paulista - Marquês Arquitetura e Urbanismo 2017 1
Universidade Paulista – Marquês Curso de Arquitetura e Urbanismo
ABRIGO TEMPORÁRIO NO CENTRO DE SÃO PAULO Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Profa. Dra. Renata Priore Lima.
SÃO PAULO – SP 2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que tem iluminado meus passos desde minha meninice; à minha orientadora Prof. Dr. Renata Priore Lima pela paciência e dedicação; aos meus chefes e colegas de trabalho: Edson Súnica, Fábio Takayama Garrafoli, Lucas Cavasini e Tarsila Miyazato; aos colegas da faculdade pelos momentos de tensão e momentos felizes que compartilhamos: Maggie Ramos Vicente. à minha família que é o instrumento de Deus que me guia, ajuda, acalma e é o que mais me faz feliz neste mundo. ao Sr. Alex, da Oficina Boracea, que me recebeu e orientou sobre o projeto. aos srs. Antonio e Paulo do Edifício Louvre por disponibilizar as plantas do edifício.
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“O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar” Oscar Niemeyer
Figura 1: Morador de rua. Adaptado de: http://www.jornalcruzeiro.com.br/m ateria/562716/em-convulsaomorador-de-rua-espera-2-horaspor-ambulancia5
RESUMO Situada no centro da cidade de São Paulo, a região do “Baixo Augusta”, famosa pela sua diversidade, atrai muitas pessoas. A partir da análise urbana, foi proposto para a o projeto a requalificação e aumento das calçadas da rua Augusta, além da implantação do VLT turístico que será instalado na praça Dom José Gaspar. Já na área de intervenção, devido a alta taxa de população em situação de vulnerabilidade social na região da subprefeitura da Sé, reflexo da desigualdade social, foi proposto um Abrigo Temporário, que acomodará os desabrigados, trabalhando em diversos âmbitos, sendo eles: psicológico, jurídico, empregatício, escolar e saúde. Palavras-chave: Augusta, vulnerabilidade e arquitetura.
ABSTRACT Located in São Paulo’s city center, the “Baixo Augusta” área, known for it’s diversity, attracts a lot of people. Based on the urban analysis, it was proposed on project requalification and increase of the sidewalks besides the implantation of the tourist VLT that will be installed in the Dom José Gaspar square. In the intervation’s area, due to the high rate of population in situations of social vulnerability in the Se’s Subprefecture region, reflecting social inequality, a homeless shelter was proposed, which accommodates homeless people, working in different spheres: psychological, legal, labor, school and health. Keywords: Augusta, vulnerabilty and architecture. 7
SUMÁRIO INTRODUÇÃO
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1. Pesquisa e fundamentação do tema: situação do morador de rua na cidade de São Paulo
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2. Área de estudo: Eixo Augusta
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3. Leituras urbanas e diagnóstico da área de estudo
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3.1. Operação Urbana Centro 3.2. Análise do entorno da Rua Augusta 3.3. Diagnóstico urbanístico da área de estudo 3.4. Legislação urbanística 4. Estudos de caso e referências de suporte do projeto 4.1. Centro de Assistência a Desabrigados “The Bridge” 4.2. Centro de Apoio ao Morador de Rua 4.3. Centro de Acolhimento e Apoio ao Morador de Rua
4.4. Planilha de Análise comparativa 5. Área de intervenção: caracterização 5.1. Partido formal 6. Proposta de intervenção
28 29 30 31 39 41 42 44 46 49 58
6.1. Diretrizes urbanísticas
59
6.2. Programa de necessidades
60
CONCLUSÃO
62
REFERÊNCIAS
65 67
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INTRODUÇÃO A proposta deste trabalho é elaborar Centro Temporário de Acolhimento - CTA destinado à pessoas em situação de rua da subprefeitura da Sé. O interesse por esta temática surgiu pelo número alarmante de pessoas em situação de rua nesta subprefeitura que sofre preconceito e não tem seus direitos preservados. Os pontos de concentração de população de rua
mais próximos da área de estudo são a Praça da República e Praça Dom José Gaspar. São diversos os motivos que os levaram às ruas, assim como os motivos que os fazem permanecer nela mas além da falta de moradia, sua vida é exposta e sobrevivem sem mínimas condições de bem estar. Este programa, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, visa a melhoria da qualidade de vida desta população, disponibilizando os tipos de serviços necessários para incluí-los novamente na sociedade. Alguns programas sociais da
prefeitura que seriam úteis para a implantação do centro: - Programa trabalho novo: parceria com sindicatos de conservação e limpeza da cidade para reserva de vagas de varredores para empregar pessoas em situação de rua; -
Programa Espaço Vida: em parceria com a iniciativa privada irá reestruturar os abrigos municipais (para o primeiro Espaço Vida no Complexo Prates serão investidos R$ 20 milhões de reais que virá todo da iniciativa privada, de acordo
com a Secretaria Especial de Comunicação da prefeitura); - Rede Cidadã: ONG que tem como propósito promover a cidadania em rede, a geração de trabalho e renda com desenvolvimento humano, unindo empresas, sociedade civil e poder público. Figura 2: Moradora de rua na escada. http://content.kens5.com/photo/2017/01/26/homeless%20stairs_1485482763513_7938236_ver1.0.jpg
Disponível
em:
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PESQUISA E FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA a situação do morador de rua em São Paulo
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População em situação de rua, população em situação de vulnerabilidade social, moradores de rua... Há diversos nomes para um mesmo problema social, assim como diversos são os motivos para a ida para as ruas segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, MDS, sendo eles: desemprego (29,8%), alcoolismo/uso de drogas (35,5%) e desavenças com a família (29,15%) (BRASIL, 2016).
“O pobre é aquele que, de modo permanente ou temporário, encontra-se em situação de debilidade, dependência e humilhação, caracterizada pela privação dos meios, variáveis segundo as épocas e as sociedades, que garantem força e consideração social: Dinheiro, relações, influência, poder, ciências, qualificação técnica, honorabilidade de nascimento, vigor físico, capacidade intelectual, liberdade e dignidade pessoais. Vivendo no dia a dia, não tem qualquer possibilidade de revelar-se sem ajuda de outrem” (MOLLAT, 1989, P.5)
De acordo com o Censo da População em Situação de Rua na Municipalidade de São Paulo (2015), foram contabilizadas em 15.905 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo.
População em situação de rua
8.570 pessoas 54%
7.335 pessoas 46%
Permanecem na rua Frequentam centros de acolhida
Dos 46% em situação de rua, 3.863 (52,7%) estão concentrados na subprefeitura da Sé.
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Atividades exercidas pela população em situação de rua (2015) 1.500
1.311 1.019
1.000
718
500
206
172
165
160
112
0 Sé
Santa Cecília
República
Bela Vista
Bom Retiro
Consolação
Liberdade
Cambuci
A pesquisa censitária revela a disparidade do número de população em situação de rua dos distritos da Sé, Santa Cecília e República em relação aos demais da subprefeitura da Sé. Síntese da caracterização da população em situação de rua da área central (2015) Caracterização demográfica
Escolaridade
Família e vínculos familiares
%
População masculina
88,6
Idade média
41,3
Analfabetos
9,6
Ensino fundamental completo
14,6
Ensino médio completo
15,4
Nível superior completo
4,0
Vivem sozinhos na rua
70,0
Vivem com cônjuge ou filhos
13,2
O gráfico acima mostra que além da maior parte da população estar na idade ativa para trabalho a maioria é alfabetizada, o que poderia potencializar sua reinclusão social.
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PESQUISA E FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA Atividades exercidas pela população em situação de rua (2015) 5% Só trabalha Só pede/esmola
Trabalha e pede Não pede nem trabalha
20% 64% 11%
O gráfico acima revela que apenas a minoria da população em situação de rua não trabalha, por mais que a maioria não sejam trabalhos formais, conforme Complemento do Relatório final do Censo e Pesquisa Amostral de Perfil Socioeconômico e Identificação das Necessidades de 2015.
Cata materiais recicláveis Mendicância Carga e descarga/chapa
Atividades exercidas (2015)
Lava-guarda carros-flanelinha
7%
6%
7%
33%
11%
Ajudante geral Construção civil/pedreiro/pintor Comércio ambulante
12% 24%
O gráfico acima mostra que a maioria das pessoas em situação de rua são catadores de materiais recicláveis, o que indica a necessidade de abrigos que aceitem as carroças de trabalho destas pessoas. Devido a grande desigualdade social, o Brasil é o maior reciclador mundial de latas de alumínio do mundo, graças a esses catadores.
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Síntese da caracterização da população em situação de rua da área central (2015) Benefícios sociais
Uso de psicoativas Cidadania Violência
substâncias
%
Não recebe nenhum benefício (BPC, Bolsa Família)
69,3
Bolsa Família
24,8
Usa alguma substância (álcool e/ou drogas)
84,1
Usa álcool
69,6
Usa drogas ilícitas
54,6
Não possuem qualquer documento
20,4
Espancamento/briga/luta corporal
52,5
Agressão verbal
70,1
Roubo/furto
66,6
Apesar de estarem na camada social mais necessitada a maioria não recebe benefícios sociais, além de já ter sofrido algum tipo de agressão e a grande maioria é usuária de alguma droga.
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PESQUISA E FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA O documentário “À Margem da Imagem” (2003) de Evaldo Mocarzel mostra que a maioria dos entrevistados, pessoas em situação de rua, gostaria de deixar as ruas se tivessem oportunidades melhores e também demonstra que sentem-se humilhados com a situação. Por outro lado, todos se manifestaram contra albergues por que em geral são ambientes degradados e onde sofrem maus tratos. A maioria reclamou também dos horários rígidos dos centros de acolhida.
O documentário explica que havia uma cooperativa mantida por uma freira na qual os frequentadores podiam usar 24 horas e que apesar de não ter dormitórios, permitiam que os frequentadores realizassem suas necessidades higiênicas e desenvolvessem atividades em conjunto, inclusive terapia, artesanato e produção musical. A única condição imposta aos usuários era manter a limpeza e manutenção do local, o que fazia deles responsáveis pelo local e aumentava sua auto estima (GARCIA, 2014). Figura 3 : Desenho de carrinho de compras utilizado por moradores de rua. Disponível em: https://goo.gl/images/d8LVNd.
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ÁREA DE ESTUDO Eixo Augusta – São Paulo
19
Área de intervenção
0
250
500
1.000
1.500
Figura 4: Localização da área de intervenção em relação a R. Augusta e Av. Paulista. Autoria própria.
20
Área de intervenção
0
250
500
1.000
1.500
Figura 5: Divisão entre Baixo e Alto Augusta. Autoria própria.
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EIXO AUGUSTA Histórico
Dividi o histórico da Rua Augusta em três períodos, com referência no livro de Felipe Melo Pissardo “A rua apropriada: um estudo sobre as transformações e usos urbanos na Rua Augusta (São Paulo, 1891-2012)”
Figura 6: Vieira apud. Pissardo, 2013, p. 27. In Vieira, Antônio Paim. Chácara do Capão. In Revista do Arquivo Municipal Vol. CXLVIII p. 115. São Paulo: Departamento de Cultura, 1952, p. 31
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1º Período Na metade do século XIX, os arredores do triângulo histórico eram circundados por chácaras da elite paulistana, porém o rápido crescimento de São Paulo, fruto do processo de industrialização, resultou no desmembramento e loteamento das chácaras tornando-as bairros e ruas. Mariano Antônio Vieira, proprietário da “Chácara do Capão”, idealizou duas importantes vias com intuito de atrair a elite paulistana, abertas pela prefeitura: rua da Real Grandeza (atual Av. Paulista) e a rua Augusta.
Pela sua privilegiada localização próxima aos principais colégios e em constante desenvolvimento, a região da Rua Augusta ganhou diversas iniciativas esportivas, entre elas o Velódromo em 1895, desapropriado em 1915 para a construção da Rua Nestor Pestana.
Figura 7: Planta da Cidade de São Paulo de 1905 levantado por dois engenheiros da Comissão de Geog. E Geologia. Disponível em: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/img/mapas/1905.jpg. Acesso em 11 de Abril de 2017.
R. Augusta Área de intervenção
Triângulo histórico de São Paulo
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EIXO AUGUSTA Histórico 2º Período Período em que era considerada rua modelo da cidade, a rua Augusta desenvolveu-se mais ainda por conta da chegada do bonde elétrico e posteriormente automóveis. Na década de 1960, a rua Augusta era caracterizada por seu comércio de luxo, porém mudanças como o aumento da criminalidade e congestionamento fizeram o público recorrer ao novo modelo de comércio da época: shoppings center. Esse processo, associado a degradação da área central como um todo, resultou na perda da vitabilidade e início do processo de degradação da Rua Augusta.
Figura 8: Trecho da linha de bonde que passava pela R. Augusta - Mapa Sara Brasil, 1930.
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3º Período Atualmente a rua Augusta tem clara divisão socioespacial, motivo principal da divisão em três trechos; Baixo Augusta, Bela Vista e Jardins. No terceiro período, inicia-se forte investimento imobiliário residencial alterando a característica de frentes térreas de uso público para gradis e paredes cegas. Também passou a receber pessoas de todas as tribos sendo reconhecida por sua pluralidade cultural, o que levou a criação do grupo “Em Defesa da Rua Augusta” que defende que ela se torne patrimônio imaterial de São Paulo e que não perca suas características de diversidade.
Figura 9: Rua Augusta, primeira quadra do lado do Baixo Augusta em relação a Av. Paulista. Acervo próprio
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“Moro no bairro da Consolação, na cidade de São Paulo. Aqui há uma rua cujo nome é Augusta. E a Rua Augusta é meu quintal. Por enquanto, a única coisa que você precisa saber sobre ela é que é divida entre lado Jardins e lado Centro. Ou melhor dizendo, Baixa Augusta e… a outra lá. A Baixa Augusta é onde as histórias acontecem. Onde é o rolê, a balada, o esconderijo, o esquenta, a procura, a perda, o teto, a esperança, a casa. É meu quintal. Quando o sol se esconde, as pessoas vão para lá e se transformam. A busca que fazem, o que enxergam, até a maneira de andar, muda. Sempre saí de madrugada para observar e dar boas risadas com o que via e acontecia. Quando me mudei para a Consolação, ali pertinho, achei uma boa ideia caminhar com a câmera fotográfica pelas noites. Sou uma pessoa caseira/do mato, nunca me senti realmente encaixado em nenhum grupo, talvez por querer participar de todos ao mesmo tempo. Os meus passeios sempre incluíram sair e ficar vendo as pessoas. Sempre fui fascinado pela noite urbana e pelo comportamento frenético das vidas. As cenas inusitadas em meio a cores contrastantes contam histórias de uma única noite, mas duram para
uma vida! Puts, já parou para pensar?” JORGE HYND Figura 10:Pessoas sentadas na R. Augusta. Disponível em: https://papodehomem.com.br/26-fotos-para-conhecer-a-verdadeira-rua-augusta/
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LEITURAS URBANAS E DIAGNร STICO da รกrea de estudo
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Operação Urbana Centro
A área total de abrangência desta operação é de 663 hectares dedicada para a revalorização da área central da cidade de São Paulo, esta operação urbana determina algumas diretrizes e parâmetros urbanísticos para melhoria urbana como: Ambiente urbano: promover a valorização da paisagem urbana e melhoria da infraestrutura mediante
adequação do mobiliário e incentivos tanto à não impermeabilização do solo quanto a construção de habitações e de garagens; Uso e ocupação do solo: diversificação de usos estimulando também o remembramento de lotes; Patrimônio histórico: incentivo à preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental urbano; Áreas verdes e drenagem: ampliação e articulação dos espaços de uso público com abertura de praças e passagens para pedestres no interior das quadras; Mobilidade: melhoria das condições de acessibilidade mediante a disciplina da destinação de espaços individuais e coletivos; Atratividade: incentivo à localização de órgãos da administração pública dos três níveis de governo na área central da cidade. A operação oferece o benefício de que áreas para fruição de pedestres, cinemas, auditórios, educação, cultura em geral e demais áreas não serão computadas. Alguns pontos destacados pela operação para a área central: gestão dos espaços públicos, mobilidade urbana em diversas escalas e atenção ao pedestre e à acessibilidade universal.
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Análise do entorno da R. Augusta Nos levantamentos realizados foi possível perceber a falta de áreas verdes, o grande número de espaços ociosos e a tendência atual no investimento em habitação especificamente na Augusta sentido centro. Quanto ao público que utiliza a área é perceptível a grande diversidade ao longo da Rua Augusta. No baixo Augusta, próximo à Praça Roosevelt, encontram-se muitos skatistas e a medida que se aproxima da Av. Paulista a quantidade de bares, baladas e espaços culturais aumenta, e também cresce a quantidade de jovens reunindo-se. Ao atravessar a Av. Paulista além do uso ser predominantemente de comércio e serviços, o público é mais adulto e há muitas famílias frequentando a região. Apesar do forte investimento imobiliário ocorrendo na R. Augusta, os novos empreendimentos estão negando sua relação com a Rua Augusta, como é percebido devido aos muros cegos e gradis já citados e ilustrados. Muitas são as especulações a respeito do motivo, porém a mais convincente é a de que a forte desvalorização da R. Augusta e o preconceito associado ao seu uso na época de 1970 à 2000 continuam presentes na memória da população. As calçadas também chamam atenção, seu tamanho não é compatível ao grande fluxo de pedestres, o que a torna pouco agradável.
Figuras 11 e 12: Paredes cegas, condomínios que ignoram a relação com a rua. Disponível no street view do Google Maps: www.google.com.br
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LEITURAS URBANAS E DIAGNÓSTICO Diagnóstico urbanístico da área de estudo
Comércio e Serviços: A região apresenta intenso uso comercial e de serviços. A Rua Augusta tem suas primeiras três quadras abertas para o lazer, interditando a passagem de carros aos domingos. Habitação: Existe alta densidade demográfica na região motivada pelo fácil acesso a comércio, serviços e equipamentos públicos. A região enfrenta atualmente grande expansão imobiliária devido a novas edifícios verticalizados, incentivados tanto pelas operações urbanas quanto pelo zoneamento. A maneira como estão sendo implantados os novos empreendimentos transmite certo temor pois além do alto gabarito que causa alguns transtornos (como falta de insolação nos prédios vizinhos e nos passeios públicos) o uso residencial é o único capaz de alterar a característica cultural da rua Augusta, como aparenta acontecer no bairro da Vila Madalena¹. Educacional: As melhores instituições de ensino particular localizam-se próximas à área de estudo. Espaços culturais, áreas verdes e lazer: repleta de espaços culturais diversos e a rua Augusta é totalmente voltada ao lazer da população. O parque Augusta é um dos últimos terrenos verdes da região, porém não está aberto a população atualmente devido à questões negociais, resta então o Parque Prefeito Mário Covas e o Tenente Siqueira Campos.
¹ O bairro da Vila Madalena: conhecido por sua característica boêmia, com diversos bares e restaurantes hoje tem seus eventos marcados por reclamações de moradores devido ao barulho, petições na internet e até abertura de ação contra a prefeitura devido ao carnaval de 2015.
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Legislação Zonas de Centralidades - ZC são porções do território destinadas à localização de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, caracterizadas pela coexistência entre os usos não residenciais e a habitação, porém com predominância de usos não residenciais, podendo ser subdivididas em zonas de centralidades de baixa, média e alta densidade. (PREFEITURA)
Área do terreno: 2.386,48 m² CA máximo(2): 4.772,96 m² TO máxima (0,7): 1.670,54 m² Gabarito de altura máximo: 48 m Recuo mínimo: - Frontal: 5 m - Edificação >10m: 3m
Figura 13: Área de intervenção e os lotes considerados ZC em vinho. Autoria própria Área de intervenção
Jardim América Centro
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LEITURAS URBANAS E DIAGNÓSTICO Áreas verdes e patrimônio
Ed. Itália
Galeria Metrópole
Antigo Hotel Hilton COPAN
Igreja Consolação
Ed. Louvre
Praça Dom José Gaspar
Ed. Zarvos
Biblioteca Mário de Andrade
N 0
25
50
100
Figura 14: Áreas verdes e patrimônio. Autoria própria
200
Área de intervenção Tombamento IPHAN
Edificações notáveis
Tombamento CONDEPHAAT
Tombamento CONPRESP 32
Muitas edificações no entorno da área de intervenção são tombadas devido a sua importância histórica e arquitetônica. O terreno escolhido também é situado na área envoltória do antigo “Instituto de Educação Caetano de Campos” conforme Resolução Estadual SC S/Nº/76 – CONDEPHAAT e Resolução Municipal nº 05/CONPRESP/91, porém de acordo com o Artigo 2º deste último, os imóveis inseridos na área envoltória estão dispensados de anuência prévia do DPH/Conpresp. Existem poucas áreas verdes na região que está muito adensada, permanece porém a Praça Dom José Gaspar e as calçadas que são bem arborizadas.
Figura 15: Praça Dom José Gaspar. Acervo próprio.
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Gabarito de altura
N 0
25
50
100
Figura 16: Gabarito de altura. Autoria própria
200
Área de intervenção 75 – 130 m
25 – 50 m
50 – 75 m
0 – 25 m
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Figura 17: Volumetria do entorno da área de intervenção, tracejada em vermelho. Disponível em: www;googlemaps.com.br/maps
O gabarito do entorno é muito alto, e obedecendo a legislação, descrita na pág. 30, o edifício poderia ter até no máximo 48m, não disputando então com os edifícios ao seu redor mas ficando na sombra da maioria deles.
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Uso e ocupação do solo
N 0
25
50
100
200
Misto
Residencial
Comércio e serviços
Estacionamento
Figura 18: Uso e Ocupação do solo. Autoria própria
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Figura 19: Primeira quadra da R. Augusta sentido centro em relação a Av. Paulista. Acervo próprio.
A região apresenta uso predominante de comércio e serviços. Devido ao edifício garagem ao lado do terreno, não houve necessidade da implantação de vagas no local, além de que o público alvo do edifício não tem condições de ter carros.
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ESTUDOS DE CASO e referĂŞncias de suporte do projeto
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ESTUDOS DE CASO The Bridge Homeless Assistance Center Dallas, Texas - EUA O Centro de Assistência a Desabrigados “The Bridge”, do escritório Overland Partners Architects, está localizado no centro comercial de Dallas, próximo a uma via interestadual. Os moradores da região do centro que tem melhores condições fazem trabalho voluntário no local que tornou-se motivo de orgulho para Dallas. Atende aproximadamente 6000 pessoas entre residentes e temporários. Ganhou muitos prêmios, dentre eles o “Best Entry Architectural”, competição que consagra projetos voltados a população em situação de rua. Também recebeu o certificado LEED, devido a suas soluções sustentáveis como telhado verde da sala de jantar, aproveitamento de espécies nativas na vegetação, aproveitamento da iluminação natural e seu sistema de reciclagem de águas cinzas. Segundo James Andrews, diretor da Overland Partners Architects, cerca de 750 desabrigados foram realocados para habitação, diminuindo o número de pessoas em situação de rua em 57%, enquanto que a criminalidade também diminuiu 20%. Figura 20 e 21: Fachada e praça interna do edifício. Disponível em: https://www.archdaily.com/115040/the-bridge-homelessassistance-center-Overland-partners
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O complexo é composto por cinco edifícios sendo eles: serviços, com três pavimentos, e os demais com apenas um pavimento: edifício de armazenamento, prédio de recepção, local para refeições e pavilhão ao ar livre. Foram utilizadas cores neutras no projeto e nas janelas de vidro foram escritos poemas feitos pelos moradores do centro, dando o sentimento de pertencimento e acolhimento aos moradores.
Figura 22, 23 e 24:Plantas do edifício. Disponível em: https://issuu.com/irisdeoliveira/docs/tfg3_final_mudado_final_web
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Centro de Apoio ao Morador de Rua São Paulo, SP - Brasil Marília M. R. Garcia, autora, inicia este projeto com a finalidade de abrigo para moradores de rua, porém a medida em que pesquisava sobre o assunto da vulnerabilidade social optou por projetar um centro de apoio que ofereceria subsídio para profissionalização e reinserção na sociedade com a incorporação de programas públicos existentes como Bom Prato e Poupatempo.
Figura 25 e 26: Perspectiva interna e implantação. Disponível em: https://issuu.com/mariliagarcia/docs/tfg_marilia_garcia
A intenção do projeto era possibilitar a replicação para outras áreas e reconhece como dever do estado a recuperação dos desabrigados. Por ser próximo a Estação da República, o projeto propõe abrir outra saída do metrô. O projeto também propõe uma feira semanal onde os produtos produzidos pelos desabrigados sejam expostos e comercializados ao público.
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ESTUDO DE CASO Arquitetura
Marília M. R. Garcia
Área
7500 m² aproximadamente
Ano do projeto
2014
O conjunto está formado por um edifício de três pavimentos. No primeiro localiza-se os dormitórios, no segundo andar estão as oficinas artísticas e no terceiro andar as salas de aula de profissionalização dos usuários. A cobertura é área restrita aos funcionários, reservada apenas para o reservatório de água e placas fotovoltaicas.
Figura 27: Perspectiva interna. Disponível em: https://issuu.com/mariliagarcia/docs/tfg_marilia_garcia
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ESTUDOS DE CASO Centro de Acolhimento e Apoio ao Morador de Rua São Paulo, SP - Brasil
O objetivo principal do projeto é a reinserção da população de rua permitindo a integração da sociedade com estas pessoas.
O projeto, desenvolvido por Íris Pâmela de Oliveira Souza, atenderá 250 pessoas entre homens, mulheres e famílias. Na área externa foram implantadas tendas comerciais semelhantes à linguagem da feira da Praça da República.
Figura 28: Implantação. Disponível https://issuu.com/irisdeoliveira1/docs/tfg3_final_mudado_final_web
em:
O térreo possui praça pública que tem como objetivo motivar o convívio dos transeuntes com os usuários do Centro que oferece guardavolumes amplos e um canil. A divisão dos alojamentos foi feita entre: dormitórios masculinos, femininos, familiares e mistos.
Figura 29: Perspectiva. Disponível https://issuu.com/irisdeoliveira1/docs/tfg3_final_mudado_final_web
em:
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ESTUDO DE CASO
Arquitetura
Íris Pâmela de Oliveira Souza
Área
10200 m² aproximadamente
Ano do projeto
2015
O segundo pavimento do edifício possui biblioteca pública com vista para a Praça da República e na cobertura foram instalados futons, solário e cinema ao ar livre, dentre outras atividades. O sistema construtivo utilizado foi de estrutura metálica com malha estrutural de vãos de 10m.
O projeto buscou dar uso a área subutilizada criando fácil acesso com a estação República e possibilitando a transposição da quadra bem como conexão entre os edifícios ao redor por fim foi elaborado de forma que sua replicação possa ocorrer em outras áreas necessitadas.
Figura 30: Perspectiva interna e implantação. Disponível em: https://issuu.com/irisdeoliveira1/docs/tfg3_final_mudado_final_web
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4.4. Planilha de análise comparativa CAPACIDADE DE ATENDIMENTO
Serviços
Sanitários Sanitários/Vestiário DML Apoio Almoxarifado Sala de espera Guarda volumes/Depósito Base do Poupa tempo Departamento Jurídico Canil Banho e Tosa Veterinário Lixo Casa de máquinas Casa de bombas Lavanderia Bicicletário Cabeleireiro Psicólogo Enfermaria Secretaria Lan House Refeitório Cozinha Depósito/Cozinha/Limpeza Lavatório Café Copa Piscina Palco Solário Cinema ao ar livre Bar café Reservatório d'água Placas fotovoltaicas Horta comunitária
CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO CENTRO DE APOIO AO MORADOR DE CENTRO DE ASSISTÊNCIA AO AO MORADOR DE RUA RUA MORADOR DE RUA ÍRIS DE OLIVEIRA MARÍLIA M. R. GARCIA HELENA D'ÁVILA OGG UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI BELAS ARTES UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 250 600 ÁREA (M²) ÁREA (M²) ÁREA (M²) 60 0 25 0 140 25 0 20 0 0 35 3 0 0 30 130 0 0 130 730 20 15 0 0 0 30 30 70 230 0 29 40 0 35 40 0 20 20 4 13 0 0 40 0 30 60 23 20 20 0 90 40 0 25 10 100 35 15 0 0 20 115 0 0 620 280 110 66 130 45 28 0 10 21 30 0 70 0 0 0 30 0 345 0 0 22 0 0 670 0 50 110 0 0 30 0 0 40 45 0 155 200 0 0 515 0
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ESTUDO DE CASO
QTD. DE PESSOAS ATENDIMENTO Sanitários Salas de Aula Biblioteca EDUCACIONAL Oficinas Palco Social/Espaço Flexível Ateliê Sanitários/Vestiário Fraldário Dormitório Feminino Alojamento Dormitório Masculino Dormitório Familiar Dormitório ao ar livre Segurança/Controle Recepção/Triagem Adm Administração Sala de reunião Doações Público Praça com feira e wi-fi livre TOTAL
CENTRO DE ACOLHIMENTO E APOIO CENTRO DE APOIO AO MORADOR DE CENTRO DE ASSISTÊNCIA AO AO MORADOR DE RUA RUA MORADOR DE RUA ÍRIS DE OLIVEIRA MARÍLIA M. R. GARCIA HELENA D'ÁVILA OGG UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI BELAS ARTES UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 600 ÁREA (M²) ÁREA (M²) ÁREA (M²) 55 35 50 185 0 0 815 195 100 35 200 285 0 230 0 120 550 0 35 0 0 275 105 65 0 10 0 1200 260 60 1240 0 375 450 110 0 0 325 0 8 70 10 30 330 65 15 80 40 0 0 15 45 30 25 2760 2450 825 10262 7755 2335
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Oficina Boracéa O projeto ocupa 17 mil m² e sua localização foi escolhida devido a proximidade da demanda de população necessitada e possui diversas oficinas e cursos de capacitação. Atualmente a capacidade é de aproximadamente 1500 pessoas . O projeto sofreu desconfigurações com a reforma ocorrida há 2 anos atrás em que foi desativado o canil e o estacionamento de carroças, justamente para conseguir abrigar mais pessoas. Em visita ao local não pude tirar fotos e o conteúdo é bastante reservado.
A) B) C) D) E) F) G) H) I) J) K) L) M)
Recepção geral Carrinheiros – 88 peesoas Canil/Veterinário Lavanderia comunitária Tapa – 400 pessoas Instituto de pesquisas urbanas Ambulatório Capela/ Alojamento 3ª idade/ Vestiário/ Sanitários públicos/ Salão múltiplo uso/ Restaurante/ Cozinha Posto policial Depósitos gerais Triagem Área de permuta/ Centro comunitário Raul Tabajara Administração
Figura 31: Implantação. Disponível em: https://issuu.com/flaviasantana4/docs/tfg_-_caderno_final
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Materiais sustentáveis O concreto é o segundo produto mais consumido no mundo, ficando a água potável em primeiro lugar. Devido a alta demanda é fácil encontrar fornecedores deste material e mão de obra. O mobiliário urbano, calçada e outros elementos serão feitos de concreto sustentável, criado e produzido no Brasil. Este material utiliza menos água e outros materiais em comparação ao concreto comum, porém como levam 20 anos para realização dos testes de comportamento do material ele ainda não pode ser usado para fins estruturais (Fonte: Engenheiros De Materiais (Fonte: http://engenheirodemateriais.com.br/2015/09/09/producao-de-concretossustentaveis/). A fachada oeste do edifício terá painéis metálicos em trilhos, para movimentar estes brises da maneira que o usuário preferir. Utilizando o painel como proteção contra a incidência direta de raios solares, a carga térmica nas fachadas diminuirá e não será necessário o uso de aparelhos condicionadores de ar.
Figura 43: Referência para utilização do painel perfurado colorido, porém fixos. Universidade da Flórida, Hospital Pediátrico de Cancer. Fonte: https://Ufhealth.org/pediatricsafter-hours/before-your-visit
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Figura 44: Referência para utilização do painel perfurado colorido, porém fixos. Universidade da Flórida, Hospital Pediátrico de Cancer. Fonte: https://Ufhealth.org/pediatricsafter-hours/before-your-visit
A referência inicial foi do painel perfurado da imagem acima, porém no projeto houveram alterações visto que são maiores e móveis e suas pás são horizontais e basculantes, como uma veneziana.
Figura 45: Brises móveis do projeto, o da esquerda com as pás fechadas e o da direita com as pás abertas. Autoria própria.
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Figura 46: Referência para utilização dos brises na fachada oeste. Fonte: Eficiência Energética na Arquitetura. DUTRA, PEREIRA E LAMBERTS.
Para a escolha dos vidros a referência foi o livro “Eficiência Energética na Arquitetura” de Roberto Lamberts, Luciano Dutra e Fernando Pereira e o vidro escolhido foi o espectralmente seletivo de alta transmissão de luz que permite entrada de grande parcela da luz natural sem ganhos de calor no verão, pois sombreia 80% da radiação infravermelha e ainda assim previne perdas de calor no inverno.
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PARTIDO ARQUITETÔNICO
Figura 47: Resumo em desenho dos fatores principais para decisão do partido do terreno. Autoria própria.
A forma do terreno determinou a forma do edifício, uma lâmina de concreto queimado com brises devido ao edifício ter suas aberturas predominantemente voltadas para oeste. A edificação foi implantada no limite do terreno, respeitando os recuos, para possibilitar maior entrada de insolação natural, pois o gabarito do entorno bloqueia a insolação na maior parte do dia mesmo na fachada oeste. Devido ao desnível foi criada uma rampa para conexão entre os níveis e permeabilidade na quadra.
Figura 47: Desnível do terreno em verde de 6m da R. da Consolação à Rua José Mantovan Freire
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ÁREA DE INTERVENÇÃO caracterização
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O terreno tem aproximadamente 2.400 m², está próximo a duas estações de metrô: República e Anhangabaú, além de ter como vizinho indireto o Edifício COPAN.
Figura 32: Vista frontal da área de intervenção desde a R. da Consolação. Acervo próprio
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Figura 33: Vista frontal da área de intervenção desde a R. da Consolação. Acervo próprio
Figura 35: Vista para a fachada frontal da área de intervenção. Acervo próprio.
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Figura 36,: Vista interna do terreno. Disponível em: http://sites.usp.br/dpi/terreno-da-rua-da-consolacao/
Figura 37,: Vista interna do terreno. Disponível http://sites.usp.br/dpi/terreno-da-rua-da-consolacao/
em:
Figura 38: Vista interna do terreno. Disponível em: http://sites.usp.br/dpi/terreno-da-rua-da-consolacao/
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Estudo de insolação - Solstício de verão (21/12)
Figuras 39, 40 e 41: Estudo de insolação. Autoria própria
A partir dos estudo de insolação e do gabarito de altura verificou-se que a fachada oeste do terreno tem mais propensão de recebimento de insolação, portanto o edifício foi projetado mais próximo à fachada leste, apenas obedecendo o recuo de 3m determinado por lei. Para amenizar o efeito da iluminação direta, a fachada oeste recebeu brises que serão explicados nas páginas seguintes.
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Figura 42: Ventos predominantes em São Paulo. Fonte: Programa Sol-Ar
Devido a posição do edifício, a ventilação natural ocorrerá através dos ventos da direção noroeste e oeste, conforme indicação dos ventos predominantes de São Paulo do Programa Sol-Ar.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
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IMPLANTAÇÃO DO VLT TURÍSTICO O projeto de proposta urbana surge como memória ao antigo bonde da rua Augusta, que era fundamental no fortalecimento da relação entre o centro velho e a Av. Paulista/centro novo. Agora ressurge com roteiro turístico 1 e 2 iniciando seu trajeto na Praça Dom José Gaspar com intuito de fomentar o turismo na região e melhorar a mobilidade. Roteiro 1, pontos de parada: 1: Partida da Praça Dom José Gaspar
3: Galeria do Rock/Largo do Paissandu
2: Teatro Municipal
4: Praça da República
3 4
2
1
0
50
100
200
300
Figura 48: Roteiro 1 – Implantação do vlt turístico. Autoria própria.
60
Roteiro 2, “Baixo Augusta” pontos de parada: 1: Partida da Praça Dom José Gaspar 2. Praça Roosevelt 3; R. Augusta altura nº 600 – bares e baladas 4. Altura da “endossa” – bares, restaurantes e comércio diversificado.
1 2 3 4
0
250
500
1.000
1.500
A implantação do VLT turístico não foi desenvolvida a fundo, mas ficam registradas as sugestões para intervenções futuras neste contexto urbano. 61
Programa
NÍVEL 752
NÍVEL 758
NÍVEL 762
LOJA CENTRO ABERTO HALL SEGURANÇA MARCENARIA CANIL CABELEIREIRO INST. SANITÁRIAS LAVANDERIA D.M.L. ESTACIONAMENTO DE CARROÇAS SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura) DOAÇÕES ADMINISTRAÇÃO ACOMPANHAMENTO SALA DOS FUNCIONÁRIOS GUARDA VOLUMES CAPELA INST. SANITÁRIAS RECEPÇÃO SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura) SALA DE JOGOS REFEITÓRIO COZINHA INST. SANITÁRIAS SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura)
4. ESTUDO DE CASO
Total (m²) 49,61 134,80 35,11 14,36 95,29 95,29 47,08 45,93 33,42 11,44 468,33 1.030,66 1.245,88 47,52 46,49 95,29 47,07 47,07 46,50 45,93 125,70 501,57
4.6. Programa de necessidades
NÍVEL 766
NÍVEL 770, 774 E 778
965,39 94,73 218,33 47,70 45,93 406,71 779,85
NÍVEL 782
Total (m²)
SALA MULTIUSO SALAS DE AULA OF. INFORMÁTICA OF. COSTURA OF. MÚSICA INST. SANITÁRIAS SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura) INST. SANITÁRIAS DORMITÓRIOS ALA MASCULINA DORMITÓRIOS ALA FEMININA SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura) ÁREA PARA DESCANSO/ CONTEMPLAÇÃO HORTA ACADEMIA SUBTOTAL TOTAL (subtotal + circulação + estrutura)
95,31 117,42 47,07 46,50 101,06 45,93 453,29 824,42 419,31 857,16 374,61 1.651,08 2.673,21
127,19 306,64 126,02 559,85 891,07 7.379,82
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PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO
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N
IMPLANTAÇÃO 0 3 6 12
24m 65
PERSPECTIVA DA LOJA, CENTRO URBANO E PAISAGISMO
66
1 – LOJA 2 – CENTRO ABERTO 3 – HALL 4 – SEGURANÇA 5 – MARCENARIA 6 – CANIL 7 – CABELEIREIRO 8 – INST. SANITÁRIAS 9 – LAVANDERIA 10 – D.M.L. 11 – ESTACIONAMENTO DE CARROÇAS
1
2
3
4
5
6 7 8 9 4 N
10
11
PLANTA NÍVEL 752 0 3 6
12
24m 67
PERSPECTIVA DO ACESSO DO EDIFÍCIO PELA R. DA CONSOLAÇÃO 68
1 – DOAÇÕES 2 – ADMINISTRAÇÃO 3 – ACOMPANHAMENTO 4 – SALA DOS FUNCIONÁRIOS 5 – GUARDA VOLUMES 6 – CAPELA 7 – INST. SANITÁRIAS 8 - RECEPÇÃO
1 2
3
abc
4 5
6 10
7
N
8 PLANTA NÍVEL 752 0 3 6
12
24m 69
70
1 – SALA DE JOGOS 2 – REFEITÓRIO 3 – COZINHA 4 – INST. SANITÁRIAS
1
2
3 4
N
PLANTA NÍVEL 762 0 3 6
12
24m 71
PERSPECTIVA DA CIRCULAÇÃO E ABERTURA PARA PÉ DIREITO DUPLO NO REFEITÓRIO
72
1 – SALA MULTIUSO 2 – SALA DE AULA 3 – OF. INFORMÁTICA 4 – OF. COSTURA 5 – INST. SANITÁRIAS 6 – OF. MÚSICA
1
2 2 3 4 5
N
6
PLANTA NÍVEL 766 0 3 6
12
24m 73
PERSPECTIVA DO DORMITÓRIO INDIVIDUAL
74
1 – INST. SANITÁRIAS 2 – DORMITÓRIOS – ALA MASCULINA 3 – DORMITÓRIOS – ALA FEMININA
1
2
1
N
3
PLANTA NÍVEL 770, 774 E 778 0 3 6
12
24m 75
76
1 – ÁREA PARA DESCANSO/ CONTEMPLAÇÃO 2 – HORTA 3 – ACADEMIA AO AR LIVRE
1
2
3
N
PLANTA NÍVEL 782 0 3 6
12
24m 77
CORTE AA
CORTE BB
0
3
6
12
24
CORTE BB
78
FACHADA OESTE
FACHADA LESTE 0
3
6
12
24
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FACHADA SUL – R. DA CONSOLAÇÃO
FACHADA NORTE
0
3
6
12
24 80
81
82
83
CONCLUSÃO A arquitetura como motor de transformação social tem sido discutida historicamente e é uma ideia que pode e deve ser agregada ao projeto. Se essa rua fosse minha... eu reduziria a desigualdade social no transporte priorizando o transporte coletivo e a modalidade a pé e possibilitaria condições dignas de moradia a todos. Assim a sociedade conviveria melhor entre as mais diversas camadas sociais; diminuindo a segregação socioespacial com a melhoria dos espaços urbanos e qualificação dos espaços desenhados para os excluídos.
Fonte: OSMR, http://orsm.com.br/centro-pop-ampliara-trabalho-oferecido-a-pessoas-em-situacao-de-rua/
“A cidade não pode ser um lugar de negócios lucrativos a serviço de uma elite. [...] A cidade que desejamos é outra. Tem moradia digna e respeito aos direitos humanos, o poder pertence ao povo e os trabalhadores compartilham dos frutos do que se produz coletivamente.” LUCAS BARBOSA 84
REFERÊNCIAS Livros e artigos de revistas acadêmicas GEHL, Jan. Cidades para pessoas. Editora Perspectiva, 2014. Acesso em: 23 de Abr. de 2017. GEHL, Jan; GEMZOE, Lars. New city spaces. Editora The Danish Architectural Press PISSARDO, Felipe Melo. A rua apropriada: um estudo sobre as transformações e usos urbanos na Rua Augusta (São Paulo, 1891-2012). 2013. Dissertação (Mestrado em Projeto, Espaço e Cultura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. doi:10.11606/D.16.2013.tde-12082013-101209. Acesso em: 23 de Abr. de 2017.
Reportagens, matérias, artigos da imprensa e meios eletrônicos: - Criminalidade bairro a bairro. Disponível em: <http://infograficos.estadao.com.br/cidades/criminalidadebairro-a-bairro/> Acesso em 11 de Abr. de 2017. - Terreno da USP na R. da Consolação, 268. Disponível em: <http://sites.usp.br/dpi/terreno-na-rua-daconsolacao/> Acesso em 11 de Abr. de 2017. - Uso atual da Rua Augusta tem relação com sua história. Disponível em <http://www5.usp.br/34190/usoatual-da-rua-augusta-tem-relacao-com-sua-historia/> Acesso em 11 de Abr. de 2017. - Censo da população em situação de rua da cidade de São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/observatorio_social/pesquisas/ind ex.php?p=18626> Acesso em: 23 de Abr. de 2017. - Moradores da Vila Madalena vão a Justiça contra Carnaval. Disponível em: < http://vejasp.abril.com.br/cidades/moradores-vila-madalena-justica-carnaval/> Acesso em: 24 de Abr. de 2017. - Moradores usam redes sociais para reclamar do barulho. Disponível em < http://exame.abril.com.br/brasil/moradores-usam-redes-sociais-para-reclamar-do-barulho/> Acesso em: 24 de Abr. de 2017. 85
- Blocos na Vila Madalena podem diminuir ainda mais. Disponível em: <http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000793509/blocos-na-vila-madalena-podemdiminuir-ainda-mais.html>. Acesso em: 24 de Abr. de 2017. - R. 7 de Abril será fechada para carros e transformada em calçadão. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/09/09/sp-rua-7-de-abril-sera-fechadapara-carros-e-transformada-em-calcadao.htm>. Acesso em: 18 de Abr. de 2017. - Calçadão na rua 7 de Abril. Disponível em:<http://www.karlacunha.com.br/calcadao-na-rua-sete-deabril/> Acesso em: 18 de Abr. de 2017. - Censo da população em situação de rua de 2015. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/observatorio_social/2 015/censo/FIPE_smads_CENSO_2015_coletivafinal.pdf>. Acesso em: 21 de Abr. de 2017. - Programa trabalho novo. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-doestadao/doria-quer-empregar-20-mil-moradores-de-rua/>. Acesso em: 21 de Abr. de 2017. - Espaço Vida. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,doria-vai-reformaralbergue-para-atrair-morador-de-rua,10000096927>. Acesso em: 21 de Abr. de 2017. - Espaço Vida. Disponível em: <http://capital.sp.gov.br/noticia/programa-espaco-vida-e-apresentado-aempresarios-do-setor-da-construcao>. Acesso em: 21 de Abr. de 2017. - Pesquisa censitária da população em situação de rua – Complemento do relatório final do censo, Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/censo/1862%20%20PRODUTO%2015%20-%20OUT%2015.pdf> Acesso em: 07 de Mai. De 2017. 86
- Primeiro CTA. Disponível em: <https://youtu.be/5EWH_QutxV0> Acesso em 25 de Mai. De 2017 - Fotos para conhecer a verdadeira rua Augusta. Disponível em: <https://papodehomem.com.br/26fotos-para-conhecer-a-verdadeira-rua-augusta/> Acesso em 28 de Mai. De 2017. - Por um calçadão na Rua Augusta nos finais de semana. Disponível em: <http://www.andrepomba.com.br/2013/08/26/por-um-calcadao-na-rua-augusta-no-finais-desemana/> Acesso em 28 de Mai. De 2017
- À margem da imagem. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Dhg7UYd998c> Acesso em 28 de Mai. De 2017 - Enquanto o Brasil for desigual seremos campeões em reciclagem. Disponível em: <Nossoquintal.org/2011/08/24/enquanto-o-brasil-for-desigual-seremos-campeoes-em-reciclagem/> Acesso em 28 de Mai. De 2017 - Quem são nossos moradores de rua. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/blogs/blog-dakikacastro-19.180341/quem-s%C3%A3o-nossos-moradores-de-rua-19.271823> Acesso em 28 de Mai. De 2017.
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