Fortaleza da Barra Grande - Guarujá/SP - Brasil

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Robnaldo Salgado Eraldo Silva

Barra Grande Fortaleza da

Patrimônio histórico recuperado

EDITORA UNIVERSITÁRIA

Universidade Católica de Santos

Santos – 2000


Fortaleza da Barra Grande

Catalogação

na

Fonte

do

departamento naCional

do

livro (rJ)

S264F Salgado, Robnaldo Fidalgo. Fortaleza da Barra Grande: patrimônio histórico recuperado/ Robnaldo Fidalgo Salgado, Eraldo Silva. – Santos, SP: Leopoldianum, 2000, 88 p. : 21X21cm ISBN 85-86434-10-8

1. Fortaleza da Barra Grande (Guarujá, SP). 2.Patrimônio cultural – Proteção – Guarujá (SP) – Conservação e restauração. I. Silva, Eraldo. II. Título. CDD – 725.18098161 Revisão Final Edna Maria Alessio de Aguiar laboRatoRistas Marcello Netto Gonçalves Asclepíades Gonçalves de Souza PRodução GRáFica e editoRação Matiz Comunicação • Santos - SP • (013) 221.1701 Fotolito Type New imPRessão e acabamento Edições Loyola EDITORA UNIVERSITÁRIA

Universidade Católica de Santos

Coordenadora: Ivani Ribeiro da Silva Conselho Editorial: Antonio Frederico O. C. Souto Corrêa Clotilde Paul Elcio Rogerio Secomandi Maria Rita de Cássia Rebello Anastacio rua euClides da Cunha, 241 CEP 11060-902 - Santos SP Tel: (013) 250-5555

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Patrimônio histórico recuperado Patrimônio histórico recuperado

APRESENTAÇÃO

Bibliografia O restauro como processo de conhecimento Ação ComunitáRiA Ano 1. núcleo de Extensão Comunitária. universidade Católica de Santos. Janeiro de 1996. infoRmAtivo uniSAntoS no 157. Página 8. Santos, abril de 1998.

“Antes de ser uma técnica, o restauro deve ser uma filosofia.” Roberto Pane infoRmAtivo uniSAntoS no 167. Página 8. Santos, 1a quinzena de maio de 1999

infoRmAtivo uniSAntoS no 172. p. 8. Santos, 2a quinzena palavra patrimônio de Veneza, em 1964. de agosto de 1999.

O moderno conceito significa etimologide restauro patrimonial fundamenta-se no infoRmAtivo uniSAntoS no 178. Página 8. Santos, 2a quinca mente zena deherança novembro de 1999. legado de continuidade cultural entre o paterna, o dote que passado, o presente e o futuro. JoRnAl A tRibunA. fortaleza vai ser transformada em espaço é transmitido de cultural. p. A-16. Região, 25 de agosto de 1996. é, sobretudo, um processo Restaurar geração a geração, crítico de estará produção JoRnAl A tRibunA. Até o ano 2000, a fortaleza restaura-de conhecimento, é o o vínculo ancestral instante da. At Especial. p. 8. Santos, domingo 10 deprivilegiado agosto de 1997. do “reconhecimento da que estabelece nosobra de arte, na sua consistência física e na sua sas origens e, portanto, define quem somos. JoRnAl A tRibunA – Porto&mar – Há um século, o forte disdupla polaridade, estética e histórica, tendo-se parava seu último tiro. p. b1 – domingo, 19 de setembro Restaurar o patrimônio significa em vista a sua transmissão para o futuro”, como de 1993. muito mais do que recuperar heranças perdidas ou bem conceituou Cesare Brandi em sua obra REviStA foRtAlEzA dA bARRA. Capela restaurada ganha painel restabelecer vínculos de identidades. “Nós clássica “Teoria del Restauro”. Assim, esse de manabu mabe. Wilma therezinha fernandes de Andrade. não queremos conservar os monumentos doAmaro namomento metodológico constitui-se num A Capela de Santo fortaleza da barra Grande. 8 de agosto difusas de 1999. passado como um mundo de imagens átimo de tempo histórico, quando se recopara o refúgio da nostalgia”, afirmou Roberto nhece o monumento como arte. Pane no celebrado Congresso Internacional 5

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Fortaleza da Barra Grande

A restauração da Fortaleza da Barra Grande, em Guarujá, empreendida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Universidade Católica de Santos, revelou à nossa geração algo que há quatrocentos anos permanecia discretamente assentado na entrada do Canal da Barra. Nos austeros volumes brancos desta fortificação hoje percebemos aquilo que Le Corbusier tão bem traduziu em “Vers une Architecture”: um perfeito ordenamento de formas funcionais obtidas pela criação do gênio humano, “cujas relações que criam, despertam-nos profundas ressonâncias, nos dão a medida de uma ordem que se sente de acordo com a do mundo, determinam reações diversas no nosso espírito e em nossos corações; e então percebemos a beleza”.

As imagens não constituem apenas uma seqüência cronológica do estado de conservação deste monumento. Fazem parte do processo de renascimento da Fortaleza e conseqüentemente devem ser percebidas como produtos culturais. Não existe neutralidade nas imagens. A simples intenção de documentar sistematicamente um objeto denuncia o aguçado juízo crítico. São registros históricos e estéticos, que precisamos aprender a ler: descrevem o desprezo pela memória e o abandono consentido; falam da retomada da consciência histórica e da participação social; mostram o reatamento dos vínculos do passado com o futuro; mas sobretudo, trazem à luz, com grande sensibilidade, o instante quase mágico da revelação desta arquitetura de pedra como obra de arte.

A obra de Manabu Mabe executada na Capela pode ser vista como o paradigma desse processo de produção de conhecimento através do restauro. A inserção da arte moderna nesta estrutura representa a continuidade histórica que se buscou.

Arq. Victor Hugo Mori (IPHAN-SP)

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Patrimônio Patrimônio histórico históricorecuperado recuperado

Fortaleza da Barra mantém imponência na Baía de Santos ouve um tempo em que a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande era apenas uma lembrança de um período em que esta tinha a missão de defender Santos

monumento, mas nada se comparou ao trabalho do Núcleo de Extensão Comunitária, da Universidade Católica de Santos - UniSantos. Através do desenvolvimento do seu trabalho comunitário, na Praia de Santa Cruz dos Navegantes, o núcleo, sob o coordenação da professora Carmen Lydia Dias Carvalho Lima, grande incentivadora desse projeto, não pôde ignorar a destruição do monumento. Vizinho à comunidade, ele tornava-se tema das discussões em grupo.

e a região provinciana. Enfrentando terríveis corsários franceses, ingleses e holandeses, conquistou inúmeras batalhas, mas quase não resistiu à ação do tempo e dos vândalos.

Cumpria-se, assim, a árdua tarefa de conscientizar a população sobre a importância histórica do Forte, não só para a preservação, mas, principalmente, para que a comunidade o valorizasse como elemento histórico e cultural.

Apesar de todo abandono, a Fortaleza da Barra nunca perdeu a sua imponência, e foi essa impressionante solidez que chamou a atenção de um grupo de estudiosos, consciente da necessidade de preservação do mais importante monumento militar do Estado de São Paulo.

Assumindo a iniciativa de organizar uma comissão de trabalho pró-recuperação, o núcleo reuniu autoridades, instituições e segmentos da sociedade para que cada um apresentasse intenções e compromissos em

Muitos planos, sugestões, reuniões e campanhas surgiram para a restauração do velho 9 81


Fortaleza da Barra Grande

relação à Fortaleza da Barra.

trabalho que mobilizou, ainda, associações, clubes, entidades, sem esquecer de colaboradores ilustres e comuns que sempre atuaram com muita eficiência, sem perder de vista o foco central do projeto, a recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.

Surgia, então, em novembro de 1991, a Comissão de Trabalho/Fortaleza, com o objetivo de restaurar e ocupar o monumento. A formalização de um convênio, em 1993, foi a certeza de que os esforços não foram em vão. Assinado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a UniSantos e a Prefeitura Municipal de Guarujá, o Protocolo de Intenções foi o aval necessário para a oficialização do trabalho.

A UniSantos, a primeira universidade da região, honrou o seu compromisso de Instituição de Ensino Superior, voltada para a educação, a pesquisa e a extensão. Preocupada com as necessidades e aspirações da própria comunidade, valorizou a pessoa humana e contribuiu para a preservação da história, fonte de referência para as futuras gerações.

Proteger e preservar foram as metas desse

Às vésperas de completar 50 anos de existência, desde a criação de sua primeira

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PatrimônioPatrimônio histórico recuperado histórico recuperado

faculdade, a UniSantos intensificou a sua ação, recuperando esse patrimônio que hoje está aberto a todos que quiserem conhecer e pesquisar. A história do monumento, intimamente ligada ao desenvolvimento da região, está salva e demonstra como a atividade da universidade é dinâmica, transformadora e atual. A frase Coragem! Estamos fazendo a história, pronunciada várias vezes pelo professor doutor Waldemar Valle Martins, primeiro reitor da UniSantos, resume bem o espírito dos homens que comandam a instituição. Foi com este ideal que professores, alunos e funcionários dedicaram dias e noites, finais de semana e feriados, em prol da conscientização sobre a importância da Fortaleza. Em um período dedicado às comemorações dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que mostrar a recuperação desse símbolo da resistência, que ressurge como protagonista de uma nova história, como exemplo de preservação e orgulho para toda Baixada Santista. Hoje, a Fortaleza está salva e no caminho de transformar-se em um importante pólo cultural, inclusive atraente comercialmente, com biblioteca, loja, restaurante, museu, salas para cursos, espaço para exposições 11 e performances teatrais. 79


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Construção impediu que piratas continuassem a invadir a região rguida em 1584, durante o reinado de Felipe II da Espanha e I de Portugal, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande passou por diversas reformas que lhe deram maior capacidade bélica. Sua localização privilegiada, na Ilha de Santo Amaro, entre a Praia de Santa Cruz dos Navegantes e a Praia do Góes, impediu que piratas continuassem a invadir e saquear Santos e São Vicente. O seu visual estratégico alcança os municípios de Praia Grande, São Vicente, Santos, e o Estuário, além dos contrafortes das serras de Cubatão e do Quilombo. Ocupando um esporão rochoso, a fortaleza está projetada sobre o estreito canal de acesso ao maior porto da América Latina. Suas paredes e muralhas espessas, construídas em imensos blocos de pedras, 13


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chamam a atenção. Sua potência também era sentida através de seus canhões, cujo estampido ecoava até Cananéia, no Vale do Ribeira, a aproximadamente 140 quilômetros de distância. Sua construção teve início após uma investida do corsário inglês Edward Fenton, que pretendia sobrepor a Barra de Santos a fim de atingir a Província. O capitão-mor de São Vicente, Jerônimo Leitão, preocupado com a defesa do principal Porto da Capitania de São Vicente, entrada e saída para São Paulo e para o sertão, pediu a construção de uma fortaleza. O trabalho coube ao almirante espanhol Diogo Flores Valdez. Defendendo a região de diversos ataques, como do holandês Joris Van Spilberguen (1615) e do francês Jean-François Duclerc (1710), a Fortaleza disparou seu último tiro em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada.

foi tombada em 1967 e entregue ao antigo SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A Sociedade Amigos da Marinha – Soamar – também ocupou o monumento, o que favorecia a preservação do local. No entanto, após a desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência .

O Ministério da Guerra, em aviso dirigido ao chefe do Estado-Maior, determinou o seu desarmamento, no dia 6 de abril de 1905. Com toda sua bateria, foi removida e transferida para o 24o Batalhão. Transformada em sede do Círculo Militar de Santos, 14


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Abandonada, a fortaleza deteriorou-se rapidamente, não só com a ação do tempo. Invasores retiraram madeiras, telhas e tijolos. Enquanto o altar, revestido de azulejos brancos e azuis, era arruinado pelos vândalos, o teto cedeu e o piso foi totalmente destruído.

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Um dos únicos modelos da arquitetura espanhola no Brasil beleza natural e o passado histórico revelam que o turismo é a principal vocação da Fortaleza. Não há navio que aporte em Santos sem passar pelo monumento, um dos únicos modelos da construção espanhola no Brasil. Testemunha viva da história de Santos e região, possui uma área de 200 mil m2, sendo 55 mil só de edificação, que lembra a forma de um navio pirata atracado. Dividida em três patamares, no interior, próximo ao nível do mar, estava instalada a primeira bateria de canhões. No intermediário, a cerca de 25 metros de altura, está o antigo quartel e, no superior, o depósito de pólvora.

No século XVII foi utilizada como presídio político, onde ficavam detidos os inimigos da coroa portuguesa; hoje, conhecer a Fortaleza é mergulhar no passado, época das grandes navegações; é lembrar personagens, verdadeiros mitos da história, que por ali passaram. Moradores do bairro vizinho ao monumento falavam de túneis, tesouro, lagoa no meio da montanha, calabouços, antigo cemitério e correntes que mantinham os prisioneiros. Histórias misteriosas não faltam, mas a sensação para os visitantes é apenas de harmonia e paz. A visão privilegiada, em todos os ângulos, proporciona a contemplação das belezas naturais.

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A configuração primitiva do monumento é desconhecida entre o primeiro e o segundo século de existência. É a partir do primeiro projeto de reestruturação, no início do século XVIII, que podemos acompanhar a sua evolução arquitetônica.

assumir a arquitetura contemporânea, como verdade do nosso tempo. O compromisso foi reintroduzir o monumento na vida cotidiana da Baixada Santista. A proposta buscou o respeito entre a nova arquitetura e a estrutura antiga, mantendo as marcas de um passado de lutas e conquistas. Um conceito moderno de preservação cultural, buscando, fundamentalmente, uma função social.

O projeto de restauração empreendido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – não buscou a imitação do passado. Apenas optou por

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Conjunto arquitetônico sofreu várias intervenções ntiga casa de pólvora, a capela, constru ída em 1742, está ao lado da casa de comando. Altar, conjunto de castiçais e a imagem de Santo Amaro já criaram o cenário do local, onde diversas celebrações foram realizadas. A fachada é em estilo barroco e os 80 metros quadrados, protegidos por paredes espessas, despertam a curiosidade. Elas são feitas de pedras e tijolos, ligadas por argamassa de conchas, areia de praia e óleo de baleia. Em 1885 a capela passou por grandes reformas e contou com o prestígio de diversas autoridades. Voltada para o mar, ela sempre

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Patrimônio históricohistórico recuperado Patrimônio recuperado

se destacou e foi motivo Vítor Hugo Mori. de orgulho para os fiéis. A proposta de projeto contemporâHá 45como anos, verdade novas reformas; neo, desse tempo, foi cumsua reinauguração fez parte das aqueles que prida e assimilada por todos o comemorações dorecuperação. 116 aniver- A Fortaleza de lutaram pela sárioSanto da elevação à Amaro de da Santos Barra Grande passou a categoria deexemplo cidade. O ser um de evento acertos e ações decicontou com o apoio do bispo sivas transformadoras, tornando-se docudiocesano de Santos, Dom Idílio José Soares, um dos fundadores da Sociedade Visconde de São Leopoldo, mantenedora da UniSantos.

mento necessário para contar a história. Sua hegemonia em relação aos interesses particulares demonstra o seu valor como signo cultural, inserido no planejamento urbano, resgatando assim a consciência da sociedade sobre a importância da memória, até em manifestações que promovam uma melhor qualidade de vida.

Na década de 70, novamente o conjunto sofreu com a destruição. A capela perdeu azulejos, porta, telhas e o teto veio abaixo. Ao relento, a imagem de Santo Amaro foi salva por um grupo de crianças e foi para o Museu de Arte Sacra de Santos. Quando foi iniciado o recente processo de recuperação, a capela foi restaurada, recebendo novo forro, telhado e piso em madeira.

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A consciência do valor histórico o dia 7 de novembro de 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova história. Autoridades, entidades e comunidade reúnem-se em busca da recuperação do conjunto arquitetônico. Começam a surgir os efeitos positivos da iniciativa da Universidade Católica de Santos, com a formação da Comissão de Trabalho/Fortaleza. O grupo, constituído por representantes de instituições públicas e privadas, promoveu uma série de trabalhos, como: limpeza do monumento, vigilância e defesa do patrimônio, trabalho de conscientização da população local, divulgação do movimento, incentivo às visitas de alunos e realização de alguns eventos.

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A consolidação do projeto aconteceu no dia 2 de setembro de 1993, com a assinatura do Protocolo de Intenções entre a UniSantos, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Com vistas a fomentar uma ação conjunta para a recuperação e valorização do monumento, o documento prevê a implantação de um programa de utilização do local.

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Monumento é símbolo da história da região atrimônio nacional, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, restaurada, é uma dádiva para um país com tantos equívocos e carente de referenciais so- As entidades envolvidas assumiram projetos, bre a sua história. Negar a importânciapesquisas, do estudos, obras, vigilância, além de atimonumento é negar a existência do próprio vidades de turismo, lazer e educação. A conscienpovo brasileiro. tização de sua importância e a busca de parcerias para o custeio de atividades e adequação de espaços Fruto de um árduo trabalho, o processo também foram previstas. de recuperação prova que a conscientização da comunidade e a união de alguns setores Na época, o professor da UniSantos, Élcio Rogério da sociedade podem alterar conceitos e proSecomandi, responsável por uma série de promoções mover ações transformadoras. e eventos, já profetizava a realização desse trabalho, assim: A missão de salvamento daquele colosso da Símbolo da trajetória de uma nação, arquitetura militar brasileira – que guarda entre suas a Fortaleza representa uma das formas de muralhas histórias de uma Colônia, de um Império e redescobrir Santos. É a inspiração para de uma jovem República – está apenas começando... . estudos que são e serão peças-chaves para compreender a formação das cidades da 29 61


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Patrimônio Patrimôniohistórico históricorecuperado recuperado

Responsabilidade participativa Show pirotécnico marca a chegada do ano 2000 o diaintegrante 31 de dezemarte do bro de 1999, cotidiano dos mo-a Fortaleza de Santo radores da Praia de Amaro Santa CruzdadosBarra NaGrande ela se passou prepavegantes, a chegada arou ser para estudada por do novo ano. alguns jovens da Palcoco de um Assim, grande munidade. show opirotécnico, o espetáculo, em suas nasceu projeto “Guias-mirins da Fortaleza”, dependências, marcou a desativação do coordenado pela UniSantos, com o objetivo painel queaaresponsabilidade Universidade participativa instalou no de promover monumento a contagem regressiva de preservação. para Eles são preparados por monidos 2000 anos dodanascimento Cristo. tores e professores universidade,denenhum pode servir voluntariamente se não estiver O show pirotécnico, numa parceria estudando. da Universidade com a Indústria de FogosLocalização Xingu, foigeográfica, dividido em oito sessões datas, ocupação começaramque com uma salva 21 eque acontecimentos marcaram a vidadeútil morteiros polegadas de tiro Desseco, da Fortaleza de sãotrês descritos pelos “Guias”. simbolizando saudação a chefe eles de Estado, pertando a consciência histórica, ainda lançadososavisitantes até 150 metros altura,em em orientam sobre osde cuidados intervalos de 5 segundos. relação à preservação ambiental.

As características do trabalho proporcionaram a criação, nos jovens, de um espírito de civilidade e patriotismo, traduzido no próprio compromisso verbal assumido pelos primeiros guias, formados em 1994. Nós, guias mirins, nos comprometemos a divulgar e a informar aos que procuram e visitam a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande sobre a origem, a construção do monumento e sua participação histórica na vida desta parte do litoral paulista. Queremos lutar pela manutenção, preservação e restauração da nossa fortaleza. Sonhamos passar aos visitantes o amor que aprendemos a ter por essas muralhas que querem ser respeitadas... .

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Patrimônio histórico recuperado

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento ara homenagear a população da Baixada Santista, a UniSantos inaugurou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâmpadas que envolveram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista. Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio. Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estudadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de aplicação de recursos em eventos promocionais.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de relevo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotógrafos da Baixada Santista para o evento 35


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Patrimônio históricohistórico recuperado Patrimônio recuperado

nacionais, apresentando diferentes estilos arquitetônicos.

Confeccionado em papel couché, gomado, fosforescente, foram impressos 1,8 milhão de selos. Aproximadamente 24 horas após o lançamento, a Baixada Santista já havia esgotado a sua cota, cerca de 5 mil reproduções.

O selo autenticou a identidade do monumento e o caráter de símbolo da História, lembrando que foi em Santos que surgiu o sentimento nacional de repúdio aos invasores.

Durante a solenidade de lançamento, centenas de autoridades e convidados estiveram presentes. Na ocasião, o arquiteto do IPHAN, Victor Hugo Mori, disse que a Fortaleza já havia nascido com espírito de globalização, com características inter-

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O selo postal destacando a Fortaleza é um veículo de marketing cultural, como todos os selos brasileiros comemorativos e especiais, que atraem o interesse dos filatelistas pela variedade temática e aprimoramento.

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Eventos diversos aconteceram com o objetivo de sensibilizar a população em geral sobre a importância do patrimônio. O I Concurso de Slogans, Poesias e Contos foi um exemplo e superou todas as expectativas, com a participação de centenas de alunos de escolas de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.

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Patrimônio histórico recuperado

Os professores das escolas envolvidas, de Santos e Guarujá, selecionaram 173 trabalhos (85 poesias, 52 slogans e 36 contos). Os alunos conheceram a história e visitaram o monumento, buscando inspiração para criar slogans como o de Luciana Rocha Camargo, do Colégio Liceu Santista: Ajude a Fortaleza. Ela já segurou uma barra... 1584 – 1999 – 415 anos de vigília.

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o impacto ambiental.

encenado pelo Grupo de Teatro UniSantos – Gextus. As paredes rústicas e colunas da Fortaleza deram mais realismo ao espetáculo, proporcionando a criação de um grande cenário para a tragédia do grego Eurípides.

A sua arquitetura permite a múltipla utilização do local, seja para fins religiosos, comerciais ou culturais. Prova disso foi a apresentação do espetáculo As Troianas,

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A Celebração da Palavra, realizada pelo então Bispo Diocesano Dom David Picão, emocionou a comunidade e demais convidados, no dia 21 de dezembro de 1997. Lembrando o Natal, a celebração marcou a caminhada dos preparativos para os 2000

anos do nascimento de Jesus Cristo. A integração com os moradores da Praia de Santa Cruz dos Navegantes foi demonstrada pela apresentação de um espetáculo teatral preparado pelas crianças do bairro.

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Atracadouro facilita visitação tracadouro da Fortaleza da Barra Grande. Construído por ordem do Rei de Portugal, em 1712. Engenheiro responsável: Brigadeiro João Massé. Reconstruído pela Universidade Católica de Santos, em 1997. Engenheira responsável: Zildete Teixeira Ferraz do Prado”. Assim, uma placa comemorativa, com os brasões do Reino de Portugal e da UniSantos anunciava a inauguração do novo atracadouro da Fortaleza.

a sua última missão de tiro, contra o cruzador República, na Revolta da Armada. Então diretor geral da Sociedade Visconde de São Leopoldo, o professor Cyro Raphael Monteiro da Silva, lembrando palavras do prof. Secomandi, resumiu o sentido daquela reconstrução: “Triste o povo que não tem história. Mais triste ainda o que não sabe preservá-la”. O novo atracadouro facilitou o acesso ao monumento, incentivando à visitação, principalmente de turistas nos finais de semana.

No dia dedicado aos ideais republicanos, 21 de abril, e lembrando o mártir Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a Bandeira do Brasil tremulou no monumento histórico e 19 tiros de canhão (simulados) ecoaram na Baía de Santos, lembrando o ano de 1893, quando a artilharia executava 45


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Projeto Viva a Fortaleza ois tiros, simulados, de salva de canhão lembraram o ano de 1800, quando denunciavam a chegada de algum navio suspeito. Logo depois, um espetáculo de luzes e cores marcou o início do Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000. Após o show pirotécnico e a cascata de luzes que “banhou” as muralhas, um placar eletrônico, fixado no muro interno, marcava os 853 dias que faltavam para o ano 2000. Era o dia 31 de agosto de 1997, o início de mais uma etapa a fim de atrair a atenção dos visitantes e da população da Baixada Santista para a importância do monumento e simbolizar a união entre a UniSantos, o IPHAN e a Prefeitura Municipal de Guarujá.

de Pesca. Um coral, formado por crianças do bairro da Praia de Santa Cruz dos Navegantes, marcou presença cantando o Hino Nacional Brasileiro. Era mais uma demonstração de valorização de um símbolo nacional e estímulo à criação de um espírito de patriotismo. O Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000 buscou sensibilizar a iniciativa privada. Os diversos eventos culturais, religiosos, educacio nais, esportivos, pedagógicos e assistenciais aconteceram com a finalidade de se descobrir uma finalidade digna para a Fortaleza. A cultura e o turismo despontaram como vocações naturais. Contemplada pela beleza arquitetônica, a população santista pôde vislumbrar o seu visual no período da noite, com a iluminação da casa de comando e capela, além de acompanhar a contagem regressiva, diariamente, para 2000.

Centenas de pessoas acompanharam a inauguração do placar, em frente ao Museu 49


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Eventos diversos aconteceram com o objetivo de sensibilizar a população em geral sobre a importância do patrimônio. O I Concurso de Slogans, Poesias e Contos foi um exemplo e superou todas as expectativas, com a participação de centenas de alunos de escolas de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.

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Selo comemorativo destaca a beleza do monumento A aprovação pelo Ministério das Comunicações não tardou, vindo logo após a formalização do pedido pela UniSantos. O ângulo explorado pela lente do fotógrafo Eraldo Silva sensibilizou as autoridades e mereceu tratamento especial para a ilustração de Luciana Hirata e Dickson Távora. Os artistas utilizaram técnicas mistas de ilustração e computação gráfica. Em primeiro plano, destaque para o canhão Blomefield, do século XIX, réplica construída pelo artista plástico Daniel Gonzalez.

ímbolo da identidade do litoral do Estado de São Paulo, a Fortaleza ganhou um novo reconhecimento histórico, no dia 21 de abril de 1999. Transformada em selo postal comemorativo, sua beleza e imponência estão destacadas pelo contraste entre o branco das muralhas e o verde exuberante da Mata Atlântica.

Os professores das escolas envolvidas, de Santos e Guarujá, selecionaram 173 trabalhos (85 poesias, 52 slogans e 36 contos). Os alunos conheceram a história e visitaram o monumento, buscando inspiração para criar slogans como o de Luciana Rocha Camargo, do Colégio Liceu Santista: Ajude a Fortaleza. Ela já segurou uma barra... 1584 – 1999 – 415 anos de vigília.

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nacionais, apresentando diferentes estilos arquitetônicos.

Confeccionado em papel couché, gomado, fosforescente, foram impressos 1,8 milhão de selos. Aproximadamente 24 horas após o lançamento, a Baixada Santista já havia esgotado a sua cota, cerca de 5 mil reproduções.

O selo autenticou a identidade do monumento e o caráter de símbolo da História, lembrando que foi em Santos que surgiu o sentimento nacional de repúdio aos invasores.

Durante a solenidade de lançamento, centenas de autoridades e convidados estiveram presentes. Na ocasião, o arquiteto do IPHAN, Victor Hugo Mori, disse que a Fortaleza já havia nascido com espírito de globalização, com características inter-

O selo postal destacando a Fortaleza é um veículo de marketing cultural, como todos os selos brasileiros comemorativos e especiais, que atraem o interesse dos filatelistas pela variedade temática e aprimoramento.

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Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento ara homenagear a população da Baixada Santista, a UniSantos inaugurou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâmpadas que envolveram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista. Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio. Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estudadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de aplicação de recursos em eventos promocionais.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de relevo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotógrafos da Baixada Santista para o evento 35


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“La Plata Maru” e, durante mais de 60 anos, permaneceu em terras brasileiras, sendo considerado um dos maiores embaixadores da cultura do Brasil em diversos países da América, Europa e Ásia.

Museu de Arte Contemporânea de Boston, Walker Art Center, Dallas Museum Of Fine Arts, Museu de Munique, Museu de Arte de Porto Alegre, Museu de Arte de Belo Horizonte, The Museum Of Fine Art-Houston-Texas.

Suas obras estão expostas pelo mundo, em diversos museus, como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia,

É autor do mural para Organização dos Estados Americanos, em Washington, e do palco do Teatro de Kumamoto, com 200 M2.

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Show pirotécnico marca Responsabilidade participativa a chegada do ano 2000 o dia de dezem-do arte31integrante brocotidiano de 1999, a dos moFortaleza radores de da Santo Praia de Amaro da Barra Santa Cruz dos NaGrande se ela prepavegantes, passou roua para a chegada ser estudada por do alguns novo jovens ano. Palda coco munidade. de um grande Assim, show pirotécnico, o espetáculo, em suas nasceu o projeto “Guias-mirins da Fortaleza”, dependências, marcou a desativação do coordenado pela UniSantos, com o objetivo painel que a Universidade instalou no de promover a responsabilidade participativa monumento paraEles a contagem regressiva de preservação. são preparados por monidostores 2000 anos do nascimento de Cristo. e professores da universidade, nenhum pode servir voluntariamente se não estiver O show pirotécnico, numa parceria estudando. da Universidade com a Indústria de Fogos Xingu, foi dividido em datas, oito sessões Localização geográfica, ocupação quee acontecimentos começaram com salva ade queuma marcaram vida21útil morteiros de três polegadas de “Guias”. tiro seco, da Fortaleza são descritos pelos Dessimbolizando saudação a chefe de Estado, pertando a consciência histórica, eles ainda lançados a até 150 metros de altura, emem orientam os visitantes sobre os cuidados intervalos 5 segundos. relação àde preservação ambiental. 59 31

As características do trabalho proporcionaram a criação, nos jovens, de um espírito de civilidade e patriotismo, traduzido no próprio compromisso verbal assumido pelos primeiros guias, formados em 1994. Nós, guias mirins, nos comprometemos a divulgar e a informar aos que procuram e visitam a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande sobre a origem, a construção do monumento e sua participação histórica na vida desta parte do litoral paulista. Queremos lutar pela manutenção, preservação e restauração da nossa fortaleza. Sonhamos passar aos visitantes o amor que aprendemos a ter por essas muralhas que querem ser respeitadas... .


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Bombas coloridas, disparadas simultaneamente em toda extensão da muralha, representaram os cometas e formaram uma grande cortina que clareou toda a extensão do monumento. Seguiram-se quatro sessões de morteiros de três, quatro, cinco e seis polegadas, sendo que cada um teve características e cores próprias. Autoridades e convidados acompanharam o show pirotécnico nas dependências do Museu de Pesca de Santos, local privilegiado pela visão panorâmica da Fortaleza.


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Monumento é símbolo da história da região atrimônio nacional, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, restaurada, é uma dádiva para um país com tantos equívocos e carente de referenciais sobre a sua história. Negar a importância do monumento é negar a existência do próprio povo brasileiro. Fruto de um árduo trabalho, o processo de recuperação prova que a conscientização da comunidade e a união de alguns setores da sociedade podem alterar conceitos e promover ações transformadoras. Símbolo da trajetória de uma nação, a Fortaleza representa uma das formas de redescobrir Santos. É a inspiração para estudos que são e serão peças-chaves para compreender a formação das cidades da 61


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Baixada Santista. Os esforços empreendidos nesses 10 anos têm um significado especial que envolvem determinação, comprometimento e consciência. A Fortaleza está aos olhos de todos, dos mais desavisados aos grandes conhecedores da história. O processo de restauro não foi criação do imaginário, nem tampouco um ato para satisfazer um desejo. Acima de tudo, priorizou-se a cultura, a memória e a extraordinária beleza tão bem captada pelo olhar fotográfico, preservando dessa forma todos os momentos da trajetória de reconstrução e (re) organização do passado. Acrescentamos a imagem cotidiana à imagem documentada como registro vivo ao alcance dos interessados, com o objetivo de promover uma investigação ampla e profunda sobre o patrimônio cultural. As referências contidas são a certeza de que o trabalho de restauro foi um novo alento para os historiadores dedicados à árdua tarefa de conscientizar, pesquisar e buscar justificativas que comprovem o sentido natural da ordem e das coisas. Perspectivas surgem com esse processo, em que a própria comunidade local percebeu 64


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no não foi uma tarefa difícil, pois o município de Guarujá orgulha-se do patrimônio em suas terras e Santos não se cansa de admirá-lo como um grande cartão postal. Está concretizado o compromisso de reintroduzir o monumento à vida cotidiana da Baixada Santista, conforme anunciava, como objetivo, o próprio arquiteto de Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,

que o monumento era o maior bem material, a referência e a garantia de desenvolvimento sustentável. Sua composição, em uma extensa área preservada, já cria uma espécie de admiração, revelando a comunhão das cores, entre os verde da vegetação e o branco das muralhas. Incorporar essa obra ao ambiente urba66


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Vítor Hugo Mori.

mento necessário para contar a história.

A proposta de projeto contemporâneo, como verdade desse tempo, foi cumprida e assimilada por todos aqueles que lutaram pela recuperação. A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande passou a ser um exemplo de acertos e ações decisivas transformadoras, tornando-se docu-

Sua hegemonia em relação aos interesses particulares demonstra o seu valor como signo cultural, inserido no planejamento urbano, resgatando assim a consciência da sociedade sobre a importância da memória, até em manifestações que promovam uma melhor qualidade de vida.

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Todo trabalho de mobilização serviu para levantar hipóteses e interpretações sobre o tempo passado e o presente. A expectativa é que o monumento se torne um dos mais importantes espaços culturais, pedagógicos, artísticos e religiosos da Baixada. As águas circundantes, a riqueza dos recursos naturais e as cores fascinantes dos morros formam a moldura perfeita para o conjunto arquitetônico. Mais do que a imponência e o valor histórico, a Fortaleza da Barra representa a comunhão dos povos, das raças e das culturas.

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Um dos únicos modelos da arquitetura espanhola no Brasil beleza natural e o passado histórico revelam que o turismo é a principal vocação da Fortaleza. Não há navio que aporte em Santos sem passar pelo monumento, um dos únicos modelos da construção espanhola no Brasil. Testemunha viva da história de Santos e região, possui uma área de 200 mil m2, sendo 55 mil só de edificação, que lembra a forma de um navio pirata atracado. Dividida em três patamares, no interior, próximo ao nível do mar, estava instalada a primeira bateria de canhões. No intermediário, a cerca de 25 metros de altura, está o antigo quartel e, no superior, o depósito de pólvora.

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No século XVII foi utilizada como presídio político, onde ficavam detidos os inimigos da coroa portuguesa; hoje, conhecer a Fortaleza é mergulhar no passado, época das grandes navegações; é lembrar personagens, verdadeiros mitos da história, que por ali passaram. Moradores do bairro vizinho ao monumento falavam de túneis, tesouro, lagoa no meio da montanha, calabouços, antigo cemitério e correntes que mantinham os prisioneiros. Histórias misteriosas não faltam, mas a sensação para os visitantes é apenas de harmonia e paz. A visão privilegiada, em todos os ângulos, proporciona a contemplação das belezas naturais.

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faculdade, a UniSantos intensificou a sua ação, recuperando esse patrimônio que hoje está aberto a todos que quiserem conhecer e pesquisar. A história do monumento, intimamente ligada ao desenvolvimento da região, está salva e demonstra como a atividade da universidade é dinâmica, transformadora e atual. A frase Coragem! Estamos fazendo a história, pronunciada várias vezes pelo professor doutor Waldemar Valle Martins, primeiro reitor da UniSantos, resume bem o espírito dos homens que comandam a instituição. Foi com este ideal que professores, alunos e funcionários dedicaram dias e noites, finais de semana e feriados, em prol da conscientização sobre a importância da Fortaleza. Em um período dedicado às comemorações dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que mostrar a recuperação desse símbolo da resistência, que ressurge como protagonista de uma nova história, como exemplo de preservação e orgulho para toda Baixada Santista. Hoje, a Fortaleza está salva e no caminho de transformar-se em um importante pólo cultural, inclusive atraente comercialmente, com biblioteca, loja, restaurante, museu, salas para cursos, espaço para exposições 7911 e performances teatrais.


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Bibliografia Ação ComunitáRiA Ano 1. núcleo de Extensão Comunitária. universidade Católica de Santos. Janeiro de 1996. infoRmAtivo uniSAntoS no 157. Página 8. Santos, abril de 1998. infoRmAtivo uniSAntoS no 167. Página 8. Santos, 1a quinzena de maio de 1999 infoRmAtivo uniSAntoS no 172. p. 8. Santos, 2a quinzena de agosto de 1999. infoRmAtivo uniSAntoS no 178. Página 8. Santos, 2a quinzena de novembro de 1999. JoRnAl A tRibunA. fortaleza vai ser transformada em espaço cultural. p. A-16. Região, 25 de agosto de 1996. JoRnAl A tRibunA. Até o ano 2000, a fortaleza estará restaurada. At Especial. p. 8. Santos, domingo 10 de agosto de 1997. JoRnAl A tRibunA – Porto&mar – Há um século, o forte disparava seu último tiro. p. b1 – domingo, 19 de setembro de 1993. REviStA foRtAlEzA dA bARRA. Capela restaurada ganha painel de manabu mabe. Wilma therezinha fernandes de Andrade. A Capela de Santo Amaro na fortaleza da barra Grande. 8 de agosto de 1999.

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Universidade Católica de Santos

UniSantoS Chanceler: Dom Jacyr Francisco Braido Reitor: Francisco Prado de Oliveira Ribeiro Pró-Reitor Executivo e Vice-Reitor Acadêmico (pro tempore): Bento Ricardo Corchs de Pinho Vice-Reitor Comunitário: Antonio Fernando C. Santos Vice-Reitor Administrativo: Fúlvio Casal





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