100 anos de RP no Brasil

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100 Anos de Relações Públicas no Brasil - 1914 • 2014 CENÁRIOS QUE MARCARAM O DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO

Universidade Católica da Santos Chanceler D. Jacyr Francisco Braido, CS Reitor Prof. Me. Marcos Medina Leite Pró-Reitora de Graduação Profa. Me. Roseane Marques da Graça Lopes Pró-Reitora Administrativa Profa. Me. Mariângela Mendes Lomba Pinho Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Lamy Pró-Reitor de Pastoral Prof. Me. Pe. Claudio Scherer da Silva Projeto Laboratorial Interdisciplinar 2014. Material produzido por alunos do 6o Semestre do Curso de Relações Públicas da Universidade Católica de Santos, como prática das disciplinas Projeto Laboratorial II; Produção Gráfica II; Cerimonial, Protocolo e Etiqueta Empresarial II e Imagem e Fotografia Institucional II, sob a supervisão acadêmica e profissional dos professores responsáveis pelas disciplinas. Tiragem: 100 exemplares. Distribuição: Dirigida. Impressão: Gráfica Everest

Centro de Ciências da Educação e Comunicação Diretor Prof. Me. Fábio Cardoso Maimone Coordenador Acadêmico do Curso de Comunicação Social Prof. Me. Paulo Roberto Börnsen Vibian Coordenação do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas Profa. Esp. Lilian Matheus Marques Docentes responsáveis: Hermenegildo Rafael Menin João Batista de Macedo Mendes Neto Lilian Matheus Marques Maria Bernardete Caetano de Paiva Sarmento Neusa Lopes Vicente Wanderley Augusto Camargo Rodrigues

Discentes Adriana Barbuy de Oliveira Ana Luiza Ferreira Ghnó Beatriz Diegues Duarte Carolina dos Santos Ferreira Gabrielle Tavares Teodoro Graziela Maria Corrêa dos Santos Graziella Mota Alves Isabela de Magalhães Bretas Arruda Maithê Di Spagna Lobo Lozano Mariana Dayraut Fanton Mariana Guerato Mariane Henriques de Gregorio Natália Carli Simplício Natália Pedroso santos Thayane de Campos Verdi Victoria Carabetta Cyrillo Gonçalves Yasmin Ribeiro Marques Patrocínio:


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1914 • 1940

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1914 • 1940 Memorial da Eletricidade

1900

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té as primeiras décadas do Século 20, o Brasil era considerado um país basicamente agrícola e com poucas indústrias. O ingresso na era industrial dependia da expansão do fornecimento de energia elétrica. Foi nesse cenário que nasceram as Relações Públicas.

Inauguração do primeiro bondinho elétrico em São Paulo Portal RP

ar nessa nova atividade organizacional: disposição para ouvir, domínio do processo de produção de energia, conhecedor da empresa e atento às necessidades dos governos e da populaSampa Histórica

O início dessa história ocorreu em 1914 com a criação do primeiro departamento de Relações Públicas em uma empresa de capital estrangeiro e de prestação de serviço público de energia – a “The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited” – conhecida como Light.

Eduardo Lobo, considerado primeiro Relações Públicas no Brasil

“The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited”

A responsabilidade pela comunicação entre a empresa, o governo e a sociedade coube ao engenheiro eletricista, Eduardo Pinheiro Lobo, que por 19 anos esteve à frente do departamento. Segundo pesquisadores, Lobo apresentava o perfil pessoal, técnico e institucional para atu-

ção. Seu papel foi gerenciar o relacionamento com os públicos de interesse da Light. Por ser o responsável pelo primeiro setor oficialmente criado para desenvolver ações de Relações Públicas. Eduardo Lobo foi declarado patrono da profissão e a data de seu nascimento é considerada o Dia

Nacional das Relações Públicas. O trabalho pioneiro, desenvolvido por ele, se mantém até os dias atuais, como a gestão do relacionamento com os diversos públicos, entre os quais, as autoridades estaduais e municipais e a mídia.

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O Setor Elétrico

Eletricidade em São Paulo - Marco do inicio de Relações Públicas no País

Acervo: Sampa Histórica

1910

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pesar de não apresentar o segmento de atuação específica na área, o embrião das Relações Públicas Governamentais foi o Serviço de Informação e Divulgação do Ministério da Agricultura, criado por decreto em dezembro de 1911.

1930

Bondinho de São Paulo no Largo São Bento

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inda que sem tal denominação, as Relações Públicas Governamentais apresentavam-se como princípios,

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técnicas e ferramental necessários para a divulgação dos assuntos do Governo Federal e de interesse da sociedade. Em 1934 foram instituídos o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, no Ministério da Justiça e Negócios do Interior pelo Decreto No 24, e o Serviço de Publicidade Agrícola do Ministério da Agricultura.

1940

N

a década de 1940, com o então chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas, foi criado o Serviço de Informação Agrícola (SIA), ligado ao Ministério da Agricultura.


DÉCADA 1950 Arquivo CSN

1950

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pesar da criação de um departamento para a divulgação das ações governamentais, ao final da década de 1930, somente nos anos de 1950 algumas técnicas de Relações Públicas foram trazidas para o Brasil por empresas internacionais, que contribuíram para a aceleração do processo de industrialização no País. A preocupação de informar o público ganhou espaço nas empresas governamentais. Em 1951, a Companhia Siderúrgica Nacional teve seu primeiro departamento de Relações Públicas.

Arquivo CSN

Foi nesta década que as empresas multinacionais se instalaram na Região Sudeste, trazendo novas práticas de relacionamento com a sociedade. As visitas programadas são um exemplo dessa aproximação. As fábricas abriram as portas para mostrar aos públicos de interesse passo a passo os processos de produção. Esta ação de Relações Públicas é adotada até hoje por organizações nacionais e estrangeiras.

Visita na CSN em 19 janeiro de 1951

Getúlio Vargas (à direita) em visita à CSN em 1953

1952

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pós 40 anos da criação do primeiro departamento de Relações Públicas, a primeira Agência de Relações Públicas – Companhia Nacional de Relações Públicas – foi criada sob a direção de Romildo Fernandes e Jorge Ignácio Penteado da Silva Telles. A finalidade era oferecer serviços especializados em Relações Públicas e realizar estudos sobre a formação de opinião pública e propaganda. Mais tarde passou a denominar-se Assessoria Nacional de Comunicação

1954

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asce a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) como resultado do esforço do Grupo de Relações Públicas. É um órgão representativo da profissão que reúne os profissionais e empresas da área com o objetivo de habili­tá-los a atuar no mercado e promover o exercício da atividade profis-

sional, defendendo os interesses da categoria. É constituída por uma central nacional e por seções estaduais.

1955

A

disciplina de Relações Públicas foi introduzida na Escola Superior de Administração e Negócios, da Fundação de Ciên­cias Aplicadas, em São Paulo.

1958 Foi realizado, na cidade do Rio de Janeiro, o I Seminário de Relações Públicas.

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DÉCADA 1960 1964

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Revista Pesquisa Fapesp

década de 1960 no Brasil foi marcada por diversos acontecimentos históricos que influenciaram o futuro do País e as Relações Públicas tiveram papel essencial nesse período.

1967

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nstalação do Regime Militar no Brasil. Os profissionais de comunicação sofreram com a falta de liberdade política e a censura à imprensa, como também os profissionais das artes, educação e intelectuais. Nesse cenário, as Relações Públicas estavam ligadas a políticas sociais e acabaram se aliando à propaganda ideológica do Governo para fortalecimento do Regime.

Passeata contra a ditadura

Projeto Memória

1963 Do ponto de vista estratégico e institucional, houve a mudança do Distrito Federal para o Planalto Central e nome da Capital passou a ser Brasília.

D

ois fatos importantes marcaram este ano: o primeiro foi o reconhecimento da profissão, regulamentada com a criação do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Sistema Conferp), decorrente da Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967, “que disciplina a Profissão de Relações Públicas e dá outras providências”, e de seu Decreto Regulamentador, de No 63.283, de 26 de setembro de 1968, que “aprova o regulamento da Profissão de Relações Púbicas de que trata a Lei 5.377”. A principal finalidade do Sistema Conferp é a de coordenar, fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Relações Públicas. Os Conselhos Regionais de Relações Públicas (Conrerp) são órgãos executores das ações de fiscalização do Sistema Con-

Jânio Quadros, à direita

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conferp.org

Jânio Quadros foi eleito presidente com o vice João Goulart. Jânio Quadros renunciou ao seu mandato um ano depois da posse.

Posse do Conferp e Conrerps


CNCP Brasil

ferp. São em sete distribuídos por regiões do Brasil. O segundo fato foi a criação do primeiro curso superior na área, pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. No Brasil, a Lei No 5.377, estabelece que o cerimonial e protocolo são atribuições desse profissional, que pode ser aplicado no primeiro, segundo e terceiro setores. A expansão desta área deuse na década de 1970, com a presença de profissionais em departamentos governamentais e em empresas multinacionais. Com o Decreto No 70.274, de 9 de março de 1972, foram determinadas as normas específicas para cerimônias oficiais e a ordem geral de precedência no Brasil, como a cerimônia de posse do presidente da República.

cumprimento do protocolo e atenção à precedência. Nelson Speers, falecido em setembro de 2014, foi um dos pioneiros e, como relações-públicas, tornou-se referência para a história do cerimonial e protocolo devido à experiência e contribuição para a área acadêmica com publicação de 14 obras sobre o tema e os inúmeros cursos realizados no Brasil e no exterior. Revista Veja

A discreta presença do relações-públicas em eventos e cerimoniais é uma prática comum ao profissional responsável pelo

Nelson Speers, um dos fundadores da ABRP e reconhecidamente “autoridade” em cerimonial e protocolo

A cerimônia de posse do Presidente da República no Brasil exige o cumprimento de protocolo oficial pela equipe de relações-públicas do Planalto

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DÉCADA 1980

DÉCADA 1970

O curso possui 44 anos de existência e continua colaborando para o crescimento da profissão na região. Já formou muitos profissionais que trabalham em diversas áreas da Baixada Santista e na Capital, como no meio acadêmico, agências de comunicação, polos industriais, assessoria de imprensa, setores públicos, eventos e entre outros. Dentre esses profissionais podemos citar Mario Luiz Nascimento, Paulo Eduardo Batista,

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Assessoria de Imprensa UniSantos

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primeiro e mais concei­ tuado curso superior da região metropolitana da Baixada Santista foi criado, em setembro de 1970, como habilitação de Comunicação Social pela então Faculdade de Comunicação de Santos, que desde 1986, tornou-se Universidade Católica de Santos. Ao longo dos 44 anos de existência, curso de Relações Públicas da Católica de Santos obteve muitos prêmios pela qualidade dos Trabalhos de Conclusão de Curso e Projetos Laboratoriais produzidos por alunos e professores.

Antiga “Facos” no Bairro Pompéia, Santos

Yara Motta, Bianca Cormanich, Amanda Denti, Karina Frey, Cristiane Anselmo, Sérgio de Carvalho, Mario Luiz, Rosangela Salvador, Gerson Moreira Lima, José Gomes Lage, Lilian Marques, Aline Saboya, Roberto Barbosa de Oliveira, Roberto Baptista, Neusa Lopes Vicente.

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Associação de Profissionais de Relações Públicas (entidade pré-sindical) foi fundada em 1984 com a finalidade de fundamentar os princípios que regem as bases para a criação de um sindicato da categoria. A Associação requereu o pedido de reconhecimento junto ao Ministério do Trabalho, estabelecendo, em 1988, a criação do Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas no Estado de São Paulo (SINPRORP), cuja finalidade é representar legalmente os profissionais de Relações Públicas perante autoridades administrativas e judiciárias.

DÉCADA 1990

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sse período caracteriza-se pelo início da reestruturação da economia no Brasil. O Estado deixa de atuar ativamente e iniciam-se os processos das privatizações das empresas estatais. Ainda nessa década, implementa-se o Plano Real para um maior controle da inflação à época, porém o próprio plano leva a economia a vários desiquilíbrios macroeconômicos. A década de 1990 é marcada pelo início do movimento de desregulamentação da

profissão, porém a reação adversa de vários profissionais a essa proposta possibilitou o surgimento de um novo movimento chamado “Parlamento Nacional de Relações Públicas”, capitaneado pelo Conselho Federal de Relações Públicas (Conferp), entre os anos de 1993 a 1997, e tinha como objetivo um novo posicionamento das Relações Públicas. A profissão é repensada e redifinida como atividade estratégica pelos profissionais e pela academia.


DÉCADA 2000

2010 • 2014

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Ag. Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasil ingressa no terceiro milênio com um cenário de estabilidade político a partir da democratização do País nas décadas passadas e buscando inserção no mercado internacional e o seu reconhecimento como nação soberana. Os brasileiros elegeram pela primeira vez, na história da República, uma mulher presidente.

este período, o Brasil vive a consolidação da democracia e caracteriza-se por um crescimento nas áreas econômica e social, com a criação de políticas para redução da desigualdade social, a geração de emprego com carteira assinada e um aumento expressivo nas exportações dos produtos nacionais. Nesta década, a preocupação com a formação do profissional de Relações Públicas se intensifica. O Ministério da Educação, as instituições de ensino e os órgãos da categoria promovem uma ampla discussão que culmina em uma nova Diretriz Curricular Nacional que converte a habilitação em um curso independente como bacharelado.

Em 2014, a profissão comemora seu centenário de criação no Brasil e o curso de Relações Públicas, da Universidade Católica de Santos, imbuído do espírito comemorativo apresenta sua contribuição para a memória das Relações Públicas no País.

Presidenta Dilma Roussef

Nesta década ocorre a consolidação da profissão, com o surgimento de novos focos de atuação como a responsabilidade socioambiental e as mídias sociais como ferramenta de relacionamento entre os públicos. Os cursos de Relações Públicas iniciam um estudo sobre os conteúdos curriculares que atendessem às novas demandas da profissão e do mundo globalizado. Esta preocupação também estava presente na reforma curricular adotada pelo curso de Relações Públicas da Universidade Católica de Santos que participou da discussão nacional.

Endereços eletrônicos consutados http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2002_TR30_0918.pdf http://blog.imprensa.me/relacoes-publicas-100-anos-de-historias/ http://books.google.com.br/books http://www.conferp.org.br http://www.conrerp2.org.br http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAXh0AF/reflexoes-sobre-cenarioeconomico-brasileiro-na-decada-1980 http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/7/70/GT2Texto009.pdf http://www.faap.br/revista_faap/rel_internacionais/rel_04/garcia.htm http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/08121.pdf http://www2.metodista.br/agenciarp/entabrp.htm http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1663/1/TD_1500.pdf http://www.sinprorp.org.br

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