ISSN 2238-7919
PAINEL DESAFIOS DA IMPORTAÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS VOLUME 1 - ANO 1 - 2011 ORGANIZADORES DO EVENTO Prof. Alexandre Miserani de Freitas Prof. Emerson Freitas Mello Profª Simone Gelmini Araújo
ISSN 2238-7919
Painel Desafios da Importação no Estado de Minas Gerais Volume 1 - Ano 1 - 2011
Organizadores do Evento Prof. Alexandre Miserani de Freitas Prof. Emerson Freitas Mello Profª Simone Gelmini Araújo
Copyright©2011 by Núcleo de Publicações Acadêmicas do Centro Universitário Newton Paiva 1ª Edição 2011
ISSN 2238-7919 Painel Desafios da Importação no Estado de Minas Gerais / organizado por Alexandre Miserani de Freitas, Emerson Freitas Mello, Simone Gelmini Araújo. -- Belo Horizonte : Centro Universitário Newton Paiva, 2011. 76p. ISSN: 2238-7919 Evento realizado pelos cursos de Relações Internacionais e Negócios Internacionais do Centro Universitário Newton Paiva nos dias 25 e 26 de outubro de 2011. 1. Importação – aspectos logísticos. 2. Importação – Minas Gerais. 3. Seminário de Pesquisa. I. Freitas, Alexandre Miserani, org. II. Mello, Emerson Freitas, org. III. Araújo, Simone Gelmini. Org. IV. Título. CDU: 382.5 (Elaborada pela Bibliotecária Elma Aparecida de Oliveira – CRB 6 /2088)
Realização:
Curso de Relações Internacionais Curso de Negócios Internacionais
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Centro Universitário Newton Paiva Unidade Juscelino Kubitschek - Campus Carlos Luz, 220 Belo Horizonte – Minas Gerais
Painel Desafios da Importação no Estado de Minas Gerais
Apresentações Luis Carlos de Souza Vieira Reitor do Centro Universitário Newton Paiva
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O compromisso do Centro Universitário Newton Paiva com a qualidade está permeado em todas as áreas de atuação da instituição. O alinhamento dos projetos pedagógicos dos nossos cursos com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) define claramente o norte e o rumo que nossa Instituição decidiu tomar. A qualidade não se sustenta apenas pelo discurso. Nossa prática pedagógica, os investimentos realizados na ampliação das nossas unidades, o desenvolvimento de recursos humanos e a atualização permanente de nossas instalações refletem a ação institucional cotidiana que promove a interação permanente entre o corpo docente, o corpo discente, o corpo técnico administrativo e a comunidade. Neste sentido, foi realizado nos dias 25 e 26 de outubro de 2011, no Centro Universitário Newton Paiva, o PAINEL Desafios Da Importação no Estado de Minas Gerais, com o objetivo de discutir os desafios da importação no estado e preparar os alunos para os desafios do mercado de trabalho. A iniciativa de aproximar o mercado de trabalho e a academia é a nossa contribuição que reforça o compromisso permanente com a qualidade. Boa leitura!
Prof. Dr. Sudário Papa Filho Pró Reitor do Centro Universitário Newton Paiva
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Em tempos de necessidades de gerar superávits em nossa balança comercial e a crise instaurada na economia Europeia, torna-se cada vez mais apropriada a discussão das importações em nosso País. O PAINEL Desafios Da Importação no Estado de Minas Gerais ocorrido em 25 e 26 de outubro de 2011 é um pequeno passo para preservar nosso modelo de desenvolvimento e crescimento econômico que necessariamente passa pela pauta de importações. Na oportunidade, reunimos professores, alunos e convidados do setor para conhecer os trabalhos que estão sendo desenvolvidos por empresas e governos com foco na crise externa de setores importantes de nossa economia. Ao apresentarem os projetos e ações as empresas abrem possibilidades para novas iniciativas de expansão e oportunidades que possam surgir no mercado de trabalho. O PAINEL visou garantir uma melhor preparação aos nossos alunos para esse novo mundo empreendedor ao trabalho. Parabéns aos organizadores envolvidos no projeto que permitiu aos alunos o debate econômico, em um momento crucial dos acontecimentos macroeconômicos para a sua formação profissional. Tenham todos uma boa leitura.
Histórico
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O PAINEL Desafios Da Importação no Estado de Minas Gerais ocorrido em 25 e 26 de outubro de 2011, apresentou a preocupação e o compromisso da academia com a evolução das relações comerciais internacionais do Estado de Minas Gerais. O tema Importação é recorrentemente tratado como vilão da balança comercial, sendo apoiada em documentos oficiais e observadas as normas comerciais, cambiais e fiscais vigentes. Conceitualmente a importação é entrada de mercadorias estrangeiras no país, onde os mesmos, na maioria das vezes recorrem ao exterior para obter enorme gama de produtos não produzidos ou pouco competitivos internamente. Estes produtos, no caso brasileiro, destinam-se, principalmente, ao abastecimento do setor industrial de matérias-primas, máquinas e equipamentos. Minas Gerais conta com 2.636 empresas importadoras, sendo hoje o 7º entre os estados brasileiros em importação, ocupando 5,5% do total importado no Brasil, importando em primeiro lugar, Materiais de Transportes e componentes.
O Estado importou de 136 diferentes países em 2010, sendo que a principal origem das importações foi da União Européia, A balança comercial mineira nas importações em 2011 atingiu de janeiro a setembro, U$ 9,29 bilhões . No painel foram tratados temas como Drawback, aspectos operacionais, logísticos e aduaneiros, e apresentação de diversos cases de importantes empresas que relataram os desafios na desmistificação das importações como motor de crescimento industrial. Estas tratativas estão apresentadas neste Anais, que poderão auxiliá-los no melhor entendimento dos Desafios da Importação na Gestão de Minas Gerais. Prof. Alexandre Miserani
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Coordenação Curso Relações Internacionais Coordenação Curso Administração LFE Negócios Internacionais Coordenação Geral Cursos Tecnológicos
Centro Universitário Newton Paiva, empresários convidados, professores de outras instituições, pais de alunos e demais interessados no tema.
Programação Data: 25 de outubro de 2011 Horário: 19h15 às 20h Módulo I “Aspectos Logísticos do Processo de Importação em Minas Gerais” Palestrante Luiz Antônio Athayde Vasconcelos Subsecretário de Investimentos Estratégicos Participantes do debate Flávio Roberto Narvaez Coordenador Regional de Logística de Carga da Infraero Janaina Fagundes Duarte Resende Araújo Diretora Administrativa-Financeira USIFAST Logística Industrial S/A Roger Rohlfs Associação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de
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Minas Gerais
Horário: 21h às 21h40 Módulo II “Aspectos Aduaneiros na Gestão do Processo de Importação” Frederico Pace Presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais e vice-presidente da Acminas Participantes do debate William Lara Receita Federal Tarquino Matias Alves Supervisor de importação do Grupo Serpa Roger Rohlfs Associação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de Minas Gerais Data: 26 de outubro de 2011 Horário: 19h15 às 20h Módulo I: “Gestão do Processo de Importação” Marcelo Esteves
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Gerente de Importação da Arcelor-Mittal
Participantes do debate: William Lara Receita Federal Cristiano Franco Coordenador de Projetos Especiais do Grupo Serpa Alexandre Miserani Coordenador do curso de Relações Internacionais e Negócios Internacionais do Centro Universitário Newton Paiva Horário: 21h às 21h40 Módulo II: Cases de Importação no Estado de Minas Gerais Paulo Torres Diretor Geral da P&H MinePro Services Participantes do debate: Daniel Boabaid Analista de contratos da VSB Paulo Generoso Supervisor de Logística da CNH Latin America Ltda CE Cristina Moreira Cotta Diretora Comercial - Internacional da Representante da
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Cottex-Brasil Comércio Exterior e Rep. Ltda
estrutura interna da organização Presidente do Grupo Splice Antônio Roberto Beldi Reitor Luis Carlos de Souza Vieira Pró-Reitor Acadêmico Sudário Papa Filho Pró-Reitor de Planejamento e Gestão Arnaldo Antônio Cersóssimo Filho Secretário Geral Dorian Gray Rodrigues Alves Coordenador do Curso de Relações Internacionais Coordenador do Curso de Negócios Internacionais Alexandre Miserani de Freitas Organizadores do Evento Prof. Alexandre Miserani de Freitas Prof. Emerson Freitas Mello Profª Simone Gelmini Araújo
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Coordenação do Centro de Excelência para o Ensino Profª. Ana Lúcia Fernandes de Paulo
Expediente Organizadores do Evento Prof. Alexandre Miserani de Freitas Prof. Emerson Freitas Mello Profª Simone Gelmini Araújo Apoio Administrativo Sandra Maria de Brito Revisão
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Laila Maria Hamdan Alvim
Edição Núcleo de Publicações Acadêmicas do Centro Universitário Newton Paiva Cinthia Mara da Fonseca Pacheco Emerson Luiz de Castro Eustáquio Trindade Netto Juniele Rabêlo de Almeida Marialice Nogueira Emboava Editora de Arte e Projeto Gráfico Helô Costa - 127/MG
Diagramação: Fillipe Gibram Geisiane de Oliveira (estagiários da Central de Produção Jornalística da Newton Paiva - CPJ)
núcleo de publicações acadêmicas
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centro universitário Newton Paiva
Painel Desafios Da Importação no Estado de Minas Gerais PATROCINADOR Grupo SERPA PARTICIPANTES Luiz Antônio Athayde Vasconcelos Subsecretário de Investimentos Estratégicos Flávio Roberto Narvaez Coordenador Regional de Logística de Carga da Infraero Janaina Fagundes Duarte Resende Araújo Diretora Administrativa-Financeira USIFAST Logística Industrial S/A Roger Rohlfs Associação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de Minas Gerais Frederico Pace Presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais e vice-presidente da Acminas William Lara
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Receita Federal
Tarquino Matias Alves Supervisor de importação do Grupo Serpa Roger Rohfs Associação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de Minas Gerais Marcelo Esteves Gerente de Importação da Arcelor-Mittal William Lara Receita Federal Cristiano Franco Coordenador de Projetos Especiais do Grupo Serpa Alexandre Miserani Coordenador do curso de Relações Internacionais e Negócios Internacionais do Centro Universitário Newton Paiva Paulo Torres Diretor Geral da P&H MinePro Services Daniel Boabaid Analista de contratos da VSB Paulo Generoso
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Supervisor de Logística da CNH Latin America Ltda CE
Cristina Moreira Cotta Diretora Comercial - Internacional da Representante da Cottex-Brasil Comércio Exterior e Rep. Ltda Roberto Tavares Gerente de Exportação - Usiminas S/A Felipe Maia
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Analista de Importação - Vale S/A
SUMÁRIO Palestrante: Luiz Antônio Athayde Vasconcelos Subsecretário de Investimentos Estratégicos ..................................23
Palestrante: Frederico Pace Presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais e vice-presidente da Acminas .............................39
Palestrante: Marcelo Esteves Gerente de Importação da Arcelor-Mittal .......................................47
Palestrante: Paulo Torres
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Diretor Geral da P&H MinePro Services ...........................................63
PALESTRAS 25 DE OUTUBRO DE 2011
PALESTRA ASPECTOS LOGÍSTICOS DA IMPORTAÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS
LUIZ ANTONIO ATHAYDE VASCONCELOS
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SUB-SECRETÁRIO DE INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RESUMO
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Para tratar dos desafios da importação no Estado de Minas Gerais, é preciso empreender esforços no sentido de analisar os gargalos não apenas locais, mas também de toda a nação. Minas Gerais pode ser considerado um menino indócil, que quer conquistar espaço e sobreviver em economias competitivas, com países que já desenvolveram tais habilidades, afirmou o palestrante. Ao explicar as implicações das importações, discutiu que “para entrar no esforço de produção é fundamental que seja agregado valor local ao ser incorporado, abarcar inovação e, só então, retornar com o produto a outros mercados”. Destacou também não apenas a importância do evento e de seus participantes, mas os esforços concretos de todos os órgãos envolvidos presentes, se atualizar frente aos novos desafios, e especialmente no caso da Receita Federal, de se manter em uma busca sem fim para descomplicar com segurança os processos necessários às importações. Além disso, destacou o novo papel das autoridades no entendimento sobre o esforço exportador e importador, reafirmando que “não são fáceis as conquistas mercadológicas”.
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Nesta apresentação, optou por falar da preparação do que considerou “tempo novo para que Minas Gerais seja considerado um território amigo, eficiente, audaz e capaz de se transformar em referência para uma corrente de importação e exportação”. Reforçou que a universidade sintonizada com as práticas mercadológicas do mundo real projeta um acadêmico de expressão para o mundo que irá acolhê-lo. Ao trazer a discussão sobre o conceito de estratégia, afirmou que o ponto focal é o de mudar a realidade para atingir um determinado fim, adequando ou transformando-a para um novo cenário competitivo. Analisou que o Estado de Minas Gerais concorre com o resto do mundo, ou seja, precisa preparar-se para a inserção mercadológica, para a competição internacional e não apenas internamente. Além disto, considerou esta preparação para a inserção uma condição para a realização dos objetivos de internacionalização. Destacou que “como um rito de passagem, a compreensão de que se apropriar de matéria-prima, conhecimento e serviços resulta na capacidade de fazer um produto competitivo”. Apontou que o emprego qualificado para o aluno depende fundamentalmente de estarmos preparados como estado, para inserção em uma econômica dinâmica com ob-
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solescência maior de produtos e serviços. “E tudo isto depende dos esforços logísticos de importação e exportação”. Analisando o perfil das megacidades, mobilidade urbana e geração de riquezas, apresentou as transformações ocorridas. “Em 1800, apenas 3% da população morava em cidades. Em 2010, dez das maiores cidades do mundo representam 20% do PIB Mundial e, em 2010, 61% da população está morando nas cidades, ou seja, 2/3 delas”, afirmou. Considerou que os números implicaram em mudança extrema sobre os hábitos de consumo, formas de viver em sociedade, ensino e pesquisa, currículos e muito mais. Caracterizou como uma “transformação social, já que o que vamos ver nos próximos vinte anos não é aquilo que aconteceu nos últimos 2010 anos”. Para ele “o impacto extraordinário não chega nem perto do que foi o pós-guerra até a virada do milênio”, afirmou. Refletindo sobre as transformações provenientes do uso da internet e celular e suas implicações no teatro social, analisou o impacto sobre as inovações na interação entre consumidores e a criação de novos padrões para produtos e serviços. Afirmou que “demanda por territórios prontos para inovar e gerar riqueza, será um item de competição, razão pela qual o Estado de Minas
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Gerais está mais afeiçoado a isto”. Para ele, o deslocamento brutal do eixo econômico para as cidades exigiu um novo planejamento ambiental para o conceito de “morar saudável”. E esse estilo de vida impôs um conjunto de novos saberes. “Há que se buscar e preparar o território para prover respostas a novas demandas, comSo aeroportos, portos, logística já que muitos territórios são competitivos”, destacou. A mobilidade urbana é um conceito ligado diretamente ao reconhecimento das facilidades providas pelo Estado e que geram valor agregado ao território. Mostrou que “em 1950, apenas oitenta cidades tinham mais de um milhão de habitantes. Em 2011 o número alcança a casa de quinhentas cidades e, em 2020, serão setecentos e vinte, o que será impactante”. Destacou o esforço asiático para sintonizar um enorme aprendizado sobre o problema, já que a maior parte do crescimento acontecerá neste continente. “Em trinta anos a maior concentração de riqueza migrará para a Índia e Ásia”. Para ele, tais alterações implicarão até seis vezes a demanda por mobilidade social. Explicou que a acessibilidade de transporte e desenvolvimento são movimentos considerados ondas, foram traduzidos inicialmente por de-
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mandas por portos marítimos (expansão da navegação). Prosseguiu com o desenvolvimento das ferrovias, demandas de infraestrutura de transportes e culmina agora com o imperativo da eficiência de aeroportos. Ao comparar, por meio através de um quadro, sobre o crescimento do comércio mundial, analisou que este cresce mais do que o PIB, que é a soma das riquezas produzidas em um país. E afirmou que “mais de oitenta pontos percentuais do total serão produtos de alto valor agregado e que dependerão do transporte aéreo”. Associado aos novos padrões de exigência para obtenção de produtos e serviços, onde a tempestividade demanda urgência nas entregas, a logística passa a ser ferramenta de competitividade. E territórios organizados geram riqueza, pois operacionalizam e azeitam o trabalho. Ao estabelecer um cenário para as vinte e quatro capitais brasileiras, destacou “que a sofisticação na cadeia de suprimentos, aliadas à visão de governabilidade podem tornar atrativos os investimentos para os territórios”. E o emperramento nestes aspectos certamente causará perda de competitividade. Para ele, muitos territórios avançaram neste sentido. Citou Roterdam, Singapura e o novo porto de Shanghai
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como exemplos e. ao comparará-los com os portos brasileiros, ponderou que ainda existem gargalos. “Muitos problemas já deveriam ter sido sanados, estamos atrasados”, comentou. “O Porto Seco de Betim ainda é refém do que acontece nos portos”, apesar de todos os esforços das autoridades, operadores, empresários e demais envolvidos. Afirmou que seria necessário mudar a forma de pensar (mind set) e que devemos “copiar experiências lá de fora, mas que é difícil. É necessário provimento de infraestrutura para se tornar mais capaz e competitivo”. Avaliou as tendências da nova economia e destacou os esforços governamentais na atração de investimentos estrangeiros, entre eles o recente sucesso com a vinda de um provedor de commodities de alta tecnologia. Para ele, “os aeroportos são fundamentais já que geram valor e são céleres no desembaraço de produtos e serviços, incorporam padrões de excelência sem descuidar-se da vigilância e são capazes de tornar nosso território competitivo”. Ao referir-se às projeções do fabricante BOEING sobre o transporte aéreo mundial, apresentou números que indicam triplicar, em até vinte anos, a movimentação aérea e os valores transportados por este modal. Daí a importância de se discutir-se a organização da cidade em
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seu caminho para os aerotrópicos e sua conectividade. Afirmou que “Belo Horizonte se candidata a ser a primeira cidade aerotrópico da América do Sul” por sua capacidade de conectividade. Para ele, os aeroportos são a base deste novo modelo,“não mais a partir de quem o gerencia, mas como o motor da nova economia, hierarquicamente mais rápido e com conexões”. Isso porque, a aviação é o centro nervoso deste sistema e assim, o interesse do estado em trazer o Centro de Manutenção de Aeronaves para o Aeroporto Internacional de Confins. Mas uma grande mudança na forma de pensar dos prefeitos, autoridades e demais envolvidos é necessária. Em 2020, a cidade-aeroporto ou aerotrópicos mudará celeremente a vida do país, afirmou. Como comparação, citou o aeroporto de Skiphall na Holanda que detém hoje mais de 15% da economia do país e se sobrepõe a Rotterdam (porto). Além disto, foram citados exemplos contundentes de Pequim, Shanghai e Hong Kong. A China terá mais de 40 aeroportos articulados para a nova configuração aeroportuária. Afirmou ainda que Pequim, quando concluiu o terminal três do aeroporto, preparavam-se não apenas para as competições olímpicas, mas para ter mais de 12% da
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movimentação econômica, gerar mais de novecentos mil empregos num raio de vinte e cinco Km e já operam com valores na casa dos sessenta milhões de dólares. Também foram apresentados os números do aeroporto de Alliance/ Texas-USA que funciona no conceito de esteira rolante de serviços sanitários, aduaneiros e outros. Abarcam mais de 10% da economia texana, afirmou. Em conferência mundial das Cidades-Aeroportos em Frankfurt (2006), “não tinha registros de que os territórios na América do Sul estavam preparando-se para este crescimento”. Ao trazer o foco para a região sudeste de Minas Gerais, apresentou os números de potencial econômico previsto para 2020. “No eixo Belo Horizonte/São Paulo/Rio de Janeiro, concentrados em um raio de 800 Km2 estarão 50% da população brasileira, 65% do PIB nacional, 65% das vendas de varejo, 65% da produção industrial e 73% do mercado de consumidor de energia elétrica – tudo isto significa US$ 2.7 trilhões”. Alertou que “mineração e aço são commodities importantes, ecom a entrada da nova economia,precisam buscar um lugar de competição, não vem com geração espontânea”. Desde 2003, o Governo do Estado de Minas Gerais buscou conhecimento fora do país através de consultoria,
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para compreender melhor como preparar-se para o conceito de cidade-aeroporto e organizar o território. Foram citados: Plano de Marketing Multi-estruturado, Master Plan do Aeroporto, Estratégia Econômica, Business Plan do Novo Aeroporto Indústria, Plataforma Multimodal de Serviços e, finalmente, o Transporte sobre Trilhos-aeroporto/centro de Belo Horizonte. “Aprendemos muito: em primeiro lugar, que são necessários corredores de alta tecnologia. Depois, que os ramos logísticos precisam funcionar. Terceiro: investidores buscam territórios mais organizados como plataformas logísticas. E finalmente: que os governos planejam”. Para a região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) onde estão previstos muitos investimentos, destacou “que não se compete na nova economia sem ordenamento territorial com governança ambiental”. Serão três municípios em função do aeroporto-industrial e destacou a alça norte do rodoanel, reconhecendo que, de fato, não é uma “migração rodoviarista”. “É função do governo planejar, já que isto é um ativo e agrega valor ao território”. O Plano para hierarquizar o corredor multimodal a ser implantado implicou em muitas mudanças para organizar o território. “É uma lógica econômica em vários setores: indústria do turismo voltada para os negócios, indús-
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tria econômica, enfim, uma nova conjuntura e estrutura que visa mudar o padrão de excelência para tocar o esforço de mobilidade das pessoas e contribuir também para o esforço de importação e exportação”, afirmou. Nesse sentido, “o aeroporto-indústria deverá dar um salto em termos de capacidade de retorno e agregar valor, para tornar-se mais ágil e descomplicado, fortalecido por uma logística aérea como valor”. Assim, a implantação do Plano Estrutural – Corredor Multimodal de Belo Horizonte compreende a implantação da alça norte do rodoanel (artéria 1), o trem sobre trilhos (AITN) e a expansão do aeroporto-indústria. Ao mostrar o traçado do AITN, destacou que ele passará na porta do Centro Universitário Newton Paiva “e a primeira estação ficará bem próxima à escola”. “Vantagens comparativas serão transformadas em competitivas para o Aeroporto Tancredo Neves”, afirmou. Para ele em 2015, a cidade vai viver dentro, cerca e fora do aeroporto a partir da implantação do terminal II. Detalhou a dinâmica econômica do entorno do aeroporto, mostrando ainda o que considera como “Zonas Especiais de Desenvolvimento”. São elas a ligação centro-porto seco de Betim, o entorno do aeroporto e a nova área em Ravena e Sabará. “Tudo isto com governança ambiental”.
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Apresentou um mapa com as projeções para 2030, “onde já com a malha pronta, Minas Gerais será uma capital com a capacidade de competir e atrair investimentos para a nova economia, criando um novo PIB na área de novas tecnologias e serviços avançados: um núcleo de atração com mais de 400.000 empregos diretos”, afirmou. Ao detalhar o andamento das obras, comentou que o Centro de Aperfeiçoamento da Força Aérea já está em construção. Há ainda o Centro de Capacitação Aeroespacial que será instalado em Lagoa Santa, incluindo uma nova ligação entre o aeroporto e o CCA. O Laboratório de Aviônicos tem início de instalação de prevista para janeiro/2012. “O aeroporto internacional terá ainda uma quarta entrada totalmente independente”, destacou. Apresentou a demanda de passageiros prevista para o Aeroporto Internacional em 2030, que deverá chegar a 20.8 milhões de passageiros em relação aos 7.3 milhões em 2010. “Imaginem o que isto representará no esforço de exportação e importação”. Sobre o Master Plan do Aeroporto afirmou que serão três pistas, com 156 posições de atracação e que tudo será organizado para funcionar como esteira-rolante, apresentando algumas fotos. Para ele “o aeroporto-indústria, assim que escolher o ope-
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rador logístico, deverá compreender que tem um aprendizado à frente: oportunidade de investimento e candidato a um tempo novo”, afirmou. Assim, tais empreendimentos implantados e em implantação consolidam o Pólo Aeronáutico da RMBH, explicou. “O primeiro empreendimento foi o Centro de Manutenção de Aeronaves da Gol. Já o Global Supply chain da BOEING repercutirá em 1100 empregos diretos com salários de novecentos dólares americanos. Nasce ainda o Centro de Capacitação Espacial do Estado de Minas Gerais – CCTA e o Laboratorio de Aviônicos. Inicialmente, com o Centro de Integração da TRIP Linhas Aéreas, depois com a Gol e posteriormente com a Líder Aviação, que fará a manutenção de helicópteros para atendimento ao pré-sal.” Analisou que tais investimentos terão ainda uma grande repercussão sobre o setor de serviços, incluindo a construção de hotéis. “Só a Gol e a Trip precisarão de 400 leitos/dia para treinamento de pilotos, comissárias e despachantes de vôo”. Concluiu destacando que, a partir da prontidão da segunda pista do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, serão vinte quatro cidades de Minas Gerais diretamente beneficiadas, com dois milhões de passageiros na aviação
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regional. “Temos uma grande missão que é de prover, através do modal aéreo, uma nova perspectiva de competição para o Estado de Minas Gerais e destacou que o que muda a realidade é o planejamento e implantação, além da sintonia com o que vem pela frente.
Palestra Aspectos Aduaneiros na Gestão do Processo de Importação
Frederico Pace Drumond
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Presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais e vice-presidente da Acminas
RESUMO
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A apresentação de Frederico Pace Drumond foi iniciada com a análise estatística das operações de importação realizadas pela 6ª Região Fiscal. Os números mostram que 67.369 Declarações de Importação (DI) foram tramitadas e distribuídas em 51% por cento no Aeroporto Internacional de Confins, 28% no Porto Seco de Betim, 11% no Sul de Minas Gerais, 7% no Porto Seco de Juiz de Fora e 1% em Uberlândia. O cenário descrito pelo palestrante indica que, em mais de 50% dos casos, as cargas que chegam a Minas Gerais são transferidas para os Portos Secos e destacou que “a qualidade da informação é fundamental para a gestão do risco”. A discussão do conceito de risco teve como base o site da Receita Federal, apresentado como “o potencial de ocorrência de eventos, que representem o descumprimento de regras que incidem sobre o comércio exterior, objeto de controles aduaneiros”, afirmou. Para a gestão dos riscos na cadeia logística, classificou o agente de carga e o despachante aduaneiro, como “fundamental no process”. Para ele, as empresas devem ser criteriosas na escolha destes parceiros, já que são eles que manuseiam cargas e documentos, e têm acesso a um
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conjunto de informações privilegiadas sobre as mercadorias e dados dos envolvidos. Discutiu a importância do despachante aduaneiro e de sua formação, preocupando-se em apresentar o escopo de informações envolvidas: registro de DI, DDE/RE, abertura de processos atípicos, alterações em contratos de câmbio, extração de todos os dados dos SISCOMEX Importação e Exportação. “A complexidade das tarefas realizadas pelos despachantes terá impacto direto no resultado das operações, por isto é que não se pode pensar exclusivamente em preço, mas em qualidade da prestação”. Neste ambiente multifacetado, muitos erros podem ocorrer e causar prejuízos. Foram citadas dimensões equivocadas dos equipamentos a serem importados, fragilidade de suporte e embalagem demandando cuidados em acomodação de transporte. “Um erro de cinco centímetros nesta carga que mostro a vocês causou um aumento no frete internacional e alterou o prazo de chegada em 10 dias”. Os riscos na Aduana são aspectos relevantes. “Há interpretações divergentes nas regiões fiscais, falta integração e interlocução das alfândegas”. Destacou o risco do elevado número de canais verdes no desembaraço.
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Além disso, as ações judiciais impetradas são de pequena abrangência, falta de auditores e equipe de apoio. “Dentro de três anos teremos mais de 30% dos fiscais federais, estaduais, ANVISA e outros já aposentados. Corremos o risco de ver comprometido, o cenário desenhado pelo Dr. Athayde em sua palestra neste painel”. Destacou ainda a interferência política do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior “MDIC nos processos relativos ao Comércio Exterior. ”Se você quer importar cocaína para tratamento médico ou um fuzil, dependerá do entendimento dos órgãos intervenientes para obter anuência. São processos complicados”. Mas aduana não é Receita Federal, comentou. “É o grande gestor, mas também os órgãos anuentes possuem função própria e relevante”. Como exemplo, mostrou fotos de um lote de madeira necessária para peação ou suporte de outras cargas, cuja interferência do Ministério da Agricultura determinou a necessidade de fumigação. A aplicação de multa e penalidades por parte da Receita Federal causa um impacto significativo sobre as empresas. Apesar de destacar o papel mais voltado para o controle do que de cobrança do órgão, já que o imposto aduaneiro não é tão relevante quanto os outros tributos,
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afirmou que “as multas aduaneiras vão de 10% a 100%, conforme o artigo 702 do decreto 6759/2009”. Há ainda a aplicação de outras sanções administrativas ou penais cabíveis como por exemplo retenção ou perdimento da carga. E ressaltou que dentre muitas multas, “o valor da multa referente ao caput será de R$ 500,00 quando o resultado do cálculo for inferior”. As sanções fiscais também mereceram destaque na palestra. Entre elas a ação fiscal em todos os procedimentos aduaneiros, inaptidão do CNPJ da empresa, identificação dos integrantes de seu quadro societário e gerencial. “Se um sócio sai da empresa e abre outra, o novo CNPJ também poderá ser passível de sanções. As empresas que tinham um conceito elevado junto aos órgãos controladores quando apresentam casos de subfaturamento podem sofrer sanções fiscais mais rigorosas como o direcionamento de seus processos para os canais cinza ou vermelho”, afirmou. Isto tudo porque “foi golpeada a relação de confiança, mas pode ter relação com a qualidade da informação’. Quanto aos riscos futuros dos elevados índices de processos direcionados para o canal verde, comentou que “podem esconder falhas administrativas”. As equipes pós-desembaraço podem identificar problemas e prover sansões às
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empresas. Citou também o risco da gestão do regime de drawback. “Qualquer um pode abrir o processo de compromisso de importação/exportação: muitas empresas são otimistas demais e acabam descumprindo suas obrigações”. O descumprimento de atividades acessórias e seus ritos tais como os benefícios estaduais também foram discutidos. Insistiu em apresentar um cenário de destaque para o aumento da fiscalização pós-desembaraço. “Não é que o canal verde possa ser considerado como ausência de fiscalização, mas sim objeto de uma análise posterior”, afirmou. Por isto, destacou que “importadores e exportadores devem se preocupar mais com a qualidade dos serviços para evitar pendências futuras”. Para ele, anteriormente os clientes preocupavam-se em liberar a carga o mais rápido possível e o despachante voltava-se para evitar pendências futuras.“Mas esta realidade precisa ser alterada, porque o cliente deve compreender a missão da comissária de despacho como uma atividade intensa em formação de mão de obra de complexidade, excelência e o custo impactam na formação preço cobrado”. Reivindicou-se que sejam feitas conclusões das operações de trânsito aduaneiro aos sábados, já que os desembaraços aduaneiros realizados nos portos às sex-
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tas-feiras ficam retidos. Além disso, que o Aeroporto Internacional de Confins seja o Projeto Piloto para a ampliação em atividade extra de rotinas após as 17 horas. “Todos estes projetos estão sendo tratados junto ao Governo Estadual e aos Portos Secos”. Considera isso como sendo ‘Custo Minas Gerais”. O palestrante parabenizou a organização do evento, agradeceu a oportunidade de expor suas considerações e colocou-se à disposição para responder aos questionamentos dos participantes no debate.
PALESTRAS 26 DE OUTUBRO DE 2011
PALESTRA “DESAFIOS DA GESTÃO DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO - PRINCIPAIS ENTRAVES E GARGALOS PARA A COORDENAÇÃO DO PROCESSO”
MARCELO ESTEVES DE OLIVEIRA
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GERENTE DE IMPORTAÇÃO DA ARCELOR MITTAL BRASIL S/A
RESUMO
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Ao iniciar a sua apresentação, o palestrante destacou a importância da exportação para o desenvolvimento nacional. A importação implica um universo mais complexo, fundamental para estabelecer a competitividade de uma empresa, “já que nenhum país é auto-suficiente, a especialização causa uma relação de dependência entre eles”. Afirmou que o planejamento eficaz e a excelência (expertise) são chaves para enfrentar os desafios presentes nos processos de importação. Para ele, as políticas implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aliadas ao crescimento e desenvolvimento econômico determinaram o interesse das empresas em buscar máquinas e equipamentos no exterior, visando à competitividade.”Planejamento eficaz, documentos de embarque em boa ordem, cumprir exigências, efetuar procedimentos e pagamentos devidos são rotinas na mecânica da importação”, afirmou. “A exportação e a importação devem caminhar juntas, mas caberá a quem cuida da importação obter mecanismos de redução de custos, cumprir exigências administrativas, fiscal/tributárias, cambiais e financeiras”.
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Para ele, muitos são os entraves e gargalos na importação. E tais anomalias ou desvios das condições normais de operação implicarão custos e afetarão o resultado final. As exigências legais e administrativas, a resistência do fornecedor estrangeiro em adequar-se aos padrões da legislação brasileira, as diferenças culturais são apenas algumas da anomalias citadas.”Na Arcelor Mittal, utilizamos a metodologia PDCA para estas análises, até mesmo como oportunidade de melhorias”, destacou. O primeiro aspecto apreentado pelo palestrante foi o perfil do profissional de importação, destacando que não é fácil conseguir bons profissionais no mercado.”Muitos não estão preparados ou em sintonia com a orientação para resultados. É preciso estar alinhado com as competências demandadas e não apenas ter conhecimento técnico quanto aos Termos de Comércio Internacional (INCOTERMS), formas de pagamento, legislação e contratos internacionais, embalagem, navios, negociações e relações internacionais”. Para ele, é fundamental ter atitude pró-ativa, envolvimento na atividade de importação, já que é uma atividade que exige dedicação 24h/dia do profissional e só a aplicação do conhecimento agrega valor ao trabalho.
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“O funcionário precisa contribuir para o sucesso da área e da empresa: o foco é sempre no resultado”, destacou. Por se trata de uma área de interface com todas as demais na empresa, o trabalho da importação deve caminhar junto a eles: câmbio, produção, qualidade e logística, entre outros. Por isso “o profissional precisa gostar do que faz e estar envolvido, já que em 70% de seu tempo tratará de rotinas. Já os 30% restantes demandarão motivação, engajamento, confiança e energia. Muitos não estão dispostos a entregar-se completamente à atividade. Tem que gostar do que faz”. Para ele, importar é um fluxo integrado entre transporte, logística, seguro, licenciamento, documentação, atendimento à legislação e um diferencial competitivo que é o de encontrar mecanismos para reduzir tempo e custo. Apresentou um arcabouço de conhecimento técnico necessário para o bom desempenho das rotinas da área. Entre muitos termos técnicos, foram citados: INCOTERMS, drawback, shipping terms, samples, supplier´s credit, inquiry, shipping instructions, open account entre outros. Tudo, afirmou, deve convergir para a excelência técnica com o objetivo de produzir resultados na administração dos processos de importação e impactar o resultado final a favor da empresa.
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O segundo aspecto fundamental para enfrentar os desafios da gestão dos processos de importação é o planejamento, afirmou.”Devem ser pensados todos os entraves possíveis para a nacionalização da mercadoria estrangeira, previamente à assinatura do contrato com o fornecedor”, já que constrangimentos podem ser evitados. Tratamentos fiscais e tributários devem ser avaliados, multas e penalidades, atrasos e comprometimento do cronograma e da montagem, autuações e intimações, pagamento em duplicidade desnecessária, danos e avarias e muitos outros foram citados. Para exemplificar, citou o case de expansão da Usina de João Monlevade-MG. Apresentou um panorama indicando a elevação da produção para quatro milhões de toneladas/ ano que começou em 2008. Para o alcance do objetivo, um conjunto de importações foi demandado, citando: SINTER PLANT, BLAST FURNACE, COTINOUS CASTING MACHINE, WIRE ROD MILL, GRINDER, BOF UPGRADE, DEDUSFING SYSTEM e TORPEDO CAR. O recebimento das mercadorias estrangeiras foi determinado via porto do Rio de Janeiro, com encaminhamento para a Estação Aduaneira do Interior de Juiz de Fora e depois a fábrica de JM. A opção por esta logística aconteceu pela disponibilidade de navios, contrato favorável com a Multiterminais. Várias fotos do case foram
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mostradas, ilustrando as várias fases deste projeto. O terceiro aspecto nos gargalos do processo de importação foi o tratamento fiscal e tributário. Aproveitando o case de expansão da usina de JM, explicou que foi utilizado o regime aduaneiro de entrega antecipada (INSRF 680/2006), assim como o ex-tarifário, exportação ficta, ICMS diferido e outros. “Todos estes procedimentos demandam interação com órgãos governamentais. No caso do ex-tarifário, há que se provar que não há produção nacional já que há uma redução importante na carga tributária, mas é muito moroso”. No caso da exportação ficta, são imensos os problemas para explicar a mecânica do processo no exterior, já que são necessárias mudanças no fornecimento previsto em contrato.”Eles não compreendem e tendem a achar que o procedimento é ilegal”. “Já no processo de ICMS diferido, os efeitos são muitos: morosidade na condução do processo, já que é necessária a obtenção de certidões de não-produção no estado de Minas Gerais, as cargas ficam paradas e é preciso compor dossiês de informações e muitos outros procedimentos”. Mas a recuperação do tributo impacta diretamente no resultado da importação e precisa ser feito, destacou. Entre os entraves citados no procedimento de drawba-
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ck isenção versus suspensão, explicou que em alguns casos, já faz dois anos que foi dada entrada e ainda não conseguiuse resolver. Destacou os problemas de gerenciamento financeiro do regime pelo Banco do Brasil (BB), que “simplesmente não funciona e, por isto, já contratei uma empresa para gerir esta parte já que a burocracia traz muitos problemas”. No caso dos regimes especiais, as áreas dependem de aprovação da Receita Federal (RF) que é outro complicador. O tratamento cambial e financeiro foi tratado como o quarto aspecto em que os entraves podem aparecer. Um exemplo dado foi que, na compra de serviços internacionais que demandam transferência de tecnologia, é necessária a certificação do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). “Há muita lentidão na emissão dos documentos”. No financiamento (supplier´s credit, buyer´s credit e outros) também os mecanismos são morosos. Afirmou que muitos importadores consideram o crédito documentário um mecanismo caro. Mas, para ele, o que acontece é que muitos não negociam os custos a favor do importador: abertura, emenda, confirmação, transferência, discrepância.”Termos e condições devem favorecer o importador e a desoneração é via negociação e são provenientes de um contrato bem elaborado”. Disse que o detalhamento é
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fundamental e citou como exemplo escrever que o certificado de origem do Mercosul é demandado, evitando colocar apenas a descrição “certificado de origem”. Outros problemas são os eventos de engenharia em contraste com o pagamento a partir de um determinado número de dias do conhecimento de embarque marítimo. “As parcelas do financiamento são, na maioria da vezes, maiores do que foi embarcado, mas o fornecedor quer receber”, comentou. “Há um controle acirrado dos pagamentos, tendo em vista a gestão de projetos. Porém, o software SISCOMEX só pode acomodar percentuais com dois dígitos. Não há como ser pago 2,75421 por cento do valor”, ponderou. Diferenças culturais foram estabelecidas como o quinto aspecto de entraves na importação. Como exemplo foram citadas as dificuldades com os tratamentos que devem ser dispensados a gerentes jovens ou mais velhos: se tiverem a mesma posição e idade parecidas deve ser identificado como “Lao Zhao”. Se for mais jovem, o tratamento deverá se “Xiao Zhao”. “Cada cultura tem uma forma diferenciada de agir e o profissional em importação precisa familiarizar-se com tais padrões”. Para isto, são feitos vários encontros com os fornecedores, chamados de kick-off meetings cujo objetivo
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é explicar quem são as pessoas envolvidas e como serão realizados os procedimentos.“Há uma grande diferença no processo de gestão e isto impacta diretamente a importação. Fornecedor europeu sediado, com fábrica na China, tem atuação completamente diferente”. Para comprovar, mostrou fotos de mercadorias embarcadas pelo mesmo fornecedor, de suas plantas na Europa e na China. O resultado mostra embalagem ineficiente ou inadequada além de marcação equivocada.”Mandaram mercadorias identificadas como Gerdau para a Arcelor Mittal, o que impacta na confiabilidade do fornecedor estrangeiro”. Alguns tópicos também foram discutidos sobre a experiência com os fornecedores chineses: “Você acha que eles entenderam o que foi explicado, mas não é exatamente desta forma. Há casos em que toda a documentação está errada Então, temos de fazer os drafts e encaminhar, para que sejam transcritos e assinados”. Entre os principais desafios foram mencionados: a diferença de gerenciamento se o fornecedor europeu está localizado na China, a necessidade de reuniões constantes, fornecedores demonstram não ter controle dos próprios parceiros, dificuldade com embalagens e reforços, dinâmica confusa dos portos chineses, necessidade do envio de drafts
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dos documentos, imperativo da presença de um surveyour para evitar problemas maiores, cargas recusadas pela engenharia, aplicação incorreta dos INCOTERMS que implicam em pagamentos duplos, entre outros. Outra demanda de adequação levantada pelo palestrante foi relativo ao sistema SAP que precisou ser adaptado para acomodar declarações globais de importação e seus filhotes, cadastro de materiais e formas de pagamento diferenciadas, contabilização. “A importação não caminha sozinha dentro da empresa, porque precisa de todas as áreas”. A logística internacional foi o sexto aspecto a ser considerado nos desafios da importação. O palestrante apontou que, neste tópico, “o problema nasce na falta de definição nos contratos fechados internacionalmente sobre os padrões necessários à embalagem e transporte”. Quesitos como empilhamento máximo, gravidade no iça- mento, tratamento da madeira e outros detalhes foram considerados como fundamentais. Além disso, “danos e avarias, marcação inadequada, embalagem insuficiente ou inadequada, free time de containers devem ser discutidos no contrato internacional para evitar problemas. Uma das formas de solução encontradas pela Arcelor Mittal para resolver tais inconvenientes no processo de importação foi a autonomia dada ao surveyor,
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para recusar carga com avaria, embalagem mal-feita ou insuficiente. Além disso, foi preparado um dossiê com padrões de embalagem para a empresa”. Estas importações são consideradas cargas-projetos e o seguro foi negociado direto com a seguradora. Foi dada a ela autonomia para emissão das cartas-protesto, solicitado a presença e assistência durante o processo de descarga do navio. O palestrante apresentou detalhes dos apontamentos do surveyor e destacou a relevância da parceria para o resultado final da importação. A negociação com os armadores e a disponibilidade de espaço nos navios para acomodar as cargas foi tratado também como um complicador para as importações. Isso porque “alguns armadores recusam cotar frete para o transporte internacional”, além das dificuldades na obtenção de free time. “São cargas de grandes dimensões e não há disponibilidade de containers do tipo flat-rack”. O tempo de trânsito de 50 a 60 dias da China ao Brasil também dificulta, além dos problemas para a obtenção de um conhecimento de embarque sem observações, afirmou. Além desses problemas, as cargas ainda estão sujeitas às intempéries da natureza como, por exemplo, um caso de considerado na navegação como “força maior”. O
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palestrante apresentou fotos de um navio que foi atingido por um tufão em alto mar. Setecentos e dez partes do total de duas mil, trezentos e vinte e sete toneladas (Máquinas Sinter e resfriador) foram atingidas. O navio enfrentou tempestade com ondas de até 12 metros de altura. “Os resultados foram partes que deslocaram de seus eixos, danos, colisão entre si e outras avarias”. Em outro caso apresentado, cinco containers tinham previsão de embarque sendo dois deles flat-rack. A carga embarcou parcialmente, já que os dois flat-racks ficaram para trás. Ao chegar ao Brasil, a carga não foi desembarcada e retornou. Para o ajuste documental à realidade dos acontecimentos deste embarque, foi necessário muito trabalho.“E quando finalmente a carga chegou ao Brasil, a Receita Federal entrou em greve”, suspirou. Muitos problemas ocorrem também com a acomodação das cargas. “Muitas chegam em locais diferentes do que estava previsto na documentação, há quedas de containers das carretas”. Outro obstáculo a ser tratado referese ao transportador brasileiro, que transporta volumes de forma irregular ou a menor/maior do que o previsto.“Por isto foi alterado o contrato com o transportador para a modalidade de pagamento por tonelagem”. A logística nacio-
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nal também é um fator relevante, por que há necessidade, muitas vezes de autorização especial para o transporte. Ao concluir a apresentação, destacou como fator-chave para o sucesso na importação o planejamento da operação. “É fundamental juntar todas as partes envolvidas em uma equipe motivada e em sintonia”, afirmou.
PALESTRA CASE DE IMPORTAÇÃO DA P&H MINEPRO SERVICES BRASIL
PAULO TORRES
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DIRETOR-GERAL DA P&H MINEPRO SERVICES BRASIL LTDA
RESUMO
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Ao apresentar-se para o público presente, o DiretorGeral da P&H MinePro Services Brasil disse que trataria do desafios da importação, a partir da perspectiva de uma empresa importadora, mostrando os desafios que devem ser vencidos. Como subsidiária de uma empresa americana, iniciou a sua palestra com fotos dos principais produtos comercializados tais como escavadeiras de vários modelos, perfuratrizes para detonação e outras soluções para que se evite o trânsito de caminhões em minas. Fundada em 1884 por Pawling e Harnischfeger, a P&H MinePro distingue-se por fazer equipamentos confiáveis de alta produtividade a seus clientes. Para o palestrante “as primeiras escavadeiras foram criadas 1910 e, mesmo hoje, apesar da evolução para equipamentos eletro-eletrônicos, as mudanças não foram tão significativas”. Ao apresentar um breve histórico da empresa, destacou que a P&H está em vinte e sete países e quatro continentes. Chegou ao Brasil e 1955, ficando sediada em São Paulo para atuar na linha de guindastes portuários. Em 1976 já com foco para as vinte e sete (27) minas num raio de cem (100) Km de Belo Horizonte, estabeleceu-se em
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Minas Gerais. Hoje atua também no estado do Pará, especificamente na Cidade de Paraopebas, devido ao pólo extrativista de ferro e cobre. Em 2010, já no estado de Sergipe, buscou atender também a Vale, que explora uma mina de potássio e fertilizante, com galerias de até seiscentos e oitenta metros de profundidade. Muitas empresas foram adquiridas durante esse processo tais como a JOY, Continental e outras, comentou. Ao explicar sobre as características dos equipamentos de mineração subterrânea, disse que “são deixados dentro da mina, quando há o encerramento da extração”. O oxigênio contaminado com o potássio (sal) oxida o equipamento e, por isso, ao se exaurir a mina, é providenciado o seu tapamento junto a tudo que foi utilizado na extração. Entre tais equipamentos, foram mostradas as fotos do continuous miners, long wall shearers, powered roof supports, shuttle cars e o flexible conveyor trans, entre outros. Ressaltou que, “por ser uma empresa que trabalha com mais de setenta por cento (70%) de peças, subconjuntos e equipamentos importados, precisa estar na vanguarda, com foco no cliente e busca contínua por soluções no atendimento”. Apesar de a pressão “ser muito grande para a chegada das mercadorias, porque são equipamen-
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tos de produção para nossos clientes”, afirmou que, com o apoio de funcionários com excelência no trabalho e o suporte de empresas especializadas, as soluções para os desafios às importações podem ser encontradas. O primeiro desafio a ser tratado foi a questão comercial, já que “é preciso entender a necessidade do cliente quanto à urgência do equipamento e os entraves com fornecedor externo, que tem pouco conhecimento sobre as exigências legais a serem cumpridas para a nacionalização do produto e o perfil do cliente final, que requer muitas vezes equipamentos customizados. “Muitas ações foram realizadas nesse sentido e posso citar o treinamento de fornecedores iniciado em setembro/2011 com a ida de funcionários da P&H Brasil para Dallas/Texas “ EUA”. A logística de transporte no Estado também foi destacada como entrave ao processo de importação da P&H MinePro Services Brasil, para atendimento às demandas de seus clientes. Um complicador da distância com o litoral (zonas portuárias) surge a partir da natureza da carga, sempre de volume e peso elevados. Como exemplo das dificuldades logísticas, destacou um mil e oitocentos (1800) Km de estrada rodoviária entre São Luiz a Carajás. Muitas vezes devido às chuvas freqüentes, a carga segue de
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balsa, já que as cargas são acomodadas em caminhões com até cem (100) toneladas que danificam as estradas. No caso específico do Pará, muitas padecem da falta de manutenção e estão em condições precárias. Por causa disto, em frequentemente oportunidades cargas urgentes são embarcadas por via aérea. Outro entrave comum é a mudança na rota dos navios, apesar das designações do porto de desembarque. Somado a isto “está um transporte ferroviário ineficiente, que nunca tem vaga para acomodação de nossas cargas. As ferrovias foram construídas ao lado das rodovias, que, muitas vezes, são interrompidas para a passagem das composições”. Em outros países isso é muito diferente, afirmou. A legislação brasileira também foi apontada como um entrave do processo. “As mudanças que ocorrem de estado para estado, geram uma mudança nos procedimentos administrativos”. Também o alto custo com impostos, armazenagem e logística de transporte interno foram citados. “Um pneu de caminhão custa entre R$ 2.000,00 e R$2.800,00 reais cada. Muitas vezes são estourados quatro pneus no trecho Rio de Janeiro/RJ a Belo Horizonte/ MG. Este coeficiente de medo do transportador influencia o valor do frete e encarece o serviço”, comentou. Por tudo
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isso, o alto custo destas etapas, muitas vezes, inviabiliza a venda do produto. “O governo decidiu aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis importados. Mas precisamos incentivar a competitividade sem impedir a importação. O Brasil é um país importador”. Mas há também fatores externos que influenciam os desafios à importação: a economia mundial e as variações nas demandas de mercado, avariação do preço do petróleo e a condução da política externa. “A variação na taxa de câmbio é outro complicador, que altera os planos iniciais de importação. Quando o dólar teve um pico, tivemos um enorme prejuízo”. Também os desastres naturais precisam ser considerados. “Uma máquina comprada pela P&H MinePro Services Brasil estava pronta para embarque no porto de Tashinaka/Japão e foi atingida pelo tsunami. Tudo foi destruído e estamos com um atraso neste cronograma de seis (6) meses aproximadamente”, destacou. Para ilustrar os desafios enfrentados pela P&H nos processos de importação, o palestrante apresentou dois casos. O primeiro trata da importação de duas (2) escavadeiras 2100, usadas e o segundoutro sobre a internação de mercadorias no regime de Depósito Especial (DE), concedido à PH em 1995. No caso da importação das
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duas escadeiras 2100 usadas, o palestrante descreveuas como “sucata, que estava a dez (10 Km de Chicago/ USA”, mas, como o cliente tinha uma limitação financeira, o equipamento atenderia”. A carga foi embarcada do porto de Cartier/Quebec-Canadá para o porto do Rio de Janeiro. Todo o processo demorou um ano para ser concretizado, “era importante para o estado de Minas Gerais, com a contratação de mão de obra para reforma e montagem”. Inicialmente, engenheiros da P&H Canadá realizaram uma análise técnica do equipamento. Foi solicitado um atestado de inexistência de similar nacional junto à ABIMAQ e contratado uma empresa homologada para inspeção na origem. “A P&H Brasil entrou com um pedido para concessão do regime especial de ex-tarifário junto ao DECEX, além da licença de importação para equipamento usado. Foram inúmeras as reuniões com o órgão para justificar, já que eles não compreendiam a importância da importação”, afirmou. Na origem, os problemas eram inúmeros: o frio de mais de trinta (30) graus centígrados e a nevasca em Quebec/Canadá. “O sindicato da categoria, que é muito forte, reagiu imediatamente, contestou e ameaçou o trabalho de operários brasileiros enviados para colaborar na desmon-
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tagem da máquina, o que causou atraso na operação”. A máquina, com o prazo de expiração de vida útil (20 anos) ao vencimento do limite exigido pela legislação brasileira àquela época comprometia o tempo necessário para a importação do referido equipamento. No Brasil, “fazíamos as análises profundas na legislação brasileira junto às empresas especializadas na busca de atender à legislação e manter o prazo com o cliente”. Somado a tudo “estavam os questionamentos do DECEX a respeito do processo, o estudo a logística de transporte do porto à mina e a emissão de documentos”. Em especial, destacou a dificuldade em preparar o packing list que deveria refletir em quantas partes a máquina seria fracionada e como, além do desembaraço da carga direto na mina. Questionou ainda “como o fiscal responsável pelo desembaraço iria compreender que aquele conjunto de partes soltas iria se transformar em uma máquina imensa”? Sobre as ações tomadas para garantir a conclusão do processo dentro do prazo e atendimento ao cliente, destacou que foi enviado ao Canadá um conjunto de especialistas para acompanhar a desmontagem da máquina na origem. E, entre os desafios desta etapa fora do país, foi destacado que a reserva de praça no navio demandava
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prontidão da carga com 20 dias de antecedência e impunha punições ao descumprimento deste aspecto. Contratou-se no Canadá uma empresa especialista em emissão de packing list. E, no Brasil, importou-se a máquina no regime especial de admissão temporária até que fossem aprovados os processos de ex-tarifário e licença de importação de equipamento usado. Ao mostrar as fotos de 1/3 deste equipamento sendo transportado em caminhões linha de eixo pela rodovia que liga o porto de destino à mina, comparou com a dimensão da mesma. “O resultado é que a máquina está numa mina de minério de ferro (carbonato) e produz até hoje”. No segundo caso prático, o palestrante explicou que o regime aduaneiro de Depósito Especial (DE) foi concedido em 1995, porém isso ocorreu após dois anos de entrada do pedido junto aos órgãos competentes. “Este regime é de extrema importância para a P&H, porque permite que as mercadorias sejam importadas e permaneçam no estoque sem elevação dos custos de inventário, fornecimento imediato aos nossos clientes e garantia de peças”, afirmou. Decidiu-se então pela importação de caminhões GINAF, fabricado na Holanda. Com cinco eixos (10x5), o primei-
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ro, o segundo e o terceiro eixos, além de tracionar, viram e são excelentes para manobras e atendem a clientes por sua produtividade e versatilidade. “Esta tecnologia é adaptada para atender ao cliente em seu perfil de mina”. Os desafios citados para a importação desse equipamento são muitos. “Além de ser um equipamento novo, inicialmente pouco conhecido da equipe de montagem, era novo no mercado brasileiro e não poderia ser vendido ao transportador como normalmente é feito pelas mineradoras”, comentou. Desta forma, foram trazidos para DE, peças correspondentes a um caminhão desmontado. “Um supervisor técnico GINAF acompanhou todo o processo de montagem” e o equipamento atendeu às expectativas do cliente final. O palestrante destacou que as feiras de mineração congregam oportunidades de negócio e apresentação de novas tecnologias. Ao final, concluiu avaliando a importância de, profissionalmente, o acadêmico optar por envolver-se com o que gosta de fazer e perseverar. “Há muita pressão por resultados, atendimento às expectativas do negócio, mas o comprometimento e a energia interna são fundamentais para formar um profissional destacado no mercado”, concluiu.