EXPEDIENTE
SUMÁRIO
A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização. GESTÃO 2015-2019 ABIMO Presidente: Franco Pallamolla (Lifemed) Vice-Presidente: Walban Damasceno Silva (Becton Dickinson) Diretor Tesoureiro: Dr. Luís Calistro Balestrassi (Neurotec) Conselheiros Titulares: Djalma Rodrigues (Fanem), Eliane Lustosa (Labtest), Kurt Kaninski (St Jude), Andre Ali Mere (Olidef), Caetano Biagi (Dabi Atlante), Giancarlo Schneider (Kavo do Brasil) Conselheiros Suplentes: Patricia Braile (Braile Biomédica), Fabrizio Signorin (Phlips), Leonardo Byrro (Cremer), Patricia Bella Costa (Colgate), Oscar Porto (Medtronic), Jose Roberto Pengo (Biomecânica), Rodolfo Candia (Conexão), Adailton Becker (Neodente), José Ricardo (Ibramed) Conselheiros Fiscais: Regiane Marton (Heraeus), Augusto Olsen (Olsen), Gabriel de Figueiredo Robert (Silimed) Conselheiros Fiscais Suplentes: Ermano Marchetti (Covidien), Wiliam de Paula (Hospimetal), Roberto Queiroz (Angelus) SINAEMO Presidente: Ruy Salvari Baumer (Baumer) Secretário: Paulo Henrique Fraccaro (Implus) Tesoureiro: Tatiane Galindo (Ortosintese) Diretores Suplentes: Paulo Akio Takaoka (Newmed), Anselmo Quinelato (Schobell), Gilberto Nomelini (Gnatus) Conselheiros Fiscais: Jamir Dagir Junior (Dorja), Fabio Colhado Embacher (Emfils), William Pesinato (Fami), Conselheiros Fiscais Suplentes: Jose Tadeu Leme (Engimplan), Orlando de Carvalho (Carci), Toshyia Abe (Nipro) Conselho Editorial: Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico) Márcio Bósio (Diretor Institucional) Paula Portugal (Gerente de Marketing e Exportação)
10 Eleições ABIMO/SINAEMO
Redação: Deborah Rezende e Natália Helen Revisão: Luiz Alves de Lima, Elaine Cristina Alves, Marcel Andrade Paulo, Natália Helen da Silva, Priscilla Toledo PRODUÇÃO E PUBLICIDADE:
BHD - Arab Health
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22 Estudo FGV
Inova Saúde
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34 Especial Odontologia
Conteúdo/Edição de textos:
Jornalista Responsável: Deborah Rezende (MTB 46691)
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CIOSP 2015
Artigo Franco Pallamolla Artigo Ruy Baumer Dia a dia Hospitalar 2015 Artigo André Medici
04 05 06 50 57
Ping Pong com Michael Page
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em busca de projetos que possam colaborar com a expansão estratégica desse importante setor: já no início do ano o segmento se mostrou aquecido, com excelentes participações em feiras nacionais e internacionais, como o CIOSP - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, a IDS - International Dental Show e a AEEDC, em Dubai. Embora as importações tenham evoluído, as exportações de produtos odontológicos acompanharam esse ritmo, e, por isso, conseguimos manter a balança comercial positiva. Exportamos, em 2014, mais de US$ 122 milhões, aproximadamente US$ 6,1 milhões a mais do que em 2013.
FRANCO PALLAMOLLA é presidente da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios.
Setor odontológico: um mercado promissor Há alguns anos a escassez de serviços odontológicos no país era reconhecidamente grande, fato comprovado pelos números do Ministério da Saúde que mostravam 20% dos brasileiros sem acesso aos serviços básicos e um quinto da população completamente desdentada, há dez anos. Lançado em março de 2004, o Programa Brasil Sorridente vem beneficiando não somente a população, mas também a indústria, através das crescentes oportunidades de compras governamentais. A qualidade do nosso parque fabril odontológico contribui para essa conquista, fazendo com que o setor seja motivo de orgulho para nós da ABIMO. Essa crescente relevância da odontologia no cenário nacional se reflete nas ações da ABIMO, que tem se dedicado e estruturado
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No mesmo período as importações caíram US$ 21 milhões, revertendo o cenário deficitário que vigorava em 2013 (R$ 14 milhões) para um superavit de mais de US$ 13 milhões em 2014. Tal resultado devolveu à odontologia a condição de único setor entre os produtos para a saúde com balança comercial positiva. Esse acesso ao mercado internacional alavanca a competitividade no mercado nacional tornando o Brasil um dos grandes e importantes mercados do mundo com perspectiva de continuidade de crescimento acelerado. O atual momento vivido pela indústria odontológica se reflete também através de outros indicadores: a taxa de empregados (apurada juntamente com o setor de artigos ópticos) subiu de 5,5 mil em 2013 para 5,7 mil em 2014, assim como o faturamento de 2014, que alcançou as maiores taxas de crescimento do setor da saúde. Esses fatos e números contribuem para que se possa reafirmar a confiança da ABIMO na frase título deste texto: A odontologia é realmente, um mercado promissor!
É óbvio que um cenário econômico assim traz muitos desafios para cada um de nós. Diante de uma possível redução na demanda e, consequentemente, do faturamento, as empresas devem desenvolver e implementar estratégias que as auxiliem a vencer tais condições desafiadoras. Vejo na inovação um caminho para superarmos esses desafios. Porém, a falta de uma política clara para o fortalecimento da indústria quando se trata de produtos inovadores é um entrave ainda maior nesse cenário já difícil.
RUY BAUMER é presidente do SINAEMO - Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo.
Inovação é a solução Grande parte dos empresários e economistas tem chegado a uma conclusão comum: 2015 não será um bom ano para a economia brasileira. Mesmo com a nossa indústria médica e odontológica remando – a duras penas – contra a maré, sabemos do desafio de manter resultados que mereçam uma comemoração no fim desse ano. Nas últimas semanas temos sido bombardeados pela mídia e pelo governo, que destacam a importância do ajuste fiscal para nossa economia, ou seja, a necessidade de termos uma Política Fiscal superavitária. O principal motivo para a polêmica deste pacote fiscal é que ele penaliza o capital produtivo e os trabalhadores.
A inovação deve ser tratada no âmbito da política econômica pública, pois é o único caminho para elevar a competitividade do país. Países inovadores em diferentes segmentos se destacam na economia mundial e garantem melhor posição no mercado como um todo. Acabei de chegar de Israel, para onde fui por ocasião de uma feira de equipamentos médicos, e lá pudemos conhecer o que é um governo empenhado em fortalecer suas empresas por meio de incentivo à inovação. Além dos problemas relacionados à distribuição de recursos financeiros para a inovação no Brasil, existe também a necessidade de mudança na regulamentação do país, que demora em seus processos regulatórios. O Brasil precisa mudar as leis para encorajar as empresas pequenas. Nos dias atuais, a velocidade das conquistas tecnológicas e da informação impacta de maneira imediata e decisiva nos resultados dos negócios. Assim sendo, mais do que uma aproximação, é necessário harmonizar as linguagens e entendimentos para que possamos proporcionar à indústria brasileira da saúde fazer uso da nossa produção tecnológica nos produtos.
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dia a dia
Crédito: Grupo Mídia
DEZEMBRO
ABIMO é vencedora Do Prêmio “Líderes da Saúde” A ABIMO conquistou o Prêmio “Líderes da Saúde”, realizado pelo Grupo Mídia, através da Revista HealthCare Management, no dia 11 de dezembro, no Espaço Apas, em São Paulo. O evento teve como objetivo reconhecer as empresas / entidades que mais se destacaram nos últimos meses no mercado brasileiro.
O presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, recebeu o troféu ao lado de representantes da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) e da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Todas foram vencedoras na categoria “Associação”. A escolha desses importantes players foi feita por um corpo de jurados composto pelo conselho editorial das revistas Healthcare Management, HealthARQ e Health-IT, além do voto de gestores de instituições de saúde de todo o Brasil.
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Valoriza Odonto
#ValorizaOdonto 6
Durante o CIOSP, em São Paulo, o vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen, gravou seu depoimento para a campanha #ValorizaOdonto, uma iniciativa da Dental Cremer pela busca da valorização da odontologia e de todos os que fazem dela uma profissão tão especial.
ABIMO promove segundo fórum sobre Pirataria na Odontologia
Credito: Carmem Castilho/ABIMO
Pelo segundo ano, a ABIMO em parceria com entidades congêneres, promoveu durante o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que chegou a sua 33ª edição, o segundo fórum sobre Pirataria na Odontologia, que reúne dentistas e profissionais da área, bem como representantes de entidades de classe, empresários e membros da Anvisa para discutir esse importante tema. O evento aconteceu na manhã do dia 25 de janeiro e contou com a presença de importantes nomes do setor odontológico nacional. Junto ao superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, compuseram a mesa o presidente da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas (APCD), Adriano Forghieri; o presidente da Associação Brasileira dos Cirurgiões Dentistas (ABCD), Silvio Jorge Cequeto; o presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Claudio Yukio Miyake; o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Luiz Fernando Varrone; o vice-presidente da Associação dos Técnicos em Prótese Dentária (Apdesp), Toshio Uehara; o gerente da área de materiais da Anvisa, Leandro Pereira e o
tesoureiro do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Rubens Corte Real. “Não há dúvida de que esse momento, não só para a indústria, como também para toda a odontologia, tem uma grande importância”, disse Fraccaro ao abrir o Fórum. “Sozinhos nunca seremos nada”, salientou Adriano Forghieri. “Estamos muito felizes de estarmos junto às outras entidades e espero que acabe com esse problema, que é viral, apoiando as solicitações da Anvisa, apoiando as indústrias e também os consumidores.” Fabio Embacher, da Emfils, o gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes e o ex-secretário do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Rodolfo Tamanaha foram os palestrantes. “Ao organizar esse Fórum a ABIMO quis unir todas as entidades envolvidas, com o objetivo da conscientização das questões da pirataria, incentivando as empresas a legalizarem e certificarem seus produtos promovendo maior segurança aos usuários”, acredita o vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen.
FEVEREIRO ABIMO e EMBRAPII realizaram workshop que apresentou novidades no modelo de financiamento à inovação A ABIMO e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) realizaram no dia 3 de Fevereiro, no edifício-sede da FIESP, o workshop “Novo modelo de financiamento e inovação”, com o propósito de divulgar o
sistema EMBRAPII e gerar interesse das empresas associadas à ABIMO para futuras negociações de projetos. O evento foi aberto pelo superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, junto com o diretor de planejamento da EMBRAPII, José Luís Gordon e
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dia a dia
do diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Oliveira. “Em todas as reuniões das quais eu participo ultimamente a palavra é ‘inovação’. Essa palavra serve para atender às demandas internas e também para tornar a empresa hábil às exportações”, discursou Fraccaro. “A reunião de hoje é de grande importância, pois vamos apresentar
Crédito: Everton Amaro/Fiesp
através da EMBRAPII caminhos, além de fontes e parcerias que poderão ajudá-los nesse processo tão necessário que é a inovação”. A EMBRAPII tem por missão apoiar instituições de pesquisa tecnológica em selecionadas áreas de competência, para que executem projetos de desenvolvimento para inovação, em cooperação com empresas do setor industrial. Na ocasião, unidades EMBRAPII com maior potencial de atuação no setor médico e odontológico apresentaram suas experiências nas respectivas áreas de competência.
Primeira reunião do BioBrasil recebe presidente da Finep na sede da FIESP Na tarde do dia 6 de fevereiro, o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria (BioBrasil) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Ruy Baumer, recebeu o presidente da Finep, Glauco Arbix. Durante o encontro, Arbix afirmou que vai defender ritmo dos investimentos em inovação apesar do ajuste fiscal em 2015: “A economia brasileira ainda é pouco inovadora e o país tem uma necessidade
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“gigantesca” por investimentos de ao menos R$ 50 bilhões por ano em pesquisa e desenvolvimento”, afirmou. “Essa é uma questão chave que entra em atrito com a agenda de ajuste fiscal. Educação, ciência e tecnologia não merecem entrar na linha de corte como normalmente é feito pelos programas de ajuste, estamos defendendo muito para manter pelo menos o ritmo [dos investimentos] para atender a demanda de empresas e universidades”. Ele apresentou a “Agenda Mais Inovação” da Finep, ainda sem aprovação do governo, que visa multiplicar investimentos, por meio de novos programas, como a segunda geração do Inova Empresas, a criação de um Fundo de Venture Capital para atingir startups e empresas de base tecnológica, além da criação do “Cartão Inovação”, para desburocratizar e massificar o desenvolvimento tecnológico e a inovação. Arbix apresentou os resultados dos programas da Finep em parceria com o governo federal e o BNDES. De 2013 a 2014, somente a área da saúde teve um volume contratado de R$ 2,68 bilhões. Aumento significativo em relação ao período anterior de 2011-2012, que não alcançou nem R$ 500 milhões. “Tivemos um aumento de sete vezes o investimento nessa área”. A redução de 452 dias para 30 dias na análise de mérito também foram destaque na apresentação do presidente, que tirou dúvidas dos presentes ao final.
MARÇO Gerente da ABIMO é eleito Superintendente do CB-26
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, reuniu-se com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e outros empresários para falar de incentivos à inovação. O superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro esteve presente. Durante o encontro, Fraccaro falou ao ministro a respeito do pleito da entidade que busca a isonomia tributária nas compras públicas entre os equipamentos nacionais e importados. “Falei ao ministro da MP que foi aprovada no final do ano passado e que deve ser regulamentada até o próximo mês, isentando a indústria nacional de PIS e COFINS e expliquei a situação que a nossa indústria enfrenta, o que causou certo espanto aos presentes”, conta Fraccaro. O Ministrou prometeu apoiar a ABIMO na luta para isenção também do IPI.
Crédito: Cléber de Paula/ABIMO
ABIMO trata de isonomia com Ministério da Ciência e Tecnologia
O Gerente de Estratégia Regulatória da ABIMO, Joffre Moraes, foi eleito Superintendente do ABNT/CB-26 – Comitê Brasileiro de Odonto-Médico Hospitalar, após a apuração dos votos recebidos durante os meses de janeiro e fevereiro. O Comitê Brasileiro - CB26 da ABNT atua na normalização no campo odontomédico-hospitalar, compreendendo produtos correlatos de saúde como: materiais, artigos, aparelhos, dispositivos, instrumentos e acessórios cujo uso ou aplicação na prática médica, hospitalar, odontológica e de laboratório esteja associado às ações e serviços de saúde, no que concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades. Joffre Moraes já atua como gestor no projeto de Internalização de Normas MS/ OPAS/ABIMO e somará suas atividades na ABIMO com o novo desafio no CB26.
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DEPOIMENTOS
ABIMO e SINAEMO
elegem Diretoria 2015-2019
Conheça a diretoria eleita e suas expectativas para o próximo mandato das entidades
“O início de 2015 foi, para mim, muito especial, pois no dia 5 de março último recebi dos associados da ABIMO a grande e honrosa incumbência de presidir a entidade no período 2015/2019. Estar à frente da ABIMO para cumprir mais um mandato é missão de extrema responsabilidade, especialmente porque nesses próximos quatro anos estaremos, meus colegas de Diretoria e eu, focando os nossos maiores esforços para que a indústria nacional seja, de fato, fortalecida e valorizada. Somamos conquistas nos últimos anos; importantes e significativas conquistas, mas sem ainda ter chegado ao ponto fundamental: a conquista do Everest. O nosso grande e imutável alvo é obter, para os produtos fabricados e desenvolvidos no Brasil, o merecido reconhecimento no mercado interno. Isso para que sejam tidos como geradores de empregos, de desenvolvimento tecnológico, de impostos e detentores de qualidade internacional, comparável à dos produtos importados. É chegada a hora de promovermos uma análise transparente, neutra e sem subterfúgios de marketing, que nos proporcione justa, equilibrada e isenta comparação entre os produtos nacionais e os importados. Os produtos brasileiros para a saúde já têm a sua qualidade consolidada no exterior, tanto é que possivelmente atingiremos, já em 2015, volume recorde de exportações da ordem de 1 bilhão de dólares. Tudo isso, fruto de 12 anos de esforços com os quais a ABIMO se sente orgulhosa de ter colaborado efetivamente. Trabalharemos incansavelmente para que essa aceitação se materialize aqui em nosso país, da mesma forma que acontece no exterior, pois é inimaginável que os produtos brasileiros continuem a ser considerados, em nosso próprio país, artigos de segunda linha. Assim, dentre os tantos outros desafios com os quais nos comprometemos para mais este mandato, convoco todos os envolvidos a participar e apoiar as ações que certamente farão com que esse reconhecimento seja conquistado junto às autoridades governamentais, opinião pública e mercado brasileiros”. Franco Pallamolla ABIMO / Presidente
“Temos muitos desafios pela frente com esse novo mandato da presidente Dilma e continuaremos lutando pelo que conquistamos como redução de carga tributária. Queremos prosseguir nesse trabalho e continuaremos na batalha pela vitória do setor e para melhorar nossa capacidade de conquista para, assim, atingir os resultados esperados.” Walban Damasceno de Souza, Becton Dickinson ABIMO / Vice-presidente 10
“É com muito carinho e satisfação que faço parte dessa chapa, confiante de que continuaremos fazendo um trabalho focado no bem estar, sobrevivência e competitividade das indústrias associadas. Com todas as ações que vêm sendo feitas, não há dúvidas de que haverá uma continuidade no trabalho que vem sido desenvolvido. Parabéns à ABIMO e ao SINAEMO.”
Luís Calistro Balestrassi, Neurotec ABIMO / Diretor Tesoureiro
Djalma Luiz Rodrigues, Fanem ABIMO / Conselho Titular
“O ano de 2015 será desafiador. Por conta disto, muitos pontos deverão ser motivo de preocupação para as novas diretorias da ABIMO e do SINAEMO. Anualmente, o setor produtivo deverá elencar prioridades que possam amenizar o panorama tão sofrido pelas empresas. Uma atenção especial deverá ser dada à falta de pontualidade de pagamentos de maneira geral, ou seja, nas esferas federal, estadual e municipal, fator este que corrói o patrimônio das empresas diuturnamente. A não isonomia tributária dos produtos nacionais versus importados, além da retirada de incentivos conquistados e o aumento das cargas tributárias, são outros pontos preocupantes. É também preciso adequar o mais rápido possível os laboratórios que certificam os produtos do setor. Se faz necessário incentivar as indústrias como um todo a investirem em melhorias em prol da competitividade e da inovação, para que retomem a confiança em um ano que se prospecta como difícil.”
“Esse novo mandato é importante para que o setor possa crescer e expandir. Meu objetivo é auxiliar nesse segmento de nossa indústria para seu fortalecimento, crescimento e inovação e que ela possa estar cada vez mais alinhada com as melhores indústrias mundiais. Temos uma indústria brasileira pujante.”
Eliane Lustosa, Labtest ABIMO / Conselho Titular
“O Brasil é um país de constantes desafios. Apesar de possuir uma população gigantesca e grandes oportunidades na área da saúde, os obstáculos e dificuldades não são pequenos. Estamos, ainda, vivenciando uma economia abalada e um momento político de muitas incertezas, o que exigirá mais trabalho e criatividade de todos os empresários do ramo, na busca de transformar dificuldades em oportunidades. São exatamente nesses momentos, que a ABIMO se torna mais importante no apoio a seus associados. É com esse espírito que todos nós da diretoria devemos encarar esse novo mandato.”
Kurt Kaninski, St Jude ABIMO / Conselho Titular “Acredito no associativismo, porque faz diferença e sentido estarmos defendendo interesses legítimos conjuntamente. Tenho plena convicção de que precisamos ter uma indústria de saúde cada vez mais forte e inovadora. A ABIMO tem sido uma interlocutora importante no cenário nacional e espero, como diretor, colaborar para que o setor avance cada vez mais.” André Ali Mere, Olidef ABIMO / Conselho Titular
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DEPOIMENTOS
“A Dabi Atlante sente-se orgulhosa de fazer parte da diretoria da ABIMO. Sabemos de nossa responsabilidade e nos esforçaremos para contribuir com a nossa indústria através da associação”.
Caetano BiagI, Dabi Atlante ABIMO / Conselho Titular
“É com muito prazer e grandes expectativas que integro este novo time de gestores, apoiando a ABIMO na jornada de construção de uma indústria forte, amparada por fundamentos de ética e integridade, e valores que sustentem nossos resultados hoje e amanhã. Levarei minha energia e experiência aos processos de trabalho da ABIMO esperando contribuir positivamente em todas as áreas de atuação”. Giancarlo Schneider, Kavo do Brasil ABIMO / Conselho Titular
“Eu e a Braile Biomédica acreditamos ser de extrema importância a participação da ABIMO no cenário nacional. Estamos em São José do Rio Preto, distantes dos centros e decisões. Nosso mercado no SUS é grande e temos pleitos que só a ABIMO pode ajudar a resolver. A entidade é um fator importante para a continuidade da indústria nacional. Se o Brasil quer atuação médica, precisa, também, da atuação da ABIMO. Temos uma série de discrepâncias, injustiças que prejudicam a indústria nacional e nossa participação na ABIMO é fundamental. Acreditamos que é só dessa forma que as indústrias são escutadas, já que a entidade age como um facilitador de diálogo. Por meio da associação que as empresas brasileiras têm forças para atingir seus objetivos.”
Patricia Braile, Braile Biomédica ABIMO / Conselho Suplente
“A eleição no conselho da ABIMO foi uma honra e estou muito feliz pela confiança que me foi depositada. Empenharei minha capacidade e dedicação para criar as condições necessárias para ajudar a indústria brasileira a competir com sucesso no mercado nacional e internacional.”
Fabrizio Signorin, Phllips ABIMO / Conselho Suplente
“Minha expectativa é estar muito mais próximo da diretoria nas discussões relevantes no âmbito regulatório e de competitividade da indústria da saúde do Brasil. A Cremer, como maior empresa brasileira de produtos descartáveis para a saúde, entende que tem um papel fundamental de agente transformador da saúde do Brasil e vemos na ABIMO um importante parceiro nessa jornada.”
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Leonardo Byrro, Cremer ABIMO / Conselho Suplente
“A Colgate está muito honrada em participar com a ABIMO na gestão e colaborar com planos e discussões que vão nortear o rumo da indústria. Poder contribuir e aprender com outros conselheiros será uma experiência muito boa para todos, pessoalmente corporativamente e também para a entidade.”
Patricia Bella Costa, Colgate ABIMO / Conselho Suplente
“Este ano nos traz muitos desafios e desenha uma nova dinâmica no mercado de produtos para a saúde. Entendemos que a ABIMO possui papel fundamental na estabilidade do mercado, colaborando para que não faltem recursos para o financiamento da saúde no Brasil, garantindo um ambiente competitivo e ético e fomentando a tecnologia e o desenvolvimento industrial de nosso segmento. Poder colaborar para o crescimento de nosso setor e melhoria da saúde dos brasileiros é uma honra.”
Oscar Porto, Medtronic ABIMO / Conselho Suplente 13
DEPOIMENTOS
“Meu objetivo nesse mandato é proporcionar uma abertura no relacionamento com a Anvisa e Ministério da Saúde para que possa haver um canal claro, objetivo e rápido de nossas demandas. Também vou batalhar, junto com a ABIMO, para aumentar a quantidade de acessos aos mercados internacionais, ou seja, mais delegações buscando negócios com investimentos de todos que participam. Acredito ser importante criar um vínculo infinitamente mais forte com universidades na busca de troca de tecnologias e recursos humanos e ainda marcar presença de nossa diretoria nas reuniões políticas. Para um bom desenvolvimento das empresas, sugiro ofertar aos associados acesso a mais informações relevantes de mercado e tendências através de iniciativas concretas e também aproximar os próprios associados para que se criem novas oportunidades de negócios.”
Jose Roberto Pengo, Biomecânica ABIMO / Conselho Suplente
“Entendo que a ABIMO vem se profissionalizando e definindo objetivos a cada ano. A nova diretoria representa todos os segmentos do setor e os membros eleitos são os melhores representativos para que o setor médico-hospitalar e odontológico continue avançando e podendo ajudar positivamente na balança comercial. A população brasileira também é beneficiada, já que as lutas da ABIMO permitem que estejam disponíveis no mercado produtos comprovados e inovadores.”
Rodolfo Candia, Conexão ABIMO / Conselho Suplente
“Considero-me honrado em fazer parte da equipe da ABIMO, uma entidade séria que contribui ativamente com o desenvolvimento do setor de saúde. Pela Neodent, já atuamos de forma responsável em colaborar com a área odontológica. Agora com mais essa parceria, o nosso objetivo de contribuir com a inovação do mercado será otimizado.”
Adailton Becker, Neodent ABIMO / Conselho Suplente
“Espero contribuir muito com a nova diretoria e queremos ver os associados aproveitando o trabalho da ABIMO. As condições do país hoje não são favoráveis e, independentemente disso, estamos trabalhando e alcançando bons resultados. Quero colaborar na preparação das empresas para a exportação, pois, dessa forma, também estaremos melhorando nossa competitividade no mercado nacional.”
José Ricardo – Ibramed ABIMO / Conselho Suplente 14
“A reeleição do Franco Pallamolla já nos mostra a eficiência nas atividades da ABIMO. Acredito que nesse momento, o âmbito do trabalho com a entidade está ampliando para mim a oportunidade de contribuir além da odontologia e de fazer parte de um grupo multitarefas, assuntos diversificados que se aplicam para todas as áreas que a entidade engloba, contribuindo e dividindo conhecimentos pertinentes ao setor odontológico que podem ser utilizados e ter valor, também, para outras áreas. Entendo que o conselho fiscal tem atribuição de ajudar no bom andamento das atividades e noto que o grupo é bastante entrosado. A transparência e a discussão como forma de trabalho conjuntos são o que regem, em minha opinião, o bom andamento de qualquer atividade e será dessa forma meu primeiro “mandato” na ABIMO.”
Regiane Marton, Heraeus ABIMO / Conselho Fiscal
“A ABIMO vem trabalhando pela conquista de benefícios das empresas, aumentando sua visibilidade e, com isso, a área da saúde ganha muito. O trabalho feito nos últimos anos foi excelente! Tenho um carinho e admiração pela entidade e pelo trabalho que ela fez nos últimos anos. Fazer parte deste grupo é uma oportunidade de me envolver com as vantagens e informações que ela proporciona. Estar à frente disso é muito importante e fico grato pelo convite. Como industrial e fabricante, estarei disponível no que puder somar.”
Augusto Olsen, Olsen ABIMO / Conselho Fiscal
“A perspectiva é de continuar o trabalho que a diretoria fez no último mandato. Observei um excelente avanço em estar próximo ao governo, defendendo os interesses dos associados. Hoje vemos mais agilidade da ABIMO em defender os interesses dos associados junto ao governo, em especial a luta de Franco Pallamolla e Paulo Fraccaro, que vêm demonstrando excelentes resultados.”
Gabriel de Figueiredo Robert, Silimed ABIMO / Conselho Fiscal
“Fico feliz de poder fazer parte da diretoria da ABIMO em mais um mandato. Em anos com perspectivas desafiadoras para o Brasil, o papel de uma associação é fundamental para auxiliar as empresas a continuarem no seu caminho de conquistas. Apoiarei a ABIMO nos desafios de incentivar que as indústrias possam, cada vez mais, oferecer tecnologias inovadoras e competitivas ao mercado nacional e internacional.”
Ermano Marchetti, Covidien ABIMO / Conselho Fiscal Suplente
“Espero que a ABIMO continue com o mesmo trabalho que é de extrema importância para o crescimento do setor e cada vez mais consiga fortalecê-lo como um todo e agindo sempre em defesa da indústria nacional.”
Wiliam de Paula, Hospimetal ABIMO / Conselho Fiscal Suplente 15
DEPOIMENTOS “Essa foi a primeira vez que fui indicado para fazer parte da diretoria. Somos sócios da entidade há tempos e estamos envolvidos em termos de necessidade. A ABIMO é uma grande parceira. Minha expectativa e de retribuir e colaborar com tudo que a entidade tem feito para nós. A ABIMO possui nomes como Paulo Fraccaro à sua frente, dirigente com visão empreendedora. A partir daí, sou muito confiante na diretoria pelos últimos anos e creio que podemos contribuir com um trabalho que vem sendo feito mantendo-nos próximos a órgãos governamentais fundamentas para indústria da saúde.”
Roberto Queiroz, Angelus ABIMO / Conselho Fiscal Suplente
“Estamos muito honrados por ter renovados os votos de confiança depositados em nós por nossos associados, para continuar o processo de valorização das entidades. Nessa nova gestão temos o desafio ainda maior de aumentar a força política do nosso setor, por causa das dificuldades que devemos enfrentar neste ano. Temos também o trabalho em cima de nosso código de ética e de conduta, que vai marcar uma nova fase na saúde no país. E vamos continuar trabalhando para melhorar a competitividade da indústria e aumentar a participação das empresas brasileiras no exterior.”
Ruy Baumer, Baumer SINAEMO / Presidente “Espero que o sindicato possa trazer às indústrias ferramentas, mecanismos e legislações, que contribuam com o seu fortalecimento e consolidação no cenário nacional. A saúde, com sua importância na participação no PIB brasileiro tem que demostrar que ela não representa somente despesas, mas sim, um importante parque fabril que gera empregos, tributos, tecnologias e produtos inovadores. E é essa a contribuição que o SINAEMO terá como responsabilidade.”
Paulo Henrique Fraccaro, Implus SINAEMO / Secretário
“Me sinto honrada em fazer parte desta gestão e poder continuar contribuindo com a transparência e seriedade desta entidade juntamente a sua Diretoria, afim de manter os esforços em pró dos interesses do setor médico e seus associados. Agradeço a confiança depositada e farei o que estiver ao meu alcance para corresponder a este desafio.”
Tatiane Galindo, Ortosíntese SINAEMO / Tesoureira 16
“Com as incertezas nas áreas política e econômica que estamos vivenciando, sem dúvida, com o apoio da ABIMO e SINAEMO, podemos trabalhar na proteção de nossas indústrias.”
Paulo Akio Takaoka, Medical Cirúrgica SINAEMO / Diretor Conselheiro Suplente
“O resultado desta eleição mostra uma oportunidade de trabalho muito sério, para uma respeitabilidade da sociedade. Viemos construindo isso ao longo dos anos e isso mostra que o trabalho vem apresentando bons resultados. Estou aqui para atuar com o time basicamente para apoiar e discutir nossas diretrizes num conjunto coordenado pelo presidente e pelo pessoal que está na base. A ABIMO e o SINAEMO têm uma base muito técnica e é detentora de um respeito político muito grande e consegue desenvolver com tranquilidade o mercado de produtos médicos no Brasil.”
Anselmo Quinelato, Schobell SINAEMO / Diretor Conselheiro Suplente
“A Gnatus sempre manteve uma relação muito próxima a ABIMO e SINAEMO no que diz respeito ao fortalecimento da indústria brasileira. Fazemos votos e apoiamos Franco Pallamolla e Ruy Salvari Baumer e suas respectivas diretorias. Esperamos que essa gestão seja novamente marcada pelo compromisso de seguir em frente com o crescimento das empresas associadas, potencializando a capacidade produtora da indústria brasileira no Brasil e no exterior.”
Gilberto Henrique Canesin Nomelini, Gnatus SINAEMO / Diretor Conselheiro Suplente
“A eleição foi fantástica. Esse grupo que está há dois mandatos é muito ativo, empenhando-se com qualidade e atingindo resultados. A ABIMO e o SINAEMO profissionalizaram muitos setores e hoje são consideradas associações de grande valor. Para esse novo mandato, a principal perspectiva é de crescer no contexto do Brasil.”
Jamir Dagir Junior. Dorja SINAEMO / Conselho Fiscal
“Estou muito contente em participar desse novo grupo, que é uma formação muito boa, para que a gente faça diferença para o setor. Estou muito motivado para contribuir.” Fabio Colhado Embacher, Emfils
SINAEMO / Conselho Fiscal 17
DEPOIMENTOS
“O que posso dizer em relação à ABIMO/SINAEMO é que participamos da direção do SINAEMO há várias gestões e ambas têm feito um trabalho muito bom para os associados. Prova disto é, por exemplo, o projeto setorial que temos em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que é um exemplo dentro da própria Agência, o relacionamento da ABIMO com ANVISA e outros órgãos do governo. Claro que as dificuldades são peculiares do próprio sistema de funcionamento dos órgãos públicos, mas graças ao bom relacionamento da ABIMO/SINAEMO, temos conseguido muitas ações e resultados bons para os associados. A entidade conseguiu, junto ao SENAI, um curso de técnico em manutenção de aparelhos hospitalares, algo que não existia. Ficávamos dependentes de formação interna das empresas ou dependentes de serviços de terceiros, muitas vezes sem o conhecimento necessário.” William Pesinato, FAMI
SINAEMO / Conselho Fiscal
“O objetivo comum deverá ser fortalecer o relacionamento entre todas as classes que fazem parte do sistema. Pretendemos entender melhor e estar mais próximos aos desafios que virão na vigência do mandato, oferecendo nossa experiência para juntos agregarmos pontos positivos. Estudar as situações técnicas que conduzem as leis do trabalho, com as normas já em andamento para nos precavermos de futuras surpresas. Enfim, gostaria muito de ajudar a pensar no nosso negócio. Contamos com a participação de todos.” Jose Tadeu Leme, Engimplan SINAEMO / Conselho Fiscal - Suplente
“Sempre participamos na ABIMO e SINAEMO e estamos dispostos a atuar nas reuniões proferidas. Gostamos de participar de uma forma um pouco mais direta, sempre lutando pelo bem comum. Pra mim foi motivo de satisfação mais uma vez fazer parte desse grupo que defende os interesses da classe. Serão 4 anos de mandato e tudo dará certo para completá-lo.” Orlando de Carvalho, Carci
SINAEMO / Conselho Fiscal - Suplente
“Nesse mandato, pretendo continuar a nossa atividade na empresa e contribuir 100% com a indústria médica no Brasil. Pretendo incentivar com ideias da tecnologia japonesa para o Brasil no campo da medicina e, em prol dos pacientes e dos fabricantes de produtos médicos, lutar junto à Anvisa para o ajuste de preços do resgate para o setor público.” Toshyia Abe, Nipro Medical SINAEMO / Conselho Fiscal - Suplente 18
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BHD - Arab Health
Arab Health consagra-se
como principal evento do calendário de feiras INTERNACIONAIS DO SETOR Há um crescimento da demanda por produtos médicos e odontológicos nos países árabes devido à expansão do setor de saúde na região e ao lançamento de novos hospitais. Trata-se de países com alto poder de compra e que passaram a investir no segmento da saúde nos últimos anos. Os fabricantes nacionais têm também uma vantagem sobre a concorrência. “Os produtos brasileiros são de alta qualidade, e se mostram como uma opção custo-benefício. Não é um produto caro como o norte-americano, europeu ou japonês, mas é um produto de maior qualidade e confiabilidade do que muitos de origem asiática. Além disso, há uma empatia por produtos brasileiros, devido à aproximação cultural entre o Brasil e os países árabes”, afirma a coordenadora de Promoção Comercial da ABIMO, Clara Porto.
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Com essa perspectiva, as empresas associadas à ABIMO e que fazem parte do Projeto Brazilian Health Devices, executado pela entidade em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), estiveram em Dubai entre os dias 26 e 29 de janeiro de 2015 para participar da Arab Health, segunda maior feira na área da saúde do mundo e principal feira de equipamentos médicos do Oriente Médio. Trata-se de uma feira que conta com mais de 4 mil expositores e 120 mil visitantes de 150 países. Embora seja realizada no Oriente Médio, a Arab ganhou expressão mundial nos últimos anos, atraindo expositores e visitantes de todas as partes do mundo.
Crédito: ABIMO
O evento desse ano ratificou a importância desse mercado para a indústria médica nacional exportadora. “É possível notar que os negócios realizados na feira Arab Health extrapolam a região do Oriente Médio, e a feira tem se tornado
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Crédito: ABIMO
BHD
A feira que conta com mais de 4 mil expositores e 120 mil visitantes de 150 países. Embora seja realizada no Oriente Médio, a Arab ganhou expressão mundial nos últimos anos, atraindo expositores e visitantes de todas as partes do mundo
para os expositores brasileiros um dos pontos de encontro com distribuidores do mundo todo”, diz Clara. As 42 empresas presentes no pavilhão brasileiro fizeram 2.983 contatos durante os quatro dias de feira, com compradores de diversos países, como Emirados Árabes Unidos, Irã, Sudão, Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Omã, Jordânia, Nigéria e Paquistão, vendendo quase US$ 1 milhão e trazendo para o Brasil uma expectativa de negócios de mais de US$ 16 milhões. “Tivemos dias bem movimentados como é o esperado de uma boa feira”, conta Flavia Rodrigues, da HPBIO, que tem no Oriente Médio 26% de suas exportações. “Encontramos nossos distribuidores atuais e aproveitamos para mostrar novos produtos e alinhar as estratégias bem como tivemos excelentes novos contatos.” Estreando na Arab, a Lupetec pretende
abrir um novo mercado no Oriente Médio, a partir dos contatos feitos na feira. “Foi nosso primeiro ano participando e foi muito produtivo para nós, tivemos muitas visitas e contatos”, conta o diretor administrativo da empresa, Caio Cesar Martins.
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ESTUDO FGV
SOBREVIVENDO À CRISE Mesmo com todas as dificuldades inerentes ao setor, indústria de equipamentos médicos segue na contramão do panorama do País
O ano de 2014 foi marcado pela desaceleração da atividade econômica no Brasil. Para chegar a esse desastroso resultado somaram-se fatores como a escassez de mão de obra - sobretudo qualificada - as carências de infraestrutura e eventos sazonais, como a Copa do Mundo e as eleições. Esse baixo crescimento teve forte impacto sobre a indústria de transformação – setor no qual a ABIMO está inserida - em seus diversos ramos. A produção física teve queda acentuada de quase 4% nos três primeiros trimestres do ano e o desempenho nos últimos meses de 2014 sugere que essa queda será ainda maior quando os dados anuais forem divulgados. 22
“A expectativa é de que o setor da saúde, como um todo, tenha um crescimento no PIB setorial superior a 4,6%” (Paulo Henrique Fraccaro)
Os números não poderiam ser mais desanimadores: Na indústria de transformação como um todo, o crescimento do faturamento nos meses encerrados em novembro foi de 0,8% apenas. No ano anterior, esse indicador havia registrado alta de 8,6% em termos nominais. As estimativas do estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela ABIMO, apresentaram-se animadoras para as empresas associadas, pois indicaram que enquanto o faturamento da indústria de transformação como um todo estagnou em 2014, o das empresas fabricantes de equipamentos médicos e odontológicos seguiu em alta, com crescimento de 11,5% em 2014, alcançando o valor de R$ 7,73 bilhões, contra R$ 6,92 totalizados em 2013. “Mesmo com todas as dificuldades inerentes ao nosso negócio, estamos na contramão do panorama do
país. O setor da ABIMO se saiu melhor na crise da indústria, melhorou no ano passado e ainda segue bem este ano”, acredita o superintendente da entidade, Paulo Henrique Fraccaro. “A expectativa é de que o setor da saúde, como um todo, tenha um crescimento no PIB setorial superior a 4,6%, ou seja, comparando toda economia do país; a saúde é a mais atraente e promissora, apresentando grande potencial de desenvolvimento em 2015”, prevê Fraccaro.
AUMENTO DE PRODUÇÃO As incertezas atípicas do ano de 2014 resultaram no adiamento ou simples cancelamento de muitos projetos. E o investimento público não foi capaz de compensar a queda observada no segmento privado. Contra a tendência, a produção física dos segmentos representados pela ABIMO permaneceu em alta. Após o crescimento de 5% observado em 2013, esses setores registraram nova alta de 9,1% no acumulado até o último mês, novembro.
EMPREGO O país gerou 396.993 vagas de empregos formais em 2014, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego em janeiro. O resultado foi o pior para um ano, considerando a série ajustada do Ministério do Trabalho, que tem início em 2002. Na série sem ajustes, é o pior resultado desde 1999, quando foram fechadas (demissões acima de contratações) 196 mil vagas formais de trabalho, segundo números do Ministério do Trabalho. O número de empregos criados em todo ano passado representa uma queda de 64,4% em relação às vagas abertas em 2013 – que somaram 1,11 milhão.
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ESTUDO FGV
A indústria de transformação foi a que mais demitiu: o setor cortou 163.817 postos de trabalho. Em 2013, essa indústria havia aberto 126.359 empregos com carteira assinada. Foi a primeira vez, pelo menos desde 2002, que a indústria registrou demissões líquidas (acima do volume de contratações). Em contrapartida, os segmentos representados pela ABIMO registraram saldo positivo na geração de empregos: foram empregadas 62,8 mil pessoas em 2014. Esse número representa crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior. O saldo da geração de empregos foi positivo em praticamente todos os meses do ano, inclusive em dezembro, um mês tradicionalmente marcado por demissões de caráter sazonal. Em termos de taxas de crescimento, os segmentos representados pela ABIMO tiveram desempenho semelhante. O produtor de aparelhos eletromédicos, eletroterapêuticos e de irradiação registrou expansão de 2,4%. Já o produtor de instrumentos teve alta de 2,3%. Em termos líquidos, foram gerados 1.410 novos postos de trabalho ao longo de 2014 segundo as estimativas da FGV.
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COMEX: IMPORTAÇÕES TIVERAM A PRIMEIRA QUEDA DESDE 2009 A balança comercial brasileira registrou em 2014 o deficit de US$ 3.930 bilhões, o primeiro desde 2000. O resultado do ano passado também é o pior do comércio exterior brasileiro desde 1998, quando as compras para outros países superaram as vendas em US$ 6.623 bilhões. Segundo Paula Portugal, gerente de exportação da ABIMO, o setor de produtos para saúde segue a mesma tendência da balança comercial brasileira, pois mantém as importações maiores que as exportações. Porém, o dado positivo, é que a tendência de crescimento das importações de produtos médico-hospitalares e odontológicos não se repetiu em 2014, pois as importações do setor diminuíram. Segundo a ABIMO, de acordo com informações do sistema AliceWeb, as exportações de produtos médicos e odontológicos tiveram alta de 5,7% em 2014, mais do que compensando
“Esse desempenho do comércio exterior, somado à expansão da produção industrial, viabilizou o avanço da produção da indústria local no consumo aparente (demanda total no mercado doméstico). Esse indicador passou de 34,8% para 36,2% entre 2013 e 2014” (Gonçalves, FGV)
a queda de 4,8% observada no ano anterior. Com isso, o valor das exportações acumulado em 2014 foi de US$ 779,6 milhões. Já as importações do setor tiveram a primeira queda desde 2009. O recuo registrado em 2014 foi de 2,6%. Com isso, o valor das importações no ano ficou em US$ 4,78 bilhões. Com esses resultados, o deficit comercial setorial diminui ligeiramente, passando de US$ 4,16 bilhões em 2013 para US$ 3,99 bilhões no ano passado. As altas recentes da taxa de câmbio contribuíram para essa reversão da trajetória do comércio exterior dos segmentos representados pela ABIMO, marcada pela crescente participação do importados ao longo do período recente. Mas o crescimento das exportações e a queda das importações não se devem somente ao câmbio. Esses movimentos, que resultaram no aumento da participação da produção local no mercado nacional, registrado em 2014, foram ancorados, sobretudo, no bom desempenho da produtividade. “Esse desempenho do comércio exterior, somado à expansão da produção industrial, viabilizou o avanço da produção da indústria local no consumo aparente (demanda total no mercado doméstico). Esse indicador passou de 34,8% para 36,2% entre 2013 e 2014”, comenta Robson Gonçalves, economista da FGV. 25
ESTUDO FGV
PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES POR CATEGORIA Os materiais de consumo continuam sendo o item mais enviado para fora do país, totalizando 46% das exportações de 2014, seguidos pelos implantes (16%) e produtos de odontologia (16%), equipamentos médicos (10%), itens de laboratório (9%), e radiologia (3%) Os Estados Unidos ainda são os campeões de importação dos produtos médicos e odontológicos brasileiros. Em 2014, o país comprou do Brasil US$ 191 milhões. em compras. Argentina e México completam o pódio, com US$ 70 e US$ 53 milhões em compras, respectivamente.
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INOVA SAÚDE
Um brinde à inovação! Vencedor do Inova Saúde de 2015 é conhecido durante Jantar dos Associados da ABIMO
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Já são seis as edições do Prêmio Inova Saúde, promovido pela ABIMO para incentivar a inovação na indústria médica nacional. “O Prêmio Inova Saúde é um título de excelência que reflete e compartilha com todo o setor da saúde as conquistas e progressos da indústria nacional”, explica o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla. “Acredito que incentivar a indústria nacional, favorece o país, que ganha em tecnologia; e também toda a sociedade, que é beneficiada com novas soluções e oportunidades”.
Como novidade, esse ano também puderam se inscrever no Prêmio empresas não associadas à entidade. Essa ideia vem da postura da ABIMO de se preocupar em impulsionar a geração de novas tecnologias no país. “A inovação não tem bandeira, ela é bem-vinda sempre!”, justifica a gerente de marketing da entidade, Paula Portugal. “A missão da ABIMO, que é representar a indústria brasileira e fazer com que ela se desenvolva e inove não pode se prender a empresa ser ou não associada à entidade. O Inova também fez a sua inovação”.
“O Prêmio Inova Saúde é um título de excelência que reflete e compartilha com todo o setor da saúde as conquistas e progressos da indústria nacional” (Franco Pallamolla)
O criador do prêmio, Luiz Calistro Balestrassi, acredita que a abertura a não associados oxigenou o prêmio: “Com isso conseguimos mais inscrições. Tivemos cases de altíssimas tecnologias criadas. Nosso setor faz bonito, dentro e fora do país!”, comemora. 29
INOVA SAÚDE
Cases A empresa Zammi foi uma das cinco finalistas, e apresentou à comissão julgadora o seu Sistema KMP - Transdutor de pressão descartável e Kit de monitorização de pressão. Segundo a empresa, o sistema reúne o que há de melhor na tecnologia e na inovação em termos de compatibilidade com suportes de soro, tem um sistema de travas exclusivo, entre outras inovações.
O primeiro e único instrumento patenteado e totalmente brasileiro que surge para melhorar a precisão e permitir que todos os pacientes possam ter seus olhos examinados com precisão. Essa é a descrição da Wavetek, quarta finalista, para o CHROMA. A tecnologia implantada no CHROMA foi desenvolvida tanto para o médico oftalmologista que deseja utilizar um videoceratógrafo (VC) para exames rotineiros, quanto para aqueles profissionais que desejam realizar pesquisas, preparar aulas, exportar imagens para a internet ou PowerPoint para participar de um congresso, processar estas imagens, enfim, a tecnologia desenvolvida é multifacetada, capaz de se adaptar as suas necessidades.
Comissão Organizadora José Augusto Queiroz – Diretor Administrativo ABIMO Knud Hove Sorensen – Vice-Presidente Odontologia ABIMO Luiz Calistro Balestrassi – Presidente Neurotec Márcio Bosio – Diretor Institucional ABIMO Paulo Henrique Fraccaro – Superintendente ABIMO / Representante SINAEMO Comissão Julgadora Afonso Celso Medeiros – Ex-Vice-Presidente ABIMO Eliana Lustosa Cabral – Presidente Labtest Gonzalo Vecina Neto – Superintendente Hospital Sírio Libanês Knud Hove Sorensen – Vice-Presidente Odontologia ABIMO Luiz Calistro Balestrassi – Presidente Neurotec Paulo Henrique Fraccaro – Superintendente ABIMO / Representante SINAEMO Paulo Roberto Pialarissi – Doutor e Mestre em Otorrinolaringologia PUC/SP
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Dos 56 pré-inscritos, 27 cases foram enviados para análise e estes foram restringidos a cinco finalistas.
A Diagnext alcançou a vaga de terceiro finalista com o projeto de Telerradiologia para o Governo do Estado do Amazonas. De julho de 2014 até o momento, já foi responsável pela transmissão e subsequente laudo médico de mais de 50 mil exames de mamografia e raios-X, ambos digitais, oriundos de 54 hospitais estaduais das cidades do interior do Estado do Amazonas. A empresa consegue concretizar a transmissão de exames em menos de 10 minutos, o que todo segmento nacional e internacional, somente consegue fazer em até 8 horas.
A campeã de 2012, Braile Biomédica, também marcou presença entre os finalistas deste ano, com a inscrição de sua Endoprótese StentGraft Dominus Fenestrada no Prêmio Inova Saúde. A entrada do produto no mercado de dispositivos médicos visa agilizar a confecção e disponibilização de uma endoprótese compatível com
a cirurgia minimamente invasiva de aneurismas em regiões com ramificações, demonstrando a atenção da Braile Biomédica aos rumos da cirurgia cardiovascular e à necessidade de pacientes e cirurgiões ao redor do mundo. Diversos trabalhos publicados demonstram que o desenvolvimento desse tipo de dispositivo médico é uma tendência mundial, colocando assim a Braile Biomédica entre as empresas de alto nível de inovação tecnológica, a equiparando-a à poucas multinacionais do mercado que possuem tais tecnologias. 31
INOVA SAÚDE
A GRANDE VENCEDORA
A Serdia Eletrônica foi a empresa campeã de 2015 com o Timpel Enlight 1800. Um equipamento não invasivo para monitoramento a beira leito dos pulmões em ambiente hospitalar (UTI, Centro Cirúrgico, Pronto Atendimento e Ambulatórios). Foi lançado através de uma parceria entre a Serdia Eletrônica e a Timpel, e fornece imagens em tempo real da distribuição da ventilação e perfusão pulmonar, sendo possível identificar colapso e hiperdistensão alveolar, assincronias de enchimento, pneumotórax, intubação seletiva, alterações de perfusão pulmonar, entre outros. O equipamento realiza a captura ultrarrápida de imagens (50 por segundo), não emite radiação, não requer o uso de contraste e é operado independente. O Enlight 1800 trouxe aumento de competitividade tanto para a Serdia quanto para a TIMPEL, empresas que o lançaram em parceria e seu potencial de inserção no mercado internacional é altíssimo, por ser um equipamento pioneiro e inovador, com apenas um competidor comercial, e protegido por uma ampla gama de patentes depositadas internacionalmente. A inovação que culminou no lançamento do Enlight 1800 apresenta alta relevância, grande potencial, importantes vantagens com relação ao que existe, e originalidade, não somente para o mercado de saúde nacional, mas também o mundial no que tange a maior segurança ao paciente, diagnóstico rápido da condição pulmonar, otimização da ventilação (suporte à decisão) e rápida verificação da hemodinâmica (não invasiva).
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ESPECIAL ODONTO
“De boca aberta” Uma das áreas mais promissoraS da indústria da saúde, o setor odontológico segue se destacando no mercado interno e externo
Há dez anos, 20% dos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, não tinham dentes. Isso significa que um quinto de toda a população era completamente banguela, porque, naquela época, quem não podia pagar um dentista particular só tinha uma saída - a extração dos dentes. De lá para cá, muita coisa mudou. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE entre 2003 e 2008 houve um acrescimento de 17,5 milhões de pessoas na saúde bucal. Desde a implementação do programa Brasil Sorridente, em 2004 – que responde por mais de 16 milhões de atendimentos em onze anos, passando pelo aumento de beneficiários dos planos odontológicos que alcançou o total de 18,44 milhões de vínculos até setembro de 2012 segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e contando com o aumento do poder aquisitivo da população, que cada vez mais se preocupa com a saúde e estética, as oportunidades dentro da indústria odontológica vêm crescendo. Não por menos, duas tradicionais empresas do mercado odontológico brasileiro, a Dabi Atlante e a Gnatus, surpreenderam ao anunciar em janeiro que iniciaram um 34
processo de fusão de olho no mercado externo e projetando faturamento de cerca de R$ 300 milhões para este ano. Somadas, as operações das duas companhias contam com 1.100 colaboradores e exportações para cerca de 150 países. As empresas, que têm sede em Ribeirão Preto (SP), emitiram um comunicado afirmando que o objetivo da fusão é a criação de uma companhia mais forte e competitiva, com maior atuação global e com foco não só na área odontológica, mas também em outros segmentos da saúde. Dabi Atlante e Gnatus afirmam ainda que suas marcas devem permanecer inalteradas e atuando separadamente. As fabricantes enfatizam que a fusão não afetará as condições comerciais de cada companhia, sendo que a atual concorrência em algumas linhas de equipamentos odontológicos será mantida em vigor. Após aprovada a composição, os representantes das duas empresas elegerão um Conselho de Administração único. Enquanto isso não ocorre, todas as atividades, funções e cargos seguem de forma normal e independente. “A fusão surge a partir de um processo maduro para garantir a consolidação das duas companhias e capacitá-las para entrarem em outros segmentos e mercados. A inovação faz parte do DNA das duas empresas, que continuarão oferecendo novos produtos e serviços ao mercado”, afirma Gilberto Nomelini, presidente da Gnatus. “Apesar da concorrência acirrada, sempre houve uma admiração mútua entre a Dabi e a Gnatus. Com a entrada de novos players no mercado e o assédio internacional às companhias, sentimos a necessidade conjunta de potencializar nossas atuações no segmento da saúde através de uma fusão”, complementa Pedro Biagi Neto, Presidente da Dabi.
BALANÇA COMERCIAL EM RECUPERAÇÃO O setor odontológico exportou em 2014 mais de US$ 122 milhões. Por volta de US$ 6,1 milhões a mais que em 2013. Em contrapartida, as importações caíram US$ 21 milhões no mesmo período, procedendo à reversão do cenário deficitário que vigorava em 2013 (R$ 14 milhões) para um superavit de mais de US$ 13 milhões em 2014, devolvendo à odontologia o seu lugar de único setor representado pela ABIMO com balança comercial positiva. Segundo Paula Portugal, gerente de exportação da ABIMO, a queda da importação só demonstra a consolidação da indústria brasileira da odontologia como sendo uma das melhores do mundo. “Os produtos importados começaram a entrar no mercado doméstico, mas com o tempo o cliente percebeu que a qualidade dos produtos nacionais era similar e, por vezes, superior a do importado. Por isso, voltou a comprar da indústria nacional”, completa. A Dabi, por exemplo, exporta para 30 países, principalmente para os da América do Sul. Já a Gnatus tem clientes em 140 países e é a única brasileira do segmento a ter fábrica na China, além de filiais no México, Bolívia e Dubai. 35
ESPECIAL ODONTO
BHD - Brazilian Health Devices Boa parte da retomada nas exportações do mercado odontológico se deve às ações do Projeto Brazilian Health Devices, executado pela ABIMO, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A ABIMO tem parceria com a Apex desde 2002. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos tem a missão de desenvolver a competitividade das empresas brasileiras, promovendo a internacionalização dos seus negócios e a atração de investimentos estrangeiros diretos. A Apex-Brasil 36
apoia, atualmente, mais de 12 mil empresas de 80 setores da economia brasileira, que exportam para mais de 200 mercados. A Agência também coordena os esforços de atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o país. No ranking das 10 empresas mais exportadoras do Projeto, cinco são empresas da área dental e pelo
EUA e a IDS – International Dental Show, que aconteceu entre os dias 10 e 14 de março, em Colônia, na Alemanha. A AEEDC deste ano recebeu aproximadamente 30 mil visitantes profissionais de 130 países, superando todas as expectativas da organização. A feira reúne cerca de 1.400 expositores de 70 países e contou com 19 pavilhões. Segundo a coordenadora de Promoção Comercial da ABIMO, Clara Porto, essa foi a melhor AEEDC em muitos anos: “O mercado odontológico na região está bem aquecido”, diz. De fato, cada vez mais o mercado árabe tem registrado crescente importância para a indústria nacional e torna-se passagem obrigatória para os fabricantes que atuam com exportação. Desde a edição do ano passado, o departamento de inteligência comercial da ABIMO vem destacando o amadurecimento da indústria ao fechar parcerias promissoras com compradores de mercados mais distantes culturalmente. “Vemos na indústria odontológica uma maturidade além da média do setor. As empresas de odontologia já exportam para a Ásia, Europa e África de forma constante, o que mostra que além dos produtos serem de boa qualidade, as empresas têm adquirido maturidade na sua gestão internacional”, diz Katherine Guimarães, coordenadora de Inteligência de Mercado da Endidade.
menos três delas obtiveram crescimento em suas exportações. Somente nos três primeiros meses de 2015, as empresas associadas do setor odontológico já participaram de importantes eventos internacionais: a International Dental Conference & Arab Dental Exhibition (AEEDC), principal evento odontológico do Oriente Médio e Norte da África, em Dubai; a 150ª edição da Chicago Dental Society (CDS), que acontece todos os anos no mês de fevereiro, em Chicago,
“As exportações para os mercados não tradicionais como o Oriente Médio, se dão pela pequena ou inexistente produção local e pela sinergia entre o tipo de produto demandado no país e o fabricado no Brasil, completa.” O pavilhão brasileiro, que já tem sua imagem consolidada na feira, esteve localizado lado a lado de importantes players do mercado mundial, como Colgate, Listerine, Kavo e Sirona e junto aos pavilhões nacionais da Suíça, Itália e Alemanha, o maior da feira. Essa 37
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ESPECIAL ODONTO
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edições anteriores. Conseguimos novos contatos e amadurecemos o relacionamento com os clientes já ativos”, comenta Douglas Baquetti, gerente comercial da Maquira.
posição foi de suma importância às empresas associadas, que além de estarem próximas a empresas de reconhecido peso internacional, agregando valor à imagem da indústria e dos produtos brasileiros, também promoveu grande concentração de visitantes.
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Em comparação ao ano passado, apesar do aumento no número de contatos feitos, os contratos realizados em Dubai tiveram ligeira queda de US$ 1 milhão para US$ 700 mil, em 2015. Porém, a expectativa de negócios para os próximos doze meses teve uma importante elevação, chegando a quase US$ 2,5 milhões, contra US$ 1,7 milhão no ano passado.
A Angelus levou para a feira a Angie, uma linha odontológica exclusiva para crianças e estabeleceu uma estratégia que favoreceu suas vendas. “Foi um sucesso. Aproveitamos para abrir mercado com países como Egito e Jordânia”, esclarece o gerente de comércio exterior da empresa, Sidarta Cypriano. “Foi uma ótima oportunidade para encontrar todos os clientes que foram contatados nas Brazilian Happy Hour já é tradição do pavilhão brasileiro
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A expectativa total de geração de negócios em 12 meses provenientes de contatos da feira para as oito empresas participantes é de US$210 mil
MERCADO AMERICANO E CANADENSE
do alto potencial de desenvolvimento de nossa linha nos EUA”, conta o analista de planejamento de marketing da empresa, Raphael Lacerda. “Hoje temos nossos produtos listados nos mais populares canais de vendas de produtos dentais do país, e esperamos nas próximas edições da CDS, ter presença cada vez mais efetiva na feira”, diz. A expectativa total de geração de negócios em 12 meses provenientes de contatos da feira para as oito empresas participantes é de US$210 mil.
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O mercado americano é hoje o maior e mais importante parceiro comercial do Brasil, é o principal comprador e vendedor de produtos da área da saúde. A indústria brasileira não poderia ficar de fora de um mercado estimado em US$ 4 bilhões em 2015 para o setor odontológico. Após três anos sem a presença de um pavilhão brasileiro, as empresas nacionais voltaram a marcar presença na CDS, que é uma das principais e mais tradicionais feiras odontológicas dos Estados Unidos, voltada ao mercado norte-americano e canadense. Nesta edição a feira concentrou mais de 7.600 expositores e recebeu aproximadamente 28 mil visitantes, entre eles, 6.570 dentistas. Essa foi a terceira participação brasileira, que reuniu oito empresas associadas em um pavilhão com área de 54 m². O Brasil esteve presente em outras duas edições do evento: em 2011 e 2012. O mercado norte-americano é estratégico para a Indusbello e foi com o intuito de prospectar novos contatos e buscando consolidar sua participação, que a empresa promoveu durante a feira o lançamento de novos itens, como abridores de boca infantis, suporte para alicates, e uma caixa protetora para aparelhos móveis com design e funcionamento inovadores. “Participamos da CDS sabendo
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ESPECIAL ODONTO
A MELHOR IDS DE TODOS OS TEMPOS Sem sombra de dúvidas, a melhor feira internacional para o setor é a IDS, que reúne os principais players do setor a cada dois anos. A participação deste ano foi importante para que a ABIMO pudesse consolidar parcerias estratégicas no mundo todo, visando à ampliação das ações de promoção comercial focadas em odontologia, aproveitando que o mercado de produtos odontológicos encontrase aquecido. A feira resultou em excelentes perspectivas para os fabricantes brasileiros recebendo mais de 138,5 mil visitantes de 151 países e quebrando o recorde de 2.201 expositores de 56 países. “Conseguimos fazer uma IDS ainda mais atraente, tanto a nível nacional, quanto internacional. É, portanto, a IDS mais bem sucedida de todos os tempos”, resume Martin Rickert, presidente da Associação Alemã de Fabricantes Dentários (VDDI). “A qualidade dos contatos de negócios entre a indústria, distribuidores, dentistas e técnicos de prótese dentária foi extremamente elevada.” Segundo os organizadores, a feira registou um forte crescimento no número de visitantes do Oriente Médio, Estados Unidos e Canadá, Brasil, China, Japão, Coréia, Itália e Espanha. 40
Esse ano, as empresas participantes do pavilhão brasileiro foram Aditek, Angelus, Angie by Angelus, Bio-Art, Biodinâmica, Bionnovation, Conexão, Dentflex, Dentscler, Derig, DFV, DMC, Driller, DSP, Editora Napoleão, Essence Dental, Indusbello, Maquira, Olsen, Real Odontológica, Sistema INP, Systhex, Titanium Fix, Xdent. Além dessas, 10 empresas atuaram fora do pavilhão em estandes próprios como a Bio-Art, Dabi Atlante, FGM, Gnatus, Microdont, Neodent, Nova DFL, Signo Vinces, TDV, VIPI. Para Clara Porto foi importante observar também que entidades similares à ABIMO em diversos países têm levantado às mesmas bandeiras em seus respectivos países, como o combate à pirataria. “Pudemos perceber que muitos desafios que a indústria brasileira enfrenta, também são os mesmos obstáculos encarados por empresas de todo o mundo.” Foram realizados mais de 1.700 contatos nos cinco dias de feira, uma média de 350 contatos por dia e 73 por empresa no total. Durante o evento foram realizados mais de US$ 1,2 milhão em negócios com 32 países. A
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expectativa de negócios para os próximos 12 meses é de aproximadamente US$ 3,6 milhões.
BHD amplia condições para buscar clientes e criar network, e tem dado bons resultados. Sobre a feira, o diretor comenta que a participação da empresa a coloca em contato com tendências do mercado e mostra quem serão os grandes players. Outras quatro empresas também participaram da Missão Cultura Exportadora: Biosintesis, Cristofoli, JHS e Planideia.
Esse foi o primeiro ano da Aditek no estande da ABIMO, que classifica a IDS como vitrine fundamental das empresas do setor odontológico no mundo. “Nossa participação como estreantes foi muito positiva e a estrutura, suporte e organização da ABIMO ajudaram as empresas da associação a transmitirem credibilidade e mostrar que a indústria brasileira é um polo de produtos inovadores e com qualidade. A participação da entidade em feiras do setor é fundamental para a internacionalização das empresas, pois expõe os produtos de alta tecnologia e inovação fabricados no Brasil pelas associadas que, individualmente, não teriam a mesma facilidade”, esclarece o gerente de vendas da empresa, Eduardo Lopes.
Uma das empresas que marcou presença na IDS através da “Missão Cultura Exportadora” - que levou empresários que não possuíam experiência em feiras internacionais para visitarem a feira - foi a Quinelato, que apresentou uma série de produtos na área de dentística e de implantologia. O destaque foi o lançamento de kits para cirurgia de ATM, desenvolvidos com especialistas de importantes universidades brasileiras. Segundo o diretor geral da empresa, Anselmo Quinelato, o Projeto
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Segundo a CEO Maria Isabel Piccin, a participação da Bio-Art em feiras comerciais faz parte da cultura da empresa e é uma ótima oportunidade para estreitar o relacionamento com os clientes finais, formadores de opinião e parceiros comerciais, trazendo a voz do mercado para dentro da empresa. “O DNA da empresa prima pelo contato pessoal em tempos de comunicação à distância, algo que só é possível com tamanha abrangência em um evento como a IDS”, diz.
Para o ano de 2015, ainda está programada a ida das empresas brasileiras para Equador e Bolívia, com o objetivo de consolidar ainda mais o Brasil como grande fornecedor de produtos odontológicos para América Latina.
André Limp, da Apex-Brasil; entre Katherine Guimarães e Clara Porto, da ABIMO.
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ESPECIAL ODONTO
Conforme já divulgado largamente à imprensa e à sociedade pela ABIMO, cerca de 30% dos componentes usados em implantes são piratas, o que pode afetar o trabalho do dentista e causar riscos à saúde da população. Os produtos piratas são isentos de tecnologia ou registros além de serem produzidos com matéria prima inferior às dos componentes tradicionais. Com isso, a qualidade de sua fabricação é tão inferior quanto o resultado oferecido ao paciente. “A boca passa a ser uma “porta de entrada” de contaminações que pode prejudicar a durabilidade do implante e resultar em riscos à saúde do implantado”, explica o vice-presidente de odontologia da ABIMO, Knud Sorensen.
NÃO À PIRATARIA! ABIMO intensifica guerra a implantes sem registro
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Desde o começo do ano, com a realização do segundo fórum sobre Pirataria na Odontologia, realizado durante o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), a ABIMO intensificou seu trabalho de divulgação do assunto perante a grande mídia e também nos veículos especializados e têm conseguido chamar a atenção da imprensa para o problema:
“Em decorrência do que apresentamos no Fórum falamos com grandes veículos, como O Globo, Folha de S.Paulo, Rede Record e SBT”, conta a gerente de marketing, Paula Portugal. “Estamos intensificando o contato com outras grandes publicações e emissoras para despertar a sociedade para esse problema que afeta, não somente a indústria, como também a saúde da população”.
“Não há dúvida de que esse momento, não só para a indústria, como também para toda a odontologia, tem uma grande importância”, complementa Sorensen. “Ao organizar esse Fórum a ABIMO quis unir todas as entidades envolvidas, com o objetivo da conscientização das questões da pirataria, incentivando as empresas a legalizarem e certificarem seus produtos promovendo maior segurança aos usuários”, acredita Knud Sorensen. “É preocupante que as empresas com tecnologias reconhecidas mundialmente tenham que se deparar com uma concorrência desleal que, como consequência, pode afetar a saúde bucal da população”, finaliza.
PROPOSTA A proposta da entidade para diminuir a incidência desses produtos é a alteração da Classe de risco dos componentes protéticos, além de permitir a rastreabilidade e certificação de boas práticas de regulação. “Com a rastreabilidade do componente protético o Conselho Federal de Odontologia pode emitir uma normativa para estender a rastreabilidade dos itens que compõe o sistema de prótese até o usuário final através do Cartão do Paciente”, explica o gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes. “Com a normativa do CFO, os CRO´s poderão exigir o Cartão do Paciente nas demandas jurídicas que envolvam implantodontia.“ A ABIMO também discute a adoção de uma carteira do paciente, onde ficariam registradas informações (como um código de barras) sobre os componentes do implante. “Seria como uma carteira de vacinação, que ficaria em poder do paciente. É uma garantia para ele de que o produto tem origem”, diz Moraes.
Paulo Henrique Fraccaro concede entrevista à Record e SBT sobre o tema
na mídia
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CIOSP 2015
CIOSP 2015
PROMOVE EXCELÊNCIA DO MERCADO ODONTOLÓGICO Evento realizado pela APCD confirma o sucesso da odontologia brasileira
Senso comum, 2015 não será um ano fácil para a economia nacional, a exemplo do aumento dos juros, impostos, combustíveis, água e luz. Ainda assim, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende que as ações assumidas pela Presidente Dilma Rousseff devem reforçar o investimento e assegurar que seja mais fácil fazer negócios no Brasil. Para a organização do CIOSP - 33 Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo – que aconteceu entre 22 e 25 de janeiro no Expo Center Norte, essa expectativa positiva se fez presente durante os quatro dias do evento, que recebeu mais de 85 mil visitantes. De acordo com a APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), entidade que promove o CIOSP há mais de cinquenta anos, o clima entre os 267 expositores era bastante otimista e muitos alcançaram as metas de vendas já no primeiro dia de evento. Além de cerca de 200 empresas nacionais, vieram fazer negócios representantes da indústria odontológica de 14 países: Estados Unidos, China, Argentina, Israel, Itália, Canadá, Suíça, Holanda, Dinamarca, 46
Finlândia, Coreia, Japão, Paquistão e Malásia. De forma institucional, também estiveram presentes entidades da Alemanha, Portugal, México e Chile. Diante de resultados tão positivos, Adriano Forghieri, presidente da APCD, ressalta a importância do CIOSP no sentido de construir e reforçar alianças entre as entidades da odontologia nacionais e internacionais. “Na condição de um dos maiores congressos de odontologia do mundo todo, o CIOSP também atraiu lideranças políticas engajadas em oferecer uma saúde bucal de alto nível à população brasileira”, disse. Hoje, o CIOSP representa ainda uma grande oportunidade de capacitação profissional e também consolida-se como importante vitrine para os negócios, atraindo cirurgiões-dentistas, alunos e professores de odontologia de todas as regiões do país e do exterior. A grade teórica deste ano contava com mais de 400 horas de cursos, além de workshops e hands-on realizados durante todos os dias do evento na sede da APCD.
Crédito: Fabio Mendes/ABIMO
A solenidade de abertura do 33º CIOSP, contou com a presença dos principais líderes das entidades da odontologia nacional e internacional, além de representantes dos governos municipal, estadual e federal. Entre os presentes estavam o Ministro de Estado da Saúde, Arthur Chioro, que se comprometeu a adotar mais ações para que as pessoas possam ter uma saúde bucal mais digna e também em dar continuidade aos projetos já em andamento. “Vamos aumentar ainda mais a oferta de atendimento em saúde bucal para áreas de difícil acesso, aprimorar o processo de capacitação após a graduação dos cirurgiões-dentistas, ampliar a residência multiprofissional, e ampliar também o complexo industrial de saúde – acelerando os processos de registro, adotando uma política de preço qualificada e garantindo que os planos de saúde odontológica também se comprometam com o bom atendimento aos conveniados”, disse Chioro.
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Solenidade de abertura
Ruy Baumer, Paulo Henrique Fraccaro e Knud Sorensen
A ABIMO foi uma das homenageadas do evento durante a entrega da estatueta ao superintendente da entidade, Paulo Henrique Fraccaro, o presidente da APCD explicou a homenagem: “A associação é uma instituição que mantém diálogo permanente com o Ministério da Saúde e detém uma importância estratégica na condução do Complexo Industrial da Saúde, o que possibilita o Brasil a alcançar índices de superavit na balança comercial odontológica”, explicou. Fraccaro agradeceu citando a importância do evento para a entidade: “Esta homenagem tem um significado especial, pois mostra o trabalho que a ABIMO começou a desenvolver há dois anos após a sua profissionalização. Esse trabalho envolveu todo o setor com o objetivo principal de deixar as empresas mais fortes e determinar um caminho melhor para demonstração de seus produtos junto ao CIOSP”, comentou. “A ABIMO sente que está sendo reconhecida e eu fico muito feliz.” 47
Crédito: Fabio Mendes/ABIMO
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CIOSP 2015
O ministro da saúde exaltou a atuação da ABIMO: “O trabalho da associação é de extrema importância. A assistência odontológica não se resume apenas ao trabalho dos profissionais de saúde, mas engloba toda uma cadeia produtiva e é essencial que a organização desse evento reconheça isso e tenha esse envolvimento com toda essa cadeia produtiva”, comentou. Chioro saudou ainda o coordenador do BioBrasil – FIESP e diretor do SINAEMO, Ruy Baumer, que também foi homenageado. “Nosso grande desafio é aprimorar o Complexo Industrial da Saúde a importância da indústria de equipamentos de materiais odontológicos e dispositivos, pois ela tem um papel decisivo”, disse.
“Nosso grande desafio é aprimorar o Complexo Industrial da Saúde a importância da indústria de equipamentos de materiais odontológicos e dispositivos, pois ela tem um papel decisivo” Ruy Baumer
Crédito: Fabio Mendes/ABIMO
Autoridades do setor marcam presença no evento
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A Dabi Atlante apresentou novidades em todas as áreas de atuação da empresa – implantes, diagnóstico por imagem e consultórios – oferecendo ao cirurgião-dentista inovações e novas aplicações para seu dia a dia de trabalho na clínica. Outra associada que marcou presença no evento foi a Gnatus, que ofereceu alguns lançamentos como a EasySonic (ultrassom), Endus (localizador apical), Endus Duo (localizador apical com motor rotatório) e algumas novidades também para a linha de fotopolimerizadores com o Optilight Prime e Optilight Color. A empresa também apresentou uma grade de cursos e palestras, todos abordaram temas interessantes e pertinentes a
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O CIOSP já está na grade de diversas empresas associadas à ABIMO e consolidou-se como um evento de grande destaque entre elas. Para a diretora comercial da Neodent, Tania Able, o resultado da participação da empresa em 2015 foi bastante positivo. “Atingimos nossas metas comerciais, com destaque para o crescimento de 45% referente a novos clientes. Mais uma vez, o CIOSP ofereceu uma boa perspectiva do que será o ano no setor”, relata.
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Novidades dOS associados
A Dental Cremer, além de oferecer novidades de diversas marcas, surgiu no CIOSP de 2015 com uma nova proposta. O #ValorizaOdonto é um manifesto que reúne histórias inspiradoras e motivadoras em busca da valorização da odontologia brasileira, que já é referência mundial. A partir daí, pacientes, dentistas, professores, empresários e colaboradores narram alguns acontecimentos do cotidiano que fazem da odontologia uma profissão especial. Os vídeos gravados ficam disponíveis no site homônimo. Uma das empresas que participou do #ValorizaOdonto foi a Indusbello. Seu diretor, Leonardo Beni, cedeu seu depoimento para ser divulgado no manifesto e incentivar a odontologia nacional. Além disso, a empresa chegou no CIOSP com uma nova abordagem ao público e trouxe uma série de produtos para os profissionais de odontologia em sua Loja Conceito. Essa iniciativa foi criada para direcionar os dentistas presentes com uma equipe especializada de promotores para um contato mais próximo com o público.
Crédito: Fabio Mendes/ABIMO Crédito: Fabio Mendes/ABIMO
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diversas vertentes da odontologia.
Para o CIOSP, a Conexão lançou implantes de titânio que garante mais de 73% de resistência e evitam com que as bactérias da boca entrem para a corrente sanguínea. As peças foram desenvolvidas a partir de um estudo de mestrado e doutorado e oferece uma garantia vitalícia através do dentista. A empresa catarinense Olsen,levou 14 equipamentos de várias famílias para mostrar aos visitantes CIOSP. A principal novidade foi uma nova cadeira odontológica, a Sprint T, que passa a ser a linha de entrada do portfólio. As inovações incorporadas aos equipamentos têm conceito sustentável apostando na diminuição de consumo de energia e água. A Bio-Art considera sua participação no congresso como um marco. Houve uma preparação de seus funcionários com um debate das estratégias traçadas para 2015 e a apresentação dos novos produtos de sua linha. Entre eles, está o pré-lançamento da Autoclave Elite que, a partir do slogan “Compacta por fora e grande por dentro”, chamou a atenção de congressistas e especialistas da área.
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HOSPITALAR 2015
Novidades ABIMO para a
HOSPITALAR 2015 Rodada Internacional de Negócios A ABIMO estará presente em mais uma edição da Hospitalar - Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios, realizada em São Paulo entre os dias 19 a 22 de maio, maior evento especializado nesta área em todo continente americano, com um stand institucional no principal Pavilhão da Feira (Branco). O stand institucional da ABIMO ficará no Pavilhão Branco, principal área da feira e terá 52 m² e funcionando como um espaço para entidade receber empresas associadas e autoridades, além de funcionar como vitrine para a prospecção de novos associados. “A inovação e a demanda do mercado são os nossos focos na proposta da qualidade da política industrial da saúde. A HOSPITALAR propicia este debate e encontro com toda a cadeia para traçarmos as diretrizes em prol do desenvolvimento. A Feira é multisetorial e a mais completa mostra de produtos para a área de saúde, apresentando milhares de itens em equipamentos médicos, produtos e serviços, funcionando como palco de novos lançamentos e ponto de encontro entre fornecedores e seus clientes”, comenta o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla. 50
Na edição de 2015, a entidade, por meio de seu Projeto Brazilian Health Devices em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), organizará mais uma Rodada Internacional de Negócios. A ação tem como objetivo promover as exportações da indústria brasileira da saúde por meio da aproximação entre empresas brasileiras e estrangeiras interessadas em adquirir produtos, artigos e equipamentos brasileiros. Estarão presentes na rodada 60 empresas brasileiras. A expectativa para este ano é de US$ 20 milhões de negócios fechados durante os dias de feira e nos 12 meses seguintes. A edição anterior alcançou a marca de US$ 13 milhões no mesmo período. “Realizamos a rodada há mais de 10 anos com o objetivo de trazer negociadores internacionais para conhecer os equipamentos médico-hospitalares brasileiros e conversar com empresas nacionais”, aponta a gerente de exportação da ABIMO, Paula Portugal. Em 2015, a entidade visa trazer 15 compradores de diversos países que serão selecionados através de indicações de empresas brasileiras, preenchimentos de questionários de avaliação e entrevistas. “Os visitantes selecionados terão sua hospedagem e passagem pagas pela ABIMO e Apex-Brasil”, explica Paula.
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Jornada de Ação em Política Industrial e Regulação para Produtos da Saúde Como de costume, a ABIMO, junto com a Anvisa, promoverá também a VI Jornada de Ação em Política Industrial e Regulação para Produtos da Saúde, que reúne setor regulado e órgão regulador para um diálogo. Esse continua sendo um espaço muito importante para que as empresas e a Anvisa possam conversar. Na última edição, a Jornada recebeu em sua mesa de abertura, além do presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, representantes da Anvisa, Ministério da Saúde e ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. No primeiro dia, ocorreu o Lançamento do Comitê Técnico Regulatório – RDC nº 50/12, que trata das transferências de tecnologia de produtos para a saúde; a posse dos membros da Câmara Técnica de Produtos para a Saúde, criada pela RDC nº 256/14 e a assinatura de Termo de Compromisso para renovação, por meio de Protocolo de Cooperação, da parceria entre Anvisa, ABDI e SEBRAE, que visa dar suporte a produção segura de produtos para a saúde no Brasil. A Jornada também tratou da Inspeção, Monitoramento da Qualidade e Controle de Produto, que abordou os critérios para Peticionamento de Autorização de Funcionamento (AFE) e Autorização Especial (AE) de Empresas.
A iniciativa do Pavilhão ABIMO surgiu em 2013 para ser mais uma vitrine de promoção comercial aos associados. A parceria feita com a organização da Hospitalar visa possibilitar empresas que não participam todos os anos da feira a terem um espaço com custos divididos entre todos os participantes. Pelo terceiro ano consecutivo, a ABIMO levará empresas associadas para participar de seu pavilhão na feira. Localizado no Pavilhão Vermelho, o espaço terá participação de 12 empresas, maior número desde que o projeto foi iniciado. “Dividimos um espaço entre as empresas e repartimos os custos, o que proporciona a participação, inclusive, de pequenas empresas”, comenta Paula. Neste ano irão compor o pavilhão: Airzap, Apramed, Atrasorb, Bio art, Biosensor, BMR Medical, Colgate, EMSA, Gigante, GTT Healthcare, Tonederm e Ventura Biomédica.
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Os temas que serão apresentados este ano ainda estão sendo discutidos entre a ABIMO e Anvisa.
Pavilhão ABIMO
Jornada reúne orgãos reguladores e setor regulado para debates
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PING PONG
PING PONG COM MICHAEL PAGE Executivo da empresa líder mundial em recrutamento, o PageGroup, que congrega a Michael Page, Page Personnel and Page Executive, Daniel Greca, profissional Pós Graduado em Planejamento e Gestão de Negócios focado em Life Sciences, fala em entrevista exclusiva para a ABIMO em Revista a respeito dos dados de empregabilidade, conflito de gerações e peculiaridades do setor de equipamentos médicos.
ABIMO em Revista: Apesar das dificuldades registradas no ano passado, o setor da saúde fechou 2014 com um crescimento de 13,5% na criação de empregos formais. As estimativas da FGV são de que os segmentos representados pela ABIMO empregaram 62,8 mil pessoas em 2014. Em sua opinião, a que se devem esses resultados? Daniel Greca: Vários fatores colaboram para essa crescente no mercado de saúde. Pensando em geração de empregos, claramente o alto número de empresas que iniciaram suas operações no Brasil em 2010, 2011 e 2012 hoje começam a ter um negócio mais maduro gerando novas posições. Outro fator é a profissionalização das empresas, principalmente as nacionais, que tendem formalizar suas contratações evitando, por razões trabalhistas, o regime de pessoa jurídica.
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ABIMO em Revista: Como você vê o papel de governo nesse sentido? Daniel Greca: O governo também tem feito seu papel, analisando orçamento federal, vê-se claramente um aumento nos últimos anos em programas destinados a saúde. Se somarmos esses fatores ao aumento e a facilidade de acesso da população a saúde privada, temos sem dúvida um cenário positivo em cascata para toda cadeia do setor, o que implica em geração de emprego.
Daniel Greca
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ABIMO em Revista: Existe uma demanda reprimida de profissionais para a área de saúde? Por que? Especialmente em quais segmentos? Daniel Greca: A evolução natural do mercado vai exigindo profissionais com diferentes características. Posições de assuntos regulatórios se enquadram bem no contexto de vagas onde a indústria tem exigido um perfil um pouco diferente do que o mercado oferece. Nesse caso,
por natureza, o perfil pessoal desse profissional tende a ser um pouco distante do negócio deixando um “gap” entre a inteligência regulatória e a organização. As empresas hoje buscam profissionais dessa área que saibam discutir, sob o ponto de vista de negócios, produtos, lançamentos, concorrência etc. Saber apenas a legislação e exigências assim como montagem de dossiês para submissão de registro, não tem sido suficiente para o novo perfil da área. Muitas vezes o ritmo que negócio precisa não é o mesmo que país permite correr. Nesses casos se faz necessário um profissional que consiga apresentar soluções conciliando os interesses comerciais e, ao mesmo tempo, respeitando as regras impostas pelos órgãos regulatórios. ABIMO em Revista: Além da área regulatória, que outra área pode ser de destaque em nosso setor? Daniel Greca: Um outro espaço que enxergo é o de Gerentes Sênior de Marketing ou Vendas. A juniorização da mão de obra forçou a promoção de gerentes a diretores deixando uma lacuna que, em muitos casos, é preenchido por profissionais ainda não maduros. O grande
...o próprio empregador se torna corresponsável na formação do empregado
causador da limitação de mão-de-obra nesses casos se deve ao fato de que os negócios se transformam mais rapidamente do que os profissionais são formados e desenvolvidos. ABIMO em Revista: Qual é o perfil profissional que as empresas, especialmente no setor de devices, procuram? Daniel Greca: A formação técnica ou entendimento técnico em saúde cada vez mais tem sido exigido pelas empresas. Cargos de vendas ou marketing tem exigido com mais frequência enfermeiros, biomédicos, biólogos ou bioquímicos. Por se tratar de um mercado de venda técnica e consultiva, um profissional com essa formação apresentará uma curva técnica de aprendizado mais curta além de uma maior afinidade com o negócio. Em contra partida vejo que todas essas graduações citadas e outras similares não formam profissionais orientados ao negócio. Nesse caso, o próprio empregador se torna corresponsável na formação do empregado. ABIMO em Revista: Então podemos dizer que a formação não é mais o fator diferencial para uma contratação? Como isso se resolve, sendo o setor da indústria de equipamentos, carente de profissionais especializados? Daniel Greca: Sem a menor dúvida a formação já teve um peso muito maior no passado. Embora ela ainda seja importante, hoje, por ser de mais fácil o acesso, ela deixa de se tornar raro e, logo, menos relevante. Já
Dentro da empregabilidade, entender a cultura da empresa que trabalha respeitando os limites de autonomia e independência é crucial. Esses limites muitas vezes estão ligados a porte de empresa e formato de decisões do grupo executivo
em posições técnicas como qualidade, regulatório e P&D a formação continua a ter grande influência. Penso que a escassez da mão-de obra está mais ligada ao perfil do profissional com formação em saúde que tendem a mudar para uma área de negócio muito mais por carreira e remuneração do que por perfil. Esse vazio continuará enquanto continuarmos tendo profissionais formados com pouca visão de business. É importante que durante a formação os graduandos entendam que saúde também é negócio. ABIMO em Revista: O setor de devices é vasto e possui empresas de pequeno, médio e grande porte. Esse cenário faz variar a empregabilidade no setor? Daniel Greca: Sim. Ainda há uma diferença de exigências de perfil técnico e pessoal entre as empresas e seus diferentes portes, o que tem consequência direta na empregabilidade. Muitas 53
PING PONG
O capital intelectual tem cada vez mais perdido a importância e tem sido substituído pelo capital ético e emocional vezes isso está diretamente ligado a não uniformidade nos pacotes de remuneração entre as empresas, principalmente se compararmos as nacionais com as multinacionais. Nesse cenário as empresas muitas vezes contratam o que o orçamento permite e não o que de fato precisam. Isso também força com que as empresas brasileiras sejam vistas como formadoras de profissionais para as multinacionais, que, por oferecer uma melhor remuneração veem distribuidores e empresas locais como celeiro de candidatos. Dentro da empregabilidade, entender a cultura da empresa que trabalha respeitando os limites de autonomia e independência é crucial. Esses limites muitas vezes estão ligados a porte de empresa e formato de decisões do grupo executivo. ABIMO em Revista: Na mesma linha da pergunta anterior muitas dessas empresas são familiares. Existem variáveis na empregabilidade por conta disso? Daniel Greca: Sim, e elas mudam de acordo com a cultura da empresa. Normalmente em empresas com cultura familiar a empregabilidade se deve muito mais pela confiança do 54
que a própria performance/ potencial e o profissional tende a ser considerado como parte da organização mais facilmente. Por outro lado, em empresas com a cultura mais corporativa a performance tende a ter mais peso do que a confiança e o profissional nem sempre terá a facilidade de se sentir como quem colabora para perpetuação do business. ABIMO em Revista: Como os candidatos devem se preparar para suprir essa demanda com tanta variedade de cenários? Daniel Greca: O capital intelectual tem cada vez mais perdido a importância e tem sido substituído pelo capital ético e emocional. A complexidade aqui é que o que as empresas têm procurado e o que mantém o profissional empregado está muito mais ligado a comportamento e personalidade do que simplesmente ao conhecimento.
ABIMO em Revista: E como “aproveitar esse cenário”? Daniel Greca: Aprender valores ligados a atitude se faz através de autoconhecimento profissional, o que depende muito de autocrítica, treinamentos e que não se aprimora no curto prazo. São essas competências que mais valorizam um profissional atualmente não só no mercado de saúde. ABIMO em Revista: Sendo uma área que lida, em sua maioria com inovação e tecnologia, existe conflito entre as gerações x e y? Daniel Greca: Certamente e está muito conectado a falsa sensação que a nova geração tem com relação ao saber / fazer. A geração baby boomer e boa parte da geração X cresceram entendendo que o conhecimento era a variável mais importante na sua formação profissional. Isso ocorreu muito por causa da centralização dessa inteligência nas
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PING PONG universidades e mestres, restringindo o acesso. Nos últimos anos o conhecimento se tornou mais trivial devido a fácil disponibilidade de informações em diversos níveis. Por isso, como a geração Y cresceu nesse ambiente, gerou e gera a falsa impressão que eles estão prontos para posições maiores e mais desafiadoras, esquecendo que as horas de voo ainda apresentam um grande peso, principalmente considerando a inteligência emocional. Isso tem gerado uma ansiedade e imediatismo na nova geração que acredita, por saber muitas vezes apenas em teoria, que sabe de fato fazer.
...quanto mais heterogêneo o ambiente, maior será a dificuldade na gestão de pessoas. Por outro lado, a chance de se ter uma equipe mais completa e versátil e muito maior
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ABIMO em Revista: Você está me dizendo que é “melhor” que as empresas tenham mais baby boomers, para “segurar” o ímpeto dos mais jovens? Daniel Greca: Não necessariamente. Vai depender do modelo de negócios que a empresa quer ter ou tem. De forma geral vejo que a mescla entre os perfis é crucial para se ter um ambiente equilibrado no que diz respeito a perfis. Vale lembrar que quanto mais heterogêneo o ambiente, maior será a dificuldade na gestão de pessoas. Por outro lado, a chance de se ter uma equipe mais completa e versátil e muito maior. ABIMO em Revista: Você percebe um preparo das gerações X e baby boomer para lidar com a inovação, tão necessária no setor de devices? Daniel Greca: Dos profissionais muito pouco. Vejo que algumas organizações que possuem um RH maduro e estratégico se prepararam antecipadamente nesse
sentido. No entanto, acredito que estamos falando de uma minoria. ABIMO em Revista: Como o PageGroup vê o panorama do mercado de trabalho para os próximos anos? Daniel Greca: Se pensarmos em saúde continuaremos a ter as situações já citadas, principalmente porque o mercado de Healthcare deve continuar crescente e, junto com ele, a demanda de novos profissionais ainda não prontos. Pensando nas gerações, o intervalo entre elas tem diminuído. Temos uma nova safra chegando onde não sabemos ainda precisar qual será o impacto, seja ele positivo, ou negativo. Toda crise ou dificuldade oferece também oportunidades aos que, de forma inteligente, souberem interpretar cenários e se adaptar acompanhando a evolução natural do mercado profissional.
ARTIGO
A Saúde Mundial em 2014 e Perspectivas para 2015 A Unidade de Inteligência da Revista The Economist estima que os gastos globais em saúde em 2014 se situaram na faixa de 10,5% do PIB global, percentual equivalente ao registrado em 2013. Em parte, é uma boa notícia, pois representa uma mudança na tendência ao crescimento do gasto global em saúde que se verificava em anos anteriores, num contexto onde a cobertura e a qualidade continuaram a crescer. Considerando as distintas Regiões Globais, gastos em saúde elevados como porcentagens do PIB se registraram na América do Norte (17,4%), liderados pelos Estados Unidos. A Europa também manteve uma participação elevada (10,7% do PIB) e a América Latina alcançou os 8,0%. Percentuais mais baixos se registraram na Ásia e na Oceania (6,6%) e na África e Oriente Médio (6,4%). Boa parte da contenção no crescimento dos gastos em saúde se deve, em grande medida, às mudanças da política de saúde norte-americanas e à continuidade dos efeitos da crise econômica na contração dos gastos públicos na Europa. O desafio para 2015 e para os próximos anos consiste em manter a tendência de controle nos gastos de saúde registrada nos últimos anos em paralelo ao aumento da cobertura e da qualidade em saúde. Mas algumas nuvens ainda pairam no ar. No caso dos Estados Unidos, o controle do Congresso conquistado pelos republicanos nas eleições parlamentares de 2014 (além da gestão republicana em 31 dos 50 Estados Norte-Americanos), poderá ameaçar a continuidade das reformas legislativas necessárias para garantir a progressão do Obamacare e das mudanças planejadas no MEDICAID, de responsabilidade estadual. No caso da Europa, o lento progresso para sair da crise, depois de meia década de privações, poderá levar
a população e a sociedade a recuperarem o tempo perdido na atenção a cuidados de saúde, especialmente nas áreas e populações menos beneficiadas do continente. Estes fatores poderão levar a novas pressões pelo aumento dos gastos em saúde no contexto europeu. Outras pressões por gastos não cessam de chegar, com o progresso da ciência. Novas pesquisas têm levado crescentemente a milagrosas descobertas para a melhoria da saúde, como é o caso da droga Sovaldi (2) – um medicamento caro, mas eficaz para o tratamento da Hepatite C, aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos em novembro de 2014. O custo destas drogas poderá alimentar a tendência ao crescimento dos gastos em saúde no período 2015-2017, especialmente pela velocidade crescente de pesquisas e surgimento de novas patentes associadas ao tratamento de doenças com quadros clínicos atuais de difícil solução. Ao mesmo tempo, as tendências associadas ao aumento da conectividade (e dos custos que ela representa), continuam, tanto em 2014 como em 2015. Nos Estados Unidos, cinco anos após a aprovação da Lei que induz o uso
O desafio para 2015 e para os próximos anos consiste em manter a tendência de controle nos gastos de saúde registrada nos últimos anos em paralelo ao aumento da cobertura e da qualidade em saúde. 57
ARTIGO
de conectividade dos sistemas de saúde, US$ 25,4 bilhões, gastos em incentivos, mudaram para sempre o mundo da tecnologia de informação (TI) em saúde. Cerca de 85% dos profissionais e 98% dos hospitais norte-americanos qualificam para receber os incentivos associados à adoção de registros e história clínica eletrônica dos pacientes. Mas alguns provedores continuam a lutar com a transição. Temas como a interoperabilidade dos sistemas de TI continuam a ser um desafio. Fortes crescimentos nos investimento em inovações em TI na gestão eletrônica de saúde e na interface com o consumidor sugerem que a revolução digital potencialmente transformadora está agora em curso no sistema de saúde dos países desenvolvidos e em algumas ilhas de modernidade nos países em desenvolvimento, e poderá trazer benefícios e até reduções de custo no futuro remoto.
O setor saúde está passando por um período onde os problemas setoriais são globais, mesmo que a atenção à saúde tenha que ser organizada, ofertada e entregue localmente. E, embora os efeitos dessas questões sejam influenciados por fatores locais, muitos desafios são compartilhados em todo o mundo em diferentes graus, como são as oportunidades de inovar para resolvê-los.
Em todo o mundo, nunca houve mais desafios de saúde do que há hoje. No entanto, esses desafios podem empurrar as partes interessadas para inovar e gerar avanços na entrega de produtos científicos, médicos e de tecnologias de cuidados que podem melhorar a saúde das pessoas em todo o mundo.
com saúde e qualidade de vida, no futuro próximo? (b) O crescimento da renda, capitaneado nos próximos anos pelos países asiáticos (especialmente China e Índia, com suas classes médias afluentes). Como administrar a oferta de saúde num mercado ansioso por produtos de saúde de todos os matizes e naturezas? Como separar o essencial do supérfluo num ambiente de crescimento da renda? Como harmonizar saúde, estilos saudáveis de vida e meio ambiente? (c) As pressões para reduzir o custo e melhorar a qualidade, lideradas nesse caso pelos países desenvolvidos, pelo uso de tecnologias baratas, satisfação do consumidor e extensão da cobertura baseada em custos menores. Países como os Estados Unidos, com um gasto percapita anual em saúde ao redor de US$ 8.500 tem que se esforçar para superar a barreira de quase US$ 3.000 que o separa dos gastos nos sistemas de saúde dos países nórdicos, os quais mantém uma expectativa de vida muito maior gastando muito menos. E para isso não bastam somente tecnologias assistenciais, mas também tecnologias sociais e comportamentais, e; (d) o progresso tecnológico e geração de conhecimento em todos os planos impulsando os mecanismos de cura e a potencialização da vida humana a um custo diferencial para aqueles que podem sair na frente. Poderá a tecnologia em saúde estar ao alcance de todos? Poderá ela ser compatível com os orçamentos públicos sem processos que venham a aumentar a iniquidade entre os que podem e não podem pagar pelo que é essencial em saúde?
Questões como essas dificilmente serão respondidas em 2015, mas muitos já estão se esforçando na busca de soluções.
Seja como for, quatro tendências conhecidas continuam a pressionar em favor do crescimento secular do gasto com saúde: (a) O envelhecimento da população e suas consequências na gestão e acesso a promoção, prevenção e tratamento de doenças crônicas. Como garantir a todos o direito (não mais um privilégio) de chegar à terceira idade avançada,
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Andre Medici é economista na área da saúde e de desenvolvimento social
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