Folha PUC - 550

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Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 1ª quinzena de fevereiro de 2014 - Ano XXIII N. 550

Acessibilidade é desafio no ensino superior

Especial

Pessoas com deficiência ainda são minoria no ensino superior brasileiro. Apenas 7% concluem algum curso universitário, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Mas o cenário, ainda excludente, vive mudanças importantes. Na PUC Goiás, de um lado estudantes com deficiência lutam pela conquista do diploma e pela transposição de barreiras físicas e culturais, do outro, a universidade implementa mudanças significativas para tornar a acessibilidade um marco em todos os câmpus. Esta é a primeira reportagem da série Inclusão do Folha PUC. Páginas 6 e 7 Josiane segue na rampa o sonho de ser advogada

Calouros são recebidos na PUC

Mais de 5 mil alunos foram recebidos na universidade, no começo de fevereiro, para a tradicional programação da Calourada (foto). Nos dias 3 e 4 de fevereiro, os novos alunos conheceram os diretores de departamento e coordenadores de

cursos, o corpo docente, a Reitoria e os membros do Diretório Central dos Estudantes. Além de conhecer a estrutura física e pedagógica dos seus cursos, eles também revelaram sonhos e projetos para a nova etapa da vida. Página 3

Clínica Escola é habilitada pelo Ministério da Saúde. Página 4

Planejamento é marca da excelência. Página 5

Pesquisa irá analisar papel das crônicas no jornalismo Novidade do Folha PUC em 2014, o Folha Ciência irá revelar os caminhos da pesquisa na universidade. Nesta edição, o doutor Rogério Borges (foto) apresenta projeto que irá destrinchar o papel das crônicas no jornalismo. A pesquisa começa ainda neste semestre. Página 9

Pró-reitora integra conselho do MEC. Página 8

Aluna tem projeto exposto em São Paulo. Página 12


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Carta do Reitor Para todos A base do cristianismo é um mundo justo e fraterno, onde homens e mulheres convivam em pé de igualdade e possam ter, em seus caminhos, oportunidades equivalentes de crescer e viver a plenitude. Mas para tanto é preciso que várias pontes sejam construídas e que os semelhantes percebam-se em suas diferenças e tornem possível a convivência e o usufruto pacífico das maravilhas desta existência. Uma instituição de ensino católico é um espaço importante nesta construção. Entendemos que não só fisicamente, mas também intelectualmente, a escola deve contribuir para a construção de um mundo mais inclusivo e acessível para todos. No ensino superior, do aluno cadeirante ao estudante africano vindo de outra realidade, temos a responsabilidade de pensar nos espaços da sala de aula e de convivência comum como o encontro de diferentes realidades e soma das mais diversas experiências, pautados sempre pelo respeito e pelo acolhimento à diversidade. Começamos, nesta edição do Folha PUC, uma importante discussão sobre a temática na realidade da PUC Goiás pelo viés da acessibilidade. Hoje a instituição tem matriculados mais de 150 pessoas com algum tipo de deficiência. Desde de 2004, criamos o Programa de Acessibilidade para garantir a inclusão real de todos os alunos na comunidade universitária. Acreditamos que esta é uma oportunidade única para a instituição aprender, sob um novo olhar, a construção de um mundo novo, que seja mais equânime em seus caminhos e suas proposições. Temos ainda um longo caminho a seguir, que reforce não somente as portas abertas e o fim das barreiras físicas, impostas àqueles cuja mobilidade é comprometida, culturais e sociais, mas também que permita a cada um de nós refletirmos sobre as diferenças e sobre nossas condutas diante delas. Estamos prontos para a colaborar nesta discussão, que deve transcender os corredores da universidade e transformar atitudes e políticas públicas em prol do acolhimento de todos.

Wolmir Therezio Amado

Reitor da Pontíficia Universidade Católica de Goiás Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Presidente do Conselho Superior da Associação Nacional da Educação Católica

Expediente

Instituição juridicamente mantida pela Sociedade Goiana de Cultura - SGC

Folha PUC - Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, produzido pela Divisão de Comunicação Social - Dicom/GR - Tel.: 3946-1010 Diretora: Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP) Redação: Belisa Monteiro (GO n. 2343 JP), Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP), Diene Batista, Luisa Dias (GO n.01181 JP) e Roldão Barros. Diagramação: Adriano Abreu Fotografias: Ana Paula Abrão, Wagmar Alves e Weslley Cruz Impressão: Gráfica da PUC Goiás

c Associação Brasileira das Universidades Comunitárias

Extensão Evento da EFJ reúne profissionais da infância e juventude

Seminário foi criado para abordar os desafios da área

Resultado de demanda identificada na região, o I Seminário de Capacitação para Profissionais da Área Infanto-Juvenil da Região Leste de Goiânia, promovido no dia 7 de fevereiro, pela Escola de Formação da Juventude (EFJ) da PUC Goiás, reuniu mais de 70 profissionais, ligados aos programas de extensão da universidade e à Prefeitura de Goiânia, que atuam diariamente no atendimento de crianças e adolescentes. Entre os temas, os palestrantes abordaram as novas especificidades de linguagem e comportamentos dos jovens e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 24 anos em 2014. “Se

não contextualizarmos o ECA, ele vira uma lei sem razão. Quando foi criado, em 1990, estávamos saindo de uma ditatura e a realidade do país era diferente”, comentou o coordenador do Centro de Educação Comunitária de Meninas e Meninos (Cecom), ligado à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex), Edson Lucas Viana, palestrante no evento. Além das palestras, o evento, que durou todo o dia, contou com debates. O seminário surgiu após reuniões onde os profissionais apresentaram a vontade de discutir questões relacionadas aos jovens, por sentirem dificuldade na abordagem de crianças e adolescentes.

PUC Goiás prestigia assinatura do Bolsa Universitária O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, prestigiou no dia 6 de fevereiro, no Ginásio Goiânia Arena, a solenidade de assinatura dos contratos para a concessão dos benefícios do Programa Bolsa Universitária. Mais de 11 mil universitários de todo o estado de Goiás participaram do evento, sendo que, desse total, 10.360 foram contemplados com bolsas parciais e os outros mil com bolsas integrais, destinadas aos estudantes que tenham renda bruta familiar mensal de até três salários mínimos. A universidade é parceira do Programa e, no último semestre,

2.305 alunos da PUC Goiás foram beneficiados com bolsas da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). “É uma experiência original e inédita no país que inspirou a existência do Prouni e milhares de estudantes que se formaram na universidade hoje têm uma grande liderança social. São dezenas de milhares beneficiados em Goiás e é importante darmos a essa geração condições, alternativas e possibilidades para que tenham uma boa formação e uma base para enfrentar os desafios da profissão e da vida”, ressaltou o reitor Wolmir.

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA PUC GOIÁS GRÃO-CHANCELER: Dom Washington Cruz, CP REITOR Prof. Wolmir Therezio Amado VICE-REITORA Profa. Olga Izilda Ronchi PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Profa. Sônia Margarida Gomes Sousa PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E APOIO ESTUDANTIL Profa. Márcia de Alencar Santana

PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Profa. Milca Severino Pereira PRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Profa. Helenisa Maria Gomes de Oliveira Neto PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO Prof. Daniel Rodrigues Barbosa PRÓ-REITOR DE COMUNICAÇÃO Prof. Eduardo Rodrigues da Silva CHEFE DE GABINETE Prof. Lorenzo Lago


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Graduação

Acolhida marca Calourada da PUC Goiás

Reitor dá boas-vindas aos alunos no Auditório da Área 4

Por Belisa Monteiro

A vida universitária é um tempo de escolhas e decisões, de revisão de projetos, de amadurecimento intelectual, cultural e político. É a fase que o indivíduo desenvolve sua autonomia pessoal e produz conhecimento. Tendo em vista esse contexto, a PUC Goiás preparou uma programação especial de acolhida aos 5 mil calouros que ingressaram na instituição neste semestre. Nos dias 3 e 4 de fevereiro, os novos alunos conheceram os diretores de departamento e coordenadores de cursos, o corpo docente, a Reitoria e os membros do Diretório Central dos Estudantes. “Este é um momento especial para todos nós, pois a universidade se renova ao acolher cada estudante. Que os anos na PUC Goiás sejam os mais felizes de suas vidas. Que tenham saúde e determinação para construir esse caminho com clareza e altruísmo”, declarou o reitor Wolmir Amado, que também demonstrou um cuidado institucional de acompanhamento ao aluno. “Não olhamos para vocês como pessoas que estão chegando, mas para onde estarão partindo, aonde vão chegar na vida”, incentivou. Apoio ao aluno Atualmente, a universidade possui 25 mil acadêmicos matriculados nos cursos de graduação. Desse total, 12.504 são bolsistas, a maioria oriunda do Vestibular Social e Bolsa Universitária. “Mais da metade dos nossos alunos com algum tipo de bolsa ou financiamento. O intuito é criar condições para que o estudante ingresse e tenha uma permanência na universidade, que possa estudar e se graduar”, pontuou o coordenador de Assuntos

“Não olhamos para vocês como pessoas que estão chegando, mas para onde estarão partindo, aonde vão chegar na vida”. Reitor Wolmir Amado Estudantis, Valterci Vieira. Todas as bolsas e financiamentos da universidade são coordenados pela Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE/Proex), localizada na Área 4, Setor Universitário. Os programas contemplam diferentes perfis, mas todos exigem um bom desempenho acadêmico. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: 3946-1303/1062/1063. Realizando sonhos A caloura Sabrina de Oliveira, 19, é moradora de Bela Vista de Goiás e desde criança sonha em ser pedagoga. Como foi criada em uma fazenda, ela se recorda com carinho das premissas iniciais do passado que motivaram a escolha no presente. “Lembro que os animais da fazenda eram meus alunos. Eu era a professora deles”, contou, aos risos. A jornada diária da jovem inicia às 4h30, horário que acorda para pegar o ônibus e chegar a tempo para assistir as aulas do curso de Pedagogia. Ela foi uma das contempladas com a bolsa do Vestibular Social e reitera a importância do benefício. “Sem dúvida é fundamental, pois eu não teria condições de estudar sem essa oportunidade”, enfatiza.

A terra natal de Paulino Henjengo fica a um oceano das fron- Sabrina sonha em ser pedagoga teiras do Brasil: natural de Angola, África, ele entrou em contato com amigos conterrâneos que estudam em Goiânia e, por meio dessa pesquisa informal, escolheu a PUC Goiás para estudar. Calouro do curso de Jornalismo, ele pretende seguir a carreira de produtor de TV e fazer um estágio na área, tendo em vista que a universidade possui a emissora PUC TV. TamPaulo Henjengo é calouro bém bolsista do na faculdade e no Brasil Vestibular Social, Paulino pretende tentar a seleção na Casa de Estudantes Universitários (CEU II), fato que ajudará, e muito, sua permanência na universidade.

Bolsas e financiamentos Oportunidades oferecidas: Prouni, Fundo Educacional, Incentivo à Cultura (BIC/CAC), Doação Empresa, OVG, CEI/ Fundaplub/ Graduação, Mestrado, Fies, Bolsa Vestibular Social Total: 12.504


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Saúde

Clínica Escola é habilitada pelo Programa Saúde sem Limite A Clínica Escola Vida da PUC Goiás, localizada no Câmpus III, no Jardim Novo Mundo, foi habilitada pelo Ministério da Saúde para realizar atendimentos por meio do Programa Saúde Sem Limite, do governo federal. Com a habilitação, a clínica poderá, por meio de convênio a ser assinado com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, oferecer serviços de reabilitação física e psicológica pelo Programa. Atualmente, a unidade, inaugurada em 2003, oferece atendimento nas áreas de Fisioterapia, Psicologia e Nutrição à comunidade em geral. Com a habilitação pelo Ministério da Saúde, a Clínica Escola Vida será referência neste tipo de serviço.

Novos serviços serão oferecidos com programa federal

PUC oferece psicoterapia para mulheres com obesidade

Biblioteca Central entre as 10 melhores de Goiânia A Biblioteca Central da PUC Goiás, localizada na Área 1 da universidade, foi apontada pela Escola Superior da Magistratura de Goiás (Esmeg) como uma das dez melhores da capital para quem deseja se preparar para concursos públicos. O levantamento foi publicado no site da entidade e levou em consideração critérios como o conforto do ambiente e o acervo disponível. Aberta de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 22 horas, e no sábado, das 8h às 12 horas, a Biblioteca Central integra o Sistema de Bibliotecas (Sibi) da PUC, que conta, também, com as uni-

Acervo é reconhecido na capital

dades do Câmpus II, no Jardim Mariliza, e do Câmpus V, no Jardim Goiás. Para mais informações sobre acervo, empréstimo e doações, acesso o site: sites.pucgoias.edu.br/home/sibi.

Pró-reitora recebe importante homenagem Cepsi funciona na Área 5 da PUC

A PUC Goiás abriu novo serviço para a comunidade. A partir de fevereiro será oferecida psicoterapia individual gratuita para 15 mulheres de 35 a 60 anos, que sejam obesas, no Centro de Estudos, Prática e Pesquisa Psicológica (Cepsi), na Área 5. O atendimento tem o objetivo de testar a psicoterapia comportamental como modelo de tratamento para obesidade e compulsão alimentar, sendo que a terapia visa a redução do peso das participantes,

diminuição dos índices de compulsão alimentar e melhora da autoestima. Os atendimentos fazem parte de um projeto de pesquisa do Mestrado de Psicologia, da mestranda Giselle Lobo, que será responsável pela triagem e atendimento das selecionadas. O tema do trabalho é A análise funcional como modelo de tratamento de obesos com transtorno da compulsão alimentar periódica. Toda a pesquisa é coordenada pela professora dra. Sônia Mello.

A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da PUC Goiás, profa. Milca Severino (foto), foi homenageada no dia 12 de fevereiro pela Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Faculdade Alfredo Nasser. “Esse reconhecimento é algo que fica para sempre em nossas vidas”, agradeceu. “Homenagear a profa. Milca é uma forma de agradecê-la por tudo que ela

fez e faz pela Saúde e Educação”, avaliou o diretor-presidente da Faculdade Alfredo Nasser, prof. Alcides Ribeiro Filho. Professores, membros do Conselho Editorial da Revista Acadêmica do ICS, bem como os alunos dos cursos de Biomedicina, Farmácia, Fisioterapia e Enfermagem, marcaram presença no evento, que contou também com apresentações de trabalhos publicados.


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Docência

Planejamento garante excelência

Docentes se reúnem com Reitoria durante a Siap

Professores de Medicina durante oficina: incentivo à pesquisa

Reitor Wolmir Amado, durante a Siap 2014

O ano letivo na PUC Goiás começou em ritmo de confraternização e de debates sobre as ações que serão realizadas ao longo de 2014 na universidade. No centro das discussões: a pesquisa em sala de aula. A intensa programação da XXXIV Semana de Integração Acadêmica e Planejamento (Siap) da PUC Goiás, realizada de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, incluiu a elaboração dos planos de ensino na plataforma on-line, das atividades nas unidades do Programa de Orientação Acadêmica ao Aluno (Proa) e da análise dos resultados da Avaliação Interdisciplinar (AI). “Os professores estão retornando de suas férias, é um momento de encontro, alegria, confraternização e também de planejamento do semestre”, ressaltou o reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, durante a abertu-

ra da Siap. “A excelência é, sobretudo, uma construção processual e coletiva. É preciso estabelecer cronogramas, metas e ações consequentes. Ela supõe ações focadas conjuntamente numa mesma direção”, definiu. Para a pró-reitora de Graduação, profa. Sônia Margarida, a aula universitária é fruto de um processo que é construído antes, durante e depois do seu início, propriamente dito. “Sempre elegemos uma temática do ensino superior brasileiro para atualizar nossos professores e, ao mesmo tempo, organizar toda a estrutura física e pedagógica para receber nossos calouros e veteranos”, frisa.

se reuniram para discutir assuntos diretamente ligados à realidade vivida em sala de aula e também para participar de oficinas de atualização. Os cursos de Farmácia e Biomedicina, por exemplo, debateram os desafios da acessibilidade. Em toda a universidade, mais de 130 alunos precisam contar com orientações educacionais especificas. Na Psicologia, as reflexões se voltaram para a integração entre os diferentes períodos do curso. Já na Medicina, os docentes foram estimulados a mostrar aos seus alunos as possibilidades do campo da investigação científica. Na Ciências Biológicas, os professores foram apresentados à campanha Puxe o 5 para o seu curso, desenvolvida pela PUC Goiás, para incentivar a participação de alunos no Exame Nacional de Avaliação do Desempenho dos Estudantes (Enade).

Oficinas e colegiados Durante a Siap, professores, coordenadores de cursos e diretores de departamentos

“Somos uma casa do conhecimento” Ex-reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB) e assessor da Pró-Reitoria de Gradução (Prograd) da PUC Goiás, o prof. Ricardo Mariz (foto) abriu a Semana de Integração Acadêmica e Planejamento da universidade. Para ele, a aprendizagem é a palavra-chave da pesquisa na graduação. “Precisamos de nos reorganizar para formar esses novos estudantes que chegam à nossa universidade”, pontua. Confira a entrevista concedida ao FolhaPUC logo após a conferência de abertura do evento. Por Belisa Monteiro

Qual seria o cerne principal da pesquisa na graduação? Por que discutir essa temática com os professores da PUC Goiás? A palavra-chave é a aprendizagem: nós somos uma casa do conhecimento. Seja atuando como pesquisador, professor no ensino ou extensionista, o centro do nosso lugar é facilitar a aprendizagem. Para isso, temos que voltar a aprender como professores, pois são novos tempos. A universidade que nos formou não forma nossos alunos. Precisamos de nos reorganizar para formar esses novos estudantes que chegam à nossa universidade. São desafios que precisamos assumir para ampliar o processo de aprendizagem. Essa é a nossa tarefa e a nossa missão.

A universidade se fundamenta no tripé ensino, pesquisa e extensão. Qual seria o desafio para que a aprendizagem seja efetiva e para que o aluno tenha uma formação integral? Penso que é necessário colocar cada elemento desse tripé a serviço do outro. A pergunta, por exemplo, é a questão central da pesquisa e devido à pressa e ao excesso de conteúdo, a pergunta deixou de ser uma questão central no ensino, porque o professor tem muita coisa para fazer. No entanto, a pergunta é a “mola” do descobrimento e da solução dos problemas. Então, como faço a interface dessa pesquisa e com o ensino? O contexto social é a questão central da extensão, mas como trazer isso para o ensino?! É essa articulação entre os elementos do tripé,

que faz da universidade uma universidade. Não é necessariamente a existência do tripé, mas como ela se articula para gerar uma aprendizagem mais qualificada. E você acha que interdisciplinaridade é um caminho para alcançar esse objetivo? Ela é um caminho. Se eu tenho um problema, seja ele qual for, necessariamente, eu tenho que fazer uso da interdisciplinaridade, das nossas “gavetas” e disciplinas. Mas eu não vou fazer a interdisciplinaridade com uma decisão a priori. Vou fazer, porque quero enfrentar um problema e, para isso, tenho que convocar mais de uma disciplina para solucioná-lo. Ela não é um fim, mas um meio para alcançar o fim que é a aprendizagem.


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Especial

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Acessibilidade

Quebrando barreiras Mesmo sendo 24% da população brasileira e estando cada vez mais presentes nas instituições de ensino superior, as pessoas com deficiência ainda enfrentam dificuldades. Professora Lílian busca quebrar barreiras dentro da universidade

Por Roldão Barros

Eles são mais de 45 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o país ainda não parece preparado. As pessoas com deficiência enfrentam, diariamente, barreiras físicas, sociais e culturais nos espaços públicos e privados que frequentam. “As arquitetônicas são mais fáceis de romper que as de atitude”, garante a coordenadora do Programa de Acessibilidade da PUC Goiás, professora Lílian

Moura Borges Cintra. Nas instituições de ensino superior eles ainda são minoria – do número total, apenas 18% frequentaram alguma Instituição de Ensino Superior (IES) e somente 7% concluíram algum curso superior – mas a realidade deve mudar nas próximas décadas, indica a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “O cenário já tem mudado. Há cinco anos tínhamos 15 estudantes com algum tipo de deficiência ou necessidade edu-

cacional específica, hoje temos mais de 150”, afirmou o reitor Wolmir Amado, da PUC Goiás, na abertura da exposição Para Todos, instalada na instituição no ano passado. A universidade possui mais de 25 mil alunos de graduação e, desde 2004, tem pensado as questões de inclusão e acesso com mais intensidade por meio do Programa de Acessibilidade. “Temos prédios antigos, que estão sendo readequados aos poucos, junto com as reformas semestrais. Nossos alunos entendem

isso. As coisas já funcionam de uma forma diferente, mas ainda estamos engatinhando”, lembra a coordenadora. A cada ano, a PUC investe na criação de rampas, cápsulas de transporte, elevadores, mas, principalmente, na orientação de professores e alunos. “Enfrentamos muitas barreiras, mas eu diria que as barreiras de atitudes são as mais difíceis de transpor, pois confrontamos com a diferença cultural, educação e valores que as pessoas trazem consigo”, constata.

Programa de Acessibilidade da PUC Objetivos Proporciona condições ao alcance dos estudantes com necessidades específicas, acesso aos espaços, mobiliário, equipamentos, instalações e ao sistema procurando desenvolver sua autonomia enquanto profissional e cidadão.

mas amplia-se para a redefinição de objetivos da disciplina e do processo avaliativo, adaptando as provas ou até mesmo do Projeto de curso, em função das especificidades inerentes às necessidades desses alunos.

Corpo docente A cada semestre, os professores que têm em suas turmas alunos com necessidades específicas recebem uma carta informando que receberão em suas turmas alunos com necessidades educacionais específicas e são orientados. A orientação não se limita a uma atitude de observação,

Equipe Está vinculado à Pró-Reitoria de Graduação, e conta com um quadro de professores representantes dos departamentos e comprometidos com a acessibilidade. Dispõe também de dez intérpretes de Libras que acompanham individualmente alunos surdos durante as aulas.

Seleção O candidato portador de necessidades especiais já recebe acompanhamento pessoal e material adaptado para a realização da prova (tradutor de Libras para surdos, ledor para os deficientes visuais e salas individuais para a realização das provas, entre outros recursos pessoais e materiais). Parcerias Coordenação de Admissão Discente, Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE), Centro de Estudos, Pesquisas e Práticas Psicológicas (Cepsi), Clínica Escola Vida, Clínica de Fonoaudiologia, além dos centros acadêmicos.


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Especial

Acessibilidade

Realização de um sonho A acadêmica de Direito, Josilene Alves Ferreira, 43, sonha ser advogada desde criança. Nem mesmo as limitações do espaço urbano e as dificuldades que enfrenta diariamente a desanimam. “Direito é um sonho que tenho desde quando era pequena. Sou apaixonada por isso e quero fazer especialização em Direito Esportivo quando concluir”, garante. A escolha pela ligação entre as ciências jurídicas e o esporte vem da outra paixão da estudante: o halterofilismo. Por conta de poliomielite sofrida aos 8 meses de vida, Josilene é cadeirante. Em 2002, como forma de reabilitação, a acadêmica começou a praticar o esporte. Poucos anos depois já estava participando, com destaque, das Paralimpíadas de Pequim e Londres. “E vou para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro!”, exclama.

Muito independente, a acadêmica trabalha 6 horas por dia, treina diariamente e estuda à noite. Josilene admite, porém, que o seu dia-a-dia seria mais fácil se as pessoas ao redor entendessem melhor suas especificidades. “Eu pego ônibus e faço tudo sozinha, mas se chego após a aula ter começado, tenho que pedir para abrirem caminho para que eu possa passar com a cadeira de rodas. Os colegas se esquecem de mim ali. Eu não tenho vergonha de pedir espaço, mas se as pessoas lembrassem seria mais fácil”, conta. Hoje, graças ao contato direto com o Programa de Acessibilidade, a estudante tem todas as suas aulas em salas do mesmo andar. “Antes era mais difícil. Pegar elevador é sempre uma luta. As pessoas não respeitam. Eu não tenho a opção de subir as escadas, então espero, né?”, lembra.

Estudante de Direito, Josilene acredita que a compreensão dos outros é a maior barreira enfrentada

Vida nova pessoal e profissional A deficiência mais presente no Brasil é a visual, com 18,8%, mas nem todos que lidam hoje com essa realidade nasceram com ela. É o caso do acadêmico de Ciências da Computação, Flávio Feldhaus, 50. Depois se graduar em Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná, se tornar mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina e ter uma carreira bem sucedida como empresário, Flávio descobriu uma doença degenerativa na retina. O acadêmico, que é natural do Rio de Janeiro e se mudou com a esposa e a filha para Goiânia em 1998, passou a contar, recentemente, com apenas 1% da visão. “Pelo diagnóstico que recebi, eu tenho mais 10 ou 15 anos de visão pelo menos. Sei que posso contribuir muito mais se não precisar me locomover tanto como antes, por isso escolhi o curso. É uma opção para realinhar a minha vida”, garante. Além do lado profissional, as adequações feitas pela universidade contaram para o sucesso de Flávio. “No curso de computação os professores têm o costume de disponibilizar as aulas na internet para todos os alunos, o que me permite estudar melhor. Eu subo escadas, mas as aulas são todas no mesmo prédio e eu consigo pegar menos aulas, todas encaixadas, para que eu aproveite ao máximo o meu tempo na universidade”, explica. Com o bom desempenho no curso, o acadêmico foi convidado para ser monitor. “Minha menor média foi 8,1. Os professores me convidaram para a monitoria e pensei ‘será que dou conta?’. Eles me apoiaram e não me deixaram dúvidas de que eu conseguiria”, relata.

Orientação Mais que o acompanhamento dos alunos, a orientação aos professores também é fator decisivo para garantir a qualidade do ensino. A inclusão tem sido constantemente debatida nos eventos de planejamento acadêmico da instituição e o Programa de Acessibilidade mantém contato direto com os professores de todos os cursos. “Muitos professores nunca tiveram um aluno com deficiência ou com necessidades educacionais específicas e, quando se deparam com essa realidade, não sabem o que fazer. Por isso, é importante que estejamos juntos”, diz a coordenadora do Programa, professora Lílian Moura. Os esforços estão dando certo. O número de alunos com deficiência é cada vez maior na instituição e o modelo tem sido apresentado para outras IES. Em junho de 2013, a coordenadora apresentou o Programa no Study of the inclusion of disable students at Catholic Universities (Estudo da inclusão de alunos com deficiência em universidades católicas), na França. A PUC Goiás foi a única universidade brasileira a participar do evento. “Eu venho de duas instituições públicas e recentemente visitei outra e vi que elas ainda não possuem esse tipo de serviço”, constata o acadêmico Flávio Feldhaus. “O problema maior não é relacionado diretamente à dificuldade, mas às consequências dela. A gente tem mais dificuldade de iniciar as coisas. O trabalho do Programa me auxiliou muito, foi acima da expectativa”, relata.

Além de auxiliar alunos com deficiência, o programa também atende gestantes, idosos e alunos com outras necessidades educacionais específicas. O Programa de Acessibilidade da PUC Goiás está ligado à Coordenação de Apoio Pedagógico da Pró-Reitoria de Graduação. Telefone: (62) 3946-1027.

Flávio buscou outra graduação para adaptar-se à nova condição


Entre a literatura e o jornalismo Por Diene Batista

Aconteceu, virou notícia! E crônica também! Inspirada em fatos do dia a dia – dos considerados corriqueiros aos que mobilizam a opinião pública – esse gênero literário divide espaço com as notícias no jornal impresso. Os textos podem se transformar, também, em objeto de estudo, como o coordenado pelo prof. dr. Rogério Borges (foto), do curso de Jornalismo da PUC Goiás. Neste semestre, ele inicia os trabalhos de seu projeto de pesquisa O aspecto jornalístico em crônicas do jornal O Popular em 2013. No trabalho, explica, serão analisados os textos publicados na seção Crônicas & Outras Histórias do periódico, onde ele atua como repórter da área cultural. A previsão é que a pesquisa, vinculada ao Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Cidadania (NPCC), dure três semestres. O projeto está entre os 18 que serão iniciados na PUC Goiás em 2014/1 (veja lista no quadro), segundo dados do sistema de buscas da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Prope), até o fechamento desta edição. A ideia é verificar nas crônicas menções a eventos que ganharam destaque no último ano, entre eles a manifestações de junho, além dos debates envolvendo corrup-

ção, mobilidade urbana e saúde pública. O papel do jovem no processo de exercício de cidadania também será analisado. A expectativa é que o trabalho coordenado por Borges conte com dois ou três alunos-pesquisadores. “A pesquisa está cada vez mais forte na universidade e nosso colegiado está comprometido com esse trabalho”, frisa. Informações sobre o processo seletivo podem ser obtidas na coordenação de Jornalismo, pelos fones 3946-3060 e 3946-3065. Projetos Desde 2007, dez projetos de pesquisa foram aprovados e três deles ainda estão em desenvolvimento. São eles: O discurso sobre a boa notícia, coordenado pela profa. Ângela Teixeira de Moraes; Fotografia Popular em Goiás: estudo dos percursos sociais da fotografia votiva em Trindade, coordenado pela profa. Déborah Borges; e Jornalismo em mídia religiosa, realizado sob a coordenação do prof. Luiz Signates. Até o momento, 25 estudantes do curso de Jornalismo já participaram da iniciação científica como bolsistas e voluntários (leia depoimento).

Novos projetos Projeto: Amostragem passiva e extração de micropoluentes emergentes em água por membranas de inclusão poliméricas Núcleo/Programa: Núcleo de Pesquisa em Química (NPQ) Coordenadora: Adélia Maria Lima da Silva Projeto: Novas determinações produtivas, regionais e urbanas na área do cerrado brasileiro: uma avaliação sobre os efeitos das obras de infraestrutura rodoferroviárias na integração regional Núcleo/Programa: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Planejamento Territorial Coordenador: Arystides Moyses Projeto: Avaliação quantitativa do frênulo lingual de bebês atendidos no Centro de Referência em Saúde Auditiva - (Cresa) do Departamento de Fonoaudiologia da PUC Goiás Núcleo/Programa: Núcleo de Pesquisa Comunicação e seus Distúrbios (NPCOMDIS) Coordenadora: Cejana Baiocchi Souza

Eu, pesquisadora

Rápidas da pesquisa

“Sempre desejei fazer um intercâmbio e percebi que me inscrever em um programa de bolsas de estudos contaria pontos no meu currículo. Foi quando o projeto da professora Noêmia Félix - Jornalismo e meio ambiente: os discursos sobre as questões socioambientais - surgiu. Com a orientação dela, apresentei, no ano passado, um artigo fruto dessa pesquisa no 2º Encontro Interdisciplinar de Comunicação Ambiental, em Aracaju. Depois dessa experiência, desenvolvi meu próprio projeto, com bolSarah: pesquisa auxilia no dia a dia da profissão sa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Sob a orientação da professora Irene Dias, desenvolvo um trabalho na área de mídia, violência e etnicidade. Neste semestre, começarei a produzir artigos. O projeto se encerra em julho deste ano. Por enquanto, meus planos são terminar a graduação e fazer mestrado. Depois de participar dessas pesquisas, o mundo jornalístico se abriu para mim. No estágio, ao produzir o material jornalístico, também penso como pesquisadora.”

Novos caminhos A Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Prope) da PUC Goiás reuniu no dia 13 de fevereiro os diretores, coordenadores de núcleos, centros e institutos, coordenadores de pós-graduação stricto sensu e membros do Comitê Assessor de Pesquisa (Coap), no Auditório da Reitoria. O encontro foi o pontapé inicial para o desenvolvimento de ações para a intensificação da pesquisa na instituição.

Sarah Teófilo, 21, estudante do 7º período de Jornalismo da PUC Goiás, estagiária do Jornal Opção Online

66ª SBPC Estão abertas as inscrições para a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada de 22 a 27 de julho, na Universidade Federal do Acre (UFAC). Inscrições pelo sbpcnet.org.br. O tema desta edição é Ciência e Tecnologia em uma Amazônia Sem Fronteiras.


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Reconhecimento

Pró-reitora Sônia integra Conselho do MEC

Novo desafio na carreira da pró-reitora

Coordenadora do PGS é nomeada para o Conselho do Idoso A coordenadora do Programa de Gerontologia Social (PGS) da PUC Goiás, profa. Marli Bueno de Castro, foi designada primeira secretária do Conselho Municipal do Idoso. A professora também é conselheira representante da universidade na entidade. Neide Pereira do Nascimento Melo, diretora do Departamento de Atendimento ao Idoso da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), assume a presidência. A nomeação foi divulgada no final de janeiro, por meio da Circular 01/2014, do Conselho.

Fórum reúne reitores de universidades brasileiras Foi realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro o II Fórum de Reitores do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, onde reitores de todo o Brasil debateram a temática Autonomia e Avaliação: o Enade em questão. O evento contou com a participação das instituições de ensino do estado de São Paulo e das demais regiões e teve como objetivo debater a importância do papel da entidade no contexto atual da Educação Superior brasileira. O reitor da PUC Goiás e presidente da entidade, prof. Wolmir Amado, coordenou os trabalhos. Durante o fórum, foi realizado um debate sobre as avaliações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), e discutidos pontos importantes para a melhoria desses sistemas de avaliações do ensino superior. A programação, promovida pelo Crub, incluiu palestras e oficinas.

A pró-reitora de Graduação da PUC Goiás, profa. dra. Sônia Margarida Gomes Sousa, foi designada para compor o Conselho Consultivo do Programa de Aperfeiçoamento dos Processos de Regulação e Supervisão da Educação Superior (CC-PARES), na condição de suplente da representação das instituições de educação superior privadas comunitárias e confessionais. A nomeação ocorreu por meio da Portaria nº 100 do Ministério da Educação, publicada no dia 10 de fevereiro, no Diário Oficial da União. Instituído por ato do Ministério da Educação, o Conselho tem a finalidade de orientar a atuação da Secretaria de Regulação e Supervisão Superior (Seres) na formulação de políticas de regulação e supervisão da Educação Superior no Brasil.

Área 3 passa por reformas e adequações As reformas e adequações na Área 3 da universidade seguem a todo vapor: as obras civis no Laboratório de Fenômenos de Transporte e Hidráulicos na Área 3 estão finalizadas. A equipe da Divisão de Serviços Gerais da Pró-Reitoria de Administração (DSG/ Proad) também fará a instalação da máquina e as adequações necessárias ao laboratório. O serviço de instalação de equipamentos multimídia nas salas de aula também está sendo executado neste mês de fevereiro. Errata Em 2013, na edição do Folha PUC Especial Retrospectiva, relativa ao segundo semestre de 2012, informamos que a reforma executada no Bloco D, na mesma área, foi feita resgatando o projeto original. Alertados pelo professor e arquiteto Antônio Manuel Fernandes, sobre a informação equivocada, destacamos que as adequações não foram realizadas tendo como base o projeto original.

Pesquisa perde grande nome A pesquisa científica no Brasil perdeu um grande nome, a professora doutora Maria José de Faria Viana, que morreu vítima de infarto aos 63 anos, no último dia 11 de fevereiro. A professora Maria José graduou-se em Serviço Social pela PUC Goiás, em 1983, e concluiu mestrado em Educação, pela Universidade Federal de Goiás, em 1999. O doutorado em Política Social foi concluído em 2007, na Universidade de Brasília. Atualmente era coordenadora do Mestrado em Serviço Social da PUC Goiás, cargo que assumiu em agosto do ano passado com a expectativa de aperfeiçoar os processos existentes. Durante quatro anos, ela foi coordenadora de Pesquisa da PUC Goiás, responsável por importantes projetos da universidade, como a pesquisa Famílias brasileiras em situação de conflitividade: dimensões sócio-históricas, jurídicas, culturais e subjetivas, realizada em parceria com a Fiuc.

Professora Maria José deixa legado na área da pesquisa no serviço social

Professor da PUC tem obra retratada em livro Lançado no fim de 2013, o livro Móvel Brasileiro Contemporâneo, organizado por Adélia Borges, Paulo Herkenhoff e Rafael Cardoso – Fundação Getúlio Vargas Projetos, apresenta, junto a outros importantes nomes, a obra do arquiteto e designer Maurício Azeredo, professor do Curso de Design da PUC Goiás como uma das mais significativas referências no design brasileiro. De acordo com a autora, “nos anos 1980, o processo de redemocratização traz novos ares ao país, inclusive ao seu design. Nesse contexto, surge uma geração de profissionais que trilham o caminho aberto pelos

modernistas e recuperam o interesse na produção primorosa e muitas vezes artesanal de móveis de madeira”, a mais importante e tradicional matéria-prima utilizada para esse fim e “que vem da cultura indígena, passa pelos colonizadores portugueses e deságua no móvel moderno. Quem melhor articula o pensamento de retomada dessas tradições é Maurício Azeredo, quando sistematiza pesquisas acadêmicas sobre o tema e trabalha em conjunto com o então Laboratório de Madeiras Tropicais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis”, destaca Adélia Borges.


Vocêpelo mundo

Por Belisa Monteiro

Estudante relata experiência no Uruguai “Fazer intercâmbio é nascer de novo, abrir os olhos e ver outro lugar totalmente diferente do que estávamos acostumados. É aprender outra língua, comer outras coisas, usar roupa diferente, ir a outra faculdade, saber como se adaptar e como aprender a amar de novo”, relata a acadêmica do curso de Psicologia da PUC Goiás, Camila Acipreste, que realizou um intercâmbio na Faculdad de la Republica (Udelar), no Uruguai. A aluna, que hoje está no 7º período do curso, aproveitou disciplinas da grade curricular e se lembra com carinho da experiência que mudou a sua vida no segundo semestre de 2012. “Às vezes temos medo de mudar, mas mudar é crescer. Fazer um intercâmbio é ter saudade do nosso país e da nossa família, da comida, da língua portuguesa, enfim, é fazer uma vida nova mesmo sabendo que temos que ir embora, cedo ou tarde”, rememora. O intercâmbio foi viabilizado pelo Programa de Mobilidade Mercosul (http://www.universitariosmercosur.org/) juntamente com a PUC Goiás.

Camila Acipreste: recordações para toda a vida

Intercambistas na rede

Crédito Educativo premia sorteados com intercâmbio O Crédito Educativo Pra Valer lançou a promoção Um mês no Canadá, que concederá aos seus clientes o benefício de um intercâmbio, com tudo incluso, para um curso intensivo de Inglês. Os estudantes podem se inscrever até o dia 24 de março, pelo site: www.creditouniversitario.com. br. Por meio do Crédito, o estudante pode parcelar o pagamento das mensalidades e tem o dobro de tempo para pagá-las, sem acumular o pagamento. O sorteio ocorrerá no dia 21 de maio. Mais informações podem ser obtidas no site mencionado.

Estude na Holanda O Instituto Nuffic Neso Brazil, por meio do Orange Tulip Scholarship, oferece bolsas de estudos exclusivas para brasileiros que tenham domínio da língua inglesa. As inscrições terminam no mês de março. Saiba tudo no site: www. nesobrazil.org

Acadêmicos da PUC Goiás, Gabriela Pereira, Ana Carollina e Mateus Fuhr, na Universidade de Sevilha, Espanha.

Oportunidade à vista Prazo para inscrição em programas de intercâmbio: 3 de março a 23 de maio Requisito essencial: estar matriculado entre o 3º e o penúltimo período do curso Mais informações pelo telefone: 3946-1239 (Assessoria de Relações Internacionais), ou pelo email: ari@pucgoias.edu.br

Mais informações sobre os programas de intercâmbio podem ser obtidas no telefone: 3946-1239, ou pelo e-mail: ari@pucgoias.edu.br. Acompanhe também a fanpage Intercâmbio PUC Goiás.


Goiânia, 1ª quinzena de fevereiro de 2014

Folha PUC 550 - 11

Programe-se Universidade promove workshop sobre Iniciação Científica

Raciocínio lógico Estão abertas as inscrições para o curso de extensão Desenvolvendo o Raciocínio Lógico, ministrado pela professora Silmara Epifânia de Castro Carvalho. Com aulas sempre aos sábados, o curso ajuda no desenvolvimento do pensamento lógico e da autonomia intelectual, trabalhando com reflexões sobre noções matemáticas. O conteúdo programático, bem como o formulário de inscrição do curso, estão disponíveis no endereço www.pucgoias.edu.br/cursosdeextensao.

>> Pibid O evento reúne estudantes para orientações

A ampliação da iniciação científica da PUC Goiás é uma das principais preocupações da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa para 2014. A universidade teve 330 acadêmicos de cursos de graduação atuando em pesquisas no ano passado e pretende ter, até o final deste ano, cerca de mil alunos-pesquisadores. No próximo dia 26 de fevereiro a universidade realiza o workshop Orientação à Iniciação Científica, com os professores da instituição. Já no dia 20 de março, os alunos poderão participar do workshop Iniciação Científica: Como Participar?, onde membros da Reitoria e pesquisadores apresentam os programas e bolsas existentes na universidade e quais as exigências. A pesquisa é um dos pilares da instituição, assim como o ensino e a extensão universitária.

O mestrado em Ciências Ambientais e Saúde da PUC Goiás está com inscrições abertas para alunos extraordinários e especiais para o primeiro semestre de 2014. Os candidatos podem procurar a secretaria do programa, na Área 5, Setor Universitário, até o dia 7 de março. São oferecidas 25 vagas. São considerados alunos extraordinários aqueles que concluíram curso de graduação e pretendem cursar disciplinas do programa de pós-graduação. Já o aluno especial é o que se encontra regularmente matriculado em outros programas de pós-graduação stricto sensu da universidade e deseja cursar disciplinas optativas ou eletivas do programa.

Os acadêmicos de cursos de licenciatura da PUC Goiás podem se inscrever até o dia 21 de fevereiro no processo seletivo interno para bolsa de Iniciação à Docência (Pibid/PUC Goiás) para o período 2014-2016. São oferecidas 368 bolsas para os cursos de Biologia, Educação Física, Geografia, História, Filosofia, Física, Letras, Matemática, Pedagogia e Química. Para participar, o estudante deve ter disponibilidade de no mínimo 10 horas semanais para dedicação às atividades do Pibid. Todas as vagas são para instituições públicas de ensino. O edital completo pode ser acessado no endereço www.pucgoias.edu.br, no item “Editais Acadêmicos”.

PUC Idiomas oferece cursos dentro da universidade A PUC Idiomas está com matrículas abertas para diversos cursos até o final de fevereiro. Além das aulas ministradas na escola, localizada no Setor Marista, algumas turmas também estão em formação na Área 1 (Escola de Negócios), no Setor Universitário, e no Câmpus V, no Jardim Goiás. Entre as opções estão os cursos de Inglês Business (Área 1), Espanhol para iniciantes (Área 1 e Câmpus V), Italiano intermediário (Área 1), Francês para iniciantes (Câmpus V) e Alemão (Câmpus V). Os interessados podem procurar a escola no telefone 3227-1281.

Dicas de filmes Estrutura e Arquitetura: Aço e Madeira Autor: Mauro César de Brito e Silva Ano: 2012 Leitura técnica, a obra oferece ao leitor, em 316 páginas, um entendimento mínimo necessário para a elaboração dos sistemas estruturais, tanto em aço como em madeira, em projetos de arquitetura. Alunos, professores e funcionários da PUC Goiás têm desconto especial na aquisição do livro na Livraria da universidade, localizada na Área 1, em frente à Biblioteca Central.

Cabra Marcado para Morrer Direção: Eduardo Coutinho Classificação: 14 anos Gênero: Documentário Ano: 1984 O mundo perdeu, no primeiro domingo de fevereiro, um dos principais nomes do cinema documental do Brasil: Eduardo Coutinho. Cabra Marcado para Morrer, um de seus filmes mais conhecidos, narra a vida de João Pedro Teixeira, líder camponês da Paraíba assassinado em 1962. Apesar de as gravações terem começado na década de 60, o projeto foi interrompido pela ditadura militar. Dezessete anos depois, Coutinho recolheu os depoimentos dos camponeses que participaram das primeiras filmagens. Neste momento, parte da história da vida de João Pedro surge por meio das palavras de sua viúva, Elizabeth Teixeira, que foi perseguida, juntamente com sua família, pelo regime ditatorial. Considerado uma grande obra documental brasileira, o filme foi premiado nacional e internacionalmente.


Goiânia, 1ª quinzena de fevereiro de 2014

Folha PUC 550 - 12

Vida de estudante

Inteligência artificial nas mãos Por Luisa Dias

A estudante de Ciências da Computação da PUC Goiás, Greicy Kelly Vieira Oliveira, 19, não fica sozinha na universidade, nem mesmo nos intervalos das aulas. À tiracolo está sempre Dark Widow, o robô-aranha, desenvolvido por ela no projeto de Iniciação Científica. A pequena máquina faz sucesso entre professores e colegas de curso e já realizou sua primeira viagem interestadual, onde participou da Câmpus Party, em São Paulo. No 5º período do curso de graduação, ela começou a desenvolver o robô há um ano e, em agosto de 2013, inscreveu seu projeto de robótica em um dos programas de iniciação científica da PUC. Com o projeto e sua repercussão, Greicy alcançou a coordenação do grupo de robótica da universidade. “Sempre gostei da área, mas nunca imaginei criar um robô. Entrei no grupo e me esforcei muito para aprender”. Na construção do robô, ela garante que usou na prática o conhecimento teórico das aulas. Greicy e Dark Widow foram sucesso no evento e ganharam repercussão nacional em vários veículos de comunicação. “Foi muito gratificante ver a repercussão do projeto e o interesse das pessoas em conhecer o robô. Mostrou que o que eu aprendi está valendo a pena”, disse ela, citando a reportagem da revista Época Negócios, publicada no mês de janeiro. Na Iniciação Científica, o projeto é orientado pelo professor Aníbal Jukemura e, no grupo de robótica, a orientação fica à cargo da profa. dra. Solange Silva. Toda a estrutura do robô é de acrílico. Para os movimentos, usa o servo motor que gira entre 0 a 180 graus, e uma placa microcontroladora chamada Arduino, que é controlada pela estudante. A tradução do nome é Viúva Negra, uma homenagem às aranhas desta espécie. Até agosto, a estudante ainda irá se dedicar ao robô-aranha, que agora passará pela parte de programação, responsável pela função do projeto: realizar mapeamento. “A IC é o que dá um diferencial na formação acadêmica e profissional”, afirmou ela, elencando ainda que o projeto permite obter mais conhecimento sobre os assuntos escolhidos e também uma forma de peparação para um mestrado e um doutorado. Para o futuro, Greicy imagina que irá trabalhar na área de robótica e pretende investir também na academia. “Eu desejo trabalhar na área da robótica, desejo ajudar as pessoas usando essa nova área que esta crescendo rapidamente e que está nos proporcionando muitas coisas, quero desenvolver robôs para ajudar, pesquisar sobre inteligência artificial e aplicá-la na robótica”, explica ela.

“... quero desenvolver robôs para ajudar, pesquisar sobre inteligência artificial e aplicá-la na robótica”. Greicy Kelly


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