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Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014 - Ano XXIII N. 551

Campanha da Fraternidade contra o tráfico humano

Josiane segue na rampa o sonho de ser advogada

Dom Washington falou sobre a importância da mobilização da comunidade

Em busca dos sonhos no exterior Acadêmicos da PUC Goiás partem para intercâmbio em instituições parceiras da universidade no exterior. Programas garantem continuidade da graduação em outros países e possibilidade aprender nova língua e outra forma de encarar a profissão escolhida. A aluna Ana Raquel Amaral partiu com três colegas para o Chile, no final de fevereiro. Páginas 8 e 9 Aluna de Psicologia mostra passaporte

Unati amplia vagas para 2014. Página 3

Engenharia de Controle e Automação forma primeira turma. Página 4

Aberta no dia 5 de março em todo o Brasil, a Campanha da Fraternidade traz como tema este ano a Fraternidade e Tráfico Humano. Em âmbito regional, ela foi apresentada na Arquidiocese de Goiânia pelo arcebispo e grão-chanceler da PUC Goiás, dom Washington Cruz, durante cerimônia na Cúria Metropolitana. O combate ao tráfico humano envolve várias etapas, entre elas, a conscientização, prevenção, denúncia e reinserção social. A campanha educativa está focada em quatro tipos de tráfico, a exploração sexual, adoção ilegal de crianças, tráfico de órgãos e o trabalho escravo. Página 7

Vincenzo Pace fala sobre cristianismo O Folha PUC entrevistou uma das maiores referências mundiais em estudos da área de Sociologia do Cristianismo, o pesquisador Vincenzo Pace (foto). Ele fala de uma maneira de ler o cristianismo com um viés antropológico e sociológico e investigar como o movimento de uma mensagem original fundamentada por Jesus Cristo, que passa por um processo de diferenciação de espiritualidades, lideranças e pluralidade de igrejas. Página 5

Dom Lorenzo é criado cardeal pelo papa Francisco. Página 6

Após mestrado, música abre caminho para nova graduação. Página 12


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Carta do Reitor A liberdade e a fraternidade Vivemos, neste momento, um período importante para os cristãos. A quaresma, que anuncia a Páscoa, traz para todos nós motivação para reflexão sobre a fé, nosso compromisso com o próximo e nossa atuação como ser humano e como cristão. Na quaresma fazemos a memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo e é deste período que emerge o poder de transformação de nossos corações. No Brasil, vivemos no período quaresmal a Campanha da Fraternidade, que este ano completa 50 anos. Promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2014, a campanha tem o desafio de falar sobre Fraternidade e Tráfico Humano. A temática triste e violenta, que assola nosso País, envolve principalmente o público jovem. É neste sentido que a PUC Goiás se coloca atuante na campanha, junto aos seus acadêmicos, professores e funcionários, em busca de alertar a cada um sobre os riscos vividos por crianças, adolescentes e jovens, assediados por criminosos em busca de trabalho escravo, exploração sexual, adoção ilegal e mesmo tráfico de órgãos humanos. O tráfico humano é um dos maiores crimes contra a humanidade, pois retira de nós, um bem conquistado ao longo dos séculos, a liberdade. Este é um tema para ser discutido na comunidade universitária, em especial neste ano de Copa do Mundo, quando nossas portas estarão abertas para receber pessoas vindas de todas as partes do mundo. Será preciso receber nossas visitas com respeito e alegria, mas também atentos à dignidade de cada ser humano e observando a igualdade dos direitos de cada um. Nesta edição do Folha PUC, contribuímos para esta importante discussão e trazemos novidades do nosso ano acadêmico e da atuação internacional da universidade, que esteve presente em agenda no Vaticano no mês de fevereiro e que começa o ano com vários acadêmicos participando de intercâmbios. Boa leitura e boa quaresma a todos!

Wolmir Therezio Amado

Reitor da Pontíficia Universidade Católica de Goiás Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Presidente do Conselho Superior da Associação Nacional da Educação Católica

Expediente

Instituição juridicamente mantida pela Sociedade Goiana de Cultura - SGC

Folha PUC - Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, produzido pela Divisão de Comunicação Social - Dicom/GR - Tel.: 3946-1010 Diretora: Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP) Redação: Belisa Monteiro (GO n. 2343 JP), Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP), Diene Batista, Luisa Dias (GO n.01181 JP) e Roldão Barros. Diagramação: Adriano Abreu Fotografias: Ana Paula Abrão, Wagmar Alves e Weslley Cruz Estagiários: Luiz Fernando Rodrigues, Ana Carolina Nicole e Ana Cristina Garcia Impressão: Gráfica da PUC Goiás

c Associação Brasileira das Universidades Comunitárias

Pós-Graduação Mestrado em Serviço Social inicia atividades com homenagem

Profa. Sandra de Faria fez uma retrospectiva da carreira profissional da profa. Maria José

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Serviço Social da PUC Goiás iniciou suas atividades no dia 10 de março, no auditório da Área 1. A aula inaugural foi pautada pela apresentação da nova gestão do Programa, que agora tem como coordenadora a profa. Maísa da Silva, egressa do curso de Serviço Social pela instituição e doutora em Política Social pela UNB, e por uma homenagem póstuma à professora doutora Maria José de Faria Viana, falecida há cerca de um mês. A cerimônia foi oficialmente aberta pela pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, profa. Milca Severino, que deu as boas-vindas aos

alunos ingressantes, destacando a importância do Serviço Social para a ciência. “Nós pensamos o ser humano como ser humano. É uma área muito preciosa para nossa sociedade”, pontuou. O auge da aula inaugural foram as diversas homenagens prestadas à professora Maria José. Entre tantas funções assumidas na universidade, a professora foi diretora do Departamento de Serviço Social por dois mandatos, de 1994 a 2000. Depoimentos de gratidão, amizade e reconhecimento à sua rica produção profissional e intelectual reconhecida internacionalmente, marcaram a solenidade.

PUC dá posse a gestoras da Prograd A PUC Goiás entregou no dia 27 de fevereiro, na Sala de Reuniões da Reitoria, as portarias de nomeação para nove gestoras da Pró-Reitoria de Graduação com validade para os próximos quatro anos. Do total, sete são mantidas nos cargos e duas assumem pela primeira vez. A cerimônia foi presidida pela vice-reitora da universidade, profa. Olga Ronchi, acompanhada da pró-reitora de Graduação, profa. Sônia Margarida Gomes. São novatas nos cargos a professora Ana Flávia Mori, como coordenadora de Apoio Peda-

gógico, e a professora Maria Nívia Taveira Rocha, como coordenadora adjunta de Trabalho de Curso do Núcleo de Práticas Jurídicas. Foram reconduzidas ao cargo Daline Beatriz Meister (Secretaria Geral), Gilza Batista (Setor de Áudio Visual), Maria Lúcia Araújo e Silva (Comissão de Processo Disciplinar), Annunziata Spencieiri de Oliveira (Biblioteca Central), Maria Augusta de Oliveira (Avaliação e Supervisão), Nagela Bitar Lobo (Admissão Discente), Rose Mary Almas (Ensino a Distância e Programação Acadêmica).

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA PUC GOIÁS GRÃO-CHANCELER: Dom Washington Cruz, CP REITOR Prof. Wolmir Therezio Amado VICE-REITORA Profa. Olga Izilda Ronchi PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Profa. Sônia Margarida Gomes Sousa PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E APOIO ESTUDANTIL Profa. Márcia de Alencar Santana

PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Profa. Milca Severino Pereira PRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Profa. Helenisa Maria Gomes de Oliveira Neto PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO Prof. Daniel Rodrigues Barbosa PRÓ-REITOR DE COMUNICAÇÃO Prof. Eduardo Rodrigues da Silva CHEFE DE GABINETE Prof. Lorenzo Lago


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Inclusão

Unati amplia vagas para 2014 Ioga, Hidroginástica, Fisioterapia Preventiva, Português, Memória, Coral, entre outras, todas as atividades são gratuitas. Para participar, é necessário ter idade mínima de 50 anos e é permitida a participação em, no máximo, três oficinas. A aula inaugural foi realizada no dia 17 de março, no Auditório da Área 4 (Praça Universitária).

Alunos da Unati durante abertura do semestre

A Universidade Aberta à Terceira Idade da PUC Goiás anunciou a ampliação das vagas para este ano letivo de 420 para 1000, durante encontro informativo realizado no dia 25 de fevereiro, no Auditório da Área 4, com o intuito de oferecer orientações gerais sobre as oficinas aos calouros e veteranos do Programa de Gerontologia Social. Na ocasião, também foram apresentados o corpo docente e a coordenação do Programa. Com a ampliação, a Unati passará a contar com 59 oficinas gratuitas e mais 40 profes-

Geografia recebe avaliação positiva do MEC O curso de Geografia da PUC Goiás recebeu nota 4 do Ministério da Educação (MEC), em uma escala que varia de um a cinco. A equipe dos avaliadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), visitou a universidade entre os dias 10 e 11 de fevereiro deste ano, avaliando o corpo docente, infraestrutura e projeto pedagógico. Oferecido no turno noturno, com a duração de três anos e meio, o curso forma professores capazes de desenvolver pesquisas relativas à investigação do espaço natural e ocupado pelo homem, compreendendo meio urbano e natural, nas problemáticas ambientais e sociais. A grade curricular contempla os seguintes módulos: Natureza, Meio Ambiente, Geotecnologia, Geopolítica, Espaço Urbano, Espaço Agrário e Espaço Goiano. “A nota chancela o nosso curso e confirma a força do corpo docente, o compromisso com a licenciatura e o diálogo entre teoria e prática”, ressalta a coordenadora do curso, profa. Ângela Dantas. Mais informações sobre o curso de Geografia podem ser obtidas no telefone: 3946-1648.

sores. O objetivo é contemplar mais alunos e proporcionar oficinas gratuitas, nas mais diversas áreas do conhecimento, ao público da terceira idade, estimulando o envelhecimento saudável. A meta, intitulada de Unati 1000, é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil da universidade. Oficinas Neste semestre serão oferecidas oficinas de Teatro, Envelhecimento Bem Sucedido, Equilíbrio, Nutrição, Inglês, Espanhol,

Cotidiano A Unati já faz parte da vida de Paulo Roberto há dois e meio. Aposentado, o ex-gerente de vendas e esportista concilia as atividades de síndico com as oficinas da universidade. Atualmente com 70 anos de idade, casado, pai de três filhos e alguns netos, Paulo já teve a oportunidade de fazer uma viagem em junho do ano passado para a Europa, conhecendo os países de Portugal e França, excursão organizada pelo próprio PGS. “Quem me dera se, com 15 anos, eu tivesse a experiência que tenho hoje! Eu adoro a Unati e tive a oportunidade de voltar a estudar com 68 anos de idade. E aprender com professores da PUC Goiás é uma honra, pois é uma universidade reconhecida”, ressalta. Neste semestre, o veterano irá se matricular na oficina Habilidade, Linguagem e Memória. “Já viajei pelo norte do País e tenho memória boa. Sei desenhar o mapa dos lugares por onde passei. Mas quero melhorar ainda mais”, enfatiza. Informações sobre as oficinas da Unati podem ser obtidas no telefone: 3946-1339.

Ameaçado de extinção, Cerrado é tema de aula inaugural

Profa. Milca Severino fala sobre aula inaugural

Apenas mudanças radicais na forma de se relacionar com o Cerrado podem garantir o futuro desse bioma. A constatação é do diretor do Instituto do Trópico Subúmido (ITS) da PUC Goiás, prof. Altair Sales Barbosa, que ministrou aula inaugural do Mestrado em Planejamen-

to e Desenvolvimento Territorial (MPDT) da universidade no dia 21 de fevereiro. O evento, também organizado pelo Departamento de Economia da instituição, reuniu pós-graduandos e graduandos pela PUC, além de docentes, no Auditório do Bloco G, na Área 1.


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Pioneiros

Engenharia de Controle e Automação forma primeira turma

Novos engenheiros em noite de festa

O curso de Engenharia de Controle e Automação da PUC Goiás formou a primeira turma, desde a sua fundação em 2008.

A colação de grau foi celebrada no dia 24 de fevereiro com a presença de dez formandos e familiares. A cerimônia foi presidida

Integração entre graduação e pós marca aula inaugural de História

pela profa. Sônia Margarida Gomes Sousa, pró-reitora de Graduação, no Auditório da Área 4. A graduação possui, atualmente,

mais de 300 alunos. Segundo o diretor do Departamento de Engenharia, prof. Fábio Simões, que foi o primeiro coordenador do curso, a primeira turma representa a vitória do projeto. “A maioria já vai sair do curso empregada, alguns inclusive fora do estado”, conta ele, lembrando os desafios destes pioneiros. “Eles enfrentaram a questão dos laboratórios, que ainda estavam em construção, contato com os primeiros professores desta área e ajudaram a definir os rumos desta graduação”. A principal área de atuação dos futuros engenheiros é a área industrial, onde podem trabalhar na automação de equipamentos e processos. O atual coordenador do curso é o professor Wanderson Rainer.

Mestrado em Genética recebe referência da investigação forense

Evento reúne alunos do curso de História

Graduandos e pós-graduandos em História pela PUC Goiás se reuniram no dia 24 de fevereiro para a aula magna dos cursos, ministrada pela profa. Rosângela Patriota Ramos, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A docente foi a primeira, em todo o Brasil, a apresentar tese na área de história social do teatro, trabalho realizado em 1988. Coordenador do curso de História, o prof. Paulo Ribeiro lembrou que o tema da aula magna contempla linha de pesquisa da graduação e da pós-graduação voltada para a área de história e linguagem. “Temos buscado esse

exercício de interação há algum tempo em nosso curso”, ressalta. Na palestra, Rosângela destacou suas experiências na área da pesquisa e da docência, conforme a proposta do evento. “Sempre pedimos que os conferencistas compartilhem sua trajetória na investigação científica e na docência”, justifica coordenador do mestrado em História, prof. Eduardo Quadros. Para ele, iniciativas como as aulas inaugurais, que trazem à PUC Goiás profissionais renomados, podem ajudar os alunos-pesquisadores a encontrarem pistas para seus trabalhos de pesquisa.

Perito federal Guilherme Jacques

Há apenas dois anos, o Brasil conseguiu se equiparar a outros países no que diz respeito à apuração de crimes utilizando as técnicas da Genética Forense. O divisor de águas foi a criação do Banco Nacional de DNA. Integrante do grupo que articulou a criação e implantação dessa rede, o perito federal Guilherme Jacques, do Instituto Nacional de Criminalística (INC), mi-

nistrou a aula magna do mestrado em Genética da PUC Goiás no dia 24 de fevereiro. O evento reuniu pós-graduandos em Genética e graduandos em Biologia pela PUC Goiás, além de estudantes de Biologia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que participaram da palestra a convite da coordenadora do mestrado, profa. Flávia de Melo Rodrigues.


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Entrevista

“Cristianismo vivencia revolução cultural”, avalia Vincenzo Pace Por Belisa Monteiro

Uma maneira de ler o cristianismo com um viés antropológico e sociológico e investigar como o movimento de uma mensagem original fundamentada por Jesus Cristo passa por um processo de diferenciação de espiritualidades, lideranças e pluralidade de igrejas. Com essa reflexão-chave, a PUC Goiás recebeu, entre os dias 27 e 28 de fevereiro, no Auditório da Área 2, o professor doutor da Universidade de Pádua, Itália, Vincenzo Pace, uma das maiores referências mundiais em estudos da área de Sociologia do Cristianismo. Ele ministrou a conferência de abertura do curso Introdução à Sociologia do Cristianismo, evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, por meio do Núcleo de Estudos Avançados em Religião e Globalização (Nearg), coordenado pelo professor Alberto Moreira, que tem uma parceria de intercâmbio com a universidade italiana. Em entrevista concedida ao Folha PUC, o teórico italiano aborda os desafios da Igreja Católica na atualidade, a possibilidade da construção de uma linguagem pautada pelo diálogo inter-religioso e como o discurso e as ações do papa Francisco têm ressoado no continente europeu.

O cristianismo é muito “romanizado”. É possível adaptá-lo para uma realidade local, como, por exemplo, a brasileira? É verdade, o cristianismo é romanizado no sentido em que suas categorias teológicas e filosóficas são plasmadas/ influenciadas pela cultura europeia. No entanto, neste momento da história há uma novidade, pois temos um papa que vem da América Latina e que representa, exatamente, o esforço de superação dessa tradicional centralidade de Roma: de reconhecer a especificidade das culturas locais (como a brasileira, africana e asiática) e esse fato é um projeto de revolução cultural e não somente religioso. E como o papa Francisco tem sido visto pelos europeus? Até o momento, ele é visto como uma pessoa capaz de inovar a estrutura tradicional do poder da Igreja Católica, de abrir uma nova política de diálogo entre o protestantismo e o catolicismo e também com outras religiões, como o Budismo. É um novo momento de graça para o diálogo inter-religioso.

Perfil O doutor Vincenzo Pace é professor de Sociologia da Religião na Universidade de Pádua, Itália, onde é diretor do Departamento de Sociologia. Também já foi presidente da Sociedade Internacional de Sociologia da Religião e diretor de estudos convidado pela Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (Ehess, Paris). O pesquisador conduziu o primeiro levantamento sobre os muçulmanos na Itália (1999) e já realizou estudos sobre a diversidade religiosa nesse país. Ganham destaque as seguintes publicações: Sociologia do Islã, Religião como Comunicação, A centralidade da religião na vida social, O sociocultural e o sócio religioso: origem dos direitos humanos, entre outras.

“Reconhecer a especificidade das culturas locais é um projeto de revolução cultural e não somente religioso” Em um dos seus artigos, o senhor diz que “a religião se torna palavra e isso oferece uma comunicação partilhada”. Até que ponto os diferentes ritos podem construir uma linguagem? Uma religião é um sistema de crenças fundado sobre o poder de uma palavra potente. O sistema tendencialmente vai domesticar a potência da palavra, mas ela continua a comunicar sua potência. Quando uma religião é capaz de manter essa potên-

cia original da palavra, é capaz de comunicar, também, com as outras religiões. Uma forte identidade não é um obstáculo para comunicar aos outros. Na verdade ela ajuda. A respeito da Bioética, até que ponto a Igreja consegue dialogar com a Biologia? Há uma tensão entre a perspectiva prática para bioética, a biotecnologia e a manipulação das fronteiras da vida e da morte, e o problema para a Igreja Católica é de repetir a falácia cometida com Galileu Galilei. Fica o desafio de compreender a potencialidade dessa revolução biológica e transformá-la em um capital simbólico novo para a Igreja do ponto de vista teológico, humano e cultural. Qual seria o principal desafio para a Igreja Católica atualmente? Eu colocaria três desafios: a paridade entre mulher e homem anterior à Igreja, pois há um movimento feminino que questiona uma mudança da posição da mulher na Igreja; o segundo desafio é a pobreza e o terceiro, uma reforma da estrutura do poder e seu processo de redemocratização. (Agradecimentos: Fabrizio Zandonadi)


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Vaticano

Dom Lorenzo é criado cardeal pelo papa Francisco Por Belisa Monteiro

Prof. Wolmir, em Roma, com dom Lorenzo

Dom Lorenzo Baldisseri é um dos 16 cardeais criados no Consistório, realizado no dia 22 de fevereiro, pelo papa Francisco, durante a festa da Cátedra de São Pedro, no Vaticano. Ele foi núncio apostólico no Brasil por nove anos e o primeiro a encaminhar o reconhecimento pontifício da PUC Goiás, que recebeu esse título no ano de 2009. A cerimônia foi prestigiada pelo reitor da universidade, prof. Wolmir Amado, acompanhado do chefe de gabinete, prof. Lorenzo Lago. Entre as diversas contribuições do núncio para a Igreja no Brasil, destacam-se o encaminhamento de nomeações de bispos e a criação de várias dioceses. Ele também participou da conclusão do acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, promulgado em

2010. Dom Lorenzo foi núncio no Haiti (1992 – 1995), no Paraguai (1995 – 1999), na Índia e no Nepal (1999 –2002). Representatividade De acordo com o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, dom Lorenzo destacou-se pela atuação diplomática e espiritual no Brasil, estando sempre atuante nas ocasiões em que se fazia necessária a presença. “Ele garantiu os cuidados para o aprofundamento da histórica estabilidade das relações diplomáticas entre os dois estados e, pelo particular modo de realizar seu trabalho, ganhou a estima tanto dos governantes que ocuparam os postos de comando nesta última década, como também do corpo diplomático que serve suas nações com representações no Brasil”, pontuou o cardeal.

Biografia Dom Lorenzo nasceu em 29 de setembro de 1940, em São Pietro in Campo, comunidade da região da Toscana, Itália. Cursou Filosofia e Teologia no Seminário Arquidiocesano de Pisa e recebeu a ordenação sacerdotal em 1963, na catedral metropolitana na mesma cidade. Como sacerdote, assumiu os cargos de pároco assistente na Paróquia São Estevão, em Pisa (1964-1967) e em Querceta (1967), pároco de Azzano, Lucca (1967-1968) e também foi eleito arcebispo titular de Diocletiana, sendo ordenado bispo no dia 7 de março de 1992. Na área acadêmica, é doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, Roma (1970-73) e, em 2011, recebeu o título de doutor honoris causa pela PUC Minas. O núncio também tem estudos acadêmicos nas seguintes áreas: licenciatura (mestrado) em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Lateranense; Diplomacia junto à Pontifícia Academia Eclesiástica

Roma, além de cursos de Direito Civil e Internacional na Universidade Estatal de Perugia (Itália). Além das dezenas de cargos diplomáticos assumidos na Guatemala, El Salvador, Japão, Paraguai, França, Zimbábue, Haiti, Paraguai, Índia e Nepal, dom Lorenzo foi chefe da Delegação da Santa Sé para a posse dos presidentes da república da Costa Rica, Bolívia, Paraguai, Chile e Uruguai; chefe da Delegação da Cidade do Vaticano, para o Eusalt/Paris; chefe de delegação da Santa Sé na Conferência Regional Internacional da FAO, Nepal; da Unesco, Brasil, e membro das delegações da Santa Sé em conferências e reuniões internacionais na França, Zimbábue, Haiti, Paraguai, índia e Brasil. Dentre as publicações de sua autoria, destacam-se: La Nunziatura in Toscana (tese doutoral, 1977); A coragem de anunciar Cristo (2010) e Diplomacia pontifícia: acordo Brasil-Santa Sé, intervenções (2011).

Reitor da PUC Goiás se reúne com cardeal Grocholewski

Prof. Wolmir com cardeal

O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, visitou no dia 26 de fevereiro, em Roma, o prefeito da Sagrada Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski. Durante a reunião, o professor apresentou o relatório sobre a universidade relativo ao ano de 2013, entregou o material desenvolvido pela Divisão de Comunicação Social sobre o Presépio do Vaticano e refletiu sobre os principais desafios para 2014, tais como as metas do Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI) e o Horizonte 60. O cardeal esteve em Goiânia no ano de 2009, ocasião em que anunciou o reconhecimento pontifício da universidade: a sétima PUC do Brasil e a 31ª do mundo. O fato ocorreu durante a entrega do título de doutor honoris causa pela PUC Goiás ao cardeal, que ocupa um cargo parecido com o de um ministro da Educação na cúria romana. O evento foi também foi prestigiado pelo então núncio apostólico do Brasil e, agora, cardeal Lorenzo Baldisseri, que foi o pri-

meiro a encaminhar o pedido da transformação da UCG em PUC. A Congregação para a Educação Católica, que tem origem no século XVI, foi designada com o nome atual pelo beato João Paulo II em 1988, por meio da constituição Apostólica Pastor Bonus, cuja função é coordenar os setores da educação nos seminários, congregações religiosas, institutos seculares, e em todas as escolas e instituições educativas, nomeadamente de ensino superior, que dependam da Igreja Católica.


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Igreja Católica

Campanha da Fraternidade debate tráfico humano

Lucas Dellamare

“A Campanha propõe uma ampla reflexão sobre o nosso papel na sociedade e reforça o nosso compromisso cristão com o próximo”. Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia.

Dom Washington na abertura da Campanha da Fraternidade em Goiânia

Por Belisa Monteiro

“Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria. Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos e nem voz”. Esse trecho da carta do papa Francisco, dirigida aos brasileiros, aponta para o contexto da Campanha da Fraternidade deste ano, lançada pela CNBB no dia 5 de março, com tema Fraternidade e Tráfico Humano e o lema É para liberdade que Cristo nos libertou. Em âmbito regional, ela foi apresentada na Arquidiocese de Goiânia pelo arcebispo e grão-chanceler da PUC Goiás, dom Washington Cruz. “A Campanha propõe uma ampla reflexão sobre o nosso papel na sociedade e reforça o nosso compromisso cristão com o próximo”, afirmou. O combate ao tráfico humano envolve várias etapas, entre elas, a conscientização, prevenção, denúncia e reinserção social. Em síntese, está focada em quatro tipos de tráfico, incluindo a exploração sexual, adoção ilegal de crianças, tráfico de ór-

gãos e o trabalho escravo. De acordo com a Comissão Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira), 26% dos brasileiros que são traficados são goianos e, desse total, 79% são mulheres traficadas para serem exploradas sexualmente. Outro dado também é alarmante: estima-se que cerca de 27 milhões de pessoas em todo o mundo já foram traficadas. O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do United Nations Office on Drugs and Crime (Unodc) revela que o tráfico de pessoas movimenta, anualmente, 32 bilhões de dólares. Iniciativa da Igreja A Campanha da Fraternidade é realizada todos os anos pela Igreja Católica e marca o início da Quaresma. Segundo o arcebispo, o período quaresmal é importante para a reflexão sobre a Páscoa. “Estamos aqui de passagem e este é o momento de reforçarmos nossos pedidos para o que Reino de Deus se instale entre nós e a justiça divina seja feita”, afirmou o líder da igreja.

Neste ano, a reflexão mostra que a maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de vulnerabilidade. A

PUC Goiás apoia a campanha e usará o espaço da instituição para discutir a temática com os alunos.

O que é o tráfico humano De acordo com a ONU, o tráfico de pessoas se define como o aliciamento ou transporte de seres humanos, utilizando formas de coerção como a força, a fraude e o abuso de autoridade ou “à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”. Considerando esse macro contexto, o tráfico de pessoas vai além da exploração sexual e representa uma das mais graves violações dos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, já que torna a vítima um objeto, tirando sua condição humana e seu próprio direito de ser humano. Realidade em números - De acordo com a ONU, estima-se que 70 mil pessoas sejam traficadas anualmente para a Europa. - As vítimas sul-americanas têm como principais países de destino: Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. - Segundo a Unodc, dos 32 bilhões que movimentam o tráfico humano, 85% provém da exploração sexual. Existem 131 rotas internacionais identificadas. - A Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial (Pestraf) revela que, pelas rotas interestaduais e municipais, prevalece o número de adolescentes traficadas. Elas também são levadas para outros países da América Latina como Argentina, Bolívia, Suriname, Bolívia, entre outros.


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Intercâmbio

Um sonho cada vez mais possível Por Luiz Fernando Rodrigues, estagiário de Jornalismo

Em busca da excelência acadêmica, os alunos de graduação da PUC Goiás encontram à sua disposição vários meios para alcançar uma boa formação profissional. Monitorias, iniciação científica e cursos de extensão são alternativas para os interessados em enriquecer o currículo, mas a realização do intercâmbio é um dos programas que mais chamam a atenção dos estudantes. Realizando esse sonho, Janicris de Rezende Januzzi, 22, estudante de Psicologia, partiu para o Chile com o objetivo de conhecer uma nova cultura e aperfeiçoar ainda mais o seu espanhol. “Ir para outro país mostra-se como uma ótima oportunidade para aprimorar meu portfólio acadêmico. Sem dúvidas, vai ser uma chance única”, afirma a graduanda. Junto com Janicris, mais três estudantes contemplados pelo Programa de Bolsas Ibero-Americanas Santander partiram com destino à Universidade Católica do Norte, na cidade de Antofagasta, no Chile, no dia 26 de fevereiro. Além deles, mais seis alunos foram contemplados com a mesma bolsa no ano passado. Aproximadamente 390 alunos da PUC Goiás já realizaram o sonho de estudar em outros países contemplados por convênios firmados pela universidade. A estudante do curso de Engenharia Civil, Izadora Alcanfôr Gontijo, pretende voltar à Sevilha após ter cursado um semestre em território espanhol. “Apesar de ter estranhado morar sozinha nos primeiros dias, pude conquistar mais experiência e agora falo o espanhol fluentemente”, avalia Izadora. Para a realização do intercâmbio, alguns requisitos devem ser preenchidos pelos alunos. De acordo com os convênios estabelecidos entre a PUC Goiás e as universidades estrangeiras, é necessário que o estudante tenha cursado no mínimo 20% e no máximo 80% do curso, tenha desempenho acadêmico igual ou

Universidades parceiras • Universidade de Coimbra - Portugal • Universidade de Algarve - Portugal • Universidade de Sevilha - Espanha • Universidade de Liége - Bélgica • Universidade de Ferrara - Itália • Universidade Católica do Norte - Chile • Universidade Católica de Manizales - Colômbia • Universidade Autônoma de Querétaro - México • Instituto Politécnico do Porto - Portugal • Instituto Politécnico de Coimbra - Portugal • Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - Portugal •Universidade de Limoges - França • Universidade Nacional do Litoral - Argentina • Universidade Autônoma de Lisboa - Portugal • Universidade Católica Portuguesa - Portugal

Alunos durante embarque em Goiânia

superior que 7 pontos, ter fluência no idioma do país de destino e deverá cursar o último período na PUC Goiás. Bolsas disponíveis Os estudantes de graduação interessados em realizar intercâmbio devem ficar atentos aos editais emitidos pela PUC Goiás, através da Assessoria de Relações Internacionais (ARI). As bolsas dos Programas Ibero-Americanas e da Fórmula Santander são alternativas para alunos que possuem bom rendimento acadêmico. O primeiro foi criado em 2011 com o objetivo de promover o intercâmbio acadêmico entre estudantes de graduação do Brasil, Argentina, Espanha, Chile, Colômbia, México, Peru, Portugal, Porto Rico e Uruguai. José Arnaldo, 22, estudante de Psicologia, foi um dos beneficiados com a bolsa e aponta o diferencial de fazer intercâmbio. “Essa opor-

tunidade nos faz olhar de maneira diferente através do contato com outras pessoas, outras culturas. Acredito que essa troca cultural seja o maior benefício que um estudante pode ter quando consegue uma mobilidade internacional”, analisa o aluno que ficará seis meses na Universidade Católica do Norte, no Chile. Outro programa que concede muitas bolsas aos acadêmicos da PUC Goiás é o Ciência sem Fronteiras, do governo federal. O CsF busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira através do intercâmbio. A iniciativa, fruto de esforço do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, pretende conceder mais de 100 mil bolsas a estudantes de graduação brasileiros. Só em 2013, 52 alunos da PUC Goiás puderam fazer intercâmbio através do Ciência sem Fronteiras.

Universidade oferece apoio ao aluno Os alunos da PUC Goiás para o esclarecimento de derecebem assistência e orientalhes sobre a viagem”, afirtações desde o momento da ma o assessor. inscrição até o retorno ao Ainda segundo PauBrasil, como auxílio na escolo Gonzaga, a importância lha das disciplinas que serão dada pela PUC ao enfatizar cursadas no exterior, infora mobilidade internacional mações sobre alojamentos proporciona à faculdade o e sobre a obtenção do visto. aperfeiçoamento dos cursos. Para o assessor de Relações “Através da internacionaliInternacionais da PUC Goização, a universidade é caás, professor Paulo Gonzaga, paz de canalizar uma grande a universidade deve estar ao quantidade de conhecimenlado dos alunos em momentos e experiências, que, por Professor Paulo Gonzaga tos importantes como na reasua vez, serão reaplicados lização do intercâmbio. “Após o recebimento em seus programas acadêmicos, melhorando da carta de aceite, a Assessoria de Relações a qualidade dos cursos e formando profissioInternacionais (ARI) organiza várias reuni- nais capazes de atuar em um contexto global”, ões com esses alunos e também com seus pais completa o assessor .


Vocêpelo mundo

Por Belisa Monteiro

Casal é selecionado pelo Ciência sem Fronteiras

Silas e Bárbara, do curso de Engenharia Civil, vão estudar nos Estados Unidos

A oportunidade de conhecer um país estrangeiro, aprimorar conhecimentos em um novo idioma e qualificar a formação acadêmica é uma realidade que fará parte do cotidiano de 11 estudantes da PUC Goiás. Nas próximas semanas, eles realizarão intercâmbio em universidades dos Estados Unidos, durante o período de um ano e meio, experiência viabilizada pelo Programa Ciência sem

PUC Goiás firma convênio com universidade da Malásia

Fronteiras, do governo federal. Entre os jovens um fato curioso: Bárbara Linares, 22, e Silas Henrique, 25, casados há pouco mais de um ano, também foram selecionados pelo Programa. Silas partiu para os Estados Unidos no dia 1º de março, para realizar um intercâmbio na Universidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin, e ficará três meses longe da esposa, que só viaja no mês de junho e ainda não sabe a universidade de destino. “Estou ansioso, mas sei que será uma experiência única. Vou contar os dias para vê-la de novo e mesmo se não ficarmos na mesma universidade, vamos combinar de nos encontrar por lá, com certeza”, relatou o estudante, durante reunião promovida pela Assessoria de Relações Internacionais no dia 24 de fevereiro. Bárbara, que atualmente cursa o 9º período do curso de Engenharia Civil, incentivou o marido, do 7º semestre do curso, a realizar o intercâmbio. “Tenho interesse na área de pesquisa e, entre outros temas, me instiga descobrir o que é feito com os resíduos da construção civil nos Estados Unidos”, ressaltou. Os jovens também irão realizar parte do seu trabalho de conclusão de curso nas universidades norte-americanas.

Intercambistas na rede Acadêmicos da PUC Goiás na Universidade de Sevilha, Espanha: Júlia Cardoso (Direito), Izadora Gontijo e André Moura (Engenharia Civil); Nathália Teixeira (Direito) e Isadora Antunes (Arquitetura).

Universidade de Tecnologia Criativa é uma das mais globalizadas do mundo

A PUC Goiás firmou convênio de cooperação acadêmica com a Universidade de Tecnologia Criativa Limkokwing (http://www. limkokwing.net/), Malásia, considerada uma das universidades mais globalizadas do mundo. A Limkokwing oferecerá oportunidades de intercâmbio aos estudantes da PUC Goiás por um semestre acadêmico, em qualquer um de seus câmpus internacionais localizados em Kuala Lampur, Reino Unido, China, Camboja e África. Desde sua fundação, em 1991, a Limkokwing University of Creative Technology está presente em dez países espalhados em três continentes, oferecendo 56 programas de bacharelado nas áreas de finanças/contabilidade, marketing/propaganda, arquitetura, design, jornalismo, negócios, computação/tecnologia da informação, moda/ indústria têxtil, jogos/telefonia móvel, línguas/educação, multimídia/ animação, música/som, esportes/eventos e turismo/hospitalidade. Para participar do intercâmbio com a Limkokwing, o estudante da PUC Goiás deverá possuir fluência na língua inglesa, por meio do Toefl IBT (igual ou superior a 34 pontos) ou Ielts (igual ou superior a 4.5 pontos). Mais informações: 3946-1239.

Jacqueline Marques, Carolline Martins e Hadassa Dias, do curso de Direito, estudam na Universidade de Coimbra, em Portugal.

As fotos foram divulgadas na fanpage Intercâmbio PUC Goiás. Envie seu relato de viagem para o email: ari@pucgoias.edu.br


Falta rede de atendimento para mulheres vítimas de violência Por Diene Batista

Equipe da pesquisa realizada pela PUC

Marco recente no combate à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, ainda está longe de cumprir seu papel. Essa é a conclusão da pesquisa As políticas públicas em Goiás na efetivação da Lei Maria da Penha, coordenada pela profa. Gabriella Assumpção, que também é coordenadora do Programa Interdisciplinar da Mulher, Estudos e Pesquisas (Pimep/Cdex/ Proex) da PUC Goiás. Também participaram do estudo as professoras Fernanda Guilharducci, da Enfermagem, Lenize Borges, da Psicologia, e Maria José Pereira, do Serviço Social, além de alunos

de diversos cursos que atuaram como pesquisadores voluntários. Iniciada em 2012, a pesquisa está em fase de final e mapeou a rede de serviços que deveria, pelo menos em tese, atender as mulheres vítimas de violência. Na análise quantitativa, o objetivo foi avaliar o serviço prestado nos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e em unidades de saúde. Na qualitativa, os pesquisadores entrevistaram mulheres que vivem em Goiânia e já passaram por situações

de violência. Para Gabriella, quem vive esse tipo de situação ainda tem dificuldade de compreender onde pode buscar ajuda. “Temos uma radiografia dos problemas, mas a complexidade da violência é bem maior. Ainda são necessários muitos esforços, estudos, pesquisas e ações multidisciplinares a fim de compreendermos os caminhos para solucionarmos esta questão em nossa sociedade”, alerta. O trabalho foi realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO) e com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa em Goiás (Fapeg). Em novembro do ano passado, aliás, as duas entidades realizaram seminário de formação na PUC Goiás, atividade fundamental para que os pesquisadores oriundos de diversos cursos, como o estudante de Enfermagem Leandro Alves Rodrigues, 21 (leia depoimento), entendessem melhor o tema analisado. Futuro Em breve, o trabalho vai se transformar em livro: cada professor e cada pesquisador voluntário ficarão responsáveis por um artigo da obra. Docentes que ministraram cursos de formação, como a feminista histórica e professora da Universidade de São Paulo (USP), Eva Blay, também darão sua contribuição ao trabalho, bem como a promotora Rúbian Correa Coutinho, da 63ª Promotoria de Goiânia, que apoiou a pesquisa. A previsão é que o livro seja lançado em agosto, pela Editora PUC.

Eu, pesquisador “Desde que entrei na universidade meu desejo era atuar como pesquisador, mas não sabia nem em qual área nem como ingressar em um projeto de pesquisa. Foi então que uma colega que já participava do estudo sobre a Lei Maria da Penha comentou sobre esse trabalho e eu entrei no grupo de pesquisa como voluntário. O estudo está ligado a áreas que têm pouca relação com matriz do meu curso, como violência, gênero, sociologia e saúde da mulher, então entrei em um mundo novo para mim. Foram 12 horas semanais dedicadas à pesquisa, com leituras e reuniões em grupo. Também participei de cursos de formação, inclusive em São Paulo, que me ajudaram a atender melhor a situação da mulher vítima de violência e do agressor. Fui ainda ao meu futuro local de trabalho - as unidades de saúde – e entrevistei profissionais da minha área. Pude perceber que muitos não estão preparados para lidar com situações envolvendo violência contra a mulher. Depois dessa experiência, quero fazer mestrado e doutorado, este fora do Brasil, se possível, e atuar como pesquisador. E se eu atuar nas unidades de saúde, creio que esse trabalho vai me ajudar a ter uma visão diferenciada das vítimas de violência.” Leandro Alves Rodrigues, 21 anos Estudante do 6º período de Enfermagem da PUC Goiás, aluno da iniciação científica da universidade e estagiário do Hospital de Doença Tropicais (HDT)

Rápidas da pesquisa Brasil na Antártida Dois anos depois do incêndio que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), a ciência brasileira não só se recuperou da tragédia como vive seu melhor momento no continente gelado. Segundo representantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, as pesquisas já estão normalizadas, graças ao apoio dos dois navios antárticos da Marinha - o Almirante Maximiano e o Ary Rongel - e da base provisória que foi montada sobre o heliponto da antiga estação, no início de 2013, já totalmente operacional, com cerca de 1 mil metros quadrados de área útil.


Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014

Folha PUC 551 - 11

Programe-se Programa de Inclusão Social será lançado dia 22

O evento reúne estudantes para orientações Aluna do Alfadown

O Programa de Referência em Inclusão Social (Pris) da PUC Goiás será lançado no dia 22 de março, às 8 horas, no Auditório da Área 4. O Programa foi criado com o objetivo de agregar as atividades de extensão sob a perspectiva da inclusão. Fazem parte do Pris, o Programa Aprender a Pensar (PAP), Alfadown e o Projeto de Intervenção em Linguagem: Aquisição e Reabilitação (Pilar). De acordo com as articuladoras do Pris, Ana Beatriz Machado de Freitas e Márcia Helena Curado, o programa também está aberto a outras propostas, para que a diversidade de ações contribua para o seu próprio aprimoramento, além de fortalecer o debate acerca da inclusão da pessoa com necessidades especiais. Mais informações sobre como participar das atividades do Pris pelo fone: 3946-1622 ou 3946-1175.

Anec realiza Seminário de Mantenedoras A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) promove, nos dias 20 e 21 de março, em Brasília, o Seminário de Gestão de Mantenedoras 2014. Em dois dias de evento, a Associação reúne especialistas e representantes do governo para tratar da Inovação na Gestão e dialogar sobre políticas educacionais, certificação, aspectos contábeis, jurídicos e sociais das entidades certificadas. Além de temas como as Políticas Nacionais de Educação, Marketing Educacional, Imunidade Tributárias e Certificação das Entidades de Educação, Inovação Eclesial, entre outros.

Inscrições abertas Os Grupos de Desenvolvimento de Habilidades para Comunicação Interpessoal e em Público do Programa Qualidade de Vida Acadêmica da PUC Goiás estão com inscrições abertas até o dia 20 de março. Os grupos são iniciativas da Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE) da instituição e estão disponíveis, sem nenhum custo, para qualquer aluno regularmente matriculado. Os alunos interessados devem procurar a CAE, na Área 4, Setor Universitário, para efetuar a inscrição. Mais informações: 3946-1062 e 3946-1063.

Egresso do mestrado em História lança livro sobre agroescravidão O Programa de Pós-Graduação em História da PUC Goiás e a Associação dos Professores Universitários de Gurupi (Apug-SSind) lançam no próximo dia 19, o livro Agroescravidão: degradação do humano e o avanço do agronegócio no Brasil contemporâneo. A obra é fruto da dissertação de mestrado apresentada pelo egresso do mestrado em História da universidade, Paulo Henrique Costa Mattos (foto), orientada pelo prof. Eduardo José Reinato. A solenidade de lançamento será realizada no Auditório 1, antigo Auditório do Básico, na Área 2 da PUC Goiás. No trabalho, Mattos, que também é professor da Fundação Universidade de Gurupi (UnirG), pesquisou a agroescravidão com base em um amplo levantamento de fontes orais no Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso, materiais da grande imprensa e processos jurídicos. Em suas visitas a diferentes estados, ele entrevistou trabalhadores escravizados, peões de trecho, gatos, fiscais do Ministério do Trabalho e agentes pastorais da Comissão Pastoral da Terra e da ONG Repórter Brasil.

Carga horária de pesquisa Os docentes da PUC Goiás já podem solicitar carga horária de pesquisa para o segundo semestre letivo de 2014. A solicitação deve ser realizada até o dia 3 de abril pelo endereço eletrônico sites.pucgoias.edu.br/pesquisa/servicos. Para participar é preciso atualizar as informações do currículo Lattes. A informação é da Coordenação de Pesquisa, ligada à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Prope) da PUC Goiás.

Dicas de filmes Fronteiras Móveis Autoras: Cléria Botêlho da Costa, Maria do Espírito Santo e Rosa Cavalcante Ribeiro (Organizadoras) Ano: 2013 Páginas: 296 Construção coletiva de pesquisadores do Projeto Fronteiras Móveis: História, Culturas, Identidades, da Universidade de Brasília (UnB) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), o livro traz uma coletânea de textos que abordam temas culturais de múltiplas matizes. A obra pode ser encontrada na Livraria da PUC Goiás, localizada na Área 1 da universidade, em frente à Biblioteca Central. Alunos, professores e funcionários da instituição têm desconto especial.

Um toque de felicidade Direção: John Hay Classificação: 10 anos Gênero: Drama Ano: 2011 Duração: 89 minutos É véspera de Natal e a neve já começa a cair em Manchester. Todos começam a se preparar. Todos, exceto Anthony, um enigmático ser que acorda no meio de uma rua da cidade sem saber onde está ou o que faz ali. Ele, no entanto, tem uma capacidade notável: o poder de encontrar os perdidos. No filme, Anthony transforma a vida de cinco pessoas comuns, cujas vidas foram abaladas por decisões de seu passado. Um filme de lições.


Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014

Folha PUC 551 - 12

E se depois de oito anos de uma carreira bem sucedida, de ter concluído especialização e mestrado e de ter sido aprovado em um concurso público você resolvesse repensar sua vida profissional? Foi o que fez o acadêmico de Psicologia da PUC Goiás, Ildefonso Fábio Campos Pacheco, 31. “O caminho mais natural seria eu fazer doutorado e, isso sim, foi conflitante. Mas, quando opto por cursar uma nova graduação, é porque estou buscando algo mais”, ressalta. Ildefonso concluiu a primeira graduação – em Biomedicina, também na PUC Goiás – em 2005. Seis meses depois já estava em um bom emprego. Escolheu a profissão ainda no primeiro ano do ensino médio, por influência de uma professora de Biologia. Identificou-se e se sentia realizado, mas o mestrado despertou um lado seu que estava adormecido: a necessidade de se expressar artisticamente. Até o final da adolescência, o acadêmico participou de aulas de instrumentos, grupos de teatro e canto dentro e fora da igreja. Já adulto, deixou seu instinto de lado. “Nos últimos dois anos, especialmente durante a correria do mestrado, eu comecei a sentir falta da música. Passei a ouvir mais, procurando mais gêneros, mais cantores, mais instrumentistas. Comecei a frequentar concertos. Acabei sentindo vontade de aprender a tocar um instrumento musical. Minha orientadora do mestrado é também violinista, uma excelente violinista. Então, como nos dávamos muito bem, não foi difícil me decidir por esse instrumento”.

Hoje o jovem divide seu tempo entre o serviço, a nova graduação e as aulas de violino. A decisão de cursar Psicologia surgiu, inclusive, por conta da música. “Ela despertou em mim o desejo de compreender o ser humano. Eu pretendo aprender formas de utilizar a música para ajudar as pessoas”, explica. E ele está levando mesmo a sério o novo caminho que trilhou. Mais maduro, Ildefonso entende que cada momento do dia é precioso. “Preciso saber administrar o tempo e os recursos para que nenhuma parte da vida seja negligenciada”, lembra. Já experiente, ele acha as aulas mais interessantes do que quando tinha 20 anos e acredita que seu desempenho será ainda melhor agora. “Sei quais foram meus pontos fracos na primeira graduação e sei como evitá-los agora”, garante. Apesar de tanta confiança, o frio na barriga “é o mesmo de 13 anos atrás”. O atual biomédico e futuro psicólogo musicista entende, porém, que a escolha pela Psicologia foi algo natural. “Foi quase que uma consequência e, da forma como está acontecendo, é uma experiência única”, garante. Feliz com a escolha, ele sente que este é o momento certo. A gente também! O curso de Psicologia chegou em um novo momento da vida de Ildefonso


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