Impressões - Nº01

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JORNAL LABORATÓRIO

GOIÂNIA |PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS | FEVEREIRO DE 2014

ESPECIAL

KƐ ƐŽŶŚŽƐ ƋƵĞ ůŝŐĂŵ &ŽƚŽƐ Ğ ĚŝĂŐƌĂŵĂĕĆŽ͗ ŶĂ ŵĠůŝĂ ZŝďĞŝƌŽ

Goiás ao Maranhão

ŵ ŵĂƚĠƌŝĂ ĞƐƉĞĐŝĂů͕ Ž ũŽƌŶĂů Impressões ŝŶǀĞƐƟŐĂ Ž ƋƵĞ ƚƌĂnj ĐĂĚĂ ǀĞnj ŵĂŝƐ ŵŝŐƌĂŶƚĞƐ ĚŽ DĂƌĂŶŚĆŽ ƉĂƌĂ 'ŽŝĄƐ͘ K ƐŽŶŚŽ ĚĞ ĐŽŶƐƚƌƵŝƌ ƵŵĂ ǀŝĚĂ ŵĞůŚŽƌ Ğŵ Ƶŵ ůŽĐĂů ĐŽŵ ŵĂŝƐ ŽƉŽƌƚƵŶŝĚĂĚĞƐ ŵŽƟǀĂ ŵƵŝƚĂƐ ƉĞƐƐŽĂƐ Ă ĚĞŝdžĂƌĞŵ ƐƵĂ ƚĞƌƌĂ ŶĂƚĂů ƉĂƌĂ ƚĞŶƚĂƌ Ă ƐŽƌƚĞ Ğŵ Ƶŵ ƐƚĂĚŽ ĚŝƐƚĂŶƚĞ͕ ůŽŶŐĞ ĚĂ ĨĂŵşůŝĂ͕ ŵĂƐ ƉĞƌƚŽ ĚŽƐ ĚĞƐĞũŽƐ ĚĞ ǀĞŶĐĞƌ Ğ ƉƌŽƐƉĞƌĂƌ͘ ŽŶŚĞĕĂ ĂůŐƵŶƐ ĚĞůĞƐ Ğ ƐĂŝďĂ ƋƵĂŝƐ ƐĆŽ ƐĞƵƐ ĂŶƐĞŝŽƐ͕ ƐƵĂƐ ůƵƚĂƐ ĐŽƟĚŝĂŶĂƐ Ğ ƐƵĂƐ ƌĞĂůŝnjĂĕƁĞƐ ŶŽ ŶŽǀŽ ůĂƌ ƋƵĞ ĞƐƚĆŽ ĐŽŶƐƚƌƵŝŶĚŽ ƉĂƌĂ Ɛŝ͘ Págs. 8, 9 e 10 >> Pelo Terminal Rodoviário de Goiânia chegam todos os dias novos migrantes do Maranhão

VIDA URBANA O abandono de animais ĚĞ ĞƐƟŵĂĕĆŽ Ğ ƐƵĂ ƌĞƉƌŽĚƵĕĆŽ ĚĞƐĐŽŶƚƌŽůĂĚĂ ƉŽĚĞŵ ĐĂƵƐĂƌ ƉƌŽďůĞŵĂƐ ĚĞ ƐĂƷĚĞ ƉƷďůŝĐĂ͘ ŽŶŚĞĕĂ ƉĞƐƐŽĂƐ ƋƵĞ ůƵƚĂŵ ĐŽŶƚƌĂ ĞƐƐĂ ƚƌŝƐƚĞ ƌĞĂůŝĚĂĚĞ Ğ ƐĂŝďĂ Ž ƋƵĞ ĨĂnjĞƌ ƐĞ ĞŶĐŽŶƚƌĂƌ Ƶŵ ĐĆŽ ŽƵ Ƶŵ ŐĂƚŽ ƐĞŵ ĚŽŶŽ͘ Pág. 3

PANORÂMI C

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ImpressĂľes [fev | 2014]

OPINIĂƒO

EDITORIAL

Reiventar minha cidade Texto: Antenor Pinheiro Diagramação: Eduardo Hilårio

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ĂŁo sei o que serĂĄ deste espaço que mal me cabe, mas jĂĄ nĂŁo existe aquela esquina minimamente decente pra sustentar meus passos – nĂŁo hĂĄ mais caminhar, apenas desviar. Em volta deste corpo andante de todos os dias, sua sombra projetada pela luz do sol nascente, fazendo-me sentir o brincalhĂŁo gigante de outrora, sucumbiu Ă s imponentes manchas de altas torres envidraçadas – nĂŁo hĂĄ mais sol, apenas indĂ­cios. As ruas, pelas quais se venciam distâncias pequenas, a pĂŠ, de bicicleta, de Ă´nibus monobloco, tornaram-se longĂ­nquos traçados saturados de carros e motocicletas velozes que aos milhares transformaram em dinâmicas mortĂ­feras o jeito de se chegar – nĂŁo hĂĄ mais prosseguir, apenas pressa. Eram de matizes diversos os contrastes das fachadas das casas, das marquises do comĂŠrcio, dos telhados das igrejas, dos bancos adornados dos jardins – nĂŁo hĂĄ cores, mas fuligem. NĂŁo sei o que serĂĄ deste espaço que mal me cabe, mas jĂĄ nĂŁo vivo a cidade, nĂŁo estou na cidade, passo por ela. Obesa GH FRQĂ LWRV VHP YLVWDV YLUWXGHV SOHQD GH interesses, desprovida de estratĂŠgias, entupida de desprezos, eis a minha cidade de tĂşneis e viadutos, consumida em concreto, falimentar processo - minha cidade contornada, sem conceitos, improvisada:

“Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela (quem ĂŠ ela, quem ĂŠ ela?) Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadĂŞ? Minha alegria, meu cansaço? Meu amor cadĂŞ vocĂŞ? Eu acordei NĂŁo tem ninguĂŠm ao ladoâ€? (Belchior) Plenas constataçþes de colapsos anunciados, minha cidade de tenra idade, mergulhada nas inĂŠpcias e omissĂľes, sente agonizada sua arquitetura arabescada, Ă sorte seu “art dĂŠcoâ€?, seu traçado planejado por “atĂ­liosâ€?, por “correasâ€?, por “limasâ€? - todos vencidos pela desvairada loucura da polĂ­tica inconsequente, pelos dinheiros fĂĄceis, SHOD DPELomR VHP Ă€P Perdeu a poesia, assim, cidade minha! Tornou-se refĂŠm de mutaçþes urbanas que embruteceram seus jardins, que privatizaUDP VXDV Ă RUHV TXH GHUUXEDUDP VXDV JDPHleiras. Incapaz de compreendĂŞ-la como “minhaâ€?, sinto-me roubado na essĂŞncia, feito quando se perde a amada querida. E assim, em guerrilheiro me revesti para conjurar seus traidores, para bramir gritos de melancolia nesta guerra desigual. Quem sabe a esperança ressurja destes espaços machucados e jovens destemidos apareçam em seu louvor – nĂŁo hĂĄ o que remediar, mas reinventar!

Antenor Pinheiro Ê especialista em trânsito, ex-diretor da Agência Municipal de Trânsito de Goiânia (AMT) e perito criminal

EXPEDIENTE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO SUPERIOR DA PUC GOIĂ S: GRĂƒO-CHANCELER Dom Washington Cruz, CP REITOR Prof. Wolmir Therezio Amado VICE-REITORA ProfÂŞ Olga Izilda Ronchi PRĂ“-REITORA DE GRADUAĂ‡ĂƒO ProfÂŞ SĂ´nia Margarida Gomes Sousa PRĂ“-REITORA DE EXTENSĂƒO E APOIO ESTUDANTIL ProfÂŞ MĂĄrcia de Alencar Santana PRĂ“-REITORA DE PĂ“S-GRADUAĂ‡ĂƒO E PESQUISA ProfÂŞ Milca Severino Pereira PRĂ“-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Prof. Helenisa Maria Gomes de Oliveira Neto PRĂ“-REITOR DE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO Prof. Daniel Rodrigues Barbosa

PRĂ“-REITOR DE COMUNICAĂ‡ĂƒO Prof. Eduardo Rodrigues da Silva CHEFE DE GABINETE Prof. Lorenzo Lago Jornal ImpressĂľes Coordenação de Jornalismo: Sabrina Moreira Reportagens: Alunos do 2Âş e 3Âş perĂ­odos &ŽƚŽĹ?ĆŒÄ‚ÄŽÄ‚Ć?Í— Alunos do 2Âş perĂ­odo Edição: Alunos do 5Âş perĂ­odo Diagramação: Alunos do 5Âş perĂ­odo Monitoria: Ana AmĂŠlia Ribeiro (5Âş perĂ­odo) Professores: AntĂ´nio Carlos Cunha, Carolina Goos, Carolina Melo, DĂŠborah Borges, Gabriella Luccianni, RogĂŠrio Borges, Salvio Juliano Edição Geral: Prof. RogĂŠrio Borges WĆŒŽŊĞƚŽ 'ĆŒÄ„ÄŽÄ?Ž͗ Prof. Salvio Juliano

Um retorno muito aguardado O ImpressĂľes, jornal impresso laboratorial do curso de Jornalismo da PontifĂ­cia Universidade CatĂłlica de GoiĂĄs, retoma sua circulação nesta edição com o propĂłsito de nĂŁo mais deixar de atender seus objetivos. Um deles ĂŠ levar informação de qualidade Ă comunidade acadĂŞmica da PUC GoiĂĄs e Ă s pessoas a ela relacionadas, como familiares de estudantes,docentes e servidores da instituição. Outro ĂŠ garantir que os alunos do curso possam vivenciar, com a devida orientação de professores de vĂĄrias disciplinas, o ambiente de traEDOKR H RV GHVDĂ€RV TXH HQFRQWUDUmR no mercado ao se formarem. Esta edição que marca o retorno do jornal-laboratĂłrio tem na universalidade dos assuntos tratados o cerne dessa proposta. Com o tema Minha Cidade, os alunos produziram reportagens, notas, colunas, entrevistas, fotos e diagramaram um jornal que tem como meta levar informaçþes novas e relevantes sobre uma ampla gama de temas referentes a Goiânia. É com alegria que toda a equipe envolvida neste trabalho apresenta o resultado do esforço empregado. Aproveitem a leitura porque este ĂŠ apenas o primeiro de muitos ImpressĂľes.

CHARGE Jorge Braga


[fev | 2014] ImpressĂľes

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VIDA URBANA

Abandono de animais afeta a todos Responsabilidade do dono ĂŠ garantia de bem-estar Texto: sÄžĆŒĆ€ĹśĹ?Ä?Ä‚ DŽƊÄžĆŒ ͞ϯÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Edição: >ĆľĹ&#x;Ć?Ä‚ ^Ä‚ĹšĹ?ƾž Äž :Ĺ˝Ć?Ä Ä‚ĆŒĹŻĹ˝Ć? DÄ‚ĆŒĆ&#x;ĹśĆ? ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Diagramação: ZÄ‚ĨĂĞů ǀĞůĹ?ŜŽ ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ ÍžÄ?Žž ÄšĹ?ĆšĹ˝ĆŒĹ?Ä‚ ĚĞ ĆŒĆšÄžÍż

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elas ruas do Brasil sĂŁo inĂşmeros os animais abandonados, entre cĂŁes e felinos. Esses animais estĂŁo nas ruas sujeitos Ă falta de comida e abrigo, podendo disseminar doenças. Segundo JĂŠssika Coelho, uma das fundadoras do Projeto Viva Gato, que se empenha em proteger animais em situação de risco, a principal causa do abandono de bichos de estimação ĂŠ falta de conscientização. “As pessoas deveriam ser ensinadas nas escolas, aprenderem desde cedo a conviver com os animais. Isso, alĂŠm de tudo, ĂŠ uma formação de carĂĄter. Um planejamento a longo prazo, de forma consciente, evitaria o abandono de animais por motivos banais, como mudanoD GH GRPLFtOLRÂľ DĂ€UPD 2 3URMHWR 9LYD Gato ĂŠ um dos vĂĄrios grupos de proteção DQLPDO VHP Ă€QV OXFUDWLYRV TXH H[LVWHP QD capital e se mantĂŞm sem nenhum apoio dos governos municipais ou estaduais. &RP R REMHWLYR GH PRGLĂ€FDU D UHDOLGDGH do abandono, os protetores independentes recolhem, tratam, alimentam, vacinam,

vermifugam e castram os animais para depois colocĂĄ-los para adoção. Cada animal tem um processo de recuSHUDomR ORQJR H GH FXVWRV DOWRV 2V SURMHWRV sĂŁo mantidos por pessoas que possuem a mesma iniciativa solidĂĄria e pela venda de produtos cuja renda ĂŠ destinada ao trato GRV DQLPDLV 6HQGR GH H[WUHPD LPSRUWkQFLD para o controle populacional da espĂŠcie de animais domĂŠsticos, a castração ainda ĂŠ vista por muitas pessoas como algo invasivo e sem benefĂ­cios ao animal. No entanto, um casal de gatos nĂŁo castrados, cruzando duas vezes ao ano, pode gerar em seis anos quase 67.000 outros gatos. &RPR QmR H[LVWHP ODUHV VXĂ€FLHQWHV SDUD WRdos esses animais, o destino deles ĂŠ, muitas vezes, o abandono, que gera a contaminação e disseminação de doenças. No caso dos gatos, por sua natureza livre e curiosa, muitos protetores optam pelo mĂŠtodo C.E.D. (Captura, Esterilização e Devolução). “A castração em massa ĂŠ a solução para R FRQWUROH GH DQLPDLV (P *RLkQLD H[LVWH R C.E.D. que os devolvem ao meio que eles estĂŁo acostumados a viverâ€?, diz a protetora independente JĂŠssika Coelho. AlĂŠm de ser usada para o controle do nĂşmero de indivĂ­duos, a castração previne algumas GRHQoDV FRPR FkQFHU H WXPRUHV ´2 LQVWLQto do animal quando entra no cio ĂŠ cruzar.

Foto: Ana Paula Moreira

>> Dois dos vĂĄrios gatos resgatados por JĂŠssika

NĂŁo havendo essa possibilidade, isso acaba ocasionando uma ansiedade e essa agonia faz com que muitas vezes o prĂłprio animal comece a se mutilar.â€?, ressalta a veterinĂĄria KĂŞnia Ramos. Segundo o diretor do Centro de ZoonoVHV GH *RLkQLD /XL] 'RXKLG GH &DPDUJR R WUDEDOKR GDV 21*V H SURMHWRV VmR LPSRUWDQWHV SDUD DMXGDU D FRQWURODU R Ă X[R GH DQLPDLV QD UXD GHVGH TXH QmR LQWHUĂ€UD QR WUDbalho do Centro de Zoonoses, que tem por principal objetivo resguardar a vida humana de doenças de origem animal. Segundo ele, desde 2010 a conhecida “carrocinhaâ€? sĂł retira da rua animais doentes ou que podem representar algum tipo de ameaça Ă saĂşde pĂşblica. Ele lembra que a captura indiscriminada nĂŁo ĂŠ mais permitida legalmente. “Fazemos algumas capturas pontuais nos locais onde ocorrem problemas relacionados Ă transmissĂŁo de zoonoses. É realizada D YLJLOkQFLD GD OHLVKPDQLRVH 1D UHJLmR HP que ela ĂŠ detectada, nĂłs fazemos a captura GH DQLPDLV VROWRV QD UXD SDUD YHULĂ€FDU VH D GRHQoD HVWi VH H[SDQGLQGR RX QmR (VVD p a Ăşnica situação em que a carrocinha faz a captura de animais.â€? Se vocĂŞ quiser adotar um animal, entre em contato com o Centro de Zoonoses da sua cidade ou de um municĂ­pio prĂłximo.

Encontrei um animal, e agora?

>> Leve-o imediatamente ao veterinĂĄrio. >> NĂŁo permita que ele tenha contato com seus cachorros domĂŠsticos antes GD LGD DR YHWHULQiULR 2XWURV podem se contami“A castração em cachorros nar caso haja uma doença incubada. massa ĂŠ a >> Contate a associação solução para o de amparo animal mais controle de animaisâ€? SUy[LPD /i YRFr SRderĂĄ encontrar possĂ­veis JĂŠssika Coelho donos voluntĂĄrios. protetora independente


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ImpressĂľes [fev | 2014]

SAĂšDE

O sangue que nĂŁo corre nas veias

Quanto vale seu sangue?

Medos e mitos sĂŁo os principais motivos para escassez de sangue em banco de coleta Texto: AndrĂŠ Luiz Cardoso (3Âş perĂ­odo) Edição: Dyanne Amorim, Marina Amarins e JosĂŠ Amauri (5Âş perĂ­odo) Diagramação: 'Ä‚Ä?ĆŒĹ?ĞůĂ DŽƊÄ‚ ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Fotos: Artur Dias (2Âş perĂ­odo)

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ação ĂŠ a falta de conhecimento sobre o SURFHGLPHQWR TXH DLQGD FDXVD PHGR H insegurança. /XGPLOOD )HUUHLUD FRQWD TXH DOJXQV mitos sobre o ato de doar sangue foram disseminados e jamais deixaram de assombrar muita gente. “As pessoas tePHP TXH R VDQJXH ÂśHQJURVVH¡ ÂśDĂ€QH¡ TXH acabem viciadas em fazer doaçþes, alĂŠm GR Mi WUDGLFLRQDO PHGR GD FROHWD HP VL Âľ AlĂŠm das lendas e superstiçþes em torno da doação, a coordenadora do HemocenWUR ODPHQWD TXH PXLWD JHQWH Vy VH PRELOL]H TXDQGR DOJXpP SUy[LPR FRPR XP SDUHQte ou amigo, necessita de ajuda. “Parece TXH DV SHVVRDV QmR JRVWDP GH GRDU VDQJXH QmR JRVWDP GH EHQHĂ€FLDU R SUy[LPR D QmR VHU TXH HODV UHFHEDP DOJR HP WURFD¡¡ reclama Ludmilla. O Hemocentro de Goias realiza de forma perĂ­odica campanhas visando esclarecer e conscientizar a população para a importância da doação espontânea. Em 25 de novembro, por exemplo, Dia Nacional do Doador de Sangue, foi montada uma uniGDGH PyYHO QR SiWLR GR +RVSLWDO $OEHUWR Rassi (HGG), para lembrar a data.

o Hemocentro de GoiĂĄs, a estudante Aryandra de Oliveira acompanha a amiga e doadora Grazyella Tavares. No inĂ­cio de 2013, ela viveu uma delicada situação famĂ­liar. Seu pai, um policial aposentado, sofreu um acidente vascular cerebral, resultando na perda de um dos rins e na necessidade de duas transfusĂľes de sangue. O primeiro dos procedimentos foi um sucesso, mas XPD VHPDQD GHSRLV R RXWUR ULP Ă€FRX comprometido. Assim se fez necessĂĄria uma segunda transfusĂŁo, com dezesseis bolsas de sangue. No entanto, a estudante DĂ€UPD TXH R VHX SDL YHLR D yELWR SRUTXH ´QmR KDYLD PDLV VDQJXH QR HVWRTXH Âľ A coordenadora da DivisĂŁo de Captação do Hemocentro de GoiĂĄs, Ludmilla Faria FerUHLUD FRQWD TXH D TXDQWLGDGH GH GRDo}HV UHFHELGD QR GLD D GLD QmR p VXĂ€FLHQWH SDUD suprir toda a demanda do Estado. Sempre estamos com falta de sangue. Temos a capacidade de 200 atendimentos diĂĄrios, mas nĂŁo DWLQJLPRV VHTXHU XP TXDUWR GHVWH Q~PHURÂľ DĂ€UPD D FRRUGHnadora. Segundo ela, R Q~PHUR GH GRDo}HV no Hemocentro cai 70% nos meses de julho, dezembro e janeiro. Um dos empecilhos para a do- Alta demanda e baixa captação: problema crĂ´nico do Hemocentro

A coordenadora da DivisĂŁo de Captação do Hemocentro de GoiĂĄs, /XGPLOD )DULD )HUUHLUD DĂ€UPD TXH D /HL GD 'RDomR HVWDEHOHFH TXH R SURcedimento nĂŁo ĂŠ remunerado. No enWDQWR HOD UHYHOD TXH D EROVD GH VDQJXH tem valor no mercado, custando em mĂŠdia 1.500 reais em hospitais partiFXODUHV /XGPLOD UHODWD D KLVWyULD GH XPD MRYHP TXH VRIUHX XP DFLGHQWH H necessitou de 400 bolsas de sangue. O Hemocentro lutou contra o tempo, junto com a famĂ­lia. Ela foi salva pelo VLVWHPD S~EOLFR GH VD~GH GHYLGR DR HVWRTXH GR EDQFR GH VDQJXH GD XQLGDde e campanhas em prol da paciente. Se a doação fosse remunerada, talvez muitas pessoas pagariam o preoR H WHRULFDPHQWH TXHP RIHUHFHVVH R PDWHULDO Ă€FDULD VDWLVIHLWR SRU UHFHEHU dinheiro em troca. Em tese, por este raciocĂ­nio, nĂŁo existiria mais falta de VDQJXH 5HVWD VDEHU VH R TXH SDUHFH DOJR LQTXHVWLRQiYHO HP WHVH VH UHSHWH QD SUiWLFD +i WDPEpP XPD TXHVWmR ĂŠtica em jogo, pois a remuneração para doação de sangue poderia abrir precedentes, como a regulamentação GH FRPSUD GH yUJmRV FRP SDJDPHQWR IHLWR DR SUySULR GRDGRU QR FDVR GH rins, por exemplo) ou aos familiares GH DOJXpP TXH PRUUHX PDV SRGH WHU FRUDomR ItJDGR FyUQHDV RX SXOP}HV transplantados. A comunidade mĂŠdiFD UHIXWD HVVH WLSR GH KLSyWHVH


[fev | 2014] ImpressĂľes

Metropolitana

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ENTREVISTA / ALLEN VIANA - Secretårio Municipal de Fiscalização

‘O cidadĂŁo deve denunciar’ Entrevista: Marluce CorrĂŞa e Thaynara de Almeida (3Âş perĂ­odo) Edição: Bruno Queiroz e Dyanne Amorim (5Âş perĂ­odo) Diagramação: Dyanne Amorim (5Âş perĂ­odo) A Secretaria Municipal de Fiscali]DomR GH *RLkQLD HP LQWHQVLĂ€FRX D Ă€VFDOL]DomR GH FDVDV QRWXUQDV EDUHV e restaurantes na cidade, impulsionada pela tragĂŠdia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), quando um incĂŞndio matou mais de 250 pessoas. O titular da pasta, Allen Viana, fala ao ImpressĂľes sobre os problemas encontrados nesses estabelecimentos e H[SOLFD R TXH PXGRX QD Ă€VFDlização por conta daquele fato.

Foto: Wellington Santos

Hoje a secretaria consegue cumprir seu trabalho? A capital cresce cada vez mais e exige um quadro maior de profissionais, porĂŠm o essencial seria uma cidade onde os cidadĂŁos sĂŁo conscientes do seu papel de fiscais. O dilema ĂŠ buscar uma cidade mais ordeira, empresĂĄrios conscientes O Governo do Estado de GoiĂĄs, que queiram investir, atravĂŠs da Empresa de Transportes mas que entendam que Urbanos (Metrobus), irĂĄ expandir existe uma sĂŠrie de o Eixo Anhanguera, principal via exigĂŞncias, e cidadĂŁos de transporte coletivo de Goiânia. proativos, que nĂŁo sĂł No total serĂŁo mais 13 quilĂ´metros Qual ĂŠ a atual situação das cavĂŁo para a rua, mas, de vias preparadas para receberem sas noturnas, bares e restauantes de reivindicar, Ă´nibus articulados e biarticulados. rantes de Goiânia? tenham um papel mais O anĂşncio foi feito pelo governador 7tQKDPRV XPD Ă€VFDOL]DomR TXH ativo de denunciar siMarconi Perillo durante solenidade jĂĄ era feita, mas muito dispersa. WXDo}HV TXH GHYHULDP inauguração da reforma do TermiIniciamos uma ação contun- >> Allen Viana ser fiscalizadas. O nosnal Padre PelĂĄgio. dente, gerando mais segurança so quadro tambĂŠm deve ser O corredor serĂĄ prolongado na para os frequentadores de boamais capacitado e isso serĂĄ direção leste atĂŠ o Jardim das Oliveites em Goiânia. O primeiro passo era fauma necessidade de qualquer gestĂŁo. ras, municĂ­pio de Senador Canedo, ]HU XP GLDJQyVWLFR 1RVVRV Ă€VFDLV IRUDP e na regiĂŁo oeste atĂŠ a Vila MutirĂŁo a campo e começamos a atuar fazendo Como estĂĄ sendo feita a fiscalização e ainda outro trecho atĂŠ o Terminal QRWLĂ€FDo}HV 8P GRV SULQFLSDLV SRQWRV p desses estabelecimentos? Vera Cruz, saĂ­da para Trindade. que tĂ­nhamos uma casa que se iniciava Primeiro realizamos um levantaAlĂŠm da ampliação do corredor, o como bar, estava registrada na Prefeitura mento do nĂşmero de casas e de bagovernador autorizou a Metrobus e na Junta Comercial como bar, mas, com res para analisar quais estavam traa comprar mais 35 Ă´nibus que irĂŁo o passar do tempo, se desvirtuava e cobalhando (clandestinamente) como trafegar no novo trajeto. meçava a funcionar como boate ou como boates e quais estavam realmente casa de show, o que nĂŁo tinha nada a trabalhando como bares. ver com a proposta inicial. Depois das QRWLĂ€FDo}HV SDVVDPRV jV DXWXDo}HV H tambĂŠm de 30% no valor dos aluguSRVWHULRUPHQWH jV LQWHUGLo}HV GH DOJXQV ĂŠis em Goiânia. estabelecimentos. Ela diz que a projeção ĂŠ de que os preços continuem estĂĄveis em 2014 e que os A penalidade imposta ao estabeleciaumentos nĂŁo ultrapassem o IGPM (Ă­nmento depende de quais critĂŠrios? dice utilizado para revisar aluguĂŠis). No Estudo divulgado pelo Instituto de Analisamos a presença ou nĂŁo do alvarĂĄ mesmo perĂ­odo, a quantidade de famĂ­lias Pesquisa EconĂ´mica Aplicada (Ipea) de funcionamento ou a descaracterizasem moradia cresceu 13,9% em GoiĂĄs. A aponta que entre 2007 e 2012 houve um ção deste alvarĂĄ, o que tambĂŠm ĂŠ muito imigração de trabalhadores que cheaumento excessivo no gasto com aluguĂŠis comum. Se houver qualquer alteração gam a GoiĂĄs em busca de melhores em 30% das residĂŞncias brasileiras. A diVLJQLĂ€FDWLYD QD HVWUXWXUD GR HVWDEHOHFLretora da URBS ImobiliĂĄria, Angeli- FRQGLo}HV GH YLGD p R SULQFLSDO PRmento, tem de requerer um novo alvarĂĄ. na Carvalho, estima que no perĂ­odo tivo apontado pelos analistas para a O prĂłprio cidadĂŁo pode fazer denĂşncias pesquisado tenha ocorrido uma alta falta de moradia. por meio do telefone 156.

Metrobus vai ampliar Eixo Anhanguera

Aumento do aluguel


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ImpressĂľes [fev | 2014]

ENTREVISTA/DILZA FERREIRA

“Vi a cidade crescer, deixar de ser interioranaâ€? Texto: Sarah Giulia (5Âş PerĂ­odo) Edição: Lucas Pacheco e Bruno Silva (5Âş PerĂ­odo) Diagramação: Bruno Mendes e Luiz Fernando Rodrigues (5Âş PerĂ­odo)

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jornalista e escritora Dilza Maria Barbosa Ferreira Ê autora do livro: Goiânia retratos e memórias. Em sua obra, ela fez uma coletânea de dezoito crônicas inÊditas sobre a história de Goiânia e outras dezoito selecionadas durante o período em que trabalhou como articulista no jornal O Popular. Nesta entrevista ao Impressþes 'LO]D UHYHOD KLVWyULDV GD FLGDGH TXH LQà XHQFLDUDP QD FULDomR GR OLYUR

2 TXH PRWLYRX YRFr D HVFUHYHU R OLYUR"

4XDO D PXGDQoD PDLV VLJQLĂ€FDWLYD HP *RLkQLD TXH YRFr SHUFHEHX"

O que me motivou foram as experiĂŞncias de vida. Vivi nesta cidade e trago FRPLJR KLVWyULDV TXH PH Ă€]HUDP PXLWR feliz, que me realizaram enquanto pesVRD 5HVROYL FRPHoDU D UHXQLU RV DUWLJRV que tinha escrito quando fui articulista no jornal O Popular. Baseada no livro de -RVp 0HQGRQoD 7HOHV CrĂ´nicas de Goiânia, resolvi que minhas experiĂŞncias poderiam ser passadas para o papel, para TXH QmR Ă€FDVVHP DSHQDV SDUD PHXV Ă€OKRV H QHWRV PDV SDUD WRGRV TXH JRVtam desta cidade.

$ PXGDQoD GD FDSLWDO IHGHUDO SDUD R Estado. Isso ocorreu em 1960. Depois GHVVD PXGDQoD WXGR VH WUDQVIRUPRX O progresso, as rodovias, os meios de FRPXQLFDomR FKHJDUDP D *RLiV FRP a vinda da capital federal. Esse foi o grande legado de Juscelino Kubitschek SDUD QyV 7RGRV TXH VH GHVHQYROYHUDP em BrasĂ­lia pegaram Goiânia como um ponto de apoio, e essa foi a grande muGDQoD HVWUXWXUDO $ SDUWLU GDt WRGDV DV FRQGLo}HV GH YLGD H TXDOLĂ€FDo}HV GH trabalho foram transformadas.

2 TXH *RLkQLD UHSUHVHQWD SDUD YRFr" Nasci em Pirenópolis e vim para Goiânia com quatro anos de idade. EnWmR D FLGDGH TXH WHQKR FRPR PLQKD Ê Goiânia. Aqui eu cresci, estudei, me formei , casei, tive minhas experiências GH WUDEDOKR H YLGD 7RGD PLQKD KLVWRULD HVWi UHODFLRQDGD FRP *RLkQLD 9L D cidade crescer, deixando de ser interiorana para virar a grande capital que Ê hoje. Perdi o senso de Centro que nós WtQKDPRV 2 &HQWUR HUD XP Vy D 3UDoD GR %DQGHLUDQWH D 3UDoD &tYLFD +RMH D FLGDGH FUHVFHX H WHP YiULRV FHQWURV

3RU DQRV YRFr IRL DUWLFXOLVWD GH XP JUDQGH MRUQDO GH *RLkQLD &RPR IRL HVVD H[SHULrQFLD" Sempre gostei de escrever, mas o fato que me levou a ser articulista em O Popular IRL R DFLGHQWH FRP R FpVLR 7LYH que acompanhar meu esposo por uma VHPDQD D &XLDEi EHP QDTXHOHV GLDV que tinha estourado toda aquela tragĂŠGLD HP *RLkQLD &KHJDQGR D &XLDEi IRmos para um hotel onde um rapaz nos recebeu e nos disse o seguinte: “O seQKRU FRORFD R FDUUR EHP Oi QR IXQGR GD garagem, porque se as pessoas virem a FKDSD GR FDUUR QmR YmR TXHUHU VH DSUR-

ximar de vocĂŞâ€?. Aquilo me chocou dePDLV SRLV HX YL D H[WHQVmR GR FDRV TXH estava sobre Goiânia. Quando voltamos, transmiti todos os fatos do acidente para o papel, histĂłrias relatadas em meu livro. Comecei a escrever e levava para O Popular, esperando a resposta e XPD SRVVtYHO SXEOLFDomR QR MRUQDO &RP D SHUGD WUiJLFD GH XP LUPmR SDUHL GH escrever por muito tempo. Escrevia peTXHQRV DUWLJRV PDV Mi QmR RV SXEOLFDYD (QWmR YROWHL D HVWXGDU H PH IRUPHL em Jornalismo. Fui tomar conta de um jornal da Procuradoria Geral do Estado, onde trabalho atĂŠ hoje. A experiĂŞncia que tive em O Popular foi muito rica, pois me mostrou o alcance que tinha soEUH DV SHVVRDV 7RGDV DV YH]HV TXH VDtD XPD SXEOLFDomR DOJXpP PH WHOHIRQDYD cumprimentado ou corrigindo. 4XDLV VmR RV SRQWRV GH *RLkQLD TXH PDUFDUDP VXD YLGD" Na minha infância ia ao Jardim ZoolĂłgiFR (UD XP SDVVHLR IDQWiVWLFR 5HWRUQHL D YLYHQFLDU LVVR TXDQGR WLYH PHXV Ă€OKRV e pude ter uma vivĂŞncia mais intensa com eles, indo ao parque Mutirama. 1D PLQKD pSRFD SDVVHiYDPRV WRGRV RV domingos Ă tarde na Av. Anhanguera H QD $Y *RLiV 2V UDSD]HV Ă€FDYDP DR ODGR GD DYHQLGD H DV PRoDV SDVVHDYDP entre eles. Outro lugar importante era a Rua Oito, onde havia bares,lanchonetes e cinema. O que mais me marcou foi a DUERUL]DomR GD $Y $QKDQJXHUD VHQGR desfeita com o progresso. Outro ponto importante tambĂŠm ĂŠ o Mercado Central. Era o ponto de compras, a cidade vivia em torno deste mercado.


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TRĂ‚NSITO

Ciclistas sem espaço no trânsito de Goiânia Falta de infraestrutura para o exercĂ­cio do ciclismo ĂŠ a principal dificuldade encontrada pelos praticantes infraestrutura que atenda, com segurança, as necessidades dos ciclistas. O Corredor UniversitĂĄrio pode ter melhorias, como banheiros e estacionamentos para quem pratica Bikes no mundo D PRGDOLGDGHÂľ DĂ€UPD D ssim como na arquiteta. China: 21% maioria das mePara o especialisEstados Unidos: 15% trĂłpoles brasita em Planejamento JapĂŁo: 8% leiras, o trânsito da capital Urbano e Ambiental, Ă?ndia: 8% goiana beira o caos com o Fernando Chapadeiro, Brasil: 4% grande nĂşmero de automĂła ciclovia jĂĄ apresenta Alemanha: 4% veis que circulam na cidade. defeitos com apenas dois Goiânia, que foi projetada para DQRV GH H[LVWrQFLD ´,GHQWLĂ€abrigar uma população de 50 mil habicam-se falhas no concreto da via, tantes, estĂĄ prĂłxima de alcançar 1,3 milhĂŁo problemas de execução e ausĂŞncia de GH PRUDGRUHV H R UHĂ H[R GLVVR YHPRV QDV sinalização, principalmente nas interseruas. Uma das alternativas para diminuir os çþes, alĂŠm de equĂ­vocos quanto Ă sua geproblemas no trânsito seria o investimento ometriaâ€?, avalia o arquiteto. em uma rede cicloviĂĄria que permitiria ao Com a falta de locais destinados aos cidadĂŁo goianiense a oportunidade de es- ciclistas em Goiânia, alguns tentam dividir colher um meio de locomoção alternativo o espaço das ruas com os automĂłveis, mas aos automĂłveis. relatam a preocupação em compartilhar a $Wp R Ă€QDO GR PDQGDWR GR SUHIHLWR ĂĄrea com outros veĂ­culos. “O maior problePaulo Garcia, estĂĄ prevista a construção de ma enfrentado seria no quesito segurança, 102 km de ciclovias, mas a Ăşnica concluĂ­da no que se refere ao trânsito, tanto dentro se localiza no Corredor UniversitĂĄrio. A da cidade quanto nas rodovias. A falta de professora do curso de Arquitetura e Ur- respeito de alguns motoristas pelos ciclisEDQLVPR GD 8)* (ULFD .QHLE DĂ€UPD TXH tas ĂŠ enorme. Eles nĂŁo observam a distânĂŠ necessĂĄrio mais que a construção de ciclo- FLD PtQLPD GH PÂľ DĂ€UPD D SUHVLGHQWH vias. â€œĂ‰ necessĂĄria a inclusĂŁo de uma boa da equipe de ciclismo Os Goiabas, GlĂĄucia Reis. Alguns ciclistas Foto: Cristal Ă vila acreditam que a situação pode melhorar. Por enquanto, porĂŠm, acidentes envolvendo bicicletas em ruas e rodovias continuam frequentes. Texto: Luiz Fernando Rodrigues (5Âş perĂ­odo) Edição: 'Ä‚Ä?ĆŒĹ?ĞůĂ DŽƊÄ‚ ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Diagramação: Bruno Queiroz (5Âş perĂ­odo)

a

>> Ciclistas acabam se Ä‚ĆŒĆŒĹ?Ć?Ä?ĂŜĚŽ Ä‚Ĺ˝ Ć‰ĆŒÄ‚Ć&#x;Ä?Ä‚ĆŒ o esporte em rodovias

Alternativas O coordenador da Implantação dos Corredores Preferenciais da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo &07& 'RPLQJRV 6iYLR DĂ€UPD TXH um dos problemas estĂĄ na polĂ­tica voltada na ampliação de vendas de carros, o que faz com que aumente consideravelmente o nĂşmero de automĂłveis nas ruas. “HĂĄ um equĂ­voco quanto Ă grande publicidade de automĂłveisâ€?, reclama ele. Segundo o coordenador, isso desestimula as pessoas a procurarem alterQDWLYDV TXH IDFLOLWDULDP R WUkQVLWR Ă XLU melhor em Goiânia. Chapadeiro reforça que a atual situação das cidades brasileiras atrapalha a implantação de polĂ­ticas voltadas para os ciclistas. “O cenĂĄrio urbano apresenta diversos aspectos que diĂ€FXOWDP D LQFOXVmR GDV ELFLFOHWDV HP VHX ambiente. Entre eles, o crescimento desordenado das cidades, com sua falta de integração entre desenvolvimento urbano, mobilidade e transportes, resultando na apropriação quase que completa da infraestrutura viĂĄria por veĂ­culos motorizadosâ€?, analisa o especialista. SĂĄvio pondera ainda que nĂŁo existem apenas as vias exclusivas para bicicletas como meio para solucionar os problemas cicloviĂĄrios em Goiânia. Poderiam tambĂŠm ser colocadas ciclo-faixas (demarcação da ĂĄrea de trĂĄfego de bicicletas no solo) e ciclo-rotas (implantação de placas de sinalização indicando ĂĄreas de circulação de bikes). “Em algumas ruas ou avenidas nĂŁo ĂŠ possĂ­vel colocar ciclovias, mas pode-se utilizar maneiras alternativas, alĂŠm de colocĂĄ-las em ruas que transmitam mais segurança SDUD FLFOLVWDV H PRWRULVWDVÂľ DĂ€UPD R FRordenador.


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ESPECIAL

Goiânia: rota de fuga ou lugar de esperança? Goiås jå abriga 161 mil maranhenses e Goiânia Ê o principal destino. Entenda porque tanta gente elege a cidade como sua terra prometida, mesmo enfrentando muitas dificuldades Texto: Flaviana Alves (3º período) Edição: Bruno Mendes (5º período) Diagramação: Dyessica de Paula (5º período)

a Foto: Deborah Borges

caminho do estĂĄgio, Aryclennes se mistura aos pedestres. Quem vĂŞ Roberto, nada enxerga alĂŠm de um servente. Quase ninguĂŠm imagina que os dois vieram de muito longe. No olhar de ambos e de milhares de maranhenses, a saudade de uma terra que foi deixada para trĂĄs na busca por uma vida melhor. Eles sĂŁo hoje a quarta maior população vivendo em GoiĂĄs, segundo dados do Instituto Brasileiro de *HRJUDĂ€D H (VWDWtVWLFD ,%*( 0DV R TXH WHP DWUDtGR WDQWRV PLJUDQWHV do MaranhĂŁo para cĂĄ? Alguns fatores explicam isso, como o desenvolvimento econĂ´mico do Estado, especialmente de Goiânia, uma das quinze cidades de grande SRUWH TXH PDLV FUHVFHUDP QR SHUtRGR GH D $ SXMDQoD GR VHWRU GH FRQVWUXomR civil, um dos que mais empregam migrantes maranhenses, segundo dados divulgados

pelo IBGE em seu relatĂłrio Deslocamentos Populacionais do Brasil, tambĂŠm contribui SDUD HVVH Ă X[R PLJUDWyULR $ KLVWyULD de Roberto Alves, servente de pedreiro, PRUDQGR HP *RLkQLD Ki DQRV FRQĂ€UPD os dados. “Fiquei sabendo das construçþes por aqui, um cunhado mandou me buscar. Vim com vontade de possuir as coisas, estou começando a conseguir. Se estivesse lĂĄ no MaranhĂŁo, nĂŁo conseguia nunca!â€? Rafael Lara Martins, advogado e presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho, explica que os que migram muitas vezes se sujeitam a condiçþes precĂĄrias. “As pessoas vĂŞm com uma necessidade premente de trabalhar e se submetem a situaçþes ilegais sob o ponto de vista trabalhista, com uma remuneração menor e em condiçþes inadequadas de saĂşde e atĂŠ de segurança do trabalhoâ€?. Para o advogado, a condição do trabalho formal dos migrantes ĂŠ a mesma dos outros trabalhadores, mas ele alerta: tanto a discriminação quanto a exploração do migrante tendem a acontecer na informalidade, quando nĂŁo hĂĄ relaçþes trabalhistas estabelecidas em um contrato. NĂŁo ĂŠ o caso de Roberto Alves, muito >> Estudante Aryclennes Sousa: preferĂŞncia por Goiânia para fazer seu curso superior em Jornalsimo

satisfeito com sua função na empresa Logical Construçþes. Aos poucos a capital do Cerrado vai se constituindo como lugar de muita esperança. Lucas Souza promete se mudar para Goiânia HP 0DV SRU TXH YLU SDUD D FDSLWDO GH *RLiV H QmR LU SDUD 6mR /XtV FDSLWDO GR 0DUDQKmR" ´$TXL QR 0DUDQKmR R JRYHUQR dĂĄ prioridade apenas a uns, outros nĂŁo, por LVVR D JHQWH Ă€FD GHVPRWLYDGR Âľ 1D UHVSRVWD do jovem, o desapontamento ĂŠ seguido por grandes expectativas. “Vendo pessoas em outro estado falando que a oportunidade ĂŠ maior, a gente vai em busca disso, se realizar SURĂ€VVLRQDOPHQWHÂľ /XFDV SUHWHQGH PRUDU com amigos que migraram para Goiânia. Assim como Lucas, decidido a buscar mais longe um futuro promissor, Evandro Gomes, hoje comentarista esportivo na 5iGLR %DQGHLUDQWHV FKHJRX DTXL HP Questionado sobre o porquĂŞ da migração, ele responde por si e por milhares. “Eu, como todo nordestino, via no Centro-Oeste a terra prometida. Aqui a gente ia conseguir tudo que imaginava poder conquistarâ€?. Como se sua vinda para cĂĄ fosse uma saga quase esquecida, ele relembra. “Naquela ĂŠpoca, Goiânia teve um crescimento espantoso e dentro desse crescimento cada um procurou seguir o seu destinoâ€?. As histĂłrias do Evandro, do Lucas e do Roberto se repetem hĂĄ mais de quatro dĂŠcadas e, segundo o sociĂłlogo Nildo Viana, da Faculdade de CiĂŞncias Sociais da UFG, tendem a continuar acontecendo. “As pessoas vĂŁo formando verdadeiras comunidades em cidades para onde hĂĄ JUDQGH Ă X[R PLJUDWyULR GH XP GHWHUPLQDGR local.â€? Vir e dar suporte para parentes e amigos que trilham o mesmo caminho ĂŠ XPD FDUDFWHUtVWLFD GH WRGR PLJUDQWH

Maranhão Um dos estados com piores indicadores sociais, segunGR R &HQVR 'HPRJUiÀFR R 0DUDQKmR HVWi HP ž OXJDU QR ranking da pobreza extrema, com PLOKmR GH KDELWDQWHV DEDL[R da linha da misÊria ou na pobre]D H[WUHPD H WHP D � PDLRU WD[D GH DQDOIDEHWLVPR FRP GH SHVVRDV DFLPD GH DQRV TXH QmR sabem ler e escrever.


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Enquanto isso em GoiĂĄs... Mas serĂĄ que as tantas facilidades vislumbradas em Goiânia pelos maranhenses se devem apenas a questĂľes ligadas a emprego? Aryclennes Sousa, estudante de jornalismo, garante que nĂŁo. “Sempre tive o desejo de morar na cidade grande, pois nunca gostei do interior. Na ĂŠpoca, escolhi vĂĄrias capitais brasileiras para estudar, mas foi Goiânia que acabou me escolhendoâ€?. E apesar de seus pais quererem que SĂŁo LuĂ­s fosse a cidade eleita para cursar o ensino superior, Aryclennes aponta a diferença de custo de vida como um dos motivos para estar aqui hoje. “A estrutura da cidade (SĂŁo LuĂ­s) ĂŠ precĂĄria e o custo de vida, por ser uma cidade litorânea, ĂŠ muito altoâ€?. Outra grande diferença entre as duas cidades estĂĄ na qualidade de vida, mensurada pelo Ă?ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). Enquanto a capital maranhense estĂĄ na posição 249 no ranking nacional deste ano, a capital goiana assume a 45Âş colocação. O estudo ĂŠ feito pelo Programa das Naçþes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e analisa o padrĂŁo de vida, o acesso Ă educação e Ă saĂşde por parte dos habitantes. Sob uma visĂŁo macro, GoiĂĄs ĂŠ, segundo levantamentos do IBGE, o estado que mais cresce economicamente no PaĂ­s. Pelo quinto mĂŞs consecutivo ele lidera a produção industrial. Esse crescimento acima da mĂŠdia nacional ĂŠ alavancado pelo desenvolvimento econĂ´mico do eixo BrasĂ­lia-Goiânia. O Produto Interno Bruto (PIB) que circula entre essas duas capitais jĂĄ foi estimado em R$ 230 bilhĂľes, o que equivale a 70% do PIB do Centro-Oeste. É como se cada quilĂ´metro da rodovia movimentasse mais de R$ 1 bilhĂŁo. Acrescente-se a tudo isso o alarmante quadro social do MaranhĂŁo e temos em apenas uma dĂŠcada o que a Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂ­lios (PNAD-IBGE) constatou: um salto de 92 mil para 161 mil maranhenses vivendo em GoiĂĄs.

XENOFOBIA

Do grego “xĂŠnosâ€? (estrangeiro) e ´SKyERVÂľ PHGR 6LJQLĂ€FD DYHUVmR D pessoas ou coisas estrangeiras. Pode se caracterizar como forma de preconceito, evidenciando-se pela aversĂŁo e a discri-

Com população estimada em 2,4 milhþes, Goiås estå, dentre os 27 estados brasileiros, em 6º lugar no ranking de desenvolvimento humano, tambÊm de acordo com o Censo 2010. A taxa de analfa-

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betismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 11,47% nas últimas duas dÊcadas e a renda per capita mÊdia cresceu 126,52%, passando de R$ 297,79 em 1991 para R$ 674,54 em 2010.

Queixas da população Segundo estudo divulgado em agosto de 2012 pelo Programa das Naçþes Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Goiânia ĂŠ a capital mais desigual da AmĂŠrica Latina. No estudo, a cidade aparece com Ă?ndice de Gini igual a 0,65. Esse indicador varia de 0 a 1, sendo 0 a menor desigualdade e 1 a desigualdade total. Nesse contexto, a situação de Goiânia nĂŁo ĂŠ nada boa. Para a composição desse Ă­ndice sĂŁo levados em conta indicadores como acesso Ă saĂşde, qualidade de vida e de serviços de transporte, lazer, saneamento pĂşblico, segurança, entre outros. A população jĂĄ opinou a respeito de tais indicadores e a avaliação da maioria converge com os dados. NĂşmeros da pesquisa Ipem/Tribuna, divulgados em setembro de 2013, UHYHODP TXH GRV SDUWLFLSDQWHV FRQVLGHUDP D VD~GH D SULQFLSDO GHĂ€FLrQFLD GD FLGDGH Mais de 50% dos entrevistados apontam a segurança como o maior problema da capital e 18,3% acusam o transporte pĂşblico de ser o pior serviço. Com um alto nĂ­vel de desenvolvimento humano e jeito hospitaleiro, Goiânia se apresenta como um lugar ideal para começar a vida. Para o sociĂłlogo Nildo Viana, da UFG, essa “preferĂŞncia tem a ver tambĂŠm com a situação em outras cidades que tiveram JUDQGH Ă X[R PLJUDWyULR QRUGHVWLQRÂľ ORFDLV KRMH UHWUDWDGRV SHOD PtGLD FRPR XP OXJDUHV “onde jĂĄ nĂŁo hĂĄ alto grau de empregabilidadeâ€?. Ou seja, diferente de metrĂłpoles como SĂŁo 3DXOR H 5LR GH -DQHLUR *RLkQLD DLQGD QmR H[SHULPHQWRX D VDWXUDomR GR Ă X[R PLJUDWyULR

SĂŁo LuĂ­s ĂŠ menos atraente

O sociĂłlogo Nildo Viana acredita que o Estado deve promover desde jĂĄ polĂ­ticas S~EOLFDV H GH DVVLVWrQFLD VRFLDO ´2 SHUĂ€O GD PDLRULD GRV PLJUDQWHV PDUDQKHQVHV p R GH pessoas desempregadas e empobrecidas. É preciso repensar a sociedade brasileira e as desigualdades regionais no sentido de deixar de obrigar as pessoas a saĂ­rem de seus estados por precariedades, falta de emprego, pobreza, entre outros aspectosâ€?, ressalta. “A incompatibilidade entre os projetos que vĂŞm sendo implementados no estado (MaranhĂŁo) e as necessidades da população ĂŠ um dos fatores que contribuem para R DFLUUDPHQWR GD PLJUDomR UHJLRQDOÂľ DĂ€UPD &OHRQLFH &RUUHLD GRXWRUD HP 3ROtWLFDV PĂşblicas pela Universidade Federal do MaranhĂŁo (UFMA). Sobre a situação social em SĂŁo LuĂ­s, a pesquisadora relata que a capital jĂĄ foi, nos anos 1970, o “Eldoradoâ€? que atraĂ­a grandes contingentes oriundos do interior do estado. Atualmente, no entanto, enfrenta graves problemas de desemprego e YLROrQFLD H JUDQGHV GHĂ€FLrQFLDV QD HGXFDomR H VD~GH ´$ FDSLWDO GR HVWDGR Mi QmR constitui uma possibilidade de mudança de vida para os maranhenses em situação de pobrezaâ€?, enfatiza. Cleonice Correia aponta tambĂŠm o distanciamento entre a capital e os demais PXQLFtSLRV WDQWR QR DVSHFWR JHRJUiĂ€FR TXDQWR VRFLDO HFRQ{PLFR H SROtWLFR FRPR motivo para “a ‘fuga’ dos maranhenses para outros estados com realidades sociais menos gravesâ€?. minação dirigidas a pessoas de outras raças, culturas, crenças e grupos. TambĂŠm pode chegar a ser considerada uma doença, transtorno causado por um medo descontrolado do desconhecido, que se transforma em desequilĂ­brio. O Brasil ĂŠ conhecido por ser um paĂ­s

sem graves demonstraçþes de xenofobia. No HQWDQWR QR VpFXOR ;,; YHULĂ€FRX VH SRU DTXL um fenĂ´meno chamado lusofobia, que resultou de um sentimento nacionalista de alguns polĂ­ticos brasileiros, que tinham como objetivo reduzir a interação de indivĂ­duos portugueses na economia local


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Foto: Acervo pessoal

Contra o preconceito Quem vem de fora encontra aqui um novo lar, mas a luta contra estereĂłtipos ĂŠ necessĂĄria Texto: Flaviana Alves (3Âş perĂ­odo) Edição: Bruno Mendes (5Âş perĂ­odo) Diagramação: Dyessica de Paula (5Âş perĂ­odo) *UDQGHV VmR DV GLĂ€FXOGDGHV GH adaptação, busca por emprego e inserção no meio acadĂŞmico no processo de migração. Com quem vem do MaranhĂŁo QmR p GLIHUHQWH $OpP GH WDLV REVWiFXORV p QHFHVViULR HQIUHQWDU R SUHFRQFHLWR UHJLRQDO 3DUD R VRFLyORJR 1LOGR 9LDQD DV GLIHUHQoDV linguĂ­sticas podem acirrar o preconceito. O radialista Evandro Gomes diz nunca ter VHQWLGR VRIULGR FRP LVVR SRU H ID] TXHVWmR GH manter seu vocabulĂĄrio bem maranhense. “Eu chamo mandioca de macaxeira, eu tapioca de bijuâ€?, declara, orgulhoso de suas raĂ­zes. “Eu nunca vou perder a minha essĂŞncia, esquecer das coisas que na minha LQIkQFLD IRUDP LPSRUWDQWHV SDUD PLPÂľ

>> Radialista Evandro Gomes: jeito de falar do MaranhĂŁo, onde nasceu e cresceu No entanto, hĂĄ goianos como Leopoldo Costa, estudante de Direito e mĂşsico, que temem o choque entre as culturas. “Talvez a cultura de nosso Estado seja comprimida e a cultura de outras partes nĂŁo seja aceita ou bem interpretada por aquiâ€?, diz o jovem. (OH GL] WHU UHFHLR GH TXH WDLV Ă X[RV migratĂłrios gerem outros problemas. “Temo que aumente o desemprego e atĂŠ mesmo haja mais violĂŞncia urbana. A TXDOLĂ€FDomR D PmR GH REUD GHOHV QmR p alta e isso diminui oportunidades.â€? Para o sociĂłlogo RogĂŠrio AraĂşjo, essa preservação cultural, que muitas YH]HV VH PDQLIHVWD FRPR XP PHGR

ENTREVISTA / JOĂƒO BATISTA DE DEUS - GeĂłgrafo

Capital da desigualdade

Foto: Thaynara de Souza

O RelatĂłrio divulgado pelo Programa das Naçþes Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) em 2012 apontou Goiânia como a cidade mais desigual da AmĂŠrica Latina. 'RXWRU HP *HRJUDĂ€D +XPDQD H SURIHVVRU do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de GoiĂĄs (Iesa-UFG), JoĂŁo Batista de Deus explica que este dado ĂŠ resultado da discrepância na distribuição de renda na capital. Qual ĂŠ a importância do estudo feito pela ONU Habitat? Existe uma imagem de que Goiânia nĂŁo ĂŠ uma cidade muito GHVLJXDO SRUTXH QmR WHP IDYHODV H QmR YHPRV PXLWRV SREUHV QDV ruas. HĂĄ um ou outro no sinal no trânsito, mas nĂŁo ĂŠ uma coisa escandalosa se comparada com outras cidades do PaĂ­s. Com isso, WHPRV D LPSUHVVmR GH TXH QmR Ki HVVH SUREOHPD PDV GH IDWR Ki

da “contaminação da cultura goianaâ€? RX XPD ´UHVLVWrQFLD D LQWHUIHUrQFLDV culturaisâ€?, estĂĄ presente em muitas situaçþes. entre os estados do Brasil e tambĂŠm entre as naçþes. “Na Inglaterra hĂĄ o que eles chamam de uma inglesidade, o que seria a preservação de uma cultura inglesa para que nĂŁo tenha LQWHUIHUrQFLD GH RXWURV SDtVHV Âľ RogĂŠrio vĂŞ o processo migratĂłrio como algo positivo. “Enriquece a cultura. Essa mistura resulta em hĂĄbitos que nĂŁo sĂŁo totalmente goianos, mas que tambĂŠm nĂŁo sĂŁo totalmente maranhenses. A SUySULD IRUPDomR GD FXOWXUD QDFLRQDO VH dĂĄ pela mistura e o hibridismoâ€?, lembra.

Texto: Lauriene Moura e Thaynara de Souza Edição: Bruno Mendes Diagramação: Dyessica de Paula

Por que Goiânia concentra esta grande diferença social? É uma cidade de atividade econĂ´mica basicamente prestadora de serviços nĂŁo somente para a população, mas tambĂŠm para boa parte da UHJLmR &HQWUR 1RUWH GR %UDVLO 8PD SHVTXLVD IHLWD SHOR ,%*( HP VREUH 5HJL}HV GH ,QĂ XrQFLDV GDV Cidades (REGIC) aponta Goiânia como uma ĂĄrea de JUDQGH LQĂ XrQFLD (P DOJXPDV iUHDV FRPR D GD VD~GH SRU H[HPSOR WHP XPD LQIUDHVWUXWXUD JUDQGH H RIHUHFH serviços para o Acre, sul do ParĂĄ, sul do MaranhĂŁo e oeste do PiauĂ­. Goiânia tem o papel econĂ´mico de ser “nĂşcleo importanteâ€? com a concentração de vĂĄrios comandos regionais de empresas e uma parcela da população muito rica. O que precisa ser mudado? A distribuição de renda.


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PERFIL/HÉLIO DE OLIVEIRA

Uma vida atrás das lentes Conheça a trajetória do primeiro fotojornalista de Goiás Texto: Paulo Ruan Decaris (3º período) Edição: :ŽƐĠ ĂƌůŽƐ DĂƌƟŶƐ Ğ Thainá Almeida (5º período) Diagramação: Jéssica Dias Gomes (5º período) (com Editoria de Arte)

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élio de Oliveira, hoje com 84 anos, mudou-se com a família para Goiânia em 1935, quando VHX SDL ÀFRX VDEHQGR GD FRQVWUXomR GH XPD FLGDGH TXH VHULD D FDSLWDO GR (VWDGR H FRQVLGHURX TXH HVVD HUD XPD yWLPD RSRUWXQLGDGH SDUD JDQKDU GLQKHLUR (OH HVWXGRX HQWUH RV DQRV GH D QR $WHQHX 'RP %RVFR H WHUPLQRX R FROHJLDO QR &ROpJLR (VWDGXDO GH 8EHUOkQGLD 0* Na época em que morava na cidade miQHLUD +pOLR FRQKHFHX XP UHSyUWHU IRWRJUiÀFR GR 5LR GH -DQHLUR TXH OKH FRQWRX FRPR HUD D YLGD GH XP IRWRMRUQDOLVWD (OH JDUDQWH TXH ÀFRX IDVFLQDGR H ORJR FRPSURX XPD PiTXLQD IRWRJUiÀFD FRPHoDQGR D WLUDU IRWRJUDÀDV GH GHVÀOHV IHVWLQKDV H HVSRUWHV 9ROWRX SDUD *RLkQLD HP FRP R LQWHUHVVH GH HVWXGDU $UTXLWHWXUD SRUpP D 8QLYHUVLGDGH )HGHUDO GH *RLiV 8)* Vy WLQKD RV FXUVRV GH 'LUHLWR )DUPiFLD H 2GRQWRORJLD &RPR QmR WLQKD GLQKHLUR SDUD HVWXGDU HP RXWUR HVWDGR HOH FRQWLQXRX D WLUDU IRWRJUDÀDV GH HYHQWRV HVSRUWLYRV (P TXDQGR VRXEH TXH O Popular LD SDVVDU GH XP MRUQDO ELVVHPDQiULR SDUD GLiULR HOH LPDJLQRX TXH D VRUWH SRGHULD PXGDU ´(X PH DSUHVHQWHL DR &kPDUD )LOKR TXH QDTXHOH WHPSR HUD R GLUHWRU GR MRUQDO (OH DFDERX PH HQWUHJDQGR XPD SDXWD IRWRJUDIDU R LQtFLR GD FRQVWUXomR GD XVLQD GR 5RFKHGR H GLVVH TXH VH R SHVVRDO GR MRUQDO JRVWDVVH GR PHX WUDEDOKR HX HVWDULD FRQWUDWDGRµ UHODWD (OH WUDEDOKRX FRPR UHSyUWHU IRWRJUiÀFR GR MRUQDO O Popular por dez anos e p HQIiWLFR DR UHODWDU DV GLÀFXOGDGHV HQFRQWUDGDV SDUD UHDOL]DU VXDV PLVV}HV GH IRWRMRUQDOLVWD ´)DOWDYDP PiTXLQDV PDWHULDO 2 MRUQDO QmR WLQKD QDGD HX ID]LD R VHUYLoR FRP PHXV PDWHULDLV H HX p TXH WLQKD TXH FRPSUDU WXGRµ

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Trabalhos memoráveis !! &RQVWUXomR GD 8VLQD GH 5RFKHGR !! $EHUWXU GD$YHQLGD $QKDQJXHUD !! $FLGHQWH GH DYLmR TXH PDWRX $QW{QLR %RUJHV 7HL[HLUD ÀOKR GH 3HGUR /XGRYLFR

!! ,QDXJXUDomR GR 7HDWUR *RLkQLD !! ,QDXJXUDomR GR 3DOiFLR GDV (VPHUDOGDV >> 1957 : Cena da chacina da IDPtOLD 0DWHXFFL !! 4XHGD GH 0DXUR %RUJHV

“Tem que ter muita perspicácia, porque tem que saber a hora exata para fazer a foto”.

>> Hélio de Oliveira mostra suas fotos históricas

Hélio de Oliveira


12 ImpressĂľes [fev | 2014]

ARTE

ARTES PLĂ STICAS

As cores das ruas Com intervençþes inspiradas, artistas goianos modificam espaços urbanos e chamam Ă reflexĂŁo Artes Visuais da UFG MĂĄrcio Aguiar, o JUDĂ€WH SRGH OHYDU DR TXHVWLRQDPHQWR “A arte deixa de ser marginalizada quando chama a atenção do leitor, o provoca H R OHYD j UHĂ H[mR Âľ 3DUD R DUWLVWD $QGUp Morbeck, que trabalha na ĂĄrea hĂĄ mais de cinco anos, a arte urbana quebra a rotina das pessoas. â€œĂ‰ diferente de uma obra que arte estĂĄ nas ruas e hĂĄ muitas estĂĄ dentro de uma galeriaâ€?, compara. formas de divulOutro tipo de gĂĄ-la e encontrar manifestação que outros formatos para sua tem se destacado expressĂŁo, individual ou em Goiânia sĂŁo os coletivamente. Um grulambe-lambe, carpo colaborativo, formado tazes ou pĂ´steres por estudantes do curso colados em postes, GH 'HVLJQ *UiĂ€FR GD 8QLparedes, muros, versidade Federal de Goiviadutos ou qualĂĄs (UFG), criou o Coletivo quer superfĂ­cie disFake Fake. Ele tem como ponĂ­vel. Eles sĂŁo objetivo fomentar circuitos uma forma de propara interagir com espaços testo. Entre muitos das artes urbanas, de modo artistas que traa contribuir com o cenĂĄrio balham com essa cultural da cidade. “NĂłs tĂŠcnica, dois deles queremos usufruir da rua, se destacam: Oscar QmR Vy ID]HQGR JUDĂ€WHV H Fortunato e Marcecartazes. A gente quer molo Peralta. Ambos vimentar as pessoas para saem pela cidade e mostrar seus trabalhos >> Íž&ĆŒÄžÄž Ĺ˝Ĺ?Í&#x;Í— Ä‚ĆŒĆšÄž Ä?Žž ĹšƾžŽĆŒ ƋƾĞ divulgam seus trapara quem anda pela ruaâ€?, Ä?ŽŜƚĞĆ?ƚĂ Ä‚ Ĺ?ŜĚơĆ?ĆšĆŒĹ?Ä‚ ĚĂ Ä?Ä‚ĆŒĹśÄž GL] D GHVLJQHU JUiĂ€FD H FR >> Oscar Fortunato em seu ateliĂŞ: fundadora do coletivo, Sophia Pinheiro. Ä‚ĆŒĆ&#x;Ć?ƚĂ ĆŒÄžĆšĆŒÄ‚ĆšÄ‚ Ä‚ ÍžĹ?Ĺ˝Ĺ?Ä‚ĹśĹ?ĚĂĚĞÍ&#x; ƉĞůĂĆ? ĆŒĆľÄ‚Ć? No segundo semestre de 2013, o grupo organizou um evento com o intuito de chamar a atenção para a arte e tambĂŠm para espaços abandonados. O 5Âş Fake Fake Ilustraciones: NA RUA contou com a participação de vĂĄrios artistas de Goiânia e de outros estados, como os integrantes do Coletivo SHN, um grupo de artistas de SĂŁo Paulo. “Viver com arte ĂŠ muito melhor do que viver sem arte. A arte ĂŠ uma janela que o artista cria fora da nossa realidade e que ajuda o ser humano a se colocar no DPELHQWH QD KLVWyULDÂľ DĂ€UPD (GXDUGR 6Dretta, historiador e participante do evento. Nas ruas de Goiânia, ĂŠ possĂ­vel perFHEHU PLOKDUHV GH JUDĂ€WHV HVSDOKDGRV QRV muros e paredes. Segundo o professor de Texto: ÄžĆŒĹśÄ‚ÄšÄžĆšÄž ĚĞ &ĆŒÄžĹ?ƚĂĆ? Äž DÄ‚ĆŒĹ&#x;ĹŻĹ?Ä‚ ŽƾĆŒÄ‚ÄšĹ˝ ͞ϯÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Edição: Carolina Oliveira e DÄ‚ĆŒĹ?ŜĂ ĹľÄ‚ĆŒĹ?ĹśĆ? ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ Diagramação: >ĆľĹ?ÇŒ &ÄžĆŒĹśÄ‚ĹśÄšĹ˝ ZĹ˝ÄšĆŒĹ?Ĺ?ƾĞĆ? ͞ϹÇ‘ Ć‰ÄžĆŒĹ&#x;ŽĚŽͿ

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balhos e ideias por meio de desenhos que chamam bastante a atenção. Fortunato retrata em algumas obras o jeito goiano de ser, a “goianidadeâ€?, e tem um olhar de protesto em outras, como TXDQGR UHWUDWD D IRWRJUDĂ€D GH XP ERL acompa- nhado das palavras “Free Boiâ€?, na qual questiona o comportamento da indĂşstria de “Acredito que carne e os extenho que falar cessos comedas coisas que tidos por ela e seus consumime pertencem.â€? dores. “AcreOscar Fortunato dito que tenho que falar das coisas que me pertencem, das coisas da minha realidade. Todas as obras tĂŞm uma carga polĂ­tica e ideolĂłgica que eu carrego comigoâ€?, explica Fortunato. “Acredite na sinalizaçãoâ€? ĂŠ o nome dado por Marcelo Peralta a uma sĂŠrie de obras em que utiliza sĂ­mbolos religiosos de variados credos desenhados nos mais diversos espaços com o formato de placas. Elas sĂŁo coladas em pontos estratĂŠgicos da cidade, onde hĂĄ trânsito intenso, FRP R SURSyVLWR GH JHUDU UHĂ H[mR VREUH o comportamento das pessoas. “Busco chamar a atenção atravĂŠs da religiĂŁo, trazendo essa ideia de 10 mandamentos, do caminho certo a ser seguido. A ideia veio de uma placa que vi na estrada perto da Cidade de GoiĂĄs que pedia para as pessoas acreditarem na sinalizaomRÂľ DĂ€UPD 2 DUWLVWD GHIHQGH D LGHLD GH que a arte de rua ĂŠ importante, pois carrega consigo a convicção de que qualquer pessoa pode fazer uma intervenção. ua ĂŠ importante, pois carrega consigo a coĂŞn &ŽƚŽĆ?Í— &ÄžĆŒĹśÄ‚ĹśÄšÄ‚ DĹ˝ĆŒÄ‚ÄžĆ? Äž Ä‚ WÄ‚ƾůÄ‚ ĆŒĹ?Ć?Ć&#x;ŜLJ WÄžĆŒÄžĹ?ĆŒÄ‚


[fev | 2014] ImpressĂľes

CULTURA

A variedade musical de Goiânia Do samba ao rock, do rap ao gospel. A capital do sertanejo då espaço a outros estilos Texto: Jamylle Viana (3º período) Edição: Emillyane Silva e Bianca Carvalho (5º período) Diagramação: Luna Flåvia Costa (5º período)

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Foto: Divulgaçã

$PDUHOD RXWUD PDUDWRQD GH VKRZV GH URFN FRPR R terceiro mais promissor do ranking nacional no segmento. “Hoje temos bandas reconhecidas internacionalmente. O rock goiano cultura goiana ĂŠ estĂĄ bem posicionado e muito conhecida GLUHFLRQDGRÂľ DOHJD R EDLnacionalmente pelo gĂŞnero xista da banda %ODFN 'UDZLQJ &KDONV 'HQLV sertanejo. GoiĂĄs ĂŠ considerado pelos crĂ­ticos de Castro. A banda jĂĄ tocou nos Estados Unimusicais como o “celeiroâ€? do estilo. Com GRV $UJHQWLQD &RO{PELD &DQDGi H ,QJODHVVD IRUWH LQĂ XrQFLD JUDQGHV QRPHV GHVVH WHUUD DOpP GH JUDQGHV IHVWLYDLV EUDVLOHLURV segmento iniciaram carreiras de sucesso na FRPR R 6:8 H /ROODSDORR]D 2 VLQJOH My FLGDGH FRPR =H]p GL &DPDUJR /XFLDQR Favorite Way foi considerado a melhor mĂşsi/HDQGUR /HRQDUGR %UXQR 0DUURQH FD GH VHJXQGR D UHYLVWD Rolling Stone. apenas para citar alguns exemplos. Outro grupo que foi recoO rĂłtulo de capital do serQKHFLGR SHOD UHYLVWD p D EDQWDQHMR SRUpP YHP VHQGR “O rock goiano GD &DPEULDQD YROWDGD questionado por adeptos para o gĂŞnero indie e rock estĂĄ bem de outros tipos de som. A psicodĂŠlico. Seu ĂĄlbum cidade estĂĄ se transforposicionado e GH HVWUHLD House of Tolemando em uma metrĂłpole rance WHYH PLOKDUHV GH direcionado.â€? FXOWXUDO FRP XPD SURJUDdownloads na internet. O PDomR ULFD H GLYHUVLĂ€FDGD EDL[LVWD GD EDQGD 3HGUR Denis de Castro, WDPEpP QD P~VLFD VHQGR )DOFmR DFUHGLWD TXH R LQGLH baixista SDOFR GH JUDQGHV HYHQWRV FRP YHP VHQGR DFHLWR SHORV JRLDDSUHVHQWDo}HV GH YiULRV HVWLORV H nos. “O cenĂĄrio na capital nĂŁo para diferentes pĂşblicos. tinha banda com esse tipo de rock. Com o 0Xitos reclamam que em Goiânia nĂŁo WHPSR D FHQD FRPHoRX D VH GHVHQYROYHU Ki HVSDoR SDUD R S~EOLFR ´QmR VHUWDQHMRÂľ HP YROWD GH EDQGDV FRP XP VRP PDLV SHPDV D FDSLWDO YLYH XP ERP PRPHQWR QR VDGR SRUpP R S~EOLFR VHPSUH IRL UHFHSWLYR que se refere ao rock. HĂĄ cerca de 100 banFRP D JHQWHÂľ UHVVDOWD R P~VLFR das do gĂŞnero na cidade e elas dispĂľem de lugares para tocar periodicamente. Foto: Danila Rezende e Regina Himenes Existem estĂşdios >> Sambistas do HerĂłis de Botequim GH JUDYDomR H HQVDLR DOpP GH IHVWLYDLV TXH D cada ano atraem mais S~EOLFR (VWHV HYHQWRV tĂŞm ganhado grande repercussĂŁo. A imprensa nacional jĂĄ citou o %DQDQDGD H R *RLkQLD Noise como dois dos FLQFR PDLV LQĂ XHQWHV IHVWLYDLV GR 3DtV $OpP GLVVR D FUtWLFD HVSHFLDOL]DGD Mi DWHVWRX R 9DFD

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Goiânia e seus novos ritmos Na luta de outros gĂŞneros para se consolidarem na capital GD P~VLFD VHUWDQDMHD R UDS WDPEpP YHP FUHVFHQGR ´$TXL HP Goiânia ele estĂĄ consolidado. HĂĄ FHUFD GH FLQFR DQRV D FLGDGH YHP sendo umas das capitais mais IRUWHV QR FHQiULR EUDVLOHLURÂľ FRQWD R UDSHU GR JUXSR )DURHVWH /pR 0DF 2 JUXSR IRL VHOHFLRQDGR SDUD R )HVWLYDO 5HYLYD 5DS UHDOL]DGR HP 6mR 3DXOR )LFDUDP QD terceira posição entre 140 particiSDQWHV GH WRGR R 3DtV JĂĄ o samba tem como um dos representantes o grupo HerĂłis de %RWHTXLP +i FLQFR DQRV VHXV LQWHJUDQWHV YrP GDQGR XP WHPSHro a mais no cenĂĄrio musical de Goiânia. Os sambistas conquistaram os residentes da capital. “O nosso pĂşblico ĂŠ misto. As pessoas TXH DQWHV HVWDYDP QD EDODGD VHUWDQHMD KRMH FXUWHP QRVVR VRPÂľ ressalta o mĂşsico Guilherme NoOHWR 2 JUXSR IH] DSUHVHQWDo}HV QR 5LR GH -DQHLUR H HP IRL FRQYLGDGR SHOR 0LQLVWpULR GR Esporte para se apresentar na (PEDL[DGD GR %UDVLO HP /RQGUHV durante as OlimpĂ­adas. AtĂŠ os sertanejos admitem a YDULHGDGH PXVLFDO HP *RLkQLD “Nossa capital ĂŠ uma cidade de PXOWLSOXUDOLGDGH FRPR TXDOTXHU outra. HĂĄ pĂşblico para todos os JrQHURV FRPR P~VLFD HOHWU{QLFD FOiVVLFD URFN $ FLGDGH FUHVFHX H WHP HVSDoR SDUD WRGRVÂľ DĂ€UPD o cantor e compositor sertanejo Hugo Santos.

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14 ImpressĂľes [fev | 2014]

CINEMA

>> Cine Cultura: uma opção para o Ä?Ĺ?ŜĞžĂ Ä‚ĹŻĆšÄžĆŒĹśÄ‚Ć&#x;ǀŽ Ğž 'Ĺ˝Ĺ?ĆŜĹ?Ă͘

Luz, câmera, ação! Um olhar sobre o circuito do cinema alternativo da capital Texto: AndrÊ Luiz Cardoso e Simone Freitas Faria (3º período) Edição: Bianca Carvalho (5º período) Diagramação: Rafael Freitas (5º período) (com Editoria de Arte)

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criação dos irmĂŁos Lumierè serve bem a capital goiana desde 1936, quando jĂĄ funcionava o hoje extinto Cine Teatro Campinas, no tradicional bairro de mesmo nome. Ele foi seguido por vĂĄrios outros, como o Cine Popular, Helena, Eldorado, Capri, Astor, Ritz. Hoje, shoppings e centros culturais trazem uma grande variedade de opçþes para os amantes da 7ÂŞ Arte, que viram as salas migrarem do Centro para esses locais que oferecem mais conforto e comodidade. Mas ainda hĂĄ herĂłis da resistĂŞncia. Um deles ĂŠ o Cine Cultura, no Centro Cultural Marieta Telles Machado, em plena Praça CĂ­vica, uma referĂŞncia para RV FLQpĂ€ORV GHVGH (OH p XP GRV SLRneiros no cinema ‘’alternativo’’, exibinGR Ă€OPHV TXH JHUDOPHQWH HVWmR IRUD GR circuito convencional. De acordo com o assessor de comunicação do local, LuĂ­s Fernando Sousa, as pelĂ­culas exibidas nĂŁo chegam Ă esfera comercial, mesmo que algumas tenham grande repercusVmR 2 ORFDO WHP S~EOLFR Ă€HO ´$V SHVVRDV

gostam de frequentar esse cinema porque aqui hĂĄ uma programação que elas raramente encontra no shopping.â€? Frequentadora do Cine Cultura, Helena Tavares, 23 anos, levou seu colega do curso de Psicologia, GervĂĄsio AraĂşjo, para assistir Ă Mostra Nacional de Filmes com Audiodescrição (conteĂşdo especial para SRUWDGRUHV GH GHĂ€FLrQFLD YLVXDO HP FDUtaz no espaço. Helena relata que o conteĂşdo trazido pelo Cine Cultura ĂŠ Ăşnico e que nĂŁo o trocaria por outra coisa. GervĂĄsio disse que era a primeira vez que ia ao local. ´$ SURJUDPDomR GDTXL p EHP GLIHUHQWH GR shopping, ĂŠ alternativaâ€?, avaliou. Outro destes cinemas da cidade ĂŠ o Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, localizado na Rua 3, Centro. O diretor do espaço, AntĂ´nio DaMata, conta que trabalha com um cinema diferente, jĂĄ que nĂŁo paga pelos direitos autorais de exibiomR GRV Ă€OPHV 7RGRV VmR FHGLGRV ´1mR criamos esta forma de exibição, mas o mundo a instituiu, que ĂŠ o cinema de arteâ€?, comenta. Segundo DaMata, o Cine Ouro (que manteve o nome da sala de projeção TXH H[LVWH DOL Ki PXLWDV GpFDGDV WHP SUHço acessĂ­vel a toda comunidade, a R$ 2,00. Ele ressalta ainda que o cinema trabalha FRP PRVWUDV GH Ă€OPHV GH WRGR R PXQGR apoiando primeiramente o cinema goiano. Frequentador do Cine Ouro, o empresĂĄrio Douglas Salviano, de 26 anos, se GL] Ă€HO DR FLQHPD GHYLGR j SURJUDPDomR diversa. Em Goiânia tambĂŠm existem cinemas mantidos por doaçþes de organizaçþes nĂŁo governamentais. Um deles ĂŠ o do Centro Cultural Eldorado dos CarajĂĄs, na $YHQLGD 6HWRU 6XO >> O Centro de Cutura Goiânia Ouro exibe ĎůžĞĆ? Ä?Žž ÄšĹ?ĆŒÄžĹ?ƚŽĆ? Ä‚ĆľĆšĹ˝ĆŒÄ‚Ĺ?Ć? Ä?ĞĚĹ?ĚŽĆ?

Goiânia terĂĄ cinema 4D Inaugurado em 30 de março de 2006 e construĂ­do pelo Governo do Estado, o Centro Cultural Oscar Niemeyer, espaço cultural com teatro, museu e biblioteca, espera desde entĂŁo que os cinemas projetados para o complexo, de fato, abram as portas. Isso parece estar mais SUy[LPR GH HQĂ€P RFRUUHU (P GXDV VDODV GH FLQHPD QR IRUPDWR ' com capacidade para 250 lugares cada, devem começar a funcionar, soadministração da rede de cinemas Lumière. De acordo com o gestor do Centro Cultural, 1DVU &KDXO R FLQHPD GHYH H[LELU Ă€OPHV ´&XOWÂľ PRVWUDV SURGXo}HV SRSXODUHV e independentes, alternativos e undergrounds. Segundo Chaul, a Secretaria da Casa Civil deve abrir um edital para licitar a abertura de um bar no ambiente. 6LVWHPD TXH FRPELQD HIHLWRV GH profundidade, 3D e implicaçþes fĂ­sicas em VLQFURQLD FRP R Ă€OPH 1RV HIHLWRV ' HVWmR incluem-se simulaçþes de chuva, vento, luzes e vibração dos assentos, atravĂŠs do uso de sprays de ĂĄgua e jatos de ar. Fotos: Divulgação

>> Centro Cultural Oscar Niemeyer: cinema de alta tecnologia

>> Ĺ?ŜĞ ZĹ?ĆšÇŒÍ— ơůĆ&#x;žŽ Ä?Ĺ?ŜĞžĂ ĚĞ ĆŒĆľÄ‚ do Centro de Goiânia


[fev | 2014] Impressรตes

panorรขmica

Exposiรงรตes no MAC

ENTREVISTA/CHRISTIE QUEIROZ - Cartunista

Christie e seu Cabeรงa Oca Entrevista: Isabela Dezem (3ยบ perรญodo) Ediรงรฃo: Ana Amรฉlia Ribeiro e Luiz Fernando Lemes (5ยบ perรญodo) Diagramaรงรฃo: Lucas Pacheco (5ยบ perรญodo)

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RUPDGR HP GHVLJQ JUiร FR R FDUWXQLVWD &KULVWLH 4XHLUR] WHP DQRV GH FDUUHLUD $RV DQRV FRPHoRX D SXEOLFDU WLUDV GR &DEHoD 2FD QR MRUQDO O Popular Jornal do Tocantins e Jornal de Brasรญlia (P FULRX D SHUVRQDJHP 0DULDQD LQVSLUDGD HP VXD ร OKD &KULVWLH WHP REUDV SXEOLFDGDV Mi UHFHEHX PHQomR KRQURVD HP 1RYD <RUN GD 6RFLHW\ 1HZV IRU 'HVLJQ H JDQKRX R SUrPLR GH 0HOKRU OLYUR LQIDQWLO HP $ELJUDI *2 FRP Um Super Dentro de Mim

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Alรฉm da Mariana, sua filha, vocรช se inspirou em algo ou alguรฉm para criar suas personagens? 6LP R &DEHoD 2FD HX PH LQVSLUHL HP PLP PHVPR TXDQGR WLQKD FLQFR DQRV $ 0DULDQD H R %LHO VmR PHXV ร OKRV Vocรช encontrou alguma dificuldade durante o processo de criaรงรฃo das personagens? &ULDU XP SHUVRQDJHP p PXLWR SUD]HURVR $GRUR TXDQGR LVVR DFRQWHFH ยญV YH]HV HQFRQWUDU R SRQWR FHUWR GD SHUVRQDJHP SRGH OHYDU PDLV WHPSR Apรณs a criaรงรฃo das personagens, como vocรช imaginava que seria o reconhecimento do seu trabalho? 1XQFD FULR XPD SHUVRQDJHP SHQVDQGR QLVVR DWp PHVPR RV OLYURV 6HPSUH Divulgaรงรฃo

(VWmR HP FDUWD] QR 0XVHX GH $UWH &RQWHPSRUkQHD GH *RLiV DV H[SRVLo}HV A Imagem Adquirida e A Arte de Ana Maria Pacheco no Acervo MAC e Memรณria Roubada D PDLV UHFHQWH DTXLVLomR GR (VWDGR SDUD R DFHUYR GR 0XVHX $QD 0DULD SRVVXL P~OWLSOD IRUPDomR QRV FDPSRV GD DUWH P~VLFD H HGXFDomR 2 0XVHX WDPEpP WHP FRPR DWUDomR D PRVWUD LWLQHUDQWH Mรบltipla Leminski TXH DERUGD D REUD GR DUWLVWD OHWULVWD H FRPSRVLWRU 3DXOR /HPLQVNL 2 0$& ORFDOL]D VH QR &HQWUR &XOWXUDO 2VFDU 1LHPH\HU QD VDtGD SDUD %HOD 9LVWD GH *RLiV QD *2 2 PXVHX ร FD DEHUWR GH WHUoD D GRPLQJR GDV K jV K DWp HQWUDGD IUDQFD $JHQGDPHQWR SDUD YLVLWDV JXLDGDV SHORV WHOHIRQHV HQFDUR FRPR XPD GLYHUVmR SDUD PLP H SDUD TXHP JRVWD GR TXH IDoR -i RXYL WDQWD FRLVD TXH SRGH PH MRJDU SDUD FLPD H SDUD EDL[R PDV QmR GRX PXLWD EROD 'HVFREUL TXH PXLWD JHQWH JRVWD GR TXH IDoR VHP QLQJXpP GL]HU DSHQDV QR UHWRUQR SRU FDUWDV H PDLO HP XP HYHQWR RX SHVVRDOPHQWH Vocรช acredita que seu trabalho รฉ valorizado da forma que deveria ou ainda falta muito para chegar aonde quer? )DOWD GHPDLV 2 UHWRUQR ร QDQFHLUR DLQGD p SHTXHQR 3DUD GHVODQFKDU SUHFLVR GH XPD JUDQGH HTXLSH H R FXVWR GLVVR p DOWR 3DUD GHVHQYROYHU WRGRV RV PHXV SURMHWRV SUHFLVR GH PXLWR PDLV GR TXH YRFr SRVVD LPDJLQDU 6RQKR DOWR WDOYH] SRU LVVR WHQKD FRQTXLVWDGR WDQWD FRLVD 0DV DLQGD QmR HVWRX VDWLVIHLWR WHQKR PXLWR DLQGD D WULOKDU Existe algum projeto em andamento, ou personagem que vocรช ainda queira publicar? /DQFHL HP QRYHPEUR DTXL HP *RLkQLD R OLYUR Cabeรงa Oca: O Tesouro Escondido 7HQKR RXWUR OLYUR TXH Vy IDOWD FRORULU TXH p Cabeรงa Oca e os Elfos de Terra Ronca TXH GHYR ODQoDU DJRUD QR SULPHLUR VHPHVWUH GH &RPR GLVVH QmR SDUR QXQFD 7HQKR RXWURV SURMHWRV HP PHQWH p Vy DJXDUGDU


16 [fev | 2014] Impressões ENSAIO

A vida doce, o relógio e os botões

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. Foto: Paulo Ruam Moura

vida é uma estrada que perpassa pela força e emite seus sigQLÀFDGRV 2 UHOyJLR DTXHOH TXH PHGH R WHPSR DMXVWD GLDULDPHQWH RV PLOpVLPRV VHJXQGRV GHVVH GHVWLQR 7XGR FRPHoD SHOD IRUoD 3RUTXH p QR HVIRUoR braçal e no suor do rosto que o homem VH FRQVWUyL VH SODQHMD QR WHPSR H ID] GR VHX WUDEDOKR D VXD SURVSHULGDGH 2 ODGR ERP QR DSDUHFHU GH RSRUWXQLGDGHV p TXH R KRPHP YDL SUHJDQGR VHXV ERW}HV VXDV PDUFDV H VHXV PpULWRV QD HVWUDGD GD YLGD $ FDGD SRQWR GH SDUWLGD VmR RV ERW}HV TXH GmR IHOLFLGDGH SRUTXH p QD IRUoD GR WUDEDOKR H QD FRQTXLVWD TXH HOH HQ[HUJD D UHFRPSHQVD 2V ERW}HV VmR UHJLVWURV IDWRV

Texto: Rafael Freitas (5º período) Edição: Rogério Borges Diagramação: Bruno Mendes (5º período)

FRQTXLVWDV SUrPLRV TXH D YLGD SURSRUFLRQD D TXHP PXLWR WUDEDOKD KRQHVWDPHQWH (QÀP D YLGD p XP WHFLGR TXH SUHFLVD GH OLQKDV FRVWXUDGDV 2 KRPHP DR VH PRGLÀFDU QR WHPSR WUDQVIRUPD WDPEpP VXD IRUPD H KLVWyULD PXGDQGR UHDOLGDGHV H D YLGD HP VRFLHGDGH )D] SDUWH GD IRUoD GR trabalho e do esforço mental dar sentido à YLGD H FRORFDU QRYDV FRVWXUDV (VVH p R ODGR GRFH GD YLGD SRGHU YLYHU QXP WHPSR TXH Vy R UHOyJLR FRQWUROD TXDQGR R WUDEDOKR p H[HUFtFLR GH UHFRPSHQVD TXH SURSRUFLRQD ERW}HV SUD]HU UHDOL]DomR H IHOLFLGDGH ´FRORULGDµ ( R UHVXOWDGR p VHPSUH GRFH GRFH GRFH LJXDO D DOJRGmR GRFH

Foto: Géssica Veloso Foto: Marluce

Corrêa

Foto: Joice de Oliveira

Foto: João Neto de Sousa


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