eBook: Pedagogia

Page 1



e.BOOK: QUESTĂ•ES DO ENADE COMENTADAS

Curso: Pedagogia

Organizador(es): Romilson Martins Siqueira Eliane Silva Marcilene Pelegrine Gomes Maria da Luz Santos Ramos


SUMÁRIO QUESTÃO Nº 1 Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU QUESTÃO Nº 2 Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF QUESTÃO Nº 3 Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF QUESTÃO Nº 4 Autor(a): Professor Alexandre Nardini- EDU QUESTÃO Nº 5 Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS QUESTÃO Nº 6 Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes – EDU QUESTÃO Nº 7 Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS QUESTÃO Nº 8 Autor(a): Professor: Nelson Carneiro Júnior - EDU QUESTÃO Nº 9 Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU QUESTÃO Nº 10 Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU QUESTÃO Nº 11 Autor(a): Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU QUESTÃO Nº 12 Autor(a): Professora Rosane Cândida de Almeida - EDU QUESTÃO Nº 13 Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU QUESTÃO Nº 14 Autor(a): Professora Ana Beatriz Machado de Freitas - EDU QUESTÃO Nº 15 Autor(a): Professora Pollyanna Rosa Ribeiro- EDU QUESTÃO Nº 16 Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU QUESTÃO Nº 17


Autor(a): Professora Daniela Rodrigues de Sousa – EDU QUESTÃO Nº 18 Autor(a): Professora Suelena de Moraes Aguiar – EDU QUESTÃO Nº 19 Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU QUESTÃO Nº 20 Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU QUESTÃO Nº 21 Autor(a): Professora Sylvana de Oliveira Bernardi Noleto- EDU QUESTÃO Nº 22 Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU QUESTÃO Nº 23 Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU QUESTÃO Nº 24 Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF QUESTÃO Nº 25 Autor(a): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU / Professora Suelena de Moraes Aguiar - EDU QUESTÃO Nº 26 Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

QUESTÃO Nº 27 Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU QUESTÃO Nº 28 Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU QUESTÃO Nº 29 Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU QUESTÃO Nº 30 Autor(a): ): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU QUESTÃO Nº 31 Autor(a): Professora Adriane Camilo Costa - EDU QUESTÃO Nº 32 Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU QUESTÃO Nº 33 Autor(a): ): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU QUESTÃO Nº 34 Autor(a): Professor Rafael Borges - EDU


QUESTÃO Nº 35 Autor(a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU QUESTÃO DISCURSIVA 1 Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC QUESTÃO DISCURSIVA 2 Autor(a): Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU QUESTÃO DISCURSIVA 3 Autor(a): Professor Alexandre Nardini - EDU / Professor Rafael Borges - EDU QUESTÃO DISCURSIVA 4 Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC QUESTÃO DISCURSIVA 4 Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE/MEC


QUESTÃO Nº 1

Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos Para que a sua espinha fosse tão direita E ela usasse a cabeça tão erguida Com uma tão simples claridade sobre a testa Foram necessárias sucessivas gerações de escravos De corpo dobrado e grossas mãos pacientes Servindo sucessivas gerações de príncipes Ainda um pouco toscos e grosseiros Ávidos cruéis e fraudulentos Foi um imenso desperdiçar de gente Para que ela fosse aquela perfeição Solitária exilada sem destino ANDRESEN, S. M. B. Dual. Lisboa: Caminho, 2004. p. 73.

No poema, a autora sugere que A) os príncipes e as princesas são naturalmente belos. B) os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa. C) a beleza da princesa é desperdiçada pela miscigenação racial. D) o trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. E) o exílio e a solidão são os responsáveis pela manutenção do corpo esbelto da princesa.

Gabarito: D

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Interpretação de texto literário - poesia


Autor(a): Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário: A autora sugere que situação de privilégio econômico e social dos princípios e, por conseguinte da “princesa desconhecida”, estava diretamente vinculada à exploração do trabalho humano por meio da escravidão. O foco do texto é, portanto, problematizar a dimensão e a contradição social e econômica do trabalho compulsório (forçado) do escravo, apresentado, apenas, como pano de fundo a alegoria da beleza solitária da princesa. Dessa forma, está correto apenas o que se afirma na alternativa D, as demais alternativas apresentam afirmações/interpretações descontextualizada do foco central apresentado pelo texto poético.

Referências: CÂNDIDO, Antônio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003. ______. Literatura e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1985.

QUESTÃO Nº 2 Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea. Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e aplicação do conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais. Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmações a seguir. I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas escolherem o público alvo de possíveis ações de inclusão digital. II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e econômica. III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados nas relações entre os indivíduos e, aqueles, na relação entre o indivíduo e o conhecimento. IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) II e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, III e IV.


Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Políticas públicas e inclusão digital

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário: No Brasil, país em que há grandes desigualdades sócio-cultural-econômicas, torna-se de fundamental importância identificar as regiões para as quais as políticas públicas devem ser direcionadas. Desse modo, mapear a exclusão digital e identificar o público alvo das políticas públicas, proporcionará o acesso as TICs à parcela da população que teve esse direito negado em decorrência da exclusão social e econômica. O acesso a este conhecimento possibilita também a inclusão social com a possibilidade de maior mobilidade social e econômica, pois o sujeito terá maiores oportunidades no mundo social e, consequentemente, no mundo do trabalho. Assim, as afirmativas corretas são a I e II (com o Gabarito A). A afirmativa III e IV estão incorretas. A afirmativa III porque a inclusão digital, que tem como objetivo a inclusão social, constitui-se em um dos direitos sociais do cidadão. E, a afirmativa IV, porque, embora possa ocorrer uma deficiência entre as tecnologias existentes em países desenvolvidos para com as estão em uso no Brasil, este aspecto não se configura em um impedimento para o acesso à esses recursos no país

Referências: MATTOS, Fernando Augusto Mansor de; CHAGAS, Gleison José do Nascimento. Desafios para a inclusão digital no Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação. Belo Horizonte, v. 13, n.1, jan./abr. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?Script=sci_arttext &pid=S1413-99362008000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 de junho de 2014.

QUESTÃO Nº 3 A cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto progressista dos filósofos do século XVII. De fato, ela valoriza a participação das pessoas em comunidades de debate e argumentação. Na linha reta das morais da igualdade, ela incentiva uma forma de reciprocidade essencial nas relações humanas. Desenvolveu-se a partir de uma prática assídua de trocas de informações e conhecimentos, coisa que os filósofos do Iluminismo viam como principal motor do progresso. (...) A cibercultura não seria pós-moderna, mas estaria inserida perfeitamente na continuidade dos ideais revolucionários e republicanos de liberdade, igualdade e fraternidade. A diferença é apenas que, na cibercultura, esses “valores” se encarnam em dispositivos técnicos concretos. Na era das mídias eletrônicas, a igualdade se concretiza na possibilidade de cada um transmitir a todos; a liberdade toma forma nos softwares de codificação e no acesso a múltiplas comunidades virtuais, atravessando fronteiras, enquanto a fraternidade, finalmente, se traduz em interconexão mundial. LEVY, P. Revolução virtual. Folha de S. Paulo. Caderno Mais, 16 ago. 1998, p.3 (adaptado).


O desenvolvimento de redes de relacionamento por meio de computadores e a expansão da Internet abriram novas perspectivas para a cultura, a comunicação e a educação. De acordo com as ideias do texto acima, a cibercultura A) representa uma modalidade de cultura pós-moderna de liberdade de comunicação e ação. B) constituiu negação dos valores progressistas defendidos pelos filósofos do Iluminismo. C) banalizou a ciência ao disseminar o conhecimento nas redes sociais. D) valorizou o isolamento dos indivíduos pela produção de softwares de codificação. E) incorpora valores do Iluminismo ao favorecer o compartilhamento de informações e conhecimentos.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: A tecnologia e os valores do Iluminismo

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário: A questão afirma que a cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto progressista dos filósofos iluministas (Século XVII) por valorizar a participação das pessoas em comunidades de debate e argumentação, incentivando a reciprocidade nas relações pessoais. Relaciona os ideais revolucionários e republicanos de liberdade e igualdade com algumas características da cibercultura definida por Lèvy como “um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço" (2009, p. 17). O ideal de liberdade relacionado às possiblidades da prática assídua de trocas de informações e conhecimento existentes na cibercultura. Já o ideal de igualdade referenciado a partir das possibilidades de trocas entre diferentes sujeitos, permitindo a transmissão e o compartilhamento da informação para todos. A partir dessa perspectiva, a alternativa de resposta correta é a da letra E, porque menciona que a cibercultura incorpora os valores do iluminismo relativos à liberdade e igualdade quando possibilita que cada sujeito possa transmitir a todos os outros informações e conhecimento. As alternativas A, B, C e D estão incorretas, pois, de acordo com o enunciado da questão a cibercultura não seria pós-moderna, constitui-se de valores progressistas defendidos pelos filósofos iluministas e permite a transmissão de informações e a comunicação entre os diferentes sujeitos, oportunizando o debate e a argumentação.

Referências: LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 2009.


QUESTÃO Nº 4 Com o advento da República, a discussão sobre a questão educacional torna-se pauta significativa nas esferas dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto no âmbito Federal quanto no Estadual. Já na Primeira República, a expansão da demanda social se propaga com o movimento da escolanovista; no período getulista, encontram-se as reformas de Francisco Campos e Gustavo Capanema; no momento de crítica e balanço do pós-1964, ocorre a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1961. É somente com a Constituição de 1988, no entanto, que os brasileiros têm assegurada a educação de forma universal, como um direito de todos, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa no que se refere a sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O artigo 208 do texto constitucional prevê como dever do Estado a oferta da educação tanto as crianças como àqueles que não tiveram acesso ao ensino em idade própria à escolarização cabida. Nesse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. A relação entre educação e cidadania se estabelece na busca da universalização da educação como uma das condições necessárias para a consolidação da democracia no Brasil. PORQUE Por meio da atuação de seus representantes no Poderes Executivos e Legislativo, no decorrer do século XX, passou a ser garantido no Brasil o direito de acesso à educação, inclusive aos jovens e adultos que já estavam fora da idade escolar. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira é uma proposição verdadeira, e segunda, falsa. D) A primeira é uma proposição fala, e a segunda, verdadeira. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: Fácil

Conteúdo avaliado: Evolução do pensamento pedagógico brasileiro durante o Período Republicano (século XX) e a construção da concepção da educação como instrumento de cidadania.

Autor(a): Professor: Alexandre Nardini - EDU

Comentário: A questão faz referência de forma generalizada sobre a evolução institucional da educação durante o período republicano brasileiro relativo ao processo legislativo no âmbito educacional citando o movimento escolanovista da Primeira República, as reformas de Francisco Campos no período getulista, a LDB de 1961 e a Constituição de 1988. Estabelece uma relação desta evolução com a construção dos pressupostos conceituais que aproximam a educação e a


cidadania e sua relação na busca de uma universalização da educação como instrumento necessário ao exercício da cidadania em uma perspectiva democrática. As proposições citadas se completam, uma vez que demonstram o processo de evolução do pensamento pedagógico, do advento da República até a Constituição atual, relacionando-o aos avanços da educação na perspectiva da inclusão como instrumento de cidadania. Nesse aspecto, Constituição de 1988, de forma inédita, estabelece o direito do voto aos analfabetos. Portanto, a alternativa A desta questão, contempla a ideia da segunda proposição justificar a primeira, pois estabelece um processo continuo de aproximação da educação e a cidadania ao longo da história. As demais alternativas não relacionam as proposições de forma coerente colocando uma em oposição a outra podendo identificar. A alternativa A faz uma articulação entre as proposições citadas no enunciado. O conhecimento básico exigido nesta questão é a ideia da relação entre a conjuntura histórica e a evolução do pensamento educacional brasileiro ao longo do tempo.

Referências: RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira. Campinas- SP: Autores Associados , 2010. ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis- RJ: Vozes, 1978.

QUESTÃO Nº 05

Desmatamento na Amazônia Legal. Disponível em: <www.imazon.org.br/mapas/desmatamento-mensal-2011>. Acesso em: 20 ago. 2011.

O ritmo de desmatamento na Amazônia Legal diminuiu no mês de junho de 2011, segundo levantamento feito pela organização ambiental brasileira Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). O relatório elaborado pela ONG, a partir de imagens de satélite,


apontou desmatamento de 99 km² no bioma em junho de 2011, uma redução de 42% no comparativo com junho de 2010. No acumulado entre agosto de 2010 e junho de 2011, o desmatamento foi de 1 534 km², aumento de 15% em relação a agosto de 2009 e junho de 2010. O estado de Mato Grosso foi responsável por derrubar 38% desse total e é líder no ranking do desmatamento, seguido do Pará (25%) e de Rondônia (21%). Disponível em: <http://www.imazon.org.br/imprensa/imazon-na-midia>. Acesso em: 20 ago. 2011(com adaptações).

De acordo com as informações do mapa e do texto, A) foram desmatados 1 534 km² na Amazônia Legal nos últimos dois anos. B) não houve aumento do desmatamento no último ano na Amazônia Legal. C) três estados brasileiros responderam por 84% do desmatamento na Amazônia Legal entre agosto de 2010 e junho de 2011. D) o estado do Amapá apresenta alta taxa de desmatamento em comparação aos demais estados da Amazônia Legal. E) o desmatamento na Amazônia Legal, em junho de 2010, foi de 140 km2, comparando-se o índice de junho de 2011ao índice de junho de 2010.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado:

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS Comentário: Desde a década de 1960, a implantação de grandes projetos minerais e agropecuários e a ocupação humana desordenada constituem fatores de degradação florestal. Principalmente a partir da década de 1970, o avanço da fronteira agropecuária se deu em direção às regiões de Cerrado do Centro-Oeste e áreas do sul do domínio da Amazônia. As principais causas desse processo exterminador são o agronegócio, a especulação fundiária e a exploração de madeira de forma irracional. A pecuária bovina é a atividade mais fortemente correlacionada com desmatamento para os municípios da Amazônia. O crescimento da pecuária bovina na Amazônia brasileira tem sido, nos últimos anos analisados, sempre bem maior que no resto do Brasil. Apesar de o efetivo bovino das outras regiões do Brasil ainda ser maior, a pecuária tem se expandindo mais fortemente nos Estados da Amazônia Legal brasileira. A pecuária bovina é a forma de uso do solo mais importante em todos Estados da Amazônia. É uma atividade que, em geral, tem apresentado crescimento em todos os Estados. E essa expansão da pecuária só tende a aumentar, já que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo. A agricultura em grande escala é outra atividade econômica fortemente responsável pelo desmatamento destas áreas. O aumento significativo da expansão do plantio da soja, sobretudo para exportação tem contribuído muito com processo de desmatamento nestas regiões, principalmente no Mato Grosso. O Brasil hoje fornece cerca de 34% das exportações mundiais de soja, das quais boa parte se destina à produção de ração animal. Isso está fortemente relacionado ao fato de que a disponibilidade de áreas agricultáveis para culturas de larga escala implica, provavelmente, a realocação de atividades já existentes, como pastagens e outros


cultivos temporários ou permanentes. A despeito da legislação ambiental, pode-se obter lucros adicionais também com a extração da madeira, o que impulsiona a expansão agrícola para as áreas florestadas, em vez de direcioná-la para terras marginais, contribuindo mais ainda com o desmatamento.

Referências: Terra, Lygia. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2011. Vesentini, José Wililiam. Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2009.

QUESTÃO Nº 6

A educação é o Xis da questão

Disponível em: <http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em: 24 ago. 2011.

A expressão “o Xis da questão” usada no título do infográfico diz respeito A) à quantidade de anos de estudos necessários para garantir um emprego estável com salário digno. B) às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos. C) à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido na vida profissional dos indivíduos. D) aos questionamentos que são feitos acerca da quantidade mínima de anos de estudo que os indivíduos precisam para ter boa educação. E) à redução da taxa de desemprego em razão da política

Gabarito: B


Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Interpretação de informação em diferentes gêneros textuais - infográfico

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário: O infográfico indica que há uma relação direta entre anos de escolarização, acesso ao emprego e melhoria do nível salarial. Nessa perspectiva, a expressão “o Xis da questão” diz respeito às perspectivas e às oportunidades de empregabilidade e melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos, portanto, apenas a alternativa B está correta, uma vez que as demais alternativas apresentam um interpretação distorcida dos dados apresentados no gráfico.

Referência: http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em: 24 ago. 2011.

QUESTÃO Nº 07

A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe. A preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe B) a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. C) o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade. D) a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico. E) a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e regional.


Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado:

Autor(a): Professora Iwana Camargo Rosa - HGS

Comentário: A degradação ambiental tem se manifestado como um reflexo da crise civilizatória que vivemos pautados em valores e modelos que não respeitam os limites naturais do Planeta. Desde a década de 1990, muitas discussões, conferências e fóruns internacionais tem sido propostos visando o repensar da trajetória do homem na Terra, diante da ameaça criada por ele mesmo: o risco da sua própria extinção. Somos assim obrigados a rever nossos próprios limites e a nossa vulnerabilidade diante de uma realidade complexa. Esta situação deve ser vista como uma grande oportunidade para realizarmos uma revisão profunda de valores e práticas, ainda que nos sintamos impotentes diante da magnitude dos problemas a enfrentar. Sendo assim, a sustentabilidade ecológica surge como um critério normativo visando avaliar e rever um modelo de desenvolvimento que leve em conta não só o potencial econômico e tecnológico da produção, mas que se reflita, sobretudo, a respeito dos níveis de produção, consumo e sustentabilidade, levando em conta critérios de preservação, tecnologias limpas, legislação ambiental etc.

Referências: LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Tradução de Lúcia Mathilde Orth. Petrópolis, Rio de Janeiro :Vozes, 2001. TRIGUEIRO, André (Coord.) Meio Ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental na sua área de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

QUESTÃO Nº 08 Em reportagem, Owen Jones, autor do livro Chavs: a difamação da classe trabalhadora, publicado no Reino Unido, comenta as recentes manifestações de rua em Londres e em outras principais cidades inglesas. Jones prefere chamar atenção para as camadas sociais mais desfavorecidas do país, que desde o início dos distúrbios, ficaram conhecidas no mundo todo pelo apelido chavs, usado pelos britânicos para escarnecer dos hábitos de consumo da classe trabalhadora. Jones denuncia um sistemático abandono governamental dessa parcela da população: “Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”, diz. (...) “você não vai ver alguém assumir ser um chav, pois se trata de um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes mais baixas”. Meu medo não é o preconceito e, sim, a cortina de fumaça que ele oferece. Os distúrbios estão


servindo como o argumento ideal para que se faça valer a ideologia de que os problemas sociais são resultados de defeitos individuais, não de falhas maiores. Trata-se de uma filosofia que tomou conta da sociedade britânica com a chegada de Margaret Thatcher ao poder, em 1979, e que basicamente funciona assim: você é culpado pela falta de oportunidades. “(...) Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”. Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado).

Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir. I. Chavs é um apelido que exalta hábitos de consumo de parcela da população britânica. II. Os distúrbios ocorridos na Inglaterra serviram para atribuir deslizes de comportamento individual como causas de problemas sociais. III. Indivíduos da classe trabalhadora britânica são responsabilizados pela falta de oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas. IV. As manifestações de rua na Inglaterra reivindicavam formas de inclusão nos padrões de consumo vigente. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Movimentos Sociais Contemporâneos; Lutas Sociais; Direitos e Comunidades

Autor (a): Professor: Nelson Carneiro Júnior - EDU

Comentário: A questão de formação geral proporciona uma reflexão sobre os discursos políticos construídos em torno dos movimentos sociais ocorridos, principalmente nos países europeus, em especial, nesse caso, em Londres nos últimos anos. Os movimentos sociais são uma das principais características das sociedades contemporâneas. Dentre as várias teorias clássicas que analisam a importância desses movimentos está a teoria da privação. Formulada por sociólogos da Escola de Chicago, identifica que os movimentos sociais se organizam a partir da reunião de indivíduos que se sentem excluídas e privadas, tanto em decorrência das condições econômicas, das condições de trabalho ou da ausência de direitos humanos básicos. Apesar de ser um país desenvolvido, o Reino Unido tem uma das maiores divisões de classes do mundo. E os distúrbios ocorridos nos últimos anos, indicam um abandono de ações por parte do governo em assegurar os direitos sociais e civis de setores da classe trabalhadora. E, para agravar a situação, deixa entender a perspectiva de que a pobreza não é resultado dos problemas da economia, mas a falta de ambição, inteligência e vontade de trabalhar desses


homens. Uma leitura atenta do texto e dos discursos produzidos proporciona ao aluno todas essas reflexões e indicações. É importante salientar que a questão abordava fatos da época que estavam em ampla divulgação na mídia e nas redes sociais. Fica evidente que o termo “Chavs” seria uma forma pejorativa de classificar o desejo de setores da classe trabalhadora da população de garantir determinados direitos. Desta forma, as alternativas A, B e D são descartadas, pois ao indicar a alternativa I como uma das verdadeiras, contrapõe com aquilo que é identificado no depoimento de Owen Jones. Desta forma, as afirmativas II, III e IV (com Gabarito E) estão corretas.

Referências: HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003. Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado).

QUESTÃO Nº 09 Na Sociologia da Educação, o currículo é considerado um mecanismo por meio do qual a escola define o plano educativo para a consecução do projeto global de educação de uma sociedade, realizando, assim, sua função social. Considerando o currículo na perspectiva crítica da Educação, avalie as afirmações a seguir. I. O currículo é um fenômeno escolar que se desdobra em uma prática pedagógica expressa por determinações do contexto da escola. II. O currículo reflete uma proposta educacional que inclui o estabelecimento da relação entre o ensino e a pesquisa, na perspectiva do desenvolvimento profissional docente. III. O currículo é uma realidade objetiva que inviabiliza intervenções, uma vez que o conteúdo é condição lógica do ensino. IV. O currículo é a expressão da harmonia de valores dominantes inerentes ao processo educativo. É correto apenas o que se afirma em A) I. B) II. C) I e III. D) II e IV. E) III e IV.

Gabarito: B


Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Teoria crítica do currículo.

Autor: Professor Renato Barros de Almeida- EDU

Comentário: A temática de que se trata a questão está vinculada a teoria crítica do currículo, uma visão sociológica do mesmo. Assim, nessa lógica de discussão (teoria crítica do currículo), as afirmativas são explicitas, tanto o gabarito B (afirmativa II) quanto as incorretas (afirmativas I, III e IV). De forma muito clara, as incorretas despolitizam e simplificam o currículo em uma visão a-histórica e sem as relações sociais que compõe esse na perspectiva crítica do currículo. A afirmativa I se equivoca ao afirmar que “currículo é um fenômeno escolar que se desdobra em uma prática pedagógica expressa por determinações do contexto da escola”, não considerando os aspectos políticos, sociais e culturais que também compõe o currículo na perspectiva crítica. A afirmativa III se torna incorreta na medida em que afirma que numa perspectiva crítica “currículo é uma realidade objetiva que inviabiliza intervenções”. Já a afirmativa IV de forma ainda mais explicita se coloca como incorreta pelo fato afirmar que na visão crítica o “currículo é a expressão da harmonia de valores dominantes” ou seja não leva em consideração os aspectos sociais e as lutas de classes.

Referências: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de currículo. São Paulo: Cortez, 2011. SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003.

QUESTÃO Nº 10 O fazer docente pressupõe a realização de um conjunto de operações didáticas coordenadas entre si. São o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma delas desdobradas em tarefas ou funções didáticas, mas que convergem para a realização do ensino propriamente dito. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004, p. 72.

Considerando que, para desenvolver cada operação didática inerente ao ato de planejar, executar e avaliar, o professor precisa dominar certos conhecimentos didáticos, avalie quais afirmações abaixo se referem a conhecimentos e domínios esperados do professor. I. Conhecimento dos conteúdos da disciplina que leciona, bem como capacidade de abordá-los


de modo contextualizado. II. Domínio das técnicas de elaboração de provas objetivas, por se configurarem instrumentos quantitativos precisos e fidedignos. III. Domínio de diferentes métodos e procedimentos de ensino e capacidade de escolhê-los conforme a natureza dos temas a serem tratados e as características dos estudantes. IV. Domínio do conteúdo do livro didático adotado, que deve conter todos os conteúdos a serem trabalhados durante o ano letivo. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: O fazer docente: o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação.

Autor(a): Professora Eliane Silva - EDU

Comentário:

A prática pedagógica desenvolve ações docentes básicas para o processo de ensino que visa à aprendizagem, para tanto deve ser permeada por ações intencionais, quais sejam: o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e o processo de avaliação. Neste sentido, necessariamente, o professor deve ter domínio dos conteúdos a serem ensinados na disciplina para a qual ministrará aula, trabalhando-os de forma contextualizada. Em meio às atitudes intencionais planejadas pelo professor encontram-se os métodos, os procedimentos de ensino e os recursos didáticos que precisam ser selecionados de acordo com a realidade da turma e a natureza do conteúdo em estudo. Desta forma, as afirmativas I e II (com Gabarito B) estão corretas. As afirmativas II e IV não estão corretas porque o professor não deve se ater ao mero conhecimento de técnicas para assegurar a qualidade do fazer pedagógico, assim como não deve se limitar apenas ao livro didático adotado, uma vez que nem sempre ele contempla todo o conteúdo a ser desenvolvido no ano letivo. Referências: LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013. MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 2007.


QUESTÃO Nº 11

Figura. Brasil: Pirâmide Etária Absoluta (2010-2040)Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm>. Acesso em: 23 ago. 2011.

Com base na projeção da população brasileira para o período 2010-2040 apresentada nos gráficos, avalie as seguintes asserções. Constata-se a necessidade de construção, em larga escala, em nível nacional, de escolas especializadas na Educação de Jovens e Adultos, ao longo dos próximos 30 anos. PORQUE Haverá, nos próximos 30 anos, aumento populacional na faixa etária de 20 a 60 anos e decréscimo da população com idade entre 0 e 20 anos. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas


Gabarito: D

Tipo de questão: asserção razão. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Aspectos do histórico da EJA no Brasil: o permanente embate entre estado e sociedade civil. Aplicação e relações entre a estatística e a área educacional.

Autor: Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

Comentário: Os gráficos apresentam uma projeção do cenário brasileiro até 2040, apontando um envelhecimento considerável da população brasileira, com um aumento expressivo da população adulta e da terceira idade. Por se tratar de Pirâmides Etárias, os mesmos subsidiam uma análise no tocante a faixa etária da população, não dando subsídios suficientes para mesurarmos as consequências desse envelhecimento no tocante a Educação de Jovens e Adultos. Neste sentido a primeira asserção faz uma afirmação que não pode ser sustentada pelas informações disponíveis nos Gráficos. Precisa ficar claro que envelhecimento da população não significa aumento da demanda da Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os gráficos apontam dados sobre a idade, sem indicarem a escolaridade de cada faixa etária. Portanto a primeira inserção é falsa. A segunda inserção interpreta os dados fornecidos nos Gráficos. A leitura dos gráficos mostram uma redução da base da Pirâmide (população mais jovem 0 a 20 anos) e um alargamento do meio da Pirâmide (população adulta) e do topo (população da terceira idade) dando um formato de quase um retângulo ao gráfico que projeta o Brasil em 2040. Desta forma a segunda inserção é verdadeira. Portanto os itens A, B, C estão erradas por, de forma imediata, apontarem a primeira asserção como verdadeira. O item E está errado por indicar a segunda asserção como falsa. Sendo assim a alternativa D é a correta por indicar adequadamente a classificação de cada asserção – A primeira é falsa e a segunda é verdadeira.

Referências: CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 2010. BRASIL. Conselho Nacional de Educação (CNE). Câmara de Educação Básica (CEB). Parecer nº 11, de 7 de junho de2000. Brasília: CNE/CEB. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

QUESTÃO Nº 12 Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere que João quer utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino- aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos. Nesse caso, seu planejamento deve A) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes, considerando as possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.


B) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que estão no banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática. C) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos no Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores do laboratório. D) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando a sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos computadores do laboratório. E) propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de laboratórios de informática, relacionando o que consta no livro didático com as tecnologias existentes no laboratório.

Gabarito: A

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Pedagogia de Projetos: metodologias, seleção e organização de conteúdo e uso de novas tecnologias de comunicação e informação.

Autor(a): Professora Rosane Cândida de Almeida - EDU

Comentário: A forma de organizar o ensino na abordagem da Pedagogia de Projetos não é recente e tem o norte americano John Dewey (1859-1952) como um dos precursores. Depois deste muitos outros, pesquisadores da área educacional, se ocuparam em discutir a temática, entre eles destaca-se Fernando Hernádez (1998) da Universidade de Barcelona. Para este autor um dos aspectos que caracterizam esta abordagem é o lugar que o aluno ocupa na organização do trabalho pedagógico; sujeito que participa ativamente dos processos de ensino e aprendizagem conferindo a estes um percurso singular de um determinado grupo de alunos e professores. O caminho construído em um projeto se faz em processo; não está previamente planejado, o professor ocupa um lugar muito importante de identificar no grupo de alunos ou propor para estes uma questão significativa, consistente, valiosa para ser sistematizada e respondida. Portanto, o problema se configura como fio condutor do trabalho. Neste sentido, a afirmativa A está correta quando propõe que os recursos tecnológicos serão colocados à disposição para responder a problemática do projeto. As afirmativas B, C, D e E não estão corretas porque o professor está selecionando o conteúdo de estudo sem considerar um fio condutor constituído juntamente com os alunos. Especificamente na afirmativa E o que está sugerido é um estudo sobre o uso de laboratórios de informática a partir de propostas do governo; a própria afirmativa já anuncia um estudo e não um projeto acerca de uma temática.

Referências: HERNÁNDEZ, F.; VENTURA M. A. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998. HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.


QUESTÃO Nº 13

QUINO. Toda a Mafalda. Trad. Andréa Stahel M. da Silva et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 71.

Muitas vezes, os próprios educadores, por incrível que pareça, também vítimas de uma formação alienante, não sabem o porquê daquilo que dão, não sabem o significado daquilo que ensinam e quando interrogados dão respostas evasivas: “é pré-requisito para as séries seguintes”, “cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas daqui a dez anos vai entender”. Muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola não é para entender mesmo, que só entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido. VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. 13ª ed. São Paulo: Libertad, 2002, p. 27-8.

Correlacionando a tirinha de Mafalda e o texto de Vasconcellos, avalie as afirmações a seguir. I. O processo de conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma prática social. II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua sendo uma questão nuclear para o processo pedagógico. III. O processo de conhecimento deve possibilitar compreender, usufruir e transformar a realidade. IV. A escola deve ensinar os conteúdos previstos na matriz curricular, mesmo que sejam desprovidos de significado e sentido para professores e alunos. É correto apenas o que se afirma em A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV.

Gabarito: D


Tipo de questão: Múltipla escolha. Fácil

Conteúdo avaliado: O conhecimento a partir da realidade do sujeito.

Autor(a): Professor Renato Barros de Almeida - EDU

Comentário:

Tanto a tirinha de Quino, com a personagem Mafalda, quanto o texto de Vasconcelos (2002) exploram o distanciamento dos conteúdos trabalhados no contexto escolar e a realidade dos sujeitos em situação de aprendizagem. Em outras palavras, ambos os textos exploram o ensino esvaziado de significado que os professores de um modo geral têm difundido na educação básica. Ao ler as alternativas propostas como respostas para a correlação entre a tirinha de Mafalda e o texto de Vasconcelos (2002), pode-se concluir que o item de número IV destoa dos demais itens à medida que se encontra fora do contexto da questão, entendendo que a escola deve ensinar o conteúdo mesmo, que este seja “desprovido de significado e sentido para professores e alunos”. Percebe-se assim no contexto da questão que a alternativa IV contempla um equívoco basilar. Dessa forma, as demais alternativas prevalecem corretas, o que nos leva ao entendimento de que o gabarito de letra D responde corretamente e de forma mais adequada ao que está proposto.

Referências: FREIRE, P. A pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HERNÁNDEZ, Fernando, VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998.

QUESTÃO Nº 14 Estar no espaço lúdico com outras crianças é um primeiro passo no movimento de brincar inclusivo. Alunos com limitações de movimento conseguem observar as ações das pessoas no seu entorno, mas seu brincar pode se restringir bastante, pelo atraso neuropsicomotor, pela incoordenação na manipulação dos objetos ou pela falta de um sistema de comunicação e linguagem. REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: Papirus, 2004, p.54 (com adaptações).

Nesse sentido, a prática pedagógica inclusiva, na perspectiva da mediação cultural de Vygotsky, deve enfatizar


I. o uso de situações-problema desafiadoras que coloquem o aluno, de forma contextualizada, em atividade. II. a organização do planejamento didático de forma que o aluno possa aprender por meio de observação e imitação. III. o ato de pensar sobre o seu próprio processo em atividade, incentivando a conscientização sobre sua aprendizagem. IV. a organização do currículo e de recursos que possibilitem o acesso do aluno aos objetos de conhecimento lúdicos e desafiadores. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e III. C) II e IV. D) I, III e IV. E) II, III e IV.STÃO 15

Gabarito: D

Tipo de questão: complementação simples. Grau de dificuldade: médio Conteúdo avaliado: Inclusão educacional sob o referencial da psicologia de Vygotsky – o brincar e a pertinência da comunicação e da mediação no processo.

Autor(a): Professora Ana Beatriz Machado de Freitas - EDU

Comentário: O livro de Lúcia Reily integra a Série Educação Especial. Nele, a autora defende que as ações e recursos pedagógicos podem ser inclusivos desde que orientados de modo a contribuir para transcender limitações, em congruência com o referencial teórico de Vygotsky. A inclusão educacional não deve ser circunscrita às situações formais da escola. Nos espaços lúdicos, mais informais, a exclusão pode ocorrer caso se considere o educando com necessidades educacionais especiais como incapaz de participar de brincadeiras, em razão de limitações motoras, cognitivas, linguísticas e/ou sensoriais. Essas limitações podem ser em boa parte superadas à medida que o educador/mediador propicie o convívio e a interação desse educando com os demais nas situações lúdicas. Nesses contextos serão postas situaçõesproblema desafiadoras, não só para o educando com limitações físicas (desafiado a agir e a pensar sobre as próprias potencialidades), mas também para o grupo e para o professor (como incluir, como favorecer condições de acessibilidade e participação?). Portanto, estão corretas as afirmativas I, III e IV (Gabarito: letra D). O item II (incorreto) está incongruente o referencial teórico do enunciado, ou seja, com o que seria o brincar inclusivo, sob a referência da mediação cultural de Vygotsky. Um planejamento didático organizado de forma que o aluno pudesse aprender apenas por meio de observação e imitação limitaria este educando à sua zona real de desenvolvimento, isto é, às competências que ele já é capaz de realizar. Não abriria, no dizer de Vygotsky, uma zona proximal, ou seja, situações desafiadoras, a serem enfrentadas em colaboração, mediante às quais o desenvolvimento humano é potencializado. Responder corretamente a esta questão exige o conhecimento da perspectiva teórica do autor referenciado.


Referências: REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: Papirus, 2004 VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

QUESTÃO Nº 15 No que se refere à aprendizagem inicial da língua portuguesa, alfabetização e letramento são processos independentes. PORQUE A alfabetização é o desenvolvimento de competências e habilidades para o uso efetivo da língua portuguesa em práticas sociais, enquanto o letramento é a aprendizagem do sistema de utilização das letras, na escrita. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: E

Tipo de questão: asserção-razão

Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Alfabetização e letramento

Autor(a): Professora Pollyanna Rosa Ribeiro- EDU

Comentário: A alfabetização é uma temática que vem sendo problematizada no Brasil há décadas, pois os efeitos do processo inicial da aquisição da linguagem escrita tendem a ressoar na vida dos sujeitos e na ampliação das aprendizagens em todas as áreas, em especial, no domínio da língua portuguesa. Na tradição escolar, alfabetização é definida como a ação de alfabetizar, ou seja, capacitar o sujeito à leitura e à escrita. Essa capacitação ocorria geralmente de uma maneira mecânica e descontextualizada, o que prejudicava o desempenho dos alunos na compreensão e


na produção dos textos. Diante disso, o conceito de letramento provocou um redimensionamento da alfabetização, pois entende que o ensino deve ser, necessariamente, articulado com a incorporação das práticas sociais de leitura e de escrita no cotidiano. Assim, as práticas de letramento na escola permitem a interação e o convívio com textos, intensificando a participação dos sujeitos na sociedade por meio da leitura e da escrita. A partir dessas considerações, podemos analisar as afirmações que a questão 15 apresenta. Essas formulações são bem simples, contudo o formato da questão asserção-razão tende a confundir o leitor desatento. A primeira proposição mostra-se equivocada, pois é inegável que há uma íntima relação entre a alfabetização e o letramento no processo de aprendizagem da língua portuguesa no tocante à leitura e à escrita, por isso é uma asserção falsa. A segunda proposição traz os conceitos de alfabetização e de letramento invertidos, sendo assim, não há veracidade na totalidade dos enunciados, por isso a resposta correta é a alternativa E.

Referências: BRITTO, Luiz Percival Leme. Letramento no Brasil. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

QUESTÃO Nº 16 Entre os instrumentos utilizados no processo ensino aprendizagem, a professora Cida, ao final de cada ciclo avaliativo, realiza uma “roda de conversa” com seus alunos para discutir as aprendizagens construídas, levando em consideração o desempenho individual, a participação e interesse nas aulas, as relações interpessoais vivenciadas e as atitudes conquistadas. Os alunos avaliam seu próprio desempenho, avaliam o professor, e esse, por sua vez, avalia a turma. Essa prática de avaliação está associada a quais concepções? I. Democrática, embasada na autoavaliação e no saber-fazer dos alunos. II. Arbitrária, centrada no exercício de poder e na imposição de ideias da professora sobre o grupo. III. Mediadora, centrada na troca de ideias, pontos de vista e reflexão sobre o percurso da aprendizagem. IV. Conservadora, centrada em momentos pontuais para discussão e classificação dedesempenho individual e comportamentos. É correto apenas o que se afirma em A) II. B) IV. C) I e III. D) I e IV. E) II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: Prática e concepções de avaliação.


Autor(a): Professora Eliane Silva – EDU

Comentário: A questão trata das concepções democrática e mediadora do processo de avaliação e expõe que práticas a professora desenvolve, a fim de exercitá-las. As afirmativas, por sua vez, são muito explícitas, tanto na alternativa que apresenta o Gabarito – letra C (contendo as afirmativas I e III), quanto naquelas que contêm os distratores (afirmativas II e IV – alternativas A, B, D e E). A oposição entre as práticas que contemplam as concepções democrática/mediadora e as que se referem às concepções arbitrária/ conservadora é muito evidente não oferecendo margem à reflexão ou ao questionamento.

Referências: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

QUESTÃO Nº 17 (...) garimpar o que de bom já temos em nossas práticas anteriores, e que ainda são significativas para as necessidades de hoje. Valorizo esse método porque (...) fazer educação não é como fazer um prédio. PIMENTA, S. G. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, 2002, p. 60.

Que concepção corresponde ao que defende Pimenta nesse fragmento de texto? A) Na inovação da prática pedagógica, não há espaço para o tradicional. B) Em educação, a transformação tem efetivo resultado, quando se abandona o estabelecido no cotidiano escolar. C) Valorizar o cotidiano já vivido pelo aluno é repetir erros de práticas anteriores. D) A experiência anterior serve de contraexemplo para o estabelecimento da nova experiência. E) Inovar é avançar, considerando o que deve ser preservado no contexto do processo educativo.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: formação docente, o saber e o fazer profissional docente Autor(a): Professora Daniela Rodrigues de Sousa – EDU


Comentário: A autora mencionada na questão é uma das maiores estudiosas da formação e desenvolvimento profissional de professores no país. A complexidade da sociedade brasileira contemporânea exige que as escolas, os sistemas de ensino, os profissionais da educação se direcionem, se (re)organizem, se equipem para isso de um modo novo. Esse novo precisa ser construído a partir do já existente, aproveitando o que as práticas anteriores trazem de positivo. Faz parte da natureza da atividade docente realizar a mediação reflexiva e crítica entre as transformações sociais concretas e a formação dos alunos, questionando as formas anteriores e atuais de pensar, agir, produzir e disseminar conhecimentos. Construir o novo não significa obrigatoriamente descartar o velho, mas aproveitar o que temos de bom na nova construção. As experiências anteriores, para a autora, são vitais para a reflexão e para a qualificação das novas experiências. Há espaço para o tradicional e para a inovação. As letras A, B e D estão incorretas por afirmarem que novas e velhas experiências não podem coexistir. A letra C também está incorreta por acreditar que a valorização do cotidiano já vivido e da experiência anterior é feita sem reflexão, apenas como repetição mecânica, desconsiderando a capacidade de reflexão e de crítica do profissional docente.

Referências: PIMENTA, Selma Garrido Pimenta e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2011. PIMENTA, Selma Garrido. Questões sobre a organização do trabalho na escola. Disponível em: < http://www.varzeagrande.mt.gov.br/sitepmvg/control/Anexos/100e3a62a59b5bad3942a28df315 1327.pdf>. Acesso em: 08/06/2014.

QUESTÃO Nº 18

Um dos objetivos da gestão democrática participativa é a articulação entre as políticas educacionais atuais e as demandas socioculturais. Considerando essa finalidade, avalie quais das ações educacionais abaixo se relacionam a essa concepção. I. Compartilhar valores em prol da própria escola, reconhecendo a impossibilidade de se incluir ideais de justiça, solidariedade e ética humana, que transcendem os limites do processo educativo. II. Utilizar os índices educacionais da escola como subsídios de gestão para aprimorar o processo ensino-aprendizagem. III. Elaborar coletivamente o projeto político-pedagógico que reflita a filosofia da escola e apresente as bases teórico-metodológicas da prática pedagógica. IV. Planejar ações descentralizando poderes, para realizar uma gestão focada nos diferentes aspectos da aprendizagem e nas questões macroestruturais da sociedade. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV. QUESTÃO


Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: A Organização do Trabalho Pedagógico - Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. Autor(a): Professora Suelena de Moraes Aguiar – EDU

Comentário: Segundo Libâneo (2003), a gestão participativa requer dos profissionais da educação um pensar coletivo das propostas político-pedagógicas e da função social e cultural da escola na sociedade. Contribuir para uma escola democrática em prol da formação de cidadãos críticos e participativos e da transformação das relações sociais presentes, é romper com concepções de gestão conservadoras e adotar formas alternativas e críticas, que culminam com uma escola democrática que desenvolve suas ações com a participação de toda equipe escolar, descentralizando poderes para que a interação possibilite construir, acompanhar e avaliar as ações propostas. Nesse sentido, as afirmativas II, III e IV (com Gabarito E) estão corretas. Em relação a afirmativa I está incorreta porque deve-se compartilhar valores em prol da própria escola, reconhecendo a possibilidade de se incluir ideais de justiça, solidariedade e ética humana que transcendem os limites do processo educativo e não impossibilidade.

Referências: LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. VEIGA,Ilma P. A e RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2001.

QUESTÃO Nº 19 Não há uma forma única, nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor. O ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante. BRANDÃO, C. R. O que é educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 9.

A afirmativa de Brandão reproduzida acima propõe uma nova dimensão educativa, pois A) articula, na figura do professor profissional, o centro de toda a ação pedagógica. B) tira da escola o peso da responsabilidade da educação, ao dividir esta com outros setores sociais. C) propõe uma educação aberta, diversificada, participativa e que acontece em múltiplos espaços, entre os quais se inclui a escola. D) busca uma educação escolar de excelência, preocupada em atender a um público-alvo específico. E) abre possibilidades para que a educação formal aconteça em ambientes não formais, aumentando o número de vagas disponíveis na escola.


Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: fácil

Conteúdo avaliado: O conceito de educação e suas modalidades Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário: O fenômeno educativo é o objeto de estudo das ciências pedagógicas. Logo, para aquele que se dedica a essa área do conhecimento, mostra-se fundamental uma correta acepção de sua natureza e de suas modalidades. O trecho mencionado pertence a um dos textos mais conhecidos no que tange à definição da ideia de educação, caracterizando sua relação com a modalidade formal exercida nas instituições escolares. Percebe-se que, na citação, o autor procura minimizar a ênfase conferida ao espaço educacional escolar como sendo o local privilegiado em que se dá a prática educativa, indicando a existência de múltiplos modelos e espaços para sua efetivação. Desse modo a alternativa A e D estão erradas, uma vez que o professor profissional não é o centro da ação pedagógica e a citação não enfatiza a “educação escolar de excelência”. As alternativas B e E aproximam-se mais da ideia central da citação, ao mencionarem a necessidade de articular a modalidade formal da educação – sobretudo a escola – a outras modalidades. No entanto, estão incorretas pois a citação não afirma que se tira da escola sua responsabilidade na ação educativa e nem afirma que as modalidades se confundem. Desta forma, a alternativa correta é a letra C, pois é aquela que consegue perceber a defesa de uma ação educativa complexa e diversificada, que se dá em múltiplos espaços em igual importância ao espaço escolar.

Referências: BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.

QUESTÃO Nº 20 A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o que cada um pode (ou não pode) fazer, ela separa e institui. Informa o “lugar” dos pequenos e dos grandes, dos meninos e das meninas. Através dos seus quadros, crucifixos, santas ou esculturas, aponta aqueles/as que deverão ser modelos e permite, também, que os sujeitos se reconheçam (ou não) nesses modelos [...] Currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais didáticos, processo de avaliação são, seguramente, loci das diferenças de gênero, sexualidade, etnia, classe — são constituídos por essas distinções e, ao mesmo tempo, seus produtores. Todas essas dimensões precisam, pois, ser colocadas em questão. É indispensável questionar não apenas o que ensinamos, mas o modo como ensinamos e que sentidos nossos/as alunos/as dão ao que aprendem. Atrevidamente é preciso, também, problematizar as teorias que orientam nosso trabalho (incluindo, aqui, até mesmo aquelas teorias consideradas “críticas”). Temos de estar atentas/os, sobretudo, para nossa linguagem, procurando perceber o sexismo, o racismo e o etnocentrismo que ela frequentemente carrega e institui. LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 58 e 64. Com base no texto acima, avalie as afirmações que se seguem.


I. A escola define os espaços que cada um deve ocupar socialmente, visto que reproduz modelos e condiciona os alunos a segui-los. II. Os espaços delimitados pela escola representam a sala de aula em si, visto que é o ambiente predominante em que acontece o processo de aprendizagem. III. A delimitação de espaços pela escola só acontece no espaço escolar, visto que o(a) aluno(a) o ignora nos momentos em que não está inserido no contexto educacional. IV. Os espaços delimitados pela escola representam a rotulação e o estabelecimento de papéis e padrões de comportamento. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Teorias pós-críticas da educação Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário: A questão lida com os aportes das denominadas teorias pós-críticas da educação, sobretudo em sua abordagem pós-estruturalista. O aluno deve recordar que essas correntes contemporâneas procuram ampliar a abordagem crítica do fenômeno educativo para além das categorias usuais de classe e exploração presentes em abundância nas teorias críticas de cunho marxista. O pósestruturalismo pretende incluir e problematizar em sua análise as formas de discriminação e exploração que se dão a partir de outras categorias como raça, gênero, etnia etc. Para compreender a questão, basta estar atento à elaboração das proposições e confrontá-las com o texto base. A afirmativa I é praticamente uma síntese de todo a citação, sendo por isso, verdadeira. A afirmativa II está incorreta pois quando a autora se refere a “espaços”, fala em sentido metafórico, um espaço socialmente ocupado, e não um espaço físico delimitado, como a sala de aula. Ademais, a conformação de espaços sociais se dá através das mais variadas dimensões da prática educativa – “currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais didáticos, processo de avaliação” – e não apenas no interior da sala de aula. Esta ideia também permite invalidar a afirmativa III, uma vez que a limitação dos espaços a serem ocupados socialmente pelos alunos diz respeito a todas as áreas de sua existência, para além do ambiente escolar. A última afirmativa, por sua vez, identifica essa delimitação de espaços sociais feita pela escola com o processo de “rotulação” e ao estabelecimento de papéis sociais e padrões de comportamento, como o sexismo, o racismo e o etnocetrismo mencionados na citação. Tal ideia está correta.

Referências: LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. SILVA, Tomaz T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo


Horizonte, Autêntica, 1999.

QUESTÃO Nº 21 Na sociedade atual, o Pedagogo, ao organizar e/ou mediar o planejamento das ações pedagógicas nas instituições de ensino, seja na gestão administrativa escolar, na coordenação, supervisão, orientação educacional ou na docência, deve promover ações que contemplem as discussões propostas pelos Temas Transversais, devido à sua relevância na vida social dos sujeitos. Esse papel do Pedagogo, no planejamento, justifica-se por A) contribuir para a manutenção dos objetivos e conteúdos que compõem o currículo. B) promover a cooperação institucional, por meio de parcerias e programas que apoiam propostas pedagógicas que atendem à realidade. C) utilizar estratégias pedagógicas centradas em um currículo disciplinar e homogeneizante, que desconsidera as relações entre as diversas áreas do conhecimento. D) priorizar as peculiaridades regionais em detrimento de uma cultura nacional, elaborando e implementando projetos, cujos temas transversais foram previamente definidos pela Direção da escola. E) estabelecer objetivos pedagógicos e orientações didáticas capazes de desenvolver atitudes e valores que transcendam o âmbito específico das disciplinas, com a finalidade de promover a formação crítica e reflexiva do cidadão.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: trabalho do pedagogo na instituição educacional no âmbito do planejamento, articulação e desenvolvimento do currículo; transversalidade no currículo; cultura

Autor(a): Professora Sylvana de Oliveira Bernardi Noleto - EDU

Comentário: Na instituição de ensino, de modo geral, é possível observar que a organização curricular das disciplinas coloca-as como realidades estanques, muitas vezes sem inter-relação alguma, dificultando para os alunos a compreensão do conhecimento a partir de uma totalidade, a construção de um conhecimento mais “inteiro”, abrangente, e que lhes permita uma percepção totalizante da realidade. Essa é uma das questões relevantes que se coloca como desafio para o desenvolvimento curricular na instituição de ensino. Uma outra questão fundamental é compreender que o currículo escolar não é fechado em si mesmo, ou seja, ele deve acolher a produção das práticas sociais e culturais dos sujeitos. Sendo assim, currículo é o que se elabora no ambiente escolar e na sociedade em consonância com os conhecimentos produzidos pela humanidade ao longo da história. Para que se promova a articulação curricular, sob essas perspectivas e questões, é necessário que o trabalho pedagógico, mediado pelo pedagogo – na gestão administrativa, na coordenação, orientação, supervisão ou docência, organize-se pela transversalidade e interdisciplinaridade. O sufixo trans supõe um ir além, uma ultrapassagem daquilo que é próprio da disciplina e coaduna-se com a perspectiva de atualidade e pertinência do


conhecimento, que é vivo e transforma-se pelas ações dos sujeitos individuais e coletivos. Para tudo isso, o pedagogo, numa posição de mediação, deve, via planejamento:  Ultrapassar a manutenção dos objetivos e conteúdos que compõem o currículo (item A).  Pode, claro, mas não somente, promover a cooperação institucional, por meio de parcerias e programas que apoiam propostas pedagógicas que atendem à realidade. Isso por si só, não garante a transversalidade no currículo (item B).  Nunca utilizar estratégias pedagógicas centradas em um currículo disciplinar e homogeneizante, que desconsidera as relações entre as diversas áreas do conhecimento. A centralidade disciplinar acentua a fragmentação do conhecimento, considerando-o estanque. A homogeinização suprime o sujeito em sua subjetividade e diversidade; acentua a desigualdade. (item C)  Ao se priorizar as peculiaridades regionais em detrimento de uma cultura nacional, elaborando e implementando projetos, cujos temas transversais foram previamente definidos pela Direção da escola, percebe-se um desconhecimento sobre o sentido e significado da cultura na formação humana, da cultura como elemento integrador e norteador das ações humanas. No sentido antropológico, cultura agrega os saberes, dizeres, fazeres, pensares de uma dada população ou povo, é a nossa capacidade de simbolização; é tudo aquilo que remete ao imaginário, que carrega a marca da ação da sociedade e do homem. Portanto, restringir o currículo às particularidades regionais é ignorar que essa particularidade faz parte do todo e que as ações culturais daquela parcela populacional estão intimamente relacionadas à cultura daquela nação. Um outro ponto a ser considerado nesse item, é ideia de temas transversais para projetos previamente definidos pela Direção da escola. De novo, ignora-se aqui a contribuição do coletivo de profissionais da instituição e suas possibilidades de interlocução para avaliação e definição curricular. A centralização no universo escolar pode gerar relações de imposição e autoritarismo. (item D)  Dentre os itens apresentados na questão, avalia-se como correto que a mediação do pedagogo, fundamentado na transversalidade curricular, deva ser aquela de estabelecer objetivos pedagógicos e orientações didáticas capazes de desenvolver atitudes e valores que transcendam o âmbito específico das disciplinas, com a finalidade de promover a formação crítica e reflexiva do cidadão. (item E)

Referências: MOREIRA, Antonio Flávio e SILVA, Tomaz Tadeu da, (orgs). Currículo, Cultura e Sociedade. 4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2000. SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003. VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. SP: Editora Libertad, 2010

QUESTÃO Nº 22 Em relação ao ensino de Ciências nos anos iniciais, as Ciências da Natureza precisam ser entendidas como elemento da cultura e também como construção humana, considerando que os conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvem-se em grande escala na atual sociedade. BERTUCCI,M. C. S.; OVIGLI, D. F. O ensino de Ciências nas séries iniciais e a Formação do professor nas instituições públicas paulistas. Disponível em: <www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais>. Acesso em: 10 set. 2011.

De acordo com essa perspectiva, a prática pedagógica nesses anos de escolaridade deve enfatizar:


A) a exposição de ideias, reforçando o processo de transferência dos saberes produzidos em Ciências. B) a valorização dos conhecimentos tecnológicos, em detrimento dos conhecimentos das Ciências Naturais. C) a compreensão dos fenômenos naturais como resultado das reações dos componentes do ambiente, independentemente da ação dos homens sobre eles. D) a análise acerca de onde e de como aquele conhecimento discutido em aula está presente na vida dos sujeitos e as implicações dele para a sociedade. E) a sistematização dos conteúdos por meio da consulta e realização de exercícios dos livrostexto adequados aos anos iniciais e à educação infantil.

Gabarito: D

Tipo de questão: múltipla escolha ( Resposta Única) Grau de dificuldade: alto

Conteúdo avaliado: O Ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

Comentário: Embora a referência fornecida, seja específica, o assunto é trabalhado por vários autores, em diversas obras. Um dos conteúdos introdutório, do ensino de ciências é a caracterização da área. Para caracterizá-la, estabelece relações entre Ciências, Tecnologia, Sociedade (CTS). Compreende-se que as inter-relações entre (CTS) ocorrem em sintonia com elementos históricos, culturais, políticos, econômicos. Assim, não se pode pensar em ciências desconectada desses elementos ou de forma neutra. De acordo com Pretto (1995, p. 19), ao considerar ciência como um elemento do universo cultural, deve-se considerar que ela possui uma história. A produção do conhecimento científico está relacionada com os diversos momentos históricos do seu surgimento, recebendo influências das instâncias econômicas, sociais, políticas, religiosas, entre outras, e também sobre elas exercendo a sua influência. Portanto, como um elemento da cultura, os conhecimentos científicos e tecnológicos, estão associados às questões sociais e políticas. São frutos da atividade humana, resultante do esforço e do trabalho do humano. Para melhor responder a questão (22), o movimento (CTS) que iniciou na década de 1980, hoje, se fortaleceu com a introdução do Letramento Científico: ensino de ciência-tecnologia-sociedade e letramento científico. Compreende-se por letramento científico a relação entre o ensino das ciências e as práticas sociais, o que amplia as possibilidades de análise acerca de onde e de como o conhecimento é construído, e quais são as implicações na sociedade. Para a OCDE (2006), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Letramento Científico significa “compreender os aspectos característicos da ciência como forma de conhecimento e de investigação humana; ter consciência da forma pela qual a ciência e tecnologia configuram nosso ambiente material, intelectual e cultural, assim como ideias científicas, como cidadão reflexivo”. A questão (22) avalia conhecimentos básicos que um professor em formação, precisa dominar na área de ciências, para exercer a prática pedagógica, como: saber discutir causas e consequências da produção da ciência e tecnologia, analisar de onde e de como o conhecimento discutido em aula está presente na vida dos sujeitos e suas implicações para a sociedade. Esta prática configura o que definimos de letramento científico. O enunciado deixa em evidencia relações conceituais com a alternativa (D). Ela torna ainda mais plausível quando analisada frente às alternativas: (A), (B), (C). Elas se contrapõem a perspectiva


do letramento científico, pois, se caracterizam como abordagem tradicional, evidenciada nas expressões: “a exposição de ideias”, “reforçando o processo de transferência”, “independentemente da ação dos homens sobre eles”, contrapondo ao entendimento e aos objetivos do letramento científico, que é a formação do sujeito crítico e reflexivo. Quanto à alternativa (E) se o professor em formação mantiver uma relação crítica-reflexiva do conhecimento da área de ciências com as disciplinas de formação, já estará apto para descartá-la, pois a relação entre uma concepção de ensino e a proposta de avaliação é coerente. Portanto, como sujeito pensante e crítico, o professor não poderá afirmar que a sistematização dos conteúdos ocorra por meio da consulta e realização de exercícios dos livros-texto. As sistematizações, coerentes com a perspectiva do letramento científico, devem ocorrer por meio de registros individuais ou em grupo, textos-síntese, relatórios e outras formas de registro que permitam que o aluno organizar de forma científica, autônoma e crítica o conhecimento.

Referências: Básica e complementar da disciplina EDU (1410): Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino de Ciências Naturais. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2001. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. V.4 Brasília, 1997. CASTANHEIRA, Salete Flôres. Estudo Etnográfico das Contribuições da Sociolinguística à Introdução ao Letramento Científico no Início da Escolarização. (2007, 320 p.). Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: << http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2907 >>. CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Rev.Bras. Educação, 2003, v. 22, 89-100. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf. DELIZOICOV, Demétrio & ANGOTTI, José. Metodologia do Ensino de Ciências. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2008. LORENZETTI L.; DELIZOICOV Demétrio. “Alfabetização científica no contexto das séries iniciais”. Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências. Volume 03 / Número 1 – Jun. 2001. LORENZETTI, L. O ensino de ciências naturais nas séries iniciais. (2005). Disponível em: http://www.faculdadefortium.com.br/ana_karina/material// PRETTO, Nelson de Luca. A ciência nos livros didáticos. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 1995. SANTOS, Wildson L. P. dos. “Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios”. Revista Brasileira de Educação. Volume 12/ Número 36 set./dez. 2007. Disponível em>http:// www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n36/a07v1236.pdf. WEISSMAN, Hilda. (org.) Didática das Ciências Naturais: contribuições e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 2008.

QUESTÃO Nº 23 Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu a capoeira como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, por seu potencial catalisador e agregador de símbolos nos aspectos fundamentais da vida (canto, luta, dança, jogo) e da cultura brasileira. Em 2010, o Estatuto da Igualdade Racial (EIR) destaca que “a capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional nos termos do art. 217 da Constituição Federal”. Primeiro parágrafo: “A atividade de capoeira será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional”. E segundo parágrafo: “É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos”.


PERKOV, P. L. Capoeira: instrumento de educação emancipatória junto a jovens de classes populares? PPGEducação, Unisinos, 2011, p. 47. (com adaptação)

De acordo com as ideias do texto acima, a adoção do ensino e da prática da capoeira no currículo da escola busca desenvolver I. práticas educacionais de maneira crítica e consciente, ao mesmo tempo em que aprofunda o conhecimento de uma produção cultural autêntica, acentuando suas raízes afro-brasileiras como um dos elementos constitutivos da formação do homem brasileiro. II. a diminuição dos espaços destinados às modalidades desportivas mais tradicionais na escola, uma vez que, por meio da capoeira, desenvolvem-se arte, música, movimento e desporto. III. o confronto da cultura escolar com a cultura popular afro-brasileira, já que, com o passar do tempo, corporeidade e espiritualidade ganham espaço na questão do trato com o tema capoeira, tensionando os limites da escola e da cultura escolar. IV. o caráter interdisciplinar do planejamento e do currículo escolar, já que a capoeira privilegia, ao mesmo tempo, ludicidade, corporeidade e diferentes linguagens artístico-culturais. É correto apenas o que se afirma em A) II. B) III. C) I e II. D) I e IV. E) III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: múltipla escolha ( complementação simples) Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Cultura afro-brasileira e africana na educação básica

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário: A questão está diretamente relacionada ao ensino da cultura afro-brasileira e africana como componente curricular da educação básica, conforme aponta as leis federais 10.639/03 e 11.645/08, as quais determinam a obrigatoriedade da inserção dos conteúdos referentes à história e à cultura de matriz africana e afro-brasileira, preferencialmente, nos componentes curriculares de História, Literatura Brasileira e Artes. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação da Relações Étnico-raciais (2004), reafirmam a capoeira como um conteúdo importante tanto para o desenvolvimento humano de crianças e adolescentes por meio da ludicidade, corporeidade e diferentes linguagens artístico-culturais como também para a construção de uma cultura escolar interdisciplinar que valoriza no processo de constituição da identidade dos alunos, como brasileiros, os saberes, as práticas e os conhecimentos oriundos da “raízes afro-brasileiras”. Dessa forma, as afirmativas I e IV estão corretas por expressarem os argumentos que fundamentam a importância da inserção da capoeira, como manifestação artística e cultural, nas práticas curriculares da educação básica seja em escolas públicas ou privadas. Já as afirmativas II. III e V são incorretas, pois, expressam que a oferta da capoeira na


escola suprimiria as outras atividades desportivas da escola e confrontaria a cultura escolar com a cultura afro-brasileira. Ao adotar a capoeira como integrante da proposta pedagógica e curricular da escola o que se espera é a articulação desta manifestação cultural ancestral com as disciplinas de Educação Física, a Arte, a História, portanto, as diferentes linguagens que compõem a cultura escolar numa perspectiva interdisciplinar sem, todavia, substituir um saber por outro.

Referências: BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2003. ______. Diretrizes curriculares nacionais para educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília, DF: SECAD, 2004. ______. Orientações e ações para educação das relações étnico-raciais. Brasília, DF: SECAD, 2006. ______. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2008.

QUESTÃO Nº 24 Os professores que lecionam Matemática e Ciências na Escola Brasil resolveram ministrar suas aulas em um laboratório de informática utilizando atividades preparadas na abordagem Construcionista, com o auxílio de softwares. O laboratório não tem computadores suficientes para todos os alunos de uma turma. Os professores desejam também praticar a avaliação formativa. Nessa perspectiva, avalie se as situações descritas a seguir atenderiam aos anseios desses professores. I. Propor aos estudantes a realização de atividades em duplas nos computadores, construídas a partir de situações problema; realizar avaliação processual com intencionalidade educativa. II. Basear o processo ensino-aprendizagem em tutoriais que são comuns em softwares educacionais; avaliar com o objetivo de classificar e premiar os melhores estudantes. III. Utilizar o computador como instrumento de transmissão da informação; observar o comportamento dos estudantes enquanto manipulam o software para privilegiar na avaliação aqueles que conversarem menos com os colegas durante as atividades. IV. Preparar atividades que devam ser realizadas individualmente nos computadores, mesmo que seja preciso separar a turma em dois grupos para usarem o laboratório em horários distintos; tomar a autoavaliação como correspondente a 90% da avaliação final dos estudantes. É coerente com os propósitos dos professores apenas o que se descreve em A) I.


B) IV. C) I e II. D) II e III. E) III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Construtivismo, avaliação formativa

Autor(a): Professora Rose Mary Almas de Carvalho - MAF

Comentário: A expressão construcionismo é utilizada por Seymour Parpert para expressar o processo de construção do conhecimento vivenciado por intermédio de alguma ferramenta, no caso específico, o computador. Diante desse pensamento, o uso do computador na educação é identificado como um auxiliar no processo de construção de conhecimento e fundamentado nos princípios do construtivismo de Piaget. A abordagem construcionista, portanto, se baseia no pensamento construtivista que entende o conhecimento a partir de um processo permanente de construção decorrente da interação do sujeito com o meio físico e social, com os símbolos e com as interações vividas no mundo social. A avaliação formativa constitui-se em proposta de avaliação baseada nos princípios do construtivismo, considera, assim, o desenvolvimento do aluno no seu processo de aprendizagem. Desse modo, a avaliação não é fim em si mesmo, possui uma intencionalidade educativa, constituindo-se em um processo que possibilita ao professor identificar o percurso do aluno na construção do conhecimento e reorientá-lo. Das alternativas sugeridas, a correta é a alternativa I, pois as atividades propostas apresentam situações-problema que permitem aos alunos pensar sobre uma realidade, interagindo, por meio do computador, com o objeto de conhecimento. A avaliação está proposta numa perspectiva processual com intencionalidade educativa, distanciando-se de uma visão de avaliação como fim. As alternativas II, III e IV estão incorretas. Apresentam uma abordagem pedagógica que valoriza a instrução e a transmissão da informação; o estudo individualizado do aluno e a avaliação desenvolvida numa perspectiva de classificação, premiação ou punição, refletindo uma concepção de avaliação como fim ou ainda permitindo que a autoavalição corresponda quase que na totalidade da avaliação final, restringindo a participação do professor desse processo.

Referências: PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. Esteban, M. T.(Org.) (2003). Escola, Currículo e avaliação. Série Cultura Memória e currículo,


vol. 5. São Paulo: Cortez.

QUESTÃO Nº 25 A avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão amplo nos processos de ensino que nossa prática educativa escolar passou a ser direcionada por uma “pedagogia do exame”. PORQUE No processo de avaliação do ensino e da aprendizagem da maioria das escolas brasileiras, predomina a utilização da avaliação diagnóstica em detrimento da classificatória. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média Conteúdo avaliado: A organização do Trabalho Pedagógico pós LDB-9394/96 – As Áreas de atuação da organização e da gestão escolar para melhor aprendizagem dos alunos.

Autor(a): Professora Mª Cristina Dutra Mesquita - EDU / Professora Suelena de Moraes Aguiar - EDU

Comentário: Com base em Libâneo (2003), a avaliação de aprendizagem é um processo que possibilita ao professor identificar as dificuldades e avanços de aprendizagem dos alunos e assim intervir. A política de avaliação externa realizada pelo Sistema pode contribuir com a organização do trabalho na escola e na sala de aula de modo que o professor a partir dos resultados das avaliações de aprendizagem, institucional e externa, deve propor ações para a melhoria do processo educacional. Sendo assim, a primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa porque no processo de avaliação do ensino e da aprendizagem da maioria das escolas brasileiras, predomina a utilização da avaliação quantitativa, classificatória em que ainda, a cultura da nota prevalece e se fortalece pela avaliação externa por meio do índice do IDEB. Sabemos que a avaliação dos alunos realizada pelos professores precisa ter um caráter diagnóstico com o objetivo de fundamentar as intervenções necessárias. No entanto, a partir das interferências dos mecanismos internacionais na política educacional brasileira, as quais


refletem uma tendência da nova ordem econômica mundial, o avanço das tecnologias e da globalização, percebe-se uma educação que estimula o aumento da competitividade e uma seleção pautada cada vez mais pelo desempenho. A avaliação do processo de ensino aprendizagem na maioria das escolas brasileiras perdeu sua função diagnóstica, prevalecendo o uso de testes para medir o rendimento dos alunos, os quais sofrem controle dos resultados pelo Estado, pela classificação e comparação entre escolas. Desta forma, o processo de avaliação do ensino e da aprendizagem a prática educativa esta direcionada para a realização de exames (tanto internos como externos) “pedagogia dos exames” e a prevalência da classificação e não do diagnóstico.

Referências: LIBÂNEO, J. C, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 6.ed. São Paulo: Heccus Editora, 2013. PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

QUESTÃO Nº 26 O currículo, há muito tempo, deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimentos, técnicas e métodos. Já se pode falar agora em uma tradição crítica do currículo, guiada por questões sociológicas, políticas e epistemológicas. MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. (Org). Currículo, cultura e sociedade. 6. ed. Cortez, 2002, p. 7-8 (com adaptações).

Na perspectiva do texto acima, avalie as seguintes asserções. O currículo é considerado um artefato social e cultural. PORQUE O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressada do conhecimento social, pois implica relações de poder, transmite visões sociais particulares e interessadas, não é um elemento transcendente e atemporal. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.


Gabarito: A

Tipo de questão: Asserção e razão. Grau de dificuldade: difícil

Conteúdo avaliado: conceito de currículo

Autor: Professor Renato Barros de Almeida - EDU

Comentário: É uma questão que apresenta duas afirmativas ou asserções que sustentam proposições verdadeiras a partir dos estudos e pesquisas ligadas a teoria crítica do currículo, fundamentada em questões sociológicas, políticas e epistemológicas. Cabe ressaltar que a segunda afirmativa justifica a primeira na medida em que diz “currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressada” ou seja, o currículo de fato é um artefato social e cultural. Assim, é possível afirmar que ambas, asserção e razão são proposições verdadeiras e que a razão justifica a asserção, fato que confirma que o gabarito é o item A

Referências: MOREIRA, Antonio Flávio e SILVA, Tomaz Tadeu da, (orgs). Currículo, Cultura e Sociedade. 4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2000. SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo. Uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: ArtMed, 2000.


QUESTÃO Nº 27 O diagrama abaixo sintetiza o pensamento e a prática de organização e gestão de escola. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE ESCOLA

Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura as melhores condições organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas de desempenho profissional dos professores, de modo que seus alunos tenham efetivas possibilidades de serem bem-sucedidos em suas aprendizagens. LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia: MF Livros, 2008, p. 263.

Na proposta do autor, a organização e gestão da escola compreende áreas e suas inter-relações. Com relação a essa proposta, avalie as afirmações seguintes. I.

As áreas de atuação são divididas em três blocos inter-relacionados e permeados por uma área comum, com áreas externas que também influenciam a organização e a gestão da escola. II. O bloco que se refere às práticas de gestão e desenvolvimento profissional tem a responsabilidade de sustentação de todo o processo, portanto, torna-se o mais importante entre os três blocos. III. Um campo comum denominado Cultura Organizacional (ou comunidade de aprendizagem) permeia os três blocos, e é constituído pelos espaços físico, psicológico e social em que essas áreas se realizam. IV. O bloco que envolve a avaliação corresponde às práticas de avaliação institucional e de aprendizagem, de interesse único ao bloco pedagógico (projeto, currículo e ensino), a


V.

fim de verificar a relação entre os objetivos e resultados de aprendizagem. A inter-relação entre os blocos em que se dividem as áreas de atração depende do papel articulador e agregador da gestão administrativa e pedagógica da escola.

É correto apenas o que se afirma em A) I, II e V. B) I, III e IV. C) I, III e V. D) II, III e IV. E) II, IV e V.

Gabarito: C

Tipo de questão: Complementação múltipla. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Desenvolvimento de competência como a habilidade (saber fazer) a articulação entre as diferentes áreas de atuação do profissional da educação.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário: Para Libâneo (2012) “as áreas de ação ou de atividades são organizadas e geridas para dar apoio pedagógico ao trabalho escolar, especialmente naquilo que auxilia os professores em seu exercício profissional na escola e na sala de aula”. Libâneo é um dos maiores estudiosos desta temática no país no país. Considera-se nesta questão que, essas áreas de atuação estão articuladas entre si, de modo sistêmico a permitir identificar melhor a ação dos agentes no contexto escolar. As áreas de atuação da organização e gestão da escola, segundo autor, se justificam a partir de uma concepção de gestão democrático-participativo. Desta forma, as afirmativas I, III e V (com Gabarito C) esta correta. As afirmativas II e IV não estão corretas por que consiste em uma afirmação de que “as práticas de gestão e desenvolvimento profissional tem a responsabilidade de sustentação de todo o processo”, bem como afirmativa IV que trata da relação da Avaliação com as outras áreas de atuação da organização e gestão da escola.

Referências BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São Paulo: Cortez, 2008. LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.


QUESTÃO Nº 28

Não brota do individual, mas da ideia. Acima do homem como ser gregário ou como suposto eu autônomo, ergue-se o Homem como ideia. A ela aspiram os educadores gregos, bem como os poetas, artistas e filósofos. Ora, o Homem, considerando na sua ideia, significa a imagem do Homem genérico na sua validade universal e normativa. Como vimos, a essência da educação consiste na modelagem dos indivíduos pela norma da comunidade. Os gregos foram adquirindo gradualmente consciência clara do significado desse processo mediante aquela imagem do Homem, e chegaram por fim, através de um esforço continuado, a uma fundamentação, mais segura e mais profunda que a de nenhum povo da Terra, do problema da educação. JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 10-11.

Considerando o tema abordado no texto, avalie as afirmações seguintes. I. A educação grega se distinguia da educação da maioria dos povos que a antecederam por considerar a razão como instrumento a serviço do próprio homem. II. A filosofia era ensinada na Grécia e abrangia os mais diversos tipos de conhecimento, que se estendia pela matemática, astronomia, física, biologia, ética, entre outros. III. A Grécia possuía diferentes cidades-estado com processos de ensino semelhantes e caracterizados pela igualdade de oportunidades aos diferentes segmentos da população. IV. A educação grega foi caracterizada pela presença de diferentes pensamentos filosóficos como os de Sócrates, dos Sofistas, Platão e Aristóteles, que compartilhavam dos mesmos ideais e processo de ensino. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) II e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha (Resposta Única) Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: História da educação na Grécia Antiga

Autor(a): Professora Marcilene Pelegrine Gomes - EDU

Comentário: As afirmativas I e II estão corretas, pois, os gregos, especificamente, os atenienses diferenciavam-se dos demais povos da antiguidade por desenvolverem um ideal de educação fundamentada na razão, na filosofia como forma de compreensão e intervenção nas coisas do mundo (fenômenos naturais) e nas coisas do homem (fenômenos sociais). A filosofia, como o caminho para alcançar a razão, era ensinada na Grécia e abrangia os mais diversos tipos de conhecimento: matemática, astronomia, física, biologia, ética, medicina, história entre outros. As afirmativas III, IV e V estão erradas, uma vez que a educação grega foi caracterizada pela presença de diferentes pensamentos filosóficos como os de Sócrates, dos Sofistas, Platão e Aristóteles, mas haviam divergências entre os ideais e os processos de ensino. Como também


haviam divergências entre os processos e os ideais de educação e de ensino nas diferentes cidades-Estado. Dessa forma, a alternativa A está CORRETA e as demais (B, C, D, e E) estão INCORRETAS.

Referências: JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 10-11. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.

QUESTÃO Nº 29 Uma Escola Estadual desenvolveu, no âmbito de seu planejamento curricular, um projeto de preservação do meio ambiente junto à comunidade, em parceria comum a organização não governamental (ONG). O projeto se referia à coleta seletiva e tratamento de lixo e teve efeitos tanto no aspecto geral da escola quanto no bairro. Para se concretizar na prática educativa, o planejamento no qual se inseriu o projeto deve ter sido construído com base: A) nos pressupostos que estruturam a criação da ONG. B) no estudo do contexto cultural, político e econômico da comunidade escolar e do seu entorno. C) na análise das técnicas de ensino, haja vista a neutralidade que apresentam, quando devidamente utilizadas. D) no estudo da Cultura, visando à manutenção do pensamento hegemônico e, por decorrência, da estrutura social. E) na relativização das teorias de ensino-aprendizagem cujo papel na formação acadêmica é distinto do exigido no contexto escolar.

Gabarito: B

Tipo de questão: múltipla escolha ( Resposta Única) Grau de dificuldade: alto

Conteúdo avaliado: Trabalho com Projetos

Autor(a): Professora Salete Flôres Castanheira - EDU

Comentário: A educação como prática social, imersa numa relação dialética entre manutenção e transformação social, tem como desafio transgredir da função da escola de alienação para emancipação. Para isto, o currículo desempenha papel principal. Um dos principais estudiosos sobre currículo, Sacristán (2008) compreende que: “o currículo é expressão da relação teoria-prática em nível social e cultural”, isso significa estabelecer uma estreita conexão entre conteúdos, cultura escolar e social e a forma. Currículo é um meio de efetivar o projeto educativo na sala de aula, incorporando uma dimensão social, prática e integradora entre objetivos, conteúdos e o ensino. Para que o currículo possa cumprir sua dimensão prática, é necessário definir meios.


O Trabalho com Projetos é apropriado a essa concepção de currículo, pois emprega uma metodologia denominada de problematização que é representada pelo gráfico abaixo:

Arco da Problematização. Fonte: Knechtel (2001).

O gráfico foi originalmente proposto por Maguerez (apud BORDENAVE e PEREIRA, 1982) sob a denominação de Método do Arco. Suas etapas apresentam elementos para desenvolver uma prática dinâmica, uma metodologia pautada em eixos temáticos e problematizadores, que é empregada no Trabalho com Projetos. “Os Trabalhos com Projetos contribuem para uma ressignificação dos espaços de aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes" (HERNANDEZ, 1998). A metodologia oferece flexibilidade, um movimento ao processo de ensino aprendizagem. Nela é imprescindível a participação ativa dos alunos refletindo sobre a REALIDADE, que parte do estudo do contexto cultural, social, político e econômico da comunidade. Assim, desenvolve nos alunos habilidades para observar e definir situações-problemas. A partir desse contexto, eles passam a investigar, buscar informações, teorias, para construir conceitos, levantar hipóteses de solução, sistematizar os conhecimentos, a fim de retornar à realidade e transformála. A questão (22) é de alto grau de dificuldade, para uma resposta consistente, os professores em formação, devem dominar conhecimentos sobre Trabalho com Projetos, pois a questão tem como norte as bases sobre as quais o projeto um projeto é construído. Considerando, que a questão trata de um projeto de preservação do meio ambiente, a ser desenvolvido, em parceria com uma (ONG) os estudos sobre Trabalhos com Projetos, indica que inicialmente deve ser proporcionado aos alunos, estudo da realidade, o que requer “estudo do contexto cultural, político e econômico da comunidade escolar e do seu entorno”. Portanto, a alternativa (B) é plausível de significados, coerentes com a metodologia e os objetivos do Trabalho com Projetos. As demais alternativas não apresentam nenhum fundamento da perspectiva do Trabalho com Projetos. Alternativa (A) os professores em formação, conhecedores dos propósitos do projeto de Trabalho com Projetos, logo deveriam evidenciar a incoerência e perceber que os interesses da ONG sobressaem em detrimento à comunidade. As Alternativas (C) (D) (E) podem ser analisadas a partir dos objetivos do Trabalho com Projetos e a função social da escola. O professor em formação e conhecedor desses objetivos, ao analisar as alternativas, logo perceberia que elas trazem uma concepção ingênua da prática pedagógica. Nenhuma prática pode ser compreendida como neutra ou destinada à manutenção do pensamento hegemônico. As alternativas (C) (D) (E) vão “de” encontro aos objetivos dos Projetos de Trabalho e consequentemente, ao papel social da escola. Esses perseguem o desafio de transgredir uma formação acrítica, ingênua dos alunos, superando a alienação para torná-los críticos e questionadores.


Referências: BRASIL, (MEC). Parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. V.4 Brasília, 1997. CASTANHEIRA, Salete Flôres. Estudo Etnográfico das Contribuições da Sociolinguística à Introdução ao Letramento Científico no Início da Escolarização. (2007, 320 p.). Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: << http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2907 >>. . COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS & colaboradores. Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar. São Paulo: Artmed, 2004, 472p. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9a ed. São Paulo. Gaia, 2004. HERNÁNDEZ. Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998. HERNANDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2013. MEDINA, N.M.; SANTOS, E. da C. Educação ambiental: uma metodologia participativa de formação. Petrópolis: Vozes, 2000. SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2002. WEISSMAN, Hilda. (org.) Didática das Ciências Naturais: contribuições e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 2008.

QUESTÃO 30 Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória em todos os níveis e modalidades de ensino. De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida Política, avalie as afirmações a seguir. I. A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis. II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares. III. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções que prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento educacional especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na mesma escola. É correto apenas o que se afirma em A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) I, II, e III. E) II, III e IV.

Gabarito: D


Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: Média

Conteúdo avaliado: Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

Autor(a): Professora Mª Cristina Dutra Mesquita - EDU

Comentário: A partir da LDB nº 9.394/96 diferentes instrumentos legais vêm consolidando a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva: a Convenção da Guatenala (1999); a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica; a Lei nº 10.436/02 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia; a Portaria nº 2.678/02 que aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino. Em 2003 o MEC cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Em 2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular. Em 2005, a implantação dos Núcleos de Atividade das Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal. Em 2006 a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU. Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reafirmado pela Agenda Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência, tendo como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente para o atendimento educacional especializado, entre outros dispositivos legais. Portanto, as afirmações I, II e III estão corretas, pois estes documentos reforçam as informações contidas nestas proposições e a IV é incorreta, uma vez que NÃO se trata de uma carta de intenções e sim de uma política pública ancorada por uma legislação em vigor. Assim, a alternativa D é a correta.

Referências: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.> Acesso em 09. jun. 2014.


QUESTÃO Nº 31

QUESTÃO 31 WATERSON, B. Calvin, Haroldo e seus amigos, 1988.

A educação deverá visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. Declaração Universal dos Direitos do Homem. UNESCO, 2006, art. 26. Correlacionando as premissas contidas no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem (UNESCO, 2006) à tira de Calvin, Haroldo e Seus Amigos, assinale a opção correta. A) É preciso preparar as crianças para saberem lidar com as frustrações da vida estudantil. B) É restrita à educação a formação voltada para as artes, culturas, para as diferenças, bem como a preocupação para com a formação religiosa. C) Faz-se necessário (re)pensar a formação docente, com maior foco para a diversidade cultural como forma de construção da identidade de cada povo. D) Deve haver um movimento entre as nações, a partir das Nações Unidas, que prepare seus partícipes para conviver com as diferenças de pensamento, em busca da paz. E) A consciência e o conhecimento das práticas culturais e das formas de arte fortalecem as identidades e valores pessoais e coletivos, além de contribuírem para salvaguardar e promover a diversidade cultural.

Gabarito: E

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: média

Conteúdo avaliado: Correlacionamento entre os conteúdos do artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem (UNESCO, 2006) e a tira de Calvin, Haroldo e Seus Amigos.

Autor (a): Professora Adriane Camilo - EDU

Comentário: Entre os gêneros textuais presentes em provas, as tirinhas (sequência de quadrinhos que comumente faz crítica aos valores sociais, publicada com regularidade em jornais) estão sempre presentes seja para análises diretas ou em diálogos com outras informações, como é o caso da


questão 31, ENADE 2011. Tanto a linguagem utilizada em tirinhas e o conteúdo da Declaração dos Direitos do Homem devem ser de conhecimento de todos, principalmente, dos profissionais da educação. Comentário sobre os itens-resposta da questão: A) Não faz correlação com os textos da questão B e C) Os textos da questão não fazem menção a restrições na educação e nem à formação docente D) O texto do art. 26 diz sobre a responsabilidade da educação em favorecer a compreensão e a tolerância, mas não fala sobre movimento entre as nações, além de não fazer articulação entre os dois textos. E) A resposta exata: “A consciência e o conhecimento das práticas culturais e das formas de arte fortalecem as identidades e valores pessoais e coletivos, além de contribuírem para salvaguardar e promover a diversidade cultural”, articula com os dois textos, traz os valores e conhecimentos cultural, pessoal e coletivo dos personagens e a aponta que a educação deve ‘favorecer a compreensão, a tolerância entre todas as nações e grupos’.

Referências Declaração Universal dos Direitos do Homem UNESCO, 2006, art. 26. WATTERSON, B. Calvin, Haroldo e seus amigos, 1988.

QUESTÃO Nº 32 O projeto pedagógico deve contemplar a realidade que o aluno vive ou vai viver: as mudanças e exigências tecnológicas, os valores e práticas, a necessidade de construir um mundo solidário e humano em que todos tenham lugar, sem exclusões e preconceitos. Para projeto de tal envergadura, é necessária a parceria de universidades, de entidades de classes, empresários, gestores educacionais e escolares, professores, técnicos e, também, da cúpula dos órgãos administrativos e técnicos do sistema de ensino. Todos têm saberes, experiências e expectativas que não aparecem em questionários e enquetes. É necessário, sobretudo, deixar o aluno falar, manifestar suas angústias, desejos, anseios, o que pode contribuir para a elaboração de um projeto pedagógico situado e contextualizado. SANTOS, C. R. A Gestão Educacional e Escolar para a Modernidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008, p. 61.

Considerando o texto acima, é correto afirmar que a elaboração de um Projeto Pedagógico (PP) A) deve partir das angústias, desejos e anseios dos estudantes a serem incluídos no contexto escolar. B) deve envolver toda comunidade escolar, tendo como referência a realidade em busca de aperfeiçoamento e de mudança necessários a uma educação de melhor qualidade. C) parte da Gestão Escolar que procura envolver professores, estudantes, colaboradores e demais membros da comunidade escolar para a solução de problemas específicos levantados. D) tem como objetivo principal reafirmar valores éticos e morais e propor ações em busca da consolidação desses valores na sociedade. E) necessita da participação da universidade e de órgãos administrativos e técnicos do sistema de ensino para mediação dos conflitos existentes entre escola e comunidade escolar.

Gabarito: B

Tipo de questão: Complementação simples. Grau de dificuldade: média


Conteúdo avaliado: Projeto Pedagógico, pressupostos filosóficos, epistemológico e didáticopedagógico; a elaboração de um projeto pedagógico situado e contextualizado.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário: A LDB, Lei n° 9.394/96, prevê no seu art.12, inciso I, que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. Esse preceito legal está sustentado na ideia de que a escola deve assumir, como uma de suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobre sua intencionalidade educativa. Desta forma, a alternativa (B) (Gabarito) está correta. As afirmações (A), (C), (D) e (E) estão incorretas (Distratores) porque consiste em uma analise incompleta em relação ao projeto pedagógico, ainda que, reflita a realidade da escola e cuja construção aglutina crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político e pedagógico coletivo.

Referências BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São Paulo: Cortez, 2008. LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. SANTOS, C. R. A Gestão Educacional e Escolar para a Modernidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008, p. 61. VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.

QUESTÃO Nº 33 A tabela a seguir mostra dados de matrículas no Brasil, por etapas e modalidades, entre 2008 e 2010. Matrículas (em mil), por etapas e modalidades de ensino, 2008 a 2010 Educação Educação Educaç Ensino An Tot de Jovens Profissional( ão Fundament Educaçã Ensin o al e Infantil al o 2) o Adult Especial os Médi (1) o 200 53.23 6.71 32.08 8.36 32 4.94 79 8 2 9 7 6 0 5 5 200 52.58 6.76 31.70 8.33 25 4.66 86 9 1 3 6 7 3 1 1 201 51.55 6.75 31.00 8.35 21 4.28 92 7 matrículas5 de escolas exclusivamente 8 8 5 ensino (1)0Educação0 Especial: inclui especializadas e/ou 7classes especiais do regular e/ou educação de jovens e adultos; (2) Educação Profissional: não inclui matrículas de educação profissional integrada ao ensino médio. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/resumos-tecnicos>. Acesso em: 09 out. 2011 (com adaptações).


A partir das informações da tabela e considerando o disposto na Lei n.o 9.394/1996 (LDB), avalie as afirmações que se seguem. I. Em 2010, a Educação Básica totalizou 46.120.000 matrículas. II. Nos dados da Educação Infantil, estão incluídos estudantes matriculados em creches (ou entidades equivalentes) e pré-escolas. III. A diminuição do número de matrículas em escolas e classes exclusivas para Educação Especial pode ser explicada pela adoção de políticas públicas que priorizam a educação inclusiva para estudantes que requerem atendimento educacional especializado. IV. No triênio 2008-2010, a Educação de Jovens de Adultos apresentou, em termos percentuais, o maior decréscimo do número de matrículas entre as etapas e modalidades de ensino mostradas na tabela. V. No período mostrado na tabela, houve crescimento de mais de 15% nas matrículas da Educação Profissional. É correto apenas o que se afirma em A) I e IV. B) I, II e IV. C) II, III e V. D) III, IV e V. E) I, II, III e V.

Gabarito: C

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: dificil

Conteúdo avaliado: Evolução de Matrículas da Educação Básica/ Estatística Educacional

Autor(a): Professora Maria Cristina Dutra Mesquita - EDU

Comentário: A afirmativa I está errada, pois o número de matrículas na Educação Básica em 2010 é 51.550.000 considerando a soma dos diferentes níveis que a compõe. A afirmativa II está correta, pois a Educação Infantil compreende a oferta de educação em creches e pré-escola (Art. 30 da LDB 9.394/96). A afirmativa III está correta, pois a partir das políticas públicas de inclusão, a diminuição de matrículas em escolas e classes exclusivas para a Educação Especial é perfeitamente justificada. A afirmativa IV está errada, pois o nível que apresentou o maior decréscimo considerando o período 2008-2010 foi a Educação Especial com 31,8%. A Educação de Jovens e Adultos apresentou um decréscimo de 13,3%, o Ensino Fundamental apresentou um decréscimo de 3,37% e o Ensino Médio 0,09%. A afirmativa V está correta, pois o crescimento das matrículas na Educação Profissional no período foi de 16,3%, ou seja, mais de 15%.


Portanto a opção correta é a alternativa C.

Referências: BRASIL/MEC. Censo Escolar 2010. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/resumostecnicos>. Acesso em: 09 out. 2011 (com adaptações).

QUESTÃO Nº 34 A produção do conhecimento escolar crítico requer que a teoria anunciada na forma conceitual se transforme em ações no contexto de vida do aluno para alcançar uma visão crítica que move o seu agir no mundo para superar a visão fragmentada da realidade. FAVERI, J. E. Filosofia da educação: o ensino da filosofia na perspectiva freireana. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2011, p. 44.

Na perspectiva das ideias do fragmento de texto acima, analise as seguintes asserções. A concepção crítica de conteúdo fundamenta-se na relação entre o saber cotidiano do estudante, suas condições existenciais e o saber metódico já produzido. O produto dessa relação constitui sínteses qualitativamente melhoradas. PORQUE Pela reflexão crítica da realidade presente, o estudante busca organizar um novo saber na forma de teorias explicativas que identificam contradições e buscam sua superação com posturas concretas renovadas diante do seu contexto de vida. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. D) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: múltipla escolha. Grau de dificuldade: médio

Conteúdo avaliado: Teorias críticas da educação Autor(a): Professor Rafael Borges – EDU

Comentário: A questão exige habilidade de interpretação e contextualização dos alunos. A análise da citação permite concluir que o tema central é o das teorias críticas da educação e de que forma estas teorias propõem uma articulação entre o conteúdo escolar e o cotidiano dos alunos, de forma a conduzir a uma superação de uma visão fragmentada da realidade e a uma utilização do conhecimento adquirido na escola para a interpretação e atuação transformadora dessa mesma realidade. Partindo-se dessa constatação, percebe-se que as duas asserções são verdadeiras, pois manifestam exatamente esta preocupação. Assim, as alternativas C, D e E estão invalidadas.


Resta, em seguida, analisar de que forma as duas asserções se relacionam. Uma leitura cuidadosa permite perceber que elas se complementam, uma vez que a primeira asserção define a preocupação da teoria crítica dos conteúdos, enquanto a segunda explana o impacto que uma prática subsidiada por tal perspectiva teórica promove na vida do aluno. Assim, a alternativa correta é a A, pois a segunda asserção justifica a importância para o aluno de o professor assumir uma prática pedagógica alicerçada em uma teoria crítica dos conteúdos.

Referências: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2006. FAVERI, J. E. Filosofia da educação: o ensino da filosofia na perspectiva freireana. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo. São Paulo: Cortez, 2011.

QUESTÃO Nº 35 Em 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que busca reunir, em um só indicador, dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para IDEBs de escolas e municípios) e do SAEB (no caso dos IDEBs dos estados e nacional). A fórmula geral do IDEB é dada por: IDEB ji = N ji × P ji; em que i = ano do exame (SAEB e Prova Brasil) e do Censo Escolar; N ji = média da proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador entre 0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino; P ji = indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade j; O IDEB é usado como ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a Educação Básica. O PDE estabelece como meta que, em 2022, o IDEB do Brasil seja 6,0 — média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável à dos países desenvolvidos. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/portal-ideb>. Acesso em: 30 set. 2011 (com adaptações).

A tabela a seguir apresenta dados hipotéticos das escolas X, Y e Z. Ano Escola

2007 Nota Média Padronizada (N)

2008 Nota Média Padronizada (N)

2009 Nota Média Padronizada (N)

2007 Indicador de Rendimento (P)

X Y Z

4,50 3,20 5,50

5,50 4,00 6,50

7,00 4,80 7,00

0,80 0,70 0,80

2008 Indicador de Rendimento (P) 0,80 0,75 0,85

2009 Indicador de Rendimento (P) 0,80 0,80 0,90

A partir das informações do texto e dos dados apresentados na tabela, avalie as informações que se seguem.


I. Em 2009, as Escolas X e Z alcançaram IDEB acima da média estabelecida pelo PDE para o Brasil. II. No triênio 2007-2009, a Escola Y foi a que apresentou maior crescimento no valor do IDEB. III. Se for mantida para os próximos anos a taxa de crescimento do IDEB apresentada no triênio 2007-2009, a Escola Y conseguirá atingir, em 2012, a meta estabelecida pelo PDE para o Brasil. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III.

Gabarito: D

Tipo de questão: Complementação múltipla. Grau de dificuldade: difícil

Conteúdo avaliado: políticas educacionais, avaliação do processo ensino-aprendizagem e institucional.

Autor (a): Professor Genivaldo Félix da Silva - EDU

Comentário: Conforme o enunciado da questão 35, a partir de 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), como indicador de qualidade para a Educação Básica. A IDEB inserese na lógica gerencial da gestao por resultados, relacionando metas, prazos e indicadores quantitativos. Portanto, o “IDEB é usado como ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a Educação Básica". Desta forma, as alternativas II e III (com Gabarito D) estão corretas. As afirmativas (A), (B), (C) e (E) não estão correta porque mesmo apresentando dados hipotéticos das escolas.

Referências BRZEZINSKI, Iria. (Org.) LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares. São Paulo: Cortez, 2008. LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João F. de e TOSCHI, Mirza Seabra. 10. ed. rev. e ampl. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. VEIGA, Ilma P. A; RESENDE, Lúcia Maria G. de. Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas: Papirus, 2001.


QUESTÃO DISCURSIVA 01 A Educação a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que permite que a comunicação e a construção do conhecimento entre os usuários envolvidos possam acontecer em locais e tempos distintos. São necessárias tecnologias cada vez mais sofisticadas para essa modalidade de ensino não presencial, com vistas à crescente necessidade de uma pedagogia que se desenvolva por meio de novas relações de ensino-aprendizagem. O Censo da Educação Superior de 2009, realizado pelo MEC/INEP, aponta para o aumento expressivo do número de matrículas nessa modalidade. Entre 2004 e 2009, a participação da EaD na Educação Superior passou de 1,4% para 14,1%, totalizando 838 mil matrículas, das quais 50% em cursos de licenciatura. Levantamentos apontam ainda que 37% dos estudantes de EaD estão na pós-graduação e que 42% estão fora do seu estado de origem. Considerando as informações acima, enumere três vantagens de um curso a distância, justificando brevemente cada uma delas.

Conteúdo avaliado: Educação a Distância (EaD)

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

Padrão de resposta: O estudante deve ser capaz de apontar algumas vantagens dentre as seguintes, quanto à modalidade EaD: (i) flexibilidade de horário e de local, pois o aluno estabelece o seu ritmo de estudo; (ii) valor do curso, em geral, é mais baixo que do ensino presencial; (iii) capilaridade ou possibilidade de acesso em locais não atendidos pelo ensino presencial; (iv) democratização de acesso à educação, pois atende a um público maior e mais variado que os cur sos presenciais; além de contribuir para o desenvolvimento local e regional; (v) troca de experiência e conhecimento entre os participantes, sobretudo, quando dificilmente de forma presencial isso seria possível (exemplo, de pontos geográficos longínquos); (vi) incentivo à educação permanente em virtude da significativa diversidade de cursos e de níveis de ensino; (vii) inclusão digital,permitindo a familiarização com as mais diversas tecnologias; (viii) aperfeiçoamento/formação pessoal e profissional de pessoas que, por distintos motivos, não poderiam frequentar as escolas regulares; (ix) formação/qualificação/habilitação de professores, suprindo demandas em vastas áreas do país; (x) inclusão de pessoas com comprometimento motor reduzindo os deslocamentos diários.


QUESTÃO DISCURSSIVA 02

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2010) utiliza-se da Pesquisa População analfabeta com idade superior a 15 anos Nacional por Amostra de Domicílios ano porcentagem (PNAD) para apresentar sucinta análise das condições de vida no 2000 13,6 Brasil. Quanto ao analfabetismo, a SIS 2010 mostra que os maiores 2001 12,4 índices se concentram na população 2002 11,8 idosa, em camadas de menores rendimentos e predominantemente na 2003 11,6 região Nordeste, conforme dados do texto a seguir. 2004 11,2 A taxa de analfabetismo referente a 2005 10,7 pessoas de 15 anos ou mais de idade baixou de 13,3% em 1999 para 9,7% 2006 10,2 em 2009. Em números absolutos, o contingente era de 14,1 milhões de 2007 9,9 pessoas analfabetas. Dessas, 42,6% 2008 10,0 tinham mais de 60 anos, 52,2% residiam no Nordeste e 16,4% 2009 9,7 viviam com ½ salário-mínimo de renda familiar per capita. Os maiores decréscimos no analfabetismo por grupos etários entre 1999 a 2009 ocorreram na faixa dos 15 a 24 anos. Nesse grupo, as mulheres eram mais alfabetizadas, mas a população masculina apresentou queda um pouco mais acentuada dos índices de analfabetismo, que passou de 13,5% para 6,3%, contra 6,9% para 3,0% para as mulheres. SIS 2010: Mulheres mais escolarizadas são mães mais tarde e têm menos filhos. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias>. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Com base nos dados apresentados, redija um texto dissertativo acerca da importância de políticas e programas educacionais para a erradicação do analfabetismo e para a empregabilidade, considerando as disparidades sociais e as dificuldades de obtenção de emprego provocadas pelo analfabetismo. Em seu texto, apresente uma proposta para a superação do analfabetismo e para o aumento da empregabilidade.

Padrão de Resposta: O estudante deve abordar em seu texto: • identificação e análise das desigualdades sociais acentuadas pelo analfabetismo, demonstrando capacidade de examinar e interpretar criticamente o quadro atual da educação com ênfase no analfabetismo; • abordagem do analfabetismo numa perspectiva crítica, participativa, apontando agentes sociais e alternativas que viabilizem a realização de esforços para sua superação, estabelecendo relação entre o analfabetismo e a dificuldade para a obtenção de emprego; • indicação de avanços e deficiências de políticas e de programas de erradicação do analfabetismo, assinalando iniciativas realizadas ao longo do período tratado e seus resultados, expressando que estas ações, embora importantes para a eliminação do analfabetismo, ainda se mostram insuficientes.


Conteúdo avaliado: Aspectos de constituição histórica do povo brasileiro e reflexões acerca do desafio de garantir a escolarização a trabalhadores no país. Políticas públicas e programas de EJA: alfabetização e continuidade.

Autor: Professor Frederico Dourado R. Morais - EDU

Comentário: A questão remete a análise do analfabetismo sobre a ótica das políticas públicas, dentro de uma perspectiva onde a questão é pautada como um problema de ordem social, e não meramente educacional. Neste sentido é preciso compreender que o analfabetismo corrobora com o processo de exclusão social e aumenta a disparidade dos sujeitos frente aos desafios do mundo do trabalho. Cada vez mais homens e mulheres analfabetos se veem longe do exercício pleno da sua cidadania, sua condição educacional os impedem de progredir no espaço profissional e de obterem benefícios simples da atual sociedade moderna, como por exemplo, abrir uma conta no banco, obter um financiamento bancário ou simplesmente utilizar com eficiência o sistema de transporte coletivo urbano. Assim é de suma importância que as políticas públicas e os respectivos programas que visam erradicar o analfabetismo o façam dentro desta perspectiva, voltando sua atuação para elevar a escolaridade dos sujeitos e acima de tudo incluí-los socialmente. Para tanto toda e qualquer proposta nesta dinâmica precisa vincular ações educacionais de alfabetização, vinculados com o Mundo do Trabalho, entendendo que alfabetizar, é apenas uma pequena parte do processo, mas amplo de formação e de inserção social. E por fim, a questão remete a uma crítica aos programas emergenciais e assistencialistas de alfabetização que fazem parte da história recente da educação brasileira, tais como o MOBRAL ou o Programa Alfabetização Solidária, que não conseguiram ir além da mera alfabetização, sem alargar suas ações ao Letramento e principalmente a criar condições para os sujeitos aumentarem sua escolarização e darem continuidade ao seus estudos.

Referências: GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e prática. São Paulo, Cortez, 2001. FÁVERO, Osmar e FREITAS, Marinaide. A educação de adultos e jovens e adultos: um olhar sobre o passado e o presente. INTER-AÇÃO. Revista da Faculdade de Educação, UFG: Goiânia, v. 36, n. 2, jul./dez./2011. COSTA, Renato Pontes; CALHÁU, Socorro (Orgs.). “... E uma educação pro povo, tem?”. Rio de Janeiro: Caetés,2010.

DISCURSIVA 3 John Dewey foi um filósofo, psicólogo e pedagogo, nascido nos Estados Unidos da América, que se posicionou a favor do conceito de Escola Ativa, na qual a educação do estudante deve ser voltada ao pensar, transformar uma capacidade natural em hábito, por meio de uma atividade, de forma cooperativa. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que ocorreu em 1932, está relacionado com as preocupações educacionais da década de 1920 e a Escola Ativa. Considerando essas ideias, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: O Movimento Escolanovista. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) relação do Escolanovismo com democracia; b) características metodológicas; c) caracterização do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.


Conteúdo avaliado: Movimento escolanovista, seus pressupostos metodológicos e a influencia na educação brasileira por meio do Manifesto do Pioneiros da Educação Nova (1932)

Autor(a): Professor: Alexandre Nardini- EDU / Professor Rafael Borges - EDU

Padrão de Resposta a) O estudante deve mencionar que o escolanovismo foi um movimento educacional que acredita que a educação é elemento verdadeiramente eficaz para a construção de uma sociedade democrática, que leva em consideração as diversidades, respeitando a individualidade do sujeito, apto a refletir sobre o meio social e capaz de inserir‐se nessa sociedade. A educação escolarizada deveria ser sustentada no indivíduo integrado à democracia, o cidadão atuante e democrático. b) O estudante deve mencionar que a escola deve organizar a sala de aula como um espaço privilegiado que possibilite ao estudante uma ação efetiva sobre a realidade ou a representação, como também facilitar a articulação entre seu interesse e sua ação. Abordar a centralidade da criança nas relações de aprendizagem, exaltando o ato de observar e de intuir, na construção do conhecimento. Explicitar a importância da pesquisa na produção de conhecimento, citando por exemplo, a pedagogia de projetos. c) O estudante deve mencionar que o "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" se caracterizava pela divulgação da visão de um segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. O estudante deve abordar os princípios que se referem à gratuidade de uma educação pública, laica e obrigatória, além de destacar o dever, a obrigatorieade e a responsabilidade do Estado para com a educação do povo.

Comentário: No Brasil essas ideias foram materializadas pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova elaborada em 1932. Representou um importante movimento de renovação da Educação brasileira através do estudo dos problemas educacionais, além de um momento expressivo na luta pela implantação da escola publica, leiga, gratuita e obrigatória. Em seu texto percebe-se a intenção de reconhecer que a educação é um elemento prioritário na vida social e como tal deve ser jurisdicionada pelo Estado na garantia de oferecê-la aos cidadãos. A questão versa sobre o Movimento da Escola Nova fora e no interior do Brasil. Embora John Dewey preferisse o termo “escola progressiva”, ele é tido como importante precursor do movimento escolanovista, sobretudo por sua influência sobre Anísio Teixeira, o principal nome do escolanovismo no Brasil. É importante destacar a intenção do movimento escolanovista em criticar o caráter magistrocêntrico da pedagogia tradicional, propondo em lugar, uma prática pedagógica centrada nas necessidades e nos interesses do aluno. Assim, a metodologia seria encaminhada na direção do pragmatismo, em que a aprendizagem se daria através de uma experiência ativa de problematização a partir de experiências concretas. Importante seria aprender o que realmente fosse necessário. Contudo, diferentemente de um viés eficientista, a Escola Nova propõe um aprendizado relevante não somente para a inserção do aluno no mercado de trabalho, mas principalmente para a construção de uma sociedade democrática através de uma atuação consciente. Para a consecução desse modelo de sociedade há a defesa de uma escola laica, pública, obrigatória e gratuita. Assim, importaria não somente universalizar a educação, mas refletir sobre seu modelo, de forma a conceber um ensino que promovesse a democracia na sociedade. Por fim, é importante perceber o impacto dessas ideias na promulgação do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” de 1932, cujos principais


signatários buscavam aproveitar o contexto de transformações políticas no Brasil para a reformulação das políticas educacionais com vistas a transformações na sociedade brasileira. Importante é perceber a “ilusão liberal” que acomete esse movimento, que ao fim e ao cabo, padece de uma excessiva idealização do papel da educação em relação à sociedade, encaminhando uma visão assaz redentora da ação educativa como corretora dos problemas da marginalidade social.

Referências: DEWEY, John. Vida e educação. 2 ed. São Paulo: Ibrasa 1980 LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez. 1994. RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira 16°ed Campinas- SP: Autores Associados , 2010. ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis- RJ: Vozes, 1978. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2000. SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 2ª ed. São Paulo,Campinas: Autores Associados, 2008.

QUESTÃO DISCURSIVA 04 Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. Tradução: Dora Flaksman. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981, p. 50.

Considerando as ideias apresentadas no texto acima, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: A infância: sua representação e processo educativo. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) transformações do conceito de infância; b) compreensão da especificidade da infância; c) representação das crianças nas obras de arte do século XII.

Padrão de Resposta O estudante deve abordar em seu texto: • identificação e análise das desigualdades sociais acentuadas pelo analfabetismo, demonstrando capacidade de examinar e interpretar criticamente o quadro atual d a educação com ênfase no analfabetismo; • abordagem do analfabetismo numa perspectiva crítica, participativa, apontando agentes sociais e alternativas que viabilizem a realização de esforços para sua superação, estabelecendo relação entre o analfabetismo e a dificuldade para a obtenção de emprego; •indicação de avanços e deficiências de políticas e de programas de erradicação do analfabetism o, assinalando iniciativas realizadas ao longo do período tratado e seus resultados, expressando que estas ações, embora importantes para a eliminação do analfabetismo, ainda se mostram insu ficientes.

Conteúdo avaliado: Educação e analfabetismo no Brasil


Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

QUESTÃO DISCURSIVA 5 O desenvolvimento da linguagem na Educação Infantil é tema de ampla pesquisa. A professora planeja sua ação pedagógica visando acolher as formas individuais de comunicação das crianças, assim como contemplar atividades de fala, escuta, narrativas e reflexão sobre a Língua. A literatura infantil cumpre papel fundamental nesse processo. Nessa perspectiva, redija um texto argumentativo em favor do papel da literatura infantil para o processo de desenvolvimento da linguagem da criança. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) desenvolvimento da oralidade; b) formação do leitor e do escritor; c) importância da literatura para a socialização da criança e sua formação integral.

Conteúdo avaliado: O desenvolvimento da linguagem na Educação Infantil

Autor(a): Comissão de Elaboração do ENADE

Padrão de resposta: a) O estudante deve mencionar que o trabalho com literatura infantil e o diálogo propiciado por ele amplia sua oralidade, salientando os seguintes aspectos: vocabulário, articulação de ideias, gramática, estrutura da narrativa, criatividade e imaginação. b) O estudante deve mencionar que a formação do leitor/escritor por meio da literatura infantil, amplia o acesso da criança à estrutura da linguagem escrita, aos códigos e estilos, despertando a necessidade de se expressar desta forma, mas também, dando‐lhe instrumentos para fazê‐lo. c) O estudante deve mencionar que a literatura infantil exerce não somente o papel de divertir, mas instruir por meio do lúdico, desenvolvendo nos alunos competências afetivas, cognitivas, motoras, morais, éticas e estéticas. Além disto, propicia a ampliação do universo cultural da criança.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.