CUNTROLL ZINE #12
Espaço/Space
Entrevistas/Interviews:
Dezembro/December 2017
OFFICIA L MEANING OF THE WORDS:
CONTROL :
HAVE POWER; to have power over a person, company, country.
LIMIT/MANAGER; to limit something or make it happen in a certain way.
STAY CLAM; to manage to make yourself remain calm, even though you are upset or angry.
CUN T:
(taboo; slang) – a woman’s VAGINA and other sexual organs.
A very offensive word used to insult and to show anger or dislike
ROLL:
LIST OF NAMES; an official list of names. SOUND; a deep continuous sound
OUR MEANING:
Cunt;
ANYONE who identifies as a fucking badass genderless unicorn.
Someone who doesn’t take SHIT from anyone else and doesn’t stay neutral when it comes to controversial situations.
Anyone who fights on a daily basis, to not only survive but to LIVE their most authentic self and help/inspire others to do the same.
Carta da Editora:
Chegámos ao fim de 2017, um ano tão especial e espacial. Reapropriando espaços públicos e pessoais, alcançando vitórias no plural e individualmente, somos tanto e tão poucos, valemos por muitos e lutamos por todxs.
Porque este espaço é nosso. Há 6 anos. Obrigada por cuidarem, acreditarem e aceitarem este pequeno espaço como vosso e encherem-no de amor, arte e revolução. Espero que gostem deste número 12.
Sempre vossa, Raquel Silva
Editors Letter:
The end of 2017 has arrived and what a special and spacial year it’s been, Taking back our personal and public spaces,, conquering individual and collective battles, we’re so many things and yet we’re so few, we’re worth so much and we fight for everyone. Because this is our space. For the last 6 years. Thank you for believing, accepting and taking care of this little space as your own. Especially for filling it with love, art and revolution. Hope you enjoy number 12.
Yours truly, Raquel
Silva
IN MEMORIAM
Edith Windsor (1929 – 2017)
Odisseia pelo meu espaço #1 – Rótulos
Somos prisioneires e contorcionistas das caixinhas que nos atribuíram sem o nosso parecer.
Somos água que transborda para além da nossa pele, para além de qualquer espaço que nos queiram dar, incutir, obrigar.
Somos a areia que vos escapa entre os dedos. Cada vez há menos segredos e medos de sermos quem somos, quem sempre fomos, por quem lutámos e continuamos a lutar.
Somos mais que sonhar. Somos as ferramentas da mudança e enquanto houver esperança há espaço pelo qual gritar e alargar e chegar das cinzas renascides, sem sequer termos tido que queimar.
Odisseia pelo meu espaço #2 – Cidade
Aqui não há espaço para mim. Cromo 101, pintam-me assim. E em vez de viver em receio neste meio em que não caibo, decidi transbordar.
Em ser maior que o espaço dado, Em discurso,
Em cores no cabelo, Em absurdo, difíceis aqui de encontrar.
Visto-me de forma diferente.
Ajo de forma diferente.
Não sou menos nem mais
Sou a descrente no meio de gente que se cala demais.
(E quando fala, falham temas fulcrais.)
Aqui saio com “amigos” que quase me ignoram na totalidade.
Será pela idade?
Será porque sou (demasiado) cidade?
Será porque falo num meio de mudos? (ou para encaixar me calo.)
Será porque me mexo e bebo tudo?
(e danço para mim sobretudo)
E nem quando obrigada me faço encaixar no espaço deste pedaço de terra onde estou perdida e não achada.
Esther Caulfield
Cris instagram@ nit222
Duplo Espaço é o Blog onde Laura Falé escreve sobre ateliers de artistas e o seu fascínio por estes recantos mágicos e misteriosos, a que a grande maioria de nós não tem acesso. Coleção de histórias e de pessoas que nos fazem sonhar através dos seus trabalhos e da sua criatividade. Espreitem: duploespaco.blogspot.pt
CuntRoll: Em prime iro lugar, podes te apresentar e falar um pouco sobre ti?
Laura: Claro! Chamo-me Laura Falé, tenho 25 anos e cresci em São Miguel, nos Açores. Licenciei-me em Filosofia, fiz o mestrado na mesma área e agora estou a escrever Doutoramento em Estética sobre a artista plástica portuguesa Ana Jotta. Em simultâneo escrevo e fotografo para o Duplo Espaço, que é um blogue sobre ateliers de artistas e a relação que os artistas têm com os seus espaços de trabalho.
C: Como surgiu o teu blog Duplo Espaço e o porquê deste nome?
L: Chama-se Duplo Espaço porque eu quero trazer a ideia de espaço de trabalho do artista, que é físico, para um espaço virtual, que é um blogue. O principal responsável pelo nome é o meu namorado, o André, que também foi indirectamente a minha motivação para criar o blogue. O Duplo Espaço é um pretexto para visitar artistas no seu ambiente de trabalho - eu sentia que me apetecia falar com o artista de cada vez que visitava uma exposição que gostava. Gosto de ouvir as pessoas a falar sobre si e o seu trabalho, sobre as suas intenções e sobre o que as motiva. Mas se eu tiver que definir o momento em que a ideia surgiu, diria que foi durante a exposição Todos os Livros , de Lourdes Castro, que aconteceu há uns dois anos na Gulbenkian. Era uma exposição de livros de artista que me impressionou muito. Uns dias depois decidi que queria visitar os locais onde os trabalhos eram pensados e concretizados. Mas retrospectivamente penso que este blogue surgiu porque precisava de um lado mais prático na minha vida, precisava de ver outras coisas e outras pessoas e estava a sentir que uma parte de mim se estava a perder por nunca ter saído da faculdade nem ter tido um projecto meu.
C: Quais os ateliers de artistas que mais te marcaram e surpreenderam ao longo deste projecto?
L: Os espaços de trabalho têm todos características muito diferentes. Por vezes são numa cave e pequenos, por vezes são em espaços amplos ou na casa dos artistas. As verdadeiras surpresas vêm quase sempre da conversa que tenho com a pessoa porque há artistas dos quais eu tinha uma ideia preconceituosa que acaba por se alterar com uma conversa. Fico sempre com um sentimento de estranheza quando acabo de escrever um determinado atelier porque creio que consigo estabelecer uma relação de proximidade com aquilo que vi e deixa-me triste passar para o próximo. Houve uma única vez em que não consegui passar para o atelier seguinte e por isso decidi transformar esse dia numa investigação de três anos - foi o atelier da Jotta.
C: Das conversas que tens com os vários artistas, por vezes muito íntimas, consegues perceber qual o estado do mundo artistico em Portugal e o que s ignifica ser artista no nosso país?
L: Eu não sei o que significa ser artista em Portugal ou se ser artista aqui é diferente de ser artista noutro país. Em termos práticos, costumo perguntar se a pessoa consegue viver exclusivamente da arte e a resposta quase nunca foi afirmativa. Creio que isso diz mais sobre a vontade e motivação dos artistas do que sobre o país: viver de ‘ser artista’ é impossível, mas se não se troca essa vida por outra vida economicamente mais folgada, é porque ser artista é indispensável. Há sempre um grau de trabalho, de estudo, de investimento em si próprio e nas peças de arte que eu não imaginava antes de começar o Duplo Espaço. Também penso que é por isso que é atraente: afinal o que é que poderá levar uma pessoa a ficar fechada num atelier, sem saber qual será o resultado daquele esforço, a trabalhar exaustivamente? Ninguém trabalha nestas condições, toda a gente espera retorno daquilo que faz. Portanto penso que o retorno, neste caso, é invisível para o espectador.
C: Que atelie rs e artistas (nacionais ou internacionais) tens grande curiosidade em espreitar e ficar a conhecer melhor?
L: Nunca visitei ninguém que tenha outras pessoas a trabalhar para si. É um formato de atelier que se equipara a uma fábrica e gostava de perceber como é que esses artistas se gerem e como é que compreendem o seu trabalho. Como é que uma pessoa se consegue dividir entre quatro ou cinco ateliers, em que cada um está a produzir um trabalho diferente, e consegue ter tempo e disponibilidade para pensar nas ideias para trabalhos? Parece-me impossível, mas como acontece, gostava de perceber como. Quanto a artistas em específico, a minha curiosidade é sempre em relação ao próximo artista: não creio que haja pessoas impossíveis de conversar ou de estabelecer contacto.
C: O que podemos esperar do Duplo Espaço num futuro próximo? Gostarias de expandir a ideia para algo mais material ( um livro quem sabe)?
L: Já pensei nisso mas nunca concretizei. Gosto do formato do blogue: não fica cristalizado e é de livre acesso. Além disso, os ateliers estão sempre a mudar, os artistas estão sempre a mudar, então quando pensei numa publicação em livro, pensei que teria que ter uma abordagem diferente. Por questões de mobilidade, tenho escrito essencialmente sobre ateliers em Lisboa, que é onde vivo, mas se se tratasse de um livro, a investigação teria que ser mais aprofundada, exaustiva, e não me poderia ficar só por aqui. Sinto que este formato pode ser lido em qualquer telemóvel, em qualquer paragem de autocarro e isso satisfaz-me por enquanto. Acerca do futuro do Duplo Espaço, penso que o desafio maior é continuar de forma consistente. Portanto se o meu interesse se mantiver durante os próximos anos, posso dizer que fui bem sucedida!
C: Que conselho darias a raparigas/pesso as que gostavam de começar a escrever sobre algo que as fascina mas que ainda não conseguiram passar essa ideia para o papel ou para uma página da internet?
L: Que não se levem demasiado a sério. O que temos a dizer é quase sempre só importante para nós, por isso mais vale fazer enquanto é importante, enquanto temos energia para despender naquele assunto, porque em breve virá outro mais estimulante. Penso que quando um assunto toma proporções seríssimas, há uma grande probabilidade de bloqueio, de não se ser bom o suficiente. Mas se a pessoa concretizar o projecto e acabar por correr mal, uns tempos depois já ninguém se lembra e o próprio beneficiou na mesma porque retirou para si o que era importante e prosseguiu naturalmente.
\ \ \ HAVE YOUR OWN CUNTROLE / //
Quais seriam as três pessoas (mortas ou vivas) que gostavas de convidar para um jantar?
Eu própria enquanto pré-adolescente, para ver se acalmava aquela miúda irritadiça e stressada com tudo, o meu próprio namorado e o seu filho. Apesar de jantarmos sempre juntos, convite é convite e são as pessoas com quem me sinto mais à vontade. Imagino-me a jantar com um cantor, escritor ou pessoa que admiro e a desejar rapidamente que acabe para se acabarem os nervos. Não creio que fosse aproveitar o jantar e iria ficar tão constrangida que não conseguiria ser eu própria.
Antes de morrer ... gostaria de me interessar e trabalhar sobre aquilo que me fizer sentido e viver tão plenamente como vivo agora :)
Odisseia pelo meu espaço #3 – Pele
A pele é minha, tenho dito! E dentro dela o espaço é infinito. Não é porque tenho “peso a mais.”
Ou porque se o perco e dizem que estou melhor assim… Decidem por mim se as calças que não me servem são elogio ou desgraça.
Aqui vivo eu completa complexa sozinha repleta de sonhos a dilatar.
A pele é minha, e expande-se metaforicamente para acumular conhecimento para acumular o mel e o fel da mente para me albergar enquanto cresço para me libertar e não condicionar ao espaço limite que me quiseram dar.
Odisseia pelo meu espaço #4 – Trabalho
Sou escritora desde sempre.
É esse o meu trabalho.
É por isso por luto mesmo quando falho.
Não acreditam em mim?
Tirem senha para a fila e vão para o caralho.
Porque o espaço que é meu existe. E mesmo que ainda lá não tenha chegado, há sempre um passo a dar.
Há lugar para sonhos e esforço e dedicação.
Há espaço para ouvir um não (ou mais! Ou mil!) e não desistir, não estou febril, só por acreditar.
Não têm vocês que acreditar, não têm que abraçar, não têm que permitir, não têm que me aplaudir (mas o incentivo e motivação ajudariam a não cair.)
E se ainda não houver espaço, amigxs, eu faço-o.
Rasgo os limites, e lá dentro me encaixo passo a passo dor a dor não a não letra a letra deixem-se de tretas, e deixem-me trabalhar.
Esther Caulfield
Ainda agora aqui chegámos e já nos querem mandar embora.
Não sei em quantos vamos. Todos os dias cai mais um. Ou dois. Ou dez. A panela de pressão finalmente rebentou, ia acontecer um dia. Foi agora.
Weinstein. Spacey. C.K. Westwick. Rose. Lasseter. Uma data deles, demasiados para lembrar. São poucos. Os que sofreram consequências são poucos. Mas sofreram. Caíram. Perderam dinheiro, projectos, empregos, credibilidade, poder, voz. Espaço.
Seria lógico que o espaço fosse ocupado pelas vítimas, pelas pessoas cujas vidas e carreiras foram destruídas por estes homens poderosos (podia dizer monstros, mas o que são é homens). Seria lógico que o espaço fosse ocupado pelas vítimas de outros homens, igualmente poderosos. Seria lógico que o espaço fosse ocupado por quem já sofreu assédio e abuso por parte de professores, patrões, familiares, agentes da autoridade, representantes do Estado. Seria lógico que o espaço deixasse de lhes pertencer.
Criaturas ingénuas, damos o passo em frente. Pedimos a palavra, saímos das sombras, ocupamos o espaço. Contamos as nossas histórias, explicamos que também aconteceu connosco, acontece connosco. Esperamos que nos oiçam, que nos respeitem, que finalmente reconheçam as nossas experiências e façam justiça.
E depois acontece. "Deu-nos obras brilhantes". "É um monstro, mas pode procurar redenção". "Talvez um dia, como sociedade, se mostrar verdadeiro arrependimento e mudança, o possamos perdoar". Não podemos - não é o nosso perdão, como sociedade, para distribuir. Acima de tudo, não é o perdão dos homens para distribuir. Eles não decidem quem é perdoado por aquilo que nós sofremos. Eles. Não. Decidem. De repente, toda a narrativa é virada. É tudo acerca dos homens, novamente. O espaço não é das vítimas. O espaço é deles. Dos agressores e das opiniões de outros homens sobre eles, boas ou más, de condenação ou reverência à sua obra. De repente tudo lhes pertence, nunca deixou de pertencer. Apoderam-se das nossas histórias, das nossas dores, da nossa luta. Relatam acontecimentos que não lhes cabe relatar, estendem perdões que não lhes cabe estender, falam em nome de uma população da qual não fazem parte. E duvidam, duvidam, duvidam. Põem em causa a honestidade das vítimas, o julgamento social, o politicamente correcto, o que constitui ou não assédio. Falam como se não fossem eles a parte faltosa, como se o abuso de poder não viesse da parte deles. Como se este não fosse um sistema em vigor desde que a humanidade é humanidade. Como se passassem tanto
como nós, como se tivessem tanto medo como nós, como se sofressem tantas consequências como nós, como se fossem tão silenciados como nós, como se os seus corpos e experiências e vidas e afectos fossem considerados propriedade pública de pouco valor. Como os nossos.
Mentem. Dizem que se ganha muito em atacar homens destes. Dizem que é fácil inventar histórias de violação e de abuso. Dizem que há muitas acusações falsas e que temos de ser críticos (curioso que depois não queiram ser críticos das obras de abusadores assumidos e comprovados). Ignoram a estatística, ignoram a realidade, ignoram o sistema que os protege e ignoram as máquinas feitas para aniquilar qualquer pessoa que lhes faça frente e os denuncie. Mentem para não serem obrigados a olhar para o espelho, para não serem obrigados a olhar para os amigos, para os boards de empresas, para os quadros de professores. Mentem para não perder dinheiro, projectos, empregos, credibilidade, poder, voz. Espaço.
Querem mandar-nos embora, querem que nos calemos, que paremos de perturbar o sistema, que deixemos de fazer com que os abusadores caiam e que caia com eles a máscara dos cúmplices. Querem que paremos de exigir medidas, mudanças, o fim da passividade. Querem que continuamos a diminuir-nos, a caber debaixo dos seus sapatos.
Mas chegámos aqui. Temos o pé na porta, temos voz. Pessoas prontas a fazer justiça. Escrevemos, falamos, lutamos, fazemos acontecer. Gritamos e servimos de megafone aos gritos das outras como nós. Cabenos a nós mudar a narrativa, exigir a palavra, fazê-los cair um por um, desde o produtor de Hollywood ao taxista do aeroporto. Temos poder graças a quem sangrou por nós. O espaço SEMPRE foi nosso e finalmente estamos aqui para o buscar. Cheguem-se para lá. Chegámos. E a porta não fecha mais.
Ana Rita Gomes
“Rope meets wheat paste: two different Street Art meet in Alfama”
Ann Antidote e Lun Ário (strangesavagelives.net)
A Confraria Vermelha Livraria de Mulheres situa - se N o Porto mas n os passados dois anos, tem ajudado a aproximar amantes da leitura e artivistas de todo o país. Conheçam mais sobre este espaço fundamental e inspirador: livrariaconfrariavermelha.shopk.it
CuntRoll: Q uem é a Aida Suárez Gutierrez e como surgiu a ideia da Confraria Ve rmelha Livraria de M ulheres ?
Aida: Sobre a Aida não há muito a dizer, sou uma pessoa que gosta ler, comer e conviver (e dormir) e por estas três razões nasceu a Confraria… e pelas desigualdades de género na literatura. C: Porquê o nome Confra ria Vermelha? Podes recomendar algumas livrarias de mulheres que devíamos espreitar?
A: Fecha os olhos e imagina o sangue que te dá vida e que corre pelo teu corpo. Agora pense nas milhares de veias e artérias que o conduzem para que chegue a cada canto de teu organismo. Bem, de todas as possíveis conexões no teu sistema circulatório existe uma direta entre o teu coração e o teu dedo mindinho. Graças à artéria cubital, esses dois pontos distantes do teu corpo conectam-se. Isto quer dizer que o teu pequeno dedo pode ser o melhor embaixador do teu coração e, por isso, em muitas culturas, para selar uma promessa, entrelaça-se a ponta do dedinho com a de outra pessoa.
Existe uma lenda, a lenda do fio vermelho, que diz que o menor dedo da tua mão não é onde acaba essa vital conexão com o teu coração, porque do mindinho desprende-se um invisível fio vermelho que leva o rastro da tua alma e a conecta com os fios de outras pessoas. E assim nasce uma Confraria de pessoas que gostam de ler, comer e conviver. Um fio que se transforma num itinerário que nos aproxima através da literatura e do artivismo, um espaço para compreender cada ser humano como parte de um todo, de uma rede de vida que se nutre das relações, da sororidade e da literatura.
Para visitar, por exemplo a Librerie des Femmes, Paris, Toronto Womens Bookstore (especializada em poscolonialismo), Amargi Feminist Kitabevi, Estambul, e por proximidade geográfica Lila de Lilith, Santiago de Compostela, Galiza.
C: A Confraria já celebra dois anos de existên cia, consegues destacar alguns dos momentos mais marcantes e importantes tanto a nível pessoal como para o crescimento da livraria ao longo deste tempo?
A: Há um momento muito especial que acontece mensalmente na livraria: o clube de leitura. As Leitoras de Pandora é muito mais que um clube de leitura, é um espaço de encontro e confluência de pessoas
e de mulheres de diferentes idades, lugares, sentires, fazeres e pensares.
C: Quais as tuas escritorxs/livros preferidxs e que livros deste 2017 quase a ter minar nos podes recomendar ?
A: Fazer uma lista de escritorxs/livros preferidos é muito difícil porque depende de muitas coisas, tenho várias listas de livros preferidos. Adoro fazer lista e em especial listas de livros. Tenho listas de livros por décadas de vida, por exemplo. Prometo partilhar as minhas listas num outro momento, agora talvez seja interessante a lista das minhas escritoras 2017: Chimamanda Ngozi Adichie, Teolinda Gersão, Siri Hustvedt, Alexandra Lucas Coelho, Rebecca Solnit, Paulina Chiziane, Maxie Wander, Ana Margarida de Carvalho, Arundhati Roy, Han Kang, Selva Almada...
C: O que gostarias que as pessoas sentissem ao visitarem a Confraria e que levassem com elas para além de um livro incrível e uma boa pitada de mimos ?
A: Ao entrar gostava que o espaço que é aparentemente uma livraria se transformasse no quarto próprio de cada leitora/o e quando saíssem levassem a literatura e o artivismo para as ruas e praças, para o trabalho, para casa… para a cotidianidade porque é necessária uma luta constante para ver o que temos mesmo à frente do nariz.
C: O que podemos esperar da Confraria Vermelha para os próximos tempos e que projectos ainda gostavas de realizar dentro deste espaço?
A: Gostava de continuar a desenhar projetos (literários) em rede, que as estantes da Confraria viajassem até outros quartos próprios do país… e que as livrarias tradicionais e especializadas recuperassem o seu espaço na vida das pessoas.
C: Que conselhos darias às mulheres que sonham em ter o seu “quarto próprio” a ka o seu próprio espaço seguro nomeadamente uma livraria/associação/colectivo no nosso país?
A: Não há percurso possível sem alianças/rede/matilha/tribo que o faça possível.
\ \ \ HAVE YOUR OWN CUNTROLE ///
Quais seriam as três pessoas (mortas ou vivas) qu e gostavas de convidar para um jantar?
Alix Dobkin, D. Teresa, Emma Goldman.
Antes de morrer.. . VIV(L)ER
I am many things
I am plural
I used to be the sky
And you the ocean