PROJETO REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM

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INSTITUTO SÓCIO AMBIENTAL VIDA VERDE CNPJ 05.644.948.0001‐01 UPE 2358 UPM 4550/09 Fone: 54.3522 9659 www.eloverde.org.br REALIZAÇÃO

APOIO

M

VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS (VEC | Comarca de Erechim)

MINISTÉRIO

INSTITUTO SÓCIO AMBIENTAL VIDA VERDE

PÚBLICO

PATROCINADOR PRIVADO

PATROCINADOR OFICIAL

CONSELHO FEDERAL GESTOR DO FUNDO DE DEFESA DE DIREITOS DIFUSOS

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO

Editora e Ind. Gráfica

(54) 3522-1436 | Erechim - RS

FOTO: MAURO PAZINATO

Propriedade Intelectual da ELOVERDE® Direitos reservados conforme lei de direitos autorais 9.610/98 Registro 79.572


DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Equipe Técnica:

PROJETO REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM RELATÓRIO FINAL Instituição Executora: INSTITUTO SÓCIO AMBIENTAL VIDA VERDE ‐ ELOVERDE® Órgão Financiador: CONSELHO FEDERAL GESTOR DO FUNDO DE DEFESA DOS DIREITOS DIFUSOS CFDD ‐ SDE ‐ MJ Período de Realização: 01/09/10 a 30/06/11

Carlos Alberto da Silveira ‐ Assessoria de imprensa | Bel. Jornalismo Cherlei Marcia Coan ‐ Coordenadora do Programa de Educação Ambiental |Bióloga. Ms em Educação Fábio Roberto Krzysczak ‐ Advogado. Ms. em Meio Ambiente e Desenvolvimento Heraldo Baialardi Ribeiro ‐ Coordenador da Limpeza dos Rios |Químico Industrial. Ms Química de Produtos Naturais Jéssica Maria Jemiczak ‐ Tecnóloga em Meio Ambiente Luciana Inteker ‐ Coordenadora das Atividades de Campo de Educação Ambiental | Geógrafa. Especialista em Educação Ambiental Marcio Freschi ‐ Coordenador do Mapeamento dos Rios| Biólogo. Ms. Educação de Ciências e Matemática Quéli Giaretta ‐ TI | Especialista Gerenciamento de Projetos

Local de Execução: Erechim(RS) Coordenação: Rosane Menna Barreto Peluso ‐ Gestora do projeto | Economista. Ms. Economia. Especialista em Gerenciamento de Projetos

Estagiários: Lidiane Bernardi ‐ Acadêmica de Gestão Ambiental ‐ UERGS Charline Ujacov Silveira ‐ Acadêmica de Gestão Ambiental ‐ IFET


Sumário APRESENTAÇÃO

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CONTEXTUALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM

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METODOLOGIA

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MAPEAMENTO RIO TIGRE

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PROPOSIÇÕES DE AÇÕES PARA O PARQUE LONGINES MALINOWSKI

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PROPOSIÇÕES PARA O RIO TIGRE

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MAPEAMENTO RIO SUZANA PROPOSIÇÕES PARA O RIO SUZANA MAPEAMENTO RIO DOURADO PROPOSIÇÕES PARA O RIO DOURADO LIMPEZA NOS RIOS TIGRE, SUZANA E DOURADO PROPOSIÇÕES PARA A LIMPEZA DOS RIOS DE ERECHIM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Mapa do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim (RS)

58 67 68 87 88 147 150

METODOLOGIA

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ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO

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AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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COMUNICAÇÃO E MÍDIA DIGITAL

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DEPOIMENTOS E COMENTÁRIOS

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PROPOSIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Fonte: Eloverde, 2010.

01 FOTO: MAURO PAZINATO


Apresentação O projeto originou‐se da demanda da Vara de Execuções Criminais do Fórum (VEC) e Ministério Público Estadual – Comarca de Erechim (RS) a partir da necessidade de criar um espaço de trabalho comunitário àqueles que precisam regularizar sua situação perante a justiça e frente à sociedade. O trabalho vem de encontro a uma necessidade social que leve o prestador de serviços comunitários (PSC ‐ VEC) a resignificar seu papel como cidadão. O Instituto Sócio Ambiental Vida Verde (ELOVERDE®) foi chamado a elaborar o projeto e atender esta demanda associando a ela o aspecto ambiental, no caso, com o foco nos recursos

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hídricos do município de Erechim (RS), sendo responsável pela elaboração, execução e gerenciamento do projeto denominado REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM. O mesmo pretendeu trazer a questão ambiental para o conhecimento e debate público e incentivar a construção de políticas públicas locais para a solução de problemas locais. O projeto REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM está limitado à área territorial do município de Erechim (RS). Os rios envolvidos foram o Rio Tigre, Rio Suzana e Rio Dourado, perfazendo 84 km de rio em 28 etapas em 10 meses.

O projeto tem como objetivo geral INICIAR o processo da Revitalização dos Rios de Erechim através do mapeamento de cenários (diagnóstico ambiental), educação ambiental da comunidade do entorno e da sociedade civil e da limpeza física (retirada dos resíduos sólidos) com a participação de prestadores de serviços comunitários da VEC e voluntários. Assim afirmam‐se os objetivos do projeto: *Propiciar o cumprimento de prestação de serviço através da execução do projeto sócio educativo, orientando e treinando prestadores de serviço para execução das tarefas previstas (PSC ‐ VEC);

*Realizar o mapeamento técnico de cenários e elaborar o diagnóstico referente à vegetação ciliar, assoreamento e esgotamento sanitário para subsidiar o planejamento e a gestão ambiental; *Realizar ações educativas com a comunidade do entorno dos rios e a sociedade civil através da informação, comunicação e interação utilizando os meios de comunicação e metodologias educacionais; *Realizar a retirada do lixo do entorno dos rios e destiná‐los adequadamente (este objetivo refere‐ se à parte física e estética).

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Contextualização dos Rios de Erechim Hidrograficamente, Erechim se caracteriza por apresentar inúmeros pequenos cursos d’água coletados, em sua maioria, pelos rios Passo Fundo, Erechim, Apuaê (Ligeiro) e Várzea. Estas microbacias integram o início da Bacia do Rio Uruguai que, por sua vez, vai integrar a Bacia do Prata (BUTZKE, 1997; CASSOL & PIRAN, 1975 apud PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006). A rede hídrica de Erechim é formada pelos rios Dourado, Suzana, Leãozinho, Ligeirinho, Campo, Cravo, Tigre e o lajeado Henrique. A extensão total dos cursos d’água situados dentro do município corresponde a 555,6 km. O maior rio em extensão encontrado no território de Erechim é o Dourado (rio de 5ª ordem) que juntamente com seus tributários (Vaca Morta – 3ª ordem, Paca – 3ª ordem, Santa Lúcia – 4ª ordem, Negro – 4ª ordem, Verde – 2ª ordem e Jaguaretê – 2ª ordem) possui um comprimento aproximado de 188 km. O segundo em extensão é o Tigre (rio de 4ª ordem) com 118 km no município, seguidos pelo rio Campo (rio de 4ª ordem) que se estende por 100 km (PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006). O padrão de drenagem para o município de Erechim é o dendrítico (arborescente) que se assemelha a tronco e galhos de uma árvore, de densidade média, pertencente ao grupo das zonas de erosão de desenvolvimento livre, em áreas com relevo de moderado até acentuado,

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estando mais ligados à morfologia do terreno do que a sua estrutura geológica (ANDERSON & VERSTAPEN, 1982; CHRISTOFOLETTI, 1980 apud PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006). As maiores densidades de drenagem estão nas microbacias Cravo (14,76 m/ha), Suzana (14,42 m/ha) e Tigre (13,01 m/ha), seguidas pela Henrique (12,84 m/ha), Dourado (12,64 m/ha) e Campo (12,53 m/ha) (PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006).

tratamento e de resíduos sólidos. Há ocupação de áreas de preservação, e, além disso, devido a presença de áreas impermeabilizadas o tempo de concentração das águas é reduzido ocorrendo altas velocidades de escoamento favorecidas pelas características topográficas e devido a impermeabilização do solo (CBHAI, 2009). Os bairros que englobam a bacia do Tigre no perímetro urbano de Erechim são: Koller, Espírito Santo, Boa Vista, Aeroporto, Cerâmica, Fátima, Presidente Castelo Branco, Bela Vista, Linho, Parque Lívia, Atlântico, José Bonifácio, Centro, Industrial, Cristo Rei, Progresso, São Cristóvão, Frinape.

Tabela I: Área das bacias hidrográficas (km²) na área urbana de Erechim, RS. BACIA HIDROGRÁFICA Dourado Suzana Lajeado Henrique Médio Tigre Alto Tigre Lajeado do Banhado Total

ÁREA (KM²) 6,33 6,46 4,25 2,76 12,51 9,64 41,95

Fonte: ZANIN, 2002.

Os rios Tigre e Campo, a partir da sua junção formam o rio Apuaê‐Mirim que deságua no Uruguai a aproximadamente 360 km da Capital do Estado, Porto Alegre (CBHAI, 2009). A bacia do Tigre abriga quase toda a totalidade da área urbana de Erechim, e seu curso principal encontra‐se canalizado em parte do seu trecho. Os cursos da água deste rio, com exceção do terço final, estão canalizados e impactados pelas atividades urbanas, pois recebem lançamento de esgotos sem

Sobre a bacia hidrográfica A bacia do Uruguai tem um trecho planáltico e outro de planície. Seu rio principal, o Uruguai, nasce na Serra do Mar, no Brasil, servindo em partes de fronteira entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre Brasil e Argentina, e entre Argentina e Uruguai, desembocando no estuário do Prata. No trecho do Brasil, o rio possui um grande potencial hidrelétrico. A bacia é correspondente ao Comitê de Gerenciamento da Bacia hidrográfica Apuaê‐Inhandava (U10), com nascentes no município de São Jose dos Ausentes, percorre a calha do Rio

Uruguai, com sentido Leste/Oeste, e seus afluentes no sentido Sul/Norte, devido à geomorfologia e topografia da área. Dentre os principais rios que compõem o sistema hidrológico da Bacia Apuaê‐Inhandava, tem‐se: Rio Uruguai, Rio Cerquinha, Arroio Água Branca, Rio Forquilha, Rio Socorro, Rio São João Velho, Rio Suçuarna, Rio Bernardo José, Rio Suzana, Rio Apuaê, Rio Inhandava, Rio Dourado, Arroio Teixeira Soares, Rio Abaúna, Rio Tainhas, entre vários outros de menor porte (CBHAI, 2009).

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Contextualização dos Rios de Erechim Carta hidrográfica do Município de Erechim (RS)

Abastecimento de água e saneamento Na área urbana de Erechim podem ser delimitadas seis bacias hidrográficas, consideradas unidades de gerenciamento. Os rios ocupam uma área de 63.001 m², enquanto que os dos lagos ocupam 75.622,15 m². A densidade de drenagem para a área urbana é de 15,02 m/ha. Os cursos d’água são de pequeno porte, com suas nascentes localizadas na área urbana, sendo a maioria alimentada pelas águas pluviais. Em muitos casos, os córregos estão canalizados e incorporados ao sistema de esgoto da cidade (PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006). Os rios que abastecem a barragem da Corsan são os rios Leãozinho e Ligeirinho, e em épocas de estiagem é recalcado água do Rio Campo até a barragem (CORSAN, 2009). Rio Leãozinho: nasce próximo ao bairro Santa Isabel, este em situação irregular, pois se localiza em terreno onde a vegetação ciliar foi devastada, junto ao leito é possível verificar o esgoto que é lançado as suas águas. Também existe canalização em pequenos trechos e falta de vegetação ciliar uma vez que o local é considerado área de preservação ambiental ‐ APP. No percurso é possível identificar áreas de lazer construídas onde no passado havia banhados que abasteciam as nascentes, tal como o Parque dos Viajantes. Segundo a CORSAN a capacidade de exploração da água durante o período de estiagem é de aproximadamente 30l/s (CORSAN, 2009).

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Rio Ligeirinho: nasce no bairro Aeroporto próximo a Crade. O local sofre com a destruição da vegetação ciliar desde as nascentes até a barragem e com o uso de fertilizantes e agrotóxicos no cultivo agrícola até próximo as margens. No local também existe resquícios de drenagem de diversos banhados, e a extração da água do rio para açudes particulares. Vazão do rio durante a estiagem é de 40 l/s (CORSAN, 2009). Fonte: RAMPAZZO, 2003

Rio Tigre: não abastece a barragem da CORSAN a mais ou menos 40 anos, pois foi desativado devido ao seu alto grau de poluição (CORSAN, 2009). Rio Cravo: existem projetos para transportar água de suas nascentes até o rio Ligeirinho o que garantirá água para mais de 15 anos (CORSAN, 2009). O município de Erechim não possui sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário. O esgoto cloacal é direcionado em fossas sépticas e sumidouros. Entretanto, um número desconhecido de residências liga clandestinamente seu esgoto diretamente à rede pluvial (sistema de esgotamento pluvial). Em algumas bocas de lobo pode ser constatado o mau cheiro típico que é intensificado nos dias quentes. Desta forma as nascentes e os cursos d’água urbanos são submetidos a uma elevada carga de poluentes orgânicos e inorgânicos (PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006).

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Metodologia Abordagem e Procedimentos Metodológicos Neste item são apresentados os procedimentos de pesquisa, envolvendo a abordagem metodológica, os sujeitos e instrumentos de pesquisa. A pesquisa teve abordagem qualitativa, naturalística e compreensiva, pois foram pesquisados os acontecimentos dentro de seu ambiente natural havendo contato direto do pesquisador com o local de pesquisa e situação a ser estudada. Vale considerar as palavras de LÜDKE E ANDRÉ:

A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento, a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada [...] (LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p. 11). Planejar a observação significa determinar com antecedência “o que” e “o como” observar. A primeira tarefa no preparo das observações é a delimitação do objeto de estudo. Definindo‐se claramente o foco da investigação e sua configuração espaço temporal, ficam mais ou menos evidentes quais aspectos do problema serão coletados pela observação e qual a melhor forma de captá‐los [...]” (LÜDKE e ANDRÉ: 1986, p. 25‐26).

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apr esentação

Com base nos autores, a observação foi direta, pois possibilita uma melhor aproximação do pesquisador com o fenômeno a ser pesquisado. O pesquisador visualizou e presenciou os acontecimentos e pode tentar verificar o significado que os participantes dão à sua realidade e às suas próprias atitudes. Cabe ressaltar ainda que o observador, nessa pesquisa, foi também participante, pois foi ele quem conduziu as atividades, sendo revelados ao grupo os objetos do estudo, desde o início. O procedimento metodológico de campo levou em consideração os seguintes critérios de espaço físico: foi realizado o levantamento a cada 1 km de distância de um ponto para o próximo no sentido da jusante para a vazante. No ponto especifico foi observado o distanciamento de 30 m da margem direita e esquerda do rio além de observações do leito e características da barranca. Todo o trabalho foi registrado através de ficha resumo do questionário diagnóstico com anotações relevantes, fotografias, filmagem e anotações pertinentes ao ponto e trecho observado as quais foram registradas no diário de campo.

Sujeitos da pesquisa Foram sujeitos da pesquisa trechos dos Rios Tigre, Suzana e Dourado. Esses trechos são limitados pelas suas nascentes que se encontram no perímetro urbano de Erechim e findam com o término do perímetro rural do município de Erechim.

Instrumentos de pesquisa As informações submetidas à análise foram coletadas a partir de: 1.Questionário diagnóstico aplicado ao trabalho de campo com auxílio de aparelho GPS para obter informações sobre a realidade dos rios selecionados (ver apêndice A); 2.Registro no diário de campo das observações in loco; 3.Fotos e filmagens relevantes para compreender a realidade; 4.Anotações no diário de campo sobre observações especificas do ponto.

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Metodologia Critérios para determinação dos pontos de observação A observação foi executada a cada 1 km (1.000 metros) no ponto especifico. Para tanto se observou o distanciamento de 30 m da margem direita e esquerda do rio, além de observações pertinentes do leito e da barranca. Todo o trabalho foi registrado através de ficha resumo do questionário diagnóstico com anotações relevantes, fotografias, filmagem e anotações pertinentes ao ponto e trecho observado as quais foram registradas no diário de campo. Cabe salientar que obrigatoriamente em todos os pontos observados foi realizado os levantamentos com o acompanhamento do técnico responsável e o coordenador do trabalho além do auxilio das demais pessoas envolvidas com o projeto.

Componentes do relatório de pesquisa Esse relatório de pesquisa possui os seguintes componentes: 1. Dados do trabalho de campo; 2. Levantamento fotográfico especifico da área pesquisada; 3. Diagnóstico ambiental situacional;

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4. Propostas para gestão ambiental.

FOTO: MAURO PAZINATO

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Mapeamento Rio Tigre O segundo rio em extensão de Erechim é o Rio Tigre (rio de 4ª ordem) com 118 km no município.

Etapa 01 - área 01 Parque Natural Municipal Longines Malinowski

As nascentes do Rio Tigre ficam localizadas em quase sua totalidade na área urbana de Erechim. O leito principal encontra‐se canalizado em partes do percurso. Os cursos de água apresentam‐se em partes canalizados e impactados pelas atividades urbanas, pois recebem lançamento de esgotos e de resíduos sólidos. Devido às características topográficas e a presença de áreas impermeabilizadas o tempo de permanência da água da chuva é menor favorecendo o escoamento em menor espaço de tempo. Verificou‐se também que há ocupação de áreas de preservação permanente – APP. Devido ao lançamento de esgoto da cidade de Erechim o Rio Tigre tem alto teor de nutrientes, resíduos totais e coliformes, sendo que o teor de fósforo e de coliformes são superiores aqueles admitidos para Classe 3, no rio ocorre também índices baixos de saturação de oxigênio. Estudos de disponibilidade hídrica indicam que a vazão média é de 0,804 m³/s, sendo que a vazão necessária para a diluição dos esgotos é cerca de 10 (dez) vezes maior (9,39 m³/s) (CBHAI, 2009).

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O primeiro trecho é o Parque Natural Municipal Longines Malinowski local onde existem nascentes de formação do Lajeado Banhado que se encontra após o término do perímetro urbano com o Rio Tigre. O segundo trecho inicia‐ se do lado do ginásio de esportes do SESI e atravessa boa parte do perímetro urbano do município de Erechim.

IMAGEM AÉREA DO PARQUE E SEU ENTORNO Foto: Ricardo Salomoni Fonte: Eloverde, 2010.

O mapeamento do cenário do Parque Natural Municipal Longines Malinowski foi dividido em quadrantes no interior e quadras no seu entorno.

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Histórico: lei de criação, caracterização da unidade de conservação e funções A área foi doada pelo Estado ao Município de Erechim, através da Lei nº 267 de 9 de agosto de 1948, com o intuito de criar um parque municipal. Cinco décadas mais tarde com a Lei Municipal nº 3.110/98, foi constituído como um parque de preservação e de recreação. Com o advento do Sistema de Unidades de Conservação (SNUC – Lei nº 9.985/2000) o Parque Municipal Longines Malinowski para ser considerado de fato como uma unidade de conservação (UC) precisou passar por uma reformulação legal, que culminou com a promulgação da Lei Municipal nº 4.029/2006 e desde então é denominado Parque Natural Municipal Longines Malinowski. O Parque possui uma área de 24 hectares, dentro do ambiente urbano de Erechim, no período de 1916 a 1947 foi uma espécie de hospedagem de animais pertencentes aos agricultores que vinham comercializar seus produtos em Erechim. Preserva um fragmento importante do bioma Mata Atlântica, servindo de habitat de espécies arbóreas como Araucária, Angico, Xaxim, Ipê, Grápia, Guaviroveira, Jabuticabeira, Cerejeira entre outras. Possui também fauna principalmente de aves como Sábia, Bem‐te‐vi, Beija‐flor, Canário Terra e Anú que estão entre os inúmeros representantes. Esse Parque é constituído por fragmento florestal representado pela formação vegetal classificada como Floresta Ombrofila Mista e Estacional Decidual formando a chamada Floresta com Araucária. O local possui potencial para o desenvolvimento de programas de 14 interpretação ambiental como forma de lazer aliada à educação.

O artigo 7º da Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) divide as Unidades de Conservações (UCs) em dois grupos com características distintas em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Os Parques Naturais como é o caso do Longines Malinowski, são unidades de proteção integral, que possuem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC. Portanto, são aquelas UCs que estão totalmente restringidas à exploração ou o aproveitamento dos recursos naturais, admitindo‐se apenas o aproveitamento indireto dos seus benefícios. De acordo com o mencionado qualquer Parque Natural seja ele nacional, estadual ou municipal é uma unidade de conservação integral e tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica. Sendo permitido neles a possibilidade de realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, além de atividades de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Para que isso possa ocorrer o Parque Natural Municipal Longines Malinowski deve ter o Plano de Manejo discutido com a sociedade e implementado. Esse instrumento regula desde a visitação pública, que poderá estar sujeita às normas e restrições a serem estabelecidas no Plano de Manejo da Unidade, e demais normas e medidas que precisem ser previstas em regulamento pela administração do Parque. Quanto à realização de pesquisa científica ela deverá possuir autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade. Sendo que a mesma precisa normatizar as condições e restrições para uso, bem como cumprir regras e regulamento técnicos. Entende‐se o termo manejo como um conjunto de intervenções que promovam a conservação biológica, incluindo inventários, planejamento de usos, criação e implantação de Unidades de Conservação e ações coordenadas que viabilizem a sua manutenção como um todo. O manejo de unidades de conservação é o conjunto de ações e atividades necessárias ao alcance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo as atividades afins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo. O Plano de Manejo também é uma das principais ferramentas utilizadas em unidades de conservação a fim de protegê‐las das ações provocadas pela atividade humana. É através do Plano de Manejo que se

determinam as possibilidades de uso e criação de normas para a utilização na unidade, inclusive no que se refere ao uso para fins de visitação. O plano de manejo trata‐se, portanto, do documento que visa disciplinar a visitação das unidades de conservação de forma a garantir a sustentabilidade da mesma. Uma forma que pode ser adotada por parte da administração pública para compatibilizar a visitação e a proteção efetiva do parque é convidar para participar desse processo as comunidades vizinhas e envolvidas com a proteção, isso possibilita que se faça uma parceria efetiva entre os atores envolvidos com a UC. Cabe lembrar que a gestão participativa é tida como a principal característica do projeto de elaboração de um Plano de Manejo. O termo manejo participativo é usado para descrever uma situação na qual alguns ou todos os interessados pertinentes a uma UC estão envolvidos de forma substancial com as atividades do manejo. Especificamente, em um processo de manejo participativo, a instituição que tem jurisdição sobre a UC desenvolve uma aliança com outros interessados pertinentes, especifica e garante suas respectivas funções, direitos e responsabilidades com respeito à 15 UC.


Histórico: lei de criação, caracterização da unidade de conservação e funções A elaboração do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Longines Malinowski deverá nortear‐se tendo como base um conjunto de diretrizes desenvolvidas a partir de pesquisas e levantamentos, aprovados e implementados pelo órgão ambiental competente, de modo a desenvolver um documento técnico que buscará estabelecer as coordenadas de gestão e manejo, bem como o seu zoneamento.

Mapeamento das trilhas

No interior do parque há inúmeras trilhas conforme figura ao lado.

Deve‐se registrar que já existem estudos realizados por pesquisadores e pelas universidades locais e nacionais para auxiliar na elaboração do Plano de Manejo do Parque e que nesses estudos existem dados de geoprocessamento, análises florísticas e fitossociológicas do componente arbóreo entre outros tantos trabalhos já publicados e em publicação. A observação desses regulamentos é imprescindível para que possamos ter o “Mato da Comissão” como patrimônio ambiental de Erechim, e para que ele não seja apenas um ponto de encontro para os amantes das caminhadas ao seu redor e nas suas trilhas, pois acima de tudo ele é um patrimônio natural inestimável, de valor botânico, faunístico principalmente do ponto de vista ornitológico, e ainda histórico pertencente a toda coletividade.

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CÓRREGOS E TRILHAS NO PARQUE LONGINES MALINOWSKI COORDENADAS: (S’ 27380780 WO’ 52155755) Fonte: Vanderlei S. Decian 20/02/09

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Hidrografia

Formação florestal regional A vegetação original da área é do tipo fitogeográfico denominado Floresta Ombrófila Mista e Estacional Decidual. Esse tipo de formação vegetal se caracteriza pela predominância da Araucária angustifólia no estrato superior e por intenso bosque no estrato intermediário, constituído principalmente por Lauráceas, Aqüifoliáceas, Leguminosas, Mirtáceas e Sapindáceas. Na parte inferior a este, ocorre um estrato arbóreo contínuo, comumente denominado sub‐bosque dos pinhais, onde se destacam espécies de lauráceas como O co te a p u b e r u l a ( ca n e l a ‐ g u a i á ca ) , N e c ta n d r a megapotamica (canela‐preta), Nectandra lanceolata (canela branca), Crytocarya aschersoniana (canela‐ pururuca), e Ocotea pulchella (canela‐lageana). Além de espécies de outras famílias tais como: Cedrela fissilis (cedro), Cupania vernalis (camboatá‐vermelho), Matayba elaegnoides (camboatá‐branco), Vitex montevidensis (tarumã), Lamanonia ternata (carne de vaca) e Sloanea monosperma (sacopema), entre outras. No que tange aos estratos das arvoretas e dos arbustos são originalmente caracterizados por espécies comuns da Floresta Ombrofila Mista, onde ocorrem espécies como Ilex paraguariensis (erva‐mate), Capsicodendron dinisii (pimenteira), Ilex theeznas (caúna), Casearia decandra

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(guaçatunga), Lithraea brasiliensis (bugreiro), Calyptranthes concinna (guamirim‐ferro), Myrceugenia euosma (guamirim) e Myrciaria tenella (cambuí). O estrato das ervas e subarbusto é formado principalmente por pteridófitas, marcadamente das famílias das polipodiáceas, aspidáceas e esquizeáceas, além de espécies de outras famílias como rubiáceas, gramíneas e piperáceas. Como pertencentes a sinúsia das lianas, destacam‐se espécies de bignoniáceas, e sapindáceas. Quanto as epífitas sobressaem espécies de bromeliáceas entre as quais algumas apresentam valor econômico e ornamental Aechmea recurvata e Tillandsia usneoides, cactáceas como Rhipsalis spp., orquidáceas e piperáreas Peperomia spp.

Há presença de banhados no setor nordeste e vários pontos de nascentes. As nascentes do Parque formam o Lageado Banhado que é contribuinte do Rio Tigre. Há trechos canalizados do rio.

Depósitos de lixo Em avaliação visual efetuada, percebeu‐se um acúmulo maior de resíduos sólidos partindo dos portões de entrada do parque. Adentrando as trilhas pelo interior do parque, percebeu‐se a diminuição da quantidade de resíduos embora, estes fossem vistos com grande freqüência. Além do material depositado ao longo das trilhas, havia o material carreado pela chuva ao longo de alguns cursos de água. INTERIOR DO PARQUE

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Interior do parque

Esgoto a céu aberto

Resíduos Encontrados

Existe no parque uma galeria de esgoto pluvial superficial que corta o mesmo em aproximadamente 400 metros. Em inspeção efetuada ao longo da galeria, percebeu‐se pontos de vazamento do esgoto para o córrego que flui lateralmente.

Os resíduos sólidos encontrados basicamente foram restos de estruturas metálicas, pilhas, material de laboratório de análises clínicas, papéis e plásticos, eletro‐eletrônicos, roupas, entulhos de construção civil, pneus, fezes humanas em inúmeros trechos, calotas de automóveis, garrafas pets, trapos. Segundo relatos de moradores, há diversos pontos dentro do parque que servem de espaço para depósito de materiais sem valor por catadores de recicláveis. Os materiais considerados sem valor são abandonados dentro do parque por catadores.

Existe também canalização de esgoto, cortando o parque da Rua Henrique Dias até a Rua Pernambuco.

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INTERIOR DO PARQUE ‐ Fotos: Mateus Kuhn Julho/2009

Em virtude de falhas da estrutura na ocasião o esgoto estava fluindo para a superfície.

Em junho de 2009 a Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi consultada sobre a limpeza do parque tendo informado que é realizada aleatoriamente pelo município e que não possui registro do volume de resíduos coletados. A partir de meados de 2010 a limpeza do parque passou a ser realizada semanalmente (segunda‐feira, quarta e sexta‐feira) sendo retirado cerca de 10 sacos de lixo em cada procedimento (SMMA, novembro 2010).

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Arborização urbana Percebeu‐se in loco que falta planejamento na arborização urbana do entorno do parque. Observa‐se ainda que alguns moradores realizam com determinada freqüência a chamada poda radical em exemplares arbóreos dos lotes. Também é comum a presença de vegetação de espécies exóticas como uva‐do‐japão, pinus, eucalipto, ligustro e plátano na vegetação do entorno, isso não é aconselhável, pois há competição com as espécies nativas o que vem dificultando a proliferação destas espécies nesse ambiente. Existe pouca arborização ao longo do entorno do parque contribuindo assim para diminuição da função ambiental fundamental que o parque oferece para os moradores do entorno. Dentre elas destaca‐se o conforto térmico, a estética da paisagem, a amenização da ação dos gases poluentes, a manutenção da flora e fauna local, conservação e manutenção de banhados entre outras desempenhadas por uma área natural como esta em questão.

O parque é rodeado por vias de acesso da ocupação do espaço urbano. As principais atividades antrópicas em seu entorno são: * 31% composta de comércio e prestação de serviços de mecânicas e autopeças para automóveis, borracharia (13 empresas); * hospital e farmácias (2); * outros serviços.

22 ENTORNO DO PARQUE

Fotos: Ricardo Salomoni, Maio/09

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23 IMAGEM AÉREA PARQUE MUNICIPAL LONGINES MALINOWSKI Fonte: Eloverde, 2010.


Resultados Parque Municipal Longines Malinovski Função Ecológica do parque Abriga e alimenta a fauna urbana, principalmente aves, insetos e fauna do solo; Protege as nascentes e os mananciais; Conservação da biodiversidade. Função Ambiental – Qualidade do ar, água e solo Absorve ruídos, reduzindo a poluição sonora; Ameniza as altas temperaturas produzidas pelas edificações e pavimentações; Permite a infiltração das águas da chuva no solo, diminuindo o escoamento superficial e, assim, as inundações; Ajuda a controlar a poluição do ar, pois as folhas das árvores retém partículas suspensas na atmosfera; Reduz a velocidade dos ventos. Função Psicológica e estética Alívio das tensões diárias: lazer, recreação, contemplação, prática de exercícios físicos; Melhoria visual do ambiente urbano e embelezamento.

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Proposições de ações de Gestão Ambiental para o Parque Municipal Longines Malinovski

A maior ameaça ao Parque é de origem humana. Toda a área fora de suas fronteiras está cercada pela área urbana (casas, prédios, asfalto).

No interior do Parque

No entorno do Parque

Dentro dos limites há muitas trilhas com mesmo destino e finalidade. Existe a presença freqüente de rejeitos e dejetos jogados pela população que ali transita, pratica caminhada de passeio ou de estudos. Há presença de algumas espécies exóticas competitivas que ameaçam as características da formação florestal.Em virtude da importância de um parque público no coração da cidade, tendo em vista a realidade encontrada, mapeada e divulgação dos dados coletados por meio desse relatório que contém imagens, depoimentos e frente à legislação, acredita‐ se que há necessidade premente de implantar sistema de gestão compartilhada público‐privada com ações no curto, médio e longo prazo. Essa é uma alternativa para manter essa área viva ao longo do tempo no centro da cidade.

1. IMPLANTAR Sistema de Gestão Ambiental Compartilhada;

1. PLANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA no entorno do Parque;

2. ATUALIZAR E IMPLANTAR o Plano de Manejo;

2. LIMITAR o estacionamento ao longo da faixa marginal ao Parque;

3. CRIAR grupo gestor para o Parque;

3. TRATAMENTO DO ESGOTO doméstico, industrial, comercial;

Acredita‐se que seja necessário implantar ações de médio e longo prazo utilizando os instrumentos de gestão que visem a qualidade ambiental. Sugere‐se que o município dê atenção a questões de conservação, preservação e recuperação ambiental visando o objetivo maior que é a conservação e a qualidade ambiental do parque.

4. UTILIZAR A ÁREA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL com visitação controlada e guiada por pessoas qualificadas;

4. MELHORIA NA COLETA DE LIXO;

7. Fechamento do parque e controle de entrada dos visitantes;

5. EDUCAÇÃO AMBIENTAL da sociedade do entorno através de encontros com palestras informativas sobre a correta separação do lixo doméstico; reuniões em empresas, comércio e prestadores de serviço sobre o acondicionamento e a destinação dos resíduos; destinação do lixo tóxico domiciliar (Logística Reversa, PNRS, 12.305/2010).

8. REVER E CONSERTAR as obras de canalização em seu interior.

6. CUMPRIR A LEGISLAÇÃO ambiental pertinente.

5. PERMITIR o desenvolvimento de estudos e pesquisas como levantamento da flora, fauna e viveiro de mudas; 6. REDUZIR o número de trilhas internas;

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Área 02: Início do Rio Tigre Sesi/Erechim a BR 153 (3,1km) A área tem inicio na rua Itália, em córrego atrás da unidade do SESI e segue por este riacho, seu entorno é constituído de terrenos baldios e áreas com depósitos diversos de lixo e resíduos que acabam sendo carreados para o córrego.

Nessa foto é possível verificar que na sua maioria a vegetação que ali habita é exótica. Para o ponto existe lixo de construção civil depositado e construções a menos de 30 m da margem. O curso d’água se encontra canalizado a vazante.

O final desse trecho é limitado pelo encontro com a BR 153. Somando 3,1 km de extensão desde o SESI até a BR 153, em vários pontos encontra‐se canalizado, sendo que nestes locais é necessária a limpeza de bocas de lobo e áreas onde a água desemboca no sistema de drenagem.

RIO TIGRE UNIDADE DO SESI – INÍCIO DA ÁREA 02 RUA ITÁLIA JUNTO AO SESI ‐ PONTO 1: COORDENADAS (S’ 2738173 WO’ 5217069)

Nessa foto é possível verificar a presença de construção a menos de 30 m da margem do rio. O que chamou atenção nesse ponto foi o forte cheiro de esgoto sentido durante visitações. Na foto é possível verificar galhos de árvores recentemente podadas e que foram abandonados junto ao bueiro que cruza a estrada. Isso é um problema, pois em dias de chuva intensa pode contribuir para o entupimento e resultando em consequências mais sérias, pois se está colaborando para a redução do escoamento de água.

Para o trecho existem muitos resíduos, principalmente depositados nas áreas de mata ainda existentes no entorno. Acredita‐ se que esse material é descartado pelas pessoas do entorno. Além do mau cheiro e do aspecto visual alguns resíduos como pneus, latas e garrafas que ali se encontram acabam colaborando para o surgimento de focos de larvas de insetos inclusive transmissores de doenças.

26 MAPA DO TRECHO 02 / SESI (RUA ITÁLIA) ATÉ A BR 153

RIO TIGRE UNIDADE DO SESI – RUA MIGUEL NUHHOFER FILHO PONTO 2: COORDENADAS (S’ 2738297 WO’ 5217005)

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Nesse trecho é possível verificar a presença de construções a menos de 30 m do leito do rio. Para o local não existe nenhum tipo de vegetação ribeirinha a não ser gramíneas que são utilizadas para alimentação de cavalos e ovelhas que circulam pela área. Observa‐se também a presença de lixo doméstico e industrial junto à margem, além do forte odor da água que transporta consigo resíduos orgânicos e químicos das residências a jusante.

A vantagem da canalização do corpo hídrico desse trecho é que evita a proliferação de mosquitos e ameniza o odor desagradável em períodos de estiagens prolongadas e principalmente durante o verão tendo em vista que o município ainda não possui tratamento do esgoto. A diminuição da vazão e a deposição de efluentes urbanos juntamente com a baixa declividade do terreno propiciariam principalmente em épocas de calor a liberação de odor fétido que seria sentido pelos moradores do entorno caso não estivesse canalizado esse trecho do rio, diante disso, a canalização não apresenta apenas desvantagens para população e ambiente local. Esse odor desagradável é percebido nos trechos subjacentes e adjacentes que não foram canalizados ou apresentam aberturas. Cabe frisar novamente que o município não tem tratamento de esgoto e de certa forma o trecho já canalizado do corpo hídrico não se apresenta a céu aberto servindo de drenagem de efluentes urbanos (esgoto) de loteamentos, empreendimentos e principalmente casas subjacentes. O que em tempos de estiagem, ou estações sazonais de menor pluviosidade provoca nos trechos não canalizados a formação de poças represadas com alto grau de matéria orgânica ocasionando a formação de água em estado de putrefação devido a eutrofização. A água parada pode representar problemas à saúde pública, principalmente servindo como pontos de proliferação acentuada de vetores especialmente insetos que podem ser transmissores de doenças como febre amarela, dengue, etc.

RIO TIGRE UNIDADE DO SESI – RUA EUGÊNIO MONTEMEZZO PONTO 3: COORDENADAS (S’ 2738528 WO’ 5216282)

Nesse trecho o rio se encontra canalizado e sobre o mesmo é possível verificar a presença de construções industriais, de empresas prestadoras de serviço e principalmente de residências. Observou também que nesses cenários as pessoas que por ali circulam e que não conhecem o passado da região dificilmente identificam que estão transitando sobre o leito de um curso d’água que foi canalizado e hoje deu espaço às instalações e que de acordo com a legislação não poderiam estar instaladas onde estão.

Em alguns locais não canalizados do perímetro urbano é possível verificar o aumento significativo de detritos acumulados na ribanceira do curso d’água os quais deixam a paisagem com aspecto de desprazer. Nesses locais as pessoas que ali transitam têm uma sensação de desagradabilidade e até mais intensamente a população do entorno devido a convivência diária com o odor liberado pela matéria orgânica que transita e pelo lixo jogado na ribanceira e no curso d’água. A paisagem após a canalização praticamente não sofreu mudanças tendo em vista que a área é plana e o curso d’água é reto.

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RIO TIGRE UNIDADE DO SESI – RUA DR. JOSÉ BISOGNIN TRECHO CANALIZADO PONTO 4: COORDENADAS (S’ 2739153 WO’ 5216058)

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Nesse trecho próximo a BR 153 é possível identificar o assoreamento do leito. O trecho apresenta uma quantidade extremamente grande de resíduos domésticos, industriais, de oficina mecânica e de chapeação, entulho de construção civil, camisinha, etc.

RIO TIGRE UNIDADE DO SESI PRÓXIMO BR 153‐ DEPÓSITO DE RESÍDUOS E ASSOREAMENTO ‐ PONTO 5: COORDENADAS (S’ 2739265 WO’ 5215480)

É possível identificar que a água que aqui transita transporta uma quantidade grande de matéria orgânica diluída proveniente da urbanização a jusante dos pontos. O trecho não possui tratamento adequado do esgoto como a legislação prevê. Nesse trecho é possível verificar a presença de grande carga de matéria orgânica na água além da presença de grande quantidade de lixo jogada nas margens do rio. Ocorre também a presença de construções a menos de 30 m da margem e a falta de vegetação ribeirinha.

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RIO TIGRE – PRÓXIMO RODOVIA BR 153 – RUA MÁRIO CORRADI PONTO 5: COORDENADAS (S’ 2739265 WO’ 5215480)

31 IMAGEM AÉREA PRÓXIMO A BR 153 FONTE: Eloverde, 2010


Área 03: BR 153 / Bairro Progresso (570 metros)

Nesse trecho logo após a jusante com a BR‐153 é possível identificar depósito clandestino principalmente de material de construção e eletrodomésticos. O que chama a atenção é que a área em parte localiza‐se em APP e provavelmente até essa data não possui licenciamento ambiental da SMMA ou da FEPAM, ou se possui cabe salientar que no local não existe nenhuma placa indicando que o aterro está sendo feito em local previamente licenciado e que cumpre critérios técnicos para se interferir em APP e próximo de APP.

RIO TIGRE – DEPÓSITO DE LIXO EM GRANDE QUANTIDADE E TIPO RIO TIGRE AO FUNDO

Nessa foto é possível identificar que em trechos está sendo executado o aterramento de área próxima ao curso d’água sem o devido licenciamento ambiental da SMMA ou da FEPAM (não tem placa informando que a obra esta licenciada) e o que é mais grave é que não estão sendo utilizados critérios técnicos para interferência em APP.

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MAPA DO TRECHO 03 / BR 153 E INTERIOR DO BAIRRO PROGRESSO (570 METROS)

RIO TIGRE – DEPÓSITO DE ENTULHOS, ASSOREAMENTO MEIO TRECHO DA ÁREA 02

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RIO TIGRE – PRÓXIMO RODOVIA BR 153

APP ‐ São áreas de nascentes, vegetações ciliares, banhados e encostas de morros que precisam ser preservados para assegurar a manutenção da vegetação nativa, de recursos hídricos, do solo e da biodiversidade local. Esses locais exercem grande importância ecológica, tendo como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.

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35 IMAGEM AÉREA ‐ ETAPA 03 Fonte: Eloverde, 2010.


Área 04: Bairro Progresso Área em grande parte canalizada

É possível verificar junto à calha do rio a presença de resíduos domésticos e industriais. O trecho não possui vegetação ribeirinha e ocorre presença de construções a menos de 30m das margens.

Esse trecho inicia‐se em área urbana de Erechim sendo esta localizada no interior do Bairro Progresso e termina junto a comunidade do Rio Tigre. Em parte do trecho existe calhas e no local existia grande quantidade de resíduos no leito e entorno. RIO TIGRE – CALHA DO RIO NO BAIRRO PROGRESSO RUA SÃO GENARO ‐ PONTO 6: COORDENADAS (S’ 2739378 WO’ 5215301)

Para o trecho efetuou‐se a limpeza de seu entorno e leito, principalmente por se encontrar em área residencial, com grande concentração de população infantil, com riscos maiores a incidência de insetos e roedores.

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Nesse ponto é possível verificar que a moradia está junto à calha do rio e que no local existe grande quantidade de lixo que se acumula com o passar do tempo. Mas o que mais chama a atenção é a escada que se encontra instalada junto a calha do rio.

MAPA DO TRECHO 04 / BR 153 E INTERIOR DO BAIRRO PROGRESSO (1.050 METROS)

RIO TIGRE – CALHA DO RIO NO BAIRRO PROGRESSO PONTO 07: COORDENADAS (S’ 2739368 WO’ 5214578)

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Nesse local é possível observar que o rio está em processo de “mobiliamento”, pois no local é possível se observar a presença de eletrodomésticos, roupas, restos de alimentos, material de higiene, limpeza, remédios e sobras de construção civil além de deságüe de esgoto doméstico. O local não apresenta vegetação ribeirinha e possui moradias a menos de 30 m das margens. A calha do rio apresenta deposição de matéria orgânica in natura em processo de decomposição.

Nesse trecho além da falta de vegetação nos 30 m da APP é possível identificar o lixo que está sendo transportado e que só parou nesse ponto porque encontrou obstáculos no caminho, mas que com certeza devido à chuva que caia naquele momento no local não vai ficar depositado ali por longo tempo sendo carreado rio abaixo.

RIO TIGRE – CALHA DO RIO NO BAIRRO PROGRESSO ‐ RUA MARIANA KRUSZCZNSKI PONTO 07: COORDENADAS (S’ 2739368 WO’ 5214578) RIO TIGRE – BAIRRO PROGRESSO – TRECHO NÃO CANALIZADO ‐ PRESENÇA DE MUITO LIXO

Nesse trecho além do lixo é possível verificar que a barranca do rio além de não possuir vegetação ciliar ainda serve de estacionamento para automóveis e área de lazer. Foram encontrados resíduos de construção civil e plásticos diversos. Quem cruza pelo local também percebe com facilidade principalmente no verão o odor exalado pela água que por ali transita.

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RIO TIGRE – BAIRRO PROGRESSO – TRECHO NÃO CANALIZADO ‐ PRESENÇA DE MUITO LIXO

IMAGEM AÉREA Fonte: Eloverde, 2010.

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Área 05: Limite da Área Urbana de Erechim até a Ponte da RS 477

Esse trecho inicia‐se próximo a ponte da comunidade do Rio Tigre e termina junto a ponte da estrada para Áurea na RS 477 totalizando a extensão de 1.370 metros.

Comunidade Rio Tigre Povoado Argenta/ Ponte

Constitui‐se de um trecho do Rio Tigre com menores gradientes de declividades, e conseqüentemente local de depósito de resíduos nas margens e nas árvores de entorno, onde estes resíduos ficam presos, ou mesmo nos potreiros e lavouras.

Devido às áreas de remanso e momentos da baixa da vazão os resíduos vão se acumulando nestes locais. No trecho existem principalmente resíduos plásticos (sacolas, garrafas, embalagens), roupas, além de outros materiais de maiores pesos e medidas.

Nesse ponto é possível verificar o assoreamento do leito do riacho ocasionado por entulho de construção, material sedimentado das margens que não apresentam a proteção devida para APP. Novamente no cenário foi identificada a presença de resíduos domésticos, e industriais que após serem abandonados foram carreados para o leito ou então chegaram até ele pós arremesso a jusante por algum indivíduo da espécie humana.

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IMAGEM AÉREA ‐ COMUNIDADE RIO TIGRE Fonte: Eloverde, 2010.

RIO TIGRE – COMUNIDADE RIO TIGRE – PRESENÇA DE MUITO LIXO NO LEITO DO RIO

41 MAPA DO TRECHO 05 / COMUNIDADE RIO TRIGRE PONTE RS 477


Nesse trecho é possível verificar o acúmulo de lixo doméstico, industrial e agrícola junto ao leito do rio e em suas margens. Para o local existe construção a menos de 30 m da margem e forte odor de matéria orgânica em decomposição.

RIO TIGRE – COMUNIDADE RIO TIGRE – RUA VIRGÍLIO BIOLLO PONTO 8: COORDENADAS (S’ 2739410 WO’ 5214394)

RIO TIGRE – COMUNIDADE RIO TIGRE – LIXO CARREGADO RIO ABAIXO, PRÓXIMO A PONTE VIA ÁUREA.

Nesse trecho é possível verificar que a vegetação ribeirinha quase não existe e a que existe na sua maioria é composta por indivíduos exóticos, cultivo agrícola e de gramíneas. O local apresenta forte odor e possui resíduos domésticos, industrial e agrícola. Na área não existe vegetação ribeirinha para APP conforme a legislação vigente exige.

Nesse trecho o que chamou a atenção é o acúmulo de peças de vestuário que se acumulam junto à barranca formando uma espécie de “colcha de retalhos que se apresenta em processo de construção”. Isso juntamente com a coloração alterada da água nos remete a crer que para esse tipo de condição são poucas as espécies típicas desse habitat que conseguem se adaptar a esse tipo de condição.

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Nessa foto é possível observar o lixo que está sendo carregado rio abaixo pela correnteza após chuva a jusante. O local possui cultivo agrícola até a margem do rio e a pouca vegetação ribeirinha existente na sua maioria é exótica.

RIO TIGRE – COMUNIDADE TIGRE – LIXO DEPOSITADO EM SISTEMA RADICULAR DA FLORA, PRÓXIMO A PONTE VIA ÁUREA.

RIO TIGRE – JUNTO A ESTRADA PARA AURÉA PONTO 09: COORDENADAS (S’ 2739366 WO’ 5214154)

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Área 06: Ponte da RS 477 Via Áurea / até a curva da Pedreira Andretta

Nesse ponto é possível observar que existe vegetação ribeirinha junto ao riacho que apesar de não possuir o distanciamento exigido por lei protege o leito do riacho.

RIO TIGRE – ENTRE ESTRADA PARA ÀUREA E A PEDREIRA ANDRETTA ‐ PONTO 10: COORDENADAS (S’ 2739342 WO’ 5213438)

Nesse local é possível verificar que a estrada fica a menos de 30 m da margem e no leito do rio é possível verificar a presença de material carreado devido a falta de vegetação ribeirinha. Ocorre também presença de lavoura até a margem. No ponto existe emissão de bastante pó, ruído e presença de odor. IMAGEM AÉREA Fonte: Eloverde, 2010.

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Nesse trecho o que chamou a atenção é o acúmulo de peças de vestuário que se acumulam junto à barranca formando uma espécie de “colcha de retalhos que se apresenta em processo de construção”. Isso juntamente com a coloração alterada da água nos remete a crer que para esse tipo de condição são poucas as espécies típicas desse habitat que conseguem se adaptar a esse tipo de condição.

MAPA DO TRECHO 06, 07 e 08 / PONTE RS 477 VIA ÁUREA ATÉ A PEDREIRA ANDRETTA

RIO TIGRE – CHEGADA DA PEDREIRA ANDRETTA PONTO 11: COORDENADAS (S’ 2739474 WO’ 5213302)

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Nesse ponto é possível verificar que a margem do rio é menor do que era originalmente devido ao material que foi depositado e que está se depositando junto ao leito fazendo com que com o passar do tempo o rio seja transferido lentamente do local original para dar espaço ao material do bota‐fora instalado em área inapropriada segundo a legislação em vigor. Isso se deve ao não uso de medidas mitigadoras para a extração de pedras. Além disso, é bom lembrar que o local é considerado APP e que é preciso ter cuidados redobrados para essas áreas.

RIO TIGRE – EXECUÇÃO DE EXTRAÇÃO DE PEDRAS JUNTO A PEDREIRA ANDRETTA PONTO 12: COORDENADAS (S’ 2739532 WO’ 5212586)

Nesse ponto é possível identificar o assoreamento do leito do rio devido ao material oriundo das margens e dos resíduos sólidos domésticos, agrícolas e industriais lançados pela população humana.

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RIO TIGRE – ASSOREAMENTO DO LEITO DO RIO IMAGEM AÉREA ‐ RIO TIGRE Fonte: Eloverde, 2010.


Área 07: Curva da Pedreira Andretta / Ponte Pedreira Andretta e Interior

Essa foto retirada junto à ponte da Pedreira Andretta demonstra a deposição de resíduos domésticos, industriais e agrícolas que se acumulam junto a ribanceira do riacho devido ao encontro com obstáculos a vazante.

RIO TIGRE – PROXIMIDADE A PEDREIRA ANDRETTA‐ PONTE SOBRE O RIO

Nesse trecho é possível verificar que até os galhos mais altos acabaram servindo de depósito de resíduos.

IMAGEM AÉREA Fonte: Eloverde, 2010.

O trecho a ser trabalhado nesta etapa vai da Pedreira Andretta, pelo rio Tigre seguindo por este por 2.780 metros até uma entrada de interior que dá nas margens do mesmo.

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Existe bastante resíduo acumulado em locais de remansos e encontra‐se vegetação próxima ao leito.

RIO TIGRE – PROXIMIDADE A PEDREIRA ANDRETTA ‐ PONTE SOBRE O RIO

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Área 08: Interior até próximo a ponte sobre o Rio Tigre proximidades da divisa com o Município de Áurea

Nesse ponto é possível verificar que o cultivo de gramíneas ocorre até as proximidades do rio não sendo respeitados os limites para APP.

Trecho no interior do município com extensão de 3.050 metros. O local apresenta áreas com difícil acesso o que necessita de um planejamento maior, bem como um cuidado maior por parte das pessoas envolvidas no trabalho.

RIO TIGRE ‐ USO PARA PECUÁRIA PONTO 13: COORDENADAS (S’ 2739514 WO’ 5212406)

Ponto no interior do município em que é possível verificar a presença de vegetação ribeirinha em ambas as margens ainda que secundária em estágio inicial e médio de regeneração.

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IMAGEM AÉREA ‐ AOS FUNDOS O ATERRO SANITÁRIO DE ERECHIM Fonte: Eloverde, 2010.

RIO TIGRE – VEGETAÇÃO RIBEIRINHA PONTO 14: COORDENADAS (S’ 2740058 WO’ 5211424)

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Área 09 e 10: Interior até a divisa com o Município de Áurea

Nesse local é possível verificar a presença de resíduos domésticos e industriais junto ao leito do rio e na margem. A matéria orgânica trazida da cidade apresenta‐se diluída pelo aumento do volume de água e não mais apresenta características que são observadas com facilidade como é possível de identificar a jusante principalmente nos primeiros trechos.

RIO TIGRE ‐ LIXO DEPOSITADO, PONTE VIA ÁUREA ‐ RS 477 PONTO 15: COORDENADAS (S’ 2740097 WO’ 5211343)

Nesse ponto é possível verificar a presença de vegetação ribeirinha apenas na barranca do rio e novamente além de não ter sido respeitado o distanciamento da APP observa‐se depósito de resíduos sólidos na vegetação do entorno.

IMAGEM AÉREA DA PEDREIRA FONTE: Eloverde, 2010.

Área de interior ainda com bastante resíduos sólidos, principalmente em remansos e na flora de entorno, na altura de 2 metros do leito. Esse material se deposita em dias de alagamento e enchentes.

52 MAPA DO TRECHO 09 E 10 / PROXIMIDADES COM A DIVISA MUNICIPAL DE ÁUREA

RIO TIGRE ‐ LIXO DEPOSITADO, PONTE VIA ÁUREA ‐ RS 477 PONTO 15: COORDENADAS (S’ 2740097 WO’ 5211343)

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Nesse ponto com um pouco de imaginação é possível identificar que as árvores estão preparadas para o natal e se continuar dessa forma no próximo natal estarão mais enfeitadas e com menor vitalidade devido a carga de resíduos que se acumula a cada nova cheia do rio.

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Bem, para o próximo ano a tendência é que a quantidade de resíduo acumulada sobre a vegetação seja ainda maior caso a população não colabore com a parte que precisa ser executada por cada cidadão erechinense.

IMAGEM AÉREA ‐ ÁREA DE ATIVIDADE AGRÍCOLA E REFLORESTAMENTO Fonte: Eloverde, 2010.

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Comentários Gerais 56

Dada a realidade encontrada no Rio Tigre a qual é demonstrada pelas imagens aéreas e de solo está evidente a degradação ambiental fruto da atividade humana. A cidade de Erechim nasceu sobre as nascentes e não possui até o momento tratamento de esgoto cloacal que é direcionado diretamente ao Rio Tigre e demais cursos de água que nascem no perímetro urbano. Na porção urbana o rio encontra‐se, na maior parte, canalizado e perdeu sua importância ecológica e tanto no perímetro urbano quanto no rural há redução da vegetação ribeirinha. Na porção urbana e rural existe a presença de vegetação exótica competindo com nativa, assoreamento do leito do rio, presença de construções próximas as margens, falta de vegetação na APP, despejo de dejetos residenciais, industriais e agropecuários. Ao longo do desenvolvimento de todas as atividades do projeto ficou visível a conivência e permissividade do poder público com relação às cooperativas e associações de catadores que se localizam próximo ao Rio Tigre. Estas associações estão localizadas junto aos bairros Progresso, Presidente Vargas, Vila União, Polígono 21 e BR 153 e alguns catadores têm suas moradias à margem do Rio Tigre dando a entender que por facilidade e proximidade física os resíduos são para lá direcionados seja por efeito da natureza, descuido ou outra razão a ser esclarecida. Pergunta‐se, qual o destino de seus resíduos? Aqui cabe uma investigação.

Proposições para o Rio Tigre 1. ATENDER a legislação em vigor tanto na área urbana quanto na rural. 2. QUALIFICAR o processo de gestão ambiental municipal e empresarial. 3. ORIENTAR os produtores rurais tecnicamente para o uso diário de boas práticas de gestão dos recursos. 4. IMPLANTAR o sistema de coleta e tratamento do esgoto cloacal. 5. IMPLANTAR POLÍTICA PÚBLICA que qualifique, oriente e fiscalize o tratamento primário dos resíduos domiciliares. 6. FISCALIZAR de forma eficaz a destinação dos resíduos domésticos, industriais e agrícolas. 7. QUALIFICAR o processo de coleta e destinação do lixo doméstico, industrial e agrícola. 8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL permanente para toda comunidade. 9. RACIONALIZAR o uso e ocupação do solo de acordo com a legislação e boas práticas ambientais. 10. Plano de recuperação das APPs (vegetação ciliar, banhados, nascentes). 11. FISCALIZAR e exigir licenças ambientais para os empreendimentos existentes assim como laudos técnicos para interferências junto as APPs. 12. MELHORAR a fiscalização na área urbana e rural. 13. RECURSOS FINANCEIROS para recuperação da bacia. 14. CONSTRUÇÃO de parque sobre a calha do rio, área sem função ecológica.

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Mapeamento Rio Suzana O rio Suzana localiza‐se na porção Nordeste de Erechim, com perímetro 2 de 26,49km² e área de 34,33km. Tem sua nascente no espaço urbano de 2 Erechim, no bairro Esperança, segue em direção ao município de Gaurama, que tem no rio sua fonte de abastecimento. As nascentes têm como inicio as proximidades da Indústria de Balas Peccin S.A. junto aos Bairros Esperança e Copas Verdes onde se encontram as nascentes e córregos que seguem por este riacho. O entorno é constituído de terrenos com construções que em alguns casos estão muito próximas a essas nascentes dentre elas destaca‐se construções que ainda não estão terminadas e estão a menos de 50 m da área de importantes nascentes que formam o Rio Susana. O local apresentou depósitos de diversos tipos de lixo e resíduos que acaba sendo carreado para o córrego. Ao longo de seu percurso encontram‐se áreas de cultivo agrícola e geralmente ocupam também as áreas de preservação permanente. A intensificação da urbanização na cabeceira e da agricultura ao longo do curso d’água tem afetado tanto a quantidade quanto a qualidade da água. A substituição de pastagens perenes por cultivos agrícolas anuais tem propiciado um aumento do escoamento superficial, resultando numa menor infiltração e como resultado ocorre à erosão mais intensa e o assoreamento do corpo d’água.

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Na região da porção leste do município temos as primeiras nascentes do rio Suzana em direção ao município de Gaurama, conforme pode ser observado na imagem aérea que mostra o cruzamento da BR 153 com a RS 331. As atividades econômicas identificadas nessa região são diversificadas destacando‐se entre elas a ocorrência de mercados, indústria de balas, mecânicas, ferros velhos, comércio de automóveis, loteamentos dentre outras, sendo assim, a geração de resíduos é diferenciada e diversificada em sua maioria, e o impacto de cada atividade deve ser levado em consideração em relação a sua localização e despejo de dejetos nas áreas de nascentes e ao mesmo tempo ao longo do percurso do rio Suzana. No ponto 01 é possível verificar que a vegetação que ali habita é exótica (Platanus acerifolia ‐ popularmente conhecido como plátano; Ligustrun lucidum ‐ ligustre; e o Eucalyptus camaldulensis – eucalipto). Para o ponto existe lixo de construção civil e construção (moradia) a menos de 10 metros da nascente, ocorre também o cultivo agrícola de hortaliças. Há ainda a presença de resíduos sólidos como pets, latas, vidros, e plásticos diversos. De acordo com a Resolução CONAMA 302/02 de 20/03/02 – que dispões sobre parâmetros,

VISTA AÉREA DO TRECHO COM AS PRIMEIRAS NASCENTES Fonte: Eloverde, 2010

definições e limites das Áreas de Preservação Permanente ‐ essa área deveria estar protegida, pois é uma área de Preservação Permanente e necessita de cuidados redobrados.

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Além disso, os banhados, nascentes e os popularmente chamados olhos d´água são áreas de recarga dos rios. dessa forma as construções, os resíduos ali encontrados, o aterramento em parte da área e a vegetação ali existente estão fora dos padrões exigidos por lei, e acabam interferindo na função ecológica e ambiental desta área. É possível identificar que o rio sofre com o assoreamento desde o início de seu percurso. Além disso, parte dos resíduos depositados irregularmente neste trecho, com as chuvas acabam sendo carreados para dentro do rio. Para este ponto seria interessante a instalação de lixeiras coletivas distanciadas do rio, e fiscalização por parte do poder público referente ao despejo de resíduos em áreas de preservação permanente.

NASCENTE DO RIO SUZANA – R. AUGUSTO ALBERTONI Ponto 01: Coordenadas (S’ 2737161 WO ‘ 5214528)

FOTO ENTRE A AUTO DEMOLIDORA TREVO E O CAMPUS II, URI ‐ ERECHIM Ponto 04: Coordenadas (S ‘ 2736490 WO ‘ 5213541)

No ponto 05 área com deficiência de vegetação ciliar. Há instalação de cerca para segurança da propriedade, junto ao curso d’água. Em dias de chuva intensa contribui para a redução do escoamento superficial de água. Para o local é necessário verificar junto ao órgão ambiental a liberação da licença para interferência junto a APP (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02)

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FOTO RETIRADA JUNTO À ÁREA VERDE DO LOTEAMENTO RITA DE CÁSSIA Ponto 02: Coordenadas (S2737155 WO5214434)

PROXIMIDADES REVENDA GAMBATTO AUTO Ponto 03: Coordenadas (S’2737121 W0’ 5214160)

PONTE LOCALIZADA JUNTO AO BAIRRO DEMOLINER Ponto 05: Coordenadas (S’ 2736290 WO ‘ 5213305)

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Nesse ponto é possível observar que existe vegetação ciliar junto ao rio que apesar de não possuir o distanciamento exigido por legislação em vigor (mínimo 30 metros) protege o leito contra o assoreamento, diminuição da recarga d’água em épocas de escassez e perda da qualidade ambiental do manancial. Houve relato da moradora que em épocas passadas já houve mortandade de peixes e no verão em alguns dias sente‐se o mau cheiro nas proximidades do rio. Há propriedades particulares em alguns trechos de agricultores com criação de gado e cultivo agrícola de milho e soja.

Nesse trecho não existe vegetação ciliar a não ser gramíneas. Além disso, há plantio de exemplares exóticos como pinus e plátanos formando uma espécie de “corredor” próximo a margem do rio.

PROPRIEDADE LOCALIZADA EM FRENTE EDELBRA ‐ INDÚSTRIA GRÁFICA LTDA Ponto 08: Coordenadas (S’ 2736132 WO’ 5212320)

PROPRIEDADE DE SEBASTIÃO CORDOVA ‐ RS 331 Ponto 06: Coordenadas (S‘ 2736321 WO ‘ 5213059)

Nesse ponto é possível observar que existe vegetação ciliar junto ao rio que apesar de não possuir o distanciamento exigido por lei (30 metros) protege o leito. No local ocorrem também construções a menos de 30 metros das margens. Nas laterais existe presença de alguns resíduos diversos como pets, sacolas plásticas, latas e panos industriais.

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PONTE NA LINHA 2 Ponto 07: Coordenadas (S’ 2736255 WO ‘ 5212554)

COMUNIDADE DA LINHA AURORA Ponto 09: Coordenadas (S’ 2735593 WO’ 5211465)

Nesse ponto é possível verificar que o cultivo agrícola ocorre até as proximidades do rio não sendo respeitados os limites para APP (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente). Também ocorre depósito de resíduos próximo a ribanceira. As lixeiras dos moradores estão em local indevido, facilitando dessa forma que os resíduos cheguem ao rio. Para este trecho seria adequado realocar as lixeiras, orientar a comunidade referente à separação e acondicionamento dos resíduos inclusive das embalagens de agrotóxicos. Observa‐se a competição entre a vegetação nativa e o plantio de exóticas. Há cultura local de ajardinar o entorno das residências com plantas exóticas de origem européia como ‐ Cupressus sempervirens ‐ Cipreste.

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Ponto no interior do município em que é possível verificar a presença de vegetação ciliar em ambas as margens sendo esta secundária em estágio inicial e médio de regeneração. Junto ao rio e margens praticamente não existe acúmulo de resíduos doméstico, industrial ou agrícola.

DIVISA COM GAURAMA – FOTO DE ACAMPAMENTO INSTALADO EM APP DIVISA COM GAURAMA Ponto 10: Coordenadas (S’ 2735211 WO’ 5210308)

Depósito de resíduos localizado a menos de 30 m da margem. O ponto se caracteriza como área de descarte de materiais diversos, como entulhos de construção civil (cerâmicas, gesso, aramados diversos), pneus, vidros, latas, plásticos (lonas), restos de móveis entre outros. Percebe‐se a disposição irregular de lixo neste trecho, em área de preservação permanente.

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DIVISA COM GAURAMA – RESÍDUOS SÓLIDOS ABANDONADOS EM ÁREA DE APP Ponto 11: Coordenadas (S’ 2737161 WO’ 5214528)

Nos pontos 10 e 11 foi possível detectar trechos dos pontos selecionados com vegetação ciliar nas duas margens do rio. A vegetação ali existente em sua maioria é nativa e está em estágio inicial e médio de regeneração. Nesses trechos a interferência humana não exerce grande impacto, pois é uma área retirada do município. Existem lavouras a mais de 40 metros nas margens do rio. Cabe salientar que nesse trecho foi encontrado resíduo doméstico, agrícola ou de outra origem (Ponto 10). Observa‐se que esse trecho tem área de APP preservada a qual exerce grande importância ecológica, tendo como função preservar o recurso hídrico, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora e

DIVISA COM GAURAMA – TRECHO QUE POSSUI ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Ponto 11: Coordenadas (S’ 2737161 WO’ 5214528)

proteger o solo. Todas as áreas de APP de acordo com a resolução do CONAMA deveriam ser protegidas e preservadas dentro dos parâmetros estabelecidos. (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispões sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente). Em outra área do ponto 11, junto à área de APP foi encontrado uma espécie de “acampamento” instalado onde havia resíduos domésticos, latas, vidros, pets, telhas, lonas, roupas e restos de móveis (cama, colchão, fogão...). De acordo com a origem do resíduo ali encontrado esse lixo é considerado público e o que preocupa é que o mesmo foi descartado irregularmente pela população. Face ao fato pode‐se concluir que o descarte de lixo merece mais atenção por parte do poder público que é o responsável pela fiscalização e identificação dos geradores. Salienta‐se ainda que quando isso é feito com eficácia a quantidade de resíduos depositados em áreas particulares e de preservação permanente diminui e conseqüentemente os danos ambientais.

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Comentários Gerais

Proposições para o Rio Suzana

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1. CUMPRIR a legislação em vigor na área urbana e rural com função ecológica. De acordo com a realidade demonstrada pelas imagens aéreas e de solo está evidente a degradação ambiental fruto da atividade humana. Dentre as degradações para o rio foi encontrado a redução da vegetação ribeirinha, presença de vegetação exótica competindo com vegetação nativa, assoreamento do leito do rio e construções próximas as margens. Com relação às construções existentes nas proximidades é preciso ser respeitado os limites legais de distância conforme legislação em vigor. O rio Suzana é mais plano e possui áreas de ribanceira e recarga necessitando de estudos mais detalhados para determinação das cotas de inundação nas diferentes estações do ano. Para este rio a pequena densidade demográfica faz com que os impactos ambientais sejam menores quando comparados ao rio Dourado e Tigre. Cabe salientar que a fiscalização é mais atuante no sentido de mantê‐lo preservado, pois suas águas abastecem o municípios vizinhos de Gaurama e Viadutos.

2. QUALIFICAR o processo de gestão ambiental considerando os aspectos ambientais e legais tanto na área urbana quanto na rural. 3. IMPLANTAR o sistema de coleta e tratamento de esgoto cloacal. 4. AMPLIAR a fiscalização na área urbana e rural a qual deve atender a legislação e as boas práticas de gestão dos recursos. 5. QUALIFICAR o processo de destinação dos resíduos sólidos (lixo domiciliar, industrial e agrícola). 6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL para a população por meio de campanhas permanentes e eficientes.

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É possível identificar as primeiras nascentes do Rio Dourado que se localizam junto às setas. Na área das nascentes existem diversas atividades comerciais e industriais como materiais elétricos, hidráulicos e construção, oficinas mecânicas, lavagens de automóveis, empresa de laticínios, supermercados, ferro velho, serralheria entre outras. Nessa área, o rio Dourado encontra‐se totalmente canalizado, por esse motivo muitas pessoas desconhecem que existem nascentes e que o rio percorre parte do perímetro urbano do município de Erechim.

Mapeamento Rio Dourado O rio Dourado tem inicio nas proximidades da Empresa de Laticínio, Bom Gosto – Unidade de Erechim, as primeiras nascentes localizam‐ se junto a terrenos com construções existentes há bastante tempo. Prestadores de serviços e comércio estão, em parte, instalados sobre Áreas de Preservação Permanente – APP que foi canalizada. O Rio Dourado localiza‐se no extremo Noroeste do município de Erechim, com perímetro de 62,71 km² e área de 148, 52 km² cujas cotas hipsométricas variam de 420 a 840 metros, o que corresponde à declividade de 0 a 100%. A tipologia agrária é formada por pequenas propriedades com ênfase em atividades não especializadas no setor agropecuário de subsistência. O milho é o principal produto cultivado, justamente para suprir a demanda existente com a criação de suínos, aves e bovinos.

É necessário verificar junto às instalações das lavagens, mecânicas de automóveis e demais empreendimentos que causam impacto ambiental se as mesmas possuem licença ambiental para funcionamento. Já com relação à empresa de laticínios deve‐se verificar o funcionamento e condições de eficiência da estação de tratamento de efluentes, através de auditorias ou através da fiscalização junto ao poder público municipal (SMMA) e estadual (FEPAM).

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Ao longo do percurso do rio há irregularidade da topografia, representada por morros, bem como vegetação que se manifesta em pequenas porções isoladas umas das outras, justamente sobre as áreas mais declivosas. A topografia íngreme da área, de acentuada declividade, associada ao manejo inadequado do solo realizado por algumas atividades agrícolas como o milho, feijão, soja, trigo (plantio em encostas e margens de rios), facilita a erodibilidade, apresentando‐se como uma das ameaças mais importantes desta micro bacia (RAMPAZZO, 2003).

FOTO: MAURO PAZINATO

O Rio Dourado (rio de 5ª. ordem) de maior representatividade fluvial, apresenta uma densidade de 12,64m/h. Provavelmente, a dificuldade de exploração dá‐se pela declividade da área que tem sido o principal fator para a manutenção da cobertura vegetal, que segundo o produtor rural “acaba funcionando como um obstáculo” a outros tipos de usos da terra (PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006).

Vários moradores do entorno do lacticínio relataram que com freqüência a água do rio apresenta coloração leitosa e principalmente odor no verão.

VISTA AÉREA DAS PRIMEIRAS NASCENTES DO RIO DOURADO Fonte: Eloverde, 2010

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No ponto 01 as nascentes encontram‐se canalizadas há bastante tempo e os espaços com o decorrer dos anos e com crescimento da cidade foram sendo ocupados pela urbanização. Nessa região há pouca arborização o que é uma falha, pois as árvores nos espaços urbanos através da sua diversidade de forma, cores e aromas, identificam os locais, qualificam os espaços, transmitem paz, harmonia, melhoram a qualidade do ar e regulam a temperatura. Percebeu‐se então nesse ponto exemplares isolados e disformes, não exercendo em sua totalidade a função de melhor conforto ambiental e estética da paisagem.

Para este ponto deve‐se verificar se o empreendimento está de acordo com a legislação, possuindo projeto assinado por responsável técnico, vistoriado pela secretaria municipal de meio ambiente e/ou FEPAM, com a liberação da licença ambiental de operação. Ainda no mesmo local foram encontrados resíduos como pneus, latas, entulhos de construção, plásticos diversos e roupas oriundos das proximidades dessas primeiras nascentes do Rio Dourado.

Identifica‐se o percurso do rio Dourado em direção a RS 420. O percurso do rio ocorre paralelamente à rodovia. Nessa área existe pouca vegetação ciliar, as residências foram construídas muito próximas ao leito do rio, existe despejo de dejetos cloacais neste trecho. O Rio Dourado no perímetro urbano percorre os Bairros Morro da Cegonha, São Caetano e Esperança. No perímetro rural ele recebe as águas do Bairro Ipiranga e Estar do Chile.

PRIMEIRAS NASCENTES CANALIZADAS DO RIO DOURADO Rua Marcos Ochoa Ponto 01: Coordenadas (S’ 2737424 WO’ 5216190)

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BOEIRO RUA JOÃO MASSIGNAN – ÁGUA DO RIO COM COLORAÇÃO LEITOSA Ponto 02: Coordenadas (S2737053 WO5216270)

No ponto 02 é possível verificar que a água que está transitando apresenta coloração leitosa. Nesse local existe também uma lavagem de veículos funcionando a menos de 30 m do curso de água. (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispões sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente). Possivelmente o separador de água, óleo e lama da lavagem estão muito próximos as margens do rio. Neste ponto foram encontrados resíduos depositados nas áreas de preservação permanente, além do mau cheiro facilmente sentido nas proximidades da indústria de laticínios. Logo após a indústria, em parte não canalizada do curso d’água, verificou‐se através de visita, depoimentos e relatos da comunidade do entorno, que a coloração da água em alguns dias é “esbranquiçada ou leitosa”.

VISTA AÉREA DO CURSO DO RIO DOURADO EM DIREÇÃO A ARATIBA Fonte Eloverde, 2010

É possível identificar no ponto 03 que não existe vegetação ciliar a não ser gramíneas e vegetação espontânea que são utilizadas para alimentação de bovinos. Observa‐se também a presença de lixo doméstico e industrial junto à margem, além do forte odor da água que transporta consigo resíduos orgânicos e químicos advindos da jusante. O barranco identificado na foto é recém erguido e faz parte da obra de abertura, alargamento ou modernização da rua sendo que nas proximidades da obra não foi identificada nenhuma placa RUA ERECHIM ‐ TRECHO SEM VEGETAÇÃO CILIAR Ponto 03: Coordenadas (S’2737244 Wo’5216257)

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do órgão ambiental competente indicando que a obra possui licença ambiental obrigatória para interferência em APP como é o caso da instalação dessa obra de infra‐estrutura (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente). Nesse mesmo ponto é possível identificar que foram aberto clareiras junto à mata para construção de moradias as quais precisaram do corte de vegetação a qual também precisa ser fiscalizada e licenciada.

No ponto 03 ainda percebeu‐se que todo o leito do rio neste trecho foi coberto pelo cascalho, e terra oriundos da abertura da rua. Foram encontrados resíduos de construção civil e plásticos diversos. Quem cruza pelo local também percebe com facilidade principalmente no verão o odor exalado pela água que por ali transita.

LEITO DO RIO ASSOREADO POR CASCALHO E SOLO DA OBRA Ponto 03: Coordenadas (S’2737244 WO’5216257)

Neste ponto não houve acesso para o mapeamento e limpeza, pois em sua maioria o trecho encontra‐se cercado e ocupado por construções localizadas a menos de 30 m da APP.

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RUA DIONÍSIO FABIANI – LOTE CERCADO Ponto 04: Coordenadas (S’2737058 Wo’5216270)

No ponto 05 é possível verificar que não existe vegetação ciliar. A pouca vegetação existente neste trecho é composta por indivíduos da flora exótica. A área de preservação permanente está sendo utilizada para cultivo de gramíneas que são utilizadas por bovinos criados no local (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente).

ENCONTRO DO RIO DOURADO COM A SANGA DO BAIRRO IPIRANGA Ponto 05: Coordenadas (S’2736403 Wo’5216234)

No ponto 06 é possível verificar que a vegetação ribeirinha não existe e a que existe em sua maioria é composta por indivíduos da flora exótica. A área de preservação permanente também está sendo utilizada para cultivo de gramíneas que servem de alimento para bovinos criados no local.

POTREIRO – LIMITE COM O RIO DOURADO – RS 420 KM 04 Ponto 06: Coordenadas (S’2736126 Wo’5216331)

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No ponto 06 é possível verificar que a vegetação ribeirinha não existe e a que existe em sua maioria é composta por indivíduos da flora exótica. A área de preservação permanente também está sendo utilizada para cultivo de gramíneas que servem de alimento para bovinos criados no local.

POTREIRO – LIMITE COM O RIO DOURADO – RS 420 KM 04 Ponto 06: Coordenadas (S’2736126 Wo’5216331) VISTA AÉREA DO RIO DOURADO ‐ Fonte: Eloverde, 2010.

Nesse trecho é possível verificar que a vegetação ribeirinha não existe e que o espaço que precisa ser reservado para Área de Preservação Permanente está sendo utilizado para cultivo agrícola até muito próximo as margens do rio. Neste trecho parte da rodovia também foi construída em APP. (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente). Ainda nesse ponto foi identificado que parte da APP vem sendo utilizada para área de lazer.

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OCUPAÇÃO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE PARA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA Ponto 07: Coordenadas (S’2735520 Wo’5216551)

Neste trecho Ponto 08 muito próximo a margem do rio foi encontrado chiqueiro com esterqueira em péssimas condições e com restos cloacais de suínos vazando para o leito do rio; foi identificado ainda uma espécie de reservatório, “sumidouro” da residência próxima que estava em más condições e também vazando para o leito do rio. O fato constatado no local é grave devido à falta de tratamento primário necessário para o esgoto domiciliar e dos efluentes oriundos da atividade de suinocultura (Lei 6.503/1972 – Código Sanitário Estadual). Neste ponto junto a APP há também presença de espécies exóticas como (Platanus acerifolia) popularmente conhecido como plátano. Ocorre ainda falta de vegetação ciliar nas duas laterais do rio que esta sendo utilizada para exploração agrícola e pecuária.

COMUNIDADE KM 6 – DOURADO JUNTO À PRIMEIRA PONTE Ponto 08: Coordenadas S’2735316 Wo’5216576

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No ponto 08 é possível identificar parte do trecho do rio com área de APP respeitando os limites exigidos por lei. Um contraste grande em relação a outros trechos que se localiza no mesmo ponto.

TRECHO DO RIO COM CONSERVAÇÃO DA VEGETAÇÃO CILIAR Ponto 08: Coordenadas (S’2735316 Wo’5216576) FOTO AÉREA – EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA CONSTRUÇÕES E RODOVIA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ‐ Fonte: Eloverde, 2010.

Nesse ponto é possível verificar que o cultivo de gramíneas de um lado da margem e do outro cultivo agrícola ocorrem até as proximidades do rio não sendo respeitados os limites para APP (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente).

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Nesse trecho Ponto 09 é possível verificar que há o cultivo agrícola de um lado e do outro o cemitério da comunidade fica próximo a margem do rio.

EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA JUNTO A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Ponto 09: Coordenadas (S’2735097 Wo’5216530)

EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E CEMITÉRIO JUNTO ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Ponto 09: Coordenadas S’2734141 Wo’5216389

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KM 8 DOURADO ‐ TRECHO COM PRESENÇA DE APP ‐ Ponto 10: Coordenadas (S’2734462 Wo’5216427)

Nesse ponto é possível verificar que o cultivo agrícola ocorre até as proximidades do rio não sendo respeitados os limites para APP (mínimo 30 metros).Devido ao plantio até a margem se observa na foto que está ocorrendo desmoronamento da barranca.

Nesse ponto é possível verificar que o cultivo agrícola ocorre até as proximidades do rio não sendo respeitados os limites para APP (mínimo 30 metros) conforme legislação em vigor.

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PRESERVAÇÃO DE ÁREA DE APP ‐ Ponto 12: Coordenadas (S’ 2733598 WO’ 5216347)

USO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE PARA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA Ponto 11 Coordenadas: (S’ 2734141 WO’ 5216391)

OCUPAÇÃO DE ÁREA DE APP PARA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E ASSOREAMENTO DO LEITO DO RIO ‐ Ponto 13: Coordenadas (S’ 2733531 WO’ 521628)

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No ponto 16 é possível verificar que a barranca do rio está sendo utilizada para depósito de restos de poda de árvores. O problema principal novamente é a falta da vegetação ciliar.

OCUPAÇÃO DA APP PARA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA – VISTA AÉREA DO PONTO COM DESMORONAMENTO DA BARRANCA ‐ Fonte: Eloverde, 2010.

TRECHO DO RIO COM APP ‐ Ponto 14: Coordenadas (S’ 2737059 WO’ 5216270)

DEPÓSITO DE GALHOS NAS MARGENS DO RIO (Pinguela 3) Ponto 16: Coordenadas (S’ 2733055 WO’ 5216075)

É possível verificar que, em na sua maioria, a vegetação que ali habita é exótica e situa‐se na barranca do rio.

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TRECHO DO RIO COM PRESENÇA DE VEGETAÇÃO EXÓTICA JUNTO A APP INEXISTENTE Ponto 15: Coordenadas (S’ 2733228 WO’ 5216148)

TRECHO DO RIO COM APP ‐ PRÓXIMO APIÁRIO ANGONESE Ponto 17: Coordenadas (S’ 2732527 WO’ 5216013)

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Vista de depósito clandestino de lixo doméstico e embalagens de agrotóxicos junto a APP (Lei 9.605/1988 – Lei de Crimes Ambientais).

DEPÓSITO DE RESÍDUOS DOMÉSTICOS E AGRÍCOLA EM APP Ponto 17: Coordenadas (S’ 2732527 WO’ 5216013)

LIMITES DA APP – ÁREA DE APP PARCIALMENTE RESPEITADA ‐ Fonte: Eloverde, 2010.

Na imagem aérea é possível verificar que há o cumprimento do distanciamento da vegetação em área de APP, apesar de não ser o exigido por lei existe o distanciamento o que permite a proteção do leito do rio neste trecho, mesmo sendo esta área também ocupada para exploração agrícola.

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TRECHO DO RIO COM APP E EXÓTICAS UVA‐DO‐JAPÃO PONTO 18: Coordenadas (S’ 2732368 WO’ 5216073)

TRECHO DO RIO COM VEGETAÇÃO NA APP Ponto 19: Coordenadas (S’ 2732073 WO’ 5216073)

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Para o local não existe o distanciamento mínimo de acordo com a lei em vigor para construções e cultivo agrícola (Resolução CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente).

Nesse ponto é possível observar que existe vegetação ribeirinha e apesar de não possuir o distanciamento exigido pela atual legislação protege o leito do rio.

TRECHO DO RIO COM APP – COMUNIDADE ANTERIOR AO DISTRITO DE JAGUARETÊ Ponto 20: Coordenadas (S’ 2730497 WO’ 5215151)

TRECHO DO RIO ONDE VERIFICA‐SE A PRESENÇA DE APP Ponto 21: Coordenadas (S’ 2730332 WO’ 5215262)

É possível verificar que a vegetação ribeirinha ocupa apenas a barranca do rio existindo construções e instalações industriais e agropecuárias com o distanciamento menor que o exigido pela atual legislação ambiental.

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DISTRITO DE JAGUARETÊ ‐ Fonte: Eloverde, 2010.

CURSO D’ÁGUA QUE DESÁGUA NO RIO DOURADO NA DIVISA DE ERECHIM COM ARATIBA Ponto 21: Coordenadas (S’ 2730332 WO’ 5215262)

Trechos do mapeamento mostram a existência de vegetação ciliar em ambas às margens do rio (pontos 12, 14, 17, 18, 19, 20). Em parte a vegetação encontra‐ se em estágio médio e avançado de regeneração. Para a parte final dos levantamentos realizados no Rio Dourado o cenário mostra‐se otimista, pois nestes trechos a vegetação nativa mantém suas funções e os recursos hídricos estão parcialmente preservados, há manutenção do solo e da biodiversidade local mantendo, assim, grande importância ecológica, cultural e atendendo os requisitos básicos da legislação em vigor. Geralmente estas áreas são de difícil acesso, o que diminui a intensificação da atividade humana e agrícola nestes pontos. A água encontrada nestes trechos é mais limpa, foi encontrado pouquíssimo lixo e os moradores que conhecem estas áreas sentem‐se orgulhosos desse espaço próximo as residências.

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Considerações Gerais

Proposições para o Rio Dourado

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1. Cumpri a A LEGISLAÇÃO em vigor. Dada a realidade encontrada demonstrada pelas imagens aéreas e de solo está evidente a degradação ambiental fruto da atividade humana como a redução da vegetação ribeirinha. Existe a presença de vegetação exótica competindo com nativa tanto na área urbana quanto rural; assoreamento do leito do rio; presença de construções próximas as margens; falta de vegetação na APP; despejo de dejetos e efluentes residenciais, industriais e agropecuários sem o devido tratamento; manejo inadequado do solo causando erodibilidade; falta arborização urbana; cultivo junto a área de APP.

2. QUALIFICAR O PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL considerando os aspectos ambientais e legais tanto na área urbana quanto na rural. 3. IMPLANTAÇÃO do sistema de coleta e tratamento do esgoto cloacal. 4. MELHORAR a fiscalização na área urbana e rural. 5. ORIENTAR tecnicamente os produtores rurais para o uso diário de boas práticas de gestão dos recursos. 6. QUALIFICAR o processo de coleta e destinação dos resíduos domiciliar, industrial e agrícola. 7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL permanente para toda comunidade.

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Limpeza nos Rios Tigre, Suzana e Dourado

Resultados das Ações de Limpeza no Rio Tigre ETAPA 01 – PARQUE MUNICIPAL LONGINES MALINOWSKI

Todo o trabalho foi registrado através de filmagem e fotografias com a presença, de técnico responsável e coordenador do trabalho.

(27/11/10) Foram coletadas 2,5 toneladas de resíduos diversos.

1. OBJETIVOS *Efetivação da retirada dos resíduos sólidos depositados através de ações de limpeza e coleta. *Levantamento fotográfico do antes e após a efetivação do processo da retirada de resíduos sólidos. *Destinação dos resíduos sólidos para local apropriado pela Prefeitura Municipal mediante termo de compromisso firmado junto à secretaria de Meio Ambiente. *Ato de limpar como pedagogia e inserção de PSC‐VEC.

Um caminhão com 52 sacos de 50 kg retirou o lixo e levou ao Aterro Sanitário do Município.

Equipe no trabalho da limpeza no Parque.

34 voluntários participaram da Ação de limpeza e educação ambiental da comunidade do entorno do parque que se localiza no centro da cidade de Erechim.

2. METODOLOGIA A equipe foi composta de um coordenador, voluntários, prestadores de serviço todos equipados com EPIs e equipamentos para coleta dos resíduos. O material foi coletado pela mão humana, em ambiente seguro e de fácil acesso. Uma vez que os materiais estavam contaminados, molhados, misturados, não foi possível fazer a classificação e separação dos resíduos. A equipe retirou das margens os resíduos sólidos e dispôs em caminhão de coleta disponibilizado pela prefeitura.

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3. ORGANIZAÇÃO DO CRONOGRAMA DE TRABALHO Todo o material encontrado foi devidamente fotografado, documentado. Todos os materiais encontrados e coletados foram encaminhados para o aterro sanitário do município pela Prefeitura Municipal de Erechim.

Equipe de voluntários Eloverde, PSC‐VEC, Erechim Jeep Clube, Grupo de Escoteiros Acauã, Erechim Offroads.

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ETAPA 02 – SESI ‐ BR153 (18/12/10) Foram coletados 3 toneladas lixo contaminado (papéis, roupas, restos de tecidos, vidros, 1 pneu, latas de tinta, espuma, isopor, plásticos, calçados). Todos os resíduos estavam sujos, deteriorados sem condições para encaminhamento a reutilização ou reciclagem. Um caminhão com 60 sacos de 50 kg retirou o lixo e levou ao Aterro Sanitário do Município. Equipe recolhendo os sacos de lixo e realizando o transporte Lixo jogado ao longo do canal do rio dentro do Parque. intermediário até o caminhão.

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15 voluntários participaram da ação de limpeza e educação ambiental da comunidade do entorno.

Equipe no final do trabalho.

Equipe de limpeza etapa 02 – SESI‐BR 153.

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Coleta de resíduos

No trecho final, rua Mario Corradi até a BR 153 há um lixão depositado na encosta do rio que desce até suas margens evidenciando um hábito local de “desova” de materiais diversos (restos de construção civil, brinquedos, plásticos, roupas, colchões, restos de mobiliário, eletroeletrônicos, etc... Presença de resíduos de construção civil colocados intencionalmente para “segurar”a barranca do rio.

Presença de resíduos de descarte de computadores

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Neste ponto há um lixão a céu aberto.

Equipe retornando com o material coletado. Nesta etapa da limpeza o trecho do rio, na sua maior parte, está canalizado, junto ao bairro São Cristóvão. Somente no seu trecho final é que volta a céu aberto. Aí aparece o excesso de resíduos pendurados nos galhos e troncos das árvores.

Neste caso, faz‐se necessária a utilização de equipamentos especiais, além de veículos e equipe preparada para a retirada do material.

Materiais depositados as margens do rio Tigre

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ETAPA 03 BR 153 ‐ BAIRRO PROGRESSO

Resíduos encontrados nas margens e galhos de árvores: roupas,plásticos, restos de animais

(08/01/11) Foram coletados 2 toneladas e meio de lixo contaminado (papéis, roupas, restos de tecido, vidros, pneu, latas de tinta, espuma, isopor, plásticos, calçados). Todos os resíduos estavam sujos, deteriorados sem condições para encaminhamento a reutilização ou reciclagem. Um caminhão com 50 sacos de 50 kg retirou o lixo e transportou‐o para o Aterro Sanitário do Município.

Equipe de trabalho Trabalho intenso de coleta de materiais

Nesta etapa 18 voluntários participaram da Ação de limpeza e educação ambiental com a comunidade do entorno.

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Equipe no trabalho ao longo do rio Tigre

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ETAPA 04 ‐ BAIRRO PROGRESSO CALHA CONCRETADA DO RIO ATÉ A PONTE NA RUA MARINA KRUSCZCZYNSKI (15/01/11)

Ao longo deste trecho do rio há depósito de ferro velho. Neste trecho, dentro do bairro progresso há depósito de ferro velho a céu aberto e construções sobre a calha do rio junto a rua das Rosas.

Foram coletados 2 toneladas e meio de lixo contaminado (papéis, roupas, restos de tecido, vidros, pneu, latas de tinta, espuma, isopor, plásticos, calçados). Todos os resíduos estavam sujos, deteriorados em estado de putrefação avançado sem condições para encaminhamento a reutilização ou reciclagem. Um caminhão com 52 sacos de 50 kg retirou o lixo e levou ao Aterro Sanitário do Município. 20 voluntários participaram da Ação de limpeza e educação ambiental da comunidade do entorno.

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Equipe no trabalho de limpeza.

Parte do material coletado.

O aspecto da calha de concreto do rio juntamente com resíduos depreciam o ambiente e a paisagem. Neste trecho onde o rio está sobre uma calha de concreto observou‐se o esgoto jogado in natura por tubulações que vem das ruas e casas em seu entorno. Observou‐se, através de depoimentos e entrevistas de pessoas que moram no local que existe alguns moradores ribeirinhos, que exercem atividades de catação de lixo por conta própria, terem o hábito do descarte de materiais que não são aproveitáveis para comercialização.

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Equipe de trabalho da etapa 04.

N a m a rge m d o r i o h รก depรณsito de materiais diversos.

Equipe no trabalho de limpeza da calha, etapa 04.

Ao longo da calha hรก moradias praticamente apoiadas sobre a parede de concreto.

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O rio limpo após o trabalho de limpeza.

ETAPA 05 – BAIRRO PROGRESSO RUA MARINA KRUSCZCZYNSKI ESQUINA LOURENÇO SCWUAB , APÓS A PONTE ATÉ RUA DAS ROSAS, PROPRIEDADE SR. CAPRA. (29/01/11) Neste trecho o trabalho de limpeza física do rio Tigre precisou ser realizado em 6 vezes embora o trajeto seja cerca de 500 metros. A curva do rio impede o escoamento dos resíduos que ficam presos nas margens e galhos das árvores.

O rio limpo após o trabalho de limpeza.

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Equipe de trabalho.

A partir deste momento o trabalho tornou‐se intenso e cada vez mais difícil uma vez que a presença de peças de roupas enroscadas nos troncos obrigou a um esforço físico redobrado da equipe. Utilizou‐se, então, utensílios e ferramentas como foice, tesouras e facões para facilitar o trabalho.

No trecho há presença de moradias de catadores que depositam os materiais a beira do rio.

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(05/02/11)

O trabalho neste trecho apresentou momentos distintos: o primeiro logo após a ponte a partir da rua Marina Krusczczynski onde o rio corre normalmente, trecho caracteristicamente urbano e o segundo após a curva, junto a propriedade do Sr. Capra, que dá início a pequenas propriedades rurais.

Foram coletados 3 toneladas e meio de lixo contaminado (papéis, roupas, restos de tecido, vidros, sofás, latas de tinta, espuma, isopor, plásticos, calçados, mobiliário). Todos os resíduos estavam s u j o s , d ete r i o ra d o s s e m co n d i çõ e s p a ra encaminhamento a reutilização ou reciclagem. Um caminhão com 55 sacos de 50 kg retirou o lixo e levou ao Aterro Sanitário do Município. 18 voluntários participaram da Ação de limpeza e educação ambiental da comunidade do entorno. Cerca de 1 tonelada de materiais ferrosos.

A beleza aparece após a limpeza. Ao fundo a parte concretada do rio. Equipe de trabalho

Neste trecho as margens apresentam forte sintoma de assoreamento, com presença de plantas exóticas, sem respeito aos 30 metros legais e com lixo sendo jogado diretamente no leito do rio. Há presença de residência de catadores que acumulam lixo em suas casas e descartam o que não serve no rio.

A limpeza na curva do rio.

102

Equipe no trabalho.

Foto a montante e a jusante. A beleza aparece após a limpeza.

103


Porém no leito do rio há resíduos soterrados e se torna impossível retirá‐los apenas com catação.

Neste trecho o rio apresenta‐se mais limpo de resíduos.

(19/02/11) Continuou‐se no mesmo trecho do rio, mais próximo a sede da propriedade, devido ao excesso de materiais dispostos à margem do rio. Coletados 67 sacos de 50 kg totalizando 3,35 toneladas de resíduos contaminados sendo na sua grande maioria trapos, restos de roupas. Participaram desta ação 17 voluntários. No local há potreiro com deságüe dos rejeitos diretamente no rio sem tratamento prévio, em volume considerável. Convivem no mesmo ambiente galinhas, vacas e suínos. A vegetação ciliar é escassa e há presença de plantas exóticas na propriedade e presença de lavoura até a margem do rio.

Varal a céu aberto

Em ambas as margens do rio há resíduos sólidos em grande quantidade, inclusive entulhos de construção civil. Neste trecho da curva do rio há acúmulo de materiais diversos assim como é ponto de desova de equipamentos eletroeletrônicos e pneus, materiais de construção civil. Em seu entorno há depósito com materiais de todos os tipos dispostos nas margens e leito do rio. Impressiona o volume de roupas encontradas no trecho (lençóis, cortinas, colchões, lonas e roupas de uso pessoal que são predominantes) formando um “varal a céu aberto”.

104

105 Casa de catadora às margens do Tigre.


s e t an

Equipe de trabalho.

Materiais dispostos na margem do rio.

ResĂ­duos as margens do rio

de

Antes e depois da limpeza

s e t an

106 Materiais dispostos na margem do rio.

is o p

Antes e depois da limpeza

is o p

de

107


(26/02/11) Ainda no mesmo trecho, agora na outra margem do rio há descarte de pneus, inclusive infere‐se que de longo tempo pois muitos estão na margem e submersos no leito do rio. Destaca‐se que neste local há presença de nascentes, banhados que servem de descarte para os mais diversos tipos de materiais.

Foram encontrados restos de computadores, celulares, cds, fitas, restos de móveis tubulares, mangueiras, materiais elétricos, descarte de sola, aparas de couro nítida.

Parte dos resíduos retirados das margens do rio com a presença de inúmeros pneus, materiais metal ferrosos, eletroeletrônicos além de roupas.

Participaram 13 voluntários, retirando 2,5 toneladas.

A paisagem natural aparece após a limpeza do trecho. Equipe de trabalho

108

Resíduos pendurados nos galhos das árvores às margens do rio

Equipe no trabalho de limpeza

109


Ponto que exigiu grande esforço e tempo para a limpeza.

(05/03/11) Ainda na mesma propriedade e na continuidade do trabalho de retirada de resíduos das margens do rio Tigre trabalharam no trecho 14 voluntários retirando 3 toneladas de materiais dentre eles pneus, materiais ferrosos, eletroeletrônicos além de muitas roupas desde tapetes a roupas íntimas.

Equipe de trabalho.

Presença de potreiro junto ao rio. O potreiro está muito próximo ao rio e há deságüe permanente e direto dos dejetos sem o devido tratamento.

110

111 Materiais diversos no leito do rio.


ETAPA 06 ‐COMUNIDADE TIGRE PROPRIEDADE DE RITA POLETTO RUA VIRGÍLIO BIOLLO, 282 (12/03/11) Neste local na retirada de resíduos das margens do rio Tigre trabalharam no trecho 15 voluntários retirando 3,5 toneladas de materiais dentre eles pneus, materiais ferrosos, eletroeletrônicos além de muito tecido desde tapetes a roupas íntimas além de aparas de couro e restos de EVA (copolímero de etileno com acetato de vinila) utilizados em solas de calçados também de origem industrial.

Equipe de trabalho.

Trecho com grande quantidade de resíduos acumulado dentro do rio. Nesta parte do rio o proprietário realiza a limpeza de forma periódica em função do gado que necessita fazer a passagem para o pasto acima.

112

113 Desova de pets, frascos plásticos, materiais domisanitários.

Resíduos presentes na margem do rio


s e t an

is o p

de

Mostra de trecho antes e depois do trabalho de limpeza.

114

115


Paisagem preserva a vegetação ciliar, dentro de propriedade rural. No leito e margens do rio estão depositados resíduos diversos: roupas, fios elétricos, isopor, lâmpadas fluorescentes, metais diversos.

(19/03/11) No mesmo local da vez anterior o trabalho continuou para retirar o restante do material que estava depositado na beira e no leito do rio. Estiveram presentes no trabalho de limpeza 15 voluntários. Foram retiradas 5 toneladas de materiais diversos. Foram limpos 100 m de rio.

Equipe de trabalho.

116

Equipe no trabalho de limpeza.

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(09/04/11) Nesta data, ainda na propriedade de Rita Poletto o trabalho, desenvolvido na margem oposta,continuou para retirar o restante do material que estava depositado na beira e no leito do rio. Estiveram presentes no trabalho de limpeza 12 voluntĂĄrios. Foram retiradas 3,5 toneladas de materiais diversos. Assim o trabalho neste trecho foi considerado concluĂ­do.

Equipe no trabalho.

Parte do material recolhido no trecho com presença de materiais ferrosos.

Equipe de trabalho.

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Lixo acumulado no leito do rio.

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s e t an

is o p

de

Mostra do antes e depois da limpeza.

120

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ETAPA 07 ‐ COMUNIDADE TIGRE SAÍDA PARA ANDRETTA JUNTO A PROPRIEDADE DE DOMINGOS BIANCHI

(07/05/11) Neste local na retirada de resíduos das margens do rio Tigre trabalharam no trecho 14 voluntários retirando 4,8 toneladas de materiais dentre eles pneus, materiais ferrosos, eletroeletrônicos além de tapetes, lonas, carpetes, colchões e roupas diversas que de acordo com depoimento do proprietário vem se acumulando há 30 anos.

Roupas penduradas ao longo das margens do rio Tigre.

Voluntários se esforçam para retirar os trapos envoltos nos troncos.

Equipe de trabalho.

Observa‐se que as roupas, com o tempo, vão se enroscando nas raízes e troncos das árvores além estarem também soterradas pelos movimentos das águas em épocas de chuvas.

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Trecho com bastante resíduos depositados nas margens do rio.

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(14/05/11)

Em depoimento o morador, Sr. Domingues Bianchi, relatou que neste ano de 2011 sofreu perda de 30 sacos de soja devido ao lixo que invadiu a lavoura, advindo de cheias do rio. Por ocasião da colheita precisou primeiro recolher o lixo depositado no solo para depois proceder a colheita do soja (14/05/11)

Neste local na retirada de resíduos das margens do rio Tigre trabalharam no trecho 15 voluntários retirando 4,0 toneladas de materiais dentre eles pneus, materiais ferrosos, eletroeletrônicos além de tapetes, lonas, carpetes, colchões e roupas diversas que de acordo com depoimento do proprietário vem se acumulando há 30 anos. Observa‐se que as roupas, com o tempo, vão se enroscando nas raízes e troncos das árvores além estarem também soterradas pelos movimentos das águas em épocas de chuvas.

Equipe de trabalho para limpeza e educação ambiental da comunidade do entorno do rio Tigre.

124 Mais uma vez se observa o excesso de panos que ficam presos nos troncos e galhos das árvores

Equipe no trabalho.

Excesso de roupas,trapos nas margens do rio.

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s e t an

is o p

de

Esta imagem mostra o tronco de รกrvore envolto em trapos e roupas e apรณs a limpeza.

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(21/05/11) Nesta atividade de limpeza estiveram presentes 23 voluntários, sendo 11 da PSC‐VEC recolhido cerca de 8 toneladas de resíduos diversos. Chama atenção alguns materiais e embalagens encontrados que datam de 20, 30 anos atrás o que demonstra que a comunidade aderiu ao hábito de jogar o lixo no rio há décadas, inclusive formou geração de pessoas vivenciando esta atitude e que hoje perdura. O trabalho continuou sendo feito junto a propriedade do Sr. Domingos Bianchi.

Equipe de trabalho.

Materiais diversos envoltos nos troncos das árvores a margem do rio.

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Equipe no trabalho de limpeza.

127 Equipe no trabalho.

O rio limpo.


(11/06/11) Nesta atividade de limpeza estiveram presentes 15 voluntários, sendo 6 da PSC-VEC, recolhido cerca de 3,0 toneladas de resíduos diversos. Continuou‐se o trabalho no trecho do rio pela quinta vez consecutiva.

Equipe de trabalho.

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FOTO: MAURO PAZINATO

Neste trecho continuam o excesso de roupas, pneus soterrados e outros materiais.

RIO TIGRE

133


Material sendo recolhido pela prefeitura.

(28/05/11) Nesta atividade de limpeza estiveram presentes 17 voluntårios, sendo 9 da PSCVEC, recolhido cerca de 4,2 toneladas de resíduos diversos. Continuou�se o trabalho no mesmo trecho do rio pela quarta vez consecutiva.

Equipe de trabalho.

O rio limpo.

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Equipe no trabalho de limpeza.

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Resultados das Ações de Limpeza no Rio Suzana

Resultados Rio Dourado

(09/04/11) No rio Suzana foram retiradas 2 toneladas de resíduos de todos os tipos: plásticos diversos, roupas, pneus, eletrônicos, chapas de zinco, cama tubular, etc. foram encontrados. Do ponto 01 (S2737161 Wo5214528) ao ponto 04 (S2736490 WO5213541) do mapeamento foram encontrados materiais jogados na rua, ao longo do caminho e desova de roupas e calçados. Após cruzar a BR e entrar na RS até o Demoliner foi percorrido um banhado onde haviam pneus jogados ao relento. No ponto 09 (S2735593 WO5211465) do mapeamento, comunidade Aurora nas margens do Suzana se encontram muito plástico, embalagens de agrotóxico.

Equipe formada pelo grupo de 46 escoteiros Tupinambás.

Grupo de escoteiros em ponto junto a Comunidade Aurora, rio Suzana.

No ponto 10 (S2735211 Wo52103083), já no município de Gaurama, numa entrada da estrada deparou‐se com descarte de material de construção civil como gesso e cerâmicas. No ponto 11 (S2737161 WO5214528 ) retirou‐ se o que parecia ser um acampamento com cama, lonas, folhas de zinco, etc.

134

Estiveram presentes no trabalho de limpeza 45 escoteiros e 5 coordenadores de equipe, uma parceria Eloverde‐ Tupinambás. Foram retiradas 2,0 toneladas

Ponto de nascente do rio Suzana.

135


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Descarte de roupas e calçados ao longo da estrada.

Ponto 10 ‐ entrada na estrada caracteriza desova de materiais de construção, no caso, gesso, cerâmicas.

Desova de roupas próximo as margem do rio Suzana.

Ponto 11 ‐ acampamento junto a margem do rio.

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Resultados das Ações de Limpeza no Rio Dourado

Ponto 03

(16/04/11) No rio Dourado foram retirados 350 kg de resíduos de todos os tipos: plásticos diversos, roupas, pneus, eletrônicos, chapas de zinco , etc. foram encontrados. Do ponto 01 (S2737424 WO5216190) ao ponto 04 (S2737058 WO5216270) do mapeamento, foram encontrados materiais jogados na rua, ao longo do caminho e, conforme figura abaixo. Na comunidade Rigo às margens do Dourado se encontram muito plástico, embalagens de agrotóxico.

138

O esgoto sem tratamento volta ao rio.

Equipe de trabalho. O esgoto sem tratamento volta ao rio.

139


Presenรงa de pneus e bolsas soterradas no caminho.

Aspecto da รกgua.

140

Desova de materiais diversos

141


142

143


Considerações Gerais O trabalho de limpeza dos rios Tigre, Suzana e Dourado impôs à equipe técnica e aos voluntários uma determinação ímpar para sua execução. Quando os trabalhos foram iniciados, sabiam‐se, baseados nas informações previamente feitas in loco nas aquisições iniciais de dados para o mapeamento e definição das áreas de atuação, que seriam encontradas quantidades de resíduos em locais próximos e no leito dos rios. Não se tinha idéia que as quantidades retiradas, à medida que as etapas de limpeza foram sendo desenvolvidas tomassem proporções gigantescas e mesmo assustadoras. Tais fatos foram sendo registrados paulatinamente nas filmagens e fotos realizadas e nas estatísticas do desenvolvimento dos trabalhos. A equipe técnica procurou desenvolver, juntamente com os voluntários, sempre em cada etapa de trabalho um ambiente de extrema camaradagem e companheirismo, com atividades de retirada dos materiais do leito e das margens dos rios, baseadas principalmente na segurança. A frase que sempre pautou a atuação da equipe a qual era sempre repetida nas conversas iniciais, principalmente antes do início dos trabalhos, se reportava a que “deveríamos retirar do leito rio e de suas margens aqueles objetos que fossem humanamente possíveis de serem retirados manualmente com segurança”.

144

A medida que os trabalhos foram sendo desenvolvidos, etapa por etapa, foram surgindo, cada vez mais, quantidades

expressivas de entulhos (resíduos domésticos, pneus, peças de mobiliário, partes de eletrodomésticos, louças, colchões e principalmente, de forma maciça, roupas, cortinas, acolchoados, etc.. Além disso, foram encontrados resíduos oriundos da indústria como pedaços de E.V.A (Etil Vinil Acetato), uma espécie de borracha expandida constituinte de palmilhas e solados de calçados) bem como aparas de couro. Um sentimento de tristeza e estupefação tomou conta da equipe de trabalho à medida que etapas seqüentes tinham que ser desenvolvidas praticamente no mesmo lugar. O avanço das operações de limpeza, muitas vezes, não passava de 10 metros de trabalho por dia. A quantidade de entulhos de tecidos (roupas, peças íntimas, acolchoados, cobertores, tapetes, e outros) encontrados enrolados em galhos de árvores, nos troncos e raízes e, além disso, enterrados no próprio leito e nas barrancas. Esta limpeza exigia que a equipe de trabalho utilizasse, além dos EPIs necessários, utensílios eficientes para retirada dos objetos. Outro fato que deve ser considerado, decorrente de uma estratificação social desigual que possuímos, é a presença de moradias de catadores na margem do rio, os quais depositam em espaços diminutos e muito próximos das margens, os materiais de resíduos, que sofreram triagens após coletas

seletivas além de presença de depósitos de ferro velho e moradias praticamente penduradas junto a calha do rio. Todos esses fatos contribuem de uma forma ou outra para que haja depósitos de material não aproveitável pela população ribeirinha ao longo do rio. Esta mesma população ribeirinha tão próxima e envolvida sobremaneira com todo e qualquer problema de desequilíbrio do rio, adquire uma postura, conforme percepções e pontos de vista das pessoas envolvidas no processo de limpeza e educação ambiental, de contemplação afastada e apática. Muitos moradores do entorno entrevistados manifestam‐se fervorosamente contra “àquelas pessoas que jogam lixo e não cuidam do rio”. Ou seja, os “outros” jogam lixo, não respeitam a natureza e estão destruindo o rio e sua vida aquática. Enquanto outros continuam observando. E só observam... Ficaram algumas questões para serem pesquisadas e se possível que as respostas sejam obtidas: “Para onde vão os resíduos dos catadores que tem seu material no entorno das moradias as margens do rio?” ‘Como são descartados os resíduos que não são comercializáveis adquiridos pelas associações de catadores?” “Para onde vão?” “De onde vem tanta quantidade de roupas?” E, continua a indagação sobre a origem das roupas jogadas no rio. “Quem joga?” “Por quê?”

“E os rejeitos industriais encontrados jogados nas margens dos rios não deveriam fazer parte de uma gestão de resíduos sólidos industriais e estarem sendo enviados para aterro adequado?” Faz‐se necessário a participação concreta e efetiva da sociedade e do poder público para a continuidade deste processo através de auxílio financeiro e logístico com cedência de máquinas e equipamentos. O aspecto cultural do descarte automático fazendo do rio seu receptáculo surpreende, preocupa e impõe um desafio à sociedade. A pergunta que se faz é: “Vai ficar assim?”. E o poder público onde está? E a sociedade? Durante todas as etapas de trabalho, foram dadas à sociedade todas as informações necessárias, com a maior transparência possível, através de vários tipos de mídia (outdoors, jornais, radio e TV, panfletos, mídias eletrônicas, mutirões de divulgação, etc.), para que a população tomasse conhecimento de uma nova face sobre a realidade dos rios de Erechim ‐ RS. Somadas às informações de divulgação de retirada de rejeitos urbanos e industriais encontrados nos rios Tigre, Dourado e Suzana veiculadas, a Eloverde tem investido, com eficiência, na Educação Ambiental das populações, tanto urbanas como rurais, em especial dos moradores das áreas ribeirinhas aos rios contemplados no projeto.

145


Considerações Gerais A comunidade como um todo, se sensibilizou e apropriou‐ se desta nova realidade, a partir dos fatos novos até então não conhecidos. Esta realidade apresenta de forma preocupante uma nova condição real dos rios, e, a população passou a discutí‐la e, principalmente, se auto‐ indagar sobre quais foram os motivos para que esta situação alarmante fosse construída ao longo do tempo. A opinião pública pode e deve exercer influência no que diz respeito aos problemas ambientais, apoiar iniciativas de movimentos pró‐ambiente, pressionar os políticos em cada uma de suas cidades ou governos nas esferas estadual e federal. O mundo inteiro, políticos e governantes estão mais atentos às manifestações da opinião pública sobre os problemas ambientais a qual deverá exercer uma papel fundamental nas inversões de valores que presenciamos atualmente.

146

Proposições para Limpeza dos Rios de Erechim 1. CONTINUAR O TRABALHO DE LIMPEZA DO RIO TIGRE nos pontos mais críticos (Bairro Progresso, Petit Vilage, Estevão Carraro), mapeando o ambiente do entorno e INTENSIFICAR o trabalho de educação ambiental junto às comunidades ribeirinhas conscientizando‐os para os problemas gerados pelo lixo abandonado em locais impróprios. 2. CONTENÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS jogados as margens e leito do Rio Tigre nos pontos críticos definidos pelo trabalho realizado. 3. PARCERIA E PRESENÇA EFETIVA DO PODER PÚBLICO nas ações de limpeza e recuperação dos rios por meio de convênio firmado e aporte de recursos que viabilize as ações. 4. INTENSIFICAR OS TRABALHOS DE SENSIBILIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA e do entorno, para a conservação das matas ciliares e do ecossistema, e que se respeite as distâncias legais das margens. 5. Além disso, sensibilizar a população quanto ao excesso de consumo de embalagens e produtos descartáveis e dos problemas gerados pelo descarte inadequado, incentivando o CONSUMO SUSTENTÁVEL e alertando sobre as causas e conseqüências da crescente degradação dos ambientes.

147


Estatística da Limpeza dos Rios de Erechim TABELA 02 ‐ ESTATÍSTICA DA LIMPEZA DOS RIOS DE ERECHIM

DATA 27.11.10 18.12.10 08.01.11 15.01.11 29.01.11 05.02.11 19.02.11 26.02.11 05.03.11 12.03.11 19.03.11 09.04.11 07.05.11 14.05.11 21.05.11 28.05.11 11.06.11

ETAPA 01 ‐ PARQUE MUNICIPAL LM ETAPA 02 ‐ SESI‐BR 153 ETAPA 03 ‐ BR153 ‐ PROGRESSO ETAPA 04 ‐ BAIRRO PROGRESSO ETAPA 05 ‐ BAIRRO PROGRESSO ETAPA 05 ‐ POVOADO CAPRA ETAPA 05 ‐ POVOADO CAPRA ETAPA 05 ‐ POVOADO CAPRA ETAPA 05 ‐ POVOADO CAPRA ETAPA 06 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 06 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 06 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 07 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 07 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 07 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 07 ‐ COMUNIDADE TIGRE ETAPA 08 ‐ COMUNIDADE TIGRE TOTAL

DATA

SUZANA

09.04.11

ETAPA 01 ‐ PONTO 01‐15

DATA

148

TIGRE

16.04.11 30.04.11

DOURADO ETAPA 01 ‐ PONTO 01‐06 ETAPA 02 ‐ PONTO 07‐23

Eloverde, Revitalização dos rios de Erechim, 2010‐2011

9 4 4 8 5 5 5 2 3 3 5 9 7 3 11 9 6

34 15 14 18 18 13 17 13 14 15 15 12 14 18 23 17 15

2,5 3,0 1,5 2,5 3,5 2,7 3,35 2,5 3,0 3,5 5,0 3,5 4,8 4,0 8,0 4,2 3,0 60,55

PSC‐VEC VOLUNTÁRIOS TONELADAS ‐

47

2,0

PSC‐VEC VOLUNTÁRIOS TONELADAS 5 6

14 18

0,35 1,15

KM 24 HA 3.100 m 570 m 1.000 m

140 VOLUNTÁRIOS

18. 12

27. 12

08. 01

15. 01

29. 01

05. 02

19. 02

26. 02

05. 03

12. 03

19. 03

09. 04

16. 04

30. 04

09. 04

07. 05

14. 05

28. 05

11. 06

Residuos de papel e papelão

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Lâmpadas fluorescentes

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Pilhas e baterias

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Resíduos metálicos ferrosos

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Material eletro eletrônico

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Entulhos

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Embalagens de substâncias perigosas (agrotóxico)

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Outros resíduos (borracha, rejeitos tóxicos aerossóis)

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Tambor de 200L

Caçamba

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Bombonas

50

50

50

50

50

50

50

50

50

50

50

Resíduos plásticos

19 ETAPAS DE LIMPEZA 64,05 TONELADAS DE RESÍDUOS RETIRADOS DOS RIOS

Resíduos de madeira

Restos de alimentos Trapos sujos Resíduos oleosos

32 PSC ‐ VEC 1.370 m

1.440 HORAS VOLUNTÁRIAS

RIO TIGRE

TIPO DE RESÍDUO

Resíduos de vidro

PSC‐VEC VOLUNTÁRIOS TONELADAS

SU RIO ZA DOURADO NA

RIO TIGRE

21. 05

sim sim sim ‐ ‐ ‐ ‐

sim sim sim

TABELA 03 ‐ CLASSIFICAÇÃO, ACONDICIONAMENTO, ESTOCAGEM, TRATAMENTO, DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.

‐ sim ‐ sim sim

ACONDICIONAMENTO

50

50

50

50

50

50

50

50

Pátio descoberto

Depósito coberto e impermeabilizado

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

AS

Sacos plásticos Outras formas (indicar)

890 m

ESTOCAGEM

Outras formas (indicar)

KM 15 KM

KM 22 KM

DESTINO FINAL

Aterro industrial CI I

Aterro sanitário

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

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sim

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sim

Coleta pública

sim

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Aterro industrial CI II‐A

Doação

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sim ‐

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sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

sim ‐

Outras formas (indicar)

Fonte: Eloverde, Revitalização dos Rios de Erechim. 2010‐2011

149


Programa de Educação Ambiental PREMIAÇÃO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO Conferido certificado de reconhecimento de “Práticas Inovadoras em Revitalização de Bacias Hidrográficas” ao Instituto Sócio Ambiental Vida Verde/RS - Eloverde® - com a experiência “Revitalização dos Rios de Erechim (RS)”, tema educação ambiental, (chamamento público no- 1/2010 - processo nº 02.000.000.543/2010-32).

Esta experiência faz parte da base de dados de experiências em revitalização de bacias hidrográficas do Ministério do Meio Ambiente as quais poderão ser consultadas por outras organizações interessadas em revitalizar bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade e degradação ambiental.

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Silvano Silvério Costa (Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano), Rosane Menna Barreto Peluso (Eloverde) e Renato Saraiva Ferreira (Gerente de Projeto)

O prêmio foi conferido em cerimônia em 08 de dezembro de 2010, Brasília.

VOTO DO RELATOR Oficina Temática Separação do lixo doméstico

Circuito nas empresas: mostra da realidade dos rios de Erechim

Comunicação e mídia digital

Oficina Temática Uso racional da água

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM

Ações de educação ambiental em restaurantes, farmácias, padarias

Ações de educação ambiental em supermercados

Cursos, palestras, eventos

Projeto selecionado dentre as 50 prioridades do Ministério da Justiça– Brasil – 2009. Ministério da Justiça ‐ Secretaria de Direito Econômico ‐ Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Edital 13.430/2009 Convênio nº 748197/2010 gerado pelo Portal de Convênios – SICONV, de acordo com as normas contidas na Constituição Federal Processo nº 08012.006486/2009‐17

O projeto apresenta evidente perspectiva de ganho ambiental e social ao município, com destaque para a metodologia proposta, que agrega três importantes missões: ressocialização de apenados por meio da implementação de um projeto de recuperação ambiental com viés educacional; diagnóstico da degradação ambiental junto aos mananciais que drenam o município, tratando‐se inclusive de um dos tributários cuja água é utilizada para o abastecimento público (ressalta‐se que o diagnóstico viabilizará a proposição de prognósticos, com a indicação de ações corretivas e remediadoras aos impactos observados); a provocação do envolvimento comunitário e dos parceiros na implementação do projeto, de forma diferenciada, na fase de implementação do programa de educação ambiental. Esses fatores agregam inovação a proposta, bem como pauta seu enquadramento nas finalidades do Fundo de Defesa de Direitos.” Ana Beatriz de Oliveira Conselheira Titular Ministério do Meio Ambiente Conselho Federal de Direitos Difusos

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Programa de Educação Ambiental Inicialmente foi aplicado junto a população urbana um instrumento de pesquisa para identificar as percepções de meio ambiente da comunidade erechinense bem como as medidas adotadas na gestão doméstica da água e do lixo. Com os resultados da pesquisa partiu‐se para o passo seguinte que foi a elaboração do programa de educação ambiental do projeto Revitalização dos Rios de Erechim que definiu as ações a serem desenvolvidas, embasadas na Resolução Conama nº 422, de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental, conforme Lei Federal no 9.795, de 27 de abril de 1999. Percepções sobre meio ambiente, gestão do lixo e da água Foram aplicados instrumentos de pesquisa (Apêndice B) junto a comunidade nos bairros Centro, São Cristóvão, Progresso, referente ao trecho urbano onde passa o rio Tigre, região mais populosa do entorno dos rios. Buscou‐se identificar as percepções de meio ambiente da comunidade bem como as medidas adotadas na gestão doméstica da água e do lixo. Após a tabulação dos dados foi diagnosticado que: Visão de meio ambiente Para a maioria dos entrevistados o meio ambiente é visto como natureza intocada, verde, mato, apresentando uma visão fragmentada dissociada homem‐natureza. Alguns depoimentos:

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“Ar puro, Vida” (J.R.) “Vegetação, árvores” (C.P) “Floresta, terra” ( D.B) “Preservação, fauna e flora” (M.Z) Fonte: Pesquisa de Percepção. Eloverde, 2010

No entendimento de Reigota (1996) o meio ambiente não é apenas sinônimo de meio natural, mas sim

(...) um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade.” Quando questionadas, as pessoas identificam a questão ambiental também como um problema: a poluição dos rios, lixo, agrotóxicos, esgoto a céu aberto, alagamentos. Acreditam que a solução dos mesmos encontra‐se nas mãos do poder público que é responsável pela coleta, saneamento básico, abastecimento de água. 76% das pessoas entrevistadas responderam que a responsabilidade é do poder público (fonte: pesquisa de percepção, Eloverde, 2010). E a parte do cidadão? Só se reduz o desperdício quando há ameaça real de falta d’água ou mesmo seca. A Educação Ambiental não é necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia.

basicamente a participação dos cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental.” (REIGOTA, 1994, p. 10). Gestão da água O consumo médio de água por mês nas residências é desconhecido pela maioria da população que estabelece relação com o valor gasto por mês e não com relação ao consumo e uso do recurso. Na pesquisa realizada somente 20% souberam dizer qual o consumo mensal em m³. Não há preocupação significativa com a reservação da água residencial através da coleta da água da chuva (cisternas) e caixas d’água tratada. Isto é demonstrado pelo baixo percentual de cisternas residenciais de apenas 20%. 78% responderam fazer o controle de vazamentos residenciais que está relacionado diretamente com o custo da água. 50% dizem fazer reaproveitamento de água em casa (fonte: pesquisa de percepção, Eloverde, 2010)

(...) Trata‐se de uma educação que visa não só a utilização racional dos recursos naturais (...), mas

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Metodologia O programa de Educação Ambiental do RRE foi desenvolvido em etapas: Gestão do lixo Na pesquisa de percepção obteve‐se como resposta comum que todos fazem a separação do lixo de forma correta e que não existem dúvidas. No entanto, a realidade mostra contradições, uma vez que no trabalho de campo se observou in loco residências com lixo jogados nos quintais, lixeiras contendo lixo misturado e etc. O discurso não condiz com a prática.

Como resultado da aplicação do instrumento de pesquisa de percepção ambiental: * O cidadão coloca o problema para a prefeitura, mas também não toma iniciativa para estar em dia com o seu compromisso individual. * Com relação à separação dos resíduos as respostas demonstram que ocorre a correta separação na fonte, embora a realidade mostre o contrário.

Quanto a compostagem, 36% responderam realizá‐la, porém não foi avaliado se a prática está adequada.

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2. Lançamento do projeto ‐ para a comunidade com objetivo de dar inicio oficial ao processo de informar, comunicar e interagir com a sociedade civil e a comunidade do entorno dos rios, além da realização do mapeamento e limpeza dos rios Tigre, Suzana e Dourado.

Autoridades do Ministério Público, Fórum e equipe Eloverde no evento de lançamento do projeto Revitalização dos Rios de Erechim

3. Pesquisa de Percepção Ambiental

Falta noção referente a separação do lixo perigoso além de não existir, na prática, infra estrutura que incentive o cidadão a levar os materiais em pontos de coleta específicos. Não ocorre a devolução dos materiais – logística reversa ‐ que deveriam ser separados do lixo doméstico e entregues aos comerciantes (lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, óleos e lubrificantes, eletroeletrônicos, pneus e embalagem de agrotóxicos) (LF 12.305/10 – PNRS).

1. Estabelecimento de parcerias – criada rede de apoio com objetivo de mobilizar as lideranças locais que poderiam colaborar no processo de dinamização das ações propostas: Brigada Militar, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Emater Municipal, UERGS, Sindicato Rural, SUTRAF, meios de comunicação (rádios, jornais, TV), grupo de escoteiros Tupinambás e Acauã, Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê Inhandava, Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores.

4. Elaboração de Material Didático – utilizado nas oficinas e demais ações, material para distribuição e apoio na realização das atividades. 5. Ações de Educação Ambiental com a comunidade 7. Comunicação e mídia digital Cesto para resíduo orgânico com pets e outros materiais misturados.

8. Fórum de Encerramento

Antônio Carlos Ribeiro ‐ Juiz da VEC, Jacqueline B. Menegatti ‐ Assistente Social, Maurício Sanchotene de Aguiar ‐ Promotor de Justiça do MP

9. Manifesto 10. Documentário e Relatório Final

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Elaboração de material didático Como embasamento para a produção de material didático foram utilizados os resultados da pesquisa de percepção ambiental da sociedade civil, a legislação em vigor (Política Nacional dos Resíduos Sólidos ‐ LF 12.305/10, Política Nacional dos Recursos Hídricos – LF 9.433/97), as concepções de meio ambiente e educação ambiental da equipe técnica. Também se considerou o público e a metodologia a ser empregada. Todos os materiais desenvolvidos foram criados para dar suporte às diversas estratégias metodológicas aplicadas no desenvolvimento do programa.

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Dentro disto, o material foi dirigido principalmente ao público adulto (comunidade em geral, lideranças, professores, acadêmicos), do espaço urbano. A equipe técnica de educação ambiental produziu materiais didáticos com o intuito de subsidiar as ações programadas. Foram produzidos os seguintes materiais:

Banners Os banners foram produzidos para chamar a atenção da realidade dos rios Tigre, Suzana e Dourado de Erechim, incentivar boas práticas no dia‐a‐dia e levar ao conhecimento do cidadão a responsabilidade compartilhada. Este material foi colocado em diversos locais (bancos, empresas, escolas, supermercados, restaurantes, órgãos públicos) provocando o olhar, a leitura e comentários dos cidadãos.

Banners “Dicas para usar conscientemente a água e para melhor separação do lixo doméstico”

Banners Gestão Compartilhada da Água e Gestão Compartilhada do Lixo

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Painel colocado na tela que cerca o parque junto a entrada da academia do parque.

Banner das funções e da realidade atual do parque.

Folders e materiais diversos Folders de apresentação; disco informativo para separação do lixo doméstico; souplat do lixo e da água para restaurantes; adesivos com a marca do projeto; cartazes da gestão compartilhada do lixo e da água. Os cartazes foram produzidos para trazer à tona a responsabilidade compartilhada do cidadão e do poder público acerca da gestão da água e dos resíduos sólidos. Assim, o conteúdo dos cartazes visou orientar e propor alternativas para a ação do cidadão nos espaços em que vive. Também placas adesivas para ônibus, farmácias, restaurantes; cartela para jogo “separe os materiais”.

Folder de apresentação do projeto Revitalização dos Rios de Erechim.

Bottons e canetas

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Banner utilizado para dinâmica da Oficina Separação do Lixo Doméstico “Para onde vai”?

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Banner Rio Dourado e Rio Suzana.

Convite para o Fórum de Revitalização dos Rios de Erechim

Jogo de placas: materiais para separação do lixo.

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Souplats temáticos distribuídos em restaurantes (tema: água e lixo)

Economia e combate ao desperdício de água nas diversas atividades diárias

Reduzir a geração do lixo e separá-lo na fonte

Tratamento primário de esgoto (fossa séptica e filtro) na residência

Reutilizar e reciclar pápeis e óleo usado

Reservação de água (caixa d’água e cisterna)

Fazer a compostagem

Cuidar das instalações hidráulicas e lavar a caixa d’água a cada seis meses

Descartar o lixo perigoso nos pontos de coleta

Realização

54 3522 9659 www.eloverde.org.br INSTITUTO SÓCIO AMBIENTAL VIDA VERDE

Mousepads

Pastas para eventos do projeto

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Disco temático sobre a separação do lixo doméstico.

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Camisetas Temáticas Revitalização dos Rios de Erechim

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Ações de Educação Ambiental

Atividades focadas na Educação Ambiental, chamando e sensibilizando sobre a responsabilidade de cada um neste processo, trabalho corpo‐a‐ corpo com a comunidade, atingindo grupos heterogêneos de jovens a idosos.

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Restaurantes e Padarias

RESUMO DE AÇÕES REALIZADAS

TOTAL

Oficinas Temáticas (Água e Lixo)

64

Ações em Restaurantes e Padarias

17

Ações em Agências Bancárias

6

Exposições em Empresas

24

Total de Atividades Realizadas em Educação Ambiental

133

Público Atingido

216.725

Voluntários Treinados

37

Horas Voluntárias

1.284

Eventos Realizados (Lançamento, Seminário das águas, Fórum Encerramento)

3

Distribuição de discos, exposição de banners, e placas temáticas de consumo consciente, colocação de cartazes; e souplat informativos e interativos sobre lixo e água, assinatura de manifesto. No trabalho dos restaurantes fo ra m s e l e c i o n a d o s 1 7 restaurantes do centro da c i d a d e at i n g i n d o 2 . 4 6 0 pessoas que tiveram contato com disco informativo assim como participaram da assinatura do manifesto e tiveram contato visual com os banners temáticos.

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Educação Ambiental em Empresas Distribuição de discos, exposição de banners, c o l o c a ç ã o d e c a r t a ze s , assinatura do manifesto.

Oficinas temáticas de Separação do Lixo Doméstico e do Uso Racional da Água Durante as oficinas foram realizadas dinâmicas de interação.

Dinâmica aplicada na Oficina de Separação do Lixo Doméstico

Dinâmica 1: Jogo “3 R’s”

Supermercados Distribuição de discos, exposição de banners, c o l o c a ç ã o d e c a r t a ze s , colocação de souplats informativos e interativos sobre lixo e água, assinatura de manifesto.

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Participantes: dividir os participantes em 2 grandes grupos por cores (marrom e amarelo). Materiais: Placas com fotos de resíduos variados e cestos coloridos: amarelo (metal), vermelho (plástico), azul (papel), verde (vidro), branco (resíduo hospitalar), marrom (resíduo orgânico) e cinza (rejeito). Procedimento: O grupo que iniciará o jogo recebe as placas e define onde cada placa deve ser colocada depositando‐a no cesto colorido que considera corresponder ao resíduo. Este procedimento será realizado para cada grupo. O monitor anotará os erros e acertos de cada grupo, pontuando os acertos. Ao final, o grupo vencedor será aquele que obtiver maior número de pontos. Objetivo do jogo: Apresentar a correspondência das cores dos cestos com cada tipo de resíduo. Consolidar conceitos apresentados na oficina sobre a gestão dos resíduos sólidos.

Dinâmica “Jogo dos 3 Rs”.

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Dinâmica utilizada na Oficina Temática de Uso Racional da Água

Dinâmica 2 : Perguntas e Respostas Materiais: Cartas de perguntas e respostas. Procedimento: Por sorteio se distribui um envelope com uma carta de pergunta para cada equipe. Os grupos recebem folhas e lápis para anotarem as respostas. Os grupos terão 5 minutos para responder. Vencido o prazo cada grupo fará a leitura das respostas em voz alta. A(s) resposta(s) que mais se aproximarem da resposta constante nas cartas respostas ganhará 1 ponto. O grupo vencedor será aquele que obtiver maior número de pontos. Repete‐se a dinâmica mudando a pergunta.

Dinâmica 4: Uso racional da Água Materiais: Souplat da água. Procedimento: cada time terá que desenvolver um exercício, calculando o consumo de água na sua residência no mês. Objetivo: mostrar a importância de relacionar o uso do recurso natural, com o valor financeiro. Ganhará o grupo que tiver o maior número de acertos.

Dinâmica 3: Para onde vai?

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Materiais: Banner “Para Onde Vai”, adesivos coloridos e folhas para cada subgrupo de participantes. Procedimento: Sentados em grupos, cada um irá marcar, no guia do seu grupo, o tratamento mais adequado para cada tipo de resíduo apresentado no quadro “Para Onde Vai”. A partir disto, o grupo deverá chegar a respostas comuns por equipe e marcá‐las na folha que será distribuída para cada grupo. Esta folha é igual à contida no guia. Após todas as respostas marcadas, o grupo elegerá um representante para ir à frente e marcá‐las no banner através de etiquetas coloridas. Cada grupo será representado por adesivos de uma cor. A cada resposta certa o grupo ganha um ponto. Objetivo: Conscientizar para o tratamento mais adequado para os diferentes tipos de resíduos.

Dinâmica “Para onde Vai”.

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ESTATÍSTICA DAS OFICINAS 64 OFICINAS 4.590 PARTICIPANTES 22 ESCOLAS 12 ENTIDADES

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Educação Ambiental em Ônibus Urbanos

Exposições Realização de exposições fotográficas que mostravam a s i t u a ç ã o e m q u e fo ra m encontrados os Rios durante as etapas de limpeza.

Distribuição de discos informativos e interativos sobre separação do lixo doméstico e uso racional da água, exposição de adesivos temáticos de consumo consciente, assinatura de manifesto. UFFS

Câmara de Vereadores

Palestras E Cursos Palestra com a temática água e lixo em empresas e escolas.

Exposição Master

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Exposição em Bancos

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Caminhada, Manifesto na rua.

Educação Ambiental e Ação de Limpeza 1. Juntamente com a ação de limpeza foi realizada a educação ambiental na comunidade do entorno, com visitas as famílias ribeirinhas, distribuição de material e acompanhamento das problemáticas. 2. Na Etapa de Limpeza realizada no Rio Suzana realizou‐se atividade com o grupo de escoteiros Tupinambás e nesta atividade aproveitou‐se para informar sobre o projeto, dar dicas de educação ambiental, aguçar a percepção dos integrantes para a problemática do lixo e das águas de

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2

superfície, evento considerado positivo, pois o adolescente logo será o adulto atuante da sociedade e o grupo como um todo colaborador do meio ambiente. 3. Conscientização através de música, com a apresentação de Roque Afonso Skowronski, que voluntariamente participou das atividades de Limpeza. Através da música de sua autoria “A História de um Rio”, levou muita alegria e satisfação para equipe e a população que acompanhava o trabalho.

3 177


Comunicação e Mídia Digital Jornal, Rádio e TV A impressa de Erechim garantiu total apoio ao projeto, divulgando as atividades realizadas e potencializando as ações de Educação Ambiental, através de publicação de reportagens e anúncios de atividades do projeto de forma impressa e versão on‐line. Foram dois anúncios diários durante todo o período do projeto (Vídeos animados de 30’), 15 reportagens regionais, 1 reportagem de âmbito estadual.

Mídia Impressa Ao longo dos 10 meses do projeto todos os Jornais da cidade divulgaram de forma intensa as atividades do projeto, inclusive em capa.

Parceria firmada com o site do CLICRBS ‐ Erechim: onde foram postadas 30 reportagens. Site parceiro da Eloverde, noticiário online de maior acesso no município de Erechim, com acesso e participação ativa da comunidade através de comentários. Na RBS TV foram dois anúncios diários durante todo o período do projeto.

Outras veiculações Online

178 Divulgação no site: Planeta SOS.

Correio do Povo Online

Jornal Boa Vista, Bom Dia, Correio do Povo, Diário da Manhã, Voz Regional e Zero Hora.

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Newsletter e Banner On‐line Encaminhamento em meio eletrônico para todo o grupo de contatos do projeto, notícias, ações, cronograma de atividades.

Interatividade nas redes sociais A fim de promover a Educação Ambiental e unir colaboradores e voluntários foi criado um perfil no Twitter (www.twitter.com/eloverde), lá foram divulgadas todas as ações do projeto Revitalização dos Rios de Erechim. Para divulgação dos vídeos das ações realizadas, etapas de limpeza e eventos, foi c o m p a r t i l h a d o n o Yo u Tu b e www.youtube.com/eloverde, outra ferramenta utilizada foi o Orkut (www.eloverde.com.br/orkut) onde foram divulgadas as fotos de todos os eventos realizados. Site do projeto revitalização: http://www.eloverde.com.br/revitalizacao/ Todas as informações referentes ao projeto, notícias, divulgação das ações de EA e Limpeza, rede de apoio e contato.

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Spots de rádio veiculados diariamente nas rádios parceiras (Cultura, Difusão, Erechim, Virtual) RAP Revitalização dos Rios Plástico, papel Metal e papelão Pet, vidro Não é lixo não Consuma sem abuso Tudo isso tem reuso Repare, Aprenda Gerando emprego e renda Pet, vidro Não é lixo não Tudo isto tem reuso Não é lixo

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Conversa entre Caipiras Cumpadre .... As águas do Tigre eram mais caudalosas que a gente tomava banho tempos atrás ...e agora hum.... Não dá nem pra chegar perto ... O que se acha que ta acontecendo cumpadre? Falta de respeito né...tão jogando lixo no esgoto ...cheira mar..tem roupa pendurada nos galhos, parece até pinheirinho sô... Pois é... Ainda ontem falei com nosso companheiro que gostava de pescar sabe? Não dá peixe só sai lixo do anzol Temo que cuidá do rio gente! É mesmo ... “Acorda Erechim”

Outdoor

Jogo de Futebol O Rio Tigre com suas nascentes nos bairros: Centro, São Cristóvão, Progresso, Atlântico, Distrito Industrial, entre outros Forma sua micro bacia e entra em campo com esta formação Do outro lado a comunidade de Erechim para mais uma jornada esportiva Começa o jogo.... Apita o juiz: Opppaaaa!!! O que é isso... já no inicio nos primeiros lances do jogo nos deparamos com uma jogada suja. E ai Fagundes o que você esta vendo dentro de campo?? Olha ...é falta... Falta de respeito com o rio, é muita sujeira jogada nas margens e leitos do Rio Tigre. Oh comunidade não é assim que se joga com a natureza heim, vamos jogar limpo, vencer a poluição, o lixo e o desmatamento. Você tomou conhecimento da realidade das águas do Rio em Erechim. E VAI FICAR ASSIM???

Veiculação de 19 outdoors em diversos pontos da cidade, para visualização de toda a comunidade mostrando a grave situação encontrada nos Rios de Erechim, convite a voluntário, divulgação do Fórum de encerramento.

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Fórum de Encerramento No fórum de encerramento do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim foram apresentados os resultados do trabalho em especial no que se refere ao Mapeamento de Cenários, Educação Ambiental e Limpeza dos Rios, que sensibilizou a comunidade Erechinense para o estado crítico dos rios Tigre, Suzana e Dourado.

E para finalizar os trabalhos a equipe apresentou as proposições do projeto de Revitalização dos Rios Erechim, e a entrega do manifesto ao Ministério Público. Ao longo do dia o público teve a oportunidade de conhecer a exposição de banners e fotografias do projeto.

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Entrega do Manifesto

Teve como destaque o painel comunicação e educação ambiental que apresentou depoimentos e testemunhos de apoiadores, patrocinadores e meios de comunicação.

Abaixo assinado da sociedade civil solicitando melhor gestão no tratamento dos resíduos sólidos domésticos e tratamento do esgotamento sanitário de Erechim. Foram coletadas 5.000 assinaturas da sociedade civil, representando 5% da população de Erechim. O manifesto foi entregue ao representante do Ministério Público Estadual, promotor de justiça Maurício Sanchotene de Aguiar no encerramento do Fórum do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim.

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Depoimentos e comentários 31.01.2011 Limpeza Rio Tigre ‐ Bairro Progresso “Preservar nosso habitat e proporcionar uma melhor qualidade de vida às futuras gerações é um dos lemas que está inserido dentro da proposta dos associados do Erechim Jeep Clube”, destaca Adilson Stankiewicz, secretário do Clube. 31.01.2011 Limpeza Rio Tigre Bairro Progresso “Soube das atividades da Eloverde através da imprensa e, sensibilizado pela sua importância, resolvi dar a minha contribuição na limpeza e preservação de nossos rios”. João Kleber Brhem, 69 anos 10.01.2011 Limpeza Rio Tigre Bairro Progresso “Não é mais possível presenciarmos a destruição da natureza e de nossos rios e não darmos a nossa parcela neste processo educacional. Acompanho o trabalho desenvolvido pela Eloverde na imprensa e, desta forma, estou dando a minha contribuição”. Sandra Mara Comin 06.01.2011 Educação ambiental Bairro Progresso Para a moradora Lurdes Salete dos Santos, existe um grande acúmulo de lixo na sanga, onde moradores locais e de outras localidades depositam o seu lixo. “A prefeitura fez um grande mutirão para recolher o lixo, mas após dois ou três dias o lixo já estava no mesmo local. O caminhão passa até três vezes por semana, daí não há a necessidade para se jogar o lixo no rio. Se houvesse uma conscientização de todos, não haveria mais 186 enxurradas”.

Carlos Nei de Oliveira destaca que a comunidade local gostaria que houvesse um terreno para que pudessem colocar os restos de poda, corte e grama. “Se o caminhão não leva, por mais que se deixem tudo organizado na sacola de lixo, tentamos até misturar com o lixo orgânico, mas os recolhedores percebem e acabam não levando” Já para Marli Florkoski, moradora da Rua João Batista Puerari, existe alagamentos em épocas de chuva, em que o cheiro é muito forte. “Já procuramos manter contato com a Prefeitura Municipal, mas até o momento não obtivemos resposta. Alguns vizinhos estão indo embora devido a este fato”, finaliza. 10.01.2011 Limpeza Rio Tigre Bairro Progresso José Paz de Oliveira vê a situação do rio Tigre como péssima, principalmente do mau cheiro e a água que invade grande parte da área próxima a sua casa quando de grandes enxurradas. Para ele, a iniciativa da Eloverde é muito louvável, mas que deveria haver por parte da Prefeitura Municipal uma maior participação, especialmente porque o acúmulo de lixo nas margens do Tigre é muito grande, o que depende de uma grande quantidade de pessoas envolvidas e um maquinário específico para isto.

17.01.2011‐ Limpeza Rio Tigre Bairro Progresso Pondo a mão na massa junto com os voluntários, o morador Paulo Ricardo da Silva, 27, lamentou a situação precária do Rio Tigre e também destacou a falta de conscientização com relação a separação do lixo e a coleta seletiva. “Não tem porque jogar no rio se o caminhão passa para recolher o lixo. Este era um rio usado para o banho e pesca, e hoje se encontra deste jeito. Temos que cuidar de nossa água, pois até podemos passar fome, mas não podemos ficar sem a água”.

07.02.2011 Limpeza Rio Tigre Povoado Capra Moradora do Povoado Capra, Rio Tigre, Normeli Carlesso, 56, lembra do rio quando construiu a sua primeira casa há 30 anos. Um tempo em que, segundo ela, a sujeira existia, mas não na quantidade que hoje é vista. O cheiro do rio também é muito forte, lamenta. “Lamento ver o rio como se encontra devido à irresponsabilidade das pessoas que usam o leito para depósito de lixo, mesmo sabendo que existe a coleta. Em nossa localidade são duas vezes por semana”.

Para Gabriel Leonardo da Silva, 10, a situação do rio está muito ruim, pois como qualquer criança gostaria de tomar banho de rio, mas o mesmo não propicia isto. Ele lamenta que muitas pessoas joguem o lixo, mas garante que as crianças fazem a sua parte cuidando para que não fique mais sujo.

05.03.2011 Limpeza Tigre “Vejo no trabalho da Eloverde a origem de uma célula que vai se disseminando em termos de conscientização e educação. Um trabalho importante na orientação, mas estranho a não participação dos moradores ribeirinhos neste processo”. André Detoni, médico

31.01.2011 Limpeza Rio Tigre Bairro Progresso “Vejo um rio sujo e sinto muita dor ao ver a realidade atual, em especial quando constato que moradores jogam sacos e outros lixos dentro do rio, principalmente à noite quando ninguém está vendo, embora o caminhão faça o recolhimento do lixo durante o dia. Lamentavelmente há um descaso muito grande por parte da juventude com relação a atual situação. O trabalho que a Eloverde faz é de extrema importância, mas deve haver uma colaboração de todos para que se chegue aos resultados propostos” garante Américo Martins, 62

14.03.2011 Limpeza Rio Tigre Povoado Capra “Conseguimos tomar banho no Tigre até os meus 12 anos de idade, momento em que a poluição começou a chegar, acabando, inicialmente, com o plantio do arroz. No princípio havia muita espuma de detergente, depois vieram os restos dos frigoríficos, acompanhados com muito sangue. Depois começaram a chegar os pets e, mais tarde, as roupas e outros tantos tipos de lixo que iam se acumulando na beira do rio”, lamenta. “Tenho um extremo cuidado para que o meu gado não tome a água poluída, pois pode vir a adoecer. Tenho muita preocupação com a poluição que aumenta a cada dia, já que 187


Depoimentos e comentários esta situação acaba gerando uma desvalorização de nossas propriedades, pois de que adianta estarmos próximos da água se não podemos usá‐la”. Leonir Leis Poletto, 47 11.04.2011 Limpeza Rio Suzana “Gostei muito de participar nesta atividade com a Eloverde, pois vem conscientizar uma grande camada de nossa comunidade, em especial aos jovens que estão participando ativamente, mas para que surta efeito é necessário que todos colaborem e parem de jogar o lixo na rua e nos rios. As pessoas moram ao lado do rio, sabem sobre a sua importância, mas mesmo assim não se dão conta do que estão fazendo. Um grande prejuízo para si mesmo”. Vinicius Fávero, 13 ‐ escoteiro do 44º Grupo de Escoteiros Tupinambás “Estamos satisfeitos em poder estar junto a Eloverde neste trabalho dentro do Projeto de Revitalização dos Rios de Erechim. Sabemos que há muito trabalho a fazer ainda nos rios, em especial no Tigre, sabemos também que quanto mais pessoas engajadas neste processo maior a possibilidade de resultados satisfatórios. Que bom que podemos fazer a nossa parte, não somente como membros do Escotismo Mundial, mas porque também ensinamos nossas crianças, jovens e adultos a construir um mundo melhor para si e para seus descendentes. Isto é salutar e possível, basta todos colaborarem um pouco. Juntos chegaremos aos objetivos 188 esperados”. Paulo Hubner, Chefe da Tropa Sênior

18.04.2011 Limpeza Rio Dourado “Da água vermelha e dos pets que passavam boiando pelo rio, hoje vemos apenas água pura em sintonia com a natureza que a circunda”. Estácia Kanigoski, 53 recebeu a Eloverde e voluntários no Povoado Rigo, estrada que liga os municípios de Erechim e Aratiba, os seis anos que está no local foram significativos no que se refere a trajetória do rio Dourado, ou seja, se há menos de uma década se via a água avermelhada por causa de frigoríficos e curtumes, hoje a água se apresenta de forma cristalina e, quando chove, por pouco não se arrisca a beber a água. 14.05.2011 Limpeza Rio Tigre Propriedade Domingos Bianchi “Muito lixo que vem do centro, sofá, sacolas de lixo, o ano todo está acompanhando pela televisão. Já teve pessoas que passaram aqui e disseram que iam fazer o esgoto, mas depois ficou tudo do mesmo jeito”. Cecília Gonçalves

“As pessoas vem da cidade e jogam o lixo, vem a noite, aos domingos, é direto. Os moradores limpando o rio e os outros jogando o lixo”. Erni Dias 23.05.2011 Limpeza Rio Tigre Este é um grande exemplo de que é possível cada um a seu modo, fazer a sua parte, e a prefeitura agradece a cada um pelo trabalho que está sendo feito junto aos rios de nosso município. “Em muito me engrandece estar hoje neste local para ver o trabalho desenvolvido pela Eloverde. Lamentamos a atual situação do Tigre e estaremos, de agora em diante, engajados para que este trabalho de limpeza chegue à sua excelência com a utilização de maquinário adequado para remover a grande quantidade de lixo que se ainda se encontra junto ao leito do rio, principalmente aquele que está enterrado nas margens e nos pontos mais profundos e inacessíveis a mão humana”, garantiu. Paulo Alfredo Polis‐ Prefeito Municipal de Erechim

“Senti a necessidade de fazer um latão de lixo que fosse coletivo e mesmo assim, as pessoas jogam no chão”. Cledimar Dal Ponte “Se tivessem mais lixeiras coletivas seria bom. O caminhão do lixo passa duas vezes por semana e as vezes falha”. Maria Gonçalves

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Considerações Gerais

Os moradores de Erechim tanto dos bairros como do centro urbano e rural não percebem a dimensão da responsabilidade que deve estar envolvida no compromisso ambiental. Medidas básicas como: manter limpo o entorno da residência, descartar corretamente os resíduos orgânicos e secos, uso racional dos recursos hídricos não se apresentou como atitude incorporada no dia‐a‐dia, apresentou‐se no diálogo, mas não na ação e a m a i o r i a d a s v e ze s re l e ga ‐ s e a t e rc e i ro s a responsabilidade; Há uma percepção de que o lixo atrapalha, mas não há um movimento pessoal ou comunitário para melhorar a questão, tem‐se nutrido o pensamento de que alguém ou algum órgão é responsável e tem que tomar uma atitude; Não há reflexões entre a influência negativa do acúmulo de lixo e o descarte incorreto para manutenção da saúde; Não percebem os malefícios das queimadas de restos de poda ou varrição para sua própria saúde; As pessoas de mais idade mostraram‐se apáticas, sem iniciativa, não fazem diferenciação entre o discurso e a prática; Na maioria não possuem informações sobre meio ambiente ou não conseguem refletir sobre as informações que chegam até eles; há uma sensação de impotência, gerada pelo terrorismo da mídia;

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Quem não quer melhorar é campo infértil para educação, é necessário buscar os que ainda vislumbram uma possibilidade; Para as pessoas que não se engajam, estimular a cópia de conduta, talvez possa ser um paliativo; Crianças do ensino fundamental mostram‐se confusas entre o ambiente natural e o depredado; Jovens do ensino médio não conseguem formar um censo de análise e criticidade sobre os fatos do momento, não conseguem estabelecer relações entre o causador e a causa. Falta o conhecimento das leis e políticas do país; A comunidade escolar com um currículo extenso muitas vezes não consegue acompanhar a dinâmica ambiental e contextualizar com seus alunos;

Faltam estrutura e política pública para lidar com a urgência da questão ambiental; O papel da mídia também deve ser revisado, pois ela terá um papel fundamental para a efetivação de uma nova visão ambiental, mais coerente e equilibrada; Se pensar que retirar o lixo de um rio pode não resolver, é verdade, só isso não resolve se comprova que as ações já realizadas não têm atingido resultados práticos. Pode ser uma hipótese a ser analisada adotar uma postura mais rígida por parte dos gestores e de estímulo por parte dos educadores; Na percepção dos educadores há uma paralisia social frente ao tema, inércia, visão restrita e a crença de que as crianças é que vão ser a salvação do planeta;

A execução de inúmeras atividades que visavam o contato direto com as pessoas em diferentes locais, recepção do público e aparente aceitação da importância da ação não se traduz em participação ativa e leva ao questionamento de como estimular a participação coletiva? As crenças de que é tão pouco o que faço que nem vale a pena; fazer por que, se não dá em nada; é muito esforço para pouco resultado; o que levo em troca do meu esforço? Estas crenças impedem o indivíduo de agir; Ao passo que as crenças de que tudo o que faço implica de alguma forma dentro da minha realidade; fazer por fazer sem esperar nada em troca e permitir que a realidade se apresente sem expectativas é uma forma dinâmica de sentir a vida e se sentir vivo, participando dela.

Outra percepção dos educadores em relação à sociedade é a questão religiosa de final dos tempos, é uma crença com conotação negativa que não colabora com a construção de uma nova postura; O adulto em idade produtiva tanto o patronal como o funcionário absorvem‐se nas questões do dia‐a‐dia e não conseguem refletir sobre questões que lhes parecem abstratas e distantes;

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Proposições de Educação Ambiental

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1. DAR CONTINUIDADE ao programa de Educação Ambiental do projeto Revitalização dos rios de Erechim mantendo o foco no público adulto (gestores, professores, estudantes, trabalhadores) do município de Erechim. A aplicação do programa mostrou‐se consistente e apresentou como resposta a sensibilização da sociedade quando esta se deparou com imagens da realidade local. Pensar global e agir local.

4. ESTIMULAR, ENVOLVER E CRIAR ações proativas de contenção social do lixo nas comunidades do entorno do rio Tigre. Considerar os pontos críticos levantados no trabalho para o desenvolvimento de ações focadas na comunidade do local. 5. INSTRUMENTALIZAR professores com práticas de Educação Ambiental para que se transformem em multiplicadores na sociedade.

2. INFORMAR, COMUNICAR, INTERAGIR com a sociedade através dos meios de comunicação e mídia digital com campanhas objetivas que instrumentalize o cidadão para gerar novas atitudes frente às questões ambientais.

6. DESENVOLVER programas e ações de educação ambiental para diferentes públicos (estudantes, condomínios, entre outros) que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos.

3. MANTER a parceira com Ministério Público e Fórum que dá credibilidade ao projeto e contribui com o aspecto social e inclusivo através dos prestadores de serviço comunitários da Vara de Execuções Criminais (PSC ‐ VEC) para execução das tarefas previstas.

7. CRIAR INFRA‐ESTRUTURA que facilite o encaminhamento dos diferentes tipos de resíduos domésticos pelo cidadão (resíduos tóxicos e resíduos que a coleta comum não recolhe).

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Depoimentos da equipe técnica “Sem Educação Ambiental não é possível mudanças de comportamentos e atitudes que viabilizem a Revitalização dos Rios de Erechim. Limpar os rios é parte do processo agora mantê‐los limpos só será possível com a educação da população”. Márcio Freschi, biólogo

"Ter participado ativamente da Eloverde na sua divulgação, transformou‐se em desafio que foi ultrapassado dentro do trabalho jornalístico desenvolvido em todas as etapas. Como Bacharel em Jornalismo, com monografia em Jornalismo Ecológico, fazendo parte da Comissão de Implantação do Parque Teixeira Soares no município de Marcelino Ramos, escotista e co‐autor do projeto que visa preservar a espécie do Gato do Mato no Alto Uruguai, a participação na Eloverde soma‐se em mais um degrau para os trabalhos desenvolvidos ao meio ambiente e a sua preservação. Gratificante em todos os sentidos, em especial pela igualdade entre todos nos trabalhos executados, o que fechou o mesmo com chave de ouro. Todos somos irmãos para um único ideal, que é a preservação de nossa raça no planeta". Carlos Alberto da Silveira. Bel. em Jornalismo e acadêmico de Ciências Sociais pela UFFS “A participação no projeto Revitalização foi mais que ação ambiental, pois me proporcionou um conhecimento real da sociedade. Observei que a Educação Ambiental não esta 194 dissociada da educação do homem em seus aspectos mais

abrangentes e para valorizarmos o meio ambiente temos que começar por valorizar o ser humano, investindo na educação. Nosso cidadão em plena época da internet carece de informação e aqueles que chegam até ela, não conseguem decodificá‐las, compreendê‐las. Neste caso a Educação Ambiental deve ser pensada como um saber aliado aos outros saberes, permanentemente. Sinto que nosso país está entrando numa nova era, aonde a qualidade deve ser priorizada. Se puder deixar algo de aprendizado com a participação no projeto, esse algo é a certeza que só pela educação poderemos criar um Brasil sustentável”. Luciana Inteker.Geógrafa. Esp. Educação Ambiental “Participar ativamente das etapas de Limpeza e acompanhar o árduo trabalho da equipe de Educação Ambiental nestes dez meses foi gratificante, foi com muita dedicação que a equipe que nos acompanhava soube transformar a triste realidade de um Rio. Espero que a comunidade saiba valorizar o trabalho realizado e assim possamos mudar definitivamente esta triste realidade”. Quéli Giaretta. TI. Esp. Gerenciamento de Projetos. “Agradeço a competência, a disposição, à motivação, a persistência, a resistência, a parceria, o estar junto, com todos que participaram do projeto Revitalização dos Rios de Erechim. O projeto foi uma grande realização e demonstração da capacidade de fazer acontecer, de realizar um sonho”. Rosane Peluso. Economista.

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Legislação Ambiental BRASIL, Lei Federal 4.771/1965 Institui o Código Florestal. Decreto Federal 97.628/1989 Regulamenta o art. 21 da Lei 4.771/65 e dão outras providencias. BRASIL, Lei Federal 7.803/1989 Altera dispositivos da Lei nº 4.771/65 (Código Florestal Brasileiro). BRASIL, Lei Federal 5.197/1967 Dispõe sobre proteção à Fauna. BRASIL, Lei Federal 6.938/1981 Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente. BRASIL, Lei Federal 7.347/1985 Dispõe sobre a ação civil pública de responsabilidade por danos ao meio ambiente. BRASIL, Lei Federal 7.754/1989 Estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências. BRASIL, Lei Federal 9.433/1997 Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. BRASIL, Lei Federal 9.605/1998‐ lei crimes ambientais ‐ Estabelece sanções administrativas e penais por danos ao meio ambiente. BRASIL, Lei Federal n.º 9.795 de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação Ambiental.

BRASIL, Lei Federal 9.985/2000 Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.

Lei Estadual 9.519/1992 Institui o Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul.

BRASIL, Lei Federal 10.165/2000 Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

Lei Estadual 10.350/1994 Institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, regulamentando o artigo 171 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

BRASIL, Lei Federal 12.305/2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Lei Estadual 11.187/1997 Altera a Lei n° 11.019, de 23 de setembro de 1997, acrescentando normas sobre o descarte e destinação final de lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados.

Decreto lei 7.404, 2010. Regulamenta a lei 12.305/10. RESOLUÇÃO CONAMA 422, de 23 de março de 2010. Estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental, conforme lei federal no 9.795, de 27 de abril de 1999.

Lei Estadual 6.503/1972 – Código Sanitário Estadual.

Lei Estadual 11.520/2000 Institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Lei Estadual 11.650/2000 Introduz alterações na Lei nº 10.350, de 30 de dezembro de 1994, que instituiu o Sistema Estadual de Recursos Hídricos e na Lei nº 8.850, de 8 de maio de 1989, que criou o Fundo de Investimento em Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul. Lei Estadual 11.685/2001 Introduz alteração no artigo 7º da Lei nº 10.350, de 30 de dezembro de 1994, que instituiu o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, regulamentando o artigo 171 da Constituição do Estado, e alterações.

Decreto Estadual 38.356/1998 Aprova o Regulamento da Lei n°9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul.

RESOLUÇÃO CONAMA 303/02 de 20/03/02 – Dispões sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005 Estabelece a classificação, normas e padrões de qualidade das águas no território nacional. Norma ABNT NBR 10.004/2004 Resíduos sólidos.

196

197


Avaliando a Educação ambiental no Brasil: materiais audiovisuais. Organização: Larissa Barbosa da Costa, Raquel Trajber. São Paulo: Peirópolis: Instituo Ecoar para a Cidadania, 2001.

Referencial Teórico

Cartilha do Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê‐Inhandava, 2008. CASSOL, E. & PIRAN, N. Formação Geopolítica de Erechim. Perspectiva, Erechim, n.1, p.5‐53, set.1975. PHILIPPI, A.; PELICIONI, M (editores). Educação ambiental e sustentabilidade. Barueri, São Paulo, 2005. LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. PIRAN, N. Contribuição ao estudo do clima de Erechim. 1982. 150f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Departamento de Geografia, UNSP – Rio Claro, SP. Plano Ambiental Municipal de Erechim, 2006. Consolidação do Conhecimento sobre os Recursos Hídricos da sub‐bacia de Captação de água para o abastecimento público da cidade de Erechim e Elaboração de Plano de Ações para Preservação dos Recursos Hídricos. SEMA, DRH, 2009. RAMPAZZO, S. E. Proposta conceitual de zoneamento ambiental para o município de Erechim (RS). São Carlos, PPG‐ERN‐UFSCar. Tese. 2003. 163p. REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1996. ___. Meio Ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 1994. ZANIN, E. M. Caracterização ambiental da paisagem urbana de Erechim e do Parque Municipal Longines Malinowski. Erechim, RS. São Carlos, PPG‐ERN‐UFSCar. Tese. 2002. 163p.

198

VALE DO DOURADO

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200 201

ApĂŞndice B - instrumento de pesquisa

ApĂŞndice A - instrumento de pesquisa


Voluntários do Projeto Revitalizaçao dos Rios de Erechim

202

1. ADILSON STANKIEWICZ

26. CHARLINE UJACOV SILVEIRA

51. GELSON ALEXANDRE DE ANDRADE

76. LARISSA LEMOS

101. MARIA EDUARDA WENCZENOVICZ

126. ROQUE AFONSO SKWRONSKI

2. ADRIAN VINICIUS SÁ DE JESUS

27. CHERLEI COAN

52. GERSON LUIS CORAZZA

77. LAURA GIRARDI COLLET

102. MARIANA BACIQUETTTO

127. ROSANE MENNA BARRETO PELUSO

3. ALANA D. CANOVA

28. CLAUBER MACIEL

53. GUILHERME T. PAINI

78. LEANDRO ILHA

103. MARISTELA TAVARES

128. RUDINEI AMARAL

4. ALCIR FRAZZINI

29. CLEDIR GOMES

54. GUSTAVO DETONI

79. LEONARDO PAININ PAVLAK

104. MARTA BRITO VACCARO

129. SANDRA MARA COMIN

5. ALDAIR ADÉLIO GRANDO

30. CLEITON JUCELI CORREA

55. GUSTAVO SEBBEN

80. LIDIANE BERNARDI

105. MATEUS PERTILE

130. SCARLETT RAMOS

6. ALÉCIO MIGUEL DA ROSA

31. CRISTIANO DIAS DE ABREU

56. GUSTAVO ZANCHET

81. LUCAS AGUIAR

106. MAURICIO CARBONERA

131. SERGIO DA SILVA

7. ALINE NADAL

32. CRISTIANO SOARES CORREA

57. GUSTAVOTRENTINI BARANCELLI

82. LUCIANA INTEKER

107. MILENA BINOTTO

132. SUELEN TOCHETTO

8. ALTAIR BORDIGNON

33. DANIEL PERTILE

58. HERALDO BAIALARDI RIBEIRO

83. LUCIANO DORNELLES

108. MILENA REGLA

133. THIERRY MORAES

9. ANA PAULA ROMANOSKI

34. DANIEL VACARO

59. IGOR

84. LUCIANO RIBEIRO BATISTEL

109. MOISES ALAN HUBNER DE PARIS

134. TICIELE DAGOSTINI

10. ANDERSON VARGAS MARTINS

35. DANIELE SKROWNSKI

60. IGOR R. ALBUQUERQUE

85. LUCIANO TONIN

110. NADYNE BARBOSA LOURENÇO

135. VANESSA R. ALBUQUERQUE

11. ANDRE DETONI

36. DÉLCIO DA SILVA

61. ISABEL FÁTIMA DAL VESCO

86. LUCILA DOS SANTOS

111. NEIVACIR FÁTIMA TEDESCO

136. VINICIUS FÁVERO

12. ANDRE LUIS MENDES

37. DEOCLÉCIO CARDOSO

62. JACKSON MACHADO

87. LUIZ FIORI

112. PAMELA TOMAZ

137. VINICIUS FRACARO

13. ANDRÉ VALENTINI

38. DIEGO ZONTA

63. JAIME FRANCISCO DEOTI

88. LUIZ HENRIQUE MADRID

113. PAULO AFONSO ALBERTONI

138. VINICIUS DE FREITAS

14. ARIANE PASUCH

39. DIEGO MARQUES MENDONÇA

64. JANIO MARCIO MOURA

89. MARCELO M. FÁVERO

114. PAULO AMAURI LANDO JUNIOR

139. WILMA MULLER

15. ARIOS MIOTTO

40. DOMINGOS BIANCHI

65. JEFFERSON CANTELE

90. MAGNUS V. S. RAAS

115. PAULO ANDRÉ COSTA

16. AUGUSTO CÉSAR DURLI

41. EDSON RODRIGO DA COSTA TEIXEIRA

66. JEFFERSON STEFFEN

91. MARCELO BRESOLIN

116. PAULO ROBERTO HUBNER

17. BERNARDO M FUZINATO

42. EDUARDO MANFREDINI

67. JÉSSICA MARIA JEMICZAK

92. MARCELO GIACOMONI PES

117. PAULO ROGALSKI

18. BRUNA REGINA AGOSTINI

43. EDUARDO ROSA FERNANDES

68. JOÃO AUGUSTO MIOLA

93. MARCELO MUNIZ

118. PAULO ZILL

19. BRUNO CORAZZA

44. ELIANA MESTURA

69. JOÃO KLEBER BRHEN

94. MARCIA IRENE ROMMEL GONÇALVES

119. PEDRO HENRIQUE MENNA BARRETO PELUSO

20. CAMILA FARINA RIGO

45. EVERSON BASCHERA

70. JOÃO PAULO MOKVA

95. MARCIO FRESCHI

120. QUÉLI GIARETTA

21. CAMILA GAUER RAHMEIER

46. FELIPE BIANCHI FARINA

71. JOÃO VITOR DALLASSE

96. MARCIO PIETISCH

121. RAQUEL BRITO VACARO

22. CARLOS ALBERTO SILVEIRA

47. FERNANDA M. FÁVERO

72. JONAS PADILHA

97. MARCOS ANTONIO PELUSO

122. RENATO DE SOUZA

23 CARLOS RIZZARDI

48. FERNANDO FREITAS

73. JOSÉ IVAR RAMPAZZO

98. MARCOS DANIEL DA SILVA

123. RIAGO PADILHA

24. CAROLINA A. PIETROBON

49. FLÁVIO ANDRÉ DEMOLINER

74. JOSÉ RICARDO NUNES DE OLIVEIRA

99. MARCUS GRANDO

124. ROBERTO KANIA

25. CASSIO VALENTINI

50. GABRIEL PES

75. JULIANO ROMANI WITTINSKI

100. MARIA EDUARDA HORN

125. RODOLFO PETZHOLD JUNIOR

203


Rede de Apoio LOGÍSTICA E SEGURANÇA

MEIOS DE COMUNICAÇÃO

2º PELOTÃO DA POLÍCIA AMBIENTAL BRIGADA MILITAR CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE ERECHIM CORPO DE BOMBEIROS EMATER MUNICIPAL / ESTADUAL MORES LAZZARI E ASSOCIADOS LTDA PREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIM SEMENTES ESTRELA SINDICATO RURAL SUTRAF UNIMED

JORNAL BOA VISTA JORNAL BOM DIA JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ JORNAL VOZ REGIONAL RÁDIO CULTURA RÁDIO DIFUSÃO AM /FM RÁDIO ERECHIM RÁDIO VIRTUAL RBS TV CLIC RBS

VOLUNTARIADO

PATROCINADORES

COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA APUAÊ INHANDAVA ERECHIM OFF ROAD GRUPO DE ESCOTEIROS ACAUÃ GRUPO DE ESCOTEIROS TUPINAMBÁS JEEP CLUBE UERGS VOLUNTÁRIOS

CONSELHO FEDERAL GESTOR DO FUNDO DE DEFESA DE DIREITOS DIFUSOS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA DO DIREITO ECONÔMICO PREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIM GRAFFOLUZ IND. GRÁFICA REALIZAÇÃO: ELOVERDE, 2011 ARTE/DIAGRAMAÇÃO: ASTRUS AGÊNCIA IMPRESSÃO: GRAFFOLUZ

204

VALE DO DOURADO

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