Nem Te Conto - Monet121 - abril2013

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tempo de séries Enquanto novas tEmporadas comEçam, outras chEgam para conquistar sEu Espaço. para sabEr o quE EspErar EstE mês, confira todas as novidadEs E matErial Exclusivo Índice 48 > estreias e novas temporadas

À direita, listamos diversas séries que estreiam este mês e as que voltam para a TV com força total. Confira todos os detalhes das tramas e quando elas vão aterrissar

50 > Contos do edgar

Conversamos com o elenco e o diretor da série nacional inspirada nos contos de Edgar Allan Poe e que promete ser a mais macabra da TV

wilfred

>> quando pensávamos que a vida não poderia ficar mais estranha para ryan (Elijah Wood), a 2a temporada veio provar o contrário. depois de perder a namorada e de seu amigo cão sofrer um acidente, ryan retorna à série se consultando com um terapeuta (participação especial de robin Williams) e descobre que sua vida agora se resume a um emprego chato. nada que Wilfred (Jason gann) não possa reverter. i a partir do dia 24, quartas, 9h, fx, 54

happy endings

>> o mundo dá voltas... e retorna para onde tudo começou. pelo menos é o que acontece na terceira temporada da série, que traz alex (Elisha cuthbert) e dave (Zachary Knighton) novamente juntos. Enquanto isso, penny (casey Wilson) sofre um acidente e o casal brad (damon Wayans Jr.) e Jane (Eliza coupe) precisa superar o desemprego. i a partir do dia 30, tErças, 10h, sony, 49 E 549 (hd)

54 > HanniBaL

60 > Body of proof

Dana Delany conta como a série que mistura os gêneros médico e policial retorna renovada para sua terceira temporada

62 > nasHviLLe

Na onda do sucesso da música country nos EUA, a atriz Hayden Panettiere contou como é entrar para esse mundo de botas de couro

66 > CaLL tHe midWife

Esqueça o glamour dos chás de bebê. A produtora-executiva da nova série do canal BBC HD garantiu que os partos feitos nos anos 50 não eram nada fáceis

68 > doWnton aBBey

A série que tomou conta do público britânico chega ao Brasil com toda a pompa da aristocracia do início do século 20

weeds

>>as coisas não terminaram nada bem para nancy no fim da sétima temporada. o oitavo e último ano da série marca o retorno da família mais disfuncional dos Eua e começa com nancy no hospital após levar um tiro. ainda bem que seu filho, shane, é policial e pode salvála. calma, ele não vai dedurar os negócios da família, até porque sua mãe agora planta maconha legalmente. i a partir do dia 2, tErças, 23h, gnt, 41 E 541 (hd)

fotos: divulgação

Visitamos o set de filmagem do seriado e conversamos com o ator dinamarquês Mads Mikkelsen, que reencarna o papel imortalizado por Anthony Hopkins

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espeCiaL i EstrEias E novas tEmporadas

trataMento de choque

adorÁVel psicose

>> charlie goodson, personagem de charlie sheen na série Tratamento de Choque, vai perder a paciência na segunda temporada. sem saber como definir seus sentimentos por Kate (selma blair), ele ainda vai ter que lidar com a possibilidade de a filha ser lésbica. o novo ano conta com a participação especial do rapper cee lo green, que pede a ajuda de charlie para conter sua raiva.

>> a vida da psicótica natalia só fica ainda mais maluca na quarta temporada da série. agora, ela vai para o paraguai e acorda casada com ninguém mais ninguém menos do que o cara de bigode. será que isso vai dar certo?

i a partir do dia 3, quartas, 22h, multishoW, 42 E 542 (hd)

i a partir do dia 25, quintas, 21h30, tbs , 139

blackout

london hospital

>> a série britânica reúne suspense e drama em três episódios na sua 1a temporada. christopher Eccleston faz daniel demoys, um oficial corrupto que se vê em meio a uma investigação de um crime em que ele pode ser o assassino. para piorar, seus problemas com a bebida destruíram seu casamento.

>> um Grey’s Anatomy do início do século passado, a série que estreia este mês mostra o dia a dia da equipe do royal london hospital. o drama é centrado no romance proibido da enfermeira ada russell (sarah smart) e do dr. James Walton (tom riley), que são impedidos de ficar juntos. a série ainda traz as dificuldades de sydney holland (nicholas farrell) em gerenciar um hospital com a falta de recursos dos anos 1900.

i a partir do dia 1º, sEgundas, 23h, bbc hd, 531

i a partir do dia 5, sExtas, 22h, +globosat, 110 E 502 (hd)

bedlaM

nothing but the truth

>> a série canadense, que chega à 2a temporada no brasil, acompanha a promotora brigitte e os assassinatos, estupros e roubos que fazem parte também da sua vida pessoal, já que seu namorado é o advogado de defesa dos acusados. i a partir do dia 3, quartas, 22h, +globosat, 110 E 502 (hd)

da Vinci’s deMons

>> do roteirista da trilogia Blade e de Motoqueiro Fantasma, david s. goyer, a série pretende mostrar como era a vida do artista leonardo da vinci, aos 25 anos, antes de se tornar o conhecido inventor. a história se passa na florença renascentista e é protagonizada por tom riley. i a partir do dia 16, tErças, 22h30, fox, 50

>> animais mortos, fantasmas, mensagens misteriosas, enfim, um seriado sobrenatural para ninguém botar defeito. imagine morar em um prédio e descobrir que o local foi um hospital psiquiátrico no passado. pois é isso que acontece com os moradores, que precisam descobrir como superar o medo e até ajudar os espíritos vingativos. i a partir do dia 3, quartas, 22h, bbc hd, 531

defiance

>> se eles existem, ou não, é impossível afirmar, mas os extraterrestres tomam conta do imaginário humano há centenas de anos. Em Defiance, os alienígenas vieram para a terra depois de terem seu planeta destruído e entram em guerra com os humanos. nesta nova série de ficção científica, que vai virar também videogame, quem será que sai vencedor dessa batalha? i a partir do dia 16, tErças, 20h, syfy, 92

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eSpeCiAl SéRieS i eStreia

nem te conto SuamoS frio em um dia quente de gravação da Série que tem a ouSada miSSão de adaptar aS hiStóriaS de edgAR AllAN poe para a cidade de São paulo doS tempoS atuaiS por Amanda Nogueira e Raquel Temistocles

B

arra Funda, São Paulo. uma caçamba PrESTES a pegar fogo denunciava a entrada de uma oficina mecânica típica da zona oeste paulistana. Faltava ar no galpão sujo de graxa parasitado por pneus em todos os cantos e sufocado com lona em suas únicas pretensões de janelas. um carro velho e empoeirado e uma moto desconfigurada eram os corpos que habitavam a caixa escura coberta de telhas como se lá jazessem após uma longa vida. não seria nenhuma surpresa se viesse à tona uma ninhada de ratos famintos em busca de qualquer decomposição. Fazia 33ºc naquela tarde de fevereiro que havia sido a mais quente do ano até então, mas a equipe da produtora o2 Filmes seguia enfrentando o medo de congelar o sangue nas veias em mais um dia de gravação de Contos do Edgar, a nova série nacional, baseada nos contos do mestre do mistério, Edgar allan CoNToS do Poe. apesar do calor, a intenção eram os calafrios. no fim edgAR i dia 2, terça, 22h15, do dia, a chuva veio inundar a cidade como se quisesse fox, 50 e 550 (hd) chorar o desfecho da trama.

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A sete palmos – O ator Marcelo de Barros grava em cemitério no episódio piloto “Berê”

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Histórias de terror explícito – No canto superior esquerdo, o ator Marcelo de Barros como Cícero em cena do episódio piloto “Berê”. Acima, Gaby Amarantos em participação especial como a cantora Berê Bitoca. À direita, de cima para baixo: Marcus de Andrade, como Edgar, e Danilo Grangheia, como Fortunato, ambos na locação da dedetizadora Nunca Mais. Abaixo, o diretor geral da série, Pedro Morelli, durante gravação

na frente das câmeras. Tudo na série é pensado cautelo­ samente, como quem planeja um crime. Por exemplo, a dedetizadora, que se chama nunca mais: “É uma menção ao poema ‘o corvo’, a obra mais famosa do allan Poe, em que o corvo sempre responde ‘never more’ [em português, ‘nunca mais’]”, conta o diretor. o que poderia ser mais apropriado para quem quer dar um fim nas pragas? “Tem esse tonzinho cômico ao fundo. a gente tomou muitas liberdades pra criar, tanto no formato, quanto na adaptação”, conclui. outra brincadeira para des­ contrair o clima tenso de vida e morte sempre presente são as aparições discretas de fotos do Poe em algumas cenas. Velhos contos, noVos contadores Escolher e adaptar os acontecimentos do universo de Poe para a São Paulo de hoje exigiu cuidado. “a gente leu e es­ tudou 45 contos e dividiu em três grupos: o dos macabros

fotoS: divulgação

cada episódio da primeira temporada levará o nome de uma personagem feminina, como em “Priscila”, baseado no conto “metzengerstein” e o qual nos arrepiou durante a visi­ ta ao set descrita na página anterior. Já o primeiro episódio, chamado “berê”, é inspirado no conto berenice, que se pas­ sa entre uma boate e um cemitério e tem como atriz convi­ dada ninguém menos que Gaby amarantos no papel da can­ tora berê bitoca. Se você acha que o tecnobrega eletrizante e exagerado que conhecemos nada tem a ver com o sombrio e gélido estilo do escritor, espere até assistir ao piloto. “na obra do allan Poe é muito comum ter mulheres morrendo, é uma piração dele que a gente manteve pra dar unidade, já que cada episódio é sobre um conto diferente”, explica Pedro morelli, diretor e criador da série ao lado de Gabriel Hirschhorn. outro nó que ata o nascimento e o velório de cada epi­ sódio, e também o início e o fim da série, fica por conta da relação ambígua entre Edgar, interpretado por marcus de andrade, e Fortunato, vivido por danilo Grangheia, dois de­ detizadores que prestam serviços em locais infestados por insetos. É a partir deles que ficamos sabendo de cada histó­ ria. “o espectador vê os acontecimentos, mas não sabe exa­ tamente se aquilo de fato aconteceu ou é uma elucubração da cabeça do Edgar. Então esse choque entre a realidade e a ficção é um dado bacana, acho que São Paulo agrega como possibilidade esse tipo de abordagem”, explica Grangheia. Quieto, sorrateiro, observador... Edgar até se parece, mas não pretende ser Edgar allan Poe. “Esse personagem é testemunha ocular das coisas e acho que as histórias vão entrando na cabeça dele. Participa de duas ou três cenas em cada episódio quase mudo, pouco expressivo, bastante introspectivo, mas sempre observando meio de fora”, con­ ta andrade, que pela primeira vez em sua carreira trabalha 52+Monet+abril

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e realistas, o dos mais fantásticos, e um terceiro grupo, que tem umas coisas mais cômicas. Então a gente decidiu fazer essa primeira temporada com os contos mais macabros e rea­ listas, principalmente, embora tenhamos alguns um pouco mais fantásticos na manga para uma possível segunda tem­ porada”, explica Pedro morelli, que conta com a ajuda de três codiretores na feitura do projeto, além do roteirista Vitor brandt: Quico meirelles, alex Gabassi e cassiano Prado. Sobre essa nova geração de diretores, Fernando meirel­ les, que assina a produção da série, não poupa elogios e des­ taca o talento de Pedro: “Ele é jovem, tem 25 anos, vai fazer um longa agora, é culto, muito interessante, cheio de ideia, sério pra caramba, trabalha que nem um louco”. não é por menos. “com essa lei de audiovisual, juntamos 32 projetos de televisão e levamos à Fox, que se interessou por dois”, diz meirelles. “o fato é que eles são obrigados a produzir

O espectador vê os acontecimentos, mas não sabe exatamente se aquilo de fato aconteceu ou é uma elucubração da cabeça do Edgar”, diz Danilo Grangheia

muito material. Então estão à caça de boas ideias, e quem tiver projetos consistentes tem tudo pra se dar bem agora e nos próximos anos”, completa morelli, que, ainda neste ano, finaliza um longa­metragem codirigido com seu pai, Paulo morelli, e inicia uma produção com o canadá. Se depender dos atuais produtores, roteiristas e diretores, a ficção estará bem servida com gêneros além da conheci­ da comédia brasileira. “Contos do Edgar pretende abordar o campo do terror, mas ele está um pouco imbuído de uma série de preconceitos, acho que vai um pouco da visão que temos sobre o meio em que a gente vive’’, disse o ator danilo Grangheia. afinal, quem nunca virou a esquina com frio na barriga ao avistar uma figura suspeita? ou já entrou num elevador velho, achando que dali não sairia? Qualquer cida­ de está cheia de pessoas e lugares com histórias a serem con­ tadas – macabras, cruéis, sofridas e inexplicáveis. E então, está preparado para mais esse mistério? abril+Monet+53

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EspEcial sériEs i estreia

fome de matar Um dia no set de gravações conversando com prodUtores e elenco, qUe inclUi mads mikkelsen, HUgH dancy e laUrence FisHbUrne, é o sUFiciente para entender o Horror soFisticado de Hannibal, o canibal mais Famoso do cinema qUe agora estreia na televisão por sarah Mund, de Toronto*

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Enganando os sentidos – É difícil descobrir o que o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) esconde por trás de toda a sua sofisticação. Ou quais ingredientes foram usados nos elegantes jantares que ele serve a seus convidados

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d Depois de três adaptações cinematográficas baseadas na obra de Thomas Harris fica impossível não se

lembrar dos trejeitos de anthony Hopkins no papel do canibal que lhe rendeu o Oscar de Melhor ator por sua atuação em O Silêncio dos Inocentes (1992). Foi com essa memória que 35 jornalistas de 22 países entraram no antigo galpão de uma distribuidora de chá em Toronto, no Canadá, onde hoje é gravada a série Hannibal e foram os primeiros a assistir aos dois episódios iniciais. Os cenários, especialmente o da cozinha onde o Dr. Hannibal lecter prepara seus prestigiados jantares, fizeram jus aos pesadelos de muitos dos presentes. a culinarista Janice Poon esperava pelos convidados para contar os cuidados gastronômicos da produção ao lado de um balcão repleto de ingredientes dificilmente identificáveis e/ou bizarramente assustadores, como um pulmão bovino e uma galinha da raça Silkie, ou black Chicken, depenada. E com um toque de humor macabro de lembrança foi entregue um pacotinho de Ossi di Morti, biscoitos italianos com formato semelhante ao de, bem, ossos. Hannibal Mas se em Hannibal (2001) era explícii a partir do dia 16, to que o Dr. lecter estava cozinhando um terças, 22H, aXn, pedaço de cérebro, na série as coisas são 34 e 534 (Hd) mostradas de um jeito bem mais sutil, tor-

nando difícil saber a origem da carne. E, por incrível que pareça, o maior entusiasta dos pratos “macabros” é felizmente o único que é obrigado a saborear todos eles: o ator Madd Mikkelsen (007: Cassino Royale), o intérprete da versão mais jovem do psiquiatra canibal. “Nós sempre temos que comer em cena o que estou servindo e eu experimentei todos os pratos. Então posso dizer que Hannibal é um excelente cozinheiro. É tudo maravilhoso!”, divertiu-se o dinamarquês com a reação dos jornalistas à sua revelação. Quando perguntado sobre o quanto a atuação de Hopkins o influenciou, ele fez graça: “basicamente copiei tudo o que ele fez nos filmes”, brincou, antes de falar a sério sobre o personagem. “Todos sabem que ele levou um papel icônico ao nível da perfeição e é impossível tentar repetir o feito. ao mesmo tempo não podemos fugir de quem é o personagem. Para a minha sorte, nossa história se passa antes de ele ser preso, quando ainda tinha que esconder sua natureza e queria ter amizades.” apesar de ser o aspecto mais marcante da atração em um primeiro momento, não foi só nisso que os produtores investiram seu tempo. Todas as cenas de crime são assustadoramente ricas em detalhes. alguns jornalistas de estômago mais fraco não quiseram nem ficar muito tempo no cenário de necrotério do Fbi onde as autópsias são conduzidas. Também pudera: cada um dos corpos expostos levou cerca de cinco semanas para ficar pronto, com fios de cabelo sendo acrescentados um a um. isso sem contar as bizarrices, como uma mulher empalada pelos chifres de um cervo empalhado ou o jardim de fungos adubado por pessoas mortas. O elenco também foi escolhido a dedo. além de Mikkelsen, estrelam a série Hugh Dancy (Falcão Negro em Perigo) no papel do agen-

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bizarrices em cena – Na foto grande, Jack Crawford (Laurence Fishburne) escolta seu pupilo Will Graham (Hugh Dancy) nos corredores da academia do FBI em Quantico. À direita: corpo de vítima é encontrado em uma complexa cena montada pelo assassino no primeiro episódio; Graham (Dancy) descobre coisas assustadoras em um jardim de fungos adubado por corpos humanos no segundo episódio; Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) confisca o gravador da repórter Freddie Lounds (Lara Jean Chorostecki)

te do Fbi e especialista em perfis Will Graham, e laurence Fishburne (Matrix) como o chefe da seção de análise comportamental do Fbi Jack Crawford. Mesmo que quem assistiu aos filmes já saiba o destino destes personagens, o criador da atração, bryan Fuller (Pushing Daisies), garante que há muito espaço para ser surpreendido. Com a trama já desenvolvida para ao menos sete temporadas, ele revelou que a inspiração para os 13 episódios do primeiro ano vem de um único capítulo do primeiro livro de Harris, Dragão Vermelho. “a relação entre Graham e lecter não existe no livro. Eles no máximo se encontram umas duas vezes e depois Hannibal já tenta matar o detetive. É como se estivéssemos trabalhando com um capítulo perdido do romance”, explicou Fuller. a estranha relação de colaboração entre mocinho e monstro será estabelecida quando Crawford (Fishburne) pede a lecter (Mikkelsen) que avalie a estabilidade mental e emocional de Graham (Dancy) antes que ele volte a trabalhar em campo. isso porque o ex-detetive se afastou das investigações por conta da forma como avalia cada assassino. “acho que o Jack se preocupa com o Will e sabe que para conseguir seu melhor desempenho deve cuidar dele como uma ferramenta abril+Monet+57

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ligados por uma tragédia – Os desdobramentos do incidente envolvendo a família Hobbs já no primeiro episódio irão afetar a frágil estabilidade mental de Graham (Dancy), que, sentindo-se culpado pelas consequências de suas ações, passará a cuidar da jovem Abigail (Kacey Rohl) com a inusitada ajuda de Lecter (Mikkelsen)

valiosa”, apontou Fishburne. Com o dom de conseguir se colocar no lugar do criminoso, ele vivencia as mortes ao reconstruir os fatos em sua mente. Não é de se estranhar que ele tenha escolhido apenas dar aulas na academia do Fbi em Quantico. “O trabalho do meu personagem na divisão de Ciência do Comportamento é estudar alguns tipos específicos de criminosos, então ele se consulta muito com o Hannibal, que acaba se envolvendo nos casos. Então cada crime ajuda a revelar a evolução, ou melhor, desintegração do estado mental dele” detalhou Dancy sobre a parte com mais elementos policiais da série. “acho que desde o começo houve essa identificação entre os dois porque o psiquiatra entende como ele se sente e é o único com quem pode conversar sobre seu talento. Em contrapartida, acho que Hannibal vê ali uma chance de companhia”, opinou o ator sobre o relacionamento entre os personagens. Para dar o tom que a história merece, David Slade (A Saga Crepúsculo: Eclipse) atuou como diretor do piloto e de outros episódios, além de estar envolvido na produção de cada um deles. Não é à toa que cada capítulo tem os requintes de um filme. “O visual é bem diferente do que costumamos ver na televisão. Para começar, eu estou envolvido em toda a produção, em vez de só dirigir apenas o episó58+Monet+abril

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Très chic – Amante das artes, da alta gastronomia e da enocultura, um dos passatempos de Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) é preparar jantares sofisticados e com ingredientes nada comuns

Pintxo Gilda Para uma experiência completa, sugerimos preparar um prato à altura do Dr. Hannibal Lecter (obviamente com ingredientes mais convencionais) para assistir à estreia da série. E quem melhor que o chef espanhol José Andrés, consultor da produção, para fornecer a receita? Escolhemos uma de fácil preparo em seu livro Made in Spain, que tem tudo para igualar a sofisticação das refeições vistas nos episódios, e que ainda foi inspirada no trabalho da atriz Rita Hayworth no filme Gilda. Bom apetite!

Fotos: e divUlgação

IngredIentes para 4 porções: – 8 pimentas suaves em conserva (como a basca Guindilla) – 8 azeitonas Manzanilla sem caroço (grandes azeitonas verdes também conhecidas como azeitonas espanholas) – 4 filés de anchova – 4 Boquerónes (filés de anchovas brancas conservadas em óleo e vinagre) – Espetos ou palitos para aperitivos Modo de preparo: Empurre a pimenta até três quartos de um espeto pequeno. A seguir espete uma anchova e uma azeitona e empurre-as até que encostem na pimenta. Repita o procedimento com mais três pimentas, anchovas e azeitonas. Em seguida, faça o mesmo substituindo o tipo de anchova.

dio piloto e nunca mais voltar. além de dirigir outros episódios, eu estou sempre por perto para garantir que a fotografia seja bonita e o som esteja bom. É um programa bem cinematográfico, um excelente drama com um cenário assustador”, apontou o diretor. Mas como não poderia deixar de atender o público acostumado com dramas policiais na televisão, a série também conta com muitas cenas de investigação do Fbi e crimes sendo solucionados. “a diferença é que em uma série policial como CSI o foco está no mistério, enquanto aqui o destaque fica para as relações entre os personagens”, comparou Fishburne com seu último trabalho na TV. Daí em diante, se a produção sobreviver ao primeiro ano e for renovada, Fuller quer desenvolver o restante dos acontecimentos do livro e até mesmo uma futura participação da novata Clarice Starling, papel de Jodie Foster em O Silêncio dos Inocentes e depois de Julianne Moore em Hannibal – apesar de os direitos sobre a personagem ainda pertencerem a outro estúdio. Se depender da fascinação que serial killers parecem provocar nas pessoas, vide o sucesso de Dexter, os planos de Fuller têm tudo para continuar saindo do papel. até porque nada como um psicopata refinado para deixar o público com água na boca. * A jornalista viajou a convite do canal AXN abril+Monet+59

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EspEcial sériEs i nova temporada

Com a mão na massa ao lado de elenco e produtores, a estrela dana delany conta como a popularidade de Body of Proof continua crescendo e adianta as novidades da terceira temporada por sarah Mund, de los angeles*

M

egan Hunt era uma brilhante neurocirurgiã até o dia em que cometeu um erro por conta das sequelas de um acidente de carro. Ela acabou perdendo um paciente na mesa de cirurgia e, sem sua licença para atender pacientes, passa a atuar como legista. Claro que ela não deixa de carregar a arrogância típica dos cirurgiões que estão no topo da escala na medicina, o que a leva a atravessar o caminho dos detetives e de seus superiores para resolver crimes em Body of Proof. realista? Não muito. Mas a série estrelada por Dana Delany (Desperate Housewives) alcançou popularidade suficiente ao misturar dois dos filões mais assistidos da TV para chegar ao seu terceiro ano. Não sem percalços no caminho: com a audiência oscilando ao BODY OF prOOF longo da segunda temporada, os produtores tiveram i dia 16, terça, 21h, que providenciar mudanças urgentes para conquisaXn, 34 e 534 (hd) tar a sobrevida e renovar o fôlego.

De volta à ação – Depois de tirar uma licença para se recuperar da traumática experiência com um assassino que queria se vingar dela no último episódio da segunda temporada, a Dra. Megan Hunt (Dana Delany) está pronta para retomar o trabalho. À esquerda, ela e a chefe Kate Murphy (Jeri Ryan) realizam uma autópsia e à direita ela relembra sua antiga ocupação ao tentar salvar a vítima

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Para começar, neste ano serão apenas 13 episódios que trarão muito mais ação e perigo que os 20 anteriores. Para ajudar com o novo ritmo da trama, entra para o time o produtor-executivo Evan Katz (24 Horas). “agora a história será mais rápida e mais excitante ao entrar mais no aspecto criminal, com perseguições”, explicou uma empolgada Dana. Claro que dar mais importância a esses aspectos tem seu preço. “Tenho que admitir que é um pouco bobo correr e pular de salto alto, mas eu tenho me divertido. E ainda segurei uma arma algumas vezes, algo que uma legista normalmente não faria”, admitiu a atriz. E as mudanças continuam no elenco: para quem ainda tinha dúvidas quanto ao destino de Peter Dunlop (Nicholas bishop) depois de ser apunhalado pelo serial killer que queria se vingar de Megan na season finale, a não renovação do contrato do ator deixa claro o desfecho. Quem também não volta é alguém que a legista não cansava de provocar, bud Morris (John Carroll lynch). Para preencher o vazio chega o detetive Tommy Sullivan (Mark Valley, de Fringe), um antigo amor da protagonista que volta na expectativa de reacender a paixão – e com ele vem seu jovem parceiro, adam lucas (Elyes Gabel, de Game of Thrones). a temporada retoma a história de Body of Proof depois de alguns meses, durante os quais Megan se afastou do trabalho para se recuperar do trauma de ser perseguida pelo primeiro assassino que ajudou a pôr atrás das grades. E como, mesmo levando uma rasteira da vida, Megan nunca desce do salto, ela volta causando discórdia no ambiente de trabalho e batendo de frente com o detetive que voltou do seu passado. “Em outras séries, os legistas são personagens secundários, mas não aqui. Ela é muito complicada, respondona e neste ano vamos explorar as dificuldades que ela tem de se envolver com alguém”, descreveu o novo membro do time de produção Evan Katz. Ou seja, para Megan o desafio continua sendo lidar com os vivos.

Fotos: divulgação

*A jornalista viajou a convite do canal AXN

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EspEcial séRiEs i estreia

Bem-vindo,

cauBÓi! No papel de uma caNtora couNtry que Não mede esforços para subir Na carreira, a atriz HaydeN paNettiere falou sobre os desafios da persoNagem e como é ser uma vilã em NASHVILLE por Raquel Temistocles

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Depois De anos no topo Das paraDas

de sucesso como a melhor cantora country dos estados Unidos, Faith Hill precisa dar espaço para a novata taylor swift, que mais parece uma cantora pop do que country. ops, houve um engano! na verdade, os nomes precisam ser substituídos. a experiente cantora se chama rayna Jaymes (Connie britton) e a revelação do ano é Juliette barnes (Hayden panettiere). Confusão esclarecida, hora de preparar o microfone, porque a batalha em cima dos palcos vai começar. o country, um dos gêneros musicais mais lucrativos do país norteamericano, é dividido em duas frentes: cantoras como taylor swift e Carrie Underwood, com músicas pop e dançantes, e Dolly parton e reba Mcentire, com um som tradicional do sul dos eUa. a briga pelo espaço no gosto do público é tão declarada que chegou até a tV. a série Nashville, que estreia este mês no canal sony, chega com uma proposta diferente de Smash e Glee, que inserem números musicais em cenas aparentemente aleatórias. o programa quer mesmo é mostrar o dia a dia de duas cantoras e NashvillE as falcatruas que rolam nos bastidores i a partir do dia 10, quartas, 21h, de Hollywood, quer dizer nashville – sony, 49 e 549 (hd) capital do tennessee e centro da música country dos eUa. “acho que é difícil ser uma jovem bem-sucedida na indústria do cinema, mas é mais difícil ser mais velho e bem-sucedido na indústria da música. porque, com a música, você realmente tem que trazer o seu público com você nesta jornada, envelhecer com ele, mudar com ele e evoluir com ele, e isso é uma coisa muito difícil de fazer”, disse a atriz Hayden panettiere, que interpreta Juliette, uma vilã que é a nova sensação da música e dificulta a vida de rayna, que só quer voltar a fazer sucesso. “É divertido, mas só é divertido quando há uma razão por trás. ela vem de um passado muito obscuro e é uma garota problemática. procura amor nos lugares errados e tem medo de voltar ao passado. por isso se comporta desse jeito.” a vida imita a arte não que Hayden panettiere seja uma vilã na vida real – apesar de já ter interpretado algumas na ficção. Mas a atriz sabe muito bem como é ser uma artista jovem sob os holofotes, como sua personagem em Nashville. aos 23 anos, ela já participou de mais de 50 produções e ficou conhecida por fazer a líder de torcida com poderes na 64+Monet+abril

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fotos: divulgação

cowgirls – Na foto maior, Juliette (Hayden Panettiere) e Rayna (Connie Britton) posam em lados opostos. Abaixo, as duas cantam juntas, mesmo a contragosto. Nas imagens à esquerda, o ator Eric Close como Teddy Conrad, o marido de Rayna, que concorre a prefeito da cidade; e Rayna com o ex-namorado Deacon (Charles Esten). Na foto acima, Juliette, que sofre por ter uma mãe viciada, canta com Deacon em uma tentativa de fazê-lo sair em turnê com ela

série Heroes e, este ano, recebeu sua primeira indicação ao Globo de ouro por Nashville. “Foi uma decisão muito importante para mim por causa de tão específica que era minha personagem em Heroes e por quanto tempo a interpretei. sabia que depois de fazer o papel da líder de torcida, ia ser uma batalha difícil ser vista como qualquer outra personagem. Quando [Juliette] veio, não poderia ter sido melhor. amo cantar. amo a música country”, confessou a atriz. o desafio de fazer o papel veio de duas formas: cantar e ter que ser cruel com Connie britton. “nos testes de elenco escolhi a música ‘stay’, do sugarland. essa é uma das minhas favoritas, mas eu estava apavorada. Foi ruim, mas fiquei orgulhosa de mim mesma por ser capaz de fazer isso”, contou. Já no caso de ter que ser má com a personagem de britton, ela conta que no final de cada cena pedia desculpas para a atriz, com medo de que ela levasse para o lado pessoal. “talvez seja porque cresci em uma indústria similar o bastante e fui ensinada a como tratar e não tratar as pessoas. Mas agora que nos conhecemos bem e somos amigas, se tornou muito divertido realmente ir atrás uma da outra.” se ela sabe cantar ou não, só assistindo para descobrir. Mas ninguém duvida de que ela tem talento para vilã. “neste personagem, sinto que posso ser mau-caráter, mas depois, a portas fechadas, conseguimos ver que ela tem coração e pode ser uma boa pessoa”, completou. além de números musicais, a série ainda transita pelo mundo da política e pelos bares menores da cidade de nashville. talvez agora seja uma boa hora para colocar aquelas botas de couro e chapéu de caubói. e, claro, carregar no sotaque no karaokê. abril+Monet+65

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EspEcial sériEs i estreia

Cegonhas pra quê? a produtora-eXeCutiVa de call ThE MidwifE, pippa Harris, Contou CoM eXCLusiVidade o Que podeMos esperar da sÉrie soBre parteiras dos anos 50 por raquel Temistocles

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egunda metade do século 20, pós-2ª guerra mundial. a época ficou conhecida pelo baby boom – fenômeno ocorrido no mundo todo, em que a taxa de natalidade aumentou consideravelmente. mas engana-se quem pensa que foram anos cheios de chás de bebês com objetos fofos e mulheres sorridentes por causa da famosa peridural (anestesia aplicada para evitar a dor do parto). as mães dos anos 50 eram muito mais corajosas call ThE MidwifE, (e sem recursos) do que as de hoje. i a partir do dia 1º, é nesse cenário, de pobreza extresegundas, 22H, BBC Hd, 531 ma e dezenas de crianças nascendo por dia, que a série Call The Midwife (“chame a parteira”, em tradução livre) conquistou o público britânico e chega com o mesmo objetivo aqui no brasil. se os inúmeros reality shows sobre nascimentos já fazem sucesso na televisão, então a série que adiciona uma boa dose

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de drama aos encantadores recém-nascidos tem tudo para dar certo. “é uma situação de vida ou morte para o bebê e, muitas vezes, para a mãe. e, inevitavelmente, você sente uma grande alegria ou uma grande tristeza, dependendo do que acontece. dessa forma, qualquer nascimento é em si um evento muito dramático”, disse a produtora-executiva da série, pippa Harris. baseada nas memórias da musicista e enfermeira britânica Jennifer Worth (1935-2011), Call the Midwife acompanha Jenny lee (Jessica raine) e o trabalho de freiras e parteiras no fictício convento nonnatus House, localizado em uma área pobre de londres. “uma das sequências mais complicadas [de gravar] é a do nascimento, pois queremos ser o mais realistas possível, o que significa trabalhar com bebês muito pequenos. mas, obviamente, muitas mulheres não dão à luz no dia em que estava programado e, quando vamos ver, o bebê está enorme aos dez dias de vida”, contou a produtora. é por isso que muitas cenas são filmadas utilizando bonecos que imitam recém-nascidos.

centrado nas dificuldades das parteiras do convento, o programa foi tão bem recebido pelos europeus que ganhou uma segunda temporada depois de terminar a primeira com uma audiência média de mais de 8 milhões de telespectadores por episódio. chegando muitas vezes, quem diria, a superar a audiência da queridinha Downton Abbey, série também dramática – e ganhadora de dois globos de ouro –, que acompanha uma família aristocrata do início do século 20 e que terá todas as suas temporadas exibidas pelo canal gnt a partir deste mês (saiba mais na página 68). apesar de a rivalidade entre os dois seriados ser clara entre o público britânico, pippa Harris faz questão de afirmar que não passam de bons amigos: “nosso elenco é amigo do elenco de Downton Abbey. então os vemos como outro ótimo programa que por acaso também está no ar no momento em vez de os vermos como rivais”. mesmo assim, é melhor os ricos de Yorkshire tomarem cuidado, porque as parteiras de east london vieram para ficar.

Fotos: diVuLgação

parceiras para a vida – Acima, a atriz Jessica Raine lidera o grupo de parteiras a caminho do convento Nonnatus House. Na primeira foto abaixo, o elenco composto por Raine, Jenny Agutter, Miranda Hart, Pamela Ferris, Judy Parfitt, Helen George e Bryony Hannah reunidas nos papéis de enfermeiras e freiras. Ao lado, a personagem Jenny Lee (Raine) com um bebê recém-nascido

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especiAl séRies i reestreia em novo canal

às suas ordens, milorde Uma das séries de maior sUcesso da atUalidade, DownTon Abbey é a prova de qUe os britânicos sabem fazer televisão tão bem qUanto – oU melhor qUe – os americanos. e qUe o passado pode ser mais atraente do qUe imaginamos

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por Juliana Malacarne e Raquel Temistocles

nício do século 20, mais precisamente abril de 1912. a notícia de que o maior navio de todos os tempos (até aquela época) havia afundado desesperou as famílias europeias e deixou uma, particularmente, sem herdeiro. os crawley viram sua propriedade – um castelo no estilo renascentista e as terras que o cercam – passar para um primo distante e suas vidas virarem interesse de milhares de pessoas 100 anos depois. calma, não há nenhum delorean na série, mas enquanto a família aristocrata crawley luta para manter downton abbey como um pilar da sociedade britânica em 1912, nós, aqui em 2013, a tornamos uma das séries mais celebradas da televisão. com direitos de transmissão em mais de 100 países, a atração, que estreou em 2010, terá suas três primeiras temporadas exibidas DownTon Abbey i qUintas, 22h30, gnt, no canal Gnt a partir deste mês com o 41 e 541 (hd) objetivo de repetir esse sucesso no brasil. abril+Monet+69

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o seriado começou com cara de superprodução e não decepcionou. com aproximadamente oito episódios por temporada, Downton Abbey conseguiu uma média de 8,4 milhões de telespectadores no primeiro ano e terminou a terceira temporada com média de 10,1 milhões apenas na inglaterra, onde é exibido pelo canal itV. um fenômeno e tanto para uma série que fala de costumes ultrapassados e uma diferença gritante de classes sociais. mas o que poderia ser seu fracasso foi o que a tornou tão influente. “parece uma série de tV britânica clássica, tradicional e amável, com figurinos e casas adoráveis. mas, na verdade, tem o ritmo de um programa mais moderno, com muitas histórias diferentes acontecendo ao mesmo tempo e você precisa se concentrar”, disse o criador de Downton Abbey, Julian Fellowes, em entrevista à BBC News. Já para ana carolina santos, historiadora pela universidade de são paulo, esse tipo de série traz à tona certo orgulho e saudosismo, além de explorar de um modo bastante preciso os valores e princípios estabelecidos pela sociedade inglesa: “Falar do cotidiano da nobreza é algo que chama a atenção e desperta a nossa curiosidade, pois é um tipo de experiência com o qual não estamos acostumados”, explica. Ficar grudado na tela não é uma tarefa difícil quando se tem atores consagrados como maggie smith (premiada duas vezes como melhor atriz coadjuvante pela academia) e shirley maclaine (ganhadora do oscar de melhor atriz por Laços de Ternura, em 1984), e novatos que colocam no chinelo muito atorzinho de Hollywood. com assuntos que

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transitam entre a luta das mulheres pelo direito ao voto e a primeira Guerra mundial, a série virou a queridinha dos críticos com seu formato novela e também subtramas mais leves, como o impedimento do amor entre o herói e a mocinha – Jane austen ficaria orgulhosa. em entrevista ao canal pbs, Fellowes afirmou que optou por um período de transição, pouco antes da primeira Guerra mundial, porque era uma época metódica em que todos sabiam seu lugar. “é um mundo que o público moderno consegue entender. nós não estamos pedindo para irem a um planeta distante.” a escolha deu certo. Abbey é a série recordista de críticas positivas de acordo com o Guinness Book e recebeu dois Globos de ouro e nove emmy awards. mininoVela de ÉPoCa

entre os muros do castelo – Em sentido horário, na foto maior, as mulheres da família Crawley se unem para receber o novo herdeiro da propriedade. Ao lado, os empregados do casarão se divertem em noite de folga. Abaixo, as criadas recebem ordens. Em seguida, o patriarca da família, sua esposa e filha mais velha inspecionam concurso de flores do vilarejo. Na foto à esquerda, a atriz Maggie Smith no papel de Violet Crawley, Condessa Viúva de Grantham

mas não é só de prêmios que se faz uma série. apesar do jeitão de folhetim, Downton Abbey está longe de ser arrastada. principalmente se levarmos em conta as intrigas surgindo entre as paredes do antigo castelo e personagens complexas com atitudes não claramente divididas entre o bem e o mal. a série pode ser vista como um retrato em pequena escala das relações entre patrão e empregado na inglaterra do período. “a relação entre aristocracia e criadagem era pautada, sobretudo, na confiança e cumplicidade. trabalhar para uma família renomada era questão de prestígio. por isso era imprescindível ter criados que não só se sentissem orgulhosos por trabalharem para ela, mas também se considerassem responsáveis e colaboradores para o sucesso e manutenção da mesma”, aponta a historiadora. as personagens, que vão desde a criada até a filha do lorde, conquistaram a afeição de público e criador com suas imperfeições. “Quando você escreve sobre essas personagens, acaba absorvido por elas e quer que as coisas deem certo para elas. mas você não pode fazer com que tudo dê certo cedo demais, porque se tudo estiver resolvido, termina de uma certa maneira”, conta Fellowes à pbs. não se engane: elogios, prêmios e audiência não trazem felicidade. pelo menos não para todos os envolvidos com a série. alguns atores resolveram aproveitar o sucesso de Downton Abbey para enfrentar novos desafios aqui pelo século 21 mesmo – o que deixou o criador insatisfeito com os rumos que teve que dar para alguns personagens a fim de deixar seus intérpretes livres. ou seja, a dica da monet é não se apegar a nenhum personagem, mesmo que isso seja uma missão quase impossível (boa sorte!). recomendação dada, milordes e miladies, já podem se preparar para tomar chá com os britânicos a partir deste mês – e em grande estilo. abril+Monet+71

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