Clipping 29/03/17 - O Liberal / Curso Livre de Alemão

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O LIBERAL

BELÉM, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 2017

Ciclistas desenvolvem aplicativos para socorro mútuo. Página 8.

ATUALIDADES 7

CIDADES

Caminhada chama atenção ao autismo Há poucos profissionais capacitados para atender diagnosticados

ARY SOUZA -O LIBERAL

CONSCIÊNCIA Amigos e familiares de pessoas com o pedem compreensão nas ruas de Belém

P

or um olhar mais amoroso, gentil, solidário, respeitoso às diferenças, por uma visão mais humana do outro. Assim pediam os cartazes azuis de centenas de pais, mães, amigos e ativistas da causa autista que organizaram, na manhã de ontem, uma grande caminhada, saindo da Praça Batista Campos, para celebrar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Completando seis anos em 2017, a atividade foi realizada pela Casa do Autista, pela ONG Amora (Atenção Multidisciplinar, Orientação e Respeito para o Autismo) e a Apam (Amigos e Pais de Autistas de Ananindeua) e reuniu familiares e crianças portadoras de autismo, além de militantes da causa em Belém. O objetivo da

Com faixas por inclusão, familiares e amigos de pessoa com autismo foram às ruas

atividade foi conscientizar e sensibilizar a população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O primeiro motivador desta atividade é conscientizar a sociedade sobre quem é

a pessoa com autismo, do que ela é capaz, do que ela precisa e como a sociedade pode incluíla. A outra finalidade é lembrar, reivindicar, protestar acerca da exigência dos serviços que

os órgãos públicos precisam garantir para a pessoa com autismo, sobretudo nas áreas da saúde, da educação, do serviço social”, explicou Cristina Serra, representante da ONG Amora.

Dentre as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia, Cristina destacou os serviços de saúde como maiores entraves no cotidiano de pessoas autistas. “Hoje, a gente tem um número muito grande de pessoas diagnosticadas com autismo e pouquíssimos profissionais capacitados na área da saúde, principalmente na rede pública”, apontou. Mãe do menino Daniel, de 3 anos, a pedagoga Marcele Goes falou sobre sua experiência, obstáculos e alegrias. “A principal dificuldade ainda é o preconceito, a falta de informação. É importante que as pessoas abram seu coração, sua mente para tentar entender um pouco do universo da criança autista, que é apaixonante. Todo dia é um aprendizado novo. Eu vejo o autismo não como uma

deficiência, mas uma maneira diferente de ser. A minha visão de mundo mudou radicalmente depois do nascimento do meu filho, profissionalmente, pessoalmente, nas minhas relações com o outro, e eu acredito que para muito melhor”, alegrou-se. Pai da pequena Amanda, de dois anos, que foi diagnosticada com autismo há cerca de um ano, o advogado Sancler Campos, da Casa do Autista, falou do significado da atividade. “É importante chamar atenção da sociedade paraense para a causa autista. A gente acredita que mais eventos como este devem acontecer com maior frequência para fortalecer a luta e informar, levar o tema adiante. É necessário um olhar diferenciado da sociedade sobre a criança autista e isso só vai acontecer através da informação, que vai desmistificar o autismo e mostrar que o autista é uma pessoa normal, com suas limitações, mas é uma pessoa comum”, argumentou.

Especialistas dizem onde obter informações seguras sobre transtorno Recorrer ou não a terapias alternativas? Restringir ou não a dieta? A escola pode cobrar taxa extra? Essas são algumas dúvidas que pais, familiares e amigos de pessoas com autismo podem ter. A internet, com tantas opiniões, nem sempre é um ambiente seguro para pesquisas. No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a Agência Brasil conversou com algumas pessoas que são referência no assunto e reuniu algumas fontes de informação.

EDUCAÇÃO “Responder à pergunta de qual é a escola ideal é um pouco complicado. A escola ideal é aquela com a qual a família se identifica com as ideias e que está próxima à residência”, diz a coordenadora do Diversa, Aline Santos. “É preciso mudar a cultura que associa autismo a dificuldade de aprendizagem ou deficiência de aprendizagem. Toda criança aprende. Ter autismo não significa que não aprenda. Tem de quebrar essa ideia de limitação e focar nas potencialidades que se pode desenvolver”, complementa.

Aline esclarece que as escolas são proibidas de cobrar taxa extra de estudantes com autismo ou de qualquer estudante com deficiência. Além disso, escolas não podem recusar matrículas e devem se adaptar às necessidades dos alunos. As instituições são também obrigadas a oferecer um profissional de apoio caso seja constatada a necessidade, mesmo que temporária dele. O Diversa é uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes, em parceria com o Ministério da Educação e diferentes organizações comprometidas com o tema da equidade. O objetivo é apoiar redes de ensino no atendimento de estudantes com deficiência em escolas comuns. No site, estão disponíveis conteúdos teóricos e práticos sobre educação inclusiva e um serviço de atendimento a dúvidas dos usuários. Quem se interessar, pode integrar, no portal, uma rede de troca, formada por usuários do portal e participantes de encontros presenciais.

Brasileira de Autismo (Abra), Marisa Furia Silva, não há tempo a perder, especialmente em se tratando de crianças com autismo. “Às vezes surgem coisas e as famílias acabam indo atrás achando que vai funcionar. Não se pode perder tempo com isso. É preciso buscar pontos de vista de profissionais da área, de universidades, antes de qualquer tratamento. As associações também têm um papel importante na informação.”. A Abra reúne, em nível nacional e internacional, as entidades voltadas para atenção das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo. Nasceu para que as diversas associações de pais e amigos de pessoas com autismo que surgiam regionalmente no país tivessem uma representação nacional. No site, está disponível, por localidade, uma lista com as entidades filiadas.

mais ampla seus direitos. Infelizmente, a população não tem conhecimento das características que definem a pessoa com autismo. Não há um exame clínico, mas uma série de fatores e evidências que levam ao diagnóstico”, informa a presidente da Associação de Amigos do Autista (AMA) de São Paulo, Maria de Fátima da Silva Souza. Por meio de convênios com as secretarias estaduais de Educação e da Saúde, a entidade oferece atendimento especializado, diário e totalmente gratuito a mais de 300 crianças, jovens e adultos que apresentam o transtorno. Além disso, oferece palestras e serviços gratuitos a profissionais e familiares sobre o tema. No site, estão disponíveis cartilhas, além da legislação que protege as pessoas com autismo.

MOBILIZAÇÃO

ASSOCIAÇÕES CIVIS

“O Dia da Conscientização é um dia para que as instituições, as pessoas e familiares possam discutir de forma

Segundo o coordenador do Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Francisco Assumpção, o cuidado

Para a vice-presidente da região Sudeste da Associação

SAÚDE

começa já no diagnóstico, é preciso que o médico seja especializado na questão para dar um diagnóstico preciso. “Muitos são os autismos e isso muda o tratamento. Só um terço das pessoas com autismo precisa ser medicado. Os remédios vão diminuir os sintomas. Quando o grau do autismo é alto, tem de diminuir alguns sintomas como agitação, agressividade, impulsividade, coisas que vão atrapalhar o real tratamento que é a estimulação”. Os profissionais mais indicados, de acordo com Assumpção, são os neuropediatras e os psiquiatras da infância. Eles deverão indicar a estimulação mais adequada para cada caso. “Se fizer qualquer tratamento, a criança ou pessoa com autismo não vai aproveitar. É muito frequente a gente ouvir que é a família que escolhe. A família tem de saber que algumas coisas não têm a menor base [científica] e não ter a menor base significa estar fazendo tratamento que não sabe se vai funcionar”.

WORKSHOP Desde 2015, o pediatra e neuropediatra da Neuro Saber, Clay Brites, realiza um workshop gratuito transmitido online. O objetivo é reduzir a falta de informação acerca do autismo, que, segundo ele, é um transtorno complexo, variável e que quanto mais cedo é identificado, geralmente até os 3 anos de idade, melhores os resultado das intervenções. Neste ano, o workshop será de hoje a 10 de abril. As inscrições são feitas pela internet. No workshop, o neuropediatra tratará de questões desde as características básicas do autismo, dos mitos que rondam o transtorno até orientações de como conduzir uma criança com autismo. “Existem terapias que têm maior evidência científica. Às vezes, os pais ou responsáveis deixam de levar a criança em uma terapia comportamental para levar o filho para fazer hidroterapia, sendo que a primeira é comprovadamente melhor para o desenvolvimento da criança. O objetivo não é desqualificar o que existe, mas nortear a intervenção”, conclui Clay Brites.

UFPA prorroga até o dia 6 de abril inscrições ao curso livre de alemão 10 SEMESTRE Valor varia entre R$ 250 e R$ 350, com desconto para pagamento à vista

do Pará prorrogou até o próximo dia 6 o perído para inscrições ao curso livre de língua alemã, que dispõe de 450 vagas para as turmas do primeiro semestre deste ano. Para ter acesso, o candidato deverá ter, no mínimo, o ensino fundamental

A Universidade Federal

completo. O curso é também aberto aos acadêmicos de Letras, Filosofia e Turismo e a estudantes interessados de outros cursos, bem como, ao público em geral. Os interessados deverão se inscrever por meio do

site da Fadesp (www.portalfadesp.org.br), onde estão todas as informações. O candidato deverá preencher o cadastro, emitir e pagar o boleto disponível. O pagamento pode ser parcelado, com entrada e mais duas mensalidades. Há desconto

para pagamento à vista. O valor é diferenciado por segmento. Alunos dos cursos de Letras, Filosofia e Turismo da UFPA pagam apenas R$ 250,00, enquanto os estudantes dos demais cursos pagam R$ 300,00. Público em geral pagará R$ 350,00.

Se o pagamento for à vista, é dado desconto de R$ 50,00. Mais informações podem ser obtidas no Telefone: (91) 98090-1790, no email alemaoufpa@gmail.com. As aulas deverão começar no dia 7 deste mês e se estenderão até o dia 15 de julho.

ECOZOO Contação de história também mostrou ludicamente como se dá a transformação As crianças tiveram mais uma manhã domingo voltada para elas, no Mangal das Garças, Cidade Velha, graças ao Projeto Teatrinho do Mangal. Os pequenos puderam conhecer um pouco mais sobre a vida das borboletas no Momento EcoZoo, com a equipe de tratadores do parque, e depois ouviram a história chamada “A borboleta e a minhoca”, contada pela atriz Zezé Caxiado. O evento é promovido em todo o primeiro e terceiro domingo

ARY SOUZA -O LIBERAL

Mangal mostra às crianças como as borboletas surgem das lagartas

Crianças e familiares foram ao Mangal e conheceram um pouco mais sobre borboletas

do mês, com entrada gratuita. As crianças ficaram fascinadas pelo desenvolvimento das borboletas, apresentado pelo graduando em Biologia, Nayron Francês. Ele mostrou os três tipos de borboletas presentes no Mangal, que são conhecidas como “Olho de Coruja”, “Júlia” e “Ponto de Laranja”. “Uma borboleta destas, até virar uma linda borboleta, primeiro é lagarta. Muita gente vê as lagartas acham feias e matam, mas é a lagarta que vai virar estas borboletas que a gente vê”, explicou Nayron. As crianças puderam pegar nas lagartas que não eram venenosas, nos casulos e nas borboletas. O objetivo da dinâmica é gerar nas crianças o sentimento de cuidado com o

meio ambiente. Em seguida, os pequenos ainda tiveram a história “A borboleta e a minhoca”, do livro “A primavera da lagarta”, da escritora brasileira de livros infantis Ruth Rocha. Esta foi a primeira participação da contadora Zezé Caxiado na atividade do Mangal. “Esta história fala sobre transformação a eles. Os outros insetos brigam com a lagarta, mas ela mostra que todos tem os seus defeitos. E ela também passa por um processo para virar borboleta”, falou. “Primeiramente, é esplendoroso e maravilhoso ver uma parcela de pais que trazem seus filhos para ouvirem história. Uma história que é contada, não tem teatro, é o livro que está aqui”, agradeceu.


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