Briefing: Rachel Rossi

Briefing “Resumo; série de referências fornecidas contendo informações sobre o produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e objetivos. O briefing sintetiza os objetivos a serem levados em conta para o desenvolvimento do trabalho.”

ABC da ADG - Glossário de termos e verbetes utilizados em design gráfico.

Olá, Meu nome é Rachel de Paula Rossi.

Nasci em Cruzeiro, cidade aos pés da Serra da Mantiqueira, no interior de São Paulo. É, sou uma paulista em Beagá desde março de 2015.

Tenho 23 anos, carinha de 15 mas experiência de, pelo menos, uns 50.

Fui criada como uma princesa, com uma vida confortável e que eu pensava ser perfeita. Boa aluna na escola, muito organizada, tinha As Quatro Estações de Vivalvi no Ipod, além de Secos e Molhados, Chico Buarque, Creedance...

Enfim, ninguém queria dividir o fone comigo nos intervalos das aulas.

Tinha muitos colegas mas me sentia muito mais a vontade no meio dos amigos dos meus pais do que os da minha própria escola. Não fui nada popular.

A partir dos 15 tudo mudou: meus pais se separaram traumaticamente, descobri o défict de atenção, a depressão, o transtorno obcessivo compulsivo, todos os tipos de remédios e tratamentos. Dos 18 aos 22 fiz por volta de18 vestibulares, de faculdades pequenas à federais. Fiz matrícula em 6 cursos mas frequentei “apenas” 3 faculdades diferentes (todas em Sampa, meu).

Já dei aula para crianças, trabalhei em ONG, fui servidora pública. Fiz cursinhos pré-vestibulares pela metade. Descobri verdadeiramente o valor das pessoas nos meus momentos de tristeza e converso com moradores de rua porque eles têm suas lamúrias também.

Sou paradoxal. Faço as pessoas rirem e tomo antidepressivos.

Sou prolixa e ansiosa. Já falei sobre toda a minha vida em menos de 5 minutos de leitura.

Sou fofa e amo amar.

Dentro de mim guardo um mundo. Quero conhecer o mundo escondido em cada um.

Entre

Meu mundo Ê formado pelo caos peneirado, que encontrou no simbolismo e na subjetividade uma forma de organizar a bagunça.

DIVERSÃO

Porque (quase) tudo tem um lado positivo.

Ah, a querida Rua Augusta!

Assim como ela, recebo as mais diferentes pessoas de braços abertos, valorizo um bom fim de tarde sentada em uma esquina jogando conversa fora com os amigos e danço até o sol raiar (ou o metrô abrir).

Excentricidades e novidades em cada canto explorado (dos brechós, das lojinhas, dos botecos, da vida ou da rua).

Em um relacionamento sério com Netflix

Meu passatempo preferido: mergulhar de cabeça em séries e filmes.

Sonhar acordada com novas vidas. Posso virar serial killer, mãe de dragões, John Malkovich e até Paola Bracho. Imaginativa e medrosa, prefiro fingir que faço parte de uma história que não é minha, com escolhas que eu não faço e consequencias que não sinto.

São tempos difíceis para os sonhadores

Amélie Poulain e sua capacidade de resignificar as coisas.

Pequenos prazeres, pequenos atos de cuidado com as pessoas ao redor, além de uma busca por desafios e novas experiências - tudo meticulosamente planejado dentro de uma cabecinha de vento - são características que nos unem.

INTENSIDADE

Tudo é muito: teatral, dramático, escancarado, metódico, rápido, devagar...

Uma escova de dentes mastigada me representa.

Ela serve para limpar os dentes, atividade nobre e importante, mas a ansiedade e a insegurança atrapalham tudo: machucam a gengiva e deixam muita sujeira para trás.

O ornitorrinco é um mamífero que bota ovos, com pelos de castor e bico de passarinho, além de ser semiaquático como um sapo.

Ele quis ser tudo, se transformando em um ser exótico e paradoxal.

Toca aqui, Ornitorrinco! Sou assim também.

Barroco, pérola imperfeita. Cheia de Deus e do Homem. Expressiva, intensa, paradoxal.

Um furacão de ideias que vira algo para ser apreciado.

Essa sou eu: uma mistura de valores, problemas e cores, que se opõem e complementam, na tentativa de dar ao mundo algo belo.

e essa BOCA? Boca aberta; boca grande; boca cheia de dentes; boca nervosa; boca preta, roxa, vermelha, azul e às vezes nude; boca com piercing; boca no trombone; boca que beija; boca que sorri; boca que elogia; boca que chora. Minha boca vive.

RESL IÊ INCA I RESILIÊNCIA RESILIÊNCIA RESILIÊNCIA

CORES CORES CORES

Propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica. Com fé, com amor e com um sorriso no rosto recobrei minha integridade depois das mais diversas situações. Resiliência é o que me mantém em pé.

Não sou mulher de uma cor só.

Gosto de contrastes num dia de céu azul e brisa suave, de branco num dia frio ou preto numa noite calma.

Gosto do azul com o laranja, do amarelo e do roxo assim lado a lado. Mas quando acordo de ovo virado, um cinzinha vai bem.

Pitaya: um nome estrambólico para uma fruta esquista.

A primeira vista, suas cores gritam força mas só quem prova sabe o quão suave é o seu sabor.

Ela se veste de uma armadura aparentemente impenetrável para esconder sua fragilidade interna. Prazer, Rachel Pitaya.

ANTES DE IR FOTO DE CAPA: Cintia Soto FOTO CONTRACAPA: KrisAtomic DESENHO CARROSSEL: Heather Luciana DESENHO BOCA: Danilo Franco DEMAIS ILUSTRAÇÕES: Shoestock DEMAIS FOTOS: Rachel Rossi

RACHEL DE PAULA ROSSI METODOLOGIA APLICADA AO PROCESSO DE DESIGN PROFESSORES FLÁVIO NASCIMENTO E RAQUEL CANAAN ESCOLA DE DESIGN - UEMG

BELO HORIZONTE 2015