Radar Magazine ED.62

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R$ 23,00

EDIÇÃO 62 - ANO 11 DEZ 21 / JAN 22

RR RR

COLUNISTAS AMADEU CARLOS FERREIRA FERNANDO LUMMERTZ

NO SANGUE E NO CORAÇÃO

FEIRAS ABCASA FAIR ABUP COUROMODA FENIN / VISTA FAIR SUL INSPIRAMAIS CIOSP

EDIÇÃO 62 – ANO 11 – DEZEMBRO 21 / JANEIRO 22

NO SANGUE E NO CORAÇÃO

Malu Sevieri, fundadora da Emme Brasil, tem sua história intensamente ligada às feiras de negócios

ENTREVISTA

IVAN BUDINSKI Pesidente da SPTuris tem como desafios retomar os grandes eventos e o turismo da capital paulista.


Sucesso é

compartilhar!

Todo novo momento é feito por pessoas que acreditam e possuem um mesmo ideial. O nosso é sempre gerar negócios para expositores e visitantes, e criar conexões cada vez mais verdadeiras entre as pessoas que fazem o sucesso das mais variadas indústrias. Por isso, em 2022, você encontra todos os nossos eventos que você já conhece, além de eventos do nosso hub de inovações: NMB Reload. Feito por pessoas, para pessoas, para potencializar negócios nos mais variados mercados.

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SUMÁRIO

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Radar Magazine | Dezembro 21/Janeiro 22



EDITORIAL

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setor de feiras de negócios teve seu carnaval antecipado com a volta de grandes eventos desde a liberação. O “abre alas” foi composto por ABCasa Fair, ABUP, Waste Expo Brasil, FCE Pharma, FCE Cosmetique, Beauty Fair, Pet South America. Isso para citar apenas algumas que aconteceram na capital paulista. No entanto, o aumento de casos de COVID-19 na Europa e o surgimento da ainda indecifrável variante ômicron, começa a levantar novamente algumas incertezas para o setor. Muito bem! Não podemos encarar o momento como mais uma oportunidade “de se perder oportunidade”. A retomada, forte, das feiras não pode servir como uma desculpa para relaxarmos ações pela busca de algumas causas importantes para o setor. A aliança e relacionamento conquistados com a esfera pública deve ser mantido e fortalecido ainda mais. É o momento certo para buscarmos a categorização das feiras e eventos. Nesse curto espaço de tempo de quatro meses de retomada, tivemos todos os tipos de feiras B2B, B2C, congressos, eventos culturais, festivais e até evento de público como a Fórmula 1. Então, vamos seguir fortes, com as alianças e parcerias conquistadas durante o difícil período da pandemia, e buscar a concretização das importantes demandas do setor. Ô abre alas, que os bons negócios vão passar! Seja bem-vindo 2022. Aproveite a leitura. Roberta N Yoshida roberta@gruporadar.com.br

PUBLISHER

FOTOS E ILUSTRAÇÕES

Roberta N Yoshida roberta@gruporadar.com.br

Dpositphotos | Divulgação

EDITOR

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO

Luis Marino Orsolon luis@gruporadar.com.br

redacao@gruporadar.com.br

DIRETORA DE ARTE, FOTOGRAFIA E MULTIMÍDIA Roberta N Yoshida

COLABORARAM NESSA EDIÇÃO Amadeu Carlos Ferreira

PROJETOS ESPECIAIS

Fernando Lummertz

Luiz Octavio Pinto Neto (Jaka) jaka@gruporadar.com.br

Paulo Passo

UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO RADAR & TV Redação e administração: Radar Comunicação CH LTDA. A Radar Magazine não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Não é permitida a reprodução total ou parcial sem a prévia autorização. Distribuição Online pelo issuu.com/revistaradarmagazine Tiragem: 3 mil exemplares | Data de publicação: 30/11/2021

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Parceiro de mídia


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ETÁCULO DA NATUREZA PARA VOCÊ. Foi na busca pelo ouro que os portugueses encontraram Eldorado. Mas a joia rara daqui é outra: é cada uma das belezas naturais

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SUMÁRIO

46 CAPA

MALU SEVIERI, FUNDADORA DA EMME BRASIL, TEM SUA HISTÓRIA INTENSAMENTE LIGADA AS FEIRAS DE NEGÓCIOS

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EVENTOS Apagão de mão de obra OPINIÃO Fernando Lummertz ABCASA FAIR COUROMODA FENIN FASHION E FENIN FASHION GRAMADO

28 INSPIRAMAIS DECOR SHOW E 30 ABUP HOME & GIFT & TÊXTIL

36 ENTREVISTA Takao Sato é referência na realização de eventos que celebram a cultura japonesa

32 CIOSP 42 SUSTENTABILIDADE O futuro é verde e inclui os eventos 56

GIRO DO PORTAL RADAR

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DEU RUIM! Amadeu Carlos Ferreira

10 ENTREVISTA Ivan Budinski Presidente da SPTuris tem como desafios retomar os grandes eventos e o turismo da capital paulista.

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ENTREVISTA

IVAN BUDINSKI

Presidente da SPTuris tem como desafios retomar os grandes eventos e o turismo da capital paulista

LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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Formado em direito e com uma ampla experiência no setor público, Ivan Budinski assumiu a presidência da São Paulo Turismo (SPTuris) em agosto de 2021. Em 2013, após atuar na iniciativa privada, Budinski foi nomeado Procurador Geral no município de Guarulhos, atuando no Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos (SAAE). Como o início da gestão de João Doria/Bruno Covas na prefeitura da cidade de São Paulo, em 2017, foi convidado para o cargo de Chefe de Gabinete de Relações Governamentais. Desde então permaneceu nessa gestão, passando pelos cargos de Chefe de Gabinete e Secretário Adjunto em outras secretarias, como Turismo (onde teve grande contato com as atividades da SPTuris) e Casa Civil. Antes de aceitar o convite para comandar a SPTturis, Budinski ocupava o posto de Diretor Financeiro da Cohab/SP. Em entrevista para a Radar Magazine, o executivo falou de seus planos para a SPTuris e para o turismo da capital paulista.

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foto: Daniel Deák

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ENTREVISTA

Como foi o convite para assumir a empresa? Somado a minha experiência no setor público, sempre tive grande e excelente contato com a Câmara de Vereadores do município, principalmente enquanto estive na Casa Civil. Neste período exercia a vereança o prefeito Ricardo Nunes. Acredito que tenha adquirido a confiança do atual prefeito e tido a oportunidade de provar a competência para ocupar o presente cargo. Você assume a SPTuris tendo quais missões principais? Temos muitos desafios pela frente, e um deles é o planejamento dos próximos grandes eventos num momento de retomada do setor na cidade e no Brasil todo. Claro, com toda a cautela, pois sabemos que a pandemia ainda não acabou, então precisamos adotar as medidas para garantir a segurança sanitária do público, inclusive estando prontos para eventuais suspensões ou cancelamentos, caso assim seja apurado necessário. Quais ações já estão sendo realizadas? Esse ano teremos as tradicionais decorações natalinas, que se iniciam agora em dezembro com o Festival de Natal e em alguns pontos em parceria iniciativa privada.E para

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o ano que vem a prefeitura iniciou os preparativos para o Carnaval, tanto do Sambódromo quanto os blocos de rua. As escolas de samba já puderam iniciar os trabalhos na produção de fantasias e alegorias, e as inscrições para os blocos teve início em meados de outubro. Além disso, estamos finalizando a transição da gestão do Anhembi para a GL events, para que os contratos já firmados nos espaços ocorram normalmente com o retorno de eventos de negócios, feiras, exposições, convenções e shows. Qual sua visão sobre o setor de eventos na capital paulista? O setor de eventos é importantíssimo para uma cidade como São Paulo, pois impacta diretamente em outros setores da economia A cidade de São Paulo é conhecida como a capital de negócios do Brasil, onde acontecem as principais feiras e exposições de negócios, eventos corporativos e onde se concentram os escritórios das maiores empresas nacionais e multinacionais. Temos também um grande potencial do turismo de lazer e de entretenimento que tem sido destaque nos últi-


mos anos, tanto de shows e festivais de música, como do circuito de cinema, exposições em museus, peças de teatro e outras manifestações artísticas. A capital paulista pulsa cultura também com os artistas de rua, os grafites, músicos independentes, designers, galerias de arte, tanto que muitos eventos desse segmento acontecem por aqui e são sucesso de visitantes a cada edição. Tivemos, no início deste segundo semestre, alguns eventos-teste do Governo do Estado, tanto na capital como em outras cidades, e até o momento foram bem-sucedidos. As pessoas foram monitoradas durante um tempo, percebeu-se que não houve aumento de casos de Covid-19 com a realização dessas atividades, e as autoridades sanitárias começaram a liberar outros setores, como o público nos estádios. Tivemos também a excelente experiência e resultados da Fórmula 1, servindo de exemplo para essa retomada. A prefeitura já criou uma comissão e grupo de trabalho que está analisando a realização e retomada dos eventos presenciais junto aos promotores. A tradicional corrida de São Silvestre, no dia 31 de dezembro, foi confirmada recentemente, após a realização de outras provas com público nas ruas, e temos percebido que é viável, ainda mais por ser em área aberta, desde que os protocolos sanitários sejam mantidos. Como está o processo de “passagem de bastão” do Anhembi para a GL events? Estamos numa fase de transição que tem ocorrido muito tranquilamente de ambas as partes. A concessão vai permitir a modernização do Anhembi, que tem mais de 50 anos de história e voltará ao mercado internacional de grandes eventos de negócios e entretenimento. A expectativa do concessionário é que o projeto despontará como o mais novo bairro de São Paulo, o Distrito Anhembi, revitalizando não só o local, como também o seu entorno. O programa de investimentos imobiliários é da ordem de mais de R$ 1 bilhão, e com isso o complexo vai se tornar referência mundial para sediar eventos de todos os tipos e portes, com a modernização dos espaços já existentes e construção de novos equipamentos. Um dos projetos detalhados foi da primeira arena multiuso da cidade de São Paulo, com capacidade para 20 mil pessoas, apresentado em meados de outubro ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Com investimento na ordem de R$ 500 milhões, a Arena São Paulo será construída por meio de uma parceria entre a Live Nation Entertainment, líder mundial em entreteni-

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mento ao vivo; a Oak View Group (OVG), empresa global de desenvolvimento, consultoria e investimento em arenas, e a GL events. As obras começarão no segundo semestre de 2022 e a conclusão está prevista para 2024. Sem o Anhembi, quais serão as principais atividades da SPturis ligadas ao setor de eventos? A SPTuris já atua de forma muito forte com eventos ligados à Prefeitura, como o Réveillon, o Carnaval, Virada Cultural, Parada LGBT e outros nos quais a empresa oferece apoio de produção e montagem de infraestrutura, já que temos mais de 15 anos de know-how nessa área. E temos trabalhado para oferecer ainda mais suporte às outras secretarias municipais e empresas municipais, prestando serviço para eventos e ações, como foi o caso da Expo Internacional Dia da Consciência Negra, que aconteceu agora em novembro. É um evento da Secretaria Municipal de Relações Internacionais em que a SPTuris está dando todo apoio no planejamento e realização. A empresa, no período da pandemia, atuou de outras formas como o Hospital de Campanha montado em 2020 no Pavilhão de Exposições, que foi um espaço de grande utilidade pública e de saúde para atender casos leves e médio de pessoas infectadas com o coronavírus. O hospital foi gerido pela Secretaria de Saúde mas teve todo apoio de nossas equipes e foi desativado ainda no ano passado com sucesso por ter desafogado a rede pública de saúde. E logo depois, no começo de 2021, tivemos a segunda onda, e dessa vez a SPTuris contribuiu muito com a operação de drive-thrus e postos de vacinação, inclusive no Anhembi. Isso tudo num momento em que os setores de turismo e eventos foram muito afetados, mas manteve o funcionamento da empresa e criando novos projetos, apoiando a prefeitura e outras secretarias municipais. Outro exemplo muito positivo é a Ação Vidas no Centro, que disponibiliza sanitários, banheiros para tomar banho, lava-roupas para o público, de forma gratuita, no centro da cidade. Foi também uma iniciativa da Prefeitura com outras secretarias e operação da SPTuris, que ajudou muito a população em situação de vulnerabilidade na região central, especialmente nesse momento delicado em que a higiene pessoal se tornou ainda mais crucial. E agora esse projeto passa por uma transição para ter equipamentos permanentes. Com a retomada dos eventos, a tendência é que a empresa também volte com fôlego total para atender as demandas das ações e projetos dos vereadores, que realizam

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ENTREVISTA

muitas atividades e eventos sociais, culturais nos bairros, com infraestrutura e produção da SPTuris. Em relação ao turismo, quais os planos que a SPTuris tem para o desenvolvimento do setor em São Paulo? Temos trabalhado com muita proximidade junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET), que acumulou as políticas públicas de turismo. Por isso tivemos este ano uma alteração no organograma da empresa, que voltou a ter uma diretoria só para cuidar de assuntos de turismo. Dessa forma, podemos focar nos projetos turísticos pensados para a cidade, como o Polo de Ecoturismo da Cantareira lançado recentemente, com divulgação de atrativos na região norte da cidade, que tem muito potencial para atrair visitantes por ser uma área verde imensa e que inclusive muitos moradores não conhecem. E assim continuaremos com os projetos em conjunto com a secretaria. Seu antecessor na SPTuris realizou algumas contratações e mudanças na estrutura. Elas se manterão em sua gestão? Você pretende realizar novas mudanças? A princípio sim, serão mantidas, entre elas a volta da Diretoria de Turismo como já foi comentada, para que os assuntos desse segmento ganhem força na empresa e na cidade. Assim a nova Diretoria de Clientes e Eventos também poderá focar na captação de novos projetos e ações para a empresa e para a cidade. Com a proximidade da “entrega” da gestão do espaço para a concessionária e o novo modelo de atuação da empresa, conforme mencionado acima, pretendemos fazer algumas adaptações em estruturas e funções visando otimizar as atividades tanto da empresa quando dos funcionários.

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Qual a expectativa da SPTuris para o desfile das escolas de samba em 2022? Estamos torcendo para que esse evento do próximo ano seja o Carnaval da retomada, como a própria Liga tem divulgado. O público e as escolas de samba ficaram este ano de 2021 sem a festa, então esperamos que seja um espetáculo como sempre, de retorno à normalidade e superação do momento difícil que foi a pandemia, que esperamos já ter passado o estágio crítico. Claro que seguiremos as determinações e protocolos sanitários que estiverem vigentes quando o evento for realizado, mas a autorização para as agremiações começarem os preparativos já foi dada e elas estão trabalhando para fazer uma grande festa no Sambódromo. Saindo do Sambódromo. Vocês já estão trabalhando a volta do carnaval de rua de SP em 2022? A Prefeitura abriu as inscrições para os blocos de rua que pretendem participar do Carnaval de Rua de 2022, que fica sob gestão da Secretaria de Cultura e com operação coordenada pelas SubPrefeituras. Nesse contexto a SPTuris geralmente participa no apoio da produção e infraestrutura. Esperamos ainda as definições das autoridades sanitárias para a realização do evento. RR


CHEGOU A HORA DE MUDAR. POR QUE POR QUE POR QUE MUDAR? A CAVA? AGORA? Porque o mundo mudou e não se pode mais atuar como há 2 anos atrás

Porque temos em nosso DNA o pioneirismo e a ousadia de criar novos conceitos e formas de atuar

Novos conceitos e ideias precisam ser criados e executados

Porque além de nossa reconhecida excelência em serviços, somos uma empresa humana, colaborativa e ética

Porque sua feira e seu evento precisa mais do que um fornecedor, ele precisa de quem pense igual e junto com ele

Porque entregamos um conceito em vigilância e segurança

Porque precisamos estar em constante evolução

Porque time que está ganhando se mexe sim. É recompensador quando o resultado aparece

Porque sua feira e seu evento não tem mais margem para erros

vigilância e segurança 12

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BRANDED CONTENT

Fiera Milano Oportunidades reais de negócios

fotos Zilene Rolim.(Polly Gourmet Feiras & Eventos)

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o longo de 2020 e 2021 a indústria de eventos ganhou maturidade e provou sua resiliência ao realizar diferentes formatos de feiras, congressos e shows para levar às pessoas sempre a melhor experiência! Os desafios não foram poucos para cumprir com todos os protocolos exigidos pelos órgãos de saúde no combate à pandemia, mas os aprendizados nos motivaram a seguir adiante. Com a melhora no cenário nacional e a vacinação avançada, estimulando o retorno das atividades, a preocupação com a pandemia, que vinha apresentando queda desde junho de 2021, chega ao seu menor índice (7,3), segundo pesquisa realizada pela ABRAPE – Associação Brasileira dos Promotores de Eventos. A realização da Expo Retomada este ano, primeiro evento-teste chancelado pelo Governo do Estado de São Paulo, apresentou à sociedade brasileira e ao mundo as boas práticas em biossegurança. E com o apoio da nossa matriz Fiera Milano, conseguimos promover a 2ª edição da Exposec Virtual e a Fesqua Virtual, trazendo novas possibilidades de negócios para os setores de segurança eletrônica, esquadrias, fachadas e vidro num ambiente 100% digital. 16

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Maurício Duval Macedo diretor geral da Cipa Fiera Milano

Também tivemos o privilégio de acompanhar a delegação do Brasil junto com a Animaseg - Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho e a Apex-Brasil no projeto Brazilian Safety, durante a realização da A+A, reconhecido como o mais importante evento global na área de Saúde e Segurança do Trabalho. O nosso sentimento é de felicidade em ver a retomada de feiras deste porte. Vimos uma movimentação internacional bastante grande na cidade de Düsseldorf com a presença de muitos países. As pessoas e as empresas estão todos ávidos pelo face to face e o reencontro presencial. Por isso, nossa jornada seguirá firme em 2022 com todas as feiras confirmadas do portfólio – Exposec, Ecoenergy, Reatech, Fesqua, Fisp, Fire Show, Ebrats, Tubotech e Wire South America - e o nosso compromisso em aproximar as empresas dos profissionais desses setores, para gerar oportunidades efetivas de parcerias e negócios para todos. RR



FEIRAS

CAIXA DE PANDORA

Apagão para muitos, oportunismos para alguns e oportunidade para outros

ROBERTA N YOSHIDA| roberta@gruporadar.com.br

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m dos efeitos pós pandemia, que já era previsto pelo mercado de feiras de negócios e eventos, é o apagão de mão de obra. João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil e um dos diretores da UBRAFE (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios), externou essa preocupação em uma recente entrevista concedida à IELA - International Exhibition Logistics Association. Picolo falou sobre as dificuldades de se encontrar mão de obra, principalmente com a retomada e forte aquecimento do setor previsto para 2022. O setor de “montagem” no Brasil ainda é composto por um grande grau de 0informalidade e profissionais autônomos no Brasil, os MEIs – também conhecidos como “freelas”. A falta de trabalho gerada por uma paralisação de 100% das atividades desse setor obrigou esses profissionais a buscarem sobrevivência em outros setores. Mesmo com um rendimento menor – mas uma qualidade de vida melhor – muitos desses profissionais não pretendem voltar ao mercado.

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Muitas empresas prestadoras de serviços, como montadoras de estandes, cenografia, elétrica, gastronomia, dentre outras, também já acenderam o alerta para este problema. “Descobri que existe vida além dos pavilhões”, completa José Marques, prestador de serviço freelancer na área de montagem. De acordo com Marcelo Soares, presidente da Associação Brasileira de Cenografia e Estandes (ABRACE), os associados têm reportado a falta de mão de obra especializada e capacitada como eletricistas, arquitetos, pintores, marceneiros entre outros. Soares também se mostra preocupado com a questão da ética no mercado. De acordo com o executivo, os poucos profissionais que restaram são inundados por propostas de concorrentes e chegam a trocar de “job” repentinamente por uma questão de R$ 10,00 a hora. “Vai ser difícil fechar a conta! Além do apagão de mão de obra e a falta de ética, ainda temos a questão do aumento dos insumos, que em alguns itens chega a 300% (vide box). Some-se a isso o aumento do valor da mão de obra dos poucos profissionais que restaram”, completa Marcelo. A OPORTUNIDADE O que pode é crise para alguns pode ser oportunidade para outros. Há uma grande quantidade de oportunidades para novos entrantes no setor. Uma ação para profissionalização e capacitação de profissionais para a base do setor de montagem de estandes e cenografia foi criada pela ABRACE, em parceria com o Centro Paula Souza (CPS), autarquia do Governo do Estado de São Paulo. Outra iniciativa, mas com cunho social, é realizado pela Casa Venezuela, uma organização não governamental, em parceria com Operação Acolhida - uma ação extremamente eficiente em operação na fronteira do país desde fevereiro de 2018. A ONG atua para a inserção socioeconômica dos imigrantes refugiados, evitando que os mesmos sejam um peso para os serviços assistenciais nacional. A Casa Venezuela atua no Brasil todo e possui cerca de 400

mil venezuelanos cadastrados, com documentação totalmente legalizada, seja através de pedido de residência ou de refúgio. Em sua base há profissionais capacitados e qualificados para as mais diversas áreas, no entanto existe uma grande parte que pode ser absorvida pelo setor de feiras e eventos em exercício de CLT ou temporário “São pessoas que, de alguma forma, possuem uma conexão com outras pessoas da Casa Venezuela, não são totalmente desconhecidos por nós. Além de terem uma vontade enorme de se inserirem na sociedade, fazem uma boa entrega de seus serviços e engajamento. Queremos muito, que o setor nos dê uma oportunidade, para mostramos quão profissionais essas pessoas são”, diz Blanca Montilla, diretora executiva da Casa Venezuela. A iniciativa já gerou a primeira colocação de um engenheiro pela TRIART. Em um processo seletivo padrão, a empresa recebeu sete currículos com qualificação acima do esperado, de todos os candidatos. “É nossa primeira experiência na contratação de um imigrante, e que está nos surpreendendo. Não se trata apenas de uma ação social, é muito mais que isso. É poder oferecer oportunidade a uma pessoa que está literalmente sem nada, sem expectativas ou perspectivas. E não se trata de um indivíduo, e sim de uma família toda” detalha Roberto Picarelli, diretor da TRIART. A empresa é uma das poucas que não enfrenta o apagão de mão de obra na área mais operacional de pavilhão, pois durante todo o período da pandemia manteve seu quadro de funcionários. A Fulstandig, empresa de logística internacional para feiras e eventos, já teve em seu quadro de funcionários, cubanos e sírios. “Sempre consideramos enriquecedor o contato com outras culturas, dinâmica de trabalho e, claro, a contribuição social ao contratar imigrantes. Esta ´troca´ é benéfica para todos. E como nossas equipes sempre foram formadas por profissionais de todo o canto do País, diferentes sotaques e orientação, aqui não há espaço para qualquer dificuldade de integração”, finaliza Mariane Ewbank, diretora da Fulstandig. RR Radar Magazine | Dezembro 21/ Janeiro 22

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OPINIÃO

EVENTOS DE NEGÓCIOS EFICAZES SÃO PRESENCIAIS FERNANDO LUMMERTZ fernando@expoguia.net.br

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Fernando Lummertz é fundador da Rede Feiras, conferencista e consultor especializado em planejamento estratégico para feiras de negócios.

olto a esse assunto porque o momento pede. Estamos vivendo cada dia na expectativa de que possamos controlar a pandemia e que a vida retorne a normalidade. Entretanto, por questões de segurança e sobrevivência dos negócios precisamos contar com um PLANO B CONFIÁVEL. Nesses últimos tempos houve oportunidades variadas em diversos países e, claro, incluindo o Brasil, para avaliar a eficácia dos eventos B2B online. Nos últimos meses retomamos a realização dos eventos presenciais e agora já temos indicadores confiáveis de eficácia de um modelo e do outro. Em que pese toda a tecnologia adotada nos eventos digitais, os resultados obtidos nos eventos B2B presenciais dão um banho no digital. Até aí nenhuma novidade visto que a grande maioria dos profissionais do setor já esperava por isso. Onde quero chegar? Estou considerando uma potencial eficácia do meio digital no mundo dos eventos na condição de extensão do presencial. E cada vez mais me convenço de que só iremos ter benefícios relevantes quando esse recurso digital for aplicado de modo assíncrono. Ou seja, não simultâneo com o evento presencial. A CAUDA LONGA, isso sim será bem vindo e irá agregar valor real ao evento presencial. Algumas plataformas de cauda longa próprias para B2B já estão alcançando resultados expressivos na Europa. Todas muito simples, racionais e extremamente práticas. Sem embarcar tecnologias pirotécnicas. Porque é assim que o mundo B2B funciona. De modo objetivo e prático. No mundo dos eventos de negócios o PLANO B tem de ser tão prático e eficiente quanto o Plano Original. Tomara que não mas

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se houver novas ondas e os eventos tiverem de ser suspensos por conta disso, não podemos mais repetir as ações que praticamos sob o impacto da pandemia que pegou a todos de surpresa. Se novas ondas ocorrerem não teremos mais a possibilidade de alegar surpresa. Porque agora já tivemos tempo e experiência para desenvolver o melhor PLANO B. Pessoalmente experimentei inúmeras plataformas para eventos B2B desenvolvidas no Brasil e outras tantas desenvolvidas no exterior, A grande maioria, quase a totalidade, com ações e recursos em excesso que só confundem os usuários em lugar de lhes facilitar a realização do contato pretendido com a agilidade necessária. E, assim como eu, você também deve ter experimentado. Seja por necessidade seja pelo efeito do impulso mimético que costuma nos impelir para fazer aquilo que os outros estão fazendo. Talvez a teoria mimética (Rene Girard, antropólogo e filósofo francês falecido em 2015) também explique porque os promotores de eventos, em sua maioria, tenham apresentado PLANOS B similares uns aos outros. Um efeito espelho. Cada vez mais me vem a certeza de que nessa solução que buscamos, o menos é mais. Talvez então devamos lembrar de Aristóteles, para quem “o que vai garantir beleza a uma obra, é a proporção, a simetria, a ordem, a justa medida”. Fica aqui, portanto, o meu apelo tanto aos promotores de eventos quanto aos profissionais de tecnologia para que olhem com mais objetividade as razões pelas quais patrocinadores, expositores e visitantes se engajam em um evento de negócios. E desenvolvam alternativas pensadas nas reais necessidades desses mencionados players. Temos de estar prevenidos. É uma questão de sobrevivência. RR


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T

odo domingo, o jogador de futebol que faz três gols em uma mesma partida pode pedir uma música no quadro “Gols do Fantástico” da Rede Globo. A Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas e Flores (ABCasa) se prepara para marcar seu “terceiro gol” durante a pandemia em fevereiro de 2022. De 7 a 11 de fevereiro a associação realiza no Expo Center Norte, pela terceira vez, uma edição da sua ABCasa Fair durante a crise de saúde. Tanto a ABCasa Pocket Show, realizada em outubro de 2020 quando São Paulo estava na fase verde, quanto a ABCasa Fair realizada em agosto de 2021 superaram a expectativa de público e dos organizadores. De acordo com Flávio Pignataro, gerente de marketing da ABCasa, estas edições foram importantes para conquistar a confiança de expositores e visitantes de que todos os protocolos contra COVID-19 seriam seguidos durante todo o evento. “Essa confiança foi essencial para que as feiras ocorressem de forma tranquila. A ABCasa Pocket Show, por exemplo, teve 77% de aprovação com relação aos protocolos de segurança. Já a sétima edição da ABCasa Fair foi o primeiro grande evento de negócios a solicitar o passaporte da vacina, seguindo o decreto do Estado de São Paulo”, comenta. O público da edição de agosto de 2021 superou as expectativas, com a feira recebendo mais pessoas do que o esperado. “Estávamos preparados para isso. Entendemos que a próxima edição será ainda maior com relação ao número de visitantes graças ao andamento da vacinação no Brasil. Até lá, a maioria da população já estará com as duas doses”, explica Pignataro. Até o fechamento desta publicação, mais de 360 expositores estavam confirmados para a próxima edição. Entre elas estão importadores e fabricantes de artigos de decoração, presentes temáticas, papelaria, utilidades domésticas, festas, flores permanentes e têxtil para casa. Para manter esta confiança de visitantes e expositores em alta, a feira terá um layout com corredores amplos, mais largos, no mesmo modelo da ABCasa Fair de agosto 2021. “Também teremos stands mais abertos para facilitar o

fluxo dos visitantes e evitar aglomerações. Vamos disponibilizar totens de álcool em gel nos corredores, praças, lounges, espaços de conteúdos e nas entradas da feira”, afirma o executivo. Mesmo que a ABCasa Fair não tenha expositores estrangeiros - e sim marcas/produtos que são expostos por empresas brasileiras importadoras/distribuidoras – a associação está de olho nas movimentações referentes a restrição de viagens que ainda acontecem em vários países. “Infelizmente este é um ponto ainda de atenção que temos acompanhado de perto, porém já temos delegação e compradores confirmados para a próxima edição da ABCasa Fair que receberemos no International Business Center”, comemora. Pignataro segue confiante que a feira terá um número maior de participação internacional em fevereiro de 2022 superando as expectativas como ocorreu na edição de retomada em agosto de 2021. Além da exposição, a feira contará com espaços para apresentações de conteúdos para os profissionais visitantes. Para estas ações, a ABCasa convidou profissionais com experiência nos setores representados por ela para falar um pouco de suas trajetórias, apresentar cases de sucesso e trazer temas que estão em alta nos segmentos. A ABCasa Fair também contará com ambientes organizados por parceiros da ABCasa, que serão fontes de tendência para profissionais de festas e mesa posta. Entre os já confirmados para esta ação estão a decoradora de festas Dani Sakurai e a especialista em visual merchandising e mesa posta Lu Locchi. Se depender apenas da associação, muitos “gols” ainda serão marcados em 2022 com o retorno do calendário integral da associação. De 24 a 27 de maio retorna no Anhembi a feira Natal, Festas e Parques da ABCasa. A feira foi a mais prejudicada pela pandemia e não acontece há dois anos. “Estamos preparando um evento com muitas atrações e detalhes para marcar o retorno. Também teremos outra edição da ABCasa Fair em agosto, em data a ser confirmada”, finaliza Pignataro. RR 23


FEIRAS

Hora de faturar! Couromoda 2022 muda sua data para garantir ampla visitação e geração de negócios LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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ssim como todos os organizadores de feiras de negócios do Brasil (e do mundo) a São Paulo Feiras Comerciais precisou se reinventar em 2020. Após realizar a Couromoda em janeiro de 2020, a empresa viu a pandemia chegar e seus planos mudarem para o restante do ano – e para 2021. “Na verdade, não tínhamos certeza do que aconteceria. Ninguém tinha. A princípio, imaginávamos que a feira de 2021, em janeiro, aconteceria de forma presencial. Com o avanço da pandemia, transferimos a mostra para março, ainda pensando na feira física. Mas infelizmente não foi possível”, conta Jefferson Santos, diretor da feira.

Jeferson Santos sócio diretor do Grupo Couromoda

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A dura decisão foi recebida com compreensão pelos expositores, que entenderam que o cancelamento não era uma escolha da organização. A maioria dos expositores ficou com crédito para a edição 2022 e, de acordo com Santos, alguns poucos pediram ressarcimento. “Coube a nós, então, fazer a gestão destes recursos, garantindo a realização da mostra e honrando nossos compromissos, mesmo sem praticamente ter novas receitas oriundas de venda de espaços. No geral, o mercado foi bem receptivo e compreensivo”, explica. A solução para este período sem o evento físico foi apostar as fichas no online. O resultado foi o nascimento da Couromoda Digital, que contou com três edições (março, junho e em agosto), cada uma com um mote comercial específico. “Para a Couromoda Digital, foi criada uma plataforma, que permite a fabricantes e lojistas fazerem negócios com poucos cliques. Estas mostras virtuais ajudaram a potencializar lançamentos e a promover negócios entre fabricantes e compradores, sejam eles lojistas nacionais ou importadores estrangeiros. Para 2022, o projeto será reformulado. Provavelmente teremos menos edições digitais, porém mais fortalecidas”, adianta o executivo. A plataforma Couromoda Digital, hospedada dentro do portal Couromoda.com, ficará disponível - aos expositores da feira presencial e aos lojistas - 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 365 dias e será impulsionada em períodos específicos, quando serão realizados os eventos virtuais, em datas que são importantes para a indústria e comércio. Outra ação realizada pela organizadora para manter seus visitantes e clientes próximos foi o Fórum Conexão COUROMODA, com muitos debates e conteúdo voltados ao segmento calçadista. Ao longo de 2021 foram mais de 17 edições, com grandes nomes do setor debatendo assuntos que impactam diretamente nos negócios do complexo calçadista. De acordo com Santos, este projeto também não deixará de existir e voltará com força em 2022. Em relação ao presencial, a Couromoda 2022 traz uma grande novidade. Atendendo a uma demanda do mercado, a organizadora decidiu mudar a data do evento de 2022. A mostra iniciará no dia 17 (segunda-feira) e seguirá até o dia 19 (quarta-feira) de janeiro. Antes, a feira estava prevista para o período de 16 (domingo) a 18 (terça-feira). “Muitos expositores e também lojistas demonstraram o desejo de que o evento não começasse mais no domingo, pois isso acarretaria viagens ainda no sábado para muitos dos participantes e uma possível redução na visitação”, explica. Com lançamentos de outono-inverno e também de alto verão (para pronta-entrega), a COUROMODA será novamente o evento que abrirá o ano comercial do setor calça-

dista. Realizada poucas semanas após as vendas de Natal e de Ano Novo, o evento serve para que lojistas e compradores estrangeiros abasteçam seus empreendimentos. A maioria das principais marcas de calçados, bolsas e acessórios já confirmaram presença e lojistas de todo o Brasil estão se movimentando para estarem presentes. “O sentimento é de otimismo, pois há uma enorme demanda reprimida por eventos presenciais. Lojistas e expositores estão ávidos por se reencontrar, trocar ideias e informações e, principalmente, fazer bons negócios, comemora o executivo. De acordo com Santos as negociações junto aos expositores seguem em ritmo acelerado, mas ainda não é possível cravar quantas empresas estarão presentes. “Diferente de outras edições, em 2022 muitos estão deixando para a última hora. Porém, estamos confiantes em um evento enxuto, compacto, funcional e vendedor”, pontua. Outra previsão é que a feira será mais nacional, mas não deixará de contar com compradores estrangeiros, em especial os da América Latina. Este será, inclusive, um dos principais focos desta edição: geração de negócios. “Todo nosso esforço e investimento estão concentrados em trazer o maior número possível de visitantes, nacionais e estrangeiros, potencializando as vendas. Por este caráter diferenciado, não estamos com muitos projetos paralelos, que devem voltar em 2023. Estamos confiantes num excelente evento em janeiro próximo”, finaliza Jefferson Santos. RR

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FEIRAS

FENIN abre o calendário das feiras de indústria têxteis no Brasil com edições em Gramado e São Paulo LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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última feira da indústria têxtil realizada no Brasil foi a FENIN, e agora a FENIN é a primeira que acontecerá depois de tudo que vivenciamos no ano passado e neste ano. Novamente será uma vitória” A frase de Julio Viana, diretor da EXPOVEST, resume o sentimento otimista para a próxima edição da FENIN Gramado. O evento tradicional de moda está agendado para 25 a 28 de janeiro, no Serra Park em Gramado (RS). Em 2021 a empresa foi uma das únicas promotoras de eventos a realizar uma feira no ramo de confecção no país, em janeiro de 2021. Mesmo em um momento complicado, a Fenin Fashion Gramado terminou com um volume de vendas de aproximadamente R$ 200 milhões. Em função da pandemia, naturalmente, expositores e visitantes vieram em menor número do que na última edição – foram cerca de 100 expositores e de 3 mil CNPJs inscritos. Por conta da pandemia, havia uma limitação de lotação máxima de 1.200 frequentadores/dia. Com o cenário já apresentando uma razoável normalidade, a expectativa é que os números superem os da última edição. Apenas até o momento de fechamento da revista, 250 expositores já haviam confirmado presença na 26ª edição. “Neste ano esperamos retomar o número de visitantes pré-pandemia e até superá-lo, devido a procura que estamos tendo

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para o evento. Inclusive respeitando todos os protocolos que precisam ser atendidos”, afirma Viana. Uma grande novidade na FENIN será o Espaço Infantil com as melhores marcas da moda infantil do país, presentes em Gramado. Outro destaque será uma parceria entre o SEBRAE RS, SIVERGS e a consultoria Costura de Negócios, um espaço coletivo destinado à indústria de confecções e artesanato do RS apresenta marcas de todo o Estado: o GRUPO RS estará presente com mais de 20 malharias e marcas em um espaço incrível na feira. Além disso, a ACIJA estará presente com as principais malharias de Jacutinga, representando o evento com o melhor da moda mineira. Já a Associação Gaúcha de Startups (AGS) e o Sindilojas Porto Alegre somam quadro com a feira no hub de inovação i.nova FENIN. Como startups Try Out, Lemonapp, Shasta, Bluday, Slap Law, Funnil e muitas outras, apresentam suas soluções tecnológicas para a indústria têxtil. Simultaneamente acontece a Vista Fair Sul, uma versão da feira que acontece em São Paulo, para agregar as linhas de moda fitness, praia e lingerie. “Os expositores estavam pedindo pelo evento e estamos juntos comemorando a volta ao presencial, que terá muitos lançamentos”, Ana Flores, diretora da Vista Fair.


FENIN FASHION SÃO PAULO Antes de desembarcar na Serra Gaúcha, a EXPOVEST realiza a edição paulista da feira - a FENIN Fashion São Paulo – marcada para ser realizada de 17 a 19 de janeiro, no Anhembi. Em 2022 a feira contará com os lançamentos do mercado de vestuário nacional, abastecendo e nutrindo todo o ecossistema têxtil. O evento é dirigido principalmente para lojistas e profissionais de moda, que buscam pelos melhores produtos, preços, novidades e benefícios para seus negócios. Esta também será a segunda vez que São Paulo recebe uma edição da FENIN em meio a pandemia. No ano passado, em março, os organizadores conseguiram realizar a feira, mas de uma forma diferente, em um formato “showroom”. Durante três dias, os visitantes puderam acompanhar no Pro Magno Centro de Eventos as melhores tendências outono/inverno 2021. Mas a EXPOVEST não parou por aí. A organizadora lançou e realizou em São Paulo a primeira feira de jeanswear da América Latina: Denim Business (DBSP) A feira nasceu com DNA (RE) de RECONSTRUIR, RECONECTAR, E RESIGNIFICAR as relações de forma mais humana e afetiva, tendo como propósito conectar toda a cadeia do jeanswear em um só lugar. Para Giuliana Castelo Branco, consultora de jeanswear e organizadora da feira junto com Viana, o evento colaborou para uma semana do Denim no Brasil, movimentando e unindo uma cadeia muito importante da moda brasileira. “Nosso intuito foi fazer um mix de marcas de todo Brasil em um único lugar, para que os lojistas tenham essa facilidade de comprar, prospectar e conhecer novas marcas no mesmo espaço e para que as marcas também possam prospectar clientes, mostrar seu produto e criar uma relação mais próxima com os lojistas nessa nossa retomada”, finaliza Viana. RR

Edição 2021 da FENIN SP

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FEIRAS

De volta e de casa nova Salão Inspiramais será itinerante e estreia novo formato em Porto Alegre LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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pós uma década em São Paulo e três edições totalmente virtuais, nos dias 25 e 26 de janeiro de 2022, o Centro de Eventos FIERGS receberá o Salão Inspiramais no formato phygital, um evento físico e digital. Será a primeira vez que o evento será realizado em Porto Alegre (RS), dando início a uma nova era para o Inspiramais. “O Inspiramais acompanha o espírito do tempo. Adaptamos o formato e escolhemos o local de acordo com as necessidades do mercado, e é motivo de orgulho realizarmos o evento em Porto Alegre”, explica o presidente da Assintecal, Gerson Luis Berwanger. O objetivo da Assintecal é tornar o salão itinerante, mas seguindo com sua realização duas vezes ao ano. A intenção da Assintecal para as próximas edições é contemplar os polos de moda do Brasil. Berwanger explica que a escolha por Porto Alegre foi natural, dada a proximidade com a indústria do calçado, a força do mercado de confecção e moveleiro, além de ser uma capital que comumente recebe empresários do Brasil e do mundo. A capital gaúcha também conta com um alto grau de vacinação, o que faz com que a expectativa para o evento seja a melhor possível, não somente para negócios realizados com compradores brasileiros, mas também internacionais. Nesta edição, o Inspiramais já tem confirmada a presença de mais de 50 importadores de 10 países, a maior parte da América Latina. No último Inspiramais presencial, realizado em janeiro de 2020, o Projeto Comprador Internacional gerou mais de US$ 9 milhões em negócios realizados in loco e alinhavados no evento. O projeto é realizado por meio do programa By Brasil Components, Machinery and Chemicals, realizado pela Assintecal em parceria com a Apex-Brasil. A estimativa é que mais de sete mil visitantes confiram as novidades de 150 expositores que estarão presente no salão que reunirá soluções em design para a indústria de calçados e artefatos, confecção, móveis e bijuterias de 150 expositores nacionais. Apesar da volta ao presencial, os avanços e os benefícios das edições digitais serão mantidos. “Os palestrantes estarão fisicamente 28

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na FIERGS, mas todo o conteúdo será transmitido e ficará disponível para acesso pelo canal do Inspiramais no YouTube”, explica Silvana Dilly, superintendente da Assintecal. O programa de conteúdo do evento contará com mais de 10 palestras sobre design e sustentabilidade. “Queremos estimular a inspiração do mercado de moda a partir do olhar e do toque nos materiais, estreitando o relacionamento com a oportunidade do contato presencial”, completa. Um dos destaques do evento será o projeto Conexão Inspiramais, que lançará ao mercado mais de mil materiais inovadores para a temporada 2023_I. A iniciativa, realizada em parceria com o Sebrae Nacional, teve pesquisa iniciada há um ano e meio com a curadoria do Núcleo de Design do Inspiramais, comandado pelo renomado estilista Walter Rodrigues. Na avaliação do estilista, a singularidade do projeto está na combinação de fatores, como a pesquisa que reúne tendências mundiais - com o olhar direcionado para o mercado brasileiro, e no grupo de gestores em design que acompanha o desenvolvimento de produtos e atua nas áreas criativa, comercial e de comunicação. Ele conta que, desde setembro, o núcleo de design realizou, ao menos, seis encontros com cada uma das empresas com o objetivo de orientar a criação dos materiais. “O Conexão é a vitrine do Inspiramais. É o primeiro impacto causado no visitante. Todo esse trabalho busca criar a melhor experiência, organizando e facilitando o processo criativo de quem participa do evento”, explica Rodrigues. Todos os materiais expostos no espaço estarão disponíveis para comercialização nos estandes das 150 empresas expositoras do Inspiramais. Será exigido o uso de máscara, disponibilizado álcool em gel 70% e mantido distanciamento. Também será obrigatória a apresentação de carteira de vacinação completa (duas doses) ou teste de PCR atualizado na entrada do evento.


O Conexão é a vitrine do Inspiramais. É o primeiro impacto causado no visitante. Walter Rodrigues

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FEIRAS

Em dose DUPL ABUP realiza duas feiras de negócios em fevereiro para fortalecer o setor de casa e decoração LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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vida dentro de casa em isolamento antecipou novos hábitos e outros ganharam escala em diversas áreas. O lazer gira em torno da casa, as pessoas têm mais prazer e necessidade em se dedicar à cozinha, cuidar da decoração, cuidar das plantas, assistir filmes e séries, distrair os filhos e acompanhar suas aulas. O segmento de casa e decoração sai fortalecido dessa pandemia, com o ambiente doméstico aumentando sua relevância frente a importância os ambientes corporativos tiveram até então. Neste contexto, assim como foi em agosto de 2021, a Associação Brasileira de Empresas de Utilidades e Presentes (ABUP) realiza em fevereiro duas importantes feiras deste setor. “O olhar das pessoas para suas casas nunca mais será o mesmo, morar bem é e será um investimento definitivamente incorporado aos costumes”, aponta Jamil Rima, presidente da ABUP. Logo no início do mês, de 5 a 8, acontece a ABUP Decor Show no Pro Magno Centro de Eventos. Algumas semanas depois, a associação realiza – entre 16 e 19 de fevereiro, a Home & Gift & Têxtil, no São Paulo Expo. “A Decor Show tem as principais marcas de decoração, mesa posta, têxteis decorativos, presentes e design autoral brasileiro. Já a Home, Gift & Têxtil é oficialmente a feira da indústria nacional de utilidades domésticas e têxteis para casa. Os maiores e principais fabricantes do setor estarão lá. Conta também com um bom número de empresas de decoração, que optaram por fazer os dois eventos”, explica Rima.

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Para suas feiras, a ABUP trabalhará novamente com o mesmo padrão do evento do ano passado: corredores mais largos, credenciamento antecipado, área disponível para distanciamento na entrada, etc. “Nossos visitantes compradores, assim como nossos associados, se adaptaram muito tranquilamente a todas às exigências durante a pandemia. Observamos que por mais incomodas que possam ser as regras colocadas, podemos contar com a colaboração de todos. Não tivemos nenhum incidente”, comemora Rima. De acordo com o executivo, ainda é prematuro estimar o número de visitantes que devem comparecer ao evento. Outra questão que segue em aberto é o grau de internacionalidade de expositores e compradores. No entanto, Rima adianta que a procura estrangeira pela feira está acima da média dos outros anos. “Estamos com um trabalho intenso de internacionalização das nossas empresas e felizmente já colhemos frutos desse investimento”, completa. São esperados cerca de 300 expositores na feira. A ABUP informa ainda que enquanto o fim da pandemia não tiver sido decretado, o foco do evento permanecerá exclusivamente no receptivo e ações de venda aos lojistas e compradores, minimizando os riscos e exposições desnecessárias. “As empresas estão muito animadas para retomar esse contato direto. O período pandêmico foi de muito estudo, pesquisa e criatividade. A indústria nacional de utilidades domésticas promete lançamentos inovadores. Todos os principais nomes estarão presentes”, finaliza Jamil Rima. RR


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FEIRA

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SORRINDO NOVAMENTE

Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo volta ao presencial e de casa nova, o Anhembi LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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inda que debaixo de máscaras, o sorriso estará de volta ao rosto de todos os participantes do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), agendado para acontecer de 26 a 29 de janeiro de 2022. Se em 2020 – antes da declaração da pandemia – o evento ocupou os 4 pavilhões do Expo Center Norte, somando em apenas um dia mais de 33 mil pessoas, em 2021 a feira foi obrigada a ocupar o mundo digital. “Passamos o ano de 2020 e 2021 só conversando com as empresas do setor. Fizemos várias reuniões e, em comum acordo, esperamos as coisas melhorarem para só fazer o evento de 2022”, explica Wilson Chediek, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – APCD, promotora do CIOSP. “Todos os eventos de 2020 e 2021 foram adiados. Com isso os salões de exposição em São Paulo ficaram sobrecarregados, com agenda acumuladas e, até para fechar a mesma data do CIOSP que já estava programada, exigiam um contrato de pagamento. E isso é um risco muito grande”, completa. Chediek analisa como positiva a experiência do evento online, realizado em outubro de 2021, que contou com palestras de alto nível científico. “Foi muito satisfatório. Claro que se fosse

na época do lockdown, seria mais visto. Nessa fase atual os profissionais já voltaram a trabalhar e, mesmo assim, foi um sucesso!”, comemora. Agora, em sua volta ao presencial, o CIOSP quer movimentar e impactar novamente uma ampla cadeia de serviços que vai desde o próprio setor odontológico, passa pelas empresas de montagem de estandes, transportes, comércio e entretenimento, até o setor de viagens e turismo. E tudo isso acontecendo em uma nova casa, o Anhembi. “Entendemos que o Anhembi é o melhor local, pois apresenta maior segurança para nós neste momento em função de toda área que possui. Além disso ele conta com uma nova cobertura no salão de exposição. Acredito que, tanto para o congressista quanto para os expositores, será muito bom, pois teremos ruas de 8 metros, o que garante o espaçamento e evita aglomeração”, explica o presidente da APCD. Ruas mais largas é apenas uma das medidas de segurança da feira que ocupará praticamente quase todo o pavilhão do Anhembi. Para evitar filas, não serão utilizados crachás impressos, com o congressista fazendo sua inscrição pelo site. Após se inscrever, será enviado um QR Code que dará acesso ao evento. Radar Magazine | Dezembro 21/Janeiro 22

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FEIRA

Percebemos que as pessoas estão ansiosas pelo evento presencial. O evento virtual foi muito bom, mas não substitui o presencial. Wilson Chediek

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De acordo com os organizadores, os estandes também serão mais amplos, assim como a praça de alimentação. Uma novidade será uma arena para o Conselho Federal de Odontologia. “Teremos também inovação na área de laser, com estandes exclusivos para as palestras científicas, e algumas serão gratuitas”, afirma. Para 2022, as expectativas são positivas, já que mais de 200 empresas estarão presentes. “Principalmente neste ano, de 2021, percebemos que as pessoas estão ansiosas pelo evento presencial. O evento virtual foi muito bom, mas não substitui o presencial”, completa. Chediek acrescenta que o CIOSP seguirá todos os protocolos de segurança estabelecidos pelo Governo de São Paulo que inclui: uso de máscara em todos os locais do evento, passaporte de vacinação e teste de Covid-19 para quem não tem o esquema vacinal completo. “Estamos esperando muitos representantes de entidades de Portugal, Argentina, México, Paraguai. Basta seguirem as medidas impostas pelos órgãos competentes para embarcarem para o Brasil.” Em “tempos normais”, o CIOSP costuma receber mais de 100 mil profissionais inscritos no evento, onde expositores nacionais e estrangeiros trazem as últimas novidades da indústria odontológica. “O CIOSP é uma ´Disneylândia´ do setor, onde o profissional vai encontrar de tudo para suprir a necessidade, seja lá qual for a especialidade. As empresas estão com expectativas e os congressistas estão confiantes. Sabemos que a classe odontológica espera ansiosamente para participar do evento, conferir as novidades do setor e aproveitar as grandes promoções para comprar produtos e equipamentos”, finaliza o presidente da APCD


O Futuro Inovador já começou! O Transamerica Expo Center está, mais do que nunca, pronto para a ascensão do mercado de eventos. Com um espaço moderno, seguro, amplo e aprimorado com novas tecnologias, estamos preparados para receber você com o melhor atendimento e estrutura. Equipado para encontros presenciais, híbridos ou 100% on-line + de 1.300 eventos bem-sucedidos

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ENTREVISTA

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ENTREVISTA


Arigatô, Takao! Takao Sato é referência na realização de eventos que celebram a cultura japonesa

LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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s Matsuris são festivais que celebram a cultura japonesa. No Brasil, é impossível pensar em Matsuri e não associar a um nome: Takao Sato. Fundador da TASA Eventos, Takao é referência e realizador dos principais eventos deste segmento no país. Takao entrou para o mundo dos eventos de forma espontânea, mas sempre engajado com questões da comunidade nipônica. Antes de ter sua empresa foi diretor social da ACEMA, a Associação (nipo-brasileira) Cultural e Esportiva de Maringá. Foi nesta posição que teve seus primeiros contatos com essa indústria de eventos, organizando uma série de eventos como o carnaval do clube, jantares, bailes, entre outros. Depois de concluir sua graduação em turismo, trouxe toda esta experiência para fundar sua própria organizadora. O primeiro trabalho? Justamente a profissionalização do festival Nipo-brasileiro da ACEMA, ainda em 2003. Atualmente, além dos Matsuris, a TASA Eventos tem em seu portfolio as Feiras de Imóveis com apoio da Caixa Econômica Federal no Paraná, Santa Catarina e Rondônia, além de diversos congressos técnico-científicos, nacionais e internacionais. A Radar Magazine conversou com Takao para conhecer mais sobre o mundo dos Matsuris, seu trabalho e perspectivas para 2022.

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ENTREVISTA

Como e quando você entrou para o mundo dos eventos? Minha entrada no mundo dos eventos se deu de forma espontânea. Muito antes de ter minha própria empresa, já engajado nas questões da comunidade nipônica, fui diretor social da ACEMA, a Associação (nipo-brasileira) Cultural e Esportiva de Maringá. Foi lá onde tive meu primeiro contato com essa indústria, afinal, como diretor social organizava uma série de eventos como o carnaval do clube, jantares, bailes, entre outros. Quando enfim concluí minha graduação em turismo, trouxe essa experiência para criar a minha própria empresa – a TASA Eventos, cujo primeiro trabalho foi justamente a profissionalização do festival Nipo-brasileiro da ACEMA, ainda em 2003. Além dos Matsuris, a Tasa Eventos realiza quais tipos de eventos? Além dos Matsuris (festivais de cultura japonesa), posso destacar as Feiras de Imóveis com apoio da Caixa Econômica Federal no Paraná, Santa Catarina e Rondônia, além de diversos congressos técnico-científicos, nacionais e internacionais. Agora entrando no mundo dos Matsuris. Como foi o caminho para se tornar uma referência nestes festivais e hoje são quantos eventos ligados a esta área que a Tasa tem participação? Hoje o Festival Nipo-brasileiro de Maringá é um dos maiores eventos de cultura japonesa do país. Ao todo, já vencemos cinco prêmios Caio, o Óscar do mercado de eventos no Brasil, tornando-o uma referência no setor. Mas para chegarmos nesse resultado foi preciso pensar fora da caixa. Eu sempre busquei agregar diferenciais nos meus eventos, dando preferência a atividades que promovessem uma maior interatividade com o público visitante. O objetivo não era somente expor o conteúdo, era criar uma experiência de verdadeira imersão na cultura japonesa. Com o sucesso do formato vieram convites importantes, como o do Costão do Santinho Resort que me contatou para juntos desenvolvermos um produto que melhorasse a taxa de ocupação do hotel nos períodos de baixa estação. Propus então a criação de um festival temático nipônico – o Costão Matsuri – que em 2022 irá para sua décima oitava edição. A iniciativa foi um sucesso e hoje conseguimos entregar quase 100% de taxa de ocupação do Resort durante o período do festival. Atualmente, temos seis Matsuris no calendário. O Rio Matsuri (no Rio de Janeiro), o Geek & Matsuri (no Sesi Osasco em São Paulo), o Costão Matsuri (Florianópolis-SC), o Festival Nipo-brasileiro (Maringá-PR), o Jungle Matsuri (Manaus-AM) e o Indaiatuba Matsuri (no interior de SP).

RIO MATSURI

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O Rio Matsuri é hoje o maior que vocês realizam? Poderia dar mais informações sobre a sua criação e como será sua volta? Sim, o Rio Matsuri é o maior evento que realizamos. Tudo começou em 2017 quando encontrei a Milena Palumbo (atual CEO da GL events no Brasil) na LAMEC - Latin America Meeting & Events Conference, realizado no WTC Events Center (Sheraton) que me propôs organizar, em parceria com a GL events, um festival de cultura japonesa no Rio de Janeiro, em comemoração dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil (que ocorreria no ano seguinte, em 2018). O casamento foi um sucesso e juntos conseguimos realizar 3 edições incríveis, sendo a última em janeiro de 2020, dois meses antes do início do lockdown no Brasil. Justamente por conta disso, não conseguimos realizar o evento em 2021. Contudo, a expectativa para o ano que vem é excelente. Já programamos realizar o evento no período entre 8 e 10 de abril no Riocentro. Nós já temos um público cativo no Rio de Janeiro que é absolutamente apaixonado pela cultura nipônica, seja a cultura tradicional, sejam os animes, os mangás, ou a gastronomia japonesa. Então a expectativa é sempre de um grande público, ainda mais nessa volta que será nosso reencontro. E justamente por ser um evento especial, estamos preparando uma série de conteúdos inéditos para atender essas expectativas. Podem esperar que viremos com muitas novidades. Como foi para a empresa este período de pandemia, onde os eventos não puderam ser realizados? A Pandemia atingiu a todos nós do mercado de eventos com igual força. Foi muito difícil, mais de um ano e meio sem poder realizar eventos presenciais. Ainda conseguimos nesse período encontrar soluções inovadoras, promovendo feiras e conferências virtuais, mas claro que não é a mesma coisa.

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ENTREVISTA Sem os eventos presenciais, a Tasa organizou uma série de feira digitais de imóveis. Como foi esta experiência, tanto nesta área como em trabalhar com uma feira virtual. Quantas foram? Agora com a volta do presencial estes projetos seguirão em frente? Esse é um excelente exemplo do que disse anteriormente. Diante de um cenário de adversidades sempre precisamos buscar soluções criativas e o Feira Digital de Imóveis foi uma delas. Pedi à um parceiro comercial para desenvolver um software que possibilitava ao nosso visitante virtual conhecer internamente os imóveis, além de encontrar informações de preço, local, condições, etc. Nossa ideia funcionou bem e conseguimos comprovar a praticidade do sistema. Foi a primeira Feira de Imóveis Digital com apoio da Caixa no Estado de Rondônia. O sucesso da iniciativa abriu portas e exportamos o modelo para outros estados, realizando o feira também no Paraná, em Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Apesar de ter servido bem ao propósito em nossa situação pandêmica, com o retorno das feiras ao formato presencial, fica difícil imaginar a continuidade do formato. Ainda assim, foi sem dúvidas uma experiência inédita e muito enriquecedora.

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Você está atuando também como consultor na UCCONX, evento de cultura pop que promete agitar São Paulo. Como está sendo este trabalho? A UCCONX vai ser algo completamente novo e fico muito feliz de poder participar dessa iniciativa. O evento propõe explorar seis universos temáticos: o Cosplay, o Asian, o Comics, o de Filmes e séries, o de Games e o da Cultura Urbana. Eu sou o consultor e curador do conteúdo da parte de cultura asiática. Minha responsabilidade é trazer o melhor da cultura tradicional, da culinária e da cultura pop asiática para dentro do evento, sejam mangás, animes, K-Pop, etc. É ótimo poder emprestar minha experiência ao evento, abrindo portas num segmento que já conheço um pouco, que é o segmento geek, mas que nunca tive a oportunidade de me aprofundar tanto quanto estou fazendo. Além disso, é sempre uma vivência profissional incrível poder estar em contato com tanta gente talentosa de outras áreas como a de games, quadrinhos, cinema, etc. Como está a agenda de eventos da empresa para 2022? Quantos já estão confirmados e quais? Além dos seis Matsuris que já temos em nosso calendário, recebi convites de quase todas as regiões do Brasil para organizar seis novos projetos. Serão os Matsuris de Guarulhos, Jundiaí, Campinas e Santos (no estado de São Paulo), Recife (em Pernambuco) e Joinville (Santa Catarina). Também recebemos um convite para desenvolver novos projetos de Matsuris em Portugal. O que você espera para o setor de eventos como um todo em 2022? Espero que o setor volte com tudo, afinal, foram dois anos que tivemos de represamento. Existe uma vontade muito grande por parte do produtor, além de uma demanda enorme reprimida por parte do público. Essa saudade, essa gana a gente já consegue observar desde agora com o sucesso dos eventos que estão sendo realizados no final de 2021. Para mim é inegavelmente uma amostra do que nos aguarda no futuro. RR

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SUSTENTABILIDADE

O futuro é verde e inclui os eventos Em iniciativa inédita, organizadoras de feiras de negócios se comprometem a reduzir suas emissões de carbono LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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e 31 de outubro a 12 de novembro os líderes das 20 maiores economias do mundo se juntaram a outros chefes de estado em Glasgow, Escócia, para mais uma edição da Conferência do Clima da ONU (COP26). Lideranças da indústria de eventos também estiveram na COP26 e, em 10 de novembro, apresentaram e assinaram um compromisso (Net Zero Carbon Events) para construir uma indústria mais verde e sustentável, reduzindo e – futuramente – zerando as emissões de carbono. A iniciativa organizada pelo Joint Meetings Industry Council (JMIC) tem como intuito conectar a indústria de eventos globalmente ao movimento crescente em direção ao zero líquido até 2050. Estiveram presentes na sessão Stephanie Dubois (chefe de operações de eventos da SAP); Kai Hattendorf (CEO da UFI), Monica Lee-Müller (Diretora Geral do Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong), Charlie McCurdy (CEO da Informa Markets), Miguel Alejandro Naranjo Gonzalez (secretário da UNFCCC), Cristina Pace (Presidente do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da eSkootr Championship), Bob Priest-Heck (CEO da Freeman), Mike Seaman, (CEO da Raccoon Events), Alan Steel (CEO do Javits Center), Kathleen Warden (diretora de vendas de conferências do Scottish Events Campus) e Barbara Weizsäcker (secretária-geral da European Major Exhibition Centers Association). Eles representaram os mais de 110 signatários do acordo (que incluí organizadores de feiras e eventos, centros de convenções e exposições, associações e prestadores de serviços desta indústria) e demonstraram o compromisso da comunidade da indústria de eventos para combater as mudanças climáticas. 42

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Os participantes do projeto Net Zero Carbon Events se comprometem a: – Comunicar em conjunto o compromisso da indústria de combater as mudanças climáticas e rumo ao zero líquido até 2050 – Desenvolver metodologias comuns para medir as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa da indústria – Construir um roteiro para toda a indústria rumo ao zero líquido até 2050 e reduções de emissões até 2030, em linha com o Acordo de Paris, com apoio e orientação sobre questões-chave – Promover a colaboração com fornecedores e clientes para garantir o alinhamento e abordagens comuns – Estabelecer mecanismos comuns para relatar o progresso e compartilhar as melhores práticas. “Sabemos que o setor de eventos tem uma grande pegada de CO2. Se fizermos os ajustes certos podemos ter um grande impacto. Eficiência, prevenção e economia circular são as variáveis decisivas nos passos que pretendemos dar”, aponta Gerald Böse, CEO global da Koelnmesse. Isso inclui, por exemplo, atividades de viagens em conjunto com feiras comerciais; logística ou integração de elementos digitais em feiras híbridas, bem como construção de estandes ou sustentabilidade na concepção dos recintos de feiras. Recentemente a GL events deu um bom exemplo na França de como ações relativamente simples podem gerar grandes impactos. Como parte de uma abordagem para reduzir as emissões de carbono, a Viparis alugará 8.000 m² do Hall 8 de seu centro de convenções e exposições (Paris Nord Villepinte) para a GL events, a fim de armazenar os equipamentos necessários para a montagem dos estandes da feira Première Vision Paris.

O objetivo é evitar o movimento de mais de 500 veículos pesados durante cada uma das duas edições anuais da feira. Esta colaboração entre duas gigantes francesas do setor de eventos permitirá que a Viparis diversifique os modos de utilização dos seus espaços. Já para a GL events, a parceria limitará severamente os fluxos de transporte relativos a um dos seus eventos profissionais mais importantes. Desde a sua criação em 1973, a Première Vision equipou seus espaços de exposição com materiais 100% modular e reutilizável de uma edição para outra. No entanto, o transporte desses ativos da região de Paris exigia quase 500 viagens de caminhão por edição. “Limitar o frete é o elo que faltava em nosso setor para fornecer serviços com um impacto de carbono reduzido. Esta é a primeira etapa de uma abordagem que esperamos perpetuar e estender a outros ativos”, explica Olivier Ferraton, Vice-CEO da GL events. A disponibilização de espaços de armazenamento no Paris Nord Villepinte permitirá evitar as emissões de CO2 associadas ao transporte, com uma economia total de 82 toneladas de CO2 por ano. “O desenvolvimento sustentável é um foco crítico e de longa data da indústria de eventos. Os princípios de sustentabilidade estão firmemente incorporados às práticas da indústria e as expectativas dos clientes há muito tempo”, afirma Hugh Jones, CEO global da RX. “Com mais de 400 eventos, em 22 países em 43 setores da indústria, RX tem um papel importante e de liderança a desempenhar na educação e inspiração de nossos clientes, comunidades e parceiros para nos reconstruirmos melhores após COVID-19 e criar um ambiente mais justo e mundo sustentável”, acrescenta. Radar Magazine | Dezembro 21/ Janeiro 22

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SUSTENTABILIDADE

NÃO SÓ NOS EVENTOS DE NEGÓCIOS Não são apenas as feiras e eventos de negócios que estão pensando em um futuro mais sustentável do setor. A próxima turnê do Coldplay pelo mundo será parcialmente movida por uma pista de dança que gera eletricidade quando os fãs pulam e pedalam, por exemplo. Esta é parte de um plano de 12 pontos para cortar sua pegada de carbono, dois anos depois que a banda prometeu não fazer uma turnê até que pudessem fazer isso de uma forma mais sustentável. O Coldplay também plantará uma árvore para cada ingresso vendido. Em sua última turnê, em 2016-17, eles tocaram para 5,4 milhões de pessoas. Os shows usarão eletricidade de baterias alimentadas por ventoinhas, bem como energia solar, óleo de cozinha reciclado de restaurantes locais e energia elétrica de fontes 100% renováveis quando disponíveis A turnê 2022, que terminará em Glasgow, terá emissões de dióxido de carbono 50% mais baixas do que a turnê 2016/17, mas “ainda terá uma pegada de carbono significativa”, de acordo com o plano de sustentabilidade do grupo. Quem sabe, futuramente, o Coldplay não passe a utilizar os novos geradores móveis movidos a hidrogênio 100% (GEH2®) da GL events. Esta foi mais uma ação fechada pela multinacional francesa que, a partir de meados de 2022, poderá oferecer aos seus clientes um serviço inovador, com energia sustentável produzida no próprio local do evento a um custo acessível. “Com esta nova oferta de produtos, queremos apoiar os nossos clientes nos seus esforços para reduzir o impacto ambiental dos seus eventos e ajudá-los a aumentar a sua visibilidade e credibilidade nesta área”, comunica a GL. No Brasil o Rock In Rio também anunciou um plano ousado de sustentabilidade. Há 15 anos o festival se tornou o primeiro grande evento a compensar a sua Pegada Carbônica e agora quer ir mais longe.

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Para tanto, anunciou um conjunto de metas de sustentabilidade até 2030 que visam aumentar o seu impacto positivo nos pilares social, ambiental e econômico. Alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU, estas metas começam já a ser concretizadas nas edições de 2022 do festival – em Portugal e no Brasil. “Desde 1985 que o festival assume um compromisso com a sociedade: o de sermos agentes ativos na construção de um mundo melhor e levarmos isso conosco para qualquer lugar”, explica Roberta Medina, Vice-Presidente Executiva do Rock in Rio. O festival estabelece metas ambiciosas para 2030, que se concentram essencialmente nas temáticas que o Rock in Rio acredita serem as mais necessárias para alimentar conversas que serão cada vez mais relevantes: educação, sistemas alimentares, alterações climáticas, economia circular, inclusão e pluralidade. “Para cada edição definiremos metas intermediárias – passos para alcançarmos as metas de 2030, suportados pelo nosso Plano de Sustentabilidade onde reuniremos as ações que nos comprometemos a implementar. Este Plano é distribuído por todos os nossos parceiros e estará, também, disponível no nosso site”, finaliza Dora Palma, Sustainability Manager do Rock in Rio. RR

Conheça os planos de sustentabilidade do Rock In Rio


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NO SANGUE E NO CORAÇÃO Malu Sevieri, fundadora da Emme Brasil, tem sua história intensamente ligada às feiras de negócios LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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alu Sevieri praticamente nasceu nas feiras de negócios. Herdeira de um dos sobrenomes mais conhecidos do setor, a fundadora da Emme Brasil veio ao mundo no mesmo final de semana em que seu pai, José Roberto Sevieri, preparava a sua primeira feira de segurança do trabalho. Sua infância e juventude não foi diferente, passando sua vida sempre envolvida neste setor. “Eu sempre trabalhei com eventos, nunca fiz outra coisa na vida. Eu brinco que eu nem sei se saberia fazer outra coisa da vida”, conta. Férias significavam ir para as feiras do pai. Seja no carrinho ou, um pouco mais velha, já perambulando pelos estandes. O programa era nos eventos de negócios. Além de respirar o ambiente desde cedo, as visitas eram sinônimo de diversão e até alguns presentes. “Da feira de segurança eu saia com capacete, óculos e luvas, tudo dado pelos expositores. Para uma criança, era tudo muito divertido”, relembra. O mesmo já acontece agora com uma nova geração. Nicolas, seu filho de três anos, também já acompanha a mãe em algumas de suas feiras, com direito até a a uniforme de staff. Talvez por envolvida neste ambiente desde sempre, o loca que a executiva se sinta em paz seja justamente o pavilhão. “Virar a noite na montagem da feira no pavilhão é a melhor parte. Claro que durante a feira é sensacional, mas passar a madruga no pavilhão também faz com quem você avance muito no trabalho. De manhã, já tem mil coisas resolvidas que você conseguiu adiantar durante a noite!”. Ainda criança, Malu era também quem “acompanhava” José Roberto Sevieri nas viagens e convenções da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC) no período em que ele exerceu a presidência da associação – e também da seccional paulista, ABEOC-SP, em anos diferentes. A diversão começou a se tornar profissão ao completar 16 anos e iniciar um estágio na então organizadora de seu pai, a CIPA. O trabalho foi de meio período durante um ano, pois com apenas 17 anos Malu entrou em duas faculdades. De manhã cursava Administração de Empresas na FAAP, às 13h entrava na CIPA e, às 18h, saia para acompanhar as aulas do curso de Marketing na UNIP. “Levei esta vida por dois anos e foi muito corrido. Passados estes dois anos eu consegui cancelar várias matérias da UNIP que eram ligadas à administração, pois tinha créditos da outra faculdade. Fiquei então só com a FAAP”, explica. Com este movimento Malu passou a trabalhar de forma integral para a CIPA - com apenas doi momentos de pausa. A primeira foi uma experiência de 6 meses na Argentina, para realizar um curso que a FAAP tinha para que os estudantes conhecessem o mercado do Mercosul. A segunda foi uma iniciativa ligada ao programa de pós-graduação em administração da USP, que a levou para Grenoble, na França. 48

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“Mas mesmo com estas pausas eu sempre voltava para a empresa”, ressalta. Na CIPA Malu passou por todas as áreas para conhecer por completo a empresa, atuando de 60 dias a 3 meses em cada posição. “Passei por financeiro, cobrança, fiz nota fiscal, trabalhei em tudo um pouquinho, até eu parar na parte de operacional.” Na antiga formatação da CIPA o operacional e o marketing eram juntos e composto por cinco colaboradores. Este cenário mudou depois de um período quando a organizadora ampliou seu número de feiras, com o Marketing e o Operacional sendo divididos. A separação fez com que cada área passasse a ter 5 colaboradores e Malu ficou como responsável por gerenciar estas equipes. Assim foi até 2011, ano em que José Roberto Sevieri iniciou as negociações para vender a CIPA para o grupo italiano Fiera Milano. O negócio seria concretizado no final deste mesmo ano, com José Roberto ainda permanecendo a frente da companhia por mais dois anos. “A CIPA foi vendida e o primeiro ano pós aquisição foi um caos. De um lado o Sevieri continuava a fazer a gestão da forma que ele estava acostumado. Do outro lado tinha a Fiera Milano que queria fazer uma gestão diferente”, relembra. Para tentar solucionar este “caos”, e desenvolver um novo produto na Europa, a agora CIPA Fiera Milano teve a ideia de enviar Malu para a Itália. “Estávamos em um processo de internacionalização da feira Reatech, que fazíamos aqui e que tínhamos o plano realizá-la em vários lugares do mundo. Fizemos ela na Turquia, China, Itália e África do Sul. Eu era gerente deste produto e comandar ele do Brasil era complicado, até pela diferença de fuso horário”, explica. Então, em um primeiro momento, sua mudança para Milão a colocaria em uma posição estratégica para locomoção e gerenciamento destas feiras. Em segundo lugar, era uma tentativa dos italianos de melhorar a comunicação entre os escritórios do Brasil e Itália. Malu permaneceu de 2013 a 2014 no velho mundo. Em março de 2014, com a saída de José Roberto Sevieri da operação, a CIPA Fiera Milano começou uma reorganização. Desde estrutural – com a mudança de lugar do escritório – a até alterações em grande parte da equipe brasileira. Somando-se a isso, Sevieri havia entrado com uma ação contra a Fiera Milano. “Nesta época eu chamei meu chefe na Itália e falei que não seria mais possível permanecer, porque meu pai estava entrando com uma ação contra a empresa e seria um conflito muito grande de posição. Me comprometi a ficar até que eles encontrassem alguém para meu lugar. Treinei essa pessoa por três meses e depois saí”, conta.


(R)ENCONTRO COM A MESSE DÜSSELDORF A saída da CIPA Fiera Milano proporcionou uma nova trajetória para a executiva, que perdura até hoje. Malu Sevieri é sócia majoritária e fundadora da Emme Brasil, que além de possuir as feiras ProWine São Paulo e Medical Fair Brasil, é a representante brasileira da organizadora alemã Messe Düsseldorf. Atualmente a Messe Düsseldorf conta com uma ampla rede de 8 subsidiárias e 71 representantes espalhados pelo mundo. Como parte desta teia, a Emme Brasil a tarefa de levar expositores do Brasil para a feiras da organizadora ao redor do mundo, bem como fazer a promoção destas feiras para a atração de visitantes. Para estas ações a Emme conta com suporte total da organizadora, como se fosse uma de suas subsidiárias. A empresa é responsável por formatar o planejamento anual e elaborar a estratégia. Em conjunto com a organizadora o plano e debatido e, sendo aprovado, é financiado e posto em prática. O trabalho não é realizado sozinho com o escritório da Alemanha, e sim com cada “família de feiras”. No caso da feira MEDICA, por exemplo, sentam-se todos os executivos e representantes dos eventos neste segmento para traçarem junto o planejamento estratégico. Além disso, cada vez que acontece uma feira em Düsseldorf – que são as feiras mães, as maiores – todos os representantes vão para estes eventos a convite deles. Recentemente, por exemplo, Malu esteve na Alemanha para acompanhar MEDICA 2021, realizada em novembro. “Nós nos vemos muitas vezes por ano, e acho que aí está uma das chaves do sucesso. Quando você tem um evento para vender, você vende pela comissão. Mas quando você tem 30 feiras para vender, você vende por algum sentimento que você tem”, explica. Malu exemplifica esta teoria com a nova feira da família ProWine que será realizada na Índia, país que conta com restrição alcoólica. “Será um stress vender esta feira. Mas eu penso no meu colega que irá precisar da minha ajuda para este negócio. Acredito que termos este elo é um diferencial, você começa a ter um sentimento de família.”

Como representante, a remuneração da Emme Brasil é de acordo com o m² e ingressos vendidos para estas feiras no exterior. Atualmente são comercializados cerca de 60 eventos em seu escritório. O trabalho junto à organizadora alemã começou logo após a saída da CIPA Fiera Milano. Antes da junção com o grupo italiano, a CIPA e a Messe Düsseldorf tinham um contrato para a realização de duas feiras no Brasil. Contrato fechado pela executiva quando começou a trabalhar na CIPA. “Em razão disso eu me sentia na obrigação de ir até a Messe Düsseldorf e comunicar minha saída. Deixei a Fiera Milano em junho de 2014, mas em maio eu fui até a Alemanha e avisei que ia sair e queria isso comunicar pessoalmente”, lembra. O timing não poderia ser melhor. O representante brasileiro da Messe Düsseldorf estava se aposentando depois de mais de 30 anos de trabalho, com a companhia buscando alguém para assumir o escritório no Brasil. Malu aceitou e aproveitou os seis meses que ainda teria na Europa – sua programação era retornar ao Brasil apenas no final do ano – para fazer cursos, conhecer as feiras da organizadora e aprender mais sobre a empresa. “Eu sempre falei para eles que estava aceitando a posição de representante porque eu tinha uma quarentena a cumprir e que, terminada ela, eu ia voltaria organizar feiras. Então quando assinei o contrato colocamos como condição que eu sempre apresentaria os projetos de feiras para eles, dando prioridade para a Messe Düsseldorf decidir se querem estar juntos ou não”, conta.

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VOLTA AO BRASIL E ÀS FEIRAS...OU QUASE.... A quarentena acabou no dia 19 de março de 2019 e, no dia 20 de março do mesmo ano, Malu lançou no Brasil a Provino – feira dedicada ao setor de vinhos. Conforme o pacto contratual, em 2018 a executiva contou à organizadora alemã que enxergada um espaço deixado pelo fim da feira ExpoVinis, e estava se preparando para lançar a sua feira neste segmento. Na época a Messe Düsseldorf estava expandindo sua família ProWine, mas o foco era o mercado asiático. “Eles acharam que não era o momento de entrar no Brasil, mas que poderiam vir no futuro. Registrei então o nome Provino e realizei a feira em parceria com a editora Inner, minha sócia no projeto. Os executivos alemães vieram acompanhar esta primeira edição e disseram que queriam estar juntos na próxima. Foi então que a feira se tornou a ProWine São Paulo, ganhando a bandeira deles”, explica. Além da Medical Fair Brasil, que também tem a organizadora alemã junto, a Emme Brasil possui uma parceria com a Proma Feiras (de José Roberto Sevieri) para realizar a feira BRASMIN, em maio de 2022, em Goiás. A possibilidade desta parceria se dá através de outra cláusula do contrato da Emme com a Messe Düsseldorf. Malu pode realizar feiras próprias, ou em parceria com outras organizadoras, desde que elas não sejam em setores nos quais a promotora alemã atua. A Brasmin é um exemplo, assim como o contrato que a companhia possui com a organizadora internacional Hyve para os setores de casa e decoração. Antes da pandemia Malu estava em negociação para trazer novas feiras da Messe Düsseldorf, de três setores diferentes, para o Brasil. Mas os planos foram impedidos pela pandemia.

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DESESPERO “Foi desesperador”. Desta forma a executiva acompanhou a chegada da pandemia que freou as feiras de negócios no Brasil e no mundo. Cética de que a COVID-19 duraria o tanto que já dura, a executiva postergou, inicialmente, a estreia da Medical Fair Brasil para setembro de 2020. No caso da ProWine São Paulo, que seria apenas em outubro, Malu acreditava que até lá tudo já poderia estar resolvido. “Foi um período psicologicamente muito pesado, porque fomos conversar com todos os clientes, um a um. Não usamos como argumento aquela coisa de ´tem uma medida provisória e eu não preciso te devolver nada´. Isso virou só uma proteção, mas queríamos entender a dor de cada expositor e, ao mesmo tempo, entender a dor de cada fornecedor”, relembra. O adiamento da Medical aconteceu quando faltavam apenas 6 semanas para o início da montagem, com muitos fornecedores já tendo sido pagos pela Emme Brasil. Mas, sem feira, era preciso renegociar. “Nesta hora eu tive muito suporte da Messe Düsseldorf, mas eu entendia que eles tinham problemas muito maiores para lidar. Eu estava reclamando de uma feira que tinha 300 expositores e eles tinham uma feira lá com 6.600 expositores. Uma loucura!”.

Do outro lado, vinha a pressão dos funcionários que também queriam entender o que seria da vida deles. Depois de 20 dias de isolamento, toda a equipe voltou a trabalhar presencialmente no escritório. Ninguém testou positivo para COVID-19 neste período. “Permanecemos em equipe e agora estamos rodando bem, e acho que isso foi muito porque ficamos juntos na pandemia. Esse é um dos motivos pelo qual conseguimos colocar a ProWine 2022 em pé em tão pouco tempo”, ressalta. Malu Sevieri não ficou parada esperando a volta ao presencial, muito pelo contrário. A executiva enxergou na pandemia a oportunidade de realizar dois eventos de formatos diferentes – e fugir das feiras virtuais. “Não é que eu não acredite em evento online. Eu não acredito em feira online! Ainda mais nos meus setores. Na feira de vinho o visitante quer degustar. Na Medical, que é industrial, ele quer ver as máquinas funcionando. No entanto, eu acredito na transmissão de conteúdo online, e precisávamos fazer algo”, explica. Em setembro de 2020 a Emme Brasil realizou o híbrido Medical Talks, no Expo Center Norte, em São Paulo. “Tínhamos um palco no meio do pavilhão e 60 poltronas, cada com 1.5m de distanciamento. Atrás disso uma área drive-in para quem não se sentisse seguro de descer e assistir às palestras nas poltronas”, afirma. Foram cinco dias de evento, sendo os dois primeiros dedicados a entrevistas com expositores, que não eram transmitidas ao vivo, mas que seriam postadas no youtube. Em entrevistas de 20 minutos, os expositores apresentavam seus produtos ou serviços. “Depois editamos estes vídeos e demos de presente para eles, sem nenhum custo. A ideia não era faturar e sim estar próximo deles, porque sabia que alguma hora iríamos voltar. Queríamos da um mimo e algo que pudessem utilizar em seus negócios”, explica. Os outros 3 dias foram uma grande maratona de conteúdo para discutir e compartilhar vivências que impactarão o setor de saúde.

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Em outubro, sem poder realizar a sua feira de vinho, a Emme Brasil decidiu que fariam uma degustação através do Forum ProWine. O evento foi realizado em um buffet no Campo Belo, que teve seu salão ocupado por 32 poltronas e um telão. “As nossas vinícolas mandaram os vinhos, produtos de Portugal, da Itália, da Espanha. As pessoas chegavam e, de hora em hora, eu trocava o público. Tínhamos palestras de uma hora onde o convidado degustava de 5 a 6 vinhos – sem levantar-se do lugar, sendo servido por uma pessoa – e a vinícola entrava no telão para fazer a explicação”, explica. Após este momento o grupo saia e o salão era higienizado para a entrada de novos participanetes. Foram três dias de degustação e palestras de mercado. Tudo sendo também transmitido pelo youtube. Esta última ação abriu os olhos de Malu, que pretende levar este modelo do Fórum para todo o Brasil. “Porque eu não posso fazer o Fórum no Pará, por exemplo? Levo o vinho e todas as vinícolas entram online. Então nasce um produto novo. Isso não prejudica a feira, pois a infinidade de produtos que ele verá na feira será muito maior, será uma outra experiência”, completa.

Foto: Osiris Benardino

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Rico Azeredo, Malu Sevieri e Christian Burgos, sócios na ProWine SP

VOLTA AO PRESENCIAL A ProWine São Paulo 2021, realizada de 5 a 7 de outubro no Transamerica Expo Center, marcou o retorno dos negócios para a indústria do vinho. O pavilhão atingiu sua capacidade máxima, com 3.500 visitantes profissionais, 350 marcas de vinho de 15 países, e centenas de expositores ficaram de fora.

Mas o caminho não foi fácil. “Quando chegou em junho deste ano, metade dos expositores que eram do grupo da América do Sul como Chile, Argentina e Uruguai cancelaram pois não podiam vir ao Brasil. Mas fomos em frente. A sorte foi que em agosto, quando os eventos foram liberados novamente, também liberam os europeus para entrar no Brasil”, afirma. Com este movimento, os expositores europeus que estavam em espera em razão da pandemia passaram a ocupar a área que a feira havia perdido. Três semanas antes da ProWine ser realizada, a Emme Brasil estava com lista de espera de novos expositores. “Tínhamos a opção de aumentar, mas achei que não era o momento ainda. Colocamos regras bem rígidas de biossegurança e a feira foi um sucesso. Voltar a realizar uma feira, depois de tanto tempo, é um outro sentimento”, comemora. Malu espera poder celebrar o mesmo sucesso da ProWine São Paulo quando colocar para rodar, em maio de 2022, a Medical Fair Brasil. “Estamos superanimados. Eu prefiro não fazer muita previsão, pois temos acompanhado um aumento de casos na Europa. Como consequência, acredito que teremos menos participação estrangeira”, afirma. A visão de Malu não é apenas para os seus eventos, mas para as feiras de negócios em geral no próximo ano. A executiva acredita que elas serão mais nacionais e regionais neste primeiro momento. Radar Magazine | Dezembro 21 / Janeiro 22

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A RETOMADA Se tudo ocorrer como o esperado, a executiva vislumbra um calendário de feiras de negócios apertado no ano de 2022, com o acúmulo de muitos eventos que foram postergados e todos querendo realizar suas feiras. “Para os promotores será um ano difícil de retomada, pois não teremos o mesmo número de expositores que tínhamos no passado e, ao mesmo tempo, teremos custos muito maiores. O custo de fornecedores e contratação subiram muitos. Temos ainda um desafio que se chama mão de obra, muita gente foi embora. Agora é a paciência de ensinar, mas o mercado é cíclico por natureza. A renovação será boa também, mas requer tempo”, afirma. Mesmo assim a expectativa de Malu é otimista, com as pessoas havidas para se encontrarem e fazer negócios de forma presencial novamente. “Para 2022 e 2023 vejo anos complicados, mas isso não desmotiva. Pelo contrário, é desafiador. A minha expectativa é que o mercado no mundo, e principalmente no Brasil, passará por grandes mudanças”, estima. 54

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Alguns setores também demorarão mais para voltar e novos formatos de eventos deverão surgir, prevê a executiva. As feiras em formato tradicional seguirão acontecendo, mas precisarão de novidades para sobreviver em médio e longo prazo. “Acho que a recuperação da pandemia não tem um tempo exato, pois depende do ciclo de produto. Se você tem uma feira que acontece duas vezes por ano, ela vai se recuperar muito mais do que aquela que acontece a cada quatro anos”, afirma Malu. “Acho que o ciclo que fará a diferença na volta de ter resultado, mas certamente em 2022 e 2023 seguiremos apanhando. Apanhando de fornecedor, mão de obra e de cliente também, porque tem muito cliente que está sem dinheiro. Mas pelo menos iremos apanhar feliz, afinal vamos apanhar realizando as feiras, e não em casa!” Na visão da executiva a pandemia não serviu para o mercado se unir. “Na primeira oportunidade que tem, um tenta prejudicar o outro. Torço todo dia para a Hospitalar fazer a feira, para meu concorrente ter sucesso. Quando o outro tem sucesso todo mundo ganha, pois o cliente/expositor vai querer seguir participando de feiras”, acrescenta. Por mais que tenha suas críticas ao trabalho realizado pelas associações – antes e durante – a pandemia, a executiva não generaliza e afirma ter boa relação com alguns executivos do setor. “Todos estão convidados para ir pra Düsseldorf, sempre gostamos de receber de braços abertos, mesmo que seja um concorrente. Quando vejo na lista que um concorrente comprou ingresso para uma de nossas feiras, falo para eles me encontrarem por lá. As pessoas levam tudo muito para o pessoal, e não é assim. Precisamos deixar sempre as portas abertas”, afirma. Se por um lado não é possível mudar em um curto prazo questões de infraestrutura no setor de feiras de negócios brasileiro – como metrô que desce dentro do pavilhão e etc. – outros pontos que são praticados lá fora são tangíveis. Frequentadora de feiras e eventos de negócios no exterior, Malu acredita que hoje o mercado peca pela falta de cordialidade. Seja em pequenos atos, como fornecer café de graça para todos no CAEX ou não cobrar aluguel de um capacete para o expositor que deseja visitar a montagem, a até como se realizam os convites e se recepcionam os clientes. “Perdemos no setor a arte de encantar e a cordialidade. Os eventos B2C até sabem trabalhar isso melhor, mas falta nas feiras indústrias. Lógico que no Brasil temos a dificuldade da infraestrutura. Ela ajuda e faz diferença, mas acho que na arte de encantar estamos fracos”, completa.


MÃE, MULHER E FILHA Malu nasceu, cresceu e vive em um ambiente que ainda é extremamente machista. Jovem, é ainda uma das poucas lideranças femininas das feiras de negócios. Por mais que nunca tenha sofrido preconceito de forma direta, Malu reconhece que este universo ainda é difícil para mulheres. Ser mãe é mais um componente que torna sua vida neste mundo dos eventos um desafio a mais, “é cansativo, mas é possível conciliar”. “Eu engravidei em uma janela de tempo que eu me predispus de acordo com o calendário das feiras. Quando eu e meu marido decidimos ter um filho, eu coloquei na agenda e vi que tinha dois meses para engravidar. Era um ano de calendário muito tranquilo e vimos que, se queríamos seguir, essa era a janela. Se não desse certo, esperaríamos 18 meses para tentar engravidar de novo”, conta.

Nicolas já entende que sua mãe e seu pai – sócio de Malu na Emme – viajam muito e tem este cotidiano agitado. “Como tudo na vida tem lado positivo e negativo, mas eu fui criada pelos meus pais desta forma e os benefícios são maiores que os traumas”, comenta. Mulher, mãe e executiva. Além disso um sobrenome pesado que traz orgulho para Malu, abre portas, mas também sobe a régua das expectativas. “Eu brinco que eu tenho um consultor gratuito 24 horas por dia. Ninguém tem isso no mercado! A comparação é natural, mas não me atinge porque não é um peso para mim, é uma honra usar o nome do meu pai”, explica Malu. Ao continuar trilhando o caminho que vem construindo desde os seus 16 anos, Malu Sevieri da, a cada dia, um passo a mais para não ser mais “a filha do Sevieri”, com o executivo redobrando seu orgulho de ser “o pai da Malu.”

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GIRO DO PORTAL

Fotos: Divulgação

redacao@gruporadar.com.br

CONGRESSO ABRAPE A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE organizou no final de novembro a 6º Congresso Brasileiro dos Promotores de Evento. Através de debates, o evento apontou que resgate da mão de obra qualificada tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas nesta retomada do setor de eventos. Outra novidade apontada foi a ansiedade que o público está por experiências ao vivo. A preocupação com a indefinição do poder público em relação a realização – ou não – do carnaval também permeou o evento da associação.

NAMING RIGHTS Fernando Horta, diretor do Centro de Convenções Convention Center Network (SulAmérica), revelou que a empresa fechou um novo contrato de naming rights para um dos mais icônicos e versáteis centros de convenções do Rio de Janeiro. A partir de 1º de janeiro de 2022 o espaço de eventos passa a se chamar “Expo MAG”, levando o nome da seguradora MAG.

WORLD MICE AWARDS O World MICE Awards, iniciativa global para reconhecer e recompensar a excelência na indústria de MICE – anunciou os vencedores de seu programa 2021. Os resultados seguem uma pesquisa de um ano pelas marcas MICE líderes do mundo. Os votos foram dados por profissionais da indústria de MICE e pelo público. Na América Latina, o prêmio de melhor destino MICE ficou para São Paulo, única conquista brasileira que engloba toda a região. Focando apenas no Brasil, o Transamerica Expo Center levou o prêmio de melhor centro de convenções do país.

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ROCK IN RIO PAULISTA O megaevento The Town está confirmado para os dias 2, 3, 8, 9 e 10 de setembro de 2023, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Já em sua primeira edição, o evento quer reunir em torno de 600 mil pessoas em mais de 230 horas de música, com apresentações dos principais nomes da música mundial. Para Roberto Medina, criador e presidente do Rock In Rio e do The Town, a efervescência da cultura paulista será o grande atrativo do festival que ocupará uma área de 350 mil m².

ACELERADOR DO TURISMO E ECONOMIA O impacto econômico do GP São Paulo de F1 foi de R$ 960 milhões, além da geração de 9,6 mil postos de trabalho. Os dados são de estudo da FGV. Este é o melhor resultado da história da prova, que em 2022 completará 50 anos de Brasil, sendo a maior parte no Autódromo de Interlagos. A etapa paulista foi beneficiada pela coincidência com o feriado prolongado da Proclamação da República e a forte demanda por parte do público: 182 mil espectadores, segundo a organização, firmando a GP São Paulo de F1 como o principal evento esportivo com público pagante do país.

FALANDO EM GRANDE PÚBLICO A Beauty Fair 2021, maior feira de beleza profissional das Américas, foi intitulada de “O Reencontro”, e marcou o retorno dos eventos presenciais do setor de beleza profissional. De acordo com os organizadores, a feira reuniu cerca de 400 expositores, que – ao longo de quatro dias – apresentaram as principais tendências e os lançamentos a um público de 136 mil pessoas, entre profissionais, lojistas, indústrias, distribuidores e exportadores do mundo todo.

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DEU RUIM!

UM REI NA BARRIGA

AMADEU CARLOS FERREIRA amadeu@engeve.com.br

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Amadeu C Ferreira, engenheiro eletricista e de segurança da Engeve, um amante do mundo dos eventos, onde o desafio é o combustível da vida.

ra 2004, nosso conhecido de longa data Marcelo Vital Brazil relata que resolveram criar uma área bem específica para setor de alimentação que estava em alta no setor, uma réplica do Mercadão de São Paulo com um pórtico cenográfico reproduzindo a entrada. Na montagem da feira houve uma falha na execução do projeto, e as colunas de apoio do pórtico foram montadas ocupando o estande ao lado do Salão Food-Service Show.

Os colegas da moça resolveram mexer com ela e combinaram com os policiais para dizer que, como testemunha principal, teria que seguir com eles na viatura da polícia.

O expositor era um argentino daqueles bem mal-humorado, que ao invés de aguardar a solução do problema durante a montagem, o que é normal, resolveu xingar e esbravejar num tom bem alto, querendo realmente fazer confusão.

Para quê! Quem disse que ela iria entrar em uma viatura policial? Ela ficou brava, e com a insistência congelou e quase desmaiou e todos a sua volta insistindo para que ela fosse com a polícia.

A segurança foi acionada para tentar levar o “Hermano” à administração para acalmá-lo. Eis que o segurança leva um soco e os dois rolaram pelo chão.

Continuaram com a farsa pra ver a resenha, ela resolveu ir, mas com uma condição: só entraria no carro da polícia se alguém emprestasse algo para cobrir sua cabeça. Eis que surgiu, quase do nada, um casaco com capuz que ela vestiu. O fotógrafo da feira estava lá e pediram para ele registrar a reação da vendedora enquanto ela colocava o capuz e entrava na viatura.

A polícia foi chamada e informou que todos deveriam ir para a delegacia para esclarecer os fatos e as partes registrarem B.O. Quem presenciou tudo e se tornou uma testemunha desde o início foi uma vendedora, de personalidade forte, que agia como se fosse parte da nobreza inglesa, e estava sendo requisitada pelos policiais para se dirigir para a delegacia.

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Radar Magazine | Dezembro 21/ Janeiro 22

Virou o assunto do ano e a nobre vendedora sempre encontrava uma foto do episódio sobre sua mesa. Quanto ao argentino, ao segurança, aos B.Os e o registro da briga, conseguimos convencer a todos para esquecer o ocorrido, resolvemos o problema das colunas e o expositor, mais RR calmo, pediu desculpas para todos pela sua enervação


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