Internacional - fevereiro 2015

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fevereiro 2015

Federação Nacional da Educação PORTUGAL

Novo relatório Eurydice: uma abordagem sobre avaliação nas escolas

Foi publicado recentemente o relatório Assuring Quality in Education: Policies and Approaches to School Evaluation in Europe (Assegurar a Qualidade n a Ed u c a ç ã o : Po l í t i c a s e

Estratégias para a Avaliação de Escolas na Europa). Este relatório faz uma análise comparativa das estruturas e organização das avaliações de escolas nos níveis de escolarida-

de obrigatória. O relatório abrange todos os estados membros da União Europeia, assim como a Islândia, Noruega, a antiga República Jugoslava da Macedónia e a Turquia.

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No documento pode ler-se que Portugal está entre os três países na Europa onde a avaliação que é feita às escolas não contempla a observação de aulas por parte dos inspetores de educação. O relatório, com assinatura da rede europeia Eurydice, revela ainda uma série de limitações à participação dos pais e dos estudantes neste processo. Em Portugal apenas uma pequena percentagem de estudantes e pais, ou representantes seus nos órgãos de gestão escolar, são consultados. Na maioria dos países europeus o cenário é o oposto.

As escolas são um pilar fundamental dos sistemas de educação e formação e a avaliação de escolas é um mecanismo importante para monitorizar e melhorar a sua qualidade, assim como para atingir uma educação de qualidade.

O relatório faz uma análise dos dois principais tipos de avaliação de escolas: avaliação externa, levada a cabo por avaliadores que não são membros da escola, e avaliação interna, conduzida principalmente por membros da escola.

RELATÓRIO EURYDICE

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Apesar destas limitações, Portugal surge ao lado da maioria dos sistemas de ensino europeu em todas as práticas relacionadas com a avaliação escolar. De acordo com o relatório, a avaliação externa dos estabelecimentos de ensino é a prática mais comum de garantia de qualidade na educação. As principais etapas do processo de avaliação são também comuns à maioria dos países e incluem análise preliminar, visitas às escolas e produção de relatórios com conclusões e recomendações. À semelhança do caso português, a maioria dos países tornam os resultados da avaliação públicos, sem qualquer tipo de reservas.


Mobilização mundial pelo direito à greve A Confederação Sindical Internacional (CSI) tem em marcha uma iniciativa que pretende realizar um Dia Mundial Pelo Direito à Greve, agendado para 18 de fevereiro. Pilar da democracia e da justiça social, reconhecido internacionalmente há mais de 50 anos em aproximadamente 90 países, o direto à greve tem sido cada vez mais questionado na Organização Internacional do Trabalho (OIT) por representantes dos empregadores. De acordo com a Internacional de Educação (IE), entidade que representa organizações de professores e trabalhadores de educação em todo o mundo, a própria base jurídica do direito, e sua transposição para a legislação nacional tem sido frequentemente questionada por este Grupo, que se tem mostrado determinado a encontrar maneiras de suprimir o direito à greve completamente, e evitar que os tribunais nacionais exerçam a jurisprudência da OIT.

Como alerta, está agendada uma reunião a realizar de 23 a 25 fevereiro, na qual uma comissão tripartida da OIT (composta por governos, empregadores e trabalhadores) discutirá o direito à greve e apresentará um relatório ao Conselho de Administração da Organização, em março de 2015. Caso não haja consenso sobre a forma de interpretar a Convenção no capítulo sobre a Liberdade de Associação, que abrange o direito à greve, o Grupo dos Trabalhadores irá recomendar que essa disputa seja remetida ao Tribunal Internacional de Justiça, conforme previsto na Constituição da OIT. Assim, a CSI e o Grupo de Trabalhadores da OIT organizam, para o próximo dia 18 de fevereiro, um dia de Ação Global para defender este direito e convidam as centrais sindicais para mobilizarem-se a pressionar os governos locais, principalmente àqueles com participação no Conselho Administrativo da OIT.

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63 milhões de adolescentes não têm acesso à Educação

No total são 121 milhões de crianças e jovens que ou não chegam a iniciar os estudos, ou abandonam precocemente a escola, apesar da promessa da Comunidade Internacional de atingir a meta de uma Educação Para Todos em 2015. Os números constam do mais recente boletim do Instituto de Estatística da UNESCO e UNICEF.

Globalmente, 1 em cada 5 adolescentes está fora da escola, em comparação com 1 em cada 11 crianças em idade escolar. Desta forma os adolescentes têm o dobro da probabilidade de não receber a mesma educação que as crianças mais novas. O boletim co n j u nto d o I n st i t u to d e Estatística da UNESCO E UNICEF, também mostra que, à medida que as crianças crescem, aumenta o risco de nunca chegarem à escola ou abandonarem o sistema educativo precocemente. Em todo o mundo, 121 milhões de crianças e adolescentes nunca iniciaram os seus estudos, ou terão abandonado a escola, apesar da promessa da Comunidade Internacional de atingir o objetivo de uma

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Educação Para Todos em 2015. Os dados mostram que não tem havido progresso na redução deste número desde 2007. As crianças que vivem em situação de conflito, as crianças que trabalham e as que sofrem discriminação baseada na sua origem étnica são as mais afetadas. O boletim mostra que se persistirem as tendências atuais é provável que 25 milhões de crianças – 15 milhões de raparigas e 10 milhões de rapazes – nunca frequentem a escola. As taxas mais elevadas de crianças fora da escola registamse na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% de crianças, respetivamente, não têm acesso à

escola. A pobreza é o maior obstáculo à educação, de acordo com o boletim. Na Nigéria, dois terços das crianças das zonas mais pobres não vão à escola e quase 90% nunca chegarão a matricular-se numa instituição de ensino. Em contraste, apenas 5% das crianças mais ricas não vão à escola. A UNESCO e a UNICEF defendem que as novas políticas devem centrar-se especificamente nas crianças mais marginalizadas como forma de melhorar o acesso e a qualidade da Educação. O documento sustenta que os diferentes Governos necessitam de informação sólida sobre quem são estas crianças, de onde vêm e quais são as suas expectativas relativamente ao futuro.


IE promoveu conferência sobre o Holocausto Para assinalar os 70 anos sobre o Holocausto, a Internacional da Educação (IE) promoveu uma conferência sobre o tema a cargo de Timothy Snyder, um conceituado professor da Universidade de Yale. O evento reuniu 66 participantes de sindicatos de professores de 20 países e enquadrou-se na celebração do 70º aniversário da libertação dos campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau. O desafio da conferência era o de definir a melhor forma de manter vivas as recordações sobre o Holocausto e traçar as estratégias de levar estas informações junto das gerações mais novas. Snyder, no livro “Bloodlands”, analisa ao pormenor a forma como Hitler e Estaline manipularam grande parte da Europa Oriental de forma a levar a cabo numerosas atrocidades.

Também o secretário-geral da IE, Fred Van Leeuwen, participou nesta conferência onde fez uma comparação entre o Holocausto e o atual momento que a Europa atravessa. “ Se alguma vez houve um momento da nossa história recente em que necessitamos de recordar o Holocausto e a guerra, esse momento é este”, disse Leeuwen a propósito dos recentes ataques de Paris e ao crescente radicalismo em todo o mundo. “A educação é a ferramenta mais poderosa para combater o ódio, os preconceitos, a ignorância e configura uma ameaça permanente para os que desejam a opressão (…) Não devemos abandonar os nossos princípios”, sustentou o secretário-geral da IE. O evento teve lugar de 26 a 28 de janeiro e incluiu visitas a Auschwitz-Birkenau e ao Museu de Óscar Schindler.

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Desemprego mundial vai aumentar em 2015 diz a OIT A Organização Internacional do Trabalho (OIT), no seu mais recente boletim informativo Perspetivas Sociais e Desemprego no Mundo – Tendências 2015, sustenta que a lenta recuperação do emprego e a instabilidade social são consequência do agravamento das desigualdades. Em 2014 mais de 200 milhões de pessoas estavam desempregadas, 31 milhões mais do que no período anterior à crise mundial. Desta forma, diz a OIT, as estimativas apontam para que o desemprego mundial aumente em 3 milhões de pessoas em 2015 e em 8 milhões durante os 4 anos seguintes.

A taxa mundial de emprego, que mede o número de postos de trabalho perdidos desde o início da crise, situa-se, agora, em 61 milhões de pessoas. Contas feitas, e segundo a OIT, serão precisos 280 milhões de novos postos de trabalho até 2019. Os jovens, e em particular as mulheres, têm sido as principais vítimas do desemprego. Em 2014, cerca de 74 milhões de pessoas (entre os 15 e os 24 anos) procuram trabalho. A taxa de desemprego dos jovens quase triplica a taxa dos adultos. A taxa de desemprego jovem é de resto comum a todas as regiões e prevalece apesar da melhoria do nível de escolaridade.

Quinto encontro internacional sobre a profissão docente Pela primeira vez na história, o Canadá será o anfitrião da Cimeira Internacional sobre a Profissão Docente (ISTP), um evento anual que começou em Nova York em 2011. Esta cimeira transformou-se rapidamente num dos fóruns mais importantes do mundo para o diálogo social relativamente à educação e às reformas no ensino. O ISTP 2015 será realizada em Banff , Alberta, a 29 e 30 de março de 2015 , e reunirá os ministros da Educação, especialistas da OCDE, dirigentes de sindicatos e associações de professores e entidades empregadoras privadas que irão discutir a política de educação e a prática da profissão docente. Para esta cimeira são

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esperados mais de 450 participantes. A propósito desta cimeira, Ángel Gurría, SecretárioGeral da OCDE declarou que: "Reconhecendo que a educação é o grande equalizador na sociedade, o desafio para todos nós é dotar todos os professores com as competências e ferramentas necessárias para oferecer oportunidades de aprendizagem eficazes para seus alunos.” A internacional da Educação é co-organizadora deste evento e estará representada por uma delegação coordenada pelo Secretário-Geral, Fred Van Leeuwen.


A FNE apoia a Campanha Up For School Os líderes mundiais comprometeram-se a que até ao final de 2015 todas as crianças teriam acesso ao ensino. A campanha Up For School constitui uma oportunidade para pressionar a comunidade internacional para o cumprimento desta promessa.

A FNE apoia esta campanha e está empenhada em fazer passar esta mensagem. 2015 terá de ser o ano que garante o acesso de todos à Educação, por isso apelamos: assine esta petição!

PETIÇÃO ONLINE DA IE

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OCDE aconselha avaliação das reformas

Os Governos de todo o mundo estão a ser pressionados no sentido de melhorarem os seus respetivos sistemas de ensino. O objetivo é implementar reformas capazes de melhorar a educação, apoiar as crianças mais desfavorecidas e investir nos professores, melhorando a formação profissional.

O documento, divulgado recentemente no Fórum Mundial de Educação, em Londres, alerta para os prejuízos da falta de avaliação das novas politicas implementadas, onde apenas uma em 10 das 450 diferentes reformas aplicadas entre 2008 e 2014 foram avaliadas quanto ao seu impacto.

Mas uma ausência generalizada de avaliação do impacto dessas reformas poderia prejudicar a sua eficácia e prejudicar os resultados, a afirmação consta do novo relatório da OCDE, Education Policy Outlook 2015: Making Reforms Happen.

Uma avaliação mais rigorosa sobre o impacto destas medidas será mais rentável no futuro, diz a OCDE. O relatório revela uma tendência de prioridades de reforma convergentes em toda a OCDE e destaca o apoio a crianças desfavorecidas, a reforma dos sistemas de formação profissional de professores e o reforço da avaliação escolar.

Re l ató r i o i nte rc a l a r insiste na mesma exigência Um segundo relatório da OCDE sublinha a necessidade de se continuar a melhorar a educação. Education at a Glance

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Interim Report: Update of Employment and Educational Attainment Indicators revela que um em cada seis jovens entre os

25 e os 34 anos não têm as competências consideradas essenciais para atuar na sociedade dos nossos dias, e que a situação pouco mudou desde 2003. Há 13 países da OCDE com 15% ou mais dos jovens não qualificados, incluindo países como a França, os Países Baixos, Noruega, Dinamarca, Nova Zelândia ou a Itália.


Chegou ao fim a greve de professores na Macedónia A greve de uma semana na Macedónia terminou com um acordo entre as partes, e depois do Ministério da Educação ter recuado na intenção de penalizar os professores se a sua avaliação não fosse coincidente com a avaliação externa. Em causa estavam um conjunto de alterações que previam uma penalização financeira a todos os professores que revelassem uma avaliação divergente da avaliação externa. Os sindicatos exigiam que esta medida fosse retirada da proposta e nesse sentido estava a

decorrer uma greve de uma semana, que agora chegou ao fim. Jaquim Nedelkov, presidente da SONK, agradeceu o apoio dado por Martin Rømer, diretor do ETUCE, na mediação deste conflito. Recorde-se que Romer esteve reunido a semana passada com o Ministro da Educação da Macedónia e apelou para que esta penalização fosse retirada. Nos próximos dias serão retomadas as negociações entre os sindicatos e o Ministério da Educação da Macedónia.

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Em Educação e Formação CSEE QUER SINDICATOS E PARCEIROS SOCIAIS MAIS ENVOLVIDOS NO SEMESTRE EUROPEU O Comité Sindical Europeu para a Educação – CSEE está fortemente empenhado em melhorar a intervenção e o papel dos sindicatos e parceiros sociais no Semestre Europeu, em tudo o que diz respeito a políticas de e d u c a ç ã o e fo r m a ç ã o . O Semestre Europeu tornou-se uma importante ferramenta de recomendações aos EstadosMembros naquelas matérias e, anualmente, tais recomenda-

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ções contribuem de forma decisiva para a concretização de reformas da educação e formação a nível nacional. Um debate eficaz sobre o Semestre Europeu é crucial para todos os Estados-Membros (EM) da União Europeia, mormente na perspetiva da revisão intercalar da Estratégia Europa 2020, que será apresentada em tempo útil para discussão no Conselho Europeu da primavera deste ano.

O Semestre Europeu refere-se ao ciclo anual de coordenação da política económica e orçamental, em que são dadas orientações aos Estados-Membros antes de estes adotarem decisões políticas a nível nacional. Essas orientações são emitidas no contexto do Pacto de Estabilidade e Crescimento e do Procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos.


O Semestre Europeu inicia-se em cada ano com a publicação, pela Comissão Europeia, da Análise Anual do Crescimento, que traça em linhas gerais as prioridades económicas de caráter geral para a UE, sendo debatida pelas outras instituições. A Análise Anual do Crescimento 2015 foi publicada em 28 de novembro de 2014, numa comunicação ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu, ao Comité Económico e Social, ao Comité das Regiões e ao Banco Europeu de Investimento. Por seu lado, os Estados-Membros apresentam os programas nacionais na primavera de cada ano. A Comissão propõe em seguida recomendações políticas específicas por país para cada Estado-Membro, com base na sua avaliação das situações económicas e dos programas nacionais. As recomendações abrangem todos os domínios políticos relevantes, a saber, orçamental, macroeconómico e reformas

estruturais. São discutidas no Conselho e aprovadas no Conselho Europeu de junho, antes de serem finalmente adotadas pelo Conselho. Os Estados-Membros devem ter as recomendações em consideração ao elaborar os respetivos planos orçamentais e políticos para o ano seguinte, e implementá-las nos 12 meses subsequentes.

noutros por uma clara ausência de medidas, o que tem posto em causa a eficácia do próprio Semestre Europeu. De acordo com a Análise Anual do Crescimento de 2015, o Semestre Europeu tem de ser mais eficaz e há uma necessidade de aumentar a apropriação política, responsabilidade e aceitação do processo entre as partes interessadas.

No documento Análise Anual do Crescimento para 2015, a nova Comissão, que tomou posse em 1 de novembro de 2014, traça as grandes linhas do seu novo programa para o crescimento e o emprego. Só será assim possível revitalizar o crescimento se as instituições da UE e os EstadosMembros trabalharem em conjunto com vista a uma economia social de mercado para a Europa.

Para ajudar a melhorar a aplicação de recomendações específicas por país, a Comissão Europeia tem vindo a trabalhar numa racionalização e reforma do Semestre Europeu, que deve assentar nos atuais pontos fortes do processo e corrigir os seus pontos fracos, através de uma simplificação das diferentes fases e respetivas realizações, de uma maior cooperação e diálogo com os Estados-Membros, de uma limitação dos requisitos de comunicação de informações, de uma intensificação do caráter multilateral do processo e do reforço da apropriação a todos os níveis.

A Comissão Europeia considera que a implementação de recomendações específicas por país é ainda insatisfatória, pecando nuns casos por insuficiência e

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A Educação e Formação na Análise Anual do Crescimento 2015 A Análise Anual do Crescimento 2015 prevê que os parceiros sociais devam estar mais envolvidos nas políticas de implementação de recomendações específicas por país, tanto a nível europeu como a nível nacional, assim como deverão contribuir ativamente para a agenda de reformas nacionais. Deste modo, a CE irá certificar-se de que os parceiros sociais europeus estão melhor associados ao processo do Semestre Europeu. Como é que os sindicatos de professores poderiam estar mais envolvidos a nível nacional e europeu? A Análise Anual do Crescimento 2015 sugere um maior envolvimento dos parceiros sociais nacionais na formulação de programas nacionais de reforma; na apresentação prévia da análise específica de cada país pela CE - o que permitirá mais tempo para analisar e discutir as prioridades em matéria de educação e formação; e um maior envolvimento do Parlamento Europeu no Semestre Europeu, que vai permitir mais debates políticos em torno de questões relacionadas com o Semestre Europeu. Por exemplo, a Análise Anual do Crescimento 2015 sugere que a

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Comissão Europeia poderia envolver-se em debates com o Parlamento Europeu e os parceiros sociais a nível europeu antes da publicação da Análise Anual do Crescimento e prossiga o debate após a sua adoção. Com base na análise específica por pais, a Comissão poderia envolver-se com o Parlamento Europeu e os parceiros sociais para receber retorno sobre questões específicas de cada país em causa. A Comissão Europeia reconhece que a recuperação da economia europeia ainda fica aquém do desejado, e os pequenos progressos previstos para 2014 e 2015, depressa desapareceram no segundo semestre de 2014. Como forma de sair da crise, a Análise Anual do Crescimento 2015 da CE propõe que se siga uma abordagem integrada da política económica e social para este ano, que assenta em três pilares essenciais: aumentar os investimentos, acelerar as reformas estruturais e prosseguir com a estabilidade fiscal. Aumentar os investimentos, especialmente em áreas-chave, como é o caso dos sistemas de educação e inovação. Neste âmbito, é esperado que o Plano de Investimentos para Europa aumente as infra-estruturas de i nv e st i m e n t o s a d i c i o n a i s , nomeadamente as redes de

energia e de banda larga, bem como infra-estrutura de transportes, educação, investigação e inovação, energia renovável e eficiência energética. No respeitante a acelerar as reformas estruturais a nível dos Estados-Membros, a fim de fazer face à elevada taxa de desemprego, a Análise Anual do Crescimento 2015 salienta a importância da educação e formação vocacionais, de sistemas de educação dual, da aprendizagem ao longo da vida, através da mobilização de ambos os atores públicos e privados, com acesso mais amplo em todas as idades e a necessidade de uma melhor avaliação das necessidades de competências a nível regional e setorial. Relativamente à modernização dos sistemas de proteção social, políticas sociais melhor direcionadas devem ser complementadas por um melhor acesso à assistência à infância e à educação, boas medidas de prevenção do abandono escolar precoce, assim como uma eficaz assessoria à formação e ao emprego. Apesar de se notar uma evolução positiva no que respeita à influência do Semestre Europeu, CSEE e CE concordam que é ainda possível um diálogo bastante mais alargado, não só com os parlamentos, mas também com todos os parceiros sociais.


Conselho da União Europeia PRESIDÊNCIA DA LETÓNIA APRESENTA PRIORIDADES EM EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO Em 1 de janeiro de 2015, a Letónia assumiu a Presidência do Conselho da União Europeia, assumindo três principais objetivos estratégicos, a saber: uma Europa Competitiva, uma Europa Digital e uma Europa Comprometida. Uma Europa Competitiva para

trabalhar no Plano de Investimentos para a Europa, c o n t i n u a r o t ra b a l h o n o fortalecimento do mercado ú n i co, l a n ça r d i s c u s s õ e s , começar a trabalhar na União da Energia e para promover a competitividade industrial. Uma Europa Digital para avançar com a proteção de dados, trabalhar

no pacote do mercado de Telecomunicações e iniciar as discussões sobre a estratégia para o Mercado Único Digital. Uma Europa Comprometida para facilitar a revisão da Política de Vizinhança, avançar com a parceria transatlântica e para uma concentração em metas de desenvolvimento pós-2015.

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De acordo com o programa da presidência a três de 18 meses (Itália-Letónia-Luxemburgo), a Presidência da Letónia incidirá sobre a revisão intercalar em curso da Estratégia da União Europeia (EU) 2020, com ênfase na implementação de reformas estruturais incorporadas nas recomendações específicas feitas ao país. A Presidência letã também irá colocar um ênfase particular no reforço da Parceria Oriental, assegurando uma aproximação política também no domínio da melhoria da educação e na revisão da Estratégia UE-Ásia Central, através do reforço do empenhamento da EU, neste caso também por meio do debate sobre o intercâmbio educacional.

uma relação mais estreita entre a Estratégia da União Europeia 2020 e a estratégia 2020 para a Educação e Formação. Deste modo, a Presidência vai concentrar-se no debate para avaliar o progresso global e estabelecer áreas prioritárias no relatório conjunto de 2015 sobre a aplicação da Educação e Formação 2020; na Educação e formação profissional; na internacionalização do ensino superior, através do reforço da cooperação entre os países e u ro p e u s e a s i át i co s ; n a avaliação do processo de Bolonha no domínio do ensino superior; no papel da primeira infância e educação primária na promoção da criatividade, da inovação e das competências digitais.

No que diz respeito às principais prioridades em Educação e Juventude, a presidência da Letónia tem como objetivo fortalecer a agenda educacional através do desenvolvimento de

Outros objetivos são o foco na acessibilidade da educação e da eficácia dos investimentos; na transparência e reconhecimento de competências e qualificações; na Educação para a saúde de

crianças e adolescentes - por exemplo no lanche escolar e na investigação e inovação, designadamente no reforço da E R A ( E s p a ç o E u ro p e u d e Investigação) e na utilização ótima dos investimentos públicos em pesquisa. Do pacote de ações legislativas principais constam uma reunião a 18 de maio deste ano do Conselho da Educação, Juventude, Cultura e Desporto, uma outra do Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros, em 10 de março e um encontro sobre a Competitividade (Mercado Interno, Indústria, Investigação e Espaço), em 28/29 de maio. A Presidência da Letónia destaca a importância da reunião do Conselho de Assuntos Gerais, em 23 de junho, uma vez que aí se irão aprovar as recomendações específicas por país do Semestre Europeu, incluindo as recomendações sobre Educação e Formação.


Relatório final dá orientações sobre Educação para o Empreendedorismo O Comité Sindical Europeu para a Educação (CSEE) é membro do Grupo de Trabalho Temático da Comissão Europeia sobre Educação para o Empreendedorismo. Os representantes dos governos, especialistas, parceiros sociais e a Comissão Europeia (CE) concluíram o seu trabalho e publicaram o seu Relatório Final sobre Educação para o Empreendedorismo em novembro de 2014. O relatório fornece orientações aos EstadosMembros para o reforço das suas ações no sentido da melhoria da educação para o empreendedorismo, que muito pode ajudar, a

longo prazo, para reduzir o elevado número de taxa de desemprego entre os jovens na Europa. As diretrizes têm que ver com o Empreendedorismo como uma competência essencial para a educação e formação na Europa; o comprometimento dos parceiros sociais; currículo de empreendorismo e métodos de ensino; resultados de aprendizagem empresarial e avaliação; apoio a educadores e a líderes e vias de ensino para aspirantes a empreendedores. O relatório fornece ainda ideias práticas e quadros para uma eficiente implementação.

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7º Congresso Mundial da IE: Sessão de abertura foi antecipada O Comité Executivo do 7º Congresso Mundial da Internacional da Educação, que se realiza no próximo mês de julho, no Canadá, decidiu alterar o programa inicialmente previsto e realizar a cerimónia de abertura do evento na tarde de 21 de julho, um dia antes da abertura oficial dos trabalhos. Esta decisão visa aumentar o tempo de debate disponível para as questões políticas do congresso. Otava recebe, no Verão de 2015, o 7º Congresso Mundial da Internacional da Educação, onde são esperados cerca de 1500 representantes dos

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trabalhadores da Educação de todo o mundo. Neste congresso irão ser discutidas as principais questões que afetam a educação a nível internacional. A reunião servirá ainda para adoção de princípios orientadores da ação futura da Internacional da Educação para os próximos quatro anos. Em análise estarão questões relativas ao acesso à Educação, à qualidade nos diversos sistemas de ensino e à prevenção da violência contra os mais novos. Otava será ainda palco de uma ampla reflexão e discussão acerca da condição da profissão docente.


Cluj-Napoca vai ser Capital Europeia da Juventude em 2015 Cluj-Napoca, na Roménia, é a Capital Europeia da Juventude em 2015, sucedendo-se a Tessalónica (Grécia). O anúncio ocorreu em Maribor, Eslovénia, durante o European Youth Forum, entidade que irá coordenar o projeto. A principal missão desta iniciativa é apoiar jovens e organizações de juventude a terem um papel cívico mais ativo na comunidade e a envolver-se no desenvolvimento urbano sustentável. Durante o programa que dura um ano, a cidade terá a oportunidade de apresentar um programa para o desenvolvimento cultural, social, político e económico relacionado com a Juventude. Através do trabalho, da cultura e dos valores europeus em comum será promovida a responsabilidade dos jovens e o diálogo aberto

sobre os principais problemas que afetam os mais jovens. O programa quer promover a cidade de ClujNapoca e a região da Transilvânia como um centro para jovens; criar parcerias entre autoridades locais e ONG ligadas à juventude; criar condições para um desenvolvimento sustentável, para a inovação e ideias criativas; e criar mecanismos para oportunidades de carreira e projetos para jovens talentosos. Em termos de indicadores, a iniciativa quer que pelo menos 50% da população local assista a, pelo menos, um evento relacionado com a iniciativa e que 80% da população abaixo dos 35 anos também participe num evento.

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