JOHNSON & JOHNSON / ACUVUE - Professional News (Oftalmologistas e Contatólogas)

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PROFESSIONAL NEWS ED. #25 | MAIO 2018

A IMPORTÂNCIA DO MECANISMO DE ESTABILIZAÇÃO NAS LENTES GELATINOSAS PARA ASTIGMATISMO

(8º MÓDULO) 1.INTRODUÇÃO

A proporção de lentes de contato gelatinosas tóricas (LCGT) adaptadas não reflete o número real de portadores de astigmatismo entre os usuários de lentes de contato (LC). Para tornar o processo de adaptação mais simples, rápido e custo-efetivo é importante entender os hábitos e práticas atuais deste tipo de adaptação. Mas ainda é preciso entender o que os astigmatas esperam das suas lentes e para isso é preciso avaliar a satisfação com as lentes atuais¹. Aproximadamente 45% dos atuais usuários de LC têm astigmatismo de, pelo menos, 0,75 DC. Porém, dados de prescrição do Reino Unido em 2005 mostram que apenas 22% do total de novas adaptações foram de LCGT. Um estudo brasileiro publicado em 2007 mostra a prevalência de astigmatismo de 47,6% da população em geral em um serviço oftalmológico em Florianópolis, SC³. Os oftalmologistas desejam prescrever LC que possam proporcionar visão clara e consistente, com conforto máximo e mínimo tempo de adaptação. Entretanto, apenas 14% refere as LCGT atuais como “excelentes”, comparadas a 56% de “excelentes” para as LC esféricas².

VISÃO CLARA E CONSISTENTE, COM CONFORTO MÁXIMO E MÍNIMO TEMPO DE ADAPTAÇÃO.

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PROFESSIONALNEWS 2. TEORIAS SOBRE A ORIENTAÇÃO DAS LENTES DE CONTATO TÓRICAS Durante muitos anos, a teoria predominante sobre como as LCGT se orientavam sugeria que a pressão das pálpebras sobre a LC era o principal fator influenciador. Acreditavam que as LCGT com prisma de lastro se orientavam mais em razão da interação com as pálpebras do que pela força da gravidade. Apesar de aceitarse que as forças palpebrais durante o piscar têm algum efeito sobre a rotação, o fato de as pálpebras se moverem em direções conflitantes, fazia-se menosprezar a influência do piscar. Na verdade, todas estas forças são importantes na orientação das LCGT4.

3. OBSERVANDO A ROTAÇÃO DAS LENTES PARA ASTIGMATISMO Quando usuários de LCGT com prisma de lastro se colocam em decúbito lateral, percebe-se que a ação da gravidade tem algum efeito: a base de lastro gira no sentido vertical, mas não totalmente até 90°. O lastro é menos efetivo quanto mais perto estão as lentes da vertical e, por volta de 30° da vertical, outras forças, em geral das pálpebras, contrabalançam o efeito da ação da gravidade. Outros desenhos, não baseados no prisma de lastro para estabilização, mostram pouca ou nenhuma rotação sob estas mesmas circunstâncias4. A pálpebra inferior faz um movimento lateral de 5 milímetros durante a piscada. Uma pálpebra inferior relativamente baixa tem pouca ou nenhuma interação com a lente e pouco efeito sobre sua orientação. Entretanto, uma pálpebra inferior mais alta pode encorajar uma rotação nasal, particularmente se a pálpebra for também bastante tensa. A instabilidade pode ocorrer se as pálpebras superior e inferior estimularem a rotação em direções opostas. A partir deste dado, os fabricantes desenharam alguns contornos tóricos que minimizam a interação com os movimentos laterais da pálpebra inferior4.

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Implicações clínicas sobre o desempenho das LCGT: com a ação da força de gravidade seria interessante evitar as lentes estabilizadas com prisma de lastro para certas ocupações ou hobbies como dançarinos, mecânicos e militares, entre outros4.

4. QUANDO CORRIGIR O ASTIGMATISMO? Para astigmatas a favor da regra que tem miopia moderadamente alta, sem queixas visuais importantes e solicitando uso por tempo parcial, existe pouco incentivo para se corrigir pequenos astigmatismos5. Um guideline tradicional sugere deixar não corrigido um astigmatismo equivalente a um quarto do poder esférico (p.ex, 1,50 DC no caso de -6,00D). Porém são apenas guidelines e deve-se levar em consideração uma série de outros fatores. Nos últimos anos, melhorias nos desenhos das LC tóricas levaram à existência de cilindros de 0,75D largamente disponíveis. Este fato levou a uma reavaliação da regra prática que sugere considerar correção a partir de 1,00 DC ou mais de astigmatismo. A melhora da visão pode ser demonstrada aos pacientes com astigmatismo não corrigido ou hipocorrigido realizando-se a sobrerrefração. No entanto, os pacientes vão apreciar esta diferença quando, efetivamente, estiverem utilizando sua LCGT5.

5. TRINTA ANOS E POUCAS INOVAÇÕES Dois desenhos para estabilização das LCGT têm sido usados predominantemente nos últimos 30 anos: o prisma de lastro e dupla zona fina. Estes desenhos tóricos aceitáveis são limitados pelos métodos de fabricação, pois quando tentam aplicar seus desenhos atuais aos processos de fabricação existentes, a gama de poderes de refração é reduzida. Como resultado, uma série de produtos vem apresentando melhoras incrementais sobre seus antecessores, dentro da mesma característica de desenhos6.

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6. MELHORIAS NO DESENHO DAS LENTES TÓRICAS O Desenho de Estabilização Acelerada (DEA) usa a força do piscar, ou seja, tem zonas múltiplas que permitem às pálpebras interagirem com as lentes de forma positiva, mas apenas quando necessário. Como resultado, as lentes rodam rapidamente à posição desejada e permanecem estáveis quando adequadamente alinhadas6.

• Prisma de Lastro

• Desenho de Estabilização Acelerada

7. AVANÇOS REVOLUCIONÁRIOS Hipóxia crônica da periferia da córnea (frequentemente inferior com lentes de prisma de lastro e nasotemporal em desenhos tradicionais de dupla zona fina) podem tornar-se evidentes em níveis inaceitáveis de neovascularização límbica ou periférica. Os sintomas podem incluir tempo de uso reduzido e hiperemia ocular6. Os dados clínicos sobre DEA mostram que as LCGT se orientam consistentemente em um minuto após a adaptação e exibem rotação mínima, além de ausência de variabilidade na posição do eixo. O tempo de adaptação é bastante reduzido, e os pacientes referem um excelente conforto ao final do dia, com menos olhos vermelhos6. Atualmente os pacientes astigmatas têm uma melhor oportunidade de obter êxito já na primeira LCGT testada. Seus usuários poderão desfrutar de uma visão mais estável e maior conforto em ambientes ou atividades que eram encaradas como problemáticas. Da mesma forma, adaptar pacientes com cilindros baixos passa a ser interessante, uma vez que todo o processo passa a ser mais simples e menos frustrante para o oftalmologista6.

Com os métodos de estabilização tradicionais de prisma de lastro ou dupla zona fina a lente interage com a pálpebra, mesmo quando está perfeitamente alinhada. A pálpebra inferior interage com a lente precocemente ao piscar, forçando-a a tornar-se instável². O DEA foi desenvolvido para uma orientação rápida, proporcionando qualidade visual e conforto. O sistema minimiza as interações lente/pálpebra quando a lente está orientada corretamente, independentemente da posição do olho, devido à ausência de qualquer variação da espessura no espaço sob as pálpebras com os olhos abertos². Quando a lente está desalinhada, a zona de inclinação acelerada para as zonas mais espessas promove uma máxima interação com a pálpebra durante o piscar, ativamente rodando a lente até a posição correta. O resultado é uma lente que comprovadamente roda rapidamente à posição desejada, em até 60 segundos, e permanece estável, em uma orientação claramente previsível². Os estudos clínicos demonstraram uma performance superior, além de visão estável e clara quando comparada a outras LCGT comumente utilizadas6,7. Página 3 de 8


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8. RESULTADOS CLÍNICOS Um estudo avaliou e comparou o efeito da direção do olhar e a postura sobre a orientação das lentes e a qualidade da visão. Os pacientes usaram, em uma sucessão randômica, quatro lentes em cada olho: ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS, PureVision®Toric (PVT) Baush &Lomb, Air Optix® Toric (AOT)- Ciba Vision e Proclear® Toric ( PCT)- CooperVision8.

apresentaram uma rotação significativamente maior a partir da posição de orientação normal em comparação à lente com DEA. A redução da acuidade visual na posição de decúbito lateral foi maior em duas das lentes de prisma de lastro do que com a lente de DEA. A rotação das lentes foi maior nas três lentes com prisma de lastro, particularmente nos sentidos do olhar superior, superior temporal e inferior nasal.

Quando os usuários das lentes estavam deitados em decúbito lateral, todas as lentes de prisma de lastro

8.1 EFEITO DA GRAVIDADE NA ORIENTAÇÃO DAS LENTES8

8.2 EFEITO DA ROTAÇÃO INDUZIDA PELA POSTURA SOBRE A ACUIDADE VISUAL8

Todas as lentes rodaram como resultado da mudança da posição da cabeça.

As lentes ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS rodaram significativamente menos que as outras três lentes estudadas.

A acuidade visual média na posição de decúbito lateral foi significativamente pior em duas das três lentes controle (PVT, PCT) comparadas à ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS.

A diminuição da acuidade visual na posição de decúbito lateral foi significativamente maior para as lentes PVT em relação à ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS: 0,17 logMAR vs. 0,03 logMAR.

ROTAÇÃO TEMPORAL

0.40

MELHOR AV EM DECÚBITO LATERAL

0.30 80

DIFERENÇA EM AV (logMAR)

POSIÇÃO DE ORIENTAÇÃO (GRAUS)

100

60 40 20 0

0.20 0.10 0 -0.10 -0.20 -0.30 -0.40 -0.50 -0.60 -0.70

-20

-0.80 ROTAÇÃO NASAL ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS

Purevision Tórica

O2 Optix Tórica

Proclear Tórica

MELHOR AV EM POSIÇÃO ORTOSTÁTICA ACUVUE OASYS® para ASTIGMATISMO com HYDRACLEAR® PLUS

Purevision Tórica

O2 Optix Tórica

Proclear Tórica

Por fim, o Desenho de Estabilização Acelerada (DEA) pode traduzir-se em uma performance superior no “mundo real” das situações dos movimentos oculares, oferecendo uma visão clara, de forma mais consistente9.

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1-DAY ACUVUE MOIST® PARA ASTIGMATISMO COM LACREON®

ACUVUE OASYS® PARA ASTIGMATISMO COM HYDRACLEAR® PLUS

Uso diário/descarte diário:

Uso diário (trocando-as por novas lentes em até 2 semanas após retiradas do blister) ou uso estendido (até 6 noites/7 dias de uso contínuo, trocando-as por novas lentes após este período):

Material Etafilcon A CB: 8,5 Ø: 14,50 Bloqueio UV Classe 2 Caixa com 30 lentes Tecnologia LACREON®, DEA. GRAUS PLANOS E NEGATIVOS: Plano a -6,00DE (incrementos de 0,25DE) -6,50DE a -9,00DE (incrementos de 0,50DE)

Material Senofilcon A CB: 8,6 Ø: 14,50 Bloqueio UV classe1 Caixa com 6 lentes Tecnologia HYDRACLEAR® PLUS, DEA

Cilindros: -0,75DC / -1,25DC / -1,75DC, nos eixos:

GRAUS PLANOS E NEGATIVOS:

10°, 20°, 60°, 70°, 80°, 90°, 100°, 110°, 120°, 160°, 170°, 180°

-6,50DE a -9,00DE (incrementos de 0,50DE)

Cilindro: -2,25DC, nos eixos: 20°, 90°, 160°, 180° GRAUS POSITIVOS: +0,25DE a +4,00DE (incrementos de 0,25DE) Cilindros: -0,75DC / -1,25DC / -1,75DC, nos eixos: 20°, 70°, 90°, 110°, 160°, 180°

Plano a -6,00DE (incrementos de 0,25DE) Cilindros: -0,75DC / -1,25DC / -1,75DC / -2,25DC / -2,75DC, nos eixos: 10° a 180° (em passos de 10°) GRAUS POSITIVOS: +0,25DE a +6,00DE (incrementos de 0,25DE) Cilindros: -0,75DC / -1,25DC / -1,75DC / -2,25DC / -2,75DC, nos eixos: 10° a 180° (em passos de 10°)

Página 5 de 8 Todos os produtos estão devidamente regularizados na ANVISA.© Johnson & Johnson do Brasil Indústria E Comércio de Produtos Para Saúde Ltda. MAIO/2018. Apenas para uso interno. ID - 180523074649378.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Hickson-Curran, S; Dias, L. Toric soft contact lenses where are we now? Optician, 2006; 6041 (231): 14-16

2. Sulley, A; Dutilloy, S. Practitioner and patiente acceptance of a new silicone hydrogel contact lens for astigmats. OT, 2006 (Nov 3): 38 -42.

3. Rayes, TR; Rayes, GR; Eing, F; Guimarães Neto, HP; Marquardt,

4. 5. 6. 7. 8. 9.

FA; Rayes A. Prevalência do astigmatismo e distribuição de seu eixo em pacientes de um serviço oftalmológico privado. Rev Bras Oftalmol. 2007; 66 (6): 369-75 Young, G. Toric Lenses, Gravity and Other Forces. CL Spectrum, 2007 (Jan): 39-40. Young, G; Hickson-Curran, S. Reassessing toric soft lens fitting. Cl Spectrum 2005; 20 (1): 42-45. Resnick, S. The Changing Dynamics of Toric Contact Lenses: Review of Cornea & Contact Lenses, 2005 (May): 37-39. Hickson-Curran, S; Rocher, I. Nueva lente de uso diario de Hidrogel de Silicona para Astigmatismo. Gaceta Optica, 2005, 395: 42-47. Young, G; Mcllraith, R. Toric Soft Contact Lens Visual Acuity with Abnormal Gaze And Posture. Pôster apresentado no AAO Meeting 2008. Academy 2008 Anhaheim - Outubro 22 - 25, 2008. Zikos, GA; MS, Kang; SS, Ciuffreda; KJ; Selenow, A. Ali, S; Spencer, LW; Robilotto, R. Lee, M. Optom Vis Sci 2007, 84:1039 - 1045.

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COLOQUE SEU CONHECIMENTO À PROVA 1. O QUE OCORRE COM OS USUÁRIOS DE LENTES COM PRISMA DE LASTRO QUANDO SE COLOCAM EM DECÚBITO LATERAL?

2. COMO A ALTURA DA PÁLPEBRA INFERIOR INTERFERE NA ORIENTAÇÃO DA LENTE?

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Página 8 de 8 RESPOSTAS: 1. Quando usuários de LCGT com prisma de lastro se colocam em decúbito lateral, percebe-se que a ação da gravidade tem algum efeito: a base de lastro gira no sentido vertical, mas não totalmente até 90°. 2. A pálpebra inferior faz um movimento lateral de 5 mm durante a piscada. Uma pálpebra inferior relativamente baixa tem pouca ou nenhuma interação com a lente e pouco efeito sobre sua orientação. Entretanto, uma pálpebra inferior mais alta pode encorajar uma rotação nasal, particularmente se a pálpebra for também bastante tensa. 3. O Desenho de Estabilização Acelerada (DEA) usa a força do piscar, ou seja, tem zonas múltiplas que permitem às pálpebras interagirem com as lentes de forma positiva, mas apenas quando necessário. Como resultado, as lentes rodam rapidamente à posição desejada e permanecem estáveis quando adequadamente alinhadas. 4. Hipóxia crônica da periferia da córnea (frequentemente inferior com lentes de prisma de lastro e nasotemporal em desenhos tradicionais de dupla zona fina).

4. QUAL A CAUSA DE NEOVASCULARIZAÇÃO LÍMBICA OU PERIFÉRICA AO USAR DESENHOS COM PRISMA DE LASTRO E DUPLA ZONA FINA. 3. DESCREVA A TÉCNICA DE ESTABILIZAÇÃO DEA (DESENHO DE ESTABILIZAÇÃO ACELERADA).

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