Zoom 07 pdf

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N.º 7 JUN./JUL./AGO. 2011

€3.00 Portugal [Cont.]

TOGRAFIA 1 HORA DE FO

URA FOTO-AVENT

Francisco Silva aceitou o nosso desafio para fotografar à beira-mar. E conseguiu imagens espectaculares.

PRÁTICA Viagem ao maravilhoso mundo da Astrofotografia. Aprenda ainda a registar rastos de estrelas. Mostramos-lhe uma técnica que permite fotografar sem ter a objectiva montada na máquina.

MACRO A PREÇO DA CHUVA Quem disse que a fotografia macro tem de ser cara? É tudo uma questão de procurar os acessórios certos, no sítio certo. Um simples conjunto de filtros close-up ou tubos de extensão chegam e sobram para fotografar macro… a preços micro.


click O Q U E VA I E N C O N T R A R N A z O O m

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24 03 > Livros Quatro novos livros quase imperdíveis. Rui Palha, Alex Majoli, Cristina García Rodero e Ed Van Der Elsken vêem as suas imagens transpostas para papel. 05 > Conhecer Não deixe de conhecer mais três grandes nomes da fotografia mundial, nesta edição da zOOm: Carsten Peter, Jason Hawkes e Randy Olson. 06 > Iniciados Dominar a ferramenta de corte no seu programa de edição é fundamental. Conheça os truques e segredos da arte de cortar a imagem. 08 > Exposição Veja as imagens de outros leitores e conheça um pouco mais sobre as mesmas. 19 > Prática Mais algumas sugestões para colocar em prática: "Abstracto colorido"; "(Quase) sem objectiva".

30 > 1 Hora de Fotografia com a zOOm Segundo desafio da nova série da sua revista de fotografia, onde desafiamos os nossos leitores a fotografarem durante uma hora. Nesta edição leia a aventura, à beira-mar, e veja as fotos do leitor Francisco Silva. 34 > Técnica A fotografia macro não tem de ser cara. Mostramos-lhe o que pode fazer com acessórios que encontra a preço da chuva. 40 > Pela objectiva de... João Nunes da Silva e Pedro Miguel Barreiros são os dois fotógrafos portugueses em destaque nesta edição da zOOm. Saiba mais sobre as suas histórias ligadas à fotografia e inspire-se com as suas imagens. 50 > +Pro Pedro Portela explica-lhe o que é a Imagem de Alta Definição, vulgo HDR. Um artigo essencial para quem quer saber mais sobre fotografia.

Encontra-se patente ao público no átrio da Casa da Cultura de Mira Sintra, com entrada livre, de 3 de Maio a 30 de Junho, a 2º edição da Exposição Colectiva de Fotografia ”Momentos Fotogénicos”, organizada pelo site www.fotogenicos.net com o apoio da Câmara Municipal de Sintra e da revista zOOm. Esta exposição de tema livre conta com a participação de 12 fotógrafos amadores que têm em comum, para além do profundo gosto pela fotografia, o gosto pela partilha de imagens e instantes inesquecíveis. Casa da Cultura de Mira Sintra Av.25 de Abril, Largo da Igreja - Mira Sintra Contacto: 21 912 82 70

24 > Foto-Aventura Viagem ao maravilhoso mundo da Astrofotografia. Aprenda ainda a fotografar rastos de estrelas.

> EDITORIAL A Primavera está aí! Há quem goste da prima Vera. Mas não é o nosso caso. Para além de não termos qualquer prima chamada Vera, preferimos mesmo a Primavera. Nesta altura do ano existe todo um potencial lá fora, que quase nos obriga a sair de casa para fotografar. As flores que nascem, as folhas que despontam, os insectos que acordam e passeiam pelos campos agora mais floridos. O sol do fim de dia, ou a

brisa agradável da noite deixam-nos com vontade de registar tudo o que os nossos olhos conseguem ver. Mas há mais vida para lá das paisagens. Existe um mundo em miniatura que merece igualmente a nossa atenção. E, por isso, nesta edição vamos explicar aos nossos leitores como podem iniciar-se na fotografia macro sem terem que dar cabo da conta bancária. Com poucas dezenas de euros conseguirá imagens fabulosas. Com o céu limpo as estrelas brilham mais do que nunca. Se não

sabe o que é a Astrofotografia, não perca a Foto-Aventura deste mês, com o fotógrafo Miguel Claro, que até lhe explica como registar rastos de estrelas. Mas há muito mais na sua zOOm – Fotografia Prática. Nas próximas páginas terá ainda mais motivos para gostar, cada vez mais, de fotografar. Inspire-se e... boas fotografias.

A direcção.

FICHA TÉCNICA

zOOM n.º 7 [Junho/Julho/Agosto 2011]

DIRECTOR Maurício Reis REDACÇÃO Cláudio Silva, Marcos Fernandes, Paulo Jorge Dias, Pedro Portela MARKETING/CIRCULAÇÃO Sandra Mendes ARTE/GRAFISMO +ideias design IMPRESSÃO Peres-Soctip - Indústrias Gráficas, S.A DISTRIBUIÇÃO Vasp, Lda PROPRIEDADE MR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609 | REDACÇÃO|PUBLICIDADE Rua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001902 Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail: zoom.fotografiapratica@gmail.com | zoomfp@zoomfp.com | exposicao@zoomfp.com Depósito legal: 305470/10 | Registado na E.R.C. n.º 125761

Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.500 exemplares

[ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]

http://www.zoomfp.com Foto da capa: Carlos Silva

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www.flickr.com/photos/revistazoom

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livros Q U E D E V E T E R N A S UA E S TA N T E . T E X TO : M A R C O S F E R N A N D E S

Street Photography © Rui Palha

FOTOS DE RUI PALHA | EDITORA: EDIÇÃO DE AUTOR | PÁGINAS: 240 | €50

mador: adjectivo e substantivo masculino que representa o apreciador, o que exerce uma arte por gosto, e o que ama. Rui Palha tem, em si, todos estes sentidos, alinhados, como se estivessem na mesma linha de mira, a que gosta de se referir, para se definir, na citação de Cartier-

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Bresson. E Rui Palha acaba por representar o triunfo dos amadores. Anos vão em que publica imagens em galerias online e as expõe em mostras fotográficas. Chega agora a vez de levar à estampa as suas fotos de rua, corolários de passeios citadinos em solidão, mas junto de muitos dos que lhe compõem o mundo visual. Rui Palha ama a geometria de formas. Ama silhuetas andantes. Ama escadas e a calçada, singular, que é única, portuguesa. Ama chuva e chapéus. Ama a condição humana. Como qualquer paixão, consome-a, por vezes, à

exaustão, repetindo fórmulas, vencedoras. Intitula as imagens em jeito de comentário ficcionado, a lembrar salões fotográficos, de tempos idos. A Sociedade Portuguesa de Autores consagrou este livro como Melhor Trabalho de Fotografia nos prémios de 2011. Eu sugiro que aprecie a obra de Rui Palha de duas formas: a tradicional e a ortodoxa, com o livro de pernas para o ar! Henri CartierBresson ficaria orgulhoso deste seu discípulo, ao ver a beleza das fotografias com sentido, na análise tradicional, e da pura bela abstracção geométrica, em sentido contrário.

Libera Me © Alex Majoli

FOTOS DE ALEX MAJOLI | EDITORA: TROLLEY | PÁGINAS: 64 | €30

ibera Me é um cântico fúnebre católico, que pede a Deus para ser misericordioso sobre o defunto, no Julgamento Final: ‘Dies irae, dies illa calamitatis et miseriae; dies magna et amara valde. Requiem aeter-

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nam, dona eis, Domine, et lux perpetua luceat eis. Libera me, Domine, de morte aeterna in die illa tremenda’ (‘Naquele dia de ira, de calamidade e miséria, um grande e amargo dia, dai-lhes descanso eterno, Senhor, e que a luz perpétua os ilumine. Livra-me, Senhor, da morte eterna nesse dia horrível’). As imagens de Alex Majoli representam esse clamor pelo salvamento. São retratos a preto-e-branco, dramáticos, de quem aparenta ser julgado por pecados que reconhece. Nas imagens, os rostos emergem da escuridão. A luz vem do alto, como se divina fosse. Vela, revela, e desvela faces encolhidas, em sinal de penitência.

Libera Me é o primeiro de três tomos, nos quais Majoli nos deixa uma visão pessoal do sentimento de perda, e do céu e do inferno. A este primeiro capítulo, apresentado como Persona, vão seguir-se Libera Me, uma visão surrealista de paisagens da Letónia, e Lacrimosa, um rol de imagens, a cores, de memoriais do genocídio no Ruanda.

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livros Q U E D E V E T E R N A S UA E S TA N T E . T E X TO : M A R C O S F E R N A N D E S

Transtempo © Cristina García Rodero / Magnum Photos

FOTOS DE CRISTINA GARCÍA RODERO | EDITORA: LA FABRICA | PÁGINAS: 256 | €45 com a fotógrafa que ao longo de 35 anos rumou inúmeras vezes de Madrid à Galiza para espreitar rituais, esses sim, presos no tempo, noutro tempo, e confinados a fronteiras. Há um gosto especial de García Rodero por cultos religiosos e pagãos, já se sabe, e a Galiza é um laboratório fértil de análise. As fotografias são sublimes, não por incidirem Janela ao ar, sobremaneira em cerimónias Amoeiro, 1986 católicas, mas pela mestria do olhar, que, de resto, levou García Rodero a ser a primeira fotógrafa espanhola – e ibérica, para puxar a brasa à nossa sardinha –, a entrar na Magnum Photos. Ela tem a rara capacidade de incluir um segundo clímax no enquadramento de uma situação que, já por si, parece atingir um expoente. É o caso da imagem de um casamento ficcionado em que os noivos têm

universal é o local sem muros’. A expressão é de Miguel Torga e foi aproveitada pelo escritor galego Manuel Rivas, no prefácio de Transtempo, para fazer um paralelismo entre Cristina García Rodero e a galinhola, ave dama dos bosques, que tem um olhar de praticamente 360º. Rivas encontra na visão fértil de um pássaro, que sobrevoa ‘muros’, uma ligação

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por máscaras cabeças de porco, e a fotógrafa ainda apanha um dos jovens acólitos a esconder a cara, e a rir. Noutra fotografia, o ‘rei das margaridas’ é um homem com rosto franzido, em sinal de tédio, barbado, e de vestido de princesa! Na mesma imagem, um compadre rosna, com a dentadura quase a pender da boca.

Love on the Left Bank á um lado negro em Ed van der Elsken. Não é trágico. Consideremolo taciturno, romântico. Van der Elsken, holandês, migrou para Paris em 1950, aos 25 anos, para experimentar a vida de artista na cidade que ainda ia vendendo a marca de capital mundial da cultura. Saboreou a vida nocturna de Saint-Germainde-Prés, bairro vizinho da Sorbonne, em Rive Gauche, a margem sul que é apregoada como esquerda, talvez pelos ideais políticos e libertários de artistas que a habitaram, como Rimbaud, Matisse, Picasso, e Hemingway. Foi em Rive Gauche que Ed van der Elsken conheceu Vali Myers, artista plástica, também ela longe da pátria, australiana, e que procurava inspiração para as suas primeiras obras. Love on the Left Bank é um fotoromance inspirado num diário visual de Van der Elsken, centrado em Myers. Usa amigos comuns para relatar um quotidiano de boémia, amor e sobrevivência. Tem histórias do submundo do haxixe e do ópio, dos cafés, da violência, da noite. Van der Elsken disse em 1988, numa entrevista, que Rive Gauche se

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© Ed van der Elsken

FOTOS DE ED VAN DER ELSKEN | EDITORA: DEWI LEWIS | PÁGINAS: 112 | €30 autor usa imagens maiores e mais pequenas, alinhadas com o texto, para contar a história de jovens loucos que desacreditavam na vida e, talvez por isso, vivessem uma contínua véspera do eventual fim.

adequava ao seu «sentimento de incerteza e raiva, depressão, pessimismo e derrotismo». Esta obra fotográfica serve de exemplo. Love on the Left Bank é um fac-símile do clássico livro de 1956. Tem fotografias excepcionais mas vive, principalmente, do seu conjunto, da paginação arrojada, da forma como o


conhecer FOTÓGRAFOS DE CÁ E DE LÁ

FOTÓGRAFOS Na zOOm damos-lhe a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo, sejam eles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grande maioria, autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende (e muito) sobre fotografia... a ver.

Carsten Peter

Jason Hawkes

Randy Olson

Este homem só sabe viver no limite. Não há nada que o impeça de (tentar) tirar excelentes fotografias. Não lhe passa sequer pela cabeça captar imagens convencionais, pelo que anda sempre atrás de inovadoras técnicas fotográficas para conseguir fotos nunca vistas de alguns dos ambientes mais incríveis (e assustadores) do planeta. Se o quiser encontrar terá que descer à mais profunda das cavernas, ou deslocar-se até cascatas de ácido tóxico, ou tentando acompanhá-lo num rapel em vulcões activos. E isto só ao pequeno-almoço, porque Carsten Peter não consegue fazer por menos. Mas, acredite o leitor, as suas imagens são Fabulosas. E como prova, informamos que é colaborador regular da revista National Geographic e vencedor de um prémio da World Press Photo. É o James Bond da fotografia... www.carstenpeter.com

Se Carsten Peter é o James Bond da fotografia, Jason Hawkes é o Super-Homem. As suas fotografias aéreas são de cortar a respiração e... inspiradoras. Quantos não desejavam ter não só o seu trabalho mas, e principalmente, o seu talento? Actualmente passa quase mais tempo no ar do que em terra, sempre a fotografar para algum cliente famoso – Nike, Ford, Rolex, Toyota, só para nomear alguns. Se no início da sua carreira assistia outros fotógrafos nos mais diversos campos, foi o passeio num avião ultra-leve que lhe ofereceu um novo ponto de vista. Desde 1991 que Jason Hawkes se afirmou na produção de imagens que mostram o mundo visto de cima. Para os mais técnicos, que gostam sempre de saber que material usa determinado fotógrafo, Hawkes normalmente recorre a Nikon D3. www.jasonhawkes.com

Contrariamente ao que acontece hoje em dia, em que as pessoas vêem mais fotos no ecrã do computador do que impressas, Randy Olson faz questão de recorrer a cópias em papel para editar o seu trabalho. Sim, é verdade. Como ele próprio afirma, “no papel podemos ver coisas que não se conseguem ver no monitor. O seu olho pode ser enganado pela fonte de luz que vem por detrás da imagem no ecrã, que é diferente da luz que se reflecte na impressão”. Pode ser estranho para alguns, mas este fotógrafo profissional faz quase cem cópias impressas antes de editar uma reportagem para a revista National Geographic. Já realizou reportagens fotográficas em vários locais do mundo (Sudão, Turquia, Congo, Tailândia, entre outros) e ganhou variadíssimos prémios... bem merecidos. http://randy.olsonfarlow.com

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iniciados A F O TO G R A F I A D E U M A F O R M A S I M P L E S

A arte de cortar… a imagem DOMINAR A FERRAMENTA DE CORTE NO SEU PROGRAMA DE EDIÇÃO É FUNDAMENTAL. VAI PRECISAR DELA PARA ELIMINAR PARTES INDESEJADAS, REDIMENSIONAR A IMAGEM E FAZER TODO O TIPO DE ACERTOS. CONHEÇA OS TRUQUES E SEGREDOS DESTA FERRAMENTA QUE DEVE TER SEMPRE À MÃO. embra-se do Emplastro? Aquele rapazinho com mau aspecto que arranjava sempre maneira de aparecer em tudo o que fosse reportagem na zona do Porto? Para alguns era motivo de gargalhada, mas para quem tentava conseguir uma boa imagem era um pesadelo. Infelizmente, o Emplastro não é caso isolado. Cromos assim há muitos e todos os fotógrafos já tiveram de lidar com este tipo de gente que, de propósito, ou acidentalmente, nos entra pela fotografia adentro. Felizmente existe uma ferramentazinha abençoada que nos permite eliminar todo o tipo de melgas, cromos e emplastros no seu programa de edição. Chama-se “Corte”, mas também é conhecida como “Crop”. Claro que seria injusto resumir uma ferramenta com tanto potencial a um mero exterminador de Emplastros. O Corte é muito mais do que isso. É uma ferramenta que nos permite fazer todo o tipo de acertos na fotografia, quer para corrigir erros cometidos na

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hora do clique, quer para melhorar ou dar um ar diferente às suas fotografias. Sim, nós sabemos que ainda há muitos fotógrafos “puristas” que não querem ver a ferramenta de corte nem pintada! Trabalham a imagem ainda na câmara, no momento de fotografar, imprimindo depois o trabalho tal e qual ele saiu na hora do disparo. Mas há também, no outro extremo, os “artistas do corte”, que chegam mesmo a pensar a imagem, antes de a A REGRA DOS TERÇOS fotografar, tendo em Quando estiver a compor a sua imaconta o trabalho de gem tenha em mente a Regra dos “crop” que será feito posTerços. Ao reposicionar os elementos teriormente, em frente da fotografia tente alinhá-los de acorgrafia, corrigir ao computador. do com as linhas horizontais e vertierros de posicionaExtremos à parte, a cais, bem como dos seus pontos de mento, salvar a verdade é que a ferraconvergência, para que a mesma parte útil de uma menta de corte é sempre tenha um aspecto mais envolvente fotografia escurecida, indispensável a qualquer e equilibrado. ou alterar as dimensões fotógrafo. Seja para eliminar da imagem, a ferramenta de partes indesejadas de uma foto-

DICA

Cortar no Photoshop Há duas maneiras de utilizar esta ferramenta: através do teclado, prima “C”; ou usando o rato, abra a ferramenta de corte na barra de ferramentas (3.ª a contar de cima, no lado esquerdo). Depois, em função daquilo que pretende fazer, há diferentes técnicas para usar o Corte. CLICAR E ARRASTAR Posicione o apontador do rato no sítio onde quer começar a selecção e depois arraste-o premindo o botão esquerdo do rato até onde muito bem entender. Vai criar uma forma específica dentro da imagem (um quadrado, um rectângulo, etc). Todas as áreas sombreadas que ficarem fora da selecção serão cortadas quando fizer duplo clique.

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SELECÇÃO Usando qualquer uma das ferramentas Marquee (M) seleccione uma parte da imagem e, em seguida, vá a Image > Crop para finalizar. Será adicionado um contorno em volta das partes seleccionadas.


# corte está lá para o que der e vier. Basta abrir a esmagadora maioria dos programas de edição de imagem – pelo menos os que são dignos desse nome, como o Photoshop, o Elements ou o Paintshop Pro – e descobre-se logo pelo menos uma opção de Corte, ou “Crop”.

E que jeitaço elas dão! Por exemplo, numa situação em que não dispõe de uma lente suficientemente “longa” e precisa que a sua fotografia seja trabalhada de modo a dar a impressão de um zoom mais prolongado. Uma dose relativamente ligeira de corte vai permitir esse efeito, sem, no entanto,

RODAR A SELECÇÃO Para além de permitir cortes horizontais e verticais, é possível rodar a selecção. Basta colocar o rato no canto da selecção de corte e o “cursor” transforma-se então numa seta rotacional que lhe permitirá efectuar os ajustes à sua medida. Ideal para fazer acertos nas extremidades da fotografia, bem como para corrigir as linhas de horizonte que estejam desalinhadas.

BARRA DE OPÇÕES Permite-lhe definir parâmetros como Largura (Width), Altura (Height) e Resolução (Resolution). Ao alterar os valores tanto pode melhorar como piorar a qualidade da fotografia, por isso, fica o aviso: cuidadinho com as mexidas que faz por lá. Ah e não esqueça que aumentando a resolução de uma imagem vai deixá-la mais pesada.

afectar a qualidade da sua fotografia. Em sentido inverso, o abuso do corte pode ter efeitos negativos. Se usar uma lente que não seja famosa ao nível do “sharp” pode reduzir o detalhe visível na imagem final. Outra situação: actualmente, boa parte das câmaras DSLR dispõe de um viewfinder que cobre menos de 100 por cento da totalidade do campo visual. Ora, isto aumenta a possibilidade de aparecerem intrusos nas extremidades da sua fotografia. Agora adivinhem lá como é que se resolve este problema? Isso mesmo, recorrendo à ferramentazinha que está hoje em destaque: o corte. Selecciona-se o que interessa e o resto vai para lixo que não faz cá falta. E há também aqueles usos mais criativos desta ferramenta. É o caso de quando pretendemos dar um melhor enquadramento ao sujeito. A pessoa ficou mesmo ao meio e dá um ar de “retrato de férias” à sua fotografia, certo? Então, corta-se uma parte, reposiciona-se o resto e já está! Ou então podemos usá-la ainda para recortar uma imagem em formato retrato a partir de uma fotografia em formato paisagem. Ou mesmo para mudar as proporções de, sei lá, um 4:3 para um panorâmico 16:9. Ah e pode ainda usar esta ferramenta para acertar uma foto panorâmica que esteja descaída. Achou que o tripé era peso a mais e confiou na sua firmeza de mão não é? Pois, mas o terreno estava descaído, não viu bem o seu posicionamento, fez mal as contas e agora chegou ao computador e percebeu que a linha do horizonte desenha uma discreta diagonal, não é? Pois, acontece aos melhores! E aos piores. E aos outros todos, já agora. Não se preocupe que tudo tem solução. Basta abrir a ferramenta, seleccionar e depois ir rodando até ficar tudo alinhadinho, como manda a lei. n Z

PERSPECTIVA Quando seleccionar a ferramenta de corte vai encontrar uma caixa com o nome Perspective (ou Perspectiva) no menu. Esta permite fazer acertos nos cantos, individualmente, de forma a corrigir linhas de convergência e perspectiva.

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exposição NOME: Carlos Filipe LOCALIDADE: Portimão/Portugal IDADE: 31 CÂMARA: Nikon D90 WEBSITE: www.carlosfilipe.com

O INÍCIO Carlos Filipe nasceu no Alentejo em 1980. Licenciou-se em línguas estrangeiras ingressando também em várias acções de formação teatral. Ingressou o grupo de teatro amador GAITA participando em vários trabalhos como Palavras Mal Ditas e ainda Política a Portuguesa. Em 2002 começa a dedicar-se à fotografia adquirindo formação específica em fotografia analógica pelo IEFP e desde então a fotografia passou a ser mais que um hobby. PRIMEIROS PASSOS Mudou a sua residência para o Algarve e trabalhou em diversas áreas desde o turismo até ao ensino. Do seu trabalho com crianças surge a sua primeira exposição de trabalhos chamada Papos Flash, em 2007, que ganhou continuidade em 2008 patente no Continente de Portimão. Tem no seu currículo um leque de portefólio onde explorou uma abordagem distinta ao retrato. Fez a cobertura de variados eventos como as festas da Caras, TV GUIA, RR, FHM bem como o Concerto de Caetano Veloso. Além disso publicou trabalhos seus em varias revistas e jornais nacionais e locais como O mundo da Fotografia Digital, DP Digital Photographer, Super Foto Pratica e FHM. ACTUALMENTE. . . Actualmente vive em Portimão e colabora com variadas entidades. Realiza ainda a cobertura de outros eventos e portefólio a particulares. Em 2008 criou o seu site pessoal e possui galerias em vários sites de fotografia onde expõe os seus trabalhos. Em 2009 participa na exposição colectiva ESCOLHAS, em Lisboa, na exposição OLHAR A LIBERDADE em Aljustrel, PRETO E BRANCO by Carlos Filipe, em Faro e PREVENÇÃO RODOVIÁRIA na Fnac de Viseu. Em 2010 expõe PORTEFÓLIO em Aljustrel, FOTOGRAFIA em Lisboa, PREVENÇÃO RODOVIÁRIA em Braga e SUBMUNDOS em Castro Verde e Portimão. Iniciou 2011 com a sua primeira exposição individual FANTASMAS em Portimão e Aljustrel. Publicou fotografias em diversas revistas de fotografia tendo também ganho alguns prémios nas mesmas.

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DESTAQUE DA EDIÇÃO

D O S L E I TO R E S

esde cedo que a minha paixão pela fotografia nasceu e me apaixonei pela sua capacidade de nos fazer ver a realidade de inúmeras formas. Tendo como referência fotógrafos como David LaChapelle, Elmut Newton, Mário Testino e Steven Klein, resolvi eu mesmo recriar os meus mundos através da objectiva de uma máquina tendo os meus amigos como cobaias deste processo criativo. Depois de me entregar vários anos ao teatro resolvi dedicar-me então à fotografia, embora até hoje, alguns anos depois, ainda não tenha encontrado ou definido o meu estilo. Sempre considerei o mundo em si muito rico e ao mesmo tempo enfadonho na forma como se apresenta perante os nossos olhos. Todo o simbolismo que contém permanece na maioria das vezes invisível aos olhos comuns revelando-se apenas quando temos os sentimentos à flor da pele. Só aí, quando choramos, rimos, estamos zangados ou nos apetece desaparecer o mundo ganha formas. Sempre fugi da fotografia convencional por considerá-la demasiado explorada e vista. Sempre procurei e procuro algo diferente do que já existia então servi-me de

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Gostaria de ver as suas fotos nesta secção? Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, para zoom.fotografiapratica@gmail.com), acompanhadas do respectivo título, uma pequena descrição e, caso pretenda, pode contar a sua história de vida ligada à fotografia. As fotos devem ter pelo menos 1500 pixéis no lado maior (300 dpi) e manterem o EXIF. zOOm - Fotografia Prática Apartado 97 . 3001-902 Coimbra

mim como objecto de estudo para extrair do mundo os seus universos paralelos. Despime, acorrentei-me, pintei-me e chorei o que via através de fotografias. Comecei a contar as minhas histórias por imagens… quando quase morri, quando perdi a minha “mãe”, quando fui traído… Todos esses momentos encerrei em fotografias… Depois tornei-me curioso ou caça-fantasmas e resolvi incutir o mesmo processo nos outros a fim de extrair deles e drená-los de sentimentos, demónios, paixões e transferir tudo para imagens. Ao logo dos anos tenho-me dedicado a esse processo criativo/explorador/parasita sendo esse quase o sangue do meu trabalho. Prefiro dizer que crio mensagens do que tirar fotografias. Afastei-me do convencional, da paisagem, da macro… Abracei antes o inconsciente que é um fruto muito mais rico de saborear. Defino talvez o meu trabalho como estranho, bizarro… Os outros definiram-no ao longo do tempo como fetichista, fútil, cru, farsante, encenador… Os meus fantasmas resolvi-os pela fotografia. Agora seduz-me descobrir os dos outros. Será talvez esse o meu estilo… só não sei que nome lhe devo dar.”


LADY CRISTAL BALL Nikon D90 . 18mm . f/3.5 . 1/10” . ISO 200

MONEY MONEY MONEY Nikon D90 . 40mm . f/7.1 . 1/200” . ISo 400

SEAGUL EXPERIENCE Nikon D90 . 32mm . f/7.1 . 1/160” . ISO 400

THERE IS A LIGHT Nikon D90 . 22mm . f/3.8 . 1/40” . ISO 400

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exposição D O S L E I TO R E S

Parabéns aos três vencedores do passatempo que levámos a cabo com o site fotogenicos.net. Foram vários os participantes e a escolha das fotos ganhadoras não foi tarefa fácil. > Fernando Coelho | José Ribeiro | Sofia Carvalho

FERNANDO COELHO www.flickr.com/photos/domin_guex “A fotografia é para mim um hobby que tem crescido ao longo dos anos. Comecei com as clássicas fotografias de família e dos miúdos e hoje leio muito e pratico (às vezes menos do que gostaria) com a minha CANON EOS 7D, a minha primeira reflex e um maravilha da tecnologia que me assegurou uma grande evolução face à minha anterior bridge da Panasonic. Para além da todo-o-terreno Canon EF-S 18-130 mm, adquiri recentemente uma lente macro da Tamron (60mm) que me tem aberto novos horizontes e relevado os enormes detalhes de um mundo que na maioria das vezes nos escapa ao olhar. Tenho particular predilecção pela fotografia de arquitectura e com os jogos que por vezes se conseguem fazer com os diferentes pontos de vista no sentido de se obterem imagens com perspectivas curiosas e inesperadas.” CIMA: SIMETRIA “Um motivo certamente muito fotografado (“Hemespheric”). Mas quando se está lá não é possível resistir à beleza da arquitectura e aos reflexos. Parece que toda a “Cidade das Artes e da Ciência”, em Valência, foi pensada e executada para que os fotógrafos se deleitassem a admirá-la e a captá-la nas suas diferentes perspectivas e iluminações. Parabéns Santiago Calatrava!”. Canon 7D . 18mm . f/3.5 . 1/32” . ISO 1250

JOSÉ RIBEIRO www.cristinamestre-fotografia.com “Tenho 50 anos e sou natural de Tomar. Apesar da minha actividade profissional, a paixão pela fotografia sempre esteve ligada a mim. A minha primeira máquina foi uma Yashica reflex, entretanto substituída por uma Nikon F70. Com a era do digital, passei para uma Nikon D50 e mais recentemente para uma Canon 50D. Continuo na busca constante da minha melhor fotografia, parafraseando o grande fotógrafo Joel Santos.” CIMA: BOSQUE DOS BAILADOS “Numa tarde de Inverno lá fomos até ao Festudio4, para a minha primeira sessão... Gestos Teus, deu-me esta imagem que titulei de ‘Bosque dos Bailados’. Escolhi o preto-e-branco não só por apreciar, mas também por dar um pouco mais de dramatismo...” Canon 50D . 50mm . f/2.8 . 1/60” . ISO 800

SOFIA CARVALHO www.flickr.com/photos/domin_guex ESQUERDA: NOSTALGIA “Foto tirada num parque de campismo nas Astúrias, enquanto esperávamos que a chuva passasse para montar as tendas. Utilizei o Lightroom para a transformação em p&b, escurecimento, aumentar a claridade, equilíbrio de luz e detalhe.” Nikon D40 . 20mm . f/8 . 1/13" . ISO 220

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exposição D O S L E I TO R E S

DUARTE SOL www.flickr.com/photos/domin_guex CIMA: ONIRIC PIER “Aqui fica uma amostra da minha galeria. Espero que seja do vosso agrado pois foi uma foto que me deu imenso gozo fazer. Foi também a minha primeira foto a ser aceite nesse ambiente de excelência que é o www.1x.com contando já com mais de 20.000 visualizações. À elaboração da foto foi essencial o uso de um filtro ND Full 3.0 (10 stops). Tirada em Santa Cruz, Ilha da Madeira.” Canon 7D . 12mm . f/7.1 . 241” . ISO 100

ANA SIMÕES www.flickr.com/photos/domin_guex DIREITA: LIBERDADE TOTAL “Brincadeiras em família numa tarde de Verão...” Canon 450D . F/5.6 . 1/200” . ISO 200

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exposição D O S L E I TO R E S

AFONSO DE SOUSA www.flickr.com/photos/domin_guex ESQUERDA CIMA: VALE-FURADO, PAREDES I “Fotografia tirada na Praia de Vale Furado, situada a cerca de 7 Kms a Norte da Praia da Nazaré, aproveitando a maré baixa para salientar as rochas em primeiro plano, face às encostas pouco comuns de arenito com inúmeros padrões causados pela erosão dos ventos. No fundo tratou-se de uma experiencia sobre profundidade de campo, uma vez que se trata de uma das minhas primeiras fotografias com uma máquina DSLR.” Canon 550D . 18mm . f/11 . 1/100” . ISO 100 ESQUERDA BAIXO: VALE-FURADO, PAREDES II “Fotografia tirada na Praia de Vale Furado, situada a cerca de 7 Kms a Norte da Praia da Nazaré... Trata-se de uma experiência com um filtro polarizador (que nunca havia usado antes, visto que esta é uma das minhas primeiras fotografias com uma máquina DSLR), e a cores, com o intuito de verificar qual o contraste de um céu azul pouco nublado (com polarizador) face a uma escarpa de arenito amarelo... Mais tarde converti em preto-e-branco a fim de visualizar o resultado de um contraste forte... gostei do resultado, e assim ficou...” Canon 550D . 18mm . f/9 . 1/125” . ISO 100

FILIPE PESSOA www.olhares.com/subaquatic ESQUERDA: MIRADOURO “Praia de Mira” Nikon D3000 . 18mm . f/3.5 . 90” . ISO 100

ELIA CORREIA www.olhares.com/subaquatic CIMA: FAROL EM SESIMBRA “Foto tirada de barco junto à marina de Sesimbra.” Sony DSC-W300 . 15mm . f/8 . ISO 100

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Vencedores dos passatempos do site

ForumFotografia.net RICARDO FERREIRA > 21 ANOS http://www.flickr.com/photos/ricardoferreira21/ “O gosto pela fotografia nasceu com a influência de um grande amigo, acompanhava-o nas suas saídas fotográficas, ficando apenas a observar, até que começo a pedir a maquina dele emprestada, e sem dar por nada, surgiu o interesse pelo registo das coisas que observava. Decidi então comprar a minha primeira máquina digital, uma bridge (Fujifilm S9600), esta acompanhou-me durante uns dois anos, até que as necessidades fotográficas pediam material mais específico, e é ai que compro a Nikon D90. Hoje, já com algum investimento em material fotográfico e apesar de ser um amador, penso na fotografia como algo bastante sério, uma profissão que quero um dia poder seguir. Fotografo tudo aquilo que pede uma fotografia, mas os temas que mais gosto são a paisagem, retrato/moda e fotografia de produto. Não fotografo todos os dias, mas sempre que o faço tento dar o meu melhor, com intenção de melhorar sempre mais um pouco.” DIREITA: NATAL SOVINA “Concurso de fotografia com o tema Natal Sovina. A ideia que me ocorreu foi, com os tempos de crise: Se queres prendas, tens de as pagar, porque o Pai Natal já não dá nada a ninguém: Natal Sovina. Eu, vestido de Pai Natal, o meu amigo e atrás o presépio, que criou um ambiente Natalício.” Nikon D90 . 50mm . f/1.4 . 1/50” . ISO 200 VITOR MIRANDA > 52 ANOS www.flickr.com/photos/domin_guex “Apesar da minha idade, comecei na fotografia apenas em Janeiro de 2010, há pouco mais de um ano. Acho curioso a maneira que me levou a entrar neste mundo. Como sou apaixonado por automóveis e toda a sua envolvência, um dia ao ver umas fotos espectaculares que um amigo tinha do seu carro, disse para comigo” Também quero fazer umas assim”! Foi o clique que me despertou. Como estávamos perto do Natal de 2009,resolvi oferecer-me uma Canon 450D. Não entendendo nada de fotografia, comecei desde logo a adquirir conhecimento através de fóruns dedicados, da Internet e de livros, começando a tirar as minhas primeiras fotos. Numa primeira fase “PAISAGEM”, pois devido à minha actividade profissional, poucas alternativas me restam. Depois foi a “MACRO”, que se veio a revelar a minha grande paixão, pois através da macrofotografia conseguimos descortinar pormenores que a nossa vista não é capaz de alcançar. É um mundo dentro do nosso mundo. A partir daí tenho caminhado o percurso da evolução, tentando sempre dar o melhor de mim, com trabalho e dedicação, em busca do perfeccionismo.”

DIREITA: CAÇA E CAÇADOR “Fiquei fascinado com o momento. É daquelas oportunidades que não se podem perder e que se tem logo a percepção de que vai ser uma grande foto.” Canon 450D . 50mm . f/14 . 1.3” . ISO 100

{ como participar na nossa exposição } Envie-nos duas/três fotos por e-mail, com pelo menos 1500 pixéis no lado menor (manter o EXIF), acompanhadas de título e pequeno texto descritivo. Anexar ainda um auto-retrato e, caso deseje, pequena apresentação pessoal (história ligada à fotografia, gostos fotográficos, equipamento anterior e actual, etc...), para zoom.fotografiapratica@gmail.com ou exposição@zoomfp.com

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exposição D O S L E I TO R E S

Vencedor de um dos passatempos do site

ForumFotografia.net

FRANCISCO PARAMOS http://franciscoparamos.deviantart.com CIMA: NATURAL GROWTH “O conceito desta fotografia refere-se, basicamente, à ligação entre o ser humano e a natureza, a força que esta tem sobre nós e que nos leva a relembrar que fazemos parte desta.” Canon 450D . 50mm . f/1.8 . 1/1600” . ISO 100

CLÁUDIO OLIVEIRA www.flickr.com/photos/domin_guex CIMA: NOVAS OPORTUNIDADES “É uma fotografia que se formou na minha cabeça, tendo como ponto de partida todos aqueles que já estiveram no fundo do poço e souberam agarrar alguma nova oportunidade ou até mesmo criar a sua própria nova oportunidade de vida. Parti da ideia de um mendigo, alguém que um dia tudo perdeu por seja qual for o motivo, levou uma vida de desespero e dependências como o álcool, tabaco e drogas, que como elemento ilustrativo e de preenchimento conferiram ainda mais força à fotografia. Seguindo uma linha guia de livros, um ponto de fuga para o olhar, encontramos aquele que soube agarrar a nova oportunidade e se afasta de tudo o que era mau na sua vida e faz parte do passado. Sou protagonista nesta fotografia porque também eu me revejo e admiro todos esses casos que, num mundo onde mais facilmente nos deixamos abater do que procurar algo novo, ainda há quem o faça e consiga vencer.” Nikon D200 . 70mm . f/4.5 . 1/250” . ISO 100

GONÇALO MOTTA http://www.flickr.com/photos/gmottac/ “Por alguma razão que desconheço, há quem as diferencie, mas para mim a fotografia é arte. Nem tudo tem que ser óbvio e auto-explicativo. A arte é incerta, assim como quem a faz o poderá ser. A fotografia liga-se a mim e eu a ela. Não é uma viagem singular, é uma viagem de ida-e-volta em simultâneo. A fotografia ajuda-me a captar o mundo, mas acima de tudo, ajuda-me a captar o meu carácter e a minha personalidade para não me esquecer quem sou.” ESQUERDA: FISHERMEN (PESCADORES) “Pescadores voltam para casa sob o nascer do sol em Cascais.” Canon 1000D . 55mm . f/5.6 . 1/1000” . ISO 100

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FILIPE ESTRELA > ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO > 19 ANOS www.filipe-estrela.com “Tudo começou numa viagem aos Açores que fiz em 2008, impressionado por levar uma Canon 400D, com a qual fiz a viagem. As fotografias ficavam péssimas, mal expostas, mas o bichinho desta arte falava mais alto. Em Fevereiro do ano seguinte decidi comprar uma máquina, optei por ficar na mesma marca pois já estava habituado ao sistema e à ergonomia. Fui evoluindo ao longo dos tempos… os meses passavam e a minha busca auto-didacta era intensa! Fotografo como hobbie. Adoro fotografia de paisagem, retrato, macro, e sou um grande apaixonado pela moda. Tento evoluir sempre que saio para fotografar… Desde o ano passado que publico as minhas fotografias na minha página pessoal, tendo como objectivo dar a conhecer o meu trabalho à comunidade. Espero que gostem!” CIMA ESQUERDA: PONTE VASCO DA GAMA NUMA MANHÃ FRIA “Numa madrugada muito fria, mesmo antes de ir para um exame. Não há nada melhor do que ir primeiro fazer o gosto ao dedo!” Canon 5D . 24-105mm . 24mm . f/14 . 231” . ISO 50 CIMA DIREITA: MOINHO DA MARÉ “Mais uma manhã fria, nas Mouriscas em Setúbal. Um local magnífico, transmite imensa paz!” Canon 5D . 17-40mm . 17mm . f/10 . 0,6” . ISO 50 DIREITA: CABO RASO “Um sítio fabuloso para fotografar ao final da tarde!” Canon 5D . 17-40mm . 17mm . f/10 . 90” . ISO 100 JORGE COELHO http://olhares.aeiou.pt/jfc1975 “Meu nome é Jorge Coelho, sou do Porto e tenho 35 anos. Em meados de 1996, descobri com o Curso de Artes Gráficas o fascínio da fotografia (tendo uma disciplina de Fotografia a p/b). Tendo feito esta disciplina e curso sempre com uma máquina Canon (não me recordo do modelo), que era requisitada na própria escola. Tendo prosseguido e tentado desenvolver os conhecimentos em fotografia. Sem nunca ter tido uma máquina de top, fui elaborando alguns trabalhos de forma amadora. Actualmente tenho uma máquina compacta CASIO EX-Z22 9.1 Mega pixéis, que me foi oferecida. Apesar de não ser uma máquina transcendental, tento registar o melhor possível aquilo que me rodeia e na perspectiva que acho mais adequada.Tento sempre ser o mais original possível em todos os registos que elaboro. Marcar pela diferença. Cada vez mais a fotografia faz parte da minha vida. Tendo-me inscrito recentemente no site Olhares. Um sonho? Uma máquina um pouco mais sofisticada, assim que possível...” ESQUERDA: SURF-ANDANDO “Registo elaborado na praia de Matosinhos, ao fim do dia.” Casio EX-Z22 . 6.2mm . f/5.6 . 1/2000” . ISO 64

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exposição D O S L E I TO R E S

MARCO GASPAR www.flickr.com/photos/domin_guex “Antes da era digital, o meu contacto com a fotografia foi unicamente através de uma simples Kodak dos meus pais, que na altura antes de disparar pensava-se bem, uma vez que a revelação custava dinheiro; mas foi em 2003 com a compra da minha primeira máquina fotográfica digital, uma Fujifilm, que comecei a despertar para o mundo da fotografia que para mim era algo quase intocável pois via por vezes imagens fascinantes que desejava um dia realizar. Com o passar do tempo tive outras máquinas, sempre compactas, até que no ano passado após uma “espera” de sensivelmente 5 anos comprei a minha primeira DSLR, e se até à data já gostava de fotografar, com uma Reflex o entusiasmo cresceu exponencialmente até hoje. É apenas um hobbie e a aprendizagem é feita por um auto-didacta que devora tudo o que é revistas, sites de fotografia, livros e tudo o que seja relacionado com esta temática. Levo este hobbie muito a sério e quem sabe o que o futuro não me reservará, mas neste momento a minha prioridade é aprender, experimentar e acima de tudo usufruir do prazer de fotografar.” ESQUERDA: ESQUECIDAS NO TEMPO “Entre as várias aldeias existentes no nosso país, existe uma situada na Beira-Baixa que possui várias casas esquecidas e abandonadas pelo tempo. De vez em quando costumo visitar essas casas em busca de fotografias com um “ambiente” diferente.” Canon 50D . 17mm . f/7.1 . 30” . ISO 200

PAULO PIRES www.olhares.com/ppires72 “Os meus primeiros passos na fotografia HDR começaram com muita pesquisa na internet, muitas fotos em “bracketing”, e muita frustração. Mas era uma técnica que me obrigava a usar irremediavelmente um tripé. Não conseguia fazer registos que implicassem movimento, até que decidi seguir o conselho exposto na vossa revista. Foto-grafar em Raw. Com este sistema de armazenamento de ficheiros, é muito fácil simular o resultado do ‘bracketing’ em Photoshop bastando, para o efeito pretendido, baixar ou aumentar digitalmente a exposição dos registos. Na posse das várias e diferentes exposiçãos uso o programa Photomatix para as misturar e conseguir belas fotos agora em HDR. Considero a técnica de HDR generosa para os fotógrafos, pois por vezes consegue-se pegar num registo quase desinteressante e... despertá-lo! O HDR é em parte de extremos: ou se ama ou detesta...” CIMA: BANGKOK “Registo do rio Chao Phraya, na cidade de Bangkok.” Panasonic DMC-TZ15 . 4.7mm . f/8 . 1/400” . ISO 100

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FAUSTO REIS http://www.flickr.com/photos/faustoreis/ “Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração. Desde cedo a minha paixão por fotografia me acompanhou. Sempre fui aquele que nunca se esquecia da máquina, fosse para onde fosse... E agora continuo a fazer questão de não a largar... Não me considero um fotógrafo, aliás costumo dizer mesmo que não sou fotógrafo, apenas gosto de recordar com imagens paradas... Mas sem qualquer dúvida que é uma paixão... Para a vida... E que aumenta a cada “disparo” que faço...” CIMA: MOMENTO “Do teu profundo olhar que tantas vezes me acompanha consegui tirar um verdadeiro momento...” Nikon D3000 . 55mm . f/6.3 . 1/160” . ISO 400


PEDRO ANDRÉ www.flickr.com/photos/domin_guex “Olá, sou o Pedro, natural de Lisboa. Há 2 anos encontrei o gosto pela fotografia, decidi comprar a minha primeira reflex, uma Nikon D60 para começar a entrar no mundo da fotografia. Desde então a fotografia passou a ser um hobbie que adoro practicar sempre que posso. Gosto especialmente de fotografar paisagens e natureza.” ESQUERDA: GARE DO ORIENTE “Céu nublado, gostei do efeito causado pelas luzes no céu e resolvi captar o momento.” Nikon D60 . 18mm . f/7.1 . 5” . ISO 100

ESQUERDA: A NOITE VISTA DE BELÉM “Foto tirada numa bonita noite de Outono em que as luzes da ponte e o cenário do Rio Tejo proporcionaram um momento de reflexão à Joana.” Nikon D60 . 26mm . f/9 . 28” . ISO 100

RUTE PITADAS E MÁRCIO VELOSA www.flickr.com/photos/domin_guex “Nenhum de nós tem qualquer tipo de formação. Aprendemos apenas lendo e, acima de tudo, a experimentar, errar, tentar acertar, errar novamente e algumas vezes conseguir algumas coisas menos más.” CIMA ESQUERIDA: MÁRCIO VELOSA: NOCTURNO 1 “Nocturno tirado na Madeira” Nikon D80 . 18mm . f/10 . 6” . ISO 160 CIMA DIREITA: RUTE PITADAS: NATUREZA 2 “Adorei a forma como se agrupavam as cores e a perspectiva em que se apresentavam ao meu olhar.” Canon 400D . 300mm . f/9 . 1/320” . ISO 400

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exposição D O S L E I TO R E S

NUNO SOUSA http://www.wix.com/NunoSSousa/Gallery “Chamo-me Nuno Sousa e sou natural da cidade do Porto. Sou um fotógrafo amador, que apenas descobriu o gosto pela fotografia no ano de 2005 quando me foi oferecida a minha primeira máquina digital. Desde aí tenho tentando aprender, por ver trabalhos de outros fotógrafos (em especial por meio de sites de partilhas de fotos) e por tentar pôr em prática o que vou vendo e aprendendo. Por isso me considero um autodidacta, tentando aprender a cada dia com os meus erros. Em especial a partir do ano de 2008 o meu interesse pela fotografia aumentou, o que me levou a comprar a minha primeira câmara digital SLR a qual me ajudou explorar ainda mais alguns aspectos da fotografia. Não posso dizer que tenho um estilo específico de fotografia, gosto de experimentar de tudo, mas tenho um gosto especial por fotografia de rua, paisagens, arquitectura e viagens. Já tive algumas das minhas fotos publicadas em revistas da especialidade como O Mundo da Fotografia Digital, Super Foto Prática e DP - Arte Fotográfica. Fui o vencedor português do Concurso Fotográfico a nível mundial Metro Photo Challenge 2010 na categoria de Locais Preferidos e recebi uma menção honrosa no concurso Fotográfico da Revista Rotas & Destinos do ano 2010. Além disso já fiz uma exposição fotográfica individual e participei em diversas exposições colectivas com outros amigos fotógrafos.”

REFLEXOS DE TI “Uma saída fotográfica com um objectivo, fotografar a Casa da Música. Depois de estar satisfeito com o resultado, vi este senhor ao telemóvel e o reflexo dele no vidro e aproveitei o momento.” Canon 400D . 70mm . f/9 . 1/125” . ISO 100

PENSANDO NA VIDA “Foto feita em férias. Já não me apetecia mais as fotos de férias e decidi sacar a tele e fazer uns retratos de rua. Vi esta senhora e não resisti. Canon 400D . 250mm . f/5.6 . 1/250” . ISO200

VELHOS PENSAMENTOS “Eu raramente fazia retratos, até este dia. Em saída fotográfica com uns amigos fomos fotografar o Porto. Como já tinha as fotos que queria do percurso decidi experimentar algo que andava para fazer há algum tempo, retratos de rua. Então troquei a grande angular pela teleobjectiva e andei a fazer alguns retratos e este foi um dos meus primeiros resultados .” Canon 400D . 214mm . f/5.6 . 1/250” . ISO 400 FÉLIX PAGAIMO http://www.flickr.com/photos/f3lixlovesyou/ “O meu nome é Félix Pagaimo, sou de Coimbra, tenho 26 anos e há quatro que estou apaixonado pela fotografia, sempre acompanhado da minha Canon 400D. Sou um fotógrafo autodidacta amador e os meus temas preferidos são o retrato e a fotografia de rua. Para mim a fotografia é a única forma de mostrar como vejo o mundo, fotografar algo é interpretar de forma subjectiva, dizê-lo com as minhas palavras, a beleza não está sempre onde a pintamos e a velocidade da luz pode ser grande exposição. Exponho aqui o que vejo por trás das minhas lentes.” ESQUERDA: AROUND US JUST MOMENTS “Enquanto caminhamos pelas ruas Nova Iorquinas é impossível parar de disparar, bons momentos acontecem a qualquer altura.” Canon 400D . 22mm . f/5 . 1/40” . ISO 400

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MAIS À ESQUERDA: ENJOY ESSENTIALLY “Um fim de tarde em Nova Iorque, as cores ganham outra vida e a cidade torna-se ainda mais bonita.” Canon 400D . 24mm . f/4.5 . 1/500” . ISO 400


prática I N S P I R E - S E C O M O S N O S S O S E X E M P L O S P R ÁT I C O S

Abstracto colorido uitas vezes as ideias surgem quando menos esperamos. Isto aplica-se a qualquer área e, claro, como não podia deixar de ser, à fotografia. E uma caixa de canetas de feltro foi o clique que precisávamos para fazer mais um artigo prático para a zOOm. A tampa das mesmas tem um desenho curioso, que nos fez associá-la a uma estrela, ou algo parecido. E, nem de propósito, a nossa ideia enquadrase perfeitamente nesta edição, em que falamos sobre aberturas máximas de objectivas

M

– algumas são aberturas extra-máximas. O objectivo era fotografar o topo das canetas tentando obter uma imagem algo abstracta e ao mesmo tempo explicar aos nossos leitores um pouco como funciona a compensação da exposição, tema algo delicado para quem se inicia na fotografia. Precisávamos de pouca coisa. Uma objectiva luminosa, de preferência que permitisse abertura 2.8 ou maior seria o ideal. Depois um tripé e cartolina. Como vê, nada de muito extravagante para o que se pretende.

Se as canetas resultaram mais ou menos bem, também podemos adiantar que se comprar um pacote de palhinhas (aquelas para beber os sumos e afins) no supermercado, também é capaz de conseguir imagens abstractas curiosas. Como vê, na grande maioria das vezes bastante um pequeno objecto para nos perdermos umas horas a fotografar. Siga então o nosso passo-a-passo e divirta-se.

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prática I N S P I R E - S E C O M O S N O S S O S E X E M P L O S P R ÁT I C O S

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Na imagem não está tudo o que usámos, mas para além da tesoura, das canetas que serviram de modelo e da fita-cola, ainda recorremos a um bocado de K-Line branco – pode ser substituído por cartolina branca – e a cartolina preta, como verá mais adiante. Faça então dois copos com a cartolina branca e preta, que servirão para “suportar” as canetas – como no nosso exemplo –, ou palhinhas.

Dificuldade baixa Equipamento usado Canon 5D MK II Canon 50mm f/1.8 II Tripé Mais Cartolinas Canetas de feltro coloridas Tesoura Fita-cola

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Em termos de iluminação, pode recorrer a uma divisão bem iluminada, seja por lâmpadas ou por uma janela. Depois monte a câmara no tripé e prepare-se para focar o topo do objecto. Para o nosso exemplo usámos uma objectiva relativamente luminosa e que permite uma abertura a 1.8 (Canon 50mm f/1.8), que vai ser bastante útil como explicaremos mais à frente. Uma vez focado o topo das tampas – recorremos ao LiveView para o fazer –, passámos a focagem para o modo manual.

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Solução: colocámos a abertura no máximo que a objectiva permite – f/1.8 – e compensámos a exposição em mais dois stops.

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Definimos como abertura f/11 e deixámos que a máquina fizesse a leitura da exposição. Como seria de esperar, o branco não ficou totalmente branco. A razão: quando a sua máquina mede a luz de uma cena, ela usa como base uma luminosidade média, que é equivalente a um cinza a 18%. Na maioria dos casos funciona, mas existem situações em que falha. Assim, quando fotografa num cenário totalmente branco, se deixar a máquina ler a exposição, vai obter um cenário cinzento, como o que nos aconteceu neste caso. Depois, com a abertura a f/11 temos muita profundidade de campo, o que não pretendemos que aconteça.

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Como se pode verificar na imagem, o branco ficou mais branco e, com a abertura definida, só o topo das canetas se encontra focado. Ou seja, temos agora pouquíssima profundidade de campo. O resultado já se aproxima bastante daquilo que pretendemos.


IMAGEM FINAL Com palhinhas de beber também conseguirá abstractos interessantes. E o melhor de tudo é que é muito fácil de os obter.

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Contudo, verificámos que o objectivo ainda não tinha sido totalmente conseguido. Virámo-nos então para a cartolina preta e ver como resultava. E deixámos, propositadamente, que a máquina fizesse a leitura do cenário, sem qualquer ajuste (para mais ou para menos) na compensação da exposição. Resultado: o preto voltou a ficar... cinzento. Neste caso, como pretendíamos que o preto ficasse o mais preto possível, baixámos a compensação da exposição em dois stops. Depois de pequeníssimos ajustes no Photoshop, o resultado obtido está na imagem final deste guia prático.

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prática I N S P I R E - S E C O M O S N O S S O S E X E M P L O S P R ÁT I C O S

(Quase) sem objectiva alvez nunca tenha pensado nisto, mas é possível fotografar sem que a objectiva esteja encaixada na máquina. Muitos já terão visto, ou até experimentado, a objectiva encostada à máquina de forma invertida, isto é, remove-se a objectiva e virase o elemento frontal para a zona do espelho, onde encaixaria normalmente a objectiva. E até existem adaptadores que pode comprar que permitem que a objectiva fique convenientemente colocada. Quem ainda não tentou fazer fotografia macro desta forma que levante o dedo... O que lhe vamos mostrar a seguir é muito parecido, só que em vez de inverter a objectiva, vai removê-la e aproximá-la da zona de encaixe. Basicamente, o que esta “técnica” faz é reduzir, de forma exponencial, a distância a que conseguirá focar com a objectiva, funcionando muito bem com pequenos objectos – mas não só... Obviamente que não recomendamos usála em ambientes com pó, areia, ou húmidos, já que o interior da sua máquina estará desprotegido durante algum tempo. Por fim, aconselhamos o uso de uma lente fixa, já que os resultados obtidos com uma objectiva com várias distâncias focais não foram os melhores. Mas como não paga nada por tentar, experimente e verifique se as imagens que obtém o satisfazem.

T

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No final, o que vai obter é um efeito muito semelhante ao que obteria se usasse uma Lensbaby. Agora arregace as mangas e experimente fotografar... sem objectiva (ou quase)! ANTES

Com uma técnica “alternativa” obterá resultados como este

Dificuldade baixa Equipamento usado Canon 5D MK II Canon 50mm f/1.8 II Mais Relógio despertador

A primeira coisa a fazer é procurar um objecto que se encontre num local mais ou menos isento de poeira, areia, ou com pouca humidade. O melhor mesmo é experimentar com algo que tenha dentro de casa ou no carro. Para o nosso exemplo optámos por um pequeno relógio-despertador infantil.

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Com a Canon 50mm f/1.8 na câmara colocámo-nos à distância mínima de focagem permitida pela objectiva. Pela imagem pode ter ideia da distância a que nos encontrávamos do objecto. Neste momento verifique e anote mentalmente os valores da exposição com a abertura no máximo (no nosso caso, f/1.8). Como certamente irá fotografar à mão, tenha atenção à velocidade de obturação.


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Sem a objectiva a câmara não detecta a abertura, pelo que não conseguirá medir a luz convenientemente. Para contornar este “problema”, colocámos a máquina no modo Manual e definimos os valores obtidos no passo anterior.

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Agora encoste a objectiva à máquina e movimente o corpo para focar o que deseja na imagem e carregue no botão de disparo. Repare que agora consegue focar a uma nova distância mínima (impossível com a objectiva encaixada na máquina). A imagem final é muito semelhante à que obteria com uma Lensbaby, simulando uma ultra-grande abertura e com uma área bem definida de foco.

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foto-aventura T E X TO E F O TO S : M I G U E L C L A R O

É um autêntico fotógrafo das estrelas. E não pensem que estamos a falar de algum paparazzi. As estrelas que fotografa são as verdadeiras. Aquelas que lá no alto salpicam a escuridão da noite com o seu brilho cintilante. Miguel Claro é especialista em Astrofotografia, com trabalho reconhecido pela NASA e pelo National Geographic. E aceitou o convite da zOOm para nos guiar numa viagem por galáxias longínquas. 24 | zOOm


APRENDA AINDA A FOTOGRAFAR RASTOS DE ESTRELAS [PÁG. 29]

THREE FRIENDS OF THE MILKY WAY A Via Láctea e contra ela, da esquerda para a direita pode ver-se a minha silhueta, a do Gernot Meiser, e do Pedro Ré. Imagem obtida no Portinho da Arrábida Canon 50D- ISO2500 10mm F/4 Exp.30” 08-09-10 23:52

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foto-aventura T E X TO E F O TO S : M I G U E L C L A R O

MIGUEL CLARO

THE OTHER FACE OF THE MOON Lua Cheia por detrás do monumento católico Cristo Rei situado em Almada. Inaugurado em 17 de Maio de 1959 e inspirado no Cristo Redentor do Brasil. Foi mandado construir por Salazar. A base de 75 metros de altura foi desenhada pelo arquitecto António Lino e o Cristo de 28 metros de altura, desenhado pelo escultor Francisco Franco de Sousa. Na base do Cristo Rei encontra-se um miradouro a 168 metros do nível da água com uma vista panorâmica sobre Lisboa, o rio Tejo e a ponte 25 de Abril Canon 50D-ISO320 214mm F/8 Exp1/20s 23-10-20 21:03h

strofotografar”… esta é talvez uma palavra difícil de encontrar no dicionário. Para alguns fará sentido, para outros poderá desencadear a curiosidade que o levará a despertar uma nova paixão pela fotografia, numa abordagem diferente e interessante, em que o fundamento é a ciência mais antiga da humanidade, a Astronomia. Comecei por adquirir o meu primeiro telescópio em 1998 e, embora satisfeito com as primeiras impressões, logo cheguei à conclusão que precisava de um estímulo extra, pois queria partilhar com o mundo aquilo que observara visualmente na óptica do meu equipamento. Foi este o sentimento que originou a ponte entre a fotografia e a astronomia, mundialmente designada como Astrofotografia. Existem 3 grandes áreas que se podem explorar: a fotografia de céu profundo (que engloba nebulosas, galáxias, cometas e enxames de estrelas), a fotografia planetária, mais voltada para objectos do sistema solar (Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, a Lua e o

“A

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próprio Sol, que só pode ser fotografado com filtros especiais que bloqueiem a 100% os ultravioleta e infravermelho, mais conhecidos como filtros “Baader”, na banda da luz visível, ou “H-Alfa”, filtros de linha para fotografar as protuberâncias solares). Mas deixemos agora de lado terminologias mais técnico-científicas para falar do terceiro tipo de fotografia nesta área, talvez o mais abrangente e aquele em que me especializei ao longo destes últimos 5 anos. A fotografia de Paisagens Astronómicas ou “Skyscapes”, um conceito relativamente novo e que visa a união entre os elementos Céu e Terra, valorizando o património arquitectónico, cultural e paisagístico e abordando de forma educativa e científica, o Universo, que está repleto de astros, mas que nos dias que correm passa despercebido à maioria das pessoas, por diversos motivos. Um deles, a excessiva poluição luminosa existente nas grandes cidades, que acaba por interferir e ocultar a maioria das estrelas visíveis no céu. Como o leitor já deve ter deduzido, para os dois primeiros géneros de astrofotografia é

essencial o auxílio de um telescópio e uma montagem equatorial motorizada, com a finalidade de compensar o movimento da esfera celeste ao longo da noite, ou melhor dizendo, do próprio planeta Terra em torno do seu eixo. Esta compensação é vital para que os objectos fiquem parados em relação ao fotógrafo, evitando qualquer tipo de arrastamento indesejável na imagem, permitindo fazer exposições longas que podem chegar a dezenas de minutos de uma só vez, visto que as nebulosas e galáxias são objectos do céu profundo, muito ténues e praticamente imperceptíveis a olho nu. Já para a fotografia de Paisagens Astronómicas, será apenas necessário uma máquina fotográfica Reflex, uma objectiva luminosa, um cabo disparador e um bom tripé. Sou e sempre fui apologista de que, “mais faz quem quer, do que quem pode” o que significa que mesmo os leitores iniciados com modelos de entrada de gama – desde que tenham a possibilidade de fazer exposições até 30 segundos e utilizar um cabo disparador – poderão iniciar-se nesta área e fazer as


mais experientes, é sempre vossas primeiras imagens do aconselhável recorrer a um softcéu nocturno. Eu comecei com ware de astronomia que permiuma HP… e só depois veio a ta simular o céu a qualquer primeira DSLR. Animem-se!!! momento e em qualquer data, e O que a Astrofotografia tem para isso, podemos usar uma de bom, é que muitas das ferramenta gratuita e intuitiva vezes posso planear as imacomo o Stellarium, em gens com alguma antecedênwww.stellarium.org. cia. Visto a Astronomia ser Canon 50D / Sigma EX series 10Este tipo de fotografia englouma ciência exacta, posso 20mm f/4 / Canon 50mm f/1.8 / ba os mais diversos cenários e saber onde a estrela “X” ou o Sigma 70-300mm APO / Tripé situações, como eclipses da Lua planeta “Y” irão estar daqui a Cullman 3430 / Cabo Disparador / ou do Sol, conjunções planetáuma semana, um mês, ou Telescópio Meade ETX90 Maksutovrias, rastos de estrelas, Lua mesmo um ano. Ser astrónoCassegrain f/13.8 de 1200mm Cheia, Via Láctea, Iridium Flares, mo amador facilita-me imenchuvas de meteoros, so o trabalho, pois consigo Site Earthshines, analemas, passaposicionar-me com muita faciwww.miguelclaro.com gens de cometas próximos do lidade na esfera celeste, recoSite de Astrofotografia Sol, alguns fenómenos atmosfénhecendo as constelações, o http://astrosurf.com/astroarte/home ricos como, halos solares e lunasítio onde se põem, nascem, res e a própria Estação Espacial ou atingem o Zénite, o ponto Internacional ISS, perfeitamente visível a mais elevado mesmo acima da nossa cabeça, olho nu, como uma estrela muito intensa de 90º acima do horizonte. brilho fixo e que se move a uma velocidade Umas das coisas que me acompanha semsubstancial, embora seja visível durante pre é a bússola. Se souber previamente o azialguns minutos mesmo no centro de uma mute de um determinado astro posso prever grande cidade como Lisboa. Mais informacom precisão no próprio local, o lugar onde ções sobre a ISS, Iridium´s ou efemérides em irá estar a determinada hora e posicionar-me (www.heavens-above.com). no ângulo certo, para obter o alinhamento Escolher o local a fotografar é de suma que o enquadre na paisagem. Mesmo para os

ALINHAMENTO ENTRE SATURNO, MARTE, VÉNUS E REGULUS Alinhamento entre os planetas Saturno, Marte, Vénus e a estrela Regulus. Imagem obtida nos Capuchos, em Almada. É possível ver ainda a Costa da Caparica e parte de Lisboa, assim como do Oceano Atlântico. Canon 50D- Exp.15” F/5 ISO200 a 10mm 13-07-10 22h02

Na mala de viagem…

importância e estará dependente do tipo de imagens que escolhermos fazer. O enquadramento dos elementos presentes em terra e no céu é igualmente importante, e o desafio é encontrar a forma e o equilíbrio que proporcionem uma harmonia estética entre ambos. Como a maioria destas imagens é feita em plena noite ou nalguns casos ao “Crepúsculo Náutico”, uma altura em que a luz é fantástica e ocorre cerca de 30 minutos após o pôr-do-sol, estamos sempre dependentes da “available light”... isto é, a luz da própria natureza. Sendo assim, se o alvo fotográfico for uma paisagem, teremos de ter em conta que o flash de nada nos servirá para iluminar uma montanha e mesmo com ISO elevado, o mais certo é ficarmos com uma silhueta escura. Mas existe uma forma de o fazer: fotografar com a Lua na fase Cheia, preferencialmente quando estiver situada no local oposto. Ou >

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foto-aventura T E X TO E F O TO S : M I G U E L C L A R O

A HOUSE FULL OF STARS Rotação das estrelas que circundam a região da Estrela Polar (a única estrela que não tem arrastamento por indicar o Norte Polar), registado no Alentejo, em 19-07-2010 entre as 23h32 e as 02h31. Soma de 328 imagens cada uma de 30 segundos, totalizando uma integração de 2h44 minutos. São visíveis várias estrelas das constelações da Ursa Menor, Ursa Maior, Draco e Cepheus. Canon 50D -ISO1000 10mm F/4 Exp.30s por cada imagem

seja, se as montanhas estiverem a Oeste, significa que teremos que fotografar com a Lua a Este, o que deverá acontecer ao início da noite, ficando atrás das nossas costas e iluminando o cenário montanhoso de forma eficaz. É impressionante, os resultados que se conseguem mesmo com ISO a 500 e exposições na ordem dos 15”, a f/4. No entanto, se o objectivo for uma fotografia da Via Láctea, o procedimento já deverá ser completamente diferente e outras variantes terão que ser tidas em conta, a começar pelo local que terá que ser o mais afastado possível das grandes cidades onde a poluição luminosa é elevada e

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MOONLIT TREES AND A STARRY CLOUDY SKY Imagens da Lua na fase quase Cheia, iluminando a paisagem com uma luz tão intensa que quase parece de dia. Na imagem vertical obtida num pinhal na Fonte-de-Telha podemos ver algumas estrelas brilhantes por entre os ramos de um pinheiro, destacando a Estrela Sírius e a constelação de Orion, totalmente visivel ao centro da imagem e por entre os ramos do pinheiro. Canon 50D - ISO640 10mm F/4 Exp. 15” 15-02-11

consequentemente a Lua deverá estar na fase Nova (não visível), para que a sua luz não interfira no céu. O Alentejo é sem dúvida uma das melhores opções para quem se encontra na região Centro e o meu local de eleição. Num céu bem contrastado é possível detectar estrelas de magnitude +5 quase no limite de percepção da visão humana. Quanto mais perto de “0” ou mesmo negativo (ex: -3) for a magnitude de uma estrela, maior é o seu brilho aparente. A Via Láctea é bem visível em Portugal durante o Verão e uma excelente oportunidade para a fotografar. No entanto, ocupa

uma área muito extensa da esfera celeste e mesmo equipado com uma lente de 10mm é difícil enquadrá-la integralmente, pelo que aconselho a fazerem uma panorâmica com a máquina em modo vertical. Os tempos de exposição não deverão exceder os 30 a 35 segundos para que não haja muito arrastamento nas estrelas e estas possam ficar mais pontuais. O ISO terá que ser elevado e nunca menos do que 1600/3200. A abertura, deverá ser a maior possível, preferencialmente 2.8 mas a f/4, também se conseguem bons resultados. E nunca usem o modo de redução de ruído da máquina, para não atrapalhar na exposição seguinte. n Z


estes desvios de trajectória provam-no. Já numa imagem fotografada a Norte, as estrelas irão provocar um arrastamento circular em torno da Estrela Polar. Por esta indicar o Norte, será a única a permanecer relativamente pontual e todas as outras rodarão em torno de si. A silhueta deste imponente pinheiro contrasta de forma eficaz com as estrelas que criam um fundo ligeiramente luminoso em consonância com os rastos mais ténues mas não menos importantes. Nesta imagem utilizei uma objectiva Sigma EX series de 10mm em f/4 modo manual e focada para o infinito. A máquina foi colocada em modo sequencial e com um tempo de exposição definido de 30”. Como usei o botão ”hold” do cabo disparador, ela efectuou várias exposições de 30”, uma a seguir à outra e durante o tempo que eu determinei. Neste caso, foram 175 imagens de 30” cada. O leitor poderá pensar: e porque não fazer uma única exposição? Pois bem, se assim fosse, o ruído na imagem seria muito superior do que fazendo curtas exposições. Somando-as todas posteriormente, iremos ter um sinal superior ao ruído em que o tempo total de integração (exposição), será o mesmo equivalente a fazer uma única imagem de 87.5 minutos. O ISO foi colocado a 800 e os 30” de exposição têm uma vantagem. É que assim podemos manter a máquina a disparar consecutivamente por tempo indeterminado de forma autónoma. Outro dos pontos importantes é a temperatura de cor, que neste tipo de imagens ajusto sempre para o Tungsténio. Por último, um conselho: não fotografarem em RAW, pois para uma soma como esta de 175 JPG´s, a informação será mais do que muita e teriam mais a perder do que a ganhar.

Como fotografar rastos de estrelas Quando a zOOm me propôs escrever este artigo, pediu-me que escolhesse uma imagem e descrevesse o processo que me levou a chegar ao resultado final. Pois bem, escolhi uma imagem de “star trails” ou rastos de estrelas, um dos meus géneros preferidos e dos mais gratificantes.

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otografar rastos de estrelas implica fazer uma exposição tão prolongada quanto o comprimento do rasto que cada estrela irá descrever. E se quiser um céu completamente “riscado”, então terei de me preparar para pelo menos 1h30 a 2 horas de exposição. Embora considere 1 hora o mínimo indispensável para provocar a noção de dinâmica e trajectória. É importante escolher uma zona do céu com bastantes estrelas e preferencialmente brilhantes.

Normalmente uma das zonas predilectas no Inverno é a região do equador celeste onde se encontra a constelação de Orion, e mais abaixo a estrela Sírius, a mais brilhante do firmamento. Escolher o ponto cardeal a apontar é muito importante. Nesta imagem obtida na Fontede-Telha e virada a Oeste, podemos observar que as estrelas que se encontram no centro da imagem descrevem um rasto rectilíneo por se encontrarem na região do equador celeste. Já as que estão acima do equador celeste, curvam ligeiramente para a direita e as que se encontram abaixo, ligeiramente para a esquerda. Cientificamente estas imagens também têm o seu interesse. Neste caso concreto, uma das ilações que poderemos tirar é que o planeta Terra é realmente redondo. E não precisamos sair fora dele para o constatar, pois

Após todo o processo de aquisição, é hora de abrir e processar as imagens no Photoshop CS3. Usando o “File“ opção “Scripts” e “Load Files into Stack”. Aqui poderíamos somar todas as imagens numa única vez, mas para evitar muito peso, costumo somar em séries de 30 a 40 imagens de uma só vez. Após o CS3 abrir todos os layers, na opção blending teremos que escolher “Lighten” em cada uma das imagens. E… Voilá!!! Exporta-se o total em TIFF como Flatten Image e voltamos a repetir o processo, mas somando as restantes que faltam em cima deste último TIFF. Assim, manterse-á a sequência nos rastos. Logo que as 175 imagens estiverem somadas, exporta-se a versão final, onde ainda se poderão fazer alguns ajustes no Lightroom, ao gosto particular de cada um. Esta imagem foi a 4ª vencedora no concurso internacional do TWAN, The World at Night, na categoria de “Beauty of Night Sky” - http://www.twanight.org/ newTWAN/news.asp?newsID=6046

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Neste segundo desafio fomos para a beira-mar. Francisco Silva foi o leitor seleccionado para mais uma aventura desta nova sĂŠrie da zOOm. O Cabo Mondego, na Figueira da Foz, foi o local escolhido. Fique com o relato e as fotos de mais uma hora de fotografia com a zOOm. TEXTO: MaurĂ­cio Reis . FOTOS: Francisco Silva

Canon 5D MK II . 17mm . f/20 . 2.5" . ISO 50


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O leitor Nome: Francisco Silva Idade: 28 Equipamento: Canon EOS 5D MKII . Tokina AT-X 17mm f/3.5 Máquina de sonho: Uma caixa de fósforos com película de 120mm e um pequeno furo para entrar a luz certa...

O veredicto do Francisco Candidatei-me, sem qualquer hesitação, ao desafio da zOOm para a “tal hora” para fotografar e fui seleccionado. Ao longo destes anos tenho aceitado os mais diversos desafios de amigos, conhecidos e alguns “clientes” para fotografar os mais diversos temas. Confesso que gosto de fotografia de rua, o seu sentido abstracto e imprevisão dos possíveis resultados finais. É deveras desafiante para mim. No entanto, o desafio que me esperava... não tinha nada a ver. Não conhecendo os possíveis locais que me esperavam lá fiz o meu “saco”... O local escolhido foi o mítico Cabo Mondego, que tivemos que decorar no tempo de escola, quando na aula de geografia se estudavam as serras, rios e cabos de Portugal continental e ilhas... E logo me apercebi de todas as potencialidades do mesmo a nível fotográfico: uma costa marítima com um pequeno areal e muitas rochas com as mais variadas texturas que se possam imaginar. A dado momento pareceu que o desafio estava facilitado. Enganeime. Com a escolha errada do calçado e roupa que fiz tudo se tornou mais “salgado”... Digamos que, para mim, não saberia bem sair para fotografar a nossa costa e não trazer os pés humedecidos ou as calças molhadas. E foi o que aconteceu... Depois de um dia “triste” de Primavera, onde o sol teve vergonha de aparecer, o pôr-do-sol não se adivinhava fotogénico. Mas, como se costuma dizer: “O fotógrafo nunca está bem com a luz que tem!”. Tinha entre as 18h45 e as 19h45 para retratar a beira-mar e, caso acontecesse, o pôr-do-sol. A ondulação já começava a ficar fraca, mas lá fui tirando fotografia após fotografia. O tempo foi passando. Com a ajuda de alguns filtros gradientes foram-se contrariando as diferenças de luz que se faziam sentir entre os diversos planos e com a escolha da melhor medição de luz penso que consegui um bom “produto” final. O resultado foi surpreendente e positivo. O desafio correu com sucesso, tendo conseguido algumas fotografias com que “sonhara”, pois a grande variedade de texturas presentes foi gratificante e uma novidade na minha curta “carreira” como fotógrafo de paisagem.

VÍDEO DO DESAFIO http://zoomfp.com/?p=495

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Ou instale um leitor de códigos QR no seu smartphone

Canon 5D MK II . 17mm . f/20 . 2" . ISO 50

s dias que antecederam e sucederam ao dia 2 de Abril tiveram o sol como denominador comum. Mas não o dia 2! S. Pedro não queria, de todo, que o desafio – pôr-do-sol – que havíamos proposto ao Francisco Silva por e-mail fosse cumprido. Já tínhamos visitado o site Weather.com para avaliarmos o estado do tempo nesse dia e era o único que aparecia com nuvens. Mas, ao mesmo tempo, existia uma secreta esperança que o prognóstico de tempo nublado estivesse errado. Mas não! No dia 1 esteve um sol radiante. No dia 3 voltou o sol radiante. Mas o dia 2 nasceu nublado, sempre a avisar que a chuva poderia cair a qualquer momento. Parecia que o S. Pedro estava de costas voltadas para o nosso desafio... Talvez por isso o Francisco tenha ficado na dúvida e pensado que o desafio seria talvez outro e, daí a deixar parte do equipamento em casa, foi um saltinho. Fica a lição número 1 para todos os nossos leitores: quando forem fotografar pensem muito bem antes de deixarem parte do material fotográfico em casa. É que nunca se sabe do que irão precisar... Como ainda era cedo, antes de darmos início ao

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desafio propriamente dito, trocámos umas palavras e decidimos qual o “novo” desafio, já que sol era algo que nesse dia podíamos esquecer. Mas antes sugeri ao Francisco uma volta pela zona litoral da Figueira, desde a Serra da Boa Viagem, até ao Cabedelo. E isto revelou-se fundamental. Primeiro porque o Francisco não conhecia bem a zona e, depois, seria mais fácil para o mesmo avaliar um local para levar a cabo o desafio. Percorrido o trajecto de lés-a-lés, o nosso participante confessou que gostaria de fotografar a zona do Cabo Mondego. É compreensível, já que é das melhores áreas para se conseguirem óptimas fotografias... com mar. Mas havia um problema: falta de equipamento. Com ele vieram a máquina, uma Canon 5D MK II e duas ou três objectivas. Filtros, tripé, comando remoto e outra parafernália ficaram em casa. Como um homem prevenido vale por dois, aqui o vosso redactor prontificou-se a emprestar todos estes acessórios. A objectiva seleccionada pelo Francisco, uma Tokina 17mm, permitia-lhe usar o meu suporte de filtros da Lee, cujo diâmetro do adaptador é de 77mm.


Canon 5D MK II . 17mm . f/22 . 1/5" . ISO 50

Canon 5D MK II . 17mm . f/20 . 4" . ISO 50

Só ficava a faltar o calçado mais apropriado para o Francisco deambular junto à água. Como no carro transporto sempre dois pares de botas, umas de borracha e outras todo-o-terreno impermeáveis, ainda pensei em dispensar um deles. Só que, ao contrário do suporte dos filtros, o pé do Francisco tem o tamanho acima do meu e, neste caso, não há adaptador que salve a diferença. Solução: continuar com o mesmo calçado e esperar que a molha fosse mínima (o que não foi bem o que aconteceu). Às 18h45 dei início ao desafio: fotografar, numa hora, o melhor que conseguisse esta parte da costa portuguesa. Dependendo do que se pretende, quando se vai fotografar o mar, ou zona costeira, convém saber de antemão qual o estado da maré. Mais uma vez recorri à minha mochila e mostrei ao Francisco a Tabela das Marés que anda sempre comigo e que está disponível no site do Instituto Hidrográfico. Junto à mesma (também) tenho uma tabela com crespúsculos, comprimentos do dia, altura e azimutes do sol que, neste dia, não ia ser de grande ajuda. A baixa-mar era apontada para as 20h26, mas com a hora de Verão, no relógio seria às 19h26. E, de facto, foi isso o que aconteceu, para bem dos sapa-

tos e roupa do nosso fotógrafo de serviço. Se bem que aqui e ali não se livrou de levar com água suficiente para um dia contar aos netos... Em pouco tempo encontrou motivos mais do que suficientes para dar largas à imaginação. Com as rochas a descoberto e “apontadas” para a linha do horizonte, notei que o Francisco se estava a divertir bastante, sempre com um sorriso nos lábios, mas ao mesmo tempo concentrado na tarefa que lhe tinha sido pedida. E as imagens que aqui documentam o seu trabalho mostram que o nosso participante usou relativamente bem as linhas condutoras das rochas, com enquadramentos bem interessantes. Mas importa referir que fotografar água e rochas não é chegar e já está! Requer paciência e atenção para disparar na hora certa. Se uma boa composição é fundamental, não menos importante é “estudar” as idas e vindas das ondas para que estas ganhem força na fotografia final. E isto só se consegue com a prática. Depois de ver que o Francisco recorria à prioridade à abertura, sugeri-lhe que mudasse para o modo manual. Este é muito mais prático, já que permite definir rapidamente a exposição correcta para o

primeiro plano e depois usar os filtros gradientes para “segurarem” informação do céu. Para os menos conhecedores ou habituados a filtros, a esta hora do (final de) dia costuma existir forte contraste entre a luz do céu e do primeiro plano (ou terra). Isto é, quase nunca é da mesma intensidade, pelo que o uso de filtros gradiantes são um bem essencial. Os minutos passavam e a aventura aproximavase do fim. Pode não parecer, mas foi uma hora dura, a caminhar sempre em areia molhada, a subir e a descer rochas e pedras, a estudar os melhores locais. Mas é este o prazer que nos é oferecido pela fotografia, podermos estar em comunhão com a natureza e com o mundo que nos rodeia, mas nunca descurando a segurança. Às 19h45 dei por terminado mais um desafio. Pode não parecer, mas uma hora não é assim tanto tempo e obriga a muita ginástica, física e mental. No final, embora cansado, o Francisco mostravase agradavelmente surpreendido com esta área do Cabo Mondego. Nunca imaginou que tivesse tanto potencial. Só não garantia era que as fotos finais fizessem justiça à paisagem. Eu acho que ficaram muito bem, e o leitor? Z

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técnica T I R E PA R T I D O DA S UA C Â M A R A F O TO G R Á F I C A

MACRO A PRE

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CARLOS SILVA [www.flickr.com/carlossilvaphotography/]

ÇO DA CHUVA QUEM DISSE QUE A FOTOGRAFIA MACRO TEM DE SER CARA? É TUDO UMA QUESTÃO DE PROCURAR OS ACESSÓRIOS CERTOS, NO SÍTIO CERTO. UM SIMPLES CONJUNTO DE FILTROS CLOSE-UP OU TUBOS DE EXTENSÃO CHEGAM E SOBRAM PARA FOTOGRAFAR MACRO… A PREÇOS MICRO.

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técnica T I R E PA R T I D O DA S UA C Â M A R A F O TO G R Á F I C A

onhou toda a vida com fotografia macro? Anda há anos atormentado com a ideia de fotografar pequenos objectos de forma arrebatadora? E ainda por cima viu esses sonhos e ambições esbarrarem no preço elevado dos acessórios? Se é este o seu caso, então tem uma de duas opções: 1 – fecha a revista e continua a sonhar; 2 – lê este artigo até ao fim e fica a saber que pode comprar equipamento alternativo, que faz praticamente as mesmas funções que os outros, a preços tão pequenos, mas tão pequenos… que vai precisar de uma objectiva macro para os fotografar. OK, se está a ler estas linhas, é sinal que escolheu a opção 2 e fez muito bem! Comecemos então pela triste realidade: para obter uma qualidade de imagem pura, as objectivas macro são imbatíveis. Afinal, elas são optimizadas para focagem próxima e estão disponíveis numa imensa variedade de distâncias focais, que podem ir dos 50mm até aos 200mm. Claro que não há bela sem senão. Neste caso, muitos senãos… em forma de euros. Por exemplo, uma Tamron ou uma Sigma podem atingir preços na casa dos 300, 400 euros. Ainda assim, longe dos valores exorbitantes que lhe pedem por uma Canon ou uma Nikon. Ora, nós cá não sabemos – nem queremos saber – qual a situação financeira do leitor. Mas aqui na zOOm ninguém ganhou o Euromilhões. Como tal, percebemos perfeitamente que valores destes estão fora do orçamento da maior parte dos fotógrafos. Mas, esperem: fora do orçamento, mas não fora de jogo! Porque nos dias que correm há outras formas de fazer fotografia macro a preços baixos. E não! Não estamos a falar de usar fundos de garrafa, mas sim de soluções criativas, como o uso de filtros close-up ou tubos de extensão.

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Filtros close-up Também conhecidos como anéis suplementares de close-up, estes acessórios atarraxam-se na frente da objectiva como qualquer outro filtro. Funcionam como lupa, reduzindo a distância mínima de focagem da objectiva e permitindo ao fotógrafo aproximar-se do objecto a fotografar. Estão disponíveis em diâmetros variáveis (49mm, 52mm, 58mm ou 67mm) e em diferentes potências, nomeadamente +1, +2, +3 e +4 – e há fabricantes que produzem modelos potentíssimos de +10 –, sendo que quanto maior for o número, maior será a ampliação. Nikon, Canon e Hoya estão entre os principais fabricantes deste tipo de acessórios, que

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Gastandopouco mais de 10 euros poderá iniciar-se na fotografia macro. Esta imagem foi conseguida recorrendo a um filtro close-up +4. Canon 5D MK II . 48mm . f/2.8 . 1/160" . ISO 100

podem ser adquiridos individualmente ou em conjuntos que normalmente incluem filtros +1, +2 e +4. Claro que nestas coisas os melhores negócios nem sempre se fazem nas lojas. Através da Internet poderá encontrar acessórios destes por valores abaixo dos 25 euros. Obviamente o preço depende do tamanho, na proporção de quanto mais pequenos, mais baratos. No eBay, por exemplo, pode encontrar verdadeiras pechinchas. É só pesquisar por “close-up filters” – sim, nisto das compras online convém saber umas coisitas de inglês – e encontrará centenas de artigos à venda. Para ter uma ideia, um conjunto de filtros de 67mm (+1, +2, +4 e +10) pode custar-lhe menos de 12 euros. Mas atenção que a esmagadora maioria dos artigos são provenientes de vendedores estrangeiros. Há que ter em conta os custos de envio mas da nossa “expe-

riência”, grande parte das lojas do eBay que vendem este tipo de acessórios envia-os a custo zero! Sem esquecer a alma de feirante destas coisas. Se regatear um bocado e o vendedor simpatizar consigo, talvez consiga um desconto interessante. E agora que já sabe como os procurar, resta-lhe aprender a usá-los. Ora, o uso de filtros close-up não podia ser mais simples! Não afectam funções básicas das câmaras DSLR, como a medição e a focagem automática. E, melhor do que isso, não limitam a entrada da luz na objectiva. Mas nem tudo são boas notícias. Este tipo de filtros tem como grande inconveniente o facto de serem propensos à aberração cromática e esférica. E a qualidade de imagem fica um pouco aquém daquela que é conseguida com uma objectiva macro, especialmente nas extremidades da moldura.


Vá, anime-se. Isto são só duas pedritas no seu caminho! Fique sabendo que é possível conseguir bons resultados com este acessório. Se pretender tirar boas fotografias de texturas e detalhes em geral, esta é a melhor porta de entrada para o mundo da fotografia macro. E agora é tempo das perguntas incómodas: o que pode esperar, afinal, de um conjunto de filtros que nos fica por tuta e meia? Para começar, permite-nos chegar bem mais perto do assunto do que a objectiva conseguiria fazer sozinha. O que já não é mau de todo! E depois há aquela enorme vantagem que é ser uma espécie de pronto-a-vestir… basta enroscá-los na objectiva e estão prontos a usar. Claro que se exigem alguns cuidados. Por exemplo, evitar combinações de vários filtros, visto que poderá implicar a perda de qualidade de imagem. Um filtro +4 é o suficiente para conseguir ampliações de 1:2. É natural que se perca alguma coisa nas extremidades e que as cores percam definição. Mas, no geral, a qualidade de imagem é francamente boa. Obviamente vai precisar de alguns truques para corrigir essas pequenas falhas. No caso da cor, uma abertura a f/8 pode minimizar os danos. Mas há coisas que não dá mesmo para disfarçar. A qualidade de imagem vai-se perdendo à medida que aumentar as dioptrias. E quando chegar ao +10 é provável que o resultado o deixe insatisfeito: com a excepção do centro da imagem, tudo à volta pode aparecer levemente desfocado. Por alguma razão os bons filtros +10 são caros! A solução é aprender a viver sem estes. E perceber que todos os outros filtros abaixo de +10 garantem-lhe excelentes fotografias macro. E, mais uma vez não se esqueça, o eBay poderá ser o seu melhor amigo para comprar bem baratinho qualquer acessório mencionado neste artigo sobre macros a baixo preço.

PERFOMANCE DOS FILTROS Filtro close-up +1

AS MARCAS MAIS POPULARES Quais os modelos e fabricantes que deve ter em conta na hora de escolher o seu filtro close-up? Bem, há soluções para todos os tamanhos e carteiras. A lista que se segue, é só para lhe dar uma ideia do que vai encontrar.

Filtro close-up +2

Canon Os modelos da Canon são da chamada construção dupla, ou seja, são compostos por dois elementos. A qualidade é elevada, mas o preço também, sendo que os de maior diâmetro podem chegar bem perto dos 200 euros. Nikon Dispõe de uma gama muito alargada de filtros de qualidade, incluindo os 3T, 4T, 5T e 6T – de preço mais elevado – e os mais acessíveis 0 e 1.

Filtro close-up +4 B+W São uma espécie de Constantino… “a fama que vem de longe”! São das marcas mais prestigiadas, comercializando filtros close-up em versões +1, +2, +3, +4, +5 e +10. Se bem que podem não estar disponíveis para todos os tamanhos.

Filtro close-up +10

Hoya Disponíveis em tamanhos que vão dos 46mm aos 72mm, incluem uma gama de modelos +1, +2, +3 e +4. A marca é bastante respeitada no mercado e é uma das melhor posicionadas no segmento de preços médios.

COMO POUPAR DINHEIRO

Kood Em regra só vende um conjuntos de filtros +1, +2 e +4, apresentando preços bastante competitivos. Entre os 30 e os 70 euros pode adquirir equipamento bem razoável.

Se tiver objectivas com diferentes diâmetros deve considerar a possibilidade de comprar um “step ring”. Este acessório adapta o filtro de modo a encaixar na objectiva com menor diâmetro. Por exemplo, se tiver um filtro de 58mm e quiser atarraxá-lo a uma objectiva com diâmetro de filtro de apenas 52mm poderá fazê-lo com o anel apropriado. O que significa uma poupança em dinheiro e em espaço no seu saco de fotografia. Em regra, são comercializados dois tipos de “step rings”: os step-up e os step-down. Os primeiros são os mais recomendáveis uma vez que se usam para enroscar filtros maiores a objectivas mais pequenas. Já os anéis step-down são usados para encaixar filtros mais pequenos a objectivas maiores, correndo no entanto o risco de obter alguma vinhetagem, um fenómeno que consiste no escurecimento à volta das extremidades da moldura.

Zeikos Mais conhecida no país de origem – EUA – do que na Europa, comercializa conjuntos de 3 e 5 filtros. Os tamanhos variam entre os 52mm e os 77mm. Ah e o melhor de tudo ficou guardado para o fim: são uma verdadeira pechincha!

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técnica T I R E PA R T I D O DA S UA C Â M A R A F O TO G R Á F I C A

TRUQUES PARA USAR FILTROS CLOSE-UP A – Pode combinar os filtros close-up de forma a aumentar a ampliação. Atarraxe o mais potente em primeiro lugar e o mais fraco em último. Mas, atenção, tal como nas relações amorosas, dois é óptimo, três é uma multidão! Evite juntar três ou mais filtros pois a partir daí começam a surgir perturbações ópticas. B – Este tipo de filtros tem tendência para a aberração esférica o que enfraquece a imagem como um todo. O efeito poderá ser minimizado através de uma abertura não mais pequena que f/8. C – Pode ser atarraxado a qualquer objectiva, mas funcionará melhor quando combinado com uma objectiva de distância focal fixa (ou ‘prime’). Uma 50mm f/18 poderá ser uma óptima solução.

Tubos de Extensão A outra solução de baixo custo para a fotografia macro são os chamados Tubos de Extensão. Este acessório é aplicado entre a objectiva e a câmara, permitindo aumentar a distância entre a objectiva e o sensor. Desse modo, reduz-se a distância mínima de focagem, o que lhe permite focar mais próximo do objecto. Como são ocos, não contêm elementos ópticos, que é como quem diz, a imagem não será afectada, ao contrário do que acontece com os filtros close-up. A desvantagem é que reduzem a quantidade de luz que entra na câmara o que significa que quanto maior for a ampliação maior é a quantidade de luz que se perde. O medidor TTL da câmara consegue compensar esta perda, mas isso acabará por implicar velocidades de disparo mais longas. O que o obriga a maiores cuidados na hora de clicar. Mas, no essencial, os tubos de extensão são um excelente acessório: são compactos, leves e produzem óptimos resultados. Podem comprar-se individualmente, ou então em conjuntos de três extensões, sendo as mais comuns de 12mm, 25mm e 36mm. Convém também saber que funcionam na seguinte proporção: quanto maior o tubo, maior será a ampliação. E o melhor de tudo ainda está para vir! Os vários tubos de extensão podem ser combinados uns com os outros, o que acabará por gerar elevados níveis de ampliação. Com jeitinho, até conseguem superar as capacidades de uma objectiva macro (1:1). Mas tenha lá calma que isto não é só encomendar um caixote deles e depois juntá-los

a todos como se fossem um lança-mísseis! Usar muitos tubos tem as suas desvantagens. A principal é que encurta demasiado a distância entre a câmara e o objecto. Ora, isto pode não ser um problema quando fotografar coisas inertes. Mas se o alvo for um ser vivo, aí a coisa complica-se. OK, já percebemos que os tubos de extensão são um bem de primeira necessidade, para quem quer fazer fotografia macro baratinha. Agora, o que nós não percebemos foi como é que o seu uso deixou de ser tão popular como o foi noutros tempos. Quer dizer, perceber até percebemos. É que usá-los é mesmo coisa de outro tempo. Um tempo em que se fazia tudo à unha e as máquinas não nos adiantavam o serviço. Com efeito, os tubos de extensão não dispõem de contactos eléctricos e, como tal, a exposição e focagem têm de ser feitas manualmente. Outro senão: vai precisar de uma objectiva com anel de abertura. Caso contrário, não conseguirá ajustar o f/stop. O que quer dizer que os tubos não estão ao alcance de todas as câmaras. Enquanto os utilizadores de Nikon e Pentax podem comprar objectivas 50mm dos bons velhos tempos da focagem manual, os utilizadores das Canon, Sony e Olympus, cujas objectivas não dispõem de anel de abertura, ficam a ver navios. E isso é uma pena, já que um destes conjuntos pode ficar-lhe pela módica quantia de 50 euros, ou até menos! Claro que se não tiver um Tio Patinhas – ou um Teixeira dos Santos – a controlar o seu orçamento, pode sempre alargar-se mais um bocadinho e deitar a mão a um conjunto de tubos de extensão com contactos electrónicos. São mais

Ideias para macro a baixo preço CARLOS SILVA

TEXTURAS Filtros close-up chegam e sobram para captar texturas diversas, ou outros detalhes, na sua plenitude. Experimente o tronco de árvores, ou o bico de um lápis.

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FLORES Não precisa (mesmo) de grande coisa. Uns filtros close-up, ou tubos de extensão, uma objectiva, máquina e eventualmente tripé. Depois é dar asas à imaginação.

INSECTOS Quem disse que necessita de uma objectiva macro para fotografar insectos? Com cuidadinho conseguirá chegar-se bem perto para uns retratos à maneira.


caros que os tubos normais, mas ainda assim bem mais baratos do que as objectivas macro. E ainda têm a vantagem de reterem a medição da câmara e a focagem automática. Encontra facilmente no eBay conjuntos por cerca de 100 euros. E estes já podem ser usados por possuidores de Canon, Sony e Olympus... Bem, parece-nos que está tudo dito!? Ou não! Falta ainda explicar como se calcula a ampliação de um tubo de extensão. Pode obter um cálculo aproximado da ampliação de um tubo, dividindo o valor da extensão pela distância focal. Ou seja, se combinar um tubo de extensão de 25mm com uma objectiva de 50mm, o rácio de reprodução será de 1:2. Já se usar uma objectiva de 100mm o resultado seria de 1:4. No entanto, isto representa a mínima distância focal com a objectiva definida para o infinito. Neste caso, a ampliação aumenta à medida que foque mais perto. Caso pretenda atingir um nível mais ele-

vado de ampliação, terá de combinar o tubo de extensão com a distância focal entre os 35mm e os 70mm. Tudo o que seja mais amplo do que isto proporcionará uma distância câmara-objecto demasiado curta; mais longa e precisará de uma impraticável quantidade de extensão para obter um elevado nível de ampliação. Ora então, resumindo e concluindo… os tubos de extensão não são tão populares como foram outrora, mas ainda assim são uma opção a ter em conta para quem tem o orçamento apertado ou se está a iniciar na fotografia macro. Canon, Nikon ou Kenko, só para mencionar algumas, são marcas que fabricam tubos de extensão com qualidade. Mas na Internet pode encontrar outras marcas ainda mais acessíveis – vasculhe o eBay ou a Amazon e eles hão-de aparecer. Também convém estar atento a versões descontinuadas, como por exemplo os Minolta ou Teleplus, que são compatíveis com as DSLR da Sony. n Z

CARLOS SILVA

Os tubos de extensão permitem uma ampliação significativa do assunto. Nesta foto empregou-se o uso dos mesmos para um resultado com impacto. Canon 5D MKII . 100mm . f/9 . 1/60" . ISO 400

FOLES, OBJECTIVAS INVERTIDAS E TAL Existem ainda outros acessórios que poderá usar na sua fotografia macro. São igualmente baratos mas são quase tão difíceis de usar como de encontrar. Os foles, por exemplo, parecem uma peça de museu. E quem diz museu diz concerto do Quim Barreiros, que aquele design em forma de acordeão pode valer umas belas gargalhadas à sua custa. Mas a verdade é que resultam! O princípio é o mesmo que o dos tubos de extensão: aumentar a distância entre o sensor e a objectiva para uma focagem mais próxima. Desde que sejam usados em conjunto com uma boa objectiva, a imagem final andará próximo do excelente. Claro que persistem os problemas de maneabilidade. Sendo manuais, implica desactivar as funções automáticas com a trabalheira daí resultante. Ah e vai precisar de um anel de abertura de forma a modificar os f/stops. Mas o mais difícil mesmo é encontrá-los. Mais uma vez a Internet pode ser um bom ponto de partida. Com sorte encontra um a menos de 50 euros. Ou então tente construir o seu próprio fole a partir de manuais que encontra um pouco por todo o lado. Outra solução para fotografar macro baratinha passa pela inversão da objectiva. Que é como quem diz, virá-la ao contrário e aplicá-la assim mesmo na máquina. Ora, como as objectivas não foram feitas para andarem a ser metidas às avessas, vai precisar do chamado anel de inversão, um adaptador que lhe permite fazer esta pequena acrobacia. Ora é a partir daqui é que as coisas se começam a complicar. Isto porque terá de encontrar um anel que seja compatível não só com a câmara mas também com a objectiva. Como se isto não bastasse deve ainda ter em conta que as funções automáticas não podem ser usadas com anéis de inversão mais baratos. E pode ainda precisar de um outro acessório para manter a íris aberta. Uma vez ultrapassados estes pequenos obstáculos, tem caminho livre para fazer macros de qualidade. Claro que antes precisa de aprender um ou outro truque, Por exemplo, para maximizar a qualidade de imagem é recomendável que apenas inverta as objectivas de distância focal fixa. A Novoflex, por exemplo, é uma marca que produz anéis de inversão que retêm as funções automáticas, mas o custo é quase o mesmo que comprar uma objectiva macro de fabricantes independentes, o que não podemos considerar uma solução barata.

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pela objectiva de... T E X TO : PAU L O J O R G E D I A S . F O TO S : J OÃ O N U N E S DA S I LVA

JOÃO NUNES DA SILVA

A Vida Animal, como nunca a viu antes Já publicou artigos e fotografias na National Geographic Portugal e na BBC Wildlife. Esteve na origem da Quercus e criou um importante banco de imagens especializado em vida selvagem. João Nunes da Silva é uma referência ao nível da fotografia de natureza. E é o nosso convidado desta edição da zOOm.

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Maçaricos de bico direito - Estuário Douro Nikon D200 . 600mm . f/5.6 . 1/640” . ISO 400

squeçam as roupas estilizadas, tipo Coronel Tapioca. Esqueçam a artilharia pesada, com equipamento mais apropriado a um sniper do que a um fotógrafo. Ah e esqueçam aqueles gestos teatrais ao melhor estilo David Attenborough. Se querem aprender alguma coisa sobre fotografia de natureza, então, têm mesmo de conhecer João Nunes da Silva, fotógrafo português responsável por algumas das melhores imagens do mundo animal que já viu. O que quer dizer que ele é a pessoa indicada para nos responder à velha questão: quais os segredos de uma boa fotografia de natureza? “Tem que ter alguns aspectos que são importantes como a composição, a luz, o tema fotografado e nalguns casos a acção. Ou seja, não basta fazer o registo do tema fotografado, mas a imagem tem que nos transmitir algo, por ser diferente”, explica João. Fica então o recado para os leitores que pensem em lançar-se nesta difícil arte. Ah pois, que isto não é só ir para a marquise, montar o equipamento e esperar até apanhar um casal de pombos à traição. Há muito trabalho à vossa frente. “É fundamental conhecer e dominar bem o equipamento que utiliza e ter um bom conhecimento sobre a ecologia das espécies com que trabalha. Normalmente um fotógrafo de vida selvagem é bastante sensível às questões relacionadas com a conservação da natureza. Uma saída de campo tem que ser bem planeada e com objectivos definidos. Por exemplo, eu em Dezembro já tinha programadas as minhas saídas para a Primavera deste ano e as espécies a que me vou dedicar”, revela o fotógrafo. Ora, conhecimento sobre o mundo animal é coisa que não falta a João Nunes da Silva: “Desde cedo comecei a observar aves e posteriormente envolvi-me na fundação da Quercus onde iniciei os primeiros registos fotográficos (como amador). Desde miúdo que sou um apaixonado pela natureza e a conservação”.

E

E claro que paixão de João pela natureza acabou por ter impacto na sua vida profissional. Ou não tivesse a sua carreira começado nesse ambiente inóspito, nessa verdadeira selva que é… um atelier de arquitectura. Não senhor, não é gralha. Foi mesmo lá. É que o João antes de entrar para o mundo da fotografia era arquitecto. Aliás, o nosso convidado desta edição é um homem multifacetado. Fotógrafo, arquitecto, banqueiro… OK, não é banqueiro, mas criou um banco de imagens. E não é um banco de imagens qualquer! Chama-se ILUSTRANATUR e é uma referência entre aqueles que procuram boas fotografias da vida animal. Tudo começou quando passou a colaborar com algumas publicações de viagens e ambiente: “Gradualmente comecei a ter bastante trabalho. Investi na criação de uma empresa, a ILUSTRANATUR (www.Ilustranatur.blogspot.com), que se deu a conhecer sobretudo na área da publicidade. Um banco de imagens português, com imagens de Portugal. Comecei a ter diversos clientes e percebi que tinha que me dedicar a cem por cento a esta actividade, ou então não conseguia dar resposta às inúmeras solicitações que apareciam. E foi o que fiz, faz agora vinte anos”. Mas desengane-se quem acha que João se fica por aqui! Entre muitas outras actividades, ele efectua levantamentos fotográficos sobre património natural para diversas entidades, é convidado para o júri de concursos de fotografia de natureza, dá palestras e é autor de livros nesta área, entre os quais o recente “Fotografar Natureza em Portugal e Espanha”. Ah, e pelo meio ainda arranja tempo para dar formação na área da fotografia. E é nessa qualidade que lhe perguntamos quais os erros mais frequentes de quem se inicia nesta área: “O erro mais comum, sobretudo com o grande avanço do digital, é o fotógrafo não pensar antes de fotografar. Disparam a torto e a direito e pensam que o Photoshop resolve os erros todos. Quanto melhor for captado o >

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pela objectiva de... J OÃ O N U N E S DA S I LVA

registo na origem, melhor! Eu, que fotografei muito com slide (inclusive médio formato), aprendi a ser muito rigoroso e a pensar muito antes de fotografar, porque isso tinha custos enormes em rolos e revelações. Outra das questões tem a ver com a manipulação excessiva das imagens com o Photoshop. Às vezes as imagens são excessivamente manipuladas, coisa que sou contra”. OK, já conhecemos os erros, agora queremos saber os desafios da fotografia de natureza: “Entrar na intimidade da fauna que fotografamos, sem que os espécimes se apercebam. A partir daqui, fazer boas imagens, imagens fortes e únicas, com excelente luz e composição”. E, já agora, se não for abuso, quais as melhores zonas para fazer fotografia da natureza, em Portugal? “Existem diversos locais mas um dos mais completos talvez seja o Parque Natural de Montesinho, onde temos inúmera fauna e flora, para além de magníficas paisagens”, revela o fotógrafo. Mas os seus lugares de eleição para fotografar são outros: “Não é segredo que as áreas onde eu mais gosto de fotografar são as estuarinas e as de montanha, sobretudo alta montanha que infelizmente não temos em Portugal. Os meus primeiros prémios de fotografia foram precisamente com imagens de montanha. Também adoro as zonas estuarinas e de fotografar em salinas. Tenho muito trabalho feito nessas áreas não só em Portugal mas também noutros lugares da Europa”. As zonas estuarinas são, na verdade, um verdadeiro santuário para quem vive da fotografia de natureza. É lá que se encontra, por exemplo, uma das espécies que durante muito tempo insistiu em escapar à objectiva de João: o flamingo. “Fotografei muito e visitei várias áreas naturais até ter boas imagens de flamingos que Estorninhos ao anoitecer Nikon D200 . 300mm . f/5 . 1/350” . ISO 400

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TALENTO Não Profissional n Profissional

JOÃO NUNES DA SILVA Idade: 47 Equipamento: 2 corpos digitais, ambos com os respectivos motores; Objectivas: 600 mm, 300 mm, 50 mm macro, zoom 12-24 mm, zoom 12-60 mm, zoom 35-70 mm; Pára-sol para todas as objectivas; Teleconversor 1.4x; Cabos disparadores e controlos remotos para as respectivas câmaras; Célula foto eléctrica e receptor por infravermelhos com respectivo comando; Filtros diversos: ND, warmer com respectivo anel para lentes e polarizadores; 2 flash´s, 1 flash anelar e respectivos cabos; 1 Difusor de ar para flash e um reflector; Aparelho de GPS; Acessórios diversos como: bloco de apontamentos, caneta, guia de aves, luz frontal, pilhas para os flash´s, 1 canivete suíço, material diverso de limpeza, uma capa de protecção contra chuva para a 600 mm, guardanapos de papel e uma rede pequena camuflada. Tripé Outro equipamento: Abrigo; 2 tripés para apoio de flash; terceiro corpo digital; pequena câmara de vídeo HD.o

http://www.joaonunesdasilva.com

só consegui ao fim de vários anos a fotografar”, recorda. Sim, porque isto de fotografar a vida animal tem o seu quê de Capitão Ahab, a calcorrear os sete mares em busca da sua “Moby Dick”… OK, mau exemplo. Os arpões nunca são bem-vindos num artigo onde se fala do amor à natureza. Mas fica a metáfora: todo o fotógrafo tem a sua baleia branca. Que, no caso do João, é mais um lobo-ibérico: ““Não o persigo mas gostava de fazer um trabalho em torno do lobo-ibérico. Já tive tudo preparado para o fazer há cerca de dois anos. Já tinha as autorizações do ICNB e eu ia acompanhar um biólogo que trabalha com este predador durante alguns meses no Parque Natural de Montesinho. Eu ia sobretudo acompanhá-lo na altura da Primavera, quando nascem os lobitos e é mais fácil para fotografar. Neste tipo de trabalhos temos que ter o apoio e conhecimento de quem sabe de lobos. Se não é impossível fazer seja o que for. No entanto, nessa precisa altura fui convidado para fazer um trabalho no sul do país e tive que adiar”. E agora, senhoras e senhores, o momento mais esperado: a peripécia vivida pelo nosso fotógrafo, no cumprimento do dever! E peripécias é coisa que não deve faltar a quem se dedica a fotografar a natureza… esse lugar mágico, onde tudo pode acontecer. Sei lá, uma águia que ataca o fotógrafo que escolheu o camuflado verde ignorando a conotação sportinguista da cor, uma cobra que se enamora do tripé, um urso armado em Zé Colmeia que confunde a mochila do equipamento com um favo de mel… Pronto, o melhor é parar de fazer filmes e escutar o João, que é para isso que aqui estamos todos: “Fui para o Estuário do Tejo bem cedo, ainda noite e com muito frio, esperar pelo amanhecer para começar a fotografar alguns espécimes e a máquina falhar porque as


Perna longa - Salinas Aveiro Nikon D200 . 600mm . f/8 . 1/750” . ISO 400

baterias estavam em baixo com o frio. Não havia problema, se não me tivesse esquecido das baterias de substituição no carro. Esse momento passou à história. Também me aconteceu, ainda na era do filme, andar a fotografar com uma máquina sem rolo! Só me apercebi quando fui tirar o rolo para revelar”. Felizmente, nada que fizesse mossa no equipamento. Olha, já que falamos nisso, o equipamento de um fotógrafo da natureza há-de ser uma coisa bem complexa, cheio de acessórios e tal?! “Nada complexo! Duas câmaras e diversas lentes que abrangem de 600 mm a 12 mm, incluindo macros. Talvez o mais complexo sejam os controlos remotos (um fui eu que fiz com um cabo de 20 metros) e uma célula de infravermelhos”, explica o fotógrafo. E pronto, caiu mais um mito! Lá diz o ditado, “com três paus se faz uma canoa”… e, pelos vistos, com duas lentes se faz uma sessão fotográfica: “Duas lentes que para mim são indispensáveis. O meu zoom 12-24 mm, que utilizo imenso em paisagens, quase sempre com um filtro neutral e que adoro. E a minha 600 mm, bem gasta (e a precisar de ser trocada) para fotografar vida selvagem. Espero em breve adquirir umas das mais recentes”. Hummmm… estamos aqui a ouvir o João e a pensar cá para nós? Será ele um homem de Nikons? Ou Canons? Vamos apostar na Nikon! “A minha primeira câmara foi uma Praktica BCA, com aquela qualidade de ‘material de guerra’ alemão. Muito fiável. Depois passei para uma Nikon 601 (a minha primeira Nikon), marca que continuo a usar hoje em dia”, explica o fotógrafo, confirmando assim que os repórteres da zOOm são bruxos. Ou por outra, damos é bons palpites. Porque se fossemos mesmo bruxos saberíamos até onde pode ir a carreira do João. É que o seu >

Coruja do Nabal - Estuário Tejo Nikon D200 . 600mm . f/8 . 1/320” . ISO 400


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Crocus - Outono - Gerês Olympus E-3 . 50mm . f/2 . 1/400” . ISO 400

trabalho já é reconhecido pelas publicações de referência do sector e é admirado pelos fotógrafos e por muita gente ligada ao ambiente e vida selvagem. E depois disso, o que mais pode ambicionar um fotógrafo da natureza? O reconhecimento a nível internacional?: “É difícil. O nosso mercado é pequeno e raramente somos abordados (directamente) na procura de imagens sobre Portugal, embora eu já tivesse vendido algumas imagens para revistas e eventos estrangeiros. Temos que investir muito a ir a encontros e participar em concursos de fotografia de natureza no estrangeiro e confesso que isso nem sempre é fácil, pelo menos para mim”.

Compreende-se que não seja fácil. É que, afinal, o habitat natural de um fotógrafo da natureza é lá, onde tudo acontece. Bem no meio da fauna e da flora que enchem de vida as suas fotografias. Mas algo nos diz que esse reconhecimento internacional vai acabar por chegar. Mais cedo ou mais tarde. E isto não é um palpite. É mesmo uma convicção. Porque basta olhar para o trabalho de João Nunes da Silva para se perceber que ele está destinado a mais altos voos. Tão altos como os das aves que fotografa. Por muito que nos pareça que ele já atingiu o cume da montanha. Ou melhor, da alta montanha. n Z

Alqueva É o que se costuma dizer estar no lugar certo à hora certa. Na altura andava a fotografar para um cliente que queria diversas imagens do Alqueva. Fui lá em Fevereiro, porque queria apanhar as áreas envolventes cheias. Depois de alguns dias de chuva, previam-se uns dias solarengos. Meti-me no carro e fui para o local. A luz estava limpa, sol e umas nuvens magníficas, sem vento, que transformava algumas zonas do Alqueva em óptimos espelhos de água. Usei a minha lente favorita, um zoom 12-24, tripé e um filtro ND. Fiz imensas imagens fantásticas com tons azuis e verde que o cliente adorou e usou em diversos meios de comunicação. Esta é uma das que fiz nessa sequência. Normalmente faço este tipo de imagens um pouco subexposta e depois no computador aumento-lhe a luminosidade. Alqueva Nikon D200 . 12mm . f/8 . 1/160” . ISO 100

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PEDRO MIGUEL BARREIROS

“O que distingue o Bom do Mau é o resultado final”

Golden Hour Canon 300D . 16mm . f/18 . 0.5" . ISO 100

Antigo escuteiro e amante da natureza. Apaixonado pela fotografia que disparou os primeiros cliques com a máquina emprestada pelo pai. Designer a dar os primeiros passos como fotógrafo freelancer. Enfim, há muitas maneiras de descrever Pedro Barreiros. Mas talvez o melhor seja mesmo deixar o seu trabalho falar por si. zOOm | 45


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semelhança do que acontecia numa famosa canção dos anos 80, Pedro Barreiros tem dois amores: as paisagens e a arquitectura. Mas ao contrário da música do Marco Paulo – onde a loira e a morena não se podiam ver nem pintadas – os amores de Pedro podem conviver pacificamente… na sua câmara fotográfica. “As paisagens, porque me sinto no paraíso. Não só tenho um prazer imenso de as fotografar, como também sinto que há sempre uma beleza que, por ser tão forte, não a consigo passar para a máquina, mas acho que é esse prazer que me deixa mais à vontade”, explica o fotógrafo. Quanto à loira… quer dizer, a arquitectura, Pedro não resistiu ao encanto do grafismo, das cores, das formas: “Adoro mostrar o meu ponto de vista quando fotografo arquitectura. A própria arquitectura já é, às vezes, uma obra de arte, mas é sempre bom encontrar pormenores que passam despercebidos”. Ora, amor que se preze desponta bem cedinho. “A minha juventude sempre foi ligada às artes. Na escola sempre tive mais jeito para tudo o que era manual do que para as ciências ou algo mais teórico. Depois de trabalhar uns 4 anos como designer gráfico, apostei em tirar um curso superior. Entrei para a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde frequentei o curso de Design de Equipamento”, lembra o fotógrafo. O catalisador desta paixão acabou por ser precisamente uma disciplina semestral de Fotografia, logo no primeiro ano do curso: “Tive a sorte de o meu pai ter na altura uma Canon EOS 300D, pois muitos dos meus colegas fizeram a disciplina com máquinas compactas. Senti que aprendi mais por ter uma reflex. Entender como funcionava a minha máquina fez-me crescer e ter vontade de aprender muito mais. E foi assim que tudo começou…”. Como a disciplina não teve continuidade após aquele semestre, Pedro achou que tudo aquilo lhe sabia a pouco: “Podia ter ficado por ali, mas fiquei com ‘um bichinho’. Queria mais!”. Nem de propósito, tudo isto se passou numa altura em que os sites de partilha de fotos e imagens cresciam pela Internet como cogumelos.

À

4 Pedras Canon 300D . 18mm . f/13 . 30" . ISO 100

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Por influência de um colega, Pedro entrou no estranho – e deslumbrante – universo do Deviantart (www.deviantart.com): “É uma comunidade on-line para arte, que abrange desde desenho tradicional à fotografia. Abri lá uma conta e comecei a colocar os meus trabalhos… agora olho para trás e vejo a evolução.” E essa acabou por ser essa a sua primeira grande escola. “Não foram livros nem cursos, ali senti que cresci muito! Não só pelas críticas aos meus trabalhos, mas muito pelos trabalhos de fotógrafos, alguns amadores, outros profissionais, que ali via. E o bom do site era eu poder comentar e perguntar como eles o faziam, porque eu ficava boquiaberto com as preciosidades que via”, revela o nosso convidado. As dicas dos outros membros e o convívio com artistas de todo o mundo foram determinantes para a sua aprendizagem. E o tempo e a experiência acabaram por fazer o resto: “Sair sempre que podia e fazer ‘gigas’ de fotos. Chegar a casa e fazer a edição que entendia ser necessária e depois uma selecção para as poder colocar na Internet. E é bom ver que antes era capaz de tirar 700 fotos e escolher 10… e agora tiro 30 e escolho 8”. Esperem! O tempo, a experiência e um equipamento razoável, que nisto da fotografia não se fazem omeletas sem ovos. Ou será que se fazem? “A minha primeira câmara foi a 300D e muitas das minhas fotografias foram feitas com ela. Só há 2 anos é que investi numa 5D e ainda bem que o fiz, porque estou muito contente com ela. Tive ainda a sorte de poder usar algum material do meu pai, pelo menos duas lentes. Mas já devo ter investido cerca de 3000€ em lentes, tripés, filtros, flash e câmara”, confessa. OK, é tudo caro, mas com jeitinho a fotografia é uma actividade que se auto-sustenta. Sim, porque Pedro Barreiros é um daqueles corajosos que tenta conciliar a sua paixão com um projecto de vida profissional. E por isso está a dar os primeiros passos nesse caminho sinuoso que enfrenta todo o Fotógrafo Freelancer. “Em 2008 vendi os meus primeiros trabalhos e hoje em dia tenho uma actividade, tão regular quanto possível, como Freelancer. Por

Gaivota nas nuvens Canon 300D . 55mm . f/20 . 30" . ISO 100


Lusco fusco Canon 5D . 28mm . f/14 . 208" . ISO 200

amar tanto a fotografia de Natureza, esta era uma das áreas em que gostaria de trabalhar, dentro da fotografia de viagens. Mas também gostava muito de me especializar em fotografia de arquitectura”, explica. Claro que nestas coisas da fotografia, nem tudo são rosas. Há que estar preparado para aqueles dias em que as coisas correm mal: “Já tive vários episódios, uns chamados mesmo de burrice, daqueles que se fazem alguns quilómetros para ir fotografar e quando vamos a ligar a câmara percebemos que nos esquecemos das baterias ou dos cartões. Outras de azar. Fiz uma viagem à Suíça e caiu-me o filtro polarizador num rio Glaciar. Ou fotografar na praia e chegar ao carro encharcado da cintura para baixo”. Mas a verdadeira peripécia do Pedro foi outra. É uma história divertida. E, ao mesmo tempo, um episódio que serve de lição a muitos fotógrafos que, mais cedo ou mais tarde, se deparam com aquela personagem que só podemos classificar como: o tipo que nos proíbe de

tirar fotografias. Sim, esse mesmo! Quase todos nós já nos cruzamos com ele. Ou ela. Tanto pode ser um vigilante, um segurança, um polícia municipal ou um polícia a sério. Ou mesmo um simples cidadão que, vá-se lá saber porquê, insiste em não nos deixar fotografar. E em certos casos, como este, nos quer obrigar a apagar as fotos mesmo ali à frente dele. “Estava no Cais do Sodré à beira rio, fui andando e junto ao estacionamento da estação fluvial havia umas obras. Entrei, sem passar por nenhuma cancela, ou algo que me proibisse de entrar, e fui parar mesmo por baixo do passadiço de quem vai para os barcos”, lembra Pedro. Vai daí, o nosso entrevistado monta o tripé e toca a fotografar o Tejo, que dali a vista é soberba. Até que… “senti um toque no ombro, era uma polícia marítima a perguntar o que estava ali a fazer e respondi que estava a fotografar o rio. Ela disse que por ser propriedade>

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pela objectiva de... R I TA C A R M O

Farol de Sta Marta Canon 300D . 11mm . f/9 . 49" . ISO 100

Fumo Canon 300D . 44mm . f/5.6 . 1/15" . ISO 100

Estranha beleza Canon 300D . 18mm . f/5.6 . 4" . ISO 100 privada eu não tinha autorização e só me deixou sair dali depois de eu ter apagado todas as fotos à frente dela. Ahahah! Cheguei a casa e recuperei tudo através daqueles programas de ‘recovery files’, ehehehe… teve a sua piada”. Esperto! Já sabem, da próxima vez que vos aparecer pela frente um destes saudosistas dos tempos da Censura, podem apagar as fotos à vontade que depois é só chegar a casa e recuperar os ficheiros perdidos. E se não tiverem nenhum desses programinhas à mão, procurem-nos numa das revistas da especialidade. Sei lá, diz que a Informática Fácil costuma trazer uns artigos porreirinhos sobre software desse género. Cof, cof, cof… Mas, esperem lá! Se era uma mulher polícia, será que ela até tinha ambições no mundo da moda e se estava a fazer ao piso para uma sessãozita grátis? Ò Pedro, olha que essa coisa das fardas e do armamento ligeiro até dá para fazer umas brincadeiras jeitosas. E, atenção, que estamos só a falar de fotografia, OK? Nós cá gostamos de deixar tudo preto no branco. Olha e por falar nisso, qual a preferência do nosso

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TALENTO Não Profissional n Profissional

PEDRO MIGUEL BARREIROS Equipamento: Canon 5D Canon 24-105mm Canon 28-70mm 2.8 Canon 70-200mm 2.8 Canon Speedlite 580 EXII Filltros Gradientes de Densidade Neutra Lee Filtro Polarizador Hoya Tripé e cabo disparador http://www.pmbarreiros.com

convidado? Preto-e-branco? Ou cor? “Gosto muito de fotografar a cor. Mas entre «cor ou preto» não posso escolher porque tem a ver com emoções e sensações, acho que o preto-e-branco é algo mais sentimental. Apesar de achar que as minhas fotos a cores têm muito impacto, às vezes consigo traduzir emoções quando escolho preto-e-branco”, explica. Claro que, olhando com atenção para o seu trabalho, dá para perceber um certo protagonismo da cor: “Com o passar dos anos senti que o cunho do meu trabalho era a cor e o grafismo, fotografava muita Natureza e focava-me essencialmente em detalhes. Tinha muito essa marca. Depois comecei a focar-me nas fotografias de paisagens, longas exposições começaram a estar em destaque. Foi então que entrou também o preto-ebranco e o minimal. Mas acho que a cor é o meu elemento mais forte”. A cor e a luz, tão essencial a quem fotografa grandes espaços. Já agora, como é que um amante das paisagens – que até foi escuteiro na juventude – se consegue encaixar num espaço fechado, em frente ao computador, na hora de editar o trabalho?


Em pensamentos Canon 5D . 200mm . f/2.8 . 1/40" . ISO 50

“O trabalho de edição é necessário. Quando se fotografa com RAW, sendo este um ficheiro de luz, o objectivo é podermos trabalhá-lo para darmos a nossa interpretação. Agora existe uma grande diferença entre edição e foto manipulação. Muitas pessoas consideram que o ‘bom fotógrafo’ é o que utiliza as fotos tal e qual saíram da máquina, que tudo o resto é Photoshop e que aí o fotógrafo já não tem mérito. Não concordo!”, e pronto, está lançada a discussão. É que o Pedro é daqueles fotógrafos que procura levar a edição ao mínimo, recorrendo aos vários filtros de que dispõe. “Mas de qual-

quer forma acabo por ter que mexer no balanço dos brancos, no contraste, saturação e nas curvas. E isto sim, chamo edição”, esclarece. Já no que diz respeito à “foto manipulação”, a palavra de ordem é mesmo evitar: Quando se copia um céu de uma outra foto, quando se retiram elementos como um prédio ou uma pessoa… considero isto foto manipulação e eu não o faço. Mas não sou nada contra, porque para mim o que distingue o Bom do Mau é o resultado final”. E quem fala assim não é gago. Nem mau fotógrafo. Muito pelo contrário. n Z

Tungesten

Tungsten Canon 5D . 28mm . f/8 . 30" . ISO 50

Foi um daqueles dias em estava frio e parecia que ia cair uma tempestade. Estava sem carro e o que apetecia menos era sair de casa. Mas estava sem nada para fazer e tinha vontade de fotografar. Resolvi ir para o sítio que já fotografei 1001 vezes… Para o Parque das Nações, fotografar a Ponte. Fiz um “set” de fotos que quase não se aproveitou, pois o dia estava muito pesado. Foi então que, já quase escuro, resolvi tirar partido do drama que ali pairava com as nuvens Cirrocumulus. Montei o meu tripé e fiz um primeiro teste. Como já estava um tanto escuro escolhi uma abertura de 8.0, mantive o ISO a 50. O resultado foi bom, mas o céu estava muito claro por isso coloquei um filtro Gradiente de Densidade Neutra 0.9 (3stops) com transição dura e deu o aspecto que queria. Mas a cor ainda não me estava a satisfazer. Para criar um ambiente mais frio, resolvi mudar o balanço dos brancos para o modo tungsténio, que puxa a foto para tons mais azulados. Depois de, no Lightroom, puxar a saturação do azul este foi o resultado. Acabei também por fazer um corte mais panorâmico para a ponte ter mais leitura na sua dimensão.

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+pro A P R O F U N DA R C O N H E C I M E N TO S . T E X TO : P E D R O P O R T E L A

A Imagem de Alta Definição Dinâmica. Vulgo, HDR fotografia em geral e, muito em especial, a paisagem e o retrato são áreas em que se praticam abusivamente técnicas para aumentar a latitude de uma imagem. Vulgarmente chama-se HDR e consiste em “ensanduichar” imagens com exposições diferentes para cada parte da imagem, indo buscar detalhe a zonas que não o teriam; inclusivamente, para lá do olho humano. Vão descobrir que falar de HDR é muito mais do que falar de Photoshop. Vamos discutir os fundamentos da imagem de definição dinâmica para além das ferramentas de manipulação, analógica e digital.

A

O conceito Quando tentamos aumentar a definição dinâmica de uma imagem, estamos a fazer igualar zonas da fotografia com zonas de luminosidade diferente. Por exemplo, a luminosidade inferior da terra ou do mar por baixo de um pôr-do-sol. Tipicamente, tem de se optar por uma das partes, desperdiçando a outra, ou o luminoso pôr-do-sol ou a terra, várias aberturas abaixo. O conhecido fotógrafo do século XX Ansel Adams, que se debatia com os problemas da latitude das suas imagens, desenvolveu o Sistema de Zonas, uma teoria baseada na sensibilidade da película e na latitude que o filme apresentava.

A solução do Sistema de Zonas De uma forma muito simples, o sistema de zonas concebe o espectro da imagem fotográfica como uma gradação de 12 tons (correspondentes a intervalos de uma abertura ou f/stop) possíveis, desde o preto puro, sem detalhe, ao branco puro, igualmente sem detalhe; todos os outros tons conservam, mais ou menos, o detalhe.

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Muito embora o sistema de zonas tenha sido desenvolvido com vista a preparar um bom negativo na máquina, esta técnica aplica-se à imagem digital (porque, à semelhança do grande formato, com base no qual o sistema foi criado, pode ser revelado imagem a imagem) e envolve pós-produção em laboratório, imagem a imagem. No laboratório, fazia-se o típico dodge and burn, que mais não é do que aumentar ou reduzir a exposi-

ção, em busca de detalhe ou equilíbrio da imagem. No entanto, como o próprio Ansel Adams explica nos seus livros (a triologia, The Camera, The Negative, The Print), mas mais claramente na sua Autobiografia publicada pouco depois da sua morte, nada substitui estar no sítio certo à hora certa, e fazer uma exposição equilibrada, em que se faça uma escolha minuciosa dos tons que se querem


preservar e daqueles em que se aceita perder o detalhe.

Outros métodos Conforme se disse acima, a imagem fotográfica tem limitações de sensibilidade, quando temos zonas de luminosidade diferentes reagindo proporcionalmente à impressão da luz no filme. Ao longo dos anos, mesmo antes de existir tecnologia digital, os fotógrafos tentaram aumentar, com consistência e sucesso, a definição dinâmica das suas imagens: no preto-e-branco usamse filtros de contraste para aumentar a densidade de céus (filtros laranja e vermelho) ou preservar detalhe em zonas de folhagem (filtro verde); na paisagem a cores, que se fotografava em slide, usa(vam)-se os filtros de densidade neutra graduados, que permitiam escurecer um céu numa imagem; finalmente, no retrato, na arquitectura e na publicidade, isso era feito pelo recurso ao meio mais eficaz e versátil de todos para curtas distâncias, com esquemas de iluminação (natural e artificial). É comum as pessoas pensarem na alta definição dinâmica de uma imagem de paisagem. Mas e então o que chamar à imagem em que se faz um retrato (na praia, por exemplo) preservando, com valores de luz equivalentes ou pouco díspares, no modelo, na água, na areia e no céu?

guem preservar o detalhe, a saturação, a claridade de cada tom de cada imagem, em especial daquelas em que a disparidade de níveis de luz é notória. O caso dos céus é paradigmático: se notarmos bem, e se tivermos o sol nas nossas costas, a terra e o céu têm níveis de luz indicente equivalente, e portanto, não precisam de compensação. Diferente é se a direcção da luz for difusa ou de frente para a câmara. Aqui teremos de usar um dos métodos de compensação; mas sem abusar, sob pena de ficarmos com imagens pouco naturais. E lembrem-se: é natural toda a latitude que o olho humano for incapaz de captar em condições ideais.

Usar (e abusar) da definição dinâmica Para aqueles Por cliché que possa parecer, abusar da que queiram inovar

está num rolo de filme. A película em causa é o Portra 400, uma estratégia da Kodak para optimizar a sua linha de produção, que redundou no melhor filme de negativo de média saturação e contraste alguma vez produzido. A latitude do filme é impressionante e o rendimento das tonalidades de pele, conservando detalhe da pele de uma pessoa branca até 2 zonas ou f/stops. Obviamente, o filme não é para todos. Nem todos têm a segurança ou a possibilidade de usar filme; e nem todos acreditam nas potencialidades deste suporte. Por isso, a mensagem que se deve reter é a de que nada substitui uma boa iluminação; seja a luz matinal que dá luz e cor a uma paisagem; seja a luz de um reflector ou de um flash para dar detalhe a um modelo que pousa ao ar livre, contra um céu luminoso. n Z

definição dinâmica ou do HDR é como abusar do açucar num bolo – são ambos bons; mas quando usados em excesso, enjoam que se fartam. Embora os nossos olhos consigam captar mais detalhe do que o suporte de imagem com mais latitude (12 zonas, 12 aberturas), a verdade é que nem os nossos olhos conse-

Para mais leituras, sugiro que se evitem os livros sobre HDR e recomendo; - The Negative, Ansel Adams - Autobiography, Ansel Adams - Mountain Light, Galen Rowell - Lightning and Exposure Techniques for Outdoor and Location Photography, J.J. Allen

As melhores máquinas digitais com sensores de 35mm têm 5 ou 6 zonas em que é possível conservar detalhe. O filme tem 8 ou 9 e permite conservar mais detalhe das zonas de muita luminosidade, ao contrário de um sensor digital. Pode parecer um contra-senso, mas a última tecnologia na preservação de detalhe

zOOm | 51



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