Lance Imperdível! Um retrato do esporte no Brasil
ROBERTO DAMATTA • Pierre François Cohen • Alberto Carlos Almeida
Areté Editorial S.A. Presidente e Editor: Walter de Mattos Junior Diretor de Mídia Impressa: Afonso Cunha Diretor Administrativo e Financeiro: Carlos Pinheiro Diretor de Negócios: Afonso Palomares Diretor de Projetos Especiais: Toni Lotar Diretor de Operações: Denis Oliveira Editor-chefe: Luiz Fernando Gomes Conselho Editorial: Armando Nogueira (in memoriam), Afonso Cunha, José Luiz Portella, Luiz Fernando Gomes, Marcelo Damato, Matinas Suzuki Jr. e Walter de Mattos Junior Organização da Obra: Afonso Cunha e Luiz Fernando Gomes Direção de Arte: Rafael Mazzari Capa, projeto gráfico e diagramação: Rafael Mazzari Ilustrações: Mario Alberto Redator: João José da Trindade e Oliveira Impressão: Log&Print CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M386L Matta, Roberto da, 1936Lance Imperdível! : um retrato do esporte no Brasil / Roberto DaMatta, Pierre François Cohen, Alberto Carlos Almeida. Rio de Janeiro : Lance!, 2010. il. ISBN 978-85-88651-21-0 1. Esportes - Brasil. 2. Futebol - Brasil. 3. Esportes - Pesquisa - Brasil. 4. Futebol - Pesquisa - Brasil. I. Cohen, Pierre François. II. Almeida, Alberto Carlos. III. Título. IV. Título: Um retrato do esporte no Brasil. 10-2337.
CDD: 796.0981 CDU: 796(81)
19.05.10
21.05.10
019167
Sumário
Apresentação .................................................................................................................................................. 07 Metodologia ..................................................................................................................................................... 13 Esporte . ................................................................................................................................................................... 15 Futebol . ................................................................................................................................................................... 39 Times e torcidas ........................................................................................................................................... 51 Pesquisa LANCE!-Ibope ...................................................................................................................... 79 Futebol como negócio ........................................................................................................................ 91 Percepção dos brasileiros ................................................................................................................ 97 Artigo final ...................................................................................................................................................... 105
Apresentação
Por Walter de Mattos Junior
Esse estudo inédito, a mais ampla e profunda análise já feita sobre o esporte brasileiro, que o LANCE! apresenta a seguir nasceu em um dia especial para o Brasil. Era começo da tarde de uma segunda-feira, dia tradicionalmente tranquilo para o principal Diário de esportes do País, mais acostumado a agitações típicas dos domingos de decisões, sábados de clássicos ou até quartas e quintas-feiras em que o futebol invade madrugadas. Mas naquele dia 2 de outubro, a redação do LANCE! transbordava adrenalina. Dezenas de jornalistas em um mesmo espaço partilhavam um misto de vibração torcedora com engajamento profissional. O Brasil acabara de saber que o Comitê Olímpico Internacional havia escolhido o Rio de Janeiro como cidade-sede para os Jogos de 2016. Foi nesse clima de euforia que recebi na sede do LANCE! no Rio um time de craques. Feras das Ciências Sociais, o sociólogo Alberto Carlos de Almeida, cientista político e palestrante dos mais requisitados do País, e o antropólogo Roberto DaMatta, um dos mais importantes pensadores da Nação e do Povo brasileiro no último
meio século e o pesquisador Pierre Cohen consultor de grandes empresas no Brasil entraram na redação faziam poucos minutos que o presidente do COI Jacques Rogge havia aberto o envelope com o nome da capital carioca inscrito nele. Nada mais oportuno. Afinal, a presença de dois dos mais atentos observadores da alma brasileira na redação do LANCE! marcava o primeiro passo desse trabalho feito em parceria com o Instituto Análise. Como um apito solene que marca o início de uma partida decisiva numa grande arena do futebol, a indicação do Rio para os Jogos de 2016 foi o sinal de partida desse Lance Imperdível – Uma visão sócio-ántropológica do esporte. Chamo de oportuno o encontro da definição do Brasil como a capital mundial dos esportes por um período que vai durar quase meia década – afinal a Copa do Mundo de Futebol da Fifa vai ser realizada no Brasil em 2014, com eventos como a Copa das Confederações que começam já em 2013 – porque é urgente que o País esteja preparado para merecer o título de terra dos esportes quando o mundo desembarcar em nossos aeroportos, portos e rodoviárias.
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Apresentação
Esse estudo que o LANCE! apresenta é o mais potente levantamento já feito sobre a relação que existe hoje entre o brasileiro e o esporte
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Afinal, estamos falando de eventos esportivos, de Esporte, desse universo que reúne numa mesma alma alegria, competição, diversão, conquista, força, garra – adjetivos citados pela grande maioria do enorme universo de três mil pessoas ouvidas em longas entrevistas feitas pelo Instituto Análise em 70 cidades. Por mais importante que a infra-estrutura seja para garantir a segurança, a qualidade e o conforto de atletas, dirigentes, torcedores, jornalistas e turistas desses dois maiores eventos esportivos do planeta, sabemos que é a nossa relação com o esporte de hoje em diante – inclusive após a realização de Jogos e de Copa – somada ao legado de infra-estrutura, que vai determinar se valeu ou não a pena lutar tanto para trazê-los ao Brasil. Esse estudo que o LANCE! apresenta é o mais potente levantamento já feito sobre a relação que existe hoje entre o brasileiro e o esporte. Desde o nascimento da análise, pautamos todo o trabalho por um viés sócio-antropológico. Em outras palavras, decidimos descobrir como o povo brasileiro pratica e acompanha o esporte levando em conta uma visão muito particular da Nação brasileira. A grande sacada desse estudo é partir do olhar privilegiado de Roberto DaMatta e Alberto Carlos Almeida, que traduzem o Brasil com a cabeça de cientistas e coração de poetas, corpo de brasileiros.
LANCE!, Roberto DaMatta e Alberto Carlos Almeida formaram um time especial. Como uma seleção de futebol, conseguimos trazer um estudo que atende a interesses de um amplo universo de brasileiros e estrangeiros que precisam conhecer o mundo do esporte no Brasil. Os números, percentuais, índices e dados que mostraremos a seguir trazem a essência do esporte brasileiro para profissionais de mídia e marketing, para professores e estudantes de cadeiras de educação física e comunicação, para atletas e técnicos de todas as modalidades esportivas, para torcedores e dirigentes dos clubes, para políticos e consultores da administração pública, para empresários e investidores privados – um heterogêneo universo de pessoas que precisam do esporte. Seja pelo prazer, pela saúde, pela educação ou pelo lucro. Ao longo das próximas mais de 100 páginas derrubamos tabus, confirmamos alguns mitos, levantamos novidades valiosas – sempre com a tradução privilegiada dos cientistas DaMatta e Almeida. Neste trabalho, vamos mostrar que apenas a religião supera o esporte na lista de prioridades do brasileiro. Confirmamos que o Brasil é um País do monopólio esportivo; que o futebol é o esporte preferido de mais de 80% dos brasileiros. Mas descobrimos que no Século XXI o Brasil do esporte está ficando também mais poliesportivo.
O brasileiro se enamora cada vez mais com outras modalidades. Nosso estudo revela que o brasileiro gosta de esportes plásticos, prefere disputas em equipe e está se tornando mais democrático, com maior participação de mulheres, idosos e crianças. O Lance Imperdível – Uma visão sócio-antropológica do esporte é o mapa que indica os caminhos para que o País faça a revolução no esporte que o Brasil precisa fazer. E não só porque temos uma Copa do Mundo e mais Jogos Olímpicos por sediar diante do mundo inteiro que nos observa com indisfarçável inveja pelo que fizemos nos últimos 10 anos. Precisamos revolucionar o esporte como ferramenta de educação, como instrumento de cidadania, como meio de modernização de um povo ainda carente de escola, de cultura e, acima de tudo, de oportunidades. O esporte é a indústria mais limpa do planeta. Gera empregos como a construção civil, forma cidadãos como universidades, e enche de patriotismo homens e mulheres como nenhum serviço militar seria capaz de fundar. Por isso, esse estudo decodifica enigmas e traz à luz para governos municipais, estaduais e federais demandas que precisam ser preenchidas em questões que só podem ser endereçadas a partir de políticas públicas consistentes, sustentáveis e, mais importante, apartidárias.
Parte dos recursos que vão alicerçar essa revolução terá que vir de empresas. De empreendedores e investidores que buscam quase sempre o lucro – como deve ser em um país que precisa ser competitivo e globalizado. Para toda a cadeia do esporte, dirigentes, atletas, profissionais de marketing, diretores de finanças e consultores de mídia, as perguntas e as respostas que apresentamos são de consulta obrigatória. Seria desleixo fazer qualquer ação ligada ao esporte sem consultar o que temos a seguir. Em outras palavras, pode significar jogar dinheiro fora. Para os torcedores, um capítulo em especial vai alimentar infinitas horas de discussão. Em um trabalho inédito e exclusivo para o LANCE!, o IBOPE revela quais times mais conquistaram torcidas nos últimos anos. E quais perderam seguidores. Mostramos quais são os clubes de maior peso nas principais capitais brasileiras. É claro que essa informação vale ouro para empresas interessadas em usar o futebol como ferramenta de mídia E tudo isso com a análise do nosso colunista Marcelo Damato. E tem muito mais. Quer saber com que idade o brasileiro escolhe um time de futebol? Nós respondemos. É verdade que jamais esse torcedor troca de time? Também está aqui. É verdade que mais mulheres acompanham o futebol hoje, dentro e fora dos gramados? Trazemos a
Mostramos quais são os clubes de maior peso nas principais capitais brasileiras. É claro que essa informação vale ouro para empresas interessadas em usar o futebol como ferramenta de mídia
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Apresentação
O LANCE! trabalha – e esse estudo é uma prova de nosso empenho – para que o PIB do Esporte viva o potencial que carrega e dê um salto, mude de patamar na economia brasileira
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resposta e dizemos como isso pode se transformar em estratégia de marketing para empresas que precisam atingir o público feminino. Quem pratica e acompanha mais o esporte: o brasileiro pobre ou o rico? É verdade que nem sempre o esporte mais praticado é também o que desperta o maior interesse na mídia? Afinal, o brasileiro confia em si mesmo e no País para a realização de uma Copa do Mundo e das Olimpíadas? E qual a percepção do povo deste País sobre os homens que comandam os órgãos que vão realizar os dois eventos? A decisão do LANCE! de produzir esse estudo vai além dos motivos óbvios que movimentam uma empresa de comunicação que se tornou referência de Jornalismo esportivo no Brasil ao longo desses quase 13 anos de história. Sim, o senso jornalístico, a curiosidade para transformar questionamentos e palpites em números confiáveis e em estatísticas sólidas é um dos motivos que nos guia nesse trabalho. Mas existe mais. O LANCE! surgiu em 1997, em um País ainda com economia por estabilizar, moeda por se estabelecer, renda por crescer e esporte por construir. Desde então, LANCE! e Brasil caminham na trilha do desenvolvimento e do aperfeiçoamento. O LANCE! é hoje uma marca de referência no esporte. Por isso, assume o dever de contribuir para que o esporte brasileiro continue se desenvolvendo.
O LANCE! trabalha – e esse estudo é uma prova de nosso empenho – para que o PIB do Esporte viva o potencial que carrega e dê um salto, mude de patamar na economia brasileira. O LANCE! preenche assim o papel de um dos elementos chave para que o esporte se torne cada vez mais uma parte inerente do corpo da Nação Brasileira. Para que o esporte seja o quanto antes instrumento do desenvolvimento do Povo brasileiro. Acreditamos que assim podemos vislumbrar a mais bela, organizada, inesquecível das Olimpíadas já realizadas. E que toda aquela euforia que encheu de esperança nossas almas no dia 2 de outubro de 2009 – quando eu, Roberto DaMatta, Pierre François Cohen e Alberto Carlos de Almeida nos encontramos na Cidade Nova, no Rio de Janeiro – possa se transformar em realizações concretas. Para o esporte e para o País, queremos que os senhores e senhoras aproveitem essa primeira edição do Lance Imperdível – Uma visão sócio-antropológica do esporte. Esse é apenas o primeiro de outros que virão. Esse é o nosso compromisso.
Walter de Mattos Junior – Presidente e Editor do Diário LANCE!
Autores
Roberto DaMatta Antropólogo, escritor, autor de vários livros sobre sociedades tribais e rituais na sociedade moderna. Autor de Carnavais, malandros e herói; a Casa e a rua; Águias Burros e Borboletas: uma antropologia do jogo do bicho; e Crônicas da Vida e da Morte. É professor da PUC/Rio e professor emérito da Universidade de Notre Dame, Estados Unidos. É membro da Academia Brasileira de Ciências e da American Academy of Arts and Sciences.
Pierre François Cohen Economista pela USP e mestre em comunicação e semiótica – PUC SP. Trabalhou na Unilever - Global Detergents Coordination - Londres ; Diretor Unilever Arg./Uru./Par. Foi sócio fundador da Novaction Latin America vendida ao grupo IPSOS e membro do exceutive council IPSOS Paris. Atualmente é CEO da Provokers Inovation;, Brand & Business Strategy ; Professor pós graduação em pesquisa de Mercado USP e métodos quantitativos da Miami AD scholl/ESPM. Conselheiro da Editora Manchete.
Alberto Carlos Almeida Sociólogo, autor do best seller A cabeça do brasileiro (Record, 2007) e dos livros A cabeça do eleitor (Record, 2008), Por que Lula? (Record, 2006), Como são feitas as pesquisas eleitorais e de opinião (Editora FGV, 2002), Presidencialismo, parlamentarismo e crise política no Brasil (Eduff, 1998) e A qualidade de vida no Estado do Rio de Janeiro (Eduff, 1997). É colunista do jornal Valor Econômico e diretor do Instituto Análise.
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Metodologia
Foi utilizada a plataforma mensal do estudo quantitativo contínuo do Instituto Análise. • Método de coleta dos dados: entrevistas pessoais, domiciliares
• Amostra Total: 3.000 entrevistas face a face, sendo: • Amostra nacional, representativa de toda a população adulta brasileira (Classes ABCDE), 16 anos ou mais • 70 cidades pesquisadas, incluindo todas regiões metropolitanas e cidades do Interior
Pesquisa LANCE!-Ibope: • Pesquisa quantitativa com aplicação de entrevistas pessoais utilizando questionário estruturado • Foram realizadas 3 ondas mensais com 2376 entrevistas cada. • O estudo abrange pessoas com idades acima de 10 anos em 141 municípios em todas regiões do Brasil
13
Esporte
Esporte: significados e valores
Pensando em esporte de uma forma geral, qual das palavras melhor traduz sua relação com o esporte?
Alegria
55%
Conquista
23%
Garra
16%
Competição
31%
Disciplina
19%
Força
16%
Vitória
29%
Motivação
17%
Saber ganhar e perder
15%
Diversão
29%
Felicidade
17%
Base: 2000
Garra, força, disciplina e competição são tão importantes quanto alegria, felicidade e diversão. O esporte é ao mesmo tempo um elemento de educação e um fator de diversão. É onde trabalho e alegria se misturam.
15
Esporte
Envolvimento com o esporte
Os brasileiros podem ser divididos em quatro segmentos quando se trata do envolvimento com o esporte: os torcedores, os que não se interessam pelo esporte, os que tem uma vida socialmente apática e os desportistas.
Os Torcedores
34% 33%
• Mais homens (70%); Classe AB (26%); adultos (44% entre 25 e 44 anos) • Vivenciam o esporte torcendo, acompanhando, comentando • “Jogo futebol sempre que posso, mas não é sempre que dá” (23%) • “É comum eu conversar com pessoas sobre futebol” (44%) • 41% não perdem uma partida do time que torcem • 42% tem algum outro time que torce ou tem simpatia, mesmo que seja de outro estado ou seleção • Os torcedores são um terço da população adulta brasileira, é muita gente! Justamente por isso os torcedores mostram que o esporte é importante no Brasil, mais do que isso, que para muitos esporte é sinônimo de futebol. Eles acompanham o esporte de um modo geral, mas acompanham muito, muito mesmo o futebol. Os torcedores assistem esporte na TV, assistem jogos de seu time e de outros times. No dia seguinte são eles que conversam nas ruas, nos elevadores e nos táxis sobre os resultados dos jogos da noite anterior.
Segmentação valorativa Em % Os brasileiros podem ser divididos em quatro segmentos quando se trata do envolvimento com o esporte
10 34
20
36 Torcedores Esporte: Tô por fora! Apatia social Desportistas Base: 2000
O interesse por esporte é muito grande no Brasil. Somando-se os 34% de torcedores com os 10% de desportistas temos que 44% da população adulta envolve-se com esporte. No Brasil, isso só é comparável à participação religiosa e é maior do que todas as demais participações.
17
Esporte
Esporte: tô por fora!
36%
• Mais mulheres (73%); 28% Classe DE; 42% até 34 anos • Baixo envolvimento com esporte: • 66% consideram que o esporte não está nada presente em suas vidas • “Nunca acompanho esporte, seja em estádios, TV, jornal, rádio, etc” (42%) • 51% não praticam esporte, nem pretendem praticar • 36% declaram assistir esporte pela TV só em ocasiões especiais como Copa ou Olimpíadas • Esporte: tô por fora, são aqueles e aquelas que valorizam muito a família, gostam de estar rodeados de amigos, preocupam-se bastante com a saúde e nos momentos de lazer preferem descansar. As pessoas deste segmento não se interessam por conversas, programas, livros, jornais ou revistas relacionados ao esporte. A maior parte deste grupo não pratica esporte, os poucos que fazem são adeptos da caminhada e em segundo lugar do futebol e da academia, 63% não jogam futebol, nem pretendem jogar, 41% não torcem para nenhum time e 44% têm um time, mas não acompanha os jogos.
18
Esporte
Apatia Social
20%
• Mulheres mais velhas, Classe C (52%) • Predominância feminina 66% • 46% acima de 45 anos (15% donas de casa) • Baixa escolaridade: 53% analfabetos / primário completo • 71% consideram que o esporte não está nada presente em suas vidas. As que associam esporte a algo o vêem como obrigação • Não se preocupam com saúde • Os socialmente apáticos são pessoas que têm uma vida muito dura. Assim, as principais energias destas pessoas são dedicadas à sobrevivência: trabalhar, cuidar da família, preparar as refeições, levar as crianças à escola e ao médico, etc. A apatia social aplicada ao esporte traz as seguintes consequências: • 72% nunca assistem programas de esporte na TV • 79% nunca assistem futebol na TV • 43% não praticam esporte, nem pretendem praticar • 82% nunca conversam com amigos ou família sobre esporte
19
Esporte
Desportistas
10%
• Maioria homens (80%); 55% solteiros; 29% Classe AB • Mais jovens: 49% estão na faixa de 16 a 24 anos • 56% praticam esporte regularmente; 51% jogam futebol regularmente • Para 38% notícias (com letra minúscula) esportivas despertam interesse, independentemente (advérbio terminando em MENTE) do meio (TV, jornal, revista, internet, etc) e 36% referem-se a notícias sobre futebol especificamente • 69% participam de jogos e eventos esportivos regularmente • Os desportistas podem ser vistos publicamente todos os dias nas cidades brasileiras. Em São Paulo eles frequentam o Ibirapuera e no Rio estão na orla marítima, na Lagoa e no Aterro do Flamengo. Três entre quatro desportistas assistem pela TV, sempre que podem, programas e jogos de futebol e de outras modalidades. Para 46% dos desportistas o esporte está ligado aos momentos de lazer. Impressionantes 100% torcem para algum time e 55% tem um segundo time mesmo que seja de outro estado ou a seleção. Os desportistas consideram ser comum conversar com pessoas sobre assuntos que envolvam esporte, eles lêem matérias de jornais sobre esporte, acessam a internet, e possuem TV paga.
20
Esporte
Presença do esporte na vida do brasileiro • 30% dos brasileiros consideram o esporte bastante presente em suas vidas. • Homens, jovens de 18 a 24 anos e Classe AB são os segmentos que mais vivenciam o esporte.
17
22
16 a 24 anos
22
Mulheres
Total
1. Nada Presente
14
13
17
14
29
17
27 14 52
26
24
13
13 41
Homens
33
21
14
14 18
11
15
14
24
21
14 2.
25 22
24
20
19
23
22 3.
8
13 42
37 24
31
Classe C
21
6
Classe A/B
19 25
10 14
17 4.
15
60 anos ou mais
11
21
15
Classe D/E
10
45 a 59 anos
18
35 a 44 anos
14
25 a 34 anos
5. Muito Presente
Bases: Total – 2000 // Homens - 958/ Mulheres – 1042// 16 a 24 - 443/ 25 a 34 - 447/ 35 a 44 - 374/ 45 a 59 – 451/ Mais de 60 anos – 285// Classe A/B – 498/ Classe C - 994/ Classe D/E – 507
O esporte é mais presente entre os jovens, homens das classes A, B e C. Como o Brasil entrou em um longo e sustentável ciclo de desenvolvimento, devemos esperar que nos próximos anos, com o crescimento das classes de consumo superiores, o esporte se torne mais disseminado ainda.
21
Esporte
Pratica algum tipo de esporte? • Quanto menor a faixa etária e mais alto o extrato sócio-econômico, maior a prática de esporte.
Não
57
84
54
65
71
83
58
73
81
27
19 Classe D/E
71
Classe C
Sim
90
35
29
22
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Mulheres
Homens
Total
Cerca de 30% dos brasileiros fazem algum tipo de esporte. Trata-se de uma marca bastante elevada. O que representa um enorme mercado de consumo já existente e consolidado.
42 17
16
10 Classe A/B
29
60 anos ou mais
46
45 a 59 anos
43
Bases: Total – 2000 // Homens - 958/ Mulheres – 1042// 16 a 24 - 443/ 25 a 34 - 447/ 35 a 44 - 374/ 45 a 59 – 451/ Mais de 60 anos – 285// Classe A/B – 498/ Classe C - 994/ Classe D/E – 507
Esporte
Frequência com que praticam esporte • Entre os praticantes, 55% fazem esporte no mínimo 2 vezes por semana. • Destaque para as mulheres. 8
8
6
8
9
6
7
10
10
12 29
36
22 28
28 55%
Total
21
6
75% 7
31
17 Homens
6
8
32 18
7
18
26 16
25 a 34 anos
25
27
16 a 24 anos
De 2 a 3 vezes por semana
Diariamente
32
35
Uma vez por semana
De 4 a 5 vezes por semana
19
21
8
7
6
8
28
34
42
28
15
25
31
8
6
3
20
21
22
29
5
29
8
26
23
45 a 59 anos
Uma vez a cada 15 dias
35 a 44 anos
45%
8 10 2 53% 11
Classe D/E
7
Classe C
8
Classe A/B
8
Mulheres
Uma vez por mês ou menos
Bases: Total – 2000 // Homens - 958/ Mulheres – 1042// 16 a 24 - 443/ 25 a 34 - 447/ 35 a 44 - 374/ 45 a 59 – 451/ Mais de 60 anos – 285// Classe A/B – 498/ Classe C - 994/ Classe D/E – 507
Dentre os praticantes de esporte, um em cada cinco brasileiros se dedicam diariamente à prática esportiva. Três em cada dez fazem esporte pelo menos duas vezes por semana. As mulheres praticam menos esporte, mas são mais dedicadas do que os homens quando aderem às atividades físicas. Já quando comparadas as diferentes classes sociais, a dedicação à prática desportiva é muito homogênea.
23
Esporte
Modalidade esportiva que pratica (Em %)
Futebol/futebol de salão Caminhada
Dentre os praticantes de esporte, o futebol e o futebol de salão são disparados os preferidos. Nada menos do que 61% optaram por eles. Artes marciais e natação são as modalidades praticadas por 3% de todos os que fazem algum tipo de esporte. Isso explica parcialmente porque sempre há brasileiros no pódio de Olimpíadas nessas duas modalidades.
24
Corrida/ jogging
6
Vôlei
6
Fitness academia
6
Artes marciais
3
Natação
3
Musculação
2
Ciclismo
2
Sinuca
1
Basquete
1
Bocha
1
Handball
1
Não sabe/ não respondeu
1
18
Bases: Total – 858 // Homens - 581/ Mulheres – 276// 16 a 24 - 302/ 25 a 34 - 240/ 35 a 44 - 167/ 45 a 59 – 109/ Classe A/B – 40/ Classe C - 300/ Classe D/E – 401
61
Esporte
Modalidade esportiva que pratica
(%)
Total
Sexo
Faixa Etária
Classe Social
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
A/B
C
D/E
Futebol
61
79
22
71
65
52
48
23
52
64
Caminhada
18
8
39
10
13
21
35
47
17
17
Corrida/ Jogging
6
5
9
2
7
11
10
6
11
4
Vôlei
6
4
10
12
3
2
1
0
7
4
Fitness academia
6
3
12
5
9
5
2
8
8
6
Artes marciais
3
4
2
6
4
0
0
3
4
4
Natação
3
2
4
4
2
2
2
1
5
2
Musculação
2
2
3
2
4
3
0
0
2
3
Ciclismo
2
2
3
1
2
4
1
3
2
2
Sinuca
1
2
0
1
1
1
0
1
1
1
Basquete
1
1
0
2
1
1
0
0
1
1
Bocha
1
1
0
0
1
0
3
0
1
0
Handball
1
0
1
2
0
0
0
0
1
0
Surf
1
1
1
1
0
0
0
0
1
0
NS/NR
1
1
0
1
1
1
2
2
1
1
Índice de resposta
1,13
1,15
1,09
1,21
1,15
1,05
1,06
1,02
1,15
1,11
Base
858
581
276
302
240
167
109
40
300
401
Bases: Total – 858 // Homens - 581/ Mulheres – 276// 16 a 24 - 302/ 25 a 34 - 240/ 35 a 44 - 167/ 45 a 59 – 109/ Classe A/B – 40/ Classe C - 300/ Classe D/E – 401
A prática do futebol é masculina; a caminhada, feminina. O futebol é dos mais jovens, a caminhada dos mais velhos. Merece destaque a predominância do futebol entre as classes D e E, muito mais que nas classes mais altas. Para os brasileiros de menor poder aquisitivo fazer esporte é sinônimo de jogar bola com os amigos. Para os mais ricos, a variedade de modalidades é maior – fazer esporte é futebol, mas também pode ser vôlei, caminhada ou corrida.
25
Esporte
Modalidade esportiva que acompanha com maior frequência • Futebol: o esporte que é a cara do Brasil • Dois esportes que apareceram com destaque são caminhada e fitness (academia) Pratica com maior frequencia
Futebol
Acompanha com maior frequencia Lê sobre
Caminhada Corrida/ jogging Vôlei Fitness academia Artes marciais Natação
Futebol é emocionante. Até quem não pratica futebol acompanha o esporte pela mídia e lê sobre o assunto. É por isso que 6% praticam enquanto mais de 85% acompanham esta modalidade esportiva. O inverso ocorre quanto à caminhada e à corrida – a fatia de quem pratica é maior do que aquela de quem acompanha e lê sobre o assunto. Aliás, o futebol é seguido de perto pelo vôlei quando se trata de mais gente acompanhando e lendo do que praticando. Isso indica que os esportes coletivos, e em particular o futebol, são motivadores da busca por informação.
26
61 86 87 18 1 2 6 2 1 6 10 7 6 2 3 3 1 1 3 3 2
Musculação
2
Ciclismo
2
Sinuca Basquete Bocha Handball Surf Não sabe/ não respondeu
1 1 2 3 1 1 1 1 1 1 4 3
Base: Total – 644 // Homens - 465/ Mulheres – 283// 16 a 24 - 252/ 25 a 34 - 215/ 35 a 44 - 240/ 45 a 59 – 118// Classe A/B – 284/ Classe C - 546/ Classe D/E – 278
Esporte
Por que acompanha futebol e não outros esportes?
1
18
Porque é emocionante
11
10 16 5
7 8
10
11
58
62
66
68
Bases: Total – 226 // Homens – 165; Mulheres – 61// 16 a 24 – 53/ 25 a 34 - 42/ 35 a 44 – 40/ 45 a 59 – 60/ Mais de 60 anos – 30 Classe A/B – 50/ Classe C - 110/ Classe D/E – 66
53
Classe D/E
Porque é um esporte coletivo
6 2 9
Classe C
Porque revela amor e lealdade
1 4 4 4 5
Classe A/B
45
60 anos ou mais
61
45 a 59 anos
63
35 a 44 anos
62
5 3 21 7 5 2 6 12 16 3
80 73
25 a 34 anos
10
16 a 24 anos
Porque é de macho
9
23
5 14 2 13 17 14 7 5 9 6
6 5 4
Mulheres
Porque requer coragem/ difícil/tem contato físico
7 1 5 9 3 12
Homens
Porque promove a descoberta de quem somos
6 5 8 9
1
Total
Não sabe/Não respondeu
O brasileiro acompanha o futebol porque se trata de um esporte emocionante. Será que os brasileiros gostaram primeiro do esporte e depois surgiram os craques ou ocorreu o inverso? Tudo indica que os craques vieram antes da paixão. O futebol também desperta amor e lealdade entre os brasileiros.
27
Esporte
Praticamente 80% concordam com o fato de que o futebol é a cara do brasileiro. Isso indica que o futebol é um elemento-chave da identidade da nação. Uma característica que define com clareza o brasileiro: o amor pelo futebol. Parafraseando a música imortalizada na voz de João Gilberto, quem não gosta de bola brasileiro não é.
Futebol é a cara do brasileiro
61
8
3 3
6
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
28
19
Esporte
Nada menos do que 75% consideram legĂtimo sair da pobreza por meio do futebol. O futebol ĂŠ visto e aceito como uma grande oportunidade de melhorar de vida, como uma chance a que todo menino ou jovem pobre pode ter acesso para escapar da pobreza e ou da falta de oportunidades.
NĂŁo tenho nada contra os jogadores que eram pobres e conseguiram mudar de vida pelo futebol
49
26
10
3 4
8
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
NĂŁo sabe
Bases: 1000
29
Esporte
A mentalidade machista do Brasil arcaico vem perdendo espaço para uma mentalidade mais aberta. Há uma aceitação social generalizada para o crescimento do futebol feminino. Esta aceitação serve para entender porque se tornou uma cena comum ver meninos e meninas jogando futebol juntos. Cada vez mais homens e mulheres são vistos como portadores dos mesmos direitos, e esse fenômeno já atingiu o futebol.
O futebol feminino é uma modalidade que deve ganhar destaque, tem tudo para isso
38
14
6
6
9
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
30
27
Esporte
Para se destacar no futebol é preciso realmente saber jogar. É o que pensa um universo de 63% dos brasileiros. Esse resultado demonstra que o futebol é visto e aceito como o reino da meritocracia. Os melhores são merecedores de suas posições como titulares, e isso não tem problema nenhum. Pelo contrário, somos bons no futebol e a seleção é mais vezes campeã justamente porque aceitamos o mérito entre as quatro linhas.
Os jogadores que se destacam no futebol realmente sabem jogar
36
27
14
6
7
10
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
31
Esporte
O reinado do mérito depende do império da lei e da regra. Mais de 60% consideram que a violação das regras futebolísticas deve ser tratada com punição. Ademais, 35% dizem que ficam desapontados quando as regras não são cumpridas, uma proporção um pouco maior que os 32% que declaram não ficar desapontados quando isso ocorre. Esse grupo mostra que há ainda no Brasil aqueles que gostam de ganhar em qualquer circunstância, mesmo quando a competição não é enquadrada nas regras do jogo.
Quando as regras são violadas os jogadores/time tem que ser punido, acho justo
35
Fico desapontado quando vejo que as regras foram descumpridas
15
20
18
14
12
7
20
7
12
15
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
32
25
Esporte
Nada menos do que 55% acreditam que no futebol o jogador que alcança o sucesso sem merecer permanece pouco tempo no topo. Da mesma maneira, 42% acreditam que quem é escalado em um time o é por conta do talento, jamais porque se trata de alguém protegido pelo técnico. Os dois resultados revelam que para ter sucesso duradouro no futebol é preciso bom desempenho, é preciso talento. O sucesso não vem para quem se preocupa em agradar ao técnico ou aos torcedores com ações que não tem a ver com o desempenho em campo.
Se alguém chega a fazer sucesso no futebol sem merecer, com certeza o sucesso acaba logo
28
No futebol não é comum casos em que pessoas são protegidas, quem está jogando realmente tem talento
18
28
24
17
21
8
11
8
12
11
14
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
33
Esporte
O esporte é visto como uma competição regrada e circunscrita ao terreno do futebol. É isso que nos mostra o resultado no qual 59% afirmam que é possível se relacionar normalmente mesmo sendo de times diferentes, mesmo sendo adversários.
Jogadores de times diferentes se relacionam normalmente mesmo sendo adversários
33
16
7
7
11
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Bases: 1000
34
26
Esporte
Que fator define a escalação de um atleta no time?
Não sabe/ Não respondeu
14
7 10
7
7 20
7
13
12
3
5
17
24
13
12 17
6
6
11
4
12
10 O puxa-saco do técnico
81
82
Classe C
Classe A/B
Classe D/E
71
66
60 anos ou mais
72
45 a 59 anos
83
35 a 44 anos
84
25 a 34 anos
86
16 a 24 anos
76
Mulheres
83
Homens
79
Total
Quem é realmente bom independente da relação com o técnico
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
A maioria esmagadora dos brasileiros acredita que a qualidade técnica é que define quem é escalado para um time. Trata-se de um padrão de resposta que não deixa espaço para dúvida acerca da imagem do futebol quanto a um esporte competitivo e meritocrático: 79% contra somente 7%.
35
Esporte
Modalidade esportiva que acompanha com maior frequencia:
• 93% dos homens acompanham esporte. Destaque para a Classe DE.
(%)
Os homens, as pessoas mais velhas e as pessoas de classes sociais mais baixas são os que mais se assemelham a um samba de uma nota só: acompanham de forma maciça o futebol. As mulheres são mais diversificadas – 17% acompanham o vôlei. Os jovens também são mais diversificados assim como as pessoas das classes A e B. Na medida em que o Brasil se tornar mais desenvolvido outros esportes tenderão a aparecer na preferência da população. O vôlei é o exemplo mais recente.
36
SEXO
FAIXA ETÁRIA
CLASSE SOCIAL
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou +
A/B
C
D/E
Futebol
93
75
85
85
84
88
87
83
84
92
Vôlei
5
17
13
9
11
8
7
13
10
7
Natação
2
4
3
2
5
2
5
4
2
3
Basquete
2
3
2
2
2
3
3
3
2
1
Corrida / Jogging
2
1
2
1
4
0
1
4
1
1
Fitness - academia
1
2
1
3
2
0
1
1
2
0
Caminhada
1
2
0
1
1
1
3
2
1
0
Skate
1
1
2
0
1
0
1
1
1
0
Artes marciais
1
0
1
1
1
0
0
1
1
0
Surf
0
1
1
0
0
0
1
1
1
0
Não sabe/ Não respondeu
2
7
1
5
2
6
7
4
4
3
Índice de concentração
1,11
1,15
1,13
1,1
1,15
1,08
1,17
1,19
1,11
1,09
Base
644
465
283
252
215
240
118
284
546
278
Bases: Total – 1109 // Homens: 645/ Mulheres: 465// 16 a 24 - 283/ 25 a 34 - 252/ 35 a 44 - 215/ 45 a 59 – 240/ Mais de 60 anos – 118// Classe A/B – 284/ Classe C - 546/ Classe D/E – 278
Esporte
Modalidade que acompanha • Qual modalidade mais gosta de acompanhar em primeiro e segundo lugar: Total 1º lugar 2º lugar
Futebol
12
Atletismo
12
Vôlei Basquete
Vôlei de praia Hipismo Taekwondo Tênis de mesa Vela Não sabe/ não respondeu
28 Sexo
16 26
11
15
6 2 4 5 1 4 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6
Homens
Mulheres
Futebol
60
34
Atletismo
34
26
Natação
23
32
Vôlei
25
28
Basquete
21
18
Judô
8
4
Vôlei de praia
5
6
Hipismo
2
2
Taekwondo
2
1
Tênis de mesa
1
1
Vela
1
1
Não sabe/ não respondeu
6
19
%
16 19
4
43
30
18
12
Natação
Judô
36
13 13
Bases: Total – 1000 // Homens: 479/ Mulheres: 521/ Nordeste: 263/ Norte/ Centro-Oeste: 144/ Sudeste: 442/ Sul: 151// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
Apesar de o futebol e o vôlei serem os esportes mais acompanhados, as pessoas gostam também de ver competições de atletismo, natação, basquete, judô e vôlei de praia. Pensando na diversificação futura do esporte no Brasil é possível que algumas destas modalidades estejam entre as novas ondas de crescimento. Há espaço tanto para esportes coletivos quanto individuais.
37
Esporte
Palavras que traduzem as sensações de quando o time ganha, empata ou perde alguma partida: Palavra que traduz a sensação de quando o time GANHA
Alegria Felicidade Comemorar Conquista Vitória Conforto Motivação Contentamento Controle Decepção Angústia Raiva Superioridade Descontrole Força Satisfação
Bases: 498
% 64 14 6 6 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Palavra que traduz a sensação de quando o time PERDE
Tristeza Decepção Angústia Desânimo Raiva Irritação Frustração Fracasso Desespero Alegria Descontrole Confronto Felicidade Comemorar Vitória Conquista Vazio Reconhecimento Perda da auto-estima Conforto Injustiça Dificuldade
% 25 25 8 6 6 5 5 5 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Palavra que traduz a sensação de quando o time EMPATA (%)
Desânimo
8
Contentamento
2
Tristeza
7
Motivação
2
Decepção
7
Perda da auto-estima
2
Frustração
6
Desespero
1
Dúvida
5
Alegria
1
Tolerância
5
Confronto
1
Fracasso
5
Tranquilidade
1
Medo
5
Cansaço
1
Insegurança
5
Reconhecimento
1
Angústia
5
Controle
1
Raiva
5
Vantagem
1
Irritação
5
Força
1
Vazio
4
Conquista
1
Conforto
3
Felicidade
1
Descontrole 3
Superioridade
1
Injustiça
3
Não sabe/não respondeu 1
Dificuldade
2
Sensações semelhantes de quando o time perde
No futebol, ganhar é sinônimo de alegria, felicidade, comemoração e conquista. Perder e empatar são a mesma coisa, os dois são sinônimos de desânimo, tristeza e decepção. É por isso que ser vice-campeão não importa. É ganhar ou ganhar. O futebol é o reino da competitividade.
38
Futebol
Futebol
Pratica futebol?
• Futebol é mais praticado pelos homens, jovens de 16 a 34 anos, classe C/D/E Não 17
Sim
43
35
22 32
79
83 57
65
31
27
73
42
49
78 69
68
58
51
45 a 59 anos
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Classe D/E
Classe C
Classe A/B
Mulheres
Homens
Total
21
Bases: Total – 574 // Homens - 409/ Mulheres –165// 16 a 24 - 201/ 25 a 34 - 157/ 35 a 44 - 111/ 45 a 59 – 78// Mais de 60 anos – 28 Classe A/B – 87/ Classe C - 117/ Classe D/E – 44 //
Dentre os que praticam algum esporte, 65% disseram jogar futebol. É um esporte masculino – os homens que o praticam são 83%; as mulheres, 21%. Os mais jovens jogam mais bola do que os mais velhos, e as pessoa de classes mais baixas são mais assíduas jogadoras de futebol do que as pessoas das classes A e B. É por isso que podemos dizer que o futebol é um esporte do povão.
39
Futebol
Frequência com que pratica futebol: • 7% dos homens praticam futebol diariamente. Os mais jovens seguem mais ou menos essa frequência também
12 31
11
11
17
14 7
7 10
13
14
15
13
47
3 7
Total
Homens
40 38
17
23
4
2 7
2 7
Mulheres
Classe A/B
Classe C
15
30
56
54
24
23
27
6
4
7
9
2 7
4 4
8 2
12 60 anos ou mais
3 7
44
45 a 59 anos
23
31
45
Diariamente 22
27 10
44
44
7 24
35 a 44 anos
43
De 4 a 5 vezes por semana
40
12
6
De 2 a 3 vezes por semana
Dentre os que jogam futebol, a grande maioria faz isso uma vez por semana. A assiduidade às peladas, aos rachões, e aos jogos com os amigos é maior junto aos mais jovens e às pessoas mais pobres. Trata-se de um grande mercado para material esportivo. Não devemos esquecer que 7% da população que pratica esporte o fazem diariamente.
16
25 a 34 anos
Uma vez por semana
12
16 a 24 anos
Uma vez a cada 15 dias
14
Classe D/E
Uma vez por mês ou menos
Bases: Total – 2000 // Homens - 958/ Mulheres – 1042// 16 a 24 - 443/ 25 a 34 - 447/ 35 a 44 - 374/ 45 a 59 – 451/ Mais de 60 anos – 285// Classe A/B – 498/ Classe C - 994/ Classe D/E – 507 //
Futebol
Perguntas filtro para as demais perguntas sobre futebol
Torce para algum time de futebol?
Costuma acompanhar futebol no seu dia a dia?
36%
18%
64%
82%
Sim Não
• A maior parte da população adulta brasileira torce para algum time, incluindo seleções.
Sim Não
• Entre quem alega torcer, 82% dizem acompanhar frequentemente no dia a dia.
Aproximadamente 88,3 milhões de brasileiros torcem para algum time
Bases Acumuladas: Torce para algum time – 11.001 // Acompanha futebol – 10.001
A disseminação do futebol só é comparável à disseminação da religião: 64% dos brasileiros adultos torcem para algum time de futebol. Isso significa aproximadamente 88 milhões de torcedores. Nada menos do que 72 milhões de brasileiros adultos vêem alguma notícia de futebol.
41
Futebol
Torce para algum time de futebol?
• Os homens e a população da classe AB são os maiores torcedores. • Quanto mais jovem a população maior a devoção a algum time.
29
24 36
49
42
76 64
Classe C
Classe A/B
Mulheres
68
59
65
58
48
60 anos ou mais
71
51
Homens
42
45 a 59 anos
51
Classe D/E
64
35
52
79
Total
Torcer para algum time é algo mais comum entre os homens do que entre as mulheres, um comportamento predominante mais entre os jovens e junto às classes sociais mais elevadas. Quanto mais pobre, menor a proporção dos que têm algum time de futebol. Porém, quanto mais pobre maiores as chances de que o esporte praticado seja o futebol. De um lado dos extremos, os homens de classe baixa, que são os grande fanáticos por bola; do outro lado estão as mulheres de classes baixas, as mais distantes do mundo do futebol.
32
41
35 a 44 anos
21 36
25 a 34 anos
Sim
16 a 24 anos
Não
Bases:Total – 10.0001 // Homens: 4790/ Mulheres: 5211// Classe A/B: 2292/ Classe C: 5079/ Classe D/E: 2630// 16 a 24: 2216/ 25 a 34: 2201/ 35 a 44: 1957/ 45 a 59: 2261/ Mais de 60 anos: 1366
Futebol
Costuma acompanhar futebol na mídia?
• 82%, entre os que torcem para algum time, acompanham futebol no dia a dia Não Sim
18
9
19
19
16
15
84
85
17
17
21
22
31 91 82
81
83
81
83 79
78
60 anos ou mais
45 a 59 anos
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Classe D/E
Classe C
Classe A/B
Mulheres
Homens
Total
69
Bases:Total – 10.0001 // Homens: 4790/ Mulheres: 5211// Classe A/B: 2292/ Classe C: 5079/ Classe D/E: 2630// 16 a 24: 2216/ 25 a 34: 2201/ 35 a 44: 1957/ 45 a 59: 2261/ Mais de 60 anos: 1366//
A esmagadora maioria de 82% dos brasileiros acompanha o futebol pela TV, rádio, jornal ou qualquer outro meio. Um percentual que ganha mais força ainda porque esse atributo é homogêneo tanto segundo a idade quanto segundo a classe social.
43
Futebol
Qual relação o brasileiro tem com o futebol?
• Quase a totalidade dos entrevistados que torcem para algum time não foi ao estádio no último ano, não participam de torcidas organizadas ou programa sócio-torcedor
Número aproximado de vezes que foi ao estádio de futebol para ver seu time jogar nos últimos 2 anos:
Participa de algum programa sócio torcedor do seu time: 1%
1%
99% 99% Nenhuma De 2 a 40 vezes
Não Sim (em 10 citações, o valor médio pago no programa é de r$ 27,83) Base: 1240
Base: 1240
44
Futebol
Participa de alguma torcida organizada de seu time:
Interesse em participar de algum programa sócio torcedor do seu time:
2%
3% 8%
98% Não Sim Base: 1240
89% Não Sim Não sabe/não respondeu Base:583
Torcer para um time não significa ir ao estádio: 99% daqueles que torcem para algum time não foram ao estádio nos últimos dois anos. Aqueles que vão ao estádio são sempre os mesmos. Há um grande espaço para atrair mais torcedores para os jogos ao vivo. É preciso modificar, no médio prazo, a imagem do que significa ir ao estádio. Atualmente, essa atividade está muito associado à violência, a um programa exclusivamente masculino, à presença de torcida organizada, etc. É preciso que se torne um programa familiar para que os 99% que não foram a estádios nos últimos dois anos mudem de ideia.
45
Futebol
Formação do Comitê organizador da Copa
• A formação do comitê organizador da Copa do Mundo, defendida pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não prevê a participação dos governos e nem da sociedade civil. A razão alegada é dar maior agilidade aos processos e ações. Entre os que criticam essa posição, o argumento é de que os governos vão investir o dinheiro do evento em estádios e infraestrutura, e as entidades da sociedade civil tem direito à voz ativa. Na sua opinião, o comitê organizador da Copa do Mundo no Brasil deve ser formado por: TORCE PARA ALGUM TIME DE FUTEBOL Resposta Apenas por membros indicados pela CBF Sem a participação da CBF que ficaria responsavel apenas pelo lado esportivo Com a participação da CBF e de representantes do governo Com a participação da CBF, de representantes do governo e de entidades da sociedade civil Indiferente (Esp.) Não sabe (Esp.) Não respondeu (Esp.)
Bases: Total – 2367 // Torce - 1918/ Não torce – 449
46
Total
Torce
Não torce
17%
19%
9%
8%
9%
6%
13%
14%
9%
33%
36%
20%
13% 15% 1%
10% 12% 0%
28% 26% 2%
Futebol
Calendário europeu X atual
• Todos os anos, durante o campeonato brasileiro, muitos times perdem jogadores para a Europa. Um dos motivos é que o nosso campeonato não segue o mesmo calendário europeu. Os que defendem o modelo atual de nosso calendário, alegam que os jogadores tem direito a tirar férias em dezembro. Na sua opinião, o que você acha que deve ser feito:
TORCE PARA ALGUM TIME DE FUTEBOL Resposta
Total
Torce
Não torce
Seguir o calendário europeu
17%
20%
7%
Manter o calendário atual
54%
59%
31%
Indiferente (Esp.)
14%
10%
31%
Não sabe (Esp.)
14%
11%
29%
Não respondeu (Esp.)
0%
0%
2%
Bases: Total – 2367 // Torce - 1918/ Não torce – 449
47
Futebol
Com quem foi a um estádio pela primeira vez
Nenhum Não sabe/ Não respondeu Outros Primos
4 4 2 3 4 6
5 3 2 4 4 6
8
7
22
9
3 5 3 2 4 6
10
7
9 5
23 17
25
Tio
6 32 6 2 2 4 6 4 6 6 3 5 5 23 18 6
3 4 4 1 23 3 3 3 5 4 2 7 18
17 26
13
21
Colega da escola
7
6 6 6 4 1 5
24
22
Irmãos 64
48
46
50
45
62
45
43
Classe C
Classe A/B
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Mulheres
Homens
45 a 59 anos
28
Pai
31
Classe D/E
47
Total
Os pais são figuras-chave na socialização das crianças no futebol. Para quase 50% da população foram os pais que levaram as crianças para jogar bola pela primeira vez. O mais interessante é que este comportamento se torna mais disseminado na medida em que aumenta a classe social. Nas classes D e E os pais perdem para a soma de amigos e irmãos.
Amigo
Bases: Total – 375 // Homens - 341/ Mulheres – 35// 16 a 24 - 156/ 25 a 34 -108/ 35 a 44 - 64/ 45 a 59 – 39/ Mais de 60 anos – 7// Classe A/B – 117/ Classe C - 187/ Classe D/E – 71 //
Futebol
Em que idade ouviu falar em futebol pela primeira vez? • Média de idade em que ouviu falar de esporte:
7,10
10 Não sabe/ Não respondeu Outros
6,73 7,49
7 4
7 20
25
13 10
6,57 7,03 7,04 7,56 7,59
7
7
7
7
16
22
16
8 11 19
14
17
6
4
19
6,38 7,00 7,97
7
11
11
8
6
19
28
7 15
26
Na rua Em casa
55
Classe D/E
62
Classe C
53
Classe A/B
61
60 anos ou mais
62
45 a 59 anos
71
35 a 44 anos
64
25 a 34 anos
70
16 a 24 anos
61
Mulheres
64
Homens
Total
63
Bases: Total – 2000 // Homens - 958/ Mulheres – 1042// 16 a 24 - 443/ 25 a 34 - 447/ 35 a 44 - 374/ 45 a 59 – 451/ Mais de 60 anos – 285// Classe A/B – 498/ Classe C - 994/ Classe D/E – 507
A família é parte fundamental da socialização, em casa, e que a idade da consciência racional, depois dos seis anos, também o é. Entre os seis e sete anos ocorrem várias mudanças importantes na vida das crianças: deixam a pré-escola, são alfabetizadas, deixam de acreditar em Papai Noel e agora, segundo este dado, passam a se ligar ao futebol.
49
Futebol
Por que o futebol é um esporte masculino? É masculino porque...
Não é novidade que o futebol é visto como um esporte predominantemente masculino no Brasil. Há a percepção de que o futebol exige força e vigor físico, que é um esporte violento e agressivo. Interessante notar que um norte-americano diria justamente o inverso, posto que há lá o futebol americano, este sim – para eles – é um esporte violento. Eis aí uma importante diferença cultural entre Brasil e Estados Unidos.
50
Esporte Violento/ Agressivo Tradição/ Faz mais tempo que os homens jogam/ Tem mais times masculinos Combina com homem/ Feito para homens Homem tem desempenho físico melhor/ resistência Homem tem mais força Mulher é mais sensível/ Delicada/ Frágil Homem aguenta correr mais Melhor Desempenho/ Tática/ Habilidade Esporte com muito contato físico/Pegajoso Conversa sobre futebol/ Fanático/ Vão ao estádio Masculino é mais divulgado/ Mais mídia/ Feminino não tem muita audiência Mulher deve cuidar da casa/ Não combina com futebol Foi inventado pelos homens ingleses
(65%) 23
12 11 11 8 5 4 4
(%)
É neutro porque...
Unissex/ Sabendo jogar/ gostando é o que conta Mulher faz as mesmas coisas que o homem/ Não tem mais preconceito Exemplo é o time do Santos/ Craques em ambos/ Mulheres estão com time forte Esporte é um direito de todos Não parece nem com um nem com outro Bom para a Saúde Tanto faz porque gosto não se discute
24
4
3 2 1 1 1
2 2
É feminino porque...
Tem muita mulher jogando/ Dominando o futebol
(%) 1
2 1 1
Não sabe/ Não respondeu: 2% Índice de Resposta: 1,24
Base Total: 1803
Times e torcidas
Times e torcidas
Em que momento da vida decidiu sobre seu time de futebol
6 6 Não sabe/ Não respondeu
3 5
11 8
23
20
Vida adulta
6
2 5
1 11 4
22 27
18
1 7 5
17
4 4 20
27
12
1 5 5
9 10
23 27
29 21
Juventude Adolescência
66
50
54
Classe D/E
72
Classe C
60
Classe A/B
66
60 anos ou mais
66
45 a 59 anos
16 a 24 anos
Mulheres
52
35 a 44 anos
72
25 a 34 anos
72
Homens
65
Total
Infância
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
A maioria esmagadora da população escolheu seu time de futebol na infância, nada menos do que 65%. Ainda assim não são desprezíveis os 23% que escolheram o time na adolescência, nem os 6% que fizeram isso na juventude e os demais 6% que fizeram isso apenas na fase adulta. Isso indica que há um percentual significativo das pessoas dispostas a trocar de time ou mesmo a se engajar no futebol a partir de outras fases da vida que não a infância. As pessoas das classes mais altas tendem, mais do que as pessoas das classes mais baixas, a escolher seus times ainda na infância.
51
Times e torcidas
Quem mais influenciou a escolha do time de futebol?
Não sabe/ Não respondeu Nenhum Outros Marido
9
8
11
8
8
8
9
10
7
10
14
4 4 4 4 5 7
5 4 4 7
6
8 1 2 1 3 5 4 10 7
6 6
15
15
Primos
52
3 4 3 7 15
5 6
5 15
12
7 5 4 8
10
1 6 15 5 21 5 5 6 6 8 18
14
8 1
Irmãos
11
8
10
8 6 13 5 4 1 8 5 8 1 7 3 4 2 4 6 5 11 6 8 16
9
15 17
Jogador do time 39
42
35
36
40
42
50
43
38
32
26
Amigo
Classe D/E
Classe C
Classe A/B
60 anos ou mais
45 a 59 anos
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Mulheres
Homens
Pai Total
Como o pai é a principal influência da escolha de uma agremiação de futebol, qualquer mudança na distribuição das torcidas tende a ser muito lenta. A influência do pai é mais forte nas classes mais altas. Outro dado importante é o caráter democrático e familiar da influência, não apenas pais e amigos têm peso na escolha do time, mas também, ainda que de forma reduzida, irmãos, tios, primos e o marido, em particular no caso das mulheres.
Tio
5
9
13
Bases: Total – 558 // Homens - 340 Mulheres – 218// 16 a 24 – 147 25 a 34 - 132/ 35 a 44 - 112/ 45 a 59 – 105/ Mais de 60 anos – 62// Classe A/B – 145/ Classe C - 281/ Classe D/E – 132
Times e torcidas
O que o levou a torcer para o seu time?
Total
Porque meu pai torce
Homens Mulheres
Porque me identifico com o time
34 37 29 32 35 28
15 13 18
Porque meu amigo torce
9
Porque meus irmãos torcem
8 11
Porque eu assisti e o time ganhou
7 7 8
Porque na época que escolhi o time estava muito bem
7 6 8
Porque é o time do momento
5 3 8
Porque meu vizinho torce
Não sabe
2 2 1 7 5 10
Bases: 588/ Homens: 353; Mulheres: 234
53
Times e torcidas
É bom para a pessoa torcer para algum time?
54
27
24
26
28
23
15
15
23
21
20
13
51
60
56
55
54
59
50
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
Classe D/E
61
29
Classe C
48
25
Classe A/B
65
Homens
Total
56
18
26
60 anos ou mais
24
21
45 a 59 anos
13 18
Mais da metade dos brasileiros acha bom torcer para algum time. É interessante notar que esta proporção atinge 65% para os homens e 48% para as mulheres. Entre as classes sociais não há grande diferença no que se refere a essa percepção.
28
25 a 34 anos
Sim
22
16 a 24 anos
26
Mulheres
Não
35 a 44 anos
Não sabe/ Não respondeu
Times e torcidas
Torcer por algum time de futebol é bom ou ruim? Porque considera bom torcer para algum time
%
POSITIVO Ter uma diversão/ Lazer/ Distração/ Hobby Alegria/ Felicidade Emocionante/ Emoção em ver o time jogar/ Ganhar Bom para a pessoa torcer e ganhar/ vencer/ decidir/ vibrar/ positivismo Libera vários sentimentos/ Desestressar Aproxima as pessoas/Faz mais conhecimento entre os outros membros da torcida/Amizade Fazer o que gosta faz bem Manter um papo legal /conversar com amigos/ser sociável/Ter uma rivalidade saudável com colegas Única alegria que o brasileiro tem/ Satisfação com algo Ajuda a esquecer os problemas da vida Paixão a mais na vida/ Algo para se apaixonar Terapia/ Faz bem para a mente/ Relaxa Sensação de bem-estar/de prazer Outros
74 21 18 11 8 6 5 4 4 3 2 2 2 2 7
Porque NÃO considera bom torcer para algum time
%
NEGATIVO Por ser um esporte violento/Gera discussões/Briga entre rivais Não ajuda a pessoa em nada/ Sem necessidade Torcer é somente para quem gosta de futebol/Esporte/Time Opção pessoal/ Cada um faz o que quer Não se decepcionar com o time/ Não sofrer a toa Nervoso a toa/ Estresse Pessoas não ficarem fanáticas/Acaba virando fanatismo Para alguns faz mal ao coração/ Não é bom para saúde Bases: 1000 | Nenhum motivo: 2 | Não sabe/ Não respondeu: 2 | Índice de resposta: 1,26
23 6 4 4 2 2 2 2 1
Há uma razão predominante que justifica ser bom torcer para algum time: ter um lazer, hobby, diversão, algo com que se se liberar do estresse. O futebol é visto como a diversão por excelência. É interessante notar o caráter social e brasileiro desse esporte: para 9% torcer para algum time aproxima as pessoas, permite ter uma rivalidade saudável com os colegas. Para 3%, torcer é a única alegria que o brasileiro tem.
55
Times e torcidas
Quem mais influenciou a troca do time que você torcia? 25
Pai
Jogador do time
14
Amigo
7
Filhos
6
Primos Colega da escola Nenhum Não sabe/ Não respondeu
Quem troca de time é...
%
Quem troca de time é... Maria vai com as outras/ Sem opinião/Indeciso/ Vira casaca Não é um Torcedor fiel/ Traidor Sem personalidade/ Sem Caráter Inseguro/ Indeciso Insatisfação com o seu time Bandeirinha/ Juiz Torce para quem ganhar/quem estiver bem no campeonato Perdedor/Covarde/Fracassado Falta de paixão pelo futebol/não sabe o significado de apoio ao time Otário/ Idiota/ Palhaço/ Manezão/ Bobão Normal/ Livre para mudar de opinião Mercenário Leviano/ Banal Identifica-se com mais de um time Corno/Veado Não sabe Índice de resposta
74 48 13 7 6 5 5 5 4 4 3 2 1 1 1 1 10 1,16
23
Marido
4 1 4 15
Bases: 589
A troca de time é mais influenciada pelo pai e pelo marido. No caso da influência do marido isso é mais comum, obviamente, para as esposas. É frequente que o time de solteira, assim como os sobrenomes, seja diferente do time de casada. Isso se explica pelo fato de o futebol ser um esporte mais masculino. Como o pai influencia o time dos filhos, a esposa acaba trocando de time para ter o mesmo time de toda a família. Mas a troca de time pode também ser influenciada por algum jogador que seja ídolo. Mas a troca de time é algo estigmatizado, algo associado ao conceito de “maria vai com as outras”, algo de quem não tem personalidade nem vontade própria.
56
Times e torcidas
Torce para um 2º time de futebol (inclui seleção)
• Cerca de 41% dos torcedores tem simpatia por um 2º time / seleção. • Destaque para os torcedores da classe D/E. Não
62
63
62
50
61
55
60
59
63
40
41
37
60 anos ou mais
57
45 a 59 anos
59
35 a 44 anos
Sim
51 45
25 a 34 anos
39
16 a 24 anos
Classe C
Classe D/E
38
38
Classe A/B
50
37
Mulheres
43
Homens
Total
41
Bases Acumuladas: Total – 2593 // Homens – 1506/ Mulheres – 1057 // Classe A/B - 630/ Classe C - 1294/ Classe D/E – 639 16 a 24 - 676/ 25 a 34 - 607/ 35 a 44 - 482/ 45 a 59 – 536/ Mais de 60 anos - 261
57
Times e torcidas
Qual o significado do segundo time
• Ser um time de expressão nacional é o principal significado do segundo time. • Time de menor expressão da cidade ou estado natal também é motivo significante para os brasileiros.
47
É um time de expressão nacional 23
É um time de menor expressão da minha cidade ou estado 20
É uma seleção É o time que meu(s) pai(s) torcia(m)
5
É um time de fora do país
O segundo time é, na maioria das vezes, um time de expressão nacional. Isso ocorre particularmente nos estados onde os times regionais não disputam o campeonato brasileiro nem se destacam nacionalmente. Mas há outros significados para o segundo time: um time local, a seleção, o time para o qual o pai torcia, o time do marido ou um time internacional.
58
Marido torce Não sabe / Não respondeu
Índice de resposta: 1,01
Bases Acumuladas: 518
3 1 2
Times e torcidas
Qual o segundo time (inclui seleção) • Além da seleção brasileira, destaque para os grandes times e times regionais de localidades com menor expressão no futebol nacional (times do Norte/Centro oeste, por exemplo)
Grêmio
Goiás
Paysandu
Internacional
Sport
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
Figueirense
América Futebol Clube
Brasiliense
Fortaleza
Marcilio Dias
1,0
Santos
1,0
Tupi
1,0
Bahia
1,0
CSA
2,0
Botafogo
2,0
Ceará
2,0
Vitória
3,0
Atlético-PR
3,0
Fluminense
3,0
Guarani
4,0 Cruzeiro
4,0
Vsco
Palmeiras
6,0
Atlético-MG
Bases Acumuladas: 1041
7,0
São Paulo
9,0
Corinthians
Flamengo
10,0
Seleção Brasileira
Times de regiões com campeonatos menos tradicionais como o Norte e o Centro oeste
A seleção é o 2º time de grande parcela dos torcedores
24,0
A seleção brasileira é considerado o segundo time da maioria, 20%. Os demais times mencionados seguem em grande medida as preferências manifestadas pelo primeiro time. Ou seja, o segundo time preferido é o Flamengo, justamente a maior torcida daqueles que o escolhem como primeiro time.
59
Times e torcidas
O futebol na vida dos brasileiros
Você assiste, ou assistiria jogos na TV?
Você vai, ou iria ao estádio?
Você compra camisa ou produtos? 6%
23%
25% 16%
49%
28% Não sabe/Não respondeu Só o primeiro time Ambos os times
Bases Acumuladas: 257
60
45%
78%
30% Não sabe/Não respondeu Só o primeiro time Ambos os times Bases Acumuladas: 257
Não sabe/Não respondeu Só o primeiro time Ambos os times Bases Acumuladas: 257
Times e torcidas
Você acompanha notícias do dia a dia do seu time?
Você se emociona na hora do gol? 8%
10% 22%
70%
23%
67%
Não sabe/Não respondeu Só o primeiro time Ambos os times Bases Acumuladas: 257
Não sabe/Não respondeu Só o primeiro time Ambos os times Bases Acumuladas: 257
Momentos de forte exposição da marca
A maior parte daqueles que torcem para dois times acaba fazendo as mesmas coisas para os dois: assistir jogos na TV, comprar camisa, emocionar-se na hora do gol, etc. De toda sorte, é bastante significativo o fato de 20% dos torcedores de dois times só fazerem essas coisas para o primeiro time. Isso quer dizer que o segundo time tem pouco ou nenhuma importância para esse grupo.
61
Times e torcidas
Rejeição de clubes
• A maior parte de quem torce por algum time rejeita outro. • O Corinthians lidera na rejeição
Rejeita algum time de futebol? 2% 30%
68%
Dos 68%, os que rejeitam o Corinthians totalizam 21%
Não sabe/Não respondeu Sim, rejeita Nenhum
21
16
14
13
11 6
6 3
Corinthians Flamengo Palmeiras Bases Acumuladas: Torce para algum time – 2563
62
3
3
3
Vasco São Paulo Botafogo Internacional Fluminense Grêmio Santos
2 Cruzeiro
Outros
Times e torcidas
Principais motivos de rejeição ao time, quando existem: (%)
Total
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 394
35 a 44
45 a 59
60 ou mais
Times Rivais/Torcidas rivais
30
30
30
26
36
29
31
28
Não gosta deste time
26
28
24
23
16
31
30
44
Torcedores Violentos/Chatos/Racistas/ Arrogantes/ Maloqueiro/
25
20
34
21
36
22
24
19
Time muito fraco/Só perde/Ruim/ Sem garra
9
11
4
13
8
7
5
5
Acham que mandam no futebol brasileiro
6
7
5
8
5
4
5
8
São muito fanáticos/Não sabem perder
4
4
3
3
3
7
3
0
Diretoria do time é prepotente/Arrogante
2
2
4
5
3
1
0
0
jogadores não pensam em agradar a torcida
2
0
4
4
2
0
0
0
Porque é Pó de arroz/ Gay
1
2
0
3
1
0
1
0
Quem torce para este time é porco
1
1
1
0
0
0
6
0
Time violento
1
2
0
0
1
2
3
0
Não gosto do técnico
1
1
0
1
1
0
0
1
Só ganha roubado
1
1
1
1
0
2
0
0
Jogadores brigam entre si
1
1
0
0
1
0
0
2
Time que não tem torcida organizada
1
1
0
0
0
2
0
0
Time não é da minha região
1
0
1
0
1
1
0
0
Não sabe
1
1
1
1
1
0
1
1
1,11
1,12
1,11
1,1
1,18
1,09
1,09
1,09
Base 423 280 143 Bases: Total – 423 // Homens - 280/ Mulheres – 143// 16 a 24 - 128/ 25 a 34 - 98/ 35 a 44 - 93/ 45 a 59 – 64 / 60 anos ou mais - 40//
128
98
93
64
40
Índice de resposta
O principal motivo de rejeição a um time é a rivalidade. Mas a rejeição é também resultado do conjunto de características da torcida do time rejeitado, quando trata-se de um grupo apontado como violento, arrogante, chato, racista ou maloqueiro.
63
Times e torcidas
Relação com o time que torce Final de campeonato com meu time é sagrado, não perco por nada
26
Torço para o mesmo time do meu pai
23
A maioria dos meus amigos torcem para um time diferente do que eu torço
21
21
Assisto jogos não só do meu time, mas também de outros
18
28
11
Não perco uma partida do meu time
17
Quando meu time perde eu fico de mau humor
14
Sei para qual time torço, mas não acompanho os jogos regularmente
13
Torço para o mesmo time da minha esposa/ meu marido/ minha namorada/ meu namorado
13
13
Assisto jogos somente em finais de campeonato, copa, jogos mais importantes
12
14
Os filhos têm que torcer para o mesmo time dos pais
9
Torcia para um time, agora torço para outro
3 5
Base: 651
64
23
19 11
13 17
22
16
31
19 22
36
20
17
2 1 1 2 4
31
20
17
3
27
19
15
16
21
18
19
2 3
16
24
16
15 37
22
18
10
23
20
11
15
15
42 63
1 2 2
Concordo totalmente
Concordo em parte
Nem concordo nem discordo
Discordo em parte
Discordo totalmente
Não sabe
Times e torcidas
Relação com o time que torce Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou +
A/B
C
D/E
Final de campeonato com meu time é sagrado, não perco por nada
56
38
57
43
49
50
34
53
46
49
Assisto jogos não só do meu time, mas também de outros
57
32
50
43
47
49
36
47
44
49
A maioria dos meus amigos torcem para um time diferente do que eu torço
43
39
42
44
39
43
34
41
39
46
Não perco uma partida do meu time
44
26
40
35
40
34
33
33
37
41
Torço para o mesmo time do meu pai
35
31
33
35
37
32
27
40
34
25
Quando meu time perde eu fico de mau humor
39
22
38
24
35
30
30
33
30
34
Sei para qual time torço, mas não acompanho os jogos regularmente
27
33
28
33
20
36
30
27
35
23
Assisto jogos somente em finais de campeonato, copa, jogos mais importantes
26
27
23
27
29
27
25
23
28
25
Torço para o mesmo time da minha esposa / meu marido / minha namorada / meu namorado
29
22
15
25
34
34
25
31
26
20
Os filhos têm que torcer para o mesmo time dos pais
24
15
18
19
22
24
16
23
19
20
Torcia para um time, agora torço para outro
10
6
9
7
12
7
6
10
9
4
163
326
162
Base 377 274 171 156 128 135 60 Bases: Total – 377 // Homens - 274/ Mulheres – 171// 16 a 24 - 156/ 25 a 34 - 128/ 35 a 44 - 135/ 45 a 59 – 60// Classe A/B – 163/ Classe C - 326/ Classe D/E – 162
65
Times e torcidas
A que atribui o resultado de uma partida de futebol quando seu time ganha:
Não sabe/ Não respondeu Ao desempenho do juiz
2 12 3 9 9
1 2 12 2 2 4 8 12 10
9
2 1 1 2 2 2 11 21 3 3 2 2 6 3 15 6 4 18 14 6 11 20
1 2 1 1 1 5 31 6 1 7 7 16 6 12
2
8
A minha fé, minha torcida pessoal
8 11
74
73
74
82
76
69
76
59
79 74
69
Homens
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe D/E
Ao desempenho do técnico
Total
À torcida
Ao destino
Quando o time vence, o resultado da partida é atribuído ao desempenho dos jogadores. Para os torcedores, o desempenho do técnico é igual ao do destino numa partida de futebol. Outra coisa que merece destaque neste resultado é o irrisório peso do desempenho do juiz
66
Classe C
Ao desempenho dos jogadores
Bases: Total – 589 // Homens – 354; Mulheres –234// 16 a 24 – 158/ 25 a 34 - 136/ 35 a 44 – 124/ 45 a 59 – 109/ Mais de 60 anos – 63 Classe A/B – 159/ Classe C - 292/ Classe D/E - 138
Times e torcidas
A que atribui o resultado de uma partida de futebol quando seu time perde:
Não sabe/ Não respondeu
1
5
1
6
1
4
7
7
8
5
11
Ao destino
11
12
Ao desempenho do juiz
14
14
À torcida
7
8 2 6 9
1
2
10 9
10
9
12
14
12
11
4 8 5
7 2 5 7
5 6
15
8
16
14
19
14
1
6
2
6
1
6
8
7
9
7
8 13
11 12
1 6 7 17
19
54
55
53
54
55
53
52
53
54
56 50
Homens
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe C
Ao desempenho dos adversários
Total
Ao desempenho do técnico
Classe D/E
Ao desempenho dos jogadores
Bases: Total – 589 // Homens – 354; Mulheres –234// 16 a 24 – 158/ 25 a 34 - 136/ 35 a 44 – 124/ 45 a 59 – 109/ Mais de 60 anos – 63 Classe A/B – 159/ Classe C - 292/ Classe D/E – 138
Quando o time perde, o principal culpado é o próprio jogador. O desempenho do técnico é menos importante do que o desempenho do time adversário. Quando um técnico é trocado por conta do mau desempenho do time, isso ocorre porque é mais fácil trocar uma pessoa do que vários jogadores. O peso do desempenho do juiz é pequeno, praticamente igual ao peso do destino. O resultado ajuda a explicar porque as organizações que dirigem o futebol são tão resistentes a levar a tecnologia para dentro de campo. Sensores na bola ou na linha do gol não levariam os times que perdem a ganhar e vice-versa.
67
Times e torcidas
O destino de uma partida de futebol está mais nas mãos dos jogadores ou nas mãos de Deus:
Não sabe/ Não respondeu Nas mãos de Deus
2
2
27
24
2
1
3
3
29
33
19 33
3 25
1
4
2
1
20 23 37
43
65
80
68
64
72
62
76 75 56
Homens
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe D/E
74
Classe C
71
Total
Nas mãos dos jogadores
Bases: Total – 498 // Homens - 335/ Mulheres – 163// 16 a 24 – 137/ 25 a 34 - 115/ 35 a 44 - 103/ 45 a 59 – 92/ Mais de 60 anos – 51 Classe A/B – 131/ Classe C - 248/ Classe D/E – 119
68
Times e torcidas
O peso da tradição influencia o resultado da partida?
Não sabe/ Não respondeu
4
Não influencia nada
20
4
7
5
4 9
14
Influencia pouco Influencia
2
4
14 34
2
41 10 25
6
Influencia muito 19
20
3 14
40% 21
20
55%
43%
22
2 10
19
30 21
Classe D/E
Classe C
Classe A/B
Mulheres
Homens
Total
11
Bases: Total – 128 // Homens - 94/ Mulheres – 35// Classe A/B – 33/ Classe C - 62/ Classe D/E – 34
69
se importa/Neutra/ Não Não seNão importa/Neutra/ Não gosta degosta nada de nada Times e torcidas Tem coisas mais interessantes/ Importantes para fazer/ Outros Tem coisas mais interessantes/ Importantes para fazer/ Outros interesses/ Outro lazer interesses/ Outro lazer
3
3 3
33
13
1
2
2 3
32
32
3
Personalidade/ Personalidade/ Caráter Caráter
2
2 3
32
12
1
Nãode gosta de se divertir Não gosta se divertir
2
2 1
11
41
4
Pessoas tímidas/Pacatas/Passivas Pessoas tímidas/Pacatas/Passivas
2
2 1
10
60
6
Pessoas mau humoradas/Sem Pessoas mau humoradas/Sem senso desenso humorde humor
1
1 0
01
31
3
Solitária/se doFora grupo/ Fora da Sociedade PessoaPessoa Solitária/se exclui doexclui grupo/ da Sociedade
1
1 1
11
21
2
boba/ Tola PessoaPessoa boba/ Tola
1
1
11
11
1
0a 24 161
25 0a1 394
0144 35 a
O que significa “ser de um time”?
Pessoas não –gostam deSe sofrer/ Se saudável mantém saudável torcer Pessoas que nãoque gostam de sofrer/ mantém torcersemMulheres 1 O que é ser de um time (%) (BASE TOTAL 1000) Total sem Homens É torcer
Religião não permite Religião não permite
31
26
1 34
130
134 0
10 24
34 1
É pertencer
NãoNão sabe/ Não respondeu Não sabe/ respondeu
20
23
6 17
6 319
316 5
95 24
20 9
Trabalhar em grupos unidos ganhar/ Equipe lutando juntos Nada para Nada
14
14
15 18
16 25 18
18 18 25
12 10 18
1510
É lutar
Índice Índice de resposta de resposta
12
12
11 1,14
12 1,11 1,14
12 1,12 1,11
8 1,2 1,12
141,2
Assistir
Base Base
7
9
6 589
7 159 589
7 292 159
9 138 292
7138
Jogar/Jogar pelo time/ Ser jogador
7
8
7
5
10
4
10
União/ Objetivos em comum
7
5
8
5
8
8
5
Ser parte de um time/Participar da torcida
5
6
3
5
3
9
4
Querer que o time ganhe/ Vitória/ Desejo de vencer
4
5
4
4
4
5
4
Rir
4
5
3
3
4
3
5
Gritar
3
3
3
4
2
6
1
Gostar de um time/Amar um time/ Torcedor de coração
3
3
3
3
3
2
3
Acreditar sempre mesmo perdendo/ Não desistir nunca/ Estar sempre com o time em qualquer situação
3
2
3
0
4
6
2
Vibrar/ Pular
3
4
1
4
1
4
2
Chorar
2
3
2
2
2
3
3
Ir a todos os jogos/Acompanhar o time
2
2
2
4
2
1
1
Uma comunidade/família/grupo
2
2
2
3
2
4
1
Ser fiel a um time/ Leal
2
2
2
4
2
1
1
Competir com raça/Disputar
2
1
2
1
2
3
2
Acompanhar a trajetória do time sempre/Saber suas classificações
2
1
2
1
2
2
2
Outras menções
12
14
9
14
10
10
11
Não sabe/ Não respondeu
8
6
9
6
6
8
7
1,63
1,66
1,59
1,58
1,62
1,64
1,67
Índice de resposta
70
0 45 a 59
60 o
1
tra/ Não gosta degosta nada de nada
3
3 3
33
13
1
eressantes/ Importantes para fazer/ Outros tes/ Importantes para fazer/ Outros er
2
2 3
32
32
3
áter
2
2 3
32
12
1
ertir
2
2 1
11
41
4
catas/Passivas assivas
2
2 1
10
60
6
radas/Sem em senso desenso humorde humor
1
1 0
01
31
3
doFora grupo/ Fora da Sociedade oexclui grupo/ da Sociedade
1
1 1
11
21
2
1
1
11
11
1
ostam de sofrer/ Se mantém saudável sem torcer 35 a–mantém 44 45saudável a 59 sem 60 ou mais e394 sofrer/ Se torcer 1 SE TOTAL 1000) Total AB
1 0C
01 D/E
01
0
e 4
24
34
31 31
1 27
127
1 0 42
10
1
6ondeu
24
20
21 20
6 23
6 321
3 5 15
95
9
8har/ Equipe12 15 lutando juntos
7 14
9 18
15 25 18
18 25
2
0
cida
10 18
10
8
14
11 12
11 1,14
10 1,11 1,14
15 1,12 1,11
1,2 1,12
1,2
9
7
7 7
7 589
6 159 589
11 292 159
138 292
138
4
10
8 7
5
8
8
8
5
7 7
7
8
4
9
4
1 5
6
6
1
4
2 4
7
4
2
3
5
2 4
2
3
7
6
1
3 3
2
1
8
3
4 3
5
3
2
3 3
7
2
1
5 ejo de vencer
2 cedor de coração
Não desistir nunca/ Estar sempre 2 6 4
2
2 3
4
3
1
3
3
3 2
1
2
5
1
1
2 2
3
2
1
4
1
0 2
0
3
2
1
1
3 2
2
2
1
3
2
0 2
1
2
2
2 classificações 2 pre/Saber suas
2 2
3
2
0
0
e
2
10
11
15 12
14
13
7
8
7
13 8
4
7
13
1,64
1,67
1,621,63
1,60
1,58
1,74
Times e torcidas
71
Times e torcidas
O que pensa de quem não torce para nenhum time de futebol O que pensa de quem não torce para nenhum time de futebol (%)
Total
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 394
35 a 44
45 a 59
Escolha própria/Que fazem suas próprias escolhas
22
22
22
22
22
25
23
Não gosta de futebol
14
16
12
17
15
12
12
Pessoa normal
11
8
15
15
15
9
8
Pessoa Triste/Infeliz
6
6
6
7
9
2
3
Não sabe o que esta perdendo
5
6
5
5
6
4
5
Não gosta de esporte/ Sem espírito de competição
5
5
5
3
6
6
6
Sem opinião/ Sem assunto/ Sem alternativas
3
3
2
1
5
5
0
Não se emocionam/Não mostra seus sentimentos
3
3
3
2
2
4
2
Não se importa/Neutra/ Não gosta de nada
3
2
4
2
1
4
0
Tem coisas mais interessantes/ Importantes para fazer/ Outros interesses/ Outro lazer
2
2
2
2
3
3
1
Personalidade/ Caráter
2
2
2
1
3
4
0
Não gosta de se divertir
2
3
1
2
0
4
3
Pessoas tímidas/Pacatas/Passivas
2
3
0
0
2
1
1
Pessoas mau humoradas/Sem senso de humor
1
2
0
1
2
1
1
Pessoa Solitária/se exclui do grupo/ Fora da Sociedade
1
1
1
0
3
1
0
Pessoa boba/ Tola
1
1
1
0
1
2
1
Pessoas que não gostam de sofrer/ Se mantém saudável sem torcer
1
0
2
0
3
0
0
Religião não permite
1
1
0
0
0
0
2
Não sabe/ Não respondeu
6
6
5
6
2
7
9
Nada
18
17
19
20
13
14
25
1,14
1,14
1,13
1,1
1,21
1,11
1,12
Bases: Base 589 354 234 158 136 Total – 589 // Homens - 354/ Mulheres – 234// 16 a 24 - 158/ 25 a 34 - 138/ 35 a 44 – 124/ 45 a 59 – 63// Classe A/B – 159/ Classe C – 292/ Classe D/E – 138
124
109
Índice de resposta
72
60
Times e torcidas
para nenhum time de 394 35 a 44 45 a 59
60 ou Total mais
AB
C
D/E
25 as escolhas
23
15 22
32
20
15
12
12
13 14
9
14
20
9
8
2 11
6
12
14
2
3
9 6
3
7
8
4
5
8 5
3
7
4
6
7 5
7
4
5
5
0
2 3
2
4
2
4 entimentos
2
3 3
2
2
6
4
0
8 3
3
3
1
2 2
3
2
3
6 competição
ativas
nada
antes para3fazer/ Outros 1 4
0
2 2
3
2
1
4
3
2 2
1
1
4
1
1
9 2
1
0
6
de humor 1
1
0 1
0
1
3
0
1 1
1
1
2
1
1 1
1
1
1
0 1
0
1
0
ra da Sociedade 1
1
2
mantém saudável sem 0 0 torcer 0
2
0 1
1
0
1
7
9
4 6
3
5
9
14
25
20 18
25
18
10
1,11
1,12
1,15 1,14
1,11
1,12
1,2
124
109
63 589
159
292
138
Não torcer para um time de futebol não é visto como algo problemático. A grande maioria relaciona isso com o exercício da liberdade individual. É interessante notar que apesar do futebol ser uma paixão nacional, quem não vive essa paixão por meio de algum time não é, de uma maneira geral, mal visto. Isso revela um caráter profundamente democrático na sociedade brasileira.
73
Times e torcidas
Acompanha futebol internacional?
Não
38
39
53 54
55
47 46
45
47
Classe A/B
61
60 anos ou mais
62
25 a 34 anos
58
16 a 24 anos
47
35 a 44 anos
Sim 53
62
54
80
53 42
38
46
74
Classe D/E
Classe C
45 a 59 anos
Mulheres
Homens
Mais de 40% dos torcedores acompanham o futebol internacional. A disseminação desse comportamento é muito maior dentre os homens do que entre as mulheres. As pessoas mais velhas acompanham mais o futebol internacional do que os mais jovens
Total
20
Bases: Total – 498 // Homens - 385/ Mulheres – 163// 16 a 24 - 137/ 25 a 34 - 115/ 35 a 44 - 105/ 45 a 59 – 92/ Mais de 60 anos – 51 Classe A/B – 131/ Classe C - 248/ Classe D/E – 119
Times e torcidas
Campeonatos internacionais que acompanha
(%)
Total
Sexo
Faixa Etária
Classe Social
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
A/B
C
D/E
Libertadores da América
55
51
76
56
48
59
53
54
51
64
Campeonato italiano
53
60
18
49
60
43
63
40
64
50
Campeonato espanhol
45
48
26
41
54
31
57
33
50
49
Liga dos Campeões
39
38
44
45
39
32
28
21
34
67
Campeonato mundial interclubes
27
27
28
30
28
14
24
15
23
47
Campeonato inglês
26
27
21
30
37
10
27
12
24
45
UEFA
25
26
21
27
28
26
16
18
25
35
Liga da Europa
19
21
10
22
28
10
17
14
23
18
Campeonato alemão
11
11
8
11
20
6
4
8
10
14
Campeonato português
5
5
2
3
5
2
8
2
6
5
Campeonato argentino
4
5
2
5
0
5
6
5
4
4
43
62
94
54
Base 211 177 33 51 45 49 Bases: Total – 211 // Homens - 177/ Mulheres – 33// 16 a 24 - 51/ 25 a 34 - 45/ 35 a 44 – 49/ 45 a 59 – 43// Classe A/B – 62/ Classe C – 94/ Classe D/E – 54
O mais popular dos torneios internacionais é a Taça Libertadores da América, justamente a competição que incorpora times brasileiros. Em segundo lugar vem o campeonato italiano e em terceiro o campeonato espanhol.
75
Times e torcidas
As torcidas organizadas deveriam ser extintas?
Não sabe/ Não respondeu
6 4
4 4
7 4
4
2
5 5
4 3
6 5
9
10
4
4
5 3
5 4
3 5
30
35 26
44
38
32
25
19 23
32 32
33
60
57
63
50
52
61
64
68 63
60 59
59
Homens
Mulheres
10 a 15 anos
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 49 anos
50 anos ou mais
Ginásio
Universitário
Não deveriam ser extintas
Total
Indiferente
Base: Total:2366/Homens:1150/Mulheres:1216/10 a 15:308/16 a 24:466/25 a 34:463/35 a 49:609/ 50 ou +: 520/Primário:650/Ginásio:679/Colegial:750/Universitário:287
76
Colegial
Primário
Deveriam ser extintas
Fonte: Ibope
Times e torcidas
4 1 8
9
7
15
15
18
9
9
8
6
20
16
16
21
22
18
39
36
37
37
37
34
41
50 anos ou mais
Primário
Ginásio
Colegial
Universitário
3 1 6
4 1 6
3 1 8
4 1 8
8
11
8
6
7 1 7
8
7
5 3 7
8
8
8
16
17
16
14
16
17
17
15
7
7
7
9
9
7
6
20
19
21
27
21
19
37
39
36
29
35
16 a 24 anos
3 1 6
35 a 49 anos
5 1 6
10 a 15 anos
3
25 a 34 anos
8
Mulheres
Indiferente
4 1 7
Homens
Não sabe/ Não respondeu
Total
Quais medidas consideradas eficazes para punir os integrantes de torcidas organizadas que se envolvem em confusões e conflitos?
Nenhuma punição ou penalidade Suspensão do clube para sediar jogos por um mês Apresentação na delegacia duas horas antes do jogo de seu time e liberação duas horas depois do final do jogo
3 1 6 6
20 5
Pagamento de multa em dinheiro Banir os infratores completamente do estádio Fornecimento de cestas básicas Prestação de serviços comunitários Prisão dos infratores, sem direito à fiança
Base: Total:2366/Homens:1150/Mulheres:1216/10 a 15:308/16 a 24:466/25 a 34:463/35 a 49:609/ 50 ou +: 520/Primário:650/Ginásio:679/Colegial:750/Universitário:287
Fonte: Ibope
77
As pesquisas não só respondem como perguntam também
Por Marcelo Damato
Todos os povos buscam incessantemente as características que os unem, que constroem a chamada identidade nacional. Leia sobre esse tema e provavelmente encontrará que nós, brasileiros, nos consideramos alegres, otimistas, sociáveis, pequenos, fracos, inteligentes, criativos, persistentes. Vemo-nos como Davis num mundo de Golias. Somos ainda subdesenvolvidos e atrasados em relação muitos aspectos. Mas no futebol não tem para ninguém: somos o máximo. Se o futebol une os brasileiros, na comparação com outros países, esse jogo os divide quando a bola fica aqui dentro. A rivalidade no futebol ocupa um espaço crescente na preocupação nacional. É cada vez maior a parcela da população que se interessa por futebol, como mostram as pesquisas de opinião realizadas pelo Ibope para o LANCE! desde 1998. E essa rivalidade não acontece apenas durante os jogos, dentro de campo. Ela foi extrapolada para quase qualquer ramo da atividade dos clubes, ainda que não esportivos. Os torce-
dores se medem em qualquer outro assunto: o maior estádio, o patrocinador que paga mais, quem compra mais camisa, quem tem os melhores jogadores e, principalmente, quem tem a maior torcida. Esse é seguramente o debate mais antigo e mais apaixonado que se trava neste país: afinal de contas, qual o tamanho de cada torcida dos mais tradicionais clubes de futebol? Desde que se começou a fazer enquetes de cunho nacional, mesmo sem caráter científico, o Flamengo apareceu como o dono da maior torcida, seguido pelo Corinthians. A partir daí, as polêmicas começam e à medida que se desce na tabela de popularidade a situação fica cada vez menos clara. Dá para dizer que há um segundo grupo formado por São Paulo, Palmeiras e Vasco, que Grêmio e Cruzeiro estão na frente de seus rivais Inter e Atlético, e quase só isso. Mas como as pesquisas de opinião são mais eficazes em disputa eleitoral, em que a opinião do eleitor pode mudar em questão de dias,
79
Pesquisa LANCE! - Ibope
do que numa pesquisa de torcida, em que os torcedores jamais mudam de time? A razão é que enquanto numa disputa eleitoral existe um punhado de candidatos e só se está interessado nos dois ou três que estão na frente, numa pesquisa de torcida há pelo menos 18 clubes disputando a preferência do torcedor, e cada posição é disputada ferrenhamente. E numa pesquisa eleitoral uma diferença de dois pontos percentuais é normalmente pouco importante, enquanto na pesquisa de futebol, abaixo do quinto lugar, ter esse valor a mais ou a menos é quase uma questão de vida ou de morte para o apaixonado torcedor, pois pode fazê-lo subir ou descer quase dez posições. Para piorar a situação, como uma amostra de pesquisa tem menos do que 10 mil entrevistas, a margem de erro se torna muito importante para o valor alcançado por quase todas as torcidas. O LANCE! está atento para esse problema e encomenda sempre a pesquisa com a maior amostragem entre todas as feitas no Brasil. É a única, também, que ouve brasileiros entre 10 e 16 anos. E esse universo é talvez o mais importante, não só para compor o tamanho das torcidas, como para conhecer suas tendências de mudança. Mesmo assim, tirando Flamengo e Corinthians, todas as demais estão em empate técnico com quem vem logo abaixo. Para dizer que a torcida de um time é maior do que a do outro
80
é preciso fazer um pouco de vista grossa às limitações que esse tipo de estudo possui. Afinal, para o torcedor, o resultado que não pode ocorrer nesse tipo de pesquisa é empate. Para resolver essa questão, cada vez mais pessoas defendem que o IBGE, nos censos que realiza a cada dez anos, ou nas pesquisas nacionais por amostragem, que realiza em prazos menores, inclua essa pergunta. Mas até hoje o instituto não deu o menor sinal de que vai acatar a sugestão. Mas se não resolvem de vez todos os mistérios desse tema, as pesquisas certamente trazem informações que nos ajudam a derrubar mitos. E um dos mais antigos e mais persistentes, que vem ao encontro da autoimagem de um povo guerreiro que enfrenta as adversidades com destemor, é o mito de que as torcidas crescem durante períodos de grandes dificuldades de seus clubes. Esse fenômeno foi muito falado no caso do Corinthians nos anos 60 e 70. Ao longo dos 22 anos seguidos sem conquistar um título de expressão, o Corinthians passou a encher cada vez mais os estádios, em todos os jogos, empurrando o time para uma conquista que só iria finalmente acontecer em 1977. A mídia interpretou esse fenômeno erradamente dizendo que a torcida alvinegra havia crescido em tamanho durante a fila. E isso ainda é repetido ainda hoje, até mesmo por acadêmicos.
As pesquisas LANCE!-Ibope de 1998, 2001 e 2004 mostraram com absoluta clareza que a torcida do Corinthians na época da fila não só não aumentou como diminuiu. A parcela das crianças que se tornaram corintianas nunca foi tão pequena como entre as nascidas 1970 e 1995. Olhando a evolução dessa torcida por faixa etária vê-se claramente que ela embarriga para baixo nessa geração. Infelizmente, como a maioria desses torcedores já passou de 45 anos – eu, inclusive -, estamos nas últimas faixas da pesquisa atual, o que dificulta a observação. Como conciliar dois fenômenos que apontam em sentidos opostos? Como uma torcida pode encolher, ao mesmo tempo em que enche mais os estádios? A contradição é apenas aparente. Um fato nada tem a ver com outro. Os torcedores que vão aos estádios têm na grande maioria mais de 20 anos de idade. E a idade em que um garoto escolhe seu time varia entre 5 e 8 anos. Além disso, a torcida que vai ao estádio é apenas a fração mais apaixonada de uma nação muitíssimo maior. Assim, é possível afirmar com segurança que enquanto a crise de títulos tornava a torcida corintiana mais aguerrida, mais fanática, as torcidas de times rivais que ganhavam títulos cresciam mais que a do Corinthians. A mesma contradição, só que em sentido contrário, se viu na torcida do São Paulo. Clube mais vencedor dos últimos 20 anos, o São Pau-
lo vai aos poucos se distanciando de Palmeiras e Vasco, clubes em que há 15 anos estavam em situação de empate técnico triplo. O crescimento da torcida são-paulina não foi acompanhado pelo aumento do número de torcedores no estádio. Ao contrário, as conquistas foram deixando os são-paulinos cada vez mais exigentes e seletivos. As médias de comparecimento estão caindo ou subindo menos do que os rivais. Mesmo na Libertadores, o torneio mais valorizado pela torcida, já não há mais médias de público como houve nos primeiros anos depois de um período de uma década sem participação. Outro mito que merece ser derrubado é do “time do povo”. Durante décadas, atribuiu-se a certos clubes o rótulo de populares (Flamengo, Corinthians, Atlético-MG e Internacional) e a outros de elitistas (Fluminense, São Paulo, Cruzeiro e Grêmio). Mas quando se analisam os números não se encontra uma diferença de perfil que confirme essa distinção. Dos 12 times de maior torcida do Brasil, apenas Fluminense e Botafogo têm uma composição bem diferente segundo o padrão de renda, mais concentrado nas classes mais altas. O “popular” Corinthians é o preferido do Brasil entre os mais ricos do país, por ter sua maior base no estado mais rico da federação, e o Flamengo é o segundo. Fluminense e Botafo-
O tamanho da torcida tem menos a ver com a média de público dos estádios do que se costuma pensar
81
Pesquisa LANCE! - Ibope
go não são apenas os “grandes” mais enraizados na classe média, mas também aqueles que menor renovação tem conseguido fazer em suas fileiras de seguidores. Ambos, mas especialmente o Botafogo, são clubes com torcida muito envelhecida. Uma porcentagem muito expressiva dos botafoguenses tem mais de 50 anos e menos de um em cada 200 garotos entre 10 e 15 anos torce pelo time da estrela solitária. Se nos próximos 20 anos, não conseguir mudar essa tendência, o Botafogo poderá se tornar o primeiro caso de um clube grande que se tornou médio desde que começaram a ser feitas pesquisas de opinião com base científica. Tampouco é verdadeiro o bordão nacional de que o futebol é o esporte do povo. É fato que nenhum outro esporte é tão enraizado entre as camadas mais pobres da população brasileira. Mas as pesquisas mostram de forma inequívoca que à medida que se desce nos indicadores sociais (renda, classe, escolaridade, etc), cresce a faixa dos que não se interessam pelo esporte ou não têm nenhum clube preferido. Depois de contrariado o senso comum, é até fácil encontrar uma explicação: os mais desfavorecidos de nossa sociedade são, proporcionalmente, aqueles que estão menos conectados ao futebol, seja porque têm menos acesso aos meios de comunicação, seja porque têm menor tempo de lazer. Contribuem para isso também questões regionais, como mo-
82
rar na zona rural ou em cidade pequenas. Mas o fenômeno da evolução das torcidas contém peculiaridades que precisam ainda ser mais bem estudadas. Uma delas é a distribuição regional das torcidas. Parece bem razoável que em estados com times fracos do ponto de vista nacional, os clubes mais fortes de outros estados tenham boa popularidade. Como as torcidas foram formadas entre os anos 30 a 50, quando o Rio de Janeiro era a capital federal e quando as redes nacionais de rádio – único meio de difusão do esporte na época – tinham, todas, comando no Rio, é lógico que no Centro-Oeste, Norte e Nordeste haja mais torcedores de equipes do Rio do que de São Paulo, Minas ou Rio Grande do Sul. Também não é surpresa que as pesquisas comecem mostrar uma gradual evolução das torcidas de São Paulo, especialmente Corinthians e São Paulo, nesse território, em parte porque a TV exibe mais partidas dos times de SP do que do restante do país. Da mesma forma, ninguém fica surpreso com a informação de que os grandes clubes de São Paulo, Rio e Minas possuem torcidas minguadas no Rio Grande do Sul. Afinal, o regionalismo é um traço forte dos gaúchos. Pelo mesmo motivo, ao revés, já se vê um contingente respeitável de rubro-negros em São Paulo, formando uma torcida, muito maior do que a da Portuguesa, por exemplo.
Em Minas Gerais acontece a mesma coisa. Na zona da mata e na região das estâncias hidrominerais, no sul do Estado, os clubes do Rio superam em popularidade os de Belo Horizonte. No Triângulo Mineiro, a oeste, e na região de Poços de Caldas, a sudoeste, os times paulistas possuem muitos torcedores. No total do Estado, é claro, Cruzeiro e Atlético são dominantes. Mas quando se deita os olhos sobre os dados do Rio, se observa um fenômeno surpreendente. Mesmo sendo um estado central, polo de atração de imigrantes e passando pelo momento menos relevante de sua história, futebolisticamente falando, o Rio cede aos clubes “estrangeiros” índices de popularidade muito baixos, semelhantes aos verificados no Rio Grande do Sul. Vinte anos de absoluto domínio paulista (foram 12 títulos brasileiros, 6 da Copa do Brasil, 4 da Libertadores e 4 Mundiais, contra 5 brasileiros, 3 da Copa do Brasil e um da Libertadores) não foram capazes, segundo a pesquisa, de fazer os clubes paulistas conquistarem simpatizantes nem mesmo no sul do Estado, na área mais perto da fronteira. Outra questão não respondida diz respeito à oscilação das torcidas. Acreditando na tese de que praticamente ninguém muda de time ao longo da vida, deveria se esperar uma variação das torcidas muito menor do que se ve-
rifica. Nesse caso, há apenas três possibilidades que ainda merecem ser checadas: as pesquisas são menos precisa do que afirmam ser; muitas pessoas oscilam entre dizer que torcem por seu time ou por nenhum dependendo de fatores como os últimos resultados em campo; e há uma espécie de massa escura (em referência a um tipo de matéria do Universo que provoca efeitos gravitacionais, mas não é observável diretamente) de torcedores que realmente mudam de time. Essa pergunta ainda está muito longe de ser respondida. Assim, por trazerem tanta informação, as pesquisas de torcida vêm ocupando um espaço crescente na cultura do futebol. E não só por fornecer algumas respostas, mas principalmente por criar outras dúvidas. Dessa maneira, enriquecem o debate sobre o futebol e alimentam a paixão dos torcedores, ajudam a fazer do futebol esse fenômeno social e esportivo que se tornou uma das maiores marcas deste país.
Contrariando Fazer algum o comentário senso comum, sobre a opesquisa texto, com mostra este que, tamanho quanto mais maior ou amenos, renda, maior para o colocar interesse aqui pelo neste futebol espaço.
83
Pesquisa LANCE! - Ibope
As maiores torcidas do Brasil – Pesquisa LANCE!-Ibope 2010 (Em %)
18,8
17,2
13,4
8,7
6,0
4,1 4,0 3,5 2,7 2,6
Flamengo
Corinthians São Paulo
Palmeiras
Vasco
Grêmio
Cruzeiro Santos
2,5
1,7
Atlético-MG Internacional Sport
1,6
1,6
Botafogo
Bahia
1,6
Fluminense Nenhum
O Flamengo perdeu um pouquinho da vantagem que tinha para o Corinthians, mas ainda mantém uma boa dianteira. O São Paulo foi o que cresceu mais entre os cinco primeiro e se aproxima dos líderes. A maior surpresa é o aparecimento do Sport, à frente de clubes mais tradicionais, como Botafogo, Fluminense e Bahia. Mas a situação é de empate técnico. 84
As maiores torcidas do Brasil – Os mais velhos 31,6
(mais de 50 anos, em %)
As maiores torcidas do Brasil – Os mais jovens (10 a 15 anos, em %)
22,2
15,6
12,2 11,1
5,0 4,6 3,8
Flamengo
Corinthians São Paulo
Cruzeiro
Palmeiras
Vasco
3,8
3,4
9,2
5,6 4,6 4,6
4,2
2,8
Grêmio Sport Nenhum
Flamengo
Corinthians
Palmeiras São Paulo Santos
Grêmio Nenhum
Os gráficos por idade mostram que os mais jovens se ligam mais em futebol do que os mais velhos. São dois os motivos: cada vez mais brasileiros gostam de futebol e o fato de que ao longo da vida parte da população perde a conexão com o esporte. O destaque, mais uma vez, é o Sport, que já ocupa o oitavo lugar entre os jovens, deixando para trás cinco dos “grandes”. 85
Pesquisa LANCE! - Ibope
As maiores torcidas do Brasil – Os mais pobres (até 1 salário-mínimo, em %)
24,0
22,0
10,6
6,8 5,4 3,5
Corinthians São Paulo
14,1 12,3
10,8
Flamengo
(mais de 5 salários-mínimos, em %)
15,6
As maiores torcidas do Brasil – Os mais ricos
Palmeiras
Vasco
8,1
4,6
4,6
2,6
Grêmio Nenhum
Corinthians Flamengo São Paulo
Palmeiras
Vasco
Cruzeiro Nenhum
O Corinthians, apesar da fama de time do povo, é o clube do Brasil mais popular entre os brasileiros “mais ricos”, aqueles ganham acima de cinco salários-mínimos por mês. Já o Flamengo é largamente mais dominante entre os mais pobres – e está em segundo na faixa oposta. Os que não têm time representam 24% dos mais pobres e apenas 12,3% dos mais ricos.
86
As maiores torcidas do Estado de São Paulo
15
(em %)
13,2
Legenda
12
10,8
13,4
11,1
Corinthians
8,7
9 São Paulo
6
7,3 6,3 5,5
Palmeiras
Santos
3 0 20
2,9
1998
5,9 5,8
3,0
2001
6,5
6,0
2,7
2,7
2004
2010
15 O São Paulo subiu expressivamente, o Corinthians oscilou ligeiramente para cima, o Santos parou de cair e o Palmeiras caiu. A variação das torcidas possui uma correlação muito forte com o que aconteceu em campo desde a última pesquisa LANCE!-Ibope, realizada em 2004. Nos últimos seis anos, o São Paulo, superou quase uma década de frustrações e venceu um Mundial, uma Libertadores e três Brasileiros, o Corinthians um Brasileiro e uma Copa do Brasil e teve de enfrentar o rebaixamento e uma parceria conturbada com um investidor estrangeiro, o Santos venceu um10 Brasileiro e viu consolidar a geração de Robinho e o Palmeiras acumulou quase apenas fracassos, vencendo apenas um Paulista. É claro que a formação dos torcedores não se dá por um fator somente – a influência dos pais é sabidamente muito forte – e esta pesquisa não capta aquilo que aconteceu nos últimos dois anos, pois entrevista pessoas apenas a partir dos dez anos de idade. Por fim, a força do futebol paulista se materializa em mais jogos transmitidos pela TV em rede nacional, 5 influenciando garotos de estados em que o futebol não é tão desenvolvido. 0
87
6
Pesquisa LANCE! - Ibope
3 As maiores torcidas do Estado do Rio de Janeiro
0 20
(em %)
18,1
Legenda
16,3
17,2
15,5 Flamengo
Vasco
Botafogo
15 10 5
4,8 2,0
Fluminense
0 4.0
1,6
1998
5,5
5,5 4,1
1,7 1,2
2001
1,5
1,6
1,5
1,6
2004
2010
3.5 3.0sobre seus rivais cariocas na pesquisa de 2010. O fato mais marcante é a queda no tamaO Flamengo mantém um domínio expressivo nho das torcidas (Botafogo e Fluminense subiram ligeiramente). A torcida do Vasco chegou a cair além da margem de erro. Essa varia2.5 ção certamente é reflexo do desempenho frustrante do Rio ao longo dos últimos anos. Apenas o Fluminense teve mais brilho ao vencer a Copa do Brasil e chegar à final da Libertadores. O Flamengo, apesar da inédita hegemonia no nível estadual, só teve uma conquista, a da Copa do Brasil de 2006 (É importante2.0 ressalvar que como a pesquisa ouve pessoas de 10 anos para cima, o efeito da conquista do Brasileiro de 2009 só será sentido na próxima pesquisa). O Vasco, que apresentou a maior queda, amarga a pior década de sua história, 1.5 pesquisa, realizada em 2004. Com desempenho modesto no Brasileiro, os jogos dessas com nenhum título conquistado desde a última equipes são exibidos cada vez menos em rede nacional de TV – inclusive no primeiro semestre, pois quase sempre estão fora da Libertadores – distanciando-os dos seus jovens 1.0 torcedores. 0.5 88
0.0
10 5 As maiores torcidas do Estado do Rio Grande do Sul e Minas Gerais
0 4.0
(em %) Legenda
Grêmio
3.5 3.0 2.5
Internacional
2.0
4,0 3,8 3,4 3,1 2,9
3,3 2,7
1,7 1,8
1.5 Cruzeiro
3,7 3,5
3,5 2,6
2,6
2,5
2,0
1.0 0.5
Atlético-MG
0.0
1998
Num fenômeno surpreendente, a pesquisa LANCE!-Ibope aponta um expressivo aumento da torcida do Grêmio, num de seus piores períodos, e, ao mesmo tempo, uma grande queda da torcida do Internacional, justamente logo depois de seu período mais glorioso, com as conquistas do Mundial, Libertadores e Sul-Americana, além de alguns anos batendo na trave da conquista do título nacional. As mais prováveis causas desse fenômeno devem ser a épica conquista da Série B, quando venceu a final no campo do adversário com três jogadores a menos, e a mudança do comportamento de sua torcida, que passou a ser referência de empolgação e coreografia.
2001
2004
2010
Em Minas Gerais, o Atlético-MG voltou a crescer e isso provavelmente ter relação com o final de uma sucessão de administrações confusas e com uma grande campanha no Brasileiro do ano passado, que deve ter resgatado muitos atleticanos que andavam meio desgarrados. O Cruzeiro, ao contrário, interrompeu sua ascensão, pois nunca mais conseguiu chegar perto do auge atingido em 2003, quando venceu o Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileiro. Mesmo as seguidas participações em Libertadores não parecem empolgar os garotos.
89
Futebol como negócio
Futebol como negócio
Você compra produtos oficiais do seu time?
Não sabe/ Não respondeu
2
2
2
3
2
3
1
4
4
4
Não Sim
27
32
35 a 44 anos
25 a 34 anos
16 a 24 anos
Mulheres
Homens
81
37
18 Total
76
27 20 16
15 Classe D/E
35
73
Classe C
28
39
83
Classe A/B
80
70
59
60 anos ou mais
63
65
45 a 59 anos
70
59
Bases: Total – 651 // Homens - 377/ Mulheres – 274// 16 a 24 - 171/ 25 a 34 -1563/ 35 a 44 - 128/ 45 a 59 – 135/ Mais de 60 anos – 60// Classe A/B – 163/ Classe C - 326/ Classe D/E – 162
A compra de produtos oficiais de times é uma tarefa predominantemente masculina, principalmente junto às classes mais altas, de 16 anos ou mais. É interessante notar que a compra é mais elevada na faixa de idade entre 25 a 44 anos, onde concentram-se as pessoas com filhos pequenos ou que convivem com pessoas na mesma condição. O fato de dar presentes ligados ao clube remete ao desejo de converter a pessoa a torcer.
91
Futebol como negócio
Itens que compraram nos últimos 6 meses
Índice de resposta:
Camisa ou uniformes do clube (de jogos ou treinamento)
Total – 1,20 Classe A/B – 1,18 Classe C – 1,21 Classe D/E – 1,24
Outras roupas casuais do clube Material de cama, mesa e banho (toalhas, lençóis, etc.)
DVD Bolas
Chaveiros
Produtos infantis (vestuário, fraldas, etc.)
9 4 9 16 7 4 6 3 3 3
5
3 1
17
7
3 2 2 5 2 3 2
A camisa do clube é o grande presente, 84% de quem comprou algum item oficial do clube nos últimos 6 meses comprou camisa. É o manto, que simboliza a segunda pele do torcedor, independentemente da classe social. Somente nas classes DE observa-se a compra de outros produtos, de menor valor como materiais de roupa, mesa e banho e outras roupas ligadas ao clube.
92
Mascotes ou bichos de pelúcia
Alimentos (doces, salgados, etc.)
Outros produtos (bebidas, bolsas, bonés, relógios)
Bases: Total: 182/ Classe A/B: 60, Classe C: 89, Classe D/E: 32
1
5 2 2 1 2 6 4 1
10
84 71
83
92
%)
Futebol como negócio
Compras de material esportivo
Sexo Sexo Faixa EtáriaFaixa Etária Total Homens Homens Mulheres Mulheres 16 a 24 16 25aa24 34 25 35aa34 44 35 a 44 Sexo Sexo Faixa Etária Faixa Etária Sexo Faixa Etária (%) Total Total (%) Total Camisa ouCamisa uniformes ou do uniformes clube (jogos do clube ou (jogos ouHomens Mulheres Mulheres 16 a 24 Homens 16 2577 aa81 24 34 25 35a81 a88 34 44 35 44 Mulheres 16a88 a 24 2586 a 34 84 Homens 87 84 87 77 86 (%)
(%)
Total
treinamento) treinamento) amisa ouCamisa uniformes ou do uniformes clube (jogos doCamisa clube ou (jogos ou ou uniformes do clube (jogos ou 87 849 87 77 77 81 88 84 87 Outras roupas Outras casuais roupas docasuais clube do clube 84 89 881 9 914 einamento) treinamento) Sexo treinamento) (%) Total Material deMaterial cama,mesa de cama,mesa e banho (toalhas, e banholençóis, (toalhas, lençóis, utras roupas Outras casuais roupas docasuais clube do cluberoupas casuais9do clube89 7 89 9 14 Homens Mulheres Outras 9 863 47 414 etc) etc) aterial deMaterial cama,mesa de cama,mesa e banho e banholençóis, (toalhas, Material de cama,mesa e banho (toalhas, lençóis, Camisa ou(toalhas, uniformes do clubelençóis, (jogos ou 7 47 3 414 14 3 10 4 DVD DVD 384 3 3357 52 87 77 c) etc) etc) treinamento) Bolas Bolas 3 13 16 62 VD DVD 33 359 5823 DVDcasuais do clube 3 3298 Outras roupas Chaveiros Chaveiros 3 33 30 04 olas Bolas 3 13 16 623 125 Material de Bolas cama,mesa e banho (toalhas, lençóis, 7 4 14 etc) (vestuário, Produtos infantis Produtos infantis (vestuário, fraldas, etcfraldas, etc 2 12 14 40 haveiros Chaveiros 3 33 30 043 Chaveiros 340 DVD 3 32 52 Mascotes ou Mascotes bichos de ou pelúcia bichos de pelúcia 2 22 2 2 rodutos infantis Produtos (vestuário, infantis (vestuário, fraldas, etcfraldas, etc (vestuário, 2 12 etc 14 402 Produtos infantis fraldas, 103 Bolas salgados, 3 10 61 Alimentos (doces, Alimentos (doces, etc) salgados, etc) 2 22 2 0 ascotes ou Mascotes bichos de ou pelúcia bichos de Mascotes pelúcia ou bichos de2 pelúcia 22 22 222 221 Chaveiros 3 32 02 Bebidas alcoólicas Bebidas alcoólicas 1 11 1 2 imentos (doces, Alimentos salgados, (doces, etc) salgados, etc) (doces, salgados, 2 20 012 Alimentos etc)22 210 Produtos (vestuário, fraldas, etc 2 10 41 Bolsas ou mochilas Bolsas ouinfantis mochilas 1 21 2 0 ebidas alcoólicas Bebidas alcoólicas 11 12 221 Bebidas alcoólicas 1 120 Mascotes ou alcoólicas bichos de pelúcia 2 22 21 Bebidas não Bebidas alcoólicas não 1 11 1 2 olsas ou mochilas Bolsas ou mochilas 21 20 011 Bolsas ou mochilas 1 212 Alimentos salgados, etc) 2 21 00 Objetos deObjetos Decoração de(doces, Decoração 1 11 1 1 ebidas não Bebidas alcoólicas não alcoólicas Bebidas não alcoólicas1 11 12 211 112 Bebidas alcoólicas 1 10 23 Boné Boné 1 11 1 0 bjetos deObjetos Decoração de Decoração Objetos de Decoração1 11 11 101 101 Bolsas ou mochilas 1 20 00 Relógios Relógios 1 11 1 0 oné Boné 1 11 10 031 Boné 130 Bebidas alcoólicas 1 1 2 Índice de resposta Índice denão resposta 1,2 1,18 1,2 1,18 1,25 1,25 1,12 elógios Relógios 1 11 10 001 Relógios 100 Objetos de Decoração 1 150 147 Base Base 182 132 182 132 50 dice de resposta Índice de resposta 1,18 1,2 1,18 1,25 1,25 1,12 1,12 1,26 Índice de resposta 1,2 1,2 1,18 Boné 1 1 0 Bases: ase Base 182 132 182 132 50 50 47 47 62 Base 182 132 Total – 182 // Homens - 132/ Mulheres – 50// 16 a 24 - 47/ 25 a 34 - 62/ 35 a 45 – 42 Relógios 1 1 0 Índice de resposta
1,2
1,18
1,25
88 86 77 14 6
35 a 44
86 81 68
88 8
86
166 a 24 983 10
258 a434 14 10
35 4 a 44 6
8
10 428 14 81
488 3 81
10 1 86
4
25 85 1 14 40 560 3 03 03 21 2 342 20 1 124 40 2 02 02 1 022 22 1 200 11 0 22 20 3 10 10 0 00 1 1,12 1,26 00 0 47 62 1,26 1,15 1,25 3 62 42 50 0
50 12 6 03 02 10 32 34 84 1 20 52 0 42 02 0 21 30 2 22 12 2 01 00 1 21 00 0 00 20 0 03 2 1,26 1,15 00 1 62 42 1,15 1,12 0 42 47 0
0 8 3 5 4 2 0 1 4 3 0 2 1 3 2 0 2 0 0 4 2 2 2 0 2 2 0 1 0 0 0 2 1,15 0 0 42 1,26 0 62 0
1,12
1,26
1,15
Faixa Etária
1 0 3 2 4 2 2 0 2 0 0 0 1,15 42
O simbolismo da camisa é menos presente entre as mulheres, onde a presença de itens de cama,62mesa e banho é maior, 14 contra 7% Base 182 132 50 47 42 no total da amostra. Já entre os mais jovens é maior a compra de outras roupas do clube, 14 contra 9%, que não sejam a camisa oficial. Este fato pode estar ligado ao valor da camisa. 93
Futebol como negócio
Itens que tem intenção de comprar nos próximos 6 meses
Camisa ou uniformes do clube (de jogos ou treinamento)
Índice de resposta: Total – 1,30
Outras roupas casuais do clube
3
Classe A/B – 1,23 Classe C – 1,33
Material de cama, mesa e banho (toalhas, lençóis, etc.)
Classe D/E – 1,33 Alimentos (doces, salgados, etc.)
Bebidas não alcoólicas
bolsas ou mochilas
bebidas alcoólicas
DVD
4
38 35 36
7 8 7 6 7 7
5 4 6 5 4 5 4 4 4 1 3
6 4 5 2 5 3 3 4 3 2
Bolas
Produtos infantis (vestuários, fraldas, etc.)
A intenção de compra futura de produtos ligados ao clube segue a mesma tendência dos produtos comprados nos últimos 6 meses, com maior predominância da camisa oficial.
94
Mascotes ou bichos de pelúcia
Bases: Total: 651/ Classe A/B: 163, Classe C: 326, Classe D/E: 162
Nenhum
5 1 1 2 1 3 1 2 0 2 2 41 37 42 42
45
Futebol como negócio
2
Qual das frases abaixo melhor reflete sua atitude frente à compra de produtos da marca que patrocina seu time? Não sabe/ Não respondeu
8 1
7 1
64
61
6
1
7 1
68
65
65
9
2
8 1
13
9 2
8 1
60
68
62
58
65 69
8
5
31
22
27
29
30
23
25
31
26 26
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe C
Classe D/E
27
Mulheres
Influencia positivamente a minha compra desta marca
Homens
Não influencia em nada a minha compra desta marca
Total
Influencia negativamente a minha compra desta marca
Bases: Total – 1240 // Homens - 731/ Mulheres – 509// 16 a 24 - 328/ 25 a 34 - 292/ 35 a 44 - 252/ 45 a 59 – 244/ Mais de 60 anos – 123// Classe A/B – 322/ Classe C – 618/ Classe D/E – 300
A influência que o patrocínio de uma empresa ao clube exerce na intenção de compra destes produtos pelos torcedores varia muito por região. No Norte/Centro oeste o patrocínio faz com que as pessoas tenham uma atitude positiva frente a compra dos produtos, 38 contra 27%. A dependência histórica de governos na vida das pessoas dessas regiões é valorizada e recorrente e o sentimento é o mesmo na relação com a empresa patrocinadora. Já na região Sul a intenção de compra positiva é menor. Os sulistas são mais desconfiados e bairristas. A intenção de compra depende de outros fatores.
95
Futebol como negócio
2
Influência das marcas no consumo • Motivos pelos quais a marca que patrocina o time influencia positivamente a compra de produtos: Não sabe/ Não respondeu Porque revela aos outros que sou do time “x
7
6
9
22
24
19
4 20 19
5 26
4
11
3 22
23 22
24
96
77
56
69
73 67 75
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
Classe A/B
Bases: Total – 179 // Homens - 144/ Mulheres – 65// 16 a 24 – 47/ 25 a 34 - 44/ 35 a 44 - 44/ 45 a 59 – 23/ Mais de 60 anos – 20// Classe A/B – 50/ Classe C - 87/ Classe D/E – 42
Classe D/E
72
Classe C
70
Homens
Ao comprar o produto das empresas que patrocinam o time as pessoas se tornam parte do time. Ao comprar elas retribuem o apoio dado pela empresa ao clube.
71
Total
Porque me torna parte do meu time
Percepção dos brasileiros
Percepção dos brasileiros Onde serão as Olimpíadas de 2016?
• 7em cada 10 brasileiros sabem que as Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio de Janeiro. O conhecimento é mais elevado entre os mais jovens e classe A/B
Outro lugar
23 4
19
25
12
17
2
4
26
26
4
2
36
8 2
5 3
Rio de Janeiro
22
39
2
6
73
77
72
86
78
70
72
58
90
76 53
Total
Homens
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe C
8
Classe D/E
Não sabe/ Não respondeu
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
O público que sabe que as Olimpíadas serão no Rio de Janeiro é o mesmo que pratica algum esporte ou torce e acompanha futebol, com uma pequena diferença, além dos homens, a lembrança é alta entre as mulheres também. Os mais jovens, das classes A e B das regiões Sul e Sudeste são os que mais sabem que o evento será no Rio de Janeiro. Os mais velhos e os mais pobres, principalmente do Norte, Nordeste e Centro Oeste são os menos informados. O maior empenho das autoridades brasileiras e a maior exposição que a vitória do rio de Janeiro causou na mídia são fatores que aumentam a lembrança. A Copa do Mundo no Brasil era um fato consumado.
97
Percepção dos brasileiros
Onde será a Copa do Mundo de 2014? • Cerca de 67% da população, 92,5 milhões de brasileiros sabe que a Copa do Mundo de 2014 acontecerá no Brasil
Não sabe/ Não respondeu
26
34
8
Outro lugar Brasil
18
17
29
24
28
15 35
9 8
7
9
7
25
39
5 8
4 5
98
59
74
62
68
68
60
80 67 53
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe D/E
74
Classe C
67
Homens
O público que sabe que a Copa do Mundo de 2014 será no Brasil é o mesmo que pratica algum esporte ou torce e acompanha futebol. Homens, mais jovens, das classes A e B das regiões Sul e Sudeste. Mulheres, mais velhos e os mais pobres, principalmente do Norte, Nordeste e Centro Oeste são os menos informados. O reconhecimento das Olimpíadas no Rio de Janeiro é maior do que a Copa do Mundo no Brasil, devido ao maior interesse entre as mulheres.
Total
8
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
Percepção dos brasileiros
34
Comparação entre Copa do Mundo e Olimpíadas • A Copa do Mundo se destaca mais do que as Olimpíadas Qual dos dois é o evento mais importante para o Brasil
44
Qual dos dois vai gerar mais emprego no Brasil
42
Qual dos dois irá desenvolver mais os esportes no Brasil
36
Qual dos dois traz mais benefícios para as cidades sede
37
Qual dos dois será feito de forma mais organizada
41 32
43
Qual será mais visto no mundo
44
Se pudesse assistir pessoalmente apenas um evento, seria a...
Copa do Mundo
41
Contribui mais para o desenvolvimento do Brasil
Os dois
50
Olimpíadas
4
24
33 49
4
26 34
Qual dos dois você mais gosta
4
22
35
39
Em qual dos dois vai ocorrer mais corrupção durante as obras
11
5
22 26
24
6
19 19
14
38
17
34 23
6
4
17 19
5 8
Não sabe/ Não respondeu
Base: 651
Embora tanto a copa como os jogos olímpicos sejam considerados muito importantes, a Copa do Mundo é considerado um evento de maior proporção, exposição e na contribuição para o desenvolvimento do país. Já as Olimpíadas tem como pontos positivos o desenvolvimento dos esportes, a organização e o legado para a cidade sede.
99
Percepção dos brasileiros
Quem deveria fazer parte do Comitê organizador da Copa do Mundo:
(%)
Total
FIFA
Sexo
Faixa Etária
Regiões do Brasil
Classe Social
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou +
A/B
C
D/E
NE
N/CO
SE
S
47
59
37
54
52
55
42
26
53
47
42
49
58
46
37
Jogadores e técnicos de futebol
31
30
33
34
31
34
27
30
24
31
41
48
12
27
36
CBF
31
40
22
34
29
37
29
21
35
29
28
29
28
33
28
Empresários
24
27
22
27
26
24
25
16
24
25
23
24
29
19
35
Jornalistas e profissionais da área do esporte
19
17
20
19
20
21
18
15
16
19
22
26
14
14
25
Representantes da sociedade
18
18
18
21
20
16
16
14
19
20
13
17
13
18
23
ONGs ligadas ao esporte
17
16
18
17
18
19
17
14
15
19
16
20
10
14
28
COB
13
14
11
13
13
15
12
9
20
11
8
5
16
13
21
Políticos
12
12
13
11
19
12
10
8
13
13
11
17
26
8
5
Veículos de comunicação como jornais, revistas, emissoras de rádio, televisão, etc
11
10
11
12
8
13
12
10
10
11
12
9
3
10
25
Sindicalistas
6
6
6
5
6
6
7
6
5
6
7
8
1
7
4
Não sabe/ Não respondeu
20
12
26
12
14
12
25
42
18
18
24
14
22
25
10
1000
479
521
222
223
192
229
134
253
496
250
263
144
442
151
Base
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 – 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134 // Classe A/B – 253/ Classe C – 496/ Classe D/E – 250
100
Percepção dos brasileiros
É a favor de representantes da sociedade fazer parte do Comitê organizador da Copa? • 8 em cada 10 brasileiros são a favor de representantes da sociedade no Comitê organizador da Copa Não sabe/não respondeu Não
10 9
8 9
11
6 7
8
9 8
5 9
9 9
23
5 7
9
17
9 10
Sim
10
Classe D/E
82 73
Classe C
88
Classe A/B
67
60 anos ou mais
82
45 a 59 anos
86
35 a 44 anos
83
25 a 34 anos
87
16 a 24 anos
81
Mulheres
83
Homens
Total
81
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
De maneira geral, as pessoas indicam a FIFA, jogadores, técnicos e a CBF como os principais postulantes ao comitê organizador da Copa, mas a lista de stakeholders citadas é grande, o que indica que seria desejável a participação de mais entidades na gestão. Para a grande maioria, 82%, deveriam haver representantes da sociedade no comitê.
101
Percepção dos brasileiros
Quem deveria fazer parte do Comitê organizador da Olimpíada:
(%)
Total
FIFA
Sexo
Faixa Etária
Regiões do Brasil
Classe Social
Homens
Mulheres
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou +
A/B
C
D/E
NE
N/CO
SE
S
31
36
26
31
33
38
30
18
36
31
26
29
31
34
26
COB
27
34
20
38
27
24
24
17
41
25
16
18
28
28
36
Jogadores e técnicos de futebol
27
24
29
30
28
32
22
19
19
26
35
41
13
19
37
Empresários
25
30
21
27
25
28
25
21
24
28
23
24
34
19
39
Representantes da sociedade
24
22
25
23
28
26
23
17
24
24
24
25
13
25
28
Jornalistas e profissionais da área do esporte
23
23
23
29
19
23
24
19
20
24
24
33
16
21
18
ONGs ligadas ao esporte
20
20
20
17
24
22
23
13
21
19
22
26
11
18
27
CBF
20
25
15
21
23
25
15
14
24
20
17
19
21
20
22
Políticos
13
14
12
17
18
10
11
6
13
12
15
21
27
7
5
Veículos de comunicação como jornais, revistas, emissoras de rádio, televisão, etc
12
10
14
11
12
14
9
14
8
14
10
12
10
8
23
Sindicalistas
6
5
6
3
6
7
6
6
4
6
6
5
1
7
7
Não sabe/ Não respondeu
21
15
26
13
15
13
26
43
19
19
25
14
23
27
10
1000
479
521
222
223
192
229
134
253
496
250
263
144
442
151
Base
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 – 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134 // Classe A/B – 253/ Classe C – 496/ Classe D/E – 250
102
Percepção dos brasileiros
É a favor de representantes da sociedade fazerem parte do Comitê organizador da Olimpíada?
• 8 em cada 10 brasileiros são a favor de representantes da sociedade no Comitê organizador da Olimpíada
Não
10
9
9
10
11 7
6 8
9 8
6 8
5
9 10
25
9
9
18
8 9
Sim
81
81
82
86
83
86
81
66
86
83 73
Total
Homens
Mulheres
16 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 anos ou mais
Classe A/B
Classe C
9
Classe D/E
Não sabe/não respondeu
Bases: Total – 1000 // Homens - 479/ Mulheres – 521// 16 a 24 - 222/ 25 a 34 - 223/ 35 a 44 - 192/ 45 a 59 – 229/ Mais de 60 anos – 134// Classe A/B – 253/ Classe C - 496/ Classe D/E – 250
Ao serem indagados sobre quem deveria participar do comitê organizador dos jogos olímpicos há uma clara indicação de que mais stakeholders devem estar envolvidos na organização em comparação com o comitê organizador da Copa 2014. Várias entidades são citadas, com pequeno destaque para a FIFA e o COB. Jogadores, técnicos de futebol, jornalistas, representantes da sociedade, ONGs, empresários e até mesmo a CBF são outros postulantes citados para fazerem parte do comitê organizador. Para a grande maioria, 81%, deveriam haver representantes da sociedade no comitê.
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Esporte e o mundo moderno
Por Roberto DaMatta
A pesquisa revela que a maioria dos brasileiros identifica o esporte como algo ligado aos valores ou dimensões sociais que passam pela alegria, pela competição, pela diversão e vitória, mas também pela felicidade, pela conquista, pela força, pela motivação, pela garra e disciplina, pelo saber ganhar e saber perder. Neste quadro está estampada uma adesão indiscutível a valores modernos e individualistas, um tanto distantes do quadro clássico daqueles normalmente associados à vida social do Brasil. De fato, se como dizia Nelson Rodrigues – éramos uma sociedade cuja auto-leitura era negativa, feita de “perdedores” e de “vira-latas”, de “narcisos às avessas” –, o mundo do esporte define, neste ano de 2010, outro quadro. Nele, o que se observa é como a atividade esportiva – constituída pela modernidade inglesa baseada no mercado, na competição e na troca capitalista – penetrou na cabeça e no coração dos brasileiros. E ali crava imagens ligadas à alegria (oposta à da tristeza que não teria fim); à competição (absolutamente inexistente num meio social familístico e hierarquizado);
diversão (eis um mundo feito para ser apreciado e aproveitado pelas pessoas de acordo com o seu desejo e não um universo a ser respeitado e adorado religiosamente); e vitória (esse êxito ou saída culminadora de movimento ascensional que revela liberdade). Ora, todos os valores listados fazem parte desta mesma constelação moderna da qual a liberdade (que engendra a competição e eventualmente a vitória, a garra e a conquista que pressupõem disciplina, força e motivação) e a igualdade (sem a qual não pode haver disputa nem o saber ganhar ou perder) fazem parte. Trata-se de uma mesma historia, ou melhor, de capítulos de uma mesma saga que transforma a sociedade formal, religiosa, hierarquizada e dominada pelo estado, pela família e por laços de sangue, num sistema feito de indivíduos autônomos, dotados de um espaço interior que os leva a escolher e a lutar por suas escolhas. No caso do Brasil, vale acentuar a alegria, a felicidade e a conquista como parte dessa mesma atividade que torna cada um de nós apreciadores e praticantes de algum esporte,
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As arenas esportivas são também palcos onde os uniformes coloridos com as marcas de nossos times e atletas transformam pessoas comuns em pessoas especiais
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um assíduo frequentador ou espectador dessas academias, estádios, autódromos, quadras, ginásios e piscinas, destinados aos “jogos” e aos esportes. No mundo antigo, dominado pela religião, elas rivalizavam com templos e igrejas, tornando o “ir à rua” (esse universo perigoso e ameaçador para as boas famílias porque no Brasil era o lugar dos inferiores, dos marginais e dos escravos) um deslocamento aceitável. Hoje em dia, como revela a pesquisa, elas pairam isoladas, dominando a cena, pois seus competidores mais próximos – arranha-céus e shopping-malls – são espaços destinados aos negócios, não ao espetáculo ou à cena da competição transformada em ritual esportivo. As arenas esportivas são também palcos onde os uniformes coloridos com as marcas de nossos times e atletas, e os equipamentos especiais, próprios de cada competição, transformam pessoas comuns, submetidas às leis que regem a cidadania e a posição econômica em geral, em pessoas especiais, em atores com papéis fixos a serem rigorosamente desempenhados, em aliados e heróis ou adversários e vilões em potencial quando, como torcedores e disputantes de torneios esportivos e investidos nos papeis de atletas e jogadores (com posições fixas), obtêm o privilégio de realizar ações sociais marginais, exóticas ou até mesmo impróprias (como, por exemplo, trocar os
pés pelas mãos). Gestos que fora de arenas, ringues, quadras e estádios seriam até mesmo lidos como criminosos. É precisamente essa possibilidade de ligar alegria com disciplina; força, motivação e garra com saber ganhar e perder; competição com diversão (e não com pobreza e conflito) que caracteriza o milagre do espetáculo esportivo. Nele, uma civilização fundada na racionalidade do dinheiro e na realidade do trabalho como castigo, abre-se para toda sorte de extravagâncias, predispondose a extraordinárias conexões simbólicas. Seja matando animais (como nas touradas) ou fazendo com que eles se transformem em instrumentos de competição (como nas corridas de cavalos e de cães), seja premiando o uso exclusivo dos punhos, seja determinando uma habilidade exclusiva das mãos ou dos pés (como no vôlei, no basebol, no basquetebol e no futebol), seja fazendo com que seres terrestres disputem corridas no gelo e dentro d’água. Isso para não falar que é nesses lugares onde objetos especiais e igualmente aberrantes, como esses itens esféricos e incontroláveis chamados de bola, os quais se tenta, com um enorme esforço e lutando contra adversários, rebater para longe ou colocar dentro de aros, caçapas, arcos e outros nichos sem a menor utilidade. Ademais, nos estádios, todos (disputantes, árbitros, expectadores, seguranças, pessoal téc-
nico e até mesmo os donos e os patrocinadores do espetáculo) estão voluntária e prazerosamente submetidos, num grau jamais atingindo na “vida real”, pelas “regras do jogo”. Em caso de exagero ou conflito, todos estão também subordinados a uma justiça especial – a “Justiça Esportiva” – que julga e penaliza os delitos eventualmente cometidos na área do esporte, salientando e legitimando num outro nível a sua extraordinária realidade. Coerentemente com essas singularidades de espaço, vestes, regras e objetos, o tempo que cada uma dessas estruturas articula é igualmente diferenciado. Em torneios esportivos, a regra de ouro da vida burguesa que utilitariamente submete o tempo ao mundo prático dos negócios, afirmando que não se pode perder tempo e que o tempo é uma mercadoria – “tempo é dinheiro” – podendo ser vendido e comprado, é subvertida pois, nos espetáculos esportivos, o tempo não tem como medida nenhum objetivo prático, exceto servir como moldura para as ações contidas pelo evento esportivo. Com isso, o espaço e o tempo podem ser expandidos ou reduzidos, sendo contados em jardas, metros, centímetros e até mesmo em milímetros, segundos e seus décimos o que os torna portentosos aliados ou temíveis adversários nas provas atléticas, quando uma fração de segundo ou de centímetro pode decidir um campeonato mundial ou um recorde.
Por tudo isso, o universo do esporte promove um efeito de pausa. Um tempo de feriado, desligamento ou descontinuidade com a sofreguidão exigida pela lógica da família, do trabalho, do lucro e do consumo. Se o objetivo do trabalho é enriquecer a sociedade, o alvo do esporte é muito mais difícil de estabelecer. Tudo indica que o esporte tem um lado instrumental ou prático que permite “fazer” coisas e, como uma indústria cultural, promover riqueza; mas ele realiza isso por meio de um poderoso eixo expressivo ou simbólico que fala do modo como nós dramatizamos o mundo e a vida. Daí essas associações abertas com a felicidade, a diversão, a vitória e a alegria! No nosso caso brasileiro, o esporte trás para este mundo católico, aristocrático e hierarquizado, valores descobertos pela modernidade protestante como a felicidade, a competição, a vitória, a disciplina e a força. Assim sendo, a felicidade passa a ser uma possibilidade concreta desta vida e não de um Paraíso situado num outro mundo para o qual nem todos são destinados. Mas é preciso acentuar que nem por isso o esporte está divorciado da sociedade que o inventou. Sua função no mundo moderno tem uma ligação íntima com dois aspectos fundamentais da vida burguesa.
O esporte fala do modo como nós dramatizamos o mundo e a vida
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Só o esporte pode reunir num mesmo campo simbólico tantos valores da modernidade
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O primeiro, reitero, é a disciplina das massas que o esporte adota e reafirma, quando exige que todos cheguem aos estádios em horas certas, pagando corretamente as entradas dentro de uma lógica contratual e capitalista clara. O segundo é a sua ligação estrutural com a idéia de saber ganhar e perder, do chamado fair-play, que faz com que a vitória perca o seu caráter de triunfo absoluto, ao mesmo tempo que esvazia o componente de desonra da derrota. É essa aceitação de uma alternância entre fracasso e êxito, essa banalização da perda, do mau desempenho e da má sorte, bem como a não sacralização do êxito e do campeão que faz de todos jogadores iguais em oportunidades e estabelece a igualdade como um elemento ideal da competição e do jogo. Não foi, então, por mero acaso que o esporte como um domínio social (e como uma “indústria cultural”) tenha surgido com o advento da sociedade industrial de massa e, posteriormente, de mídia justamente na velha Inglaterra inventora da Revolução Industrial. Este sistema que hoje tem a hegemonia planetária, operando através do mercado, do dinheiro, da possibilidade de compra e venda de trabalho e de uma massa humana urbana socializada capaz de acatar as leis que – repito– valem, como assevera o credo burguês (e o esporte reitera!), para todos.
Tudo se passa como se esse credo tivesse um duplo movimento. Se, de um lado, ele aparentemente ficava mais simples, reduzindo todas as suas dimensões sociais à lógica unidimensional e plana do mercado; de outro, esse mesmo mercado, sendo também socialmente fabricado ou construído, engendra campos insuspeitos como o do esporte que traz à tona dimensões esquecidas, ligadas a uma sociabilidade aparentada da magia que faz parte, como mostra a pesquisa, dessa poderosa constelação de valores que vai da alegria para o saber ganhar e perder, passando pela competição altamente regrada, pela diversão, pela experiência da vitória e da felicidade, pela força, garra e disciplina. Só o esporte pode reunir num mesmo campo simbólico tantos valores da modernidade. Com o esporte, a brasa do ressentimento e do ódio, tão comum nas disputas tradicionais que sempre degeneravam em conflitos, pode ser sublimada satisfatoriamente pela estrutura do sistema de disputa que se concretiza pelo planejamento obrigatório de novos confrontos, de tal modo que o perdedor de hoje pode vir a ser o campeão de amanhã. Vê-se então como esporte moderno substitui um sistema competitivo dualista, no qual apenas cabia derrota ou vitória sem remissão ou futuro, por um outro no qual os
“retornos”, os “segundo turnos” e as “revanches” são parte constitutiva da própria competição, moldando os conflitos e tornando as perdas e os ganhos eventos transitórios e não mais fatos determinantes e definitivos. Com isso, as dissensões decorrentes das disputas são não apenas institucionalizados, mas programadas, planejadas e transformadas num elemento constitutivo da própria atividade esportiva. Antigamente, quando os homens perdiam, eles selavam o seu fim ou lavavam a honra num jogo de vida ou morte, por exemplo, nos duelos. Hoje, no final de um campeonato, vemos os perdedores e ganhadores trocando suas camisas, como a reafirmar a separação entre o jogo (que foi ganho ou perdido) e o jogador obediente às regras, sem o qual não há competição e que, como ser humano com outros papéis, independe da disputa. Isso mostra como o esporte é uma peça básica na internalização de uma mentalidade individualista e competitiva que, no mundo ocidental, passa como uma verdade natural, uma tendência inata ou um elemento impresso no nosso mapa genético. O velho Thomas Hobbes, jamais poderia imaginar que a sua abominável “luta de todos contra todos” seria usada como mina de ouro e como um chamariz para fazer com que mi-
lhões de pessoas não só concebessem o confronto como parte intrínseca da vida social e da natureza humana, mas com ele se divertissem, situando-o na sua esfera de consumo e lazer por meio de um universo social fechado como o do esporte.
O esporte é uma peça básica na internalização de uma mentalidade individualista e competitiva
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O Brasileiro e o Futebol
Por Roberto DaMatta
As respostas dadas a pergunta filtro são reveladoras. Todo brasileiro adulto “torce”, “tem” – ou “é” (de) um time de futebol. Essas formas de associação de indivíduos com algo maior e mais inclusivo – o “time” ou o “clube”–, que na maioria dos casos existia antes de seu nascimento e vai continuar depois de sua morte (isso que é, de fato, o miolo do que se chama de identidade), expressas no Brasil pelos verbos “torcer” (enroscar-se, contorce-se de ansiedade; pular e esticar-se de prazer); “ter” (possuir e ser obrigado a cuidar, defender e honrar); e “ser” como na formula padrão, revelam as gradações usadas quando o torcedor deseja acentuar seus elos com o seu time em certos contextos. O fato é que todas elas vão além de uma associação de mera simpatia ou apoio amplo, deixando ver um modo critico de relacionamento que o futebol proporciona no caso do Brasil. Uma ligação que faz com que o “fan”, ultrapasse o sentido original da palavra (que vêm do inglês “fanatic”) e passe a significar também vitoria ou derrota; orgulho ou vergonha, de acordo com o desempenho do seu time; seja uma pro-
va de castigo ou de justiça divina ou humana e, talvez ainda mais importante, experimente de modo concreto e emocional, a igualdade porque, como vimos acima, o esporte se baseia no desempenho e não na cor da pele ou no nome de família. Ele idealizada a disputa, o conflito e a competição. É uma “guerra”, na qual ninguém pode ferir ou matar. Contém ciclos que promovem “descidas” e “subidas”, mas dos quais ninguém deve falir ou ser excluído. O que importa é “saber jogar” seguindo as normas. A presença majoritária do futebol como dimensão de identidade aumenta de modo significativo no desdobramento da indagação básica quando se descobre que 82% acompanham o “futebol” diariamente. Ou seja: no Brasil, futebol é um poderoso indexador social. É um registro crítico e certamente imprescindível da identidade individual e um modo básico e positivo de atuação no mundo social como cidadão. A associação com um time de futebol, a participação no mundo por meio do futebol é absolutamente majoritária na população brasileira. Ela equivale à participação religiosa e,
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“ter um time” é – para os homens – uma “obrigação”, situando um dos poucos campos de escolha e definição individual livre entre nós
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sem dúvida, deixa para trás o compromisso político e talvez o econômico. As pessoas fazem pelos seus times o que jamais fariam por seus partidos políticos ou pelo local onde trabalham. Ademais, trata-se de uma identificação positiva, fundada em critérios de escolha abertos e sempre legítimos. Entre os homens a escolha do time está fortemente ligada à construção da masculinidade, pois é clara a correlação entre juventude e identidade como torcedor com algum time. O numero sai de 65 para 52% quando, nesta área, passamos do universo masculino para o feminino! Ademais, quando a variável idade está presente, descobrimos que a escolha dos times (ou clubes) ocorre no período da adolescência (e certamente antes disso), sendo constante nas mais diversas classes sociais. Isso mostra que frequentemente a descoberta do time de futebol é feita na primeira infância e não conduz a nenhum tipo de constrangimento, a nenhuma forma de repressão ou condenação. Muito pelo contrário, “ter um time” é – para os homens – uma “obrigação”, situando um dos poucos campos de escolha e definição individual livre entre nós que, normalmente, não nos livramos jamais de nossas famílias, segmentos sociais, bairros e sexo! De fato, se 65% dos pesquisados “têm” um time e se nada se pagam ou se fazem para tê-lo, esse pertencer é absolutamente simbólico e fun-
dado em razões pessoais ou íntimas. Diferentemente das escolhas sexuais, de idade, educação, aparência, nome de família, residência, profissionais e, sobretudo, políticas, que seguem critérios rígidos e inescapáveis, a opção pelo time de futebol conduz a elos no máximo jocosos ou de gozação, jamais a atitudes de desprezo, preconceito, condenação ou agressão aberta. Se há, entre nós, um “direito”, no sentido de exercer uma liberdade positiva, – uma liberdade para fazer e ser alguma coisa livremente – esse direito está relacionado ao que chamamos de “torcer” para um time de futebol. A participação no mundo é realizada por meio de papéis sociais que nos são dados pelo grupo e que são desempenhados obrigatória ou facultativamente em alguns momentos ou estágios de nossa vida. Na infância, somos obrigados a ser filhos, irmãos, netos, primos e parentes; ao crescermos, escolhemos outros papéis que nos conduzem à identificação com atividades e grupos mais inclusivos ou socialmente abrangentes. Viramos estudantes, membros de uma vizinhança ou turma, pertencemos a alguma faculdade e nos tornamos estudantes disso ou daquilo. Mas nesse espaço entre a família e o mundo mais inclusivo; na passagem do universo da casa para o da rua, o time que escolhemos ou que “viramos” é um papel absolutamente essencial.
De fato, somos coagidos a ter (e pertencer) a um time no final da primeira infância, pelos 10 anos de idade, em plena fase daquilo que Freud chamava de latência sexual – um estágio no qual a sexualidade não se manifesta abertamente – o que vai só vai ocorrer na adolescência. Não espanta, portanto, que um escritor como Nelson Rodrigues tenha acertado na mosca quando dizia que é mais fácil para um brasileiro mudar de sexo do que de time de futebol! A pesquisa mostra que ele está absolutamente correto, pois 95% dos entrevistados sempre torceram por um mesmo time! Ou seja, uma vez estabelecido o elo, o futebol tem sido um veículo social de construção de identidades sociais estáveis. Muito mais permanentes do que a de regimes políticos, leis, moeda e partidos. É surpreendente acentuar que passamos de democracia liberal à ditadura militar, mudamos muitas vezes a moeda, mas os times de futebol permaneceram, como as comidas nacionais, os almoços de domingo e a música popular, os mesmos! Mais. O futebol conduz a uma lealdade desconhecida em qualquer outra esfera da vida, pois apenas 3% mudam de time e apenas 4% são novos torcedores. Se há, como de fato existe, simpatia por um segundo time, esse time não é bem um clube, é a “seleção” que representa ou expressa à síntese de todos os times de
futebol do Brasil! E mesmo assim os números não chegam a 50%! No Brasil, para tornar-se uma pessoa – um ser socialmente reconhecido, aceito e atuante com alguma reputação, auto-estima e prestígio – é preciso definir-se em termos de sexo, idade e time de futebol! É o que mostra conclusivamente o baixíssimo numero de pessoas (1%) que torcem por um segundo time de fora do país. Tal dado é revelador de como o futebol tem um peso e uma expressividade determinante na sociedade brasileira, em função de relacionamentos dos torcedores de um time com os outros, pois os times formam um sistema complexo: uma rede na qual se podem cultivar, definir e inserir formas de masculinidade, de igualdade, de “raça” e vigor (“garra”) que formam a constelação do nosso futebol. É por meio do futebol e por sua associação com essa atividade, que os brasileiros atuam no e sobre o mundo e o descobrem como algo maior e mais inclusivo do que suas casas e famílias, suas ruas e bairros. Com e por meio do futebol, eles se sentem livres das obrigações definidas como sendo de sangue, índole, moralidade e religiosas que, no mundo da casa e da família, leva-os a um conjunto de gestos e atitudes obrigatórias. Não escolhem se podem ou não ir ao aniversário do avô
No Brasil, para tornar-se aceito e atuante com alguma reputação, autoestima e prestígio é preciso definirse em termos de sexo, idade e time de futebol!
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A identidade futebolística se realiza na disputa e na competição regrada e igualitária
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ou ao casamento da prima, mas – em geral nos primeiros contatos com mais autonomia com os amigos – eles se vêm forçados a escolher livremente um time de futebol. Qual é o seu time? Ou, você tem um time? Essa indagação crítica porque classificatória, conduz a uma escolha absoluta e total, algo que ocorre muito raramente na vida de qualquer brasileiro de ambos os sexos. Na pesquisa, isso surge claramente, pois apenas 12% torcem para os times dos pais. Numa sociedade na qual os laços de família são perpétuos e inquebrantáveis, esse número indica um grau enorme de independência facultado pelo futebol que permite abrir um espaço para escolhas individuais, dentro de um ambiente como a casa, no qual não se permite aos seus membros nenhum isolamento e autonomia. Ademais, e diferentemente das outras identidades que podem ser vistas como negativas e assim reativadas, pois se sou mulato, pobre, feio, homem, velho, menino e até mesmo riquinho e branco posso ser discriminado em algum contexto, o futebol manifesta-se em situações competitivas e de confronto (e conflito), mas de um conflito liberal ou igualitário! Ou seja: controlado por regras e no qual todos os disputantes têm as mesmas oportunidades. Em jogos ou pelejas (e não em brigas e disputas) nas quais as normas de atuação dos times são definidas com anterioridade e assim internalizadas por todos os disputantes.
Em tal sistema, embora Flamengo e Corinthians sejam os dois mais amados times do Brasil, com 22 e 17% das torcidas respectivamente, isso não significa que os outros times deixem de ter importância, pois sem eles não poderia haver disputa e, sem campeonato, o torcedor não poderia reafirmar seu amor pelos grandes times, reconstruindo todo o quadro competitivo novamente. De modo notavelmente diverso do que ocorre com os partidos políticos que mudam de nome, fundem-se e somem do espectro eleitoral, revelando como é fraca a nossa competição político-partidária, no futebol, tirando os dois grande times, todos os outros têm uma impressionante expressão igualitária, variando de 11 para 3% a sua torcida. Isso revela como o torcedor de futebol exprime a igualdade do campo esportivo pois num nível profundo ele sabe que não pode haver o grande sem o pequeno, nem o campeão sem o lanterna. Todos são essenciais para o campo social e simbólico constituído pelo futebol. Enquanto no mundo “real” (do trabalho e do “aqui e agora”, o universo da realidade), as coisas tendem a ser fixas e hierarquizadas – pois cada qual tem (e sabe) o seu lugar – na identidade futebolística e esportiva, vive-se num universo profundamente diferente. Nele, os times são fixos, mas suas posições entre si
cambiantes, pois cada partida (ou jogo, como falamos no Brasil), produz um vencedor e um perdedor e uma nova constelação ou estrutura. O campeão pode terminar o novo torneio em terceiro ou quinto lugar e o “lanterninha” do velho campeonato, em primeiro. No mundo real tudo muda, mas as pessoas e grupos permanecem sempre na mesma posição. Quando há um confronto social ou político, sabemos que o resultado vai beneficiar o grande, o poderoso ou o mais bem relacionado. Mas não é assim no confronto esportivo onde as pessoas do “povo”, os que têm times e acompanham as partidas de futebol, sabem que nenhum clube pode ser eternamente vencedor, do mesmo modo que têm certeza de que o mérito da vitória não pode depender de decisões fora do campo de disputa como é frequente na vida política. A identidade futebolística se realiza na disputa e na competição regrada e igualitária. Isso abre a porta para um enorme potencial de igualitarismo. De fato, todos torcem para o time de sua preferência; ganha o melhor; a melhor vitória é a mais honesta; o adversário não é um inimigo a ser eliminado, mas vencido. Vencer não é esmagar ou destruir; e perder não equivale a morrer ou perder a honra. A vitória é sempre contextual e temporária, ela resulta numa estratificação passageira, não numa rede hierárquica definitiva.
Esse tipo de dinâmica tem consequências para índices de rejeição e para o uso do time como veículo de propaganda de alguma marca ou produto. Por alguns motivos: 1. Porque não se pode, como na política e na vida, realizar coalizações no futebol. 2. Porque não se pode trair ou cometer adultério futebolístico: ou seja, torcer (ou amar) dois times ao mesmo tempo. 3. Os índices de “recall” são aparentemente englobados ou estão subordinados à camisa do time. O simbolismo da camisa, como emblema, jamais ultrapassa o do patrocinador. Se ele ficar colado ao patrocinador, o time só projeta o patrocinador se vencer sempre. O que o torcedor sabe ser impossível, como revelam os índices de rejeição que curiosamente não seguem a popularidade. Ou seja, quanto mais populares e com mais torcida, maior a rejeição. O que significa isso? A pesquisa dos hábitos de consumo revela que nos últimos seis meses, os itens mais comprados foram as camisas ou uniformes do time do torcedor. Algo esperado num universo marcado por escolha livre e apaixonada (sem coerção de grupo ou relação social) e pelo tipo de vestimenta. A camisa engloba, reveste, cobre uma parte central importante do corpo (o tronco) dos torcedores. O lugar do coração e do pulmão, esses dois órgãos mobilizados quando torcemos pelos nossos times são cobertos pela camisa.
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Noto que o escudo ou emblema do time cobre o coração e fica no seu lugar. Observo ainda que quando um jogador faz um gol, ele comemora pegando o emblema da sua camisa, que é mostrada enfaticamente ao publico, revelando a profunda identificação entre o seu coração e o time para qual joga. “Vestir a camisa”, um termo usado em muitos contextos da vida brasileira, significa ser leal a uma organização, seja ela um time, uma amizade ou uma empresa. Talvez o único rival deste item seja a chuteira, da qual resultou a famosa fórmula: “a pátria em chuteiras”, criada por Nelson Rodrigues para se referir a como o selecionado brasileiro representava concretamente o Brasil como um todo quando jogava contra um time estrangeiro. Neste sentido preciso e básico, a camisa do time é o símbolo mais importante de adesão incondicional a um todo maior do que si mesmo. 4. Quero salientar que tudo isso é somente possível porque o futebol e o esporte em geral são atividades igualitárias e que para o seu funcionamento requerem um ambiente estruturalmente igualitário. Deste ponto de vista, os índices de rejeição (que trazem à tona um mundo rigidamente ordenado), compensam a popularidade. Os campeonatos em série tendem a ser compensados por rejeições ou exigências de vitória, como ocorre com o selecionado brasilei-
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ro e ocorreu com outros times que, por serem muito bons, eram obrigados por suas torcidas a ganhar sempre. A pressão para ganhar desequilibrava o time fazendo-o perder ou, no mínimo, mostrando aos seus torcedores que seus jogadores eram mortais. Penso que é significativo que, mesmo um time com uma torcida avassaladora, como a do Corinthians, apenas 39% lembrem o nome de um patrocinador. 5. Isso se encaixa com o que dissemos acima e com o que surge no quadro da parte “O Esporte na Prática”, pois ali fica óbvio o elo entre esporte e amizade. Ou seja, é precisamente no campo igualitário da amizade e da igualdade – e não do parentesco e de ambientes hierarquizados, nos quais os papéis sociais são mais bem definidos – que o esporte é, digamos, “praticado” e “vivido”. O esporte, deste modo, relaciona-se a ambientes de alta energia competitiva, nos quais é livre a piada, a gozação contra o outro por meio do time que ele torce e a sua eventual subordinação quando ocorre uma derrota. O esporte liga-se obviamente ao “lazer”, mas trata-se de um lazer ativo e comprometido, quase obrigatório, pois ele não pode ser apreciado sem nervosismo, sem expectativa, sem mobilização emocional – numa palavra: sem “torcida”, como acontece no caso da praia, do cinema, do teatro ou das compras em geral.
Num filme, se o herói morre no final, ficamos tristes. Mas ao acender das luzes, estamos recuperados. No futebol, porém, quando nosso time perde o campeonato, a tristeza nos acompanha e marca tanto a nossa alma quanto a dos jogadores e a do time para o qual torcemos. A identidade com o time promove cicatrizes e feridas. Isso explica o desequilíbrio entre o futebol e os outros esportes no Brasil. Entre nós, o futebol não é apenas apreciado e visto, mas praticado, lido, teorizado, politizado e, diria eu, transformado em religião. Por meio do futebol, o brasileiro adquire uma visão de mundo, uma perspectiva total da vida. Em todos os países, há uma equação entre futebol e disciplina, treinamento, pratica, talento e infortúnio. No Brasil, entretanto, o futebol é um modo de ler o mundo e expressa-lo. A vida é como um futebol e o futebol é como vida. Nada mais expressivo do que saber pela nossa pesquisa que simplesmente 58% dizem que o futebol “é a cara do brasileiro” e, como tal, ele congrega todo e qualquer sujeito que o pratique com o devido talento, independentemente de sua cor, classe social ou nível de instrução. Neste sentido, entende-se porque esse esporte inventado pelos imperialistas ingleses e importado por meninos ricos e grã-finos teve essa intensa difusão no Brasil. É que o futebol não é somente um assunto “presente” (ou ausente) na vida nacional. Devido à nossa perícia em praticá-lo,
ele tem essa arrebatadora presença em todos os espaços públicos igualitários (bares, praças, ruas, restaurantes) e até mesmo na sala de visitas das casas, quando transforma esses locais em zonas compostas de cidadãos- -futebolistas, tirando-os dos papéis de mãe, pai, filhos e irmãos. É que por meio do futebol o talento e o desempenho substituem o nome de família, a cor da pele, a posição social e o cargo. Ora, é justamente a profundidade e o inusitado dessa transformação que constitui boa parte daquilo que é o centro das discussões sobre o futebol entre nós. No Brasil, o futebol não é falado ou analisado, mas discutido com o coração porque ele promove uma imediata identificação com o saber jogar e com processos de ascensão social, bem como com o enriquecimento, todos independentes dos velhos apadrinhamentos, dos imorais familismos e dos companheirismos partidários cujas bases são sempre pessoais e anti-igualitárias. Ou seja: valem para aquela pessoa, mas não para todas como é o caso do talento futebolístico. Se, então, o futebol suscita aceitações tais como: ele é a cara do brasileiro (58%), uma inesperada adesão a ascensão social pelo talento (49%), pelo desempenho (42%), pela civilidade na disputa (os adversários são companheiros e podem ser amigos, não precisam ser eliminados ou presos) 29%; e pasmemos
Por meio do futebol, o brasileiro adquire uma visão de mundo, uma perspectiva total da vida
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todos, uma revolucionária aceitação pelo cumprimento das regras, repetida e reiterada positivamente na pesquisa, é porque o futebol é vivido como um extraordinário instrumento de promoção de igualitarismo; de justiça (vence o melhor e não o mais poderoso ou com a melhor posição social); e de vitória (o talento conta, mesmo numa sociedade construída contra ele). Se o meu time vence, eu sou vitorioso com ele; daí a minha euforia. O que essa pesquisa demonstra é um gigantesco e desconhecido poder que o esporte e, dentro deste campo, o futebol com grande destaque, exerce na sociedade brasileira. O desafio está em buscar como tal poder pode ser transferido ou sublimado para outras áreas do sistema, promovendo não apenas mais comercialização, mas sobretudo uma cidadania mais consciente e a construção de espaços públicos mais democráticos. Por tudo isso, termos no horizonte o poder de sediar a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos representa uma oportunidade de ouro para mostrar o Brasil para o mundo. Um Brasil mais organizado e mais potente.
Jardim Ubá, 10-17 de fevereiro – Carnaval – de 2010
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