Ano 3 | Edição 4 | Janeiro e Fevereiro de 2013
R$ 9,90
Veja nesta edição como a 25ª edição do Show Rural COOPAVEL promove a difusão de tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais.
ECONOMIA
Endividamento agrícola ultrapassa os R$ 400 bi.
PECUÁRIA
25º Show Rural
PURUNÃ: Uma nova raça de gado fomenta a pecuária brasileira
AGRICULTURA
Valor da produção de soja deve passar dos R$ 100 bilhões em 2013.
A vitrine do agronegócio para o Brasil e para o mundo
Conheça o novo site:
www.condor.agr.br
Empresa parceira do Show Rural COOPAVEL 2013
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Presenรงa lado a lado no Show Rural COOPAVEL 2013
Foto: Assessoria de imprensa do Show Rural COOPAVEL | Fotografo: Miguel Marcon | Arte: rafaelrizzato.com
Editorial • Informação é essencial em qualquer profissão Quando o assunto é investimento, os consumidores se pautam pela qualidade dos produtos ou serviços oferecidos. Sendo assim, a revista Paraná Rural, traz a combinação perfeita de informação juntamente com possibilidades de ótimos negócios para o agricultor e o pecuarista que visam o melhoramento na sua área de atuação. A perfeição é o resultado da coordenação através da sabedoria mais o comprometimento das pessoas, cada uma com suas características e funções bem definidas, é que dão a forma incondicional ao conjunto que é o Show Rural COOPAVEL. É sempre um desafio reconhecer os lançamentos de mercado que vão de fato fazer a diferença na produtividade. Nossos entrevistados apresentam modelos de tecnologias que proporcionam satisfação ao produtor, à população e ao meio ambiente. Mostramos a produtividade e os resultados. Temos também nessa edição uma raça de gado, NOVA, criada no Paraná, conhecida como Purunã, uma fusão de raças que gera maior precocidade no ganho de peso e velocidade no crescimento de bezerros com um abate mais rápido. Mostramos também nessa edição muitas matéria ligadas a agricultura de precisão, como no evento “Dia de Campo da PLANTAR”, buscando assim informar ao leitor todos os aspéctos que estão em evidência no mundo rural. Boa leitura! A Direção
• Capa Este ano estamos comemorando 25 anos de Show Rural COOPAVEL. O evento vem contribuindo para a melhoria da produção no campo, bem como para o agribusiness nacional, sendo referencia mundial. Organizado pela COOPAVEL, reúne num só local, as mais diferentes informações sobre como produzir mais, com melhor qualidade. As tecnologias de ultima geração são apresentadas por pesquisadores, técnicoseespecialistasdecadaárea,abordamtodasasculturaseproduçõesdocampo.Na área de 72 hectares, agricultores/associados encontram alternativas para superar as dificuldades do campo. O grande número de informações, a organização e a beleza do local dão a ideia de um passeio agradável e atrativo para toda família. Desde 1989, a COOPAVEL vem promovendo um encontro técnico para transmitir aos agricultores novas fórmulas de produção agropecuária, acompanhando a evolução do agronegócio. A coordenação, bem como toda a equipe de suporte uniu forças, entusiasmo e vontade de vencer para que tudo se desenvolvesse, e chegasse à dimensão de ser não apenas um evento local ou nacional, mas o maior e melhor evento da agropecuária, sendo que sua dimensão não tem fronteiras. Tornou-se um evento de renome internacional. É a grande oportunidade de mostrar com orgulho o cooperativismo brasileiro aos outros países, que saem daqui deslumbrados com a sua organização e dimensão. Nossa estrutura conta com entrada gratuita, estacionamento, praças para descanso, ruas cobertas e asfaltadas, restaurante, água potável em todo o Parque, banheiros, trabalho especial com jardinagem. Tudo montado em um ambiente limpo e acolhedor, agradável e encantador. Tudo isso faz do Show Rural COOPAVEL a vitrine do agronegócio para o Brasil e para o mundo. Rogério Rizzardi. Coordenador Geral Show Rural COOPAVEL
REVISTA PARANÁ RURAL CNPJ: 15.454.495/0001-04
Endereço: R. Carlos de Carvalho, 4078 - 1º andar Centro, Cascavel - PR, CEP 85810-080
DIREÇÃO GERAL
»»Geraldo L. Ribeiro Neto (Ravena) »»Mauro Silva
DIREÇÃO TÉCNICA
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DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
»»Sérgio Fernando Salvador Sanderson
DIREÇÃO DE ARTE
»»Rafael Rizzato Ribeiro» Acesse: rafaelrizzato.com
COLABORADORES
»»Claudia D. Reinke »»BRF »»Zoomnews »»Assessoria de Imprensa COOPAVEL »»Paulo Edison M. Santos »»Mônica Bidese »»MAPA »»Claudivan Santiago
Tiragem desta edição: 10.000 exemplares
Expediente »»Revista Ciência e Biotecnologia. »»Jurandir Melado »»Rubens A. Miranda »»João Carlos Garcia »»Paulo E. M. Santos »»Carlos Mota »»Gustavo Saltoncios »»Renato C. Pascoal »»Jornal de Londrina
DEPARTAMENTO COMERCIAL
»»Mauro Silva » Telefones: (45) 3223-1919 | 9909-9998» maurosilva@revistaparanarural.com.br
ASSESSORIA JURÍDICA
»»Dr. Guilherme J. C. da Silva »»Dr. Alexandre Ramos
ASSESSORIA CONTÁBIL »»Bonfim Contabilidade
Conteúdo 1º Caderno
50 | Produtos veterinários vão
6 | 25º Show Rural Coopavel 18 | Receita da BRF chega a R$
Agricultura
7,2 bilhões no 3º trimestre
20 | Mercado externo e consumo interno vão garantir crescimento do setor agropecuário em 2013
precisar de receita
55 | Rentabilidade da safrinha de milho: balanço de 2012
60 | “Apostei no Show Rural e
hoje sou um produtor satisfeito...”
24 | Embrapa e Líder Mundial
64 | Valor da produção de soja
28 | Recuperação de nascen-
66 | COMIL:
30 | Grupo discute mape-
dores
na produção de Fertilizantes assinam convênio tes fica próxima a 7 mil no Brasil
amentos territoriais para a elaboração de estratégias
31 | Nelson Padovani se consolida como importante liderança do setor rural brasileiro
33ª Expovel Pecuária
38 | Clonagem animal 42 | Manejo Sustentável de Pastagens: O que evitar e como fazer?
46 | Purunã:
Uma nova raça para o Brasil
pode chegar a R$ 104,3 bilhões em 2013 Inovação total em silos e seca-
68 | Cresce o volume das exportações de frutas
70 | Pragas na Cultura da Soja: Percevejos
Avicultura
76 | Avicultura no Brasil Tecnologia
82 | Venda de máquinas volta a crescer
Equinos
86 | O seu haras passo-a-passo
»»Sugestões de Pauta: redacao@revistaparanarural.com.br
1º Caderno 25º Show Rural Coopavel
Investimento total em conhecimento para o homem do campo.
Tecnologia, inovação e prática em cinco dias de feira, o sexto, o agricultor realiza em sua propriedade.
• Por: Claudia Daiane Reinke e Wilson Maejima Claudia Daiane Reinke Marketing Show Rural COOPAVEL
Criado em 1989, o Show Rural COOPAVEL, surgiu como um dia de campo com o propósito diferente dos eventos do Agronegócio. O formato lembra uma feira técnica de novas tecnologias para a o agronegócio, a Farm Progress Show, que é realizada nos Estados Unidos da América. O Show Rural COOPAVEL, completa 25 anos de existência
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e será realizado de 4 a 8 de Fevereiro de 2013. O atendimento ao público tem inicio às 8h e encerra às 18h. Está situado na BR 277 – Km 577 há 13 quilômetros da região central de Cascavel, no Paraná. A entrada e o estacionamento no parque tecnológico da COOPAVEL são gratuitos, o evento conta com sete mil vagas disponíveis para os veículos dos expositores e visitantes. A infraestrutura recebeu novos investimentos e melhorias, entre elas mais uma rua coberta com extensão de 685 metros, completando assim, os 5 mil metros de ruas cobertas, ampliação do asfalto,
melhoria no auditório utilizado pelos expositores para realização de palestras, entrevistas e coletivas, reforma dos sanitários e o quarto pavilhão para as indústrias de equipamentos e exposição de tecnologia. Outra novidade para quem participar do Show Rural COOPAVEL, é a Área de Lanches, com espaço para servir 400 pessoas ela foi criada para atender quem chega muito cedo à feira e quer tomar um café da manhã ou para quem ficar até fim do dia e quer fazer um lanche no meio da tarde. São seis tipos de salgados: misto quente, pastel e esfira de carne moída, de
frango será coxinha, trouxinha, pastel folhado. Para beber o ambiente oferece refrigerante, água, café e café com leite, no parque não é permitida a comercialização e o consumo de bebida alcoólica. Para o período do almoço a feira oferece um restaurante com capacidade para quatro mil pessoas e que em 2012 serviu em média 20 mil refeições por dia. Com uma área de 72 hectares, da edição de 2012 o Show Rural COOPAVEL recebeu nos cinco dias, 198 mil visitantes e 400 expositores, com a venda de stands encerrada em 2013 o evento terá a participação
de 430 empresas nacionais e multinacionais, que esperam atender cerca de 200 mil visitantes do Brasil e do exterior. A expectativa de negócios para esta edição é que superem a marca de 1 bilhão de reais. Empresas que vão apresentar grandes novidades tecnológicas nas áreas de Biotecnologia, Genética, Máquinas e Equipamentos, mostrando para o produtor rural como é possível aproveitar as novas tecnologias para aumentar a produtividade e preservando o meio ambiente. “O Show Rural COOPAVEL, é uma vitrine para o produtor rural, pois durante a feira
ele tem uma visão global da tecnologia que é oferecida pelas empresas expositoras e assim ele consegue implantar em sua propriedade e cresce na produtividade”, explica o presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli. No setor de máquinas são 280 expositores, de todas as marcas, cada vez mais versáteis e aperfeiçoadas, que impulsionam o trabalho, com elevado desempenho e maior comodidade. “Todas elas apresentam detalhes que agregam valor às lavouras, do plantio à colheita e até o transporte das safras” afirma Rizzardi. Segundo ele, em 2013 estarão á
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Paraná Rural
mostra no evento 53 modelos de colheitadeiras, 195 modelos de tratores, 232 modelos de plantadeiras, 116 modelos de pulverizadores, 945 modelos de implementos agrícolas e muitos outros acessórios para todos os modelos e marcas de máquinas. Muitos utilizam a feira para fazer o lançamento dos seus produtos e oferecem oportunidades de negócios com condições especiais. Para os avicultores, as empresas estão inovando e irão realizar treinamentos com equipamentos e materiais com composição de alta tecnologia. Um dos atrativos será o aviário simulado, com os equipamentos de climatização disponível para o produtor avaliar. As novidades nacionais e importadas têm como objetivo melhorar as condições climáticas proporcionando bem estar nos animais que aumentando a produtividade. A tradicional Missa será realizada no domingo, dia 3 de Fevereiro às 10h15 com transmissão ao vivo pela CATVE, afiliada da Tv Cultura. A celebração será presidida pelo excelentíssimo Arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos e excelentíssimo arcebispo emérito da Arquidiocese de Cascavel, Dom Lúcio Ignácio Baungaertne. Para o presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli, a Santa Missa é o momento de agradecer a Deus o trabalho já realizado e pedir a proteção para os dias durante a feira. Todos os anos algo que encanta os visitantes é o paisagismo do Show Rural COOPAVEL, o colorido das flores dá um toque todo especial a
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quem passa. “As cores sempre nos provocam algum tipo de reação, vindo das flores é bem difícil ficarmos indiferentes a tantos tons, texturas e perfumes. São simplesmente surpreendentes, basta observá-las com um pouco mais de atenção e realmente constatamos que é uma obra de Deus”, afirma a responsável pela técnica do paisagismo do parque tecnológico, a Engenheira Agrônoma da Emater Vania Rejane Baratto. Para o coordenador geral do Show Rural COOPAVEL, o Engenheiro Agrônomo Rogério Rizzardi, ele vê o paisagismo do parque uma maneira de encantar o visitante, uma forma de criar meios para que a pessoa possa se sentir acolhida. Dessa maneira a mente fica livre para absorver e aumentar o aprendizado com as informações que receberá durante a feira. Durante o período do evento, alguns expositores visitaram as estruturas do Show Rural COOPAVEL e foram recebidos pelo presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli, alinhando os detalhes da participação na feira. O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA, Celso Casale e o Assessor de Assuntos Institucionais da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA, Francisco Matturro, visitaram o Show Rural COOPAVEL e a alinharam com o presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli, a participação das suas empresas no evento. O Gerente de Mercado de
Curitiba do Banco do Brasil, Pablo Ricoldy e o Superintendente Regional de Varejo, o Sr. Dirceu Luiz Tessaro, participaram de uma reunião com o Presidente Dilvo para acertar os últimos detalhes do Show Rural COOPAVEL - 25 Anos. Na oportunidade confirmaram que o Banco do Brasil vai disponibilizar 1 bilhão de reais em linhas de créditos e financiamentos aos produtores que fizerem seus negócios durante a feira. Através do Superintendente Regional do Banco Santander, José Luiz Corcini, o Santander quer uma aproximação maior com o produtor rural e a feira possibilita esse contato. Confirmou que terão linhas de crédito com taxas diferenciadas para os produtores que fizerem seus investimentos durante o Show Rural COOPAVEL . Além de associações e bancos a coordenação do Show Rural COOPAVEL, recebeu o vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, Maurício Russomanno, seus diretores e engenheiros Agrônomos da BASF da região Sul, que visitaram a estrutura do Parque Tecnológico para conhecer e verificar a montagem do seu estande. “Eventos como o Show Rural COOPAVEL tem um papel muito importante para divulgar e consolidar novas tecnologias e soluções sustentáveis para toda cadeia agrícola, principalmente ao agricultor. Além de novos serviços, conceitos e transferência de conhecimento”, Maurício Russomanno, vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil.
Entrevistas »»Excelentíssimo Arcebispo de Cascavel Dom Mauro
Quando tomei posse, como Arcebispo Metropolitano de Cascavel, no dia 25 de Janeiro de 2008, no dia seguinte fui visitar os preparativos do Show Rural COOPAVEL, com o Exmo. Sr. Núncio Apostólico no Brasil, que veio empossar-me. Assumi com Dom Lúcio e a Direção da COOPAVEL, que sempre reservaria a data para celebrar a Santa Missa de abertura do Show Rural COOPAVEL . Vejo como algo grandioso, pois Deus é imprescindível para todos nós. Sem Deus, perdemos o sentido de viver e de lutar, por isso, como Arcebispo, fico muito feliz em ver tantas pessoas simples, lideranças políticas, cooperados, agricultores, pecuaristas, etc. participando da Santa Missa com muita devoção, afirma o Excelentíssimo Arcebispo de Cascavel Dom Mauro. »»Eng. Agronômo Rogério Rizzardi: Coordenador Geral Show Rural COOPAVEL
Estamos muito felizes, este ano comemoramos 25 anos de Show Rural Coopavel e como todos os anos anteriores este não é diferente, durante os 12 meses, uma excelente equipe se desdobra em dedicação para que no início de fevereiro tenhamos esta grande obra de arte. Tudo é realizado com planejamento, com estratégia, dentro de uma visão dinâmica e com muita organização, tendo um especial cuidado na limpeza, e um enorme carinho com o paisagismo, zelo com a estrutura e o atendimento para com todos aqueles que nos procuram até chegarmos à negociação com o expositor. É feito com muita dedicação, com programação, respeito e acima de tudo com amor, e quando você realiza algo com amor, você supera qualquer obstáculo, vence as dificuldades e defende com garra seus objetivos. Este ano, contamos com 430 expositores, com órgãos de pesquisa e empresas nacionais e multinacionais que geram as tecnologias para o agronegócio. Enfim, o nosso foco é oferecer as mais diversas tecnologias e formas de como o agricultor deve assimilar estas informações para aplicar na sua propriedade. Todos os anos inovamos para que se torne mais didático, focalizando sempre no desenvolvimento para o produtor rural ter maiores oportunidades e compreensão. Fica evidente que, se quisermos atender as necessidades de alimentação do mundo temos que realizar um trabalho dedicado ao aumento da produtividade. Com o setor do
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Paraná Rural
agronegócio mais solidificado aprimoramos o lado empresarial, conduzindo de forma sustentável, respeitando o meio ambiente e sempre buscando melhores resultados. As pessoas que aqui estão trabalhando, na maioria das vezes nem demonstram o seu cansaço, porque é visível em cada um, o desejo que este evento brilhe, e que todos que aqui vierem, sintam não apenas a beleza da natureza e da organização, mais acima de tudo o carinho e o amor que cada pessoa deixa impressa em toda a dimensão do evento, e esta é a marca maior a prova de como tudo é realizado. Podem ter certeza que todas estas pessoas se sentem felizes ao verem tantos visitantes das mais diversas nacionalidades se deslumbrando diante de tanta beleza e tecnologias. Neste sentido, é importante a participação de toda a sociedade de Cascavel para cada vez mais nos unirmos, abrirmos a cabeça, darmos as mãos, e continuarmos demonstrando não só para a nossa região a grande importância deste evento, pois o nosso SHOW RURAL COOPAVEL não leva apenas o nome da Coopavel, de Cascavel, do Paraná, mas sim, abre as portas do Brasil para o mundo. Como mensagem final eu digo o seguinte: sentimonos com o coração em festa. Pois ao comemorarmos estes 25 anos, estamos prontos, preparados para recebermos mais de 200 mil visitantes em um ambiente criado para motiva-los, para tirarem suas duvidas, se fortalecerem, realizem excelentes negócios
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e com certeza todos saíram daqui com ideias inovadoras e em breve estarão colhendo muitos e bons resultados. Desejo que tenhamos sucesso e que todos alcancem os seus almejados objetivos. »»Engenheiro Agronômo: M.SC Jorge Luiz Knebel - Gerente do Show Rural COOPAVEL
Para a realização do Show Rural COOPAVEL uma equipe é mantida durante todo o ano, toda a parte do campo que fica disponível para visitação, é trabalhada com um ano de antecedência. São culturas adequadas para o desenvolvimento antes do inverno, por isso é preciso um tempo de preparo dos campos que serão demonstrados aos agricultores durante o evento. Tudo feito com cuidado e qualidade para que os canteiros apresentem um máximo de potencial de produtividade. O próprio visitante exige a exibição de novidades. Inclusive o visual da feira tem tem sido renovado, para que ele não encontre a mesmice, e principalmente quanto as inovações tecnológicas e informações geradas por entidades como EMBRAPA, IAPAR, COODETEC e outras entidades de pesquisas privadas, que criam novas variedades, novos cultivares,
materiais genéticos mais produtivos, com maior potencial, explica o gerente do Show Rural COOPAVEL, Jorge Luiz Knebel. Graças ao Show Rural COOPAVEL e eventos desta natureza, podem ser apresentadas e transferidas as mãos dos nossos produtores rurais com maior velocidade, por exemplo as variedades de soja, milho que foram recentemente desenvolvidas já estão aqui para serem mostradas aos agricultores, uma grande vantagem é ter acesso as estas novas tecnologias, acesso as máquinas e aos equipamentos que estão disponíveis no mercado. Todos os anos as empresas melhoram a sua infraestrutura em tecnologia, no potencial genético das plantas e nos animais. São equipamentos que facilitam a criação de suínos, o aviário, a mecanização e automatização para suprir a escassez cada vez maior da mão de obra, a precisão das máquinas de plantio e colheita que evitam as perdas no campo, tudo isso são mostrados e demonstrados durante a realização da feira. A nossa expectativa para este ano é a melhor possível, com muitas coisas boas e novas para serem vistas, com muita diversificação de novidades para os agropecuaristas que nos visitarão, todas as áreas e segmentos agrícolas relacionadas estarão aqui disponíveis para melhorar a vida do agricultor. A EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO
»»José Rodrigues da Costa Neto: Coordenador de campo
Estamos na 25 ª edição do Show Rural COOPAVEL, já alguns anos nós trabalhamos com a integração dos funcionários das montadoras. Realizamos treinamentos sobre segurança do trabalho, cuidado com o parque e com as máquinas, com a qualidade do trabalho. O ano de 2012 foram realizadas 120 integrações com a participação de 1500 pessoas e nenhum acidente foi registrado do período de montagem até o fim da feira. Isto é uma grande satisfação para nós, é o resultado do nosso trabalho, que mostra o comprometimento da nossa equipe, nesses encontros falamos sobre cuidados com eletricidade, ressaltamos tópicos das normas, e nos colocamos inteiramente a disposição dos montadores e expositores. São quatro pilares que sustentam esse evento um deles é a equipe da COOPAVEL, a outra são as MONTADORAS, os EXPOSITORES, fortes parceiros que fazem o espetáculo acontecer, e finalmente o pilar que é representado pelo PÚBLICO. Se um destes pilares enfraquecer com certeza o evento não fará o sucesso que tem feito nos anos anteriores afirma José Rodrigues da Costa Neto,
Coordenador de Campo. »»Marcelo Fabiano Dariva - Coordenador operacional do Parque
Marcelo Fabiano Dariva, Coordenador Operacional do Parque Tecnológico COOPAVEL, é uma das 100 pessoas que trabalha no Show Rural COOPAVEL durante todo o ano. Suas atividades iniciam com o acompanhamento das empresas que utilizam os espaços para plantar e apresentar seus cultivos durante a feira. Ele coordena os processos de limpeza, as construções, as modificações que são realizadas no parque e na construção de novas obras. Marcelo explica que a limpeza das ruas, o abastecimento de água e a coleta de lixo, que tem um papel fundamental, que é a separação de todos os resíduos do parque, também são de sua responsabilidade. É seu dever administrar e resolver qualquer problema na estrutura física do Show Rural COOPAVEL. Com uma equipe de aproximadamente 70 pessoas durante o ano, Dariva explica que no mês de janeiro número dobra, já que eles acompanham a montagem e desmontagem da feira. “O cronograma esta de acordo com o previsto, muita coisa que utilizamos agora é guardada para o próximo ano. Como os
transformadores de energia elétrica, as coberturas das ruas, os bebedouros, os guardasóis, os bancos utilizados nas áreas de descanso, assim os preparativos do próximo evento já começam logo após o último dia do Show Rural COOPAVEL, afirma Dariva. »»Eng. Agrônoma da EMATER Vania Rejane Baratto
As cores sempre nos provocam algum tipo de reação, vindo das flores é bem difícil ficarmos indiferentes a tantos tons, texturas, perfumes. São simplesmente surpreendentes, basta observá-las com um pouco mais de atenção e realmente constatamos que a obra de Deus é divina também com as flores. Aqui no Show Rural COOPAVEL, esbanjamos no colorido e na quantidade de flores, e tudo para deixar o visitante com vontade de retornar no próximo ano para apreciar as novidades tecnológicas e os coloridos dos jardins. Para comemorar os 25 Anos desta grande história foram produzidas no total 350 mil mudas de flores de sálvia vermelha, azul, tagetes mix, tagetões amarelo e laranja, celosia, dálias, onze horas, petúnias, alisson e flox. As quantidades de cada espécie variam a cada ano conforme
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Paraná Rural
a necessidade do projeto. Na 25ª Edição do Show Rural COOPAVEL a predominância será do vermelho, uma cor vibrante, contrastando com o amarelo, uma cor quente. E não menos importante temos os tons do rosa claro ao rosa pink passando pelo lilás das petúnias e flox, isso suaviza o efeito contrastante das sálvias vermelhas e das tagetes. O mirante, um dos pontos mais procurados pelo visitante, apresenta com a bandeira do Brasil tremulando envolvida pelo nosso mapa, em um afetuoso abraço. As cores da bandeira são realçadas pelo contraste da salvia vemelha e azul com as tagetes amarelas usadas no mapa. Para ter a noção exata deste belo jardim temático e uma visão geral do parque só subindo os 92 degraus do mirante do evento. Mas toda esta beleza não acontece do dia para noite, é preciso ter tudo planejado, com quantidades, datas, custos, prazos e o mais importante, uma equipe comprometida com o sucesso do trabalho. Esta equipe conta 12 funcionários fixos do viveiro. Todos atuam sob a coordenação de Silvestre Pietroski, sob a orientação técnica da Engenhara Agrônoma da Emater, Vania Rejane Baratto. »»Silvestre Pietroski Responsável pelo viveiro
O nosso trabalho esta diretamente ligado com o paisagismo do Show Rural COOPAVEL, é a produção de mudas, o plantio das sementes, a colocação no campo e a manutenção das flores e folhagem existentes no parque. São produzidas cerca de 450 mil mudas com espécies variadas. Todo o plantio das flores, dos coqueiros, das folhagens e de todas as plantas quer seja em vasos ou nos canteiros, são feitas pela equipe que trabalha todo o ano para cultivar e cuidar dos jardins do parque. Trabalho há 15 anos no viveiro e acho que é a melhor coisa que existe, nossa equipe é composta por 12 pessoas, somos nós que preparamos os jardins distribuídos pelo Show Rural COOPAVEL, desde o preparo do solo, para receber a “plantinha” e depois a manutenção. Todo ano esperamos ser melhor que o outro, mesmo nesse visual que já é maravilhoso”, explica o Responsável Viveiro, Silvestre Pietroski. »»Silvio Edison Mattos Coordenador da enfermaria
Durante a realização da feira contamos com a ajuda de vários profissionais da saúde para a segurança, teremos a parceria de várias estruturas entre elas hospitais, dentro do parque três ambulâncias, uma UTI móvel. O hospital Salete, a
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UOPECAN, a UNIMED e a brigada de Corpo de Bombeiros de Cascavel, são nossos grandes parceiros durante todos os dias do evento. »»Rogério Aver - Gerente de tecnologia
O Show Rural COOPAVEL 25 anos conta com a colaboração de todos os setores da COOPAVEL Cooperativa Agroindustrial para sua realização, dentre estes, o setor de informática, o qual provê a infraestrutura e profissionais de tecnologia durante todo o evento. O setor mantém equipamentos destinados a organização, segurança e divulgação do evento, dando destaque a sala de imprensa, onde o evento recebe profissionais de comunicação de várias partes do país e do mundo. Sendo uma iniciativa inovadora realizada pela primeira vez no ano de 2003, a estrutura de tecnologia destinada aos profissionais de comunicação veio sofrendo alterações de acordo com as tecnologias apresentadas a cada novo evento. Se por um lado, os equipamentos portáteis pessoais eram pouco difundidos e o uso dos equipamentos disponibilizados pela organização do evento supriam as necessidades naquela época, hoje o cenário encontrado é bem diferente, sendo que a maioria dos profissionais de comunicação
utilizam equipamentos próprios e muitas vezes de tecnologias diferentes tornando a infraestrutura de comunicação uma peça chave como ferramenta ágil de trabalho, temos que prover acesso a internet a todos os tipos de dispositivos, explica Rogério Aver, Gerente de Tecnologia. »»Adriana Cristina Gomes: Coordenação Administrativa
No dia 2 de Janeiro iniciase o período de montagem dos estandes. As montadoras chegam, recepcionamos os funcionários, conferimos as documentações que são exigidas por lei e pela coordenação do Show Rural COOPAVEL, como ART emitido pelo CREA, os projetos dos estandes e as autorizações de montagem são verificadas. Após conferir os documentos todos são encaminhados para um treinamento sobre os procedimentos de segurança do trabalho e as orientações do local onde serão montadas as estruturas dos expositores. Segundo Adriana, na metade do mês de Janeiro, conforme cronograma é o momento de receber as máquinas mais pesadas, que finaliza o acabamento dos estandes. Quando falta, ou não é apresentado algum documento, nós
orientamos e damos um prazo para o encaminhamento. Com o auxílio da internet fica tudo muito mais fácil, viabiliza a chegada dos documentos antes da liberação dos estandes. Nós trabalhamos durante todo o ano para realizar este evento”, explica Adriana Cristina Gomes, Coordenadora Administrativa. »»João Debrair da Silva – Eletricista
Aqui no Show Rural COOPAVEL, temos uma equipe de cinco eletricistas fazendo a manutenção e a partir do mês de outubro são contratados mais pessoas para iniciar a instalação dos transformadores, esses são retirados no fim da feira e guardados. Hoje o parque conta com redes de baixa e alta tensão. As de baixa foram instaladas todas subterrâneas, antigamente quando as redes eram aéreas, tínhamos acidentes com as máquinas, pois derrubava a rede e gerava alguns incômodos. Com o sistema subterrâneo esses problemas foram resolvidos. João Debrair da Silva, eletricista do parque, afirma que todas as preventivas já estão prontas e se Deus quiser, tudo sairá de acordo com o previsto.
»»Marisangela Biasi Rodrigues Pinto Coordenação restaurante e aerea de lanches
A área de lanches é uma inovação no evento, esperamos servir em torno de 35 mil lanches, o local é especifico para servir lanches. Serão seis tipos de salgados: os folheados, as trouxinhas, as esfirras, os pastéis assados e fritos e os mistos quentes. Para beber vamos servir café, leite e refrigerantes. Nossa área de lanches fica a duas quadras acima do restaurante onde pretendemos atender cerca de cem mil refeições. No restaurante temos o consumo de quatro toneladas de arroz, três toneladas de feijão, quinze toneladas de carne bovina e de frango, duas toneladas de macarrão, em torno de duas toneladas de verduras como tomate, cebola, alface, conservas e leguminosas, e aproximadamente duas toneladas de frutas, que nesse ano serão servidas em pedaços. O diferencial desse ano será a farofa, o arroz cremoso e o purê de batatas na media de uma tonelada. A equipe é composta de 250 pessoas, cozinheiros, churrasqueiros e auxiliares de cozinha, eles chegam às cinco horas da manhã para iniciar o preparo do almoço. “Trabalho na área de alimentação da COOPAVEL há sete anos, e
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Paraná Rural
todos os anos procuramos aprimorar o comprometimento da equipe, a responsabilidade e o amor pelo trabalho que é o nosso tempero, comenta a coordenadora do restaurante e da área de lanches, Marisangela Biasi Rodrigues Pinto. »»Elizeu dos Santos Associação da COOPAVEL Respónsavel pelas bebidas
Nossa equipe é composta de quinze monitores, noventa e oito pessoas terceirizadas e mais quinze pessoas da COOPAVEL, todos cuidam da limpeza da BR, dos jardins, das ruas, dos banheiros, um trabalho árduo que dura o dia inteiro. A responsável pela equipe da limpeza, Marisheila Aparecida dos Santos, informa que desde o dia 28 de Janeiro as equipes de limpeza já iniciam os trabalhos, de higienização dos banheiros, barracões e corredores. »»Presidente da COOPAVEL/Show Rural COOPAVEL - Dilvo Grolli
A Associação da COOPAVEL ampliou sua estrutura com caminhões e carretas estocando as bebidas, abastecendo vários pontos de consumo e o restaurante durante o almoço, também os expositores em seus estandes. De acordo com o responsável pelas bebidas do parque, Elizeu dos Santos, a expectativa de consumo é acima de 100 mil latinhas de refrigerantes e um consumo ainda maior de água que varia conforme a temperatura aumentar. »»Mary Sheila Aparecida dos Santos: Responsável pela limpeza O Show Rural COOPAVEL começou no ano de 1989, e tem como o objetivo principal levar até o produtor rural tudo que há de melhor em tecnologia, para aumentar a produtividade na sua lavoura, além disso, buscar o equilíbrio entre a produção e o meio ambiente. Quando começou em
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1989, era um evento pequeno com apenas 110 pessoas participantes e hoje temos um grande evento que recebe e atende mais de 190 mil pessoas. Hoje com 430 expositores esse evento ao longo destes 25 anos foi construído com muito carinho pela COOPAVEL com a participação de muitas pessoas que formaram uma equipe compromissada com a cooperativa e com Show Rural COOPAVEL . E estas pessoas colocaram dentro de sua aptidão profissional um ingrediente muito importante para qualquer sucesso, além do comprometimento criaram um grande amor a este evento, um sentimento e uma dedicação que podemos chamar de amor a causa. Para a construção deste evento, que se torna cada dia mais forte na equipe COOPAVEL, e observamos esse comprometimento e esse amor quando atendemos aos visitantes, os expositores como clientes da COOPAVEL, procuramos atender bem as pessoas porque em cada evento construímos uma ponte para o próximo. Segundo o presidente da COOPAVEL, Dilvo Grolli, neste ano a expectativa é muito boa porque temos tradição e um histórico que o agricultor e o pecuarista vê no evento para atualizar informações e melhorar a produtividade em sua propriedade rural. Primeiro, nós temos esta tradição; segundo, nós temos um bom momento da agricultura, da pecuária e do agronegócio brasileiro; e terceiro os produtores rurais são os administradores da
aplicação das novas tecnologias na sua propriedade que tem aumentado sua produtividade em 2% a 4% ao ano, produzindo mais no mesmo espaço de terra, este é o objetivo do Show Rural COOPAVEL, transferir e compartilhar com o nosso agricultor todas as novas tecnologias e novos conhecimentos. “Primeiro agradeço a DEUS por ter me dado esta oportunidade e a COOPAVEL de realizar e trabalhar neste grande evento que é o Show Rural COOPAVEL . Deixo aqui os meus agradecimentos a todas as pessoas e a toda Equipe COOPAVEL, a todos que vão trabalhar e que já trabalharam no Show Rural COOPAVEL, um grande agradecimento a DEUS
e a todos os companheiros que trabalham para a realização deste evento. E registrar a minha Fé que tenho com o futuro e as novas tecnologias para o aumento da produtividade e a minha esperança que o evento Show Rural COOPAVEL nos próximos 25 anos ira dobrar a produtividade da agricultura e da pecuária da região. E todos nós precisamos almejar coisas grandes e grandiosas para conseguirmos prosperidade para o homem do campo, para o homem da cidade, para as nossas famílias e para toda sociedade”, encerra o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
A EVOLUÇÃO DO
AGRONEGÓCIO
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1º Caderno
Como bombear água com economia usando uma invenção centenária
Bombear água para locais elevados sem usar energia elétrica ou combustível fóssil, com baixo custo e sem impacto ambiental parece impossível, mas não é. O carneiro hidráulico, equipamento capaz de fazer essa “mágica”, também não usa tecnologias avançadas – ele foi inventado em 1772 pelo inglês John Whitehurst e aperfeiçoado anos depois pelos irmãos franceses Montgolfier. O extensionista Carlos Airton Paganini, da Epagri/Escritório Municipal de Paraíso, pesquisa o equipamento há cerca de quatro anos. Ele fez algumas adaptações até chegar a um modelo barato, resistente e que exigisse pouca manutenção. Confeccionado com materiais simples como canos, adaptadores, válvulas e garrafa pet, o equipamento custa cerca de R$ 130 e pode ser instalado na propriedade pelo agricultor
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com o auxílio de um técnico. Para montar o sistema completo, já com as mangueiras, são gastos aproximadamente R$ 350. A manutenção é barata: a cada dois anos o produtor vai gastar cerca de R$ 15. Nos últimos anos, centenas dessas bombas foram instaladas no Estado com suporte técnico da Epagri, especialmente na região Oeste. “Os produtores utilizam o equipamento para levar água até o gado nas pastagens e também para irrigar culturas em estufas”, conta Paganini. Golpe de aríete O dispositivo também é chamado de aríete hidráulico por causa do fenômeno físico que provoca o seu funcionamento. Aríete é o nome de uma arma de guerra usada na Idade Média, constituída por uma tora de madeira com uma peça de
metal em forma de cabeça de carneiro na ponta. Ela era movida ritmicamente para frente e para trás pelos soldados para derrubar portões e muralhas de castelos. “A relação entre a arma e o aríete hidráulico vem do fato de que a arma era usada para dar golpes, e quando a água escoa por um cano e sofre uma interrupção brusca no fluxo, também acontece um golpe. Esse fenômeno hidráulico, que provoca um surto de pressão, é chamado de golpe de aríete”, explica Elcio Pedrão, extensionista do Escritório Municipal de Frei Rogério. Como funciona O funcionamento do carneiro hidráulico parece desafiar a lei da gravidade, mas é bem simples. O dispositivo é capaz de aproveitar o efeito do golpe de aríete para bombear a água.
Pela ação da gravidade, a água percorre um tubo de captação, chega até o aparelho e, quando atinge certa velocidade e pressão, uma válvula se fecha, interrompendo
bruscamente a entrada de água no equipamento. Essa interrupção abrupta do fluxo faz surgir o “golpe de aríete”, provocando um aumento de pressão no interior do dispositivo,
suficiente para enviar a água até um reservatório mais elevado. Como a água é impedida de retornar ao cano de alimentação, ela sai por outra válvula que se abre na sequência. “É um processo rápido de abertura e fechamento das válvulas, com ritmo sequencial, capaz de bombear a água a distâncias de 250, 300 metros”, explica Paganini. Mais informações: Extensionistas Carlos Airton Paganini/Epagri/Paraíso, pelo telefone (49) 3627 0202, e-mail paganini@epagri.sc.gov. br e/ou Elcio Pedrão/Epagri/ Frei Rogério, pelo telefone» (49) 3257 0045, e-mail elcio@ epagri.sc.gov.br.
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1º Caderno
Receita da BRF chega a R$ 7,2 bilhões no 3º trimestre • Fonte: BRF A receita líquida da BRF no terceiro trimestre somou R$ 7,2 bilhões, valor que representa crescimento de 14,3% ante o mesmo período do ano anterior. Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o aumento da receita foi de 5,1%, enquanto o resultado EBITDA atingiu 7,9% do faturamento líquido da companhia, chegando a R$ 565 milhões. Vale destacar que, durante o terceiro trimestre, a empresa cumpriu integralmente o acordo firmado com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), concluindo uma das etapas mais importantes do processo de fusão. E conforme esperado pela companhia, tais operações impactaram os resultados, também afetados pela conjuntura econômica mundial. Apesar desses fatores, as receitas alcançadas nos segmentos de atuação da BRF no 3º tri foram muito positivas, com evolução de 7,4% no mercado interno, 26% nas exportações, 4,8% em lácteos e 8% em food service. O volume de vendas registrou crescimento de 4,3%, totalizando 1,6 milhão de toneladas. A recomposição de preços amenizou parcialmente a pressão dos custos das principais matérias primas sobre as margens operacionais no 3º tri. Mas os reflexos ainda
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foram significativos, uma vez que os custos do milho, por exemplo, sofreram aumentos de até 26,3% no período ante o segundo trimestre desse ano. No trimestre, a margem EBITDA recuou 3,6 pontos percentuais. O lucro bruto totalizou R$ 1,5 bilhão, queda de 5%, e o lucro líquido foi de R$ 90,9 milhões, 75% inferior em relação ao terceiro trimestre de 2011. Durante o ano, foram lançados 283 produtos, contemplando ampliação do portfólio, reposicionamento de marcas e/ou categorias e agregação
de valor. No trimestre terceiro, os lançamentos somaram 115 produtos, assim distribuídos: Food Service – 18, mercado interno – 51; mercado externo – 31; segmento de lácteos – 15. Mercado interno As vendas no mercado interno atingiram R$ 3,1 bilhões no trimestre, 7,4% superior em relação ao exercício anterior. No acumulado do ano, as receitas totalizaram R$ 9 bilhões, com volumes praticamente estáveis.
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Mercado externo A receita com as exportações chegou a R$ 3,1 bilhões, crescimento de 26% ante o 3º tri de 2011. O destaque ficou para o Oriente Médio, onde a receita cresceu 46,5%. A despeito do cenário adverso -- maior oferta de suínos e aves registrada durante o ano em países importadores, além dos elevados custos dos grãos -- foram embarcadas 628,3 mil toneladas, volume 11,7% superior. No acumulado do ano, a receita evoluiu 12%, chegando a R$ 8,2 bilhões, e os volumes cresceram 10%, atingindo 1,85 milhão de toneladas. Lácteos No segmento de lácteos, o aumento da receita foi de 4,8%, totalizando R$ 692,3 milhões no 3º tri, enquanto no acumulado o crescimento foi de 6%, somando R$ 2 bilhões. A Batavo, marca do portfólio da empresa, é atualmente a terceira no mercado de iogurtes, com 10,9% de participação. Com o lançamento de Pedaços, iogurte com até dez vezes mais frutas que os similares, a marca cresceu 3,4 pontos na categoria copos entre abril e setembro deste ano (dados Nielsen). Esse desempenho demonstra o alinhamento da área de lácteos com a tendência de mercado de agregar valor aos seus produtos. Food Service No terceiro trimestre, a área de Food Service apresentou crescimento tanto em receita quanto em volume. As vendas ficaram 8% acima, atingindo R$ 354 milhões, enquanto os volumes aumentaram 2,6%. No acumulado do ano, os volumes cresceram 6% e a receita, 9%, chegando a R$ 1 milhão.
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1º Caderno
Mercado externo e consumo interno vão garantir crescimento do setor agropecuário em 2013 • Fonte: Zoomnews A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou que o consumo interno e o mercado externo vão garantir o crescimento do setor agropecuário em 2013. Segundo ela, o consumo interno deve crescer 3% em 2013. As previsões são positivas também para o mercado externo. “Apesar da crise, nós ainda estamos otimistas com relação à Ásia, em especial pelo crescimento da renda”, avaliou a senadora Kátia Abreu ao apresentar as perspectivas para a agropecuária em 2013 e o balanço de 2012. A expectativa é que a economia mundial cresça 2,9% em 2013, resultado superior ao verificado neste ano, quando o crescimento estimado é de 2,2%. Ela lembrou que o governo da China tem como metas incluir 500 milhões de pessoas na classe média até 2020 e urbanizar 300 milhões de pessoas até 2016. Além disso, a perspectiva é dobrar a renda per capita no país até 2020. Essas metas foram traçadas considerando que o foco será o de ampliar o consumo da população em detrimento dos investimentos em infraestrutura. “Quando as pessoas têm mais renda, elas se alimentam melhor”, afirmou a presidente
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da CNA. Ressaltou, também, a importância do comércio com os países árabes, impulsionado pelo crescimento econômico da região e suas limitações geográficas e climáticas à expansão da produção de alimentos. O bloco dos países árabes absorve 11% das exportações brasileiras do agronegócio e a expectativa é de crescimento. “O crescimento das receitas petrolíferas nesses países têm impulsionado a urbanização e a incorporação de novos contingentes populacionais à classe média. Esses fenômenos sociais, observados principalmente nas economias do Golfo Pérsico, tendem ampliar a demanda por alimentos, bebidas e fibras”, afirmou a senadora Kátia Abreu. Diante da importância do mercado árabe, a CNA solicitou
à ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, a criação do cargo de adido agrícola para os países árabes. O pedido foi atendido, contou a presidente da CNA. Segundo ela, o adido agrícola ficará em Dubai, nos Emirados Árabes. “Hoje são nove adidos, mas aos poucos este número de profissionais vai aumentar, para facilitar o trabalho dos diplomatas”, enfatizou a senadora. O Brasil conta com oito adidos agrícolas, que atuam nos Estados Unidos, Japão, China, Bélgica, Suíça, Rússia, Argentina e África do Sul. Apesar do cenário positivo, a senadora defendeu a conquista de novos mercados para os produtos do agronegócio brasileiro. Para ajudar o Brasil nesse desafio, a CNA passará a contar, a partir de hoje, com
um canal direto de comunicação com embaixadores e adidos agrícolas no exterior. A entidade lançou, hoje, o Portal de Inteligência Competitiva do Agro Brasileiro, que terá um espaço voltado à realização de webconferências com as autoridades responsáveis pelas negociações comerciais nas representações brasileiras no exterior. A presidente da entidade fez o primeiro contato utilizando a nova ferramenta com a embaixada brasileira em Washington (EUA) e ressaltou a importância dos adidos agrícolas na ampliação e diversificação da pauta comercial brasileira. Presente à coletiva, o subsecretário-geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Hadil da Rocha Viana, afirmou que o portal lançado pela CNA será “um instrumento de grande valia” para intensificar a abordagem do agronegócio no exterior, diante do peso do comércio dos
produtos do setor na pauta de exportações.
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1º Caderno
Embrapa e Líder Mundial na produção de Fertilizantes assinam convênio
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, e a Yara Internacional, maior empresa produtora de fertilizante do mundo, assinaram no dia 27 de Novembro, em Brasília, um convênio de cooperação científica visando desenvolver fertilizantes e boas práticas de seu uso em solos tropicais, com a visão de reduzir o impacto ambiental da utilização desses produtos. As primeiras ações dessa união preveem, para 2013, o levantamento do impacto ambiental do uso de fertilizantes nitrogenados, a partir de medidas das emissões de gases de efeito estufa (desde a produção do fertilizante até seu uso agrícola), e o desenvolvimento/ validação de tecnologias para a minimização desse impacto. “Uma parceria que deverá resultar em grande salto na tropicalização das tecnologias de fertilizantes e que poderá minimizar o impacto ambiental negativo da utilização desses produtos na agricultura sem esquecer a eficiência agronômica de sua utilização”, ressalta o Presidente da Embrapa,
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Maurício Lopes. Segundo o pesquisador José Carlos Polidoro, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), essa ação visa minimizar a “pegada de carbono” dos fertilizantes no Brasil, pois quanto menor for o impacto ambiental na produção de alimentos, maior será a aceitação do mercado internacional e menores serão as barreiras não tarifárias para os produtos agrícolas. São ações que visam também contribuir para o cumprimento das metas brasileiras de diminuição de emissão de gases de efeito estufa com a comunidade internacional, bem como contribuir para o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) do Mapa. Os benefícios da parceria Embrapa-Yara Internacional não param por aí. A capacitação de recursos humanos da Embrapa e de instituições de ensino e pesquisa parceiras em tecnologias de fertilizantes também merece destaque. Os treinamentos serão dados nos centros de pesquisa da Embrapa e da Yara International, localizados na sede da empresa, na Noruega, e na Alemanha. Em busca da tropicalização de fertilizantes O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, sendo que mais da metade do total desses produtos consumidos aqui são importados. Esse item representa
até 50% dos custos variáveis de produção das lavouras. No caso dos fertilizantes nitrogenados, grandes quantidades do nutriente que, aplicados no solo, podem ser perdidos para o ar na forma de gases chamados amônia e óxidos de nitrogênio ou para os mananciais de água na forma de nitrato, ambos produzidos a partir de reações da ureia no solo. Essas perdas acontecem porque as reações da ureia são rápidas em solos tropicais, o que não ocorre em solos de clima temperado. Não é de hoje que os pesquisadores estão preocupados com esse cenário. “Atualmente o aproveitamento do Nitrogênio (N) colocado no solo pelas plantas é muito baixo. A razão é que a maior parte dos adubos utilizados no Brasil não é desenvolvida para solos tropicais como os nossos. Para se ter uma ideia, até 50% da ureia – principal fertilizante nitrogenado utilizado nas lavouras brasileiras - quando aplicada no solo, pode ser perdida na forma desses gases. Além do prejuízo agronômico (econômico) um desses gases, o óxido nitroso, é um poderoso gás de efeito estufa, que pode causar grande impacto ambiental, comenta José Carlos Polidoro. Ele integra a Rede FertBrasil, uma iniciativa de pesquisa que congrega 138 pesquisadores e técnicos de 27 unidades
de pesquisa da Embrapa e 73 cientistas de outras instituições de pesquisa e extensão, sob a coordenação do pesquisador Vinícius Benites, da Embrapa Solos. “Trata-se de um trabalho de fôlego, iniciado há três anos e que já conseguiu resultados significativos para a agricultura brasileira”, enfatiza o presidente da Embrapa. “A Rede FertBrasil tem atuado na elaboração de políticas públicas, em apoio ao Governo Federal, para a implantação de um Plano Nacional de Fertilizantes para o Brasil, que visa incentivar a produção nacional de fertilizantes”, diz Lopes. Segundo informa, a Rede também tem organizado eventos técnicocientíficos, em parceria com os setores público e privado, a fim de incentivar a inovação tecnológica no setor de fertilizantes para a tropicalização de fertilizantes no País. Em outras palavras, os pesquisadores estão trabalhando para obter e validar tecnologias que tornem as reações da ureia mais lentas nos solos brasileiros, buscando desenvolvimento e validação de formulações de fertilizantes nitrogenados com uso de outras fontes de nitrogênio, minimizando as perdas do solo e maximizando sua utilização pelas plantas. Isso resultará em economia de fertilizantes nitrogenados na agricultura brasileira. Cenário preocupante
Segundo informações da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), o Brasil consumiu no ano passado 28.256.354 toneladas de fertilizante NPK. Para este ano a utilização desses nutrientes pode chegar a 29 milhões de toneladas, um recorde na utilização desses produtos, enfatiza Polidoro. No que diz respeito à importação, o pesquisador informa que em 2011 o Brasil importou 74% de todo o fertilizante consumido, sendo que nos fertilizantes nitrogenados as compras totalizaram 76%. Já quanto aos produtos fosfatados, foram importados 55% do total consumido nas lavouras. O maior volume de compras no exterior (94%) foi para os fertilizantes potássicos. Isso significa que o Brasil gasta em torno de US$ 6 bilhões ao ano com a compra desses produtos. Polidoro acredita que nada deve mudar este ano. Um quadro que, aliás, vem se formando nos últimos 10 anos, com um agravante: a participação
dos fertilizantes tem aumentado consideravelmente nos custos de produção das lavouras brasileiras. Nas culturas da soja e do milho, os fertilizantes já representam cerca de 30% a 45% dos custos. A indústria nacional de fertilizantes anunciou grandes investimentos em produção até 2017, medida de suma importância, que atenuará parte da nossa dependência por fertilizantes importados, mas a eficiência agronômica dos fertilizantes também tem que aumentar. Mais informações: »» Sobre a Embrapa:Sandra Zambudio – Mtb 939/80 »» Secretaria de Comunicação (Secom) »» Contatos: (61) 3448-4834 - sandra.zambudio@embrapa.br »» Sobre a FuturaGene »» Thiago Coletti | CDI Public Relations »» Contatos: (11) 3817-7915 thiago@cdicom.com.br
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1º Caderno
Recuperação de nascentes fica próxima a 7 mil no Brasil
Na propriedade do Sr. Valter a equipe Coopavel/Unicoop foi bem recebida. • Assessoria de Imprensa Coopavel • Por Paulo Edison Monteiro Santos Recuperação de nascentes fica próxima a 7 mil no Brasil O Projeto Água Viva da Coopavel/Unicoop concluiu mais um importante trabalho de proteção de nascentes, que busca proteger o meio ambiente visando preocupação com a humanidade na busca de uma melhor qualidade de vida. Na semana passada, através da Unicoop e com o engenheiro agrônomo Maicon, da filial de Espigão Azul, recuperaram mais duas nascentes na propriedade do Sr. Valter Troco, no município de Nova Aurora. Valter reside no centro de Cascavel e buscou o projeto
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na busca de melhorias em sua propriedade. Ele disse que “antes utilizava uma caixa de água para abastecer a sede em sua fazenda e agora com as nascentes recuperadas ele acredita ter melhores condições até mesmo de alimentar seus animais”. O projeto conta ainda, com o apoio dos produtores que cedem a mão de obra durante o trabalho de recuperação. Segundo a Unicoop, a participação de propriedades vizinhas na recuperação dessas nascentes é de fundamental importância. “O projeto pretende levar a cooperação entre os produtores, gerando benefícios na propriedade com melhoria na qualidade de vida das famílias”, ressaltou Sandra dos Santos, Gerente da
Unicoop/Coopavel. A gerente disse ainda que, “a ideia é que os produtores difundam essa ação, levando a conhecimento de outras propriedades, como desenvolver esse importante trabalho socioambiental”. O Projeto Água Viva busca melhorar a qualidade de vida dos produtores, tendo como principal objetivo a preservação ambiental, para isso a Coopavel, juntamente com a Syngenta, investem firmemente na busca de melhorias nesses dois sentidos. A aplicação do projeto, com a restauração da nascente é executada pelo responsável técnico, Pedro Josino Diesel, que já atua nesse trabalho
Equipe responsável pela recuperação da nascente, acompanhado do Gerente da filial de Espigão Azul, Gerson Debastiane e Gerente na Unicoop, Sandra Aparecida. desde setembro de 2004. O projeto foi desenvolvido pela Coopavel, em parceria com a Syngenta que já recuperou mais de 6,8 mil nascentes na área de atuação da cooperativa e em diversos estados brasileiros. “Incentivamos os produtores que usem os recursos disponíveis em suas propriedades, como material de potencial para a recuperação das nascentes”, explicou Diesel
– revelando que cada nascente pode ser recuperada com um tempo médio de um dia de trabalho, com o apoio dos moradores. Água A qualidade da água é importante, pois com a recuperação os riscos de aderir à doenças é zero – segundo informações da equipe técnica
que já se aproxima de 7 mil nascentes recuperadas em todo território brasileiro. A água trás também benefícios aos animais que ao consumir essa água geram retorno econômico para o produtor. Legenda fotos: Foto 2040 - Na propriedade do Sr. Valter a equipe Coopavel/Unicoop foi bem recebida. Foto 1992 - Equipe responsável pela recuperação da nascente, acompanhado do Gerente da filial de Espigão Azul, Gerson Debastiane e Gerente na Unicoop, Sandra Aparecida. www.revistaparanarural.com.br
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1º Caderno
Grupo discute mapeamentos territoriais para a elaboração de estratégias A partir dos estudos do NIT, serão feitos mapeamentos territoriais para a elaboração das estratégias • Por Mônica Bidese • MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), representantes de instituições públicas e privadas e demais parceiros participaram nesta manhã, na sede do Mapa, em Brasília, da 2ª Rodada do Ciclo de Palestras Núcleo de Inteligência Territorial (NIT). O evento promovido pelo Ministério e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência tem entre os objetivos usar conceitos estratégicos para elaborar programas e medidas para o setor agropecuário. Na programação, foram discutidos temas relacionados ao monitoramento por satélite, gestão territorial, possibilidades e perspectivas, além da contribuição da geotecnologia na prática de agricultura sustentável. Por meio dessas discussões, o Ministério espera traduzir o conhecimento hoje disponível ao nível do território em um sistema de suporte à decisão do agente público em benefício dos produtores rurais. Como principais resultados
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esperados, estão maior eficiência na alocação do crédito rural, intensificação da pecuária, diversificação da atividade agrícola, recuperação de pastagens degradas e zoneamento das oportunidades florestais, com consequente redução do risco e melhores possibilidades de garantia de renda. “O trabalho do núcleo é importante para dar o direcionamento ao agronegócio brasileiro”, disse o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, Derli Dossa. Mapeamentos territoriais A partir dos estudos do NIT, serão feitos mapeamentos territoriais para a elaboração das estratégias governamentais. Os primeiros resultados serão entregues no primeiro semestre de 2013 e utilizados para a elaboração do próximo Plano Agrícola e Pecuário, baseando ainda outras políticas como o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). A proposta é que as ações do Governo Federal sejam baseadas em investimentos que atuem melhor com as realidades locais. Entre as vantagens do
planejamento prévio está a melhoria da eficiência agrícola em direção à sustentabilidade. O conhecimento gerado pelo NIT permitirá, por exemplo, a criação de estratégias para otimizar o uso do solo, possibilitando melhor foco das políticas públicas, redução do risco e melhor alocação do crédito rural por meio de vantagens regionais. O núcleo ainda pretende acompanhar ações de desmatamento e o avanço da atividade agrícola no território nacional. O Núcleo de Inteligência Territorial (NIT) do Mapa foi criado oficialmente em 1º de novembro. A medida foi publicada por meio da Portaria nº 1.015, no Diário Oficial da União.
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A EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO
Nelson Padovani se consolida como importante liderança do setor rural brasileiro
Padovani poderá ampliar o crédito para 30 mil com juros de 2% • Por Claudivan Santiago Desde que iniciou seu trabalho parlamentar na Câmara Federal, em 2011, o deputado cascavelense Nelson Padovani tem conseguido sucessivas vitórias para os produtores rurais brasileiros, de modo especial aos paranaenses, de quem tem sido um porta-voz altivo. Relator da Subcomissão do Endividamento Rural e do projeto que discute a criação da Estrada Parque Caminho do Colono, no Parque do Iguaçu, ele é hoje um dos mais respeitados parlamentares da bancada ruralista, com atuação destacada em vários temas, como o novo Código Florestal Brasileiro - já em vigor, e a demarcação de terras indígenas, de quem é um crítico contumaz.
Na questão do endividamento, percorreu o país discutindo, por meio de audiências públicas, a realidade do setor em cada estado. O resultado prático desse trabalho pode ser medido pelas inúmeras medidas anunciadas pelo governo e aprovadas no Congresso, que tiveram início com a articulação do parlamentar. Ainda em novembro de 2011, após meses de debate, Padovani conseguiu que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovasse a criação de uma linha de crédito especial para a renegociação de dívidas dos agricultores familiares. A proposta do governo era conceder apenas um limite máximo de crédito de R$ 25 mil, sem prazo de carência, mas o deputado entrou na negociação e conseguiu ampliar esse teto para R$ 30 mil, com juros de 2% ao ano e prazo de carência de doze meses. Com isso, mais de 250 mil agricultores familiares foram beneficiados. Com a decisão, agricultores inadimplentes terão até o fim de fevereiro próximo para optar pela renegociação, e, assim, ter acesso ao Seguro Agrícola e ao Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar. MP 578 Em novembro passado, durante a discussão e votação da Medida Provisória 578, criada
para discutir o parcelamento das dívidas de estados e municípios com o Pasep, Padovani conseguiu aprovar a inclusão, também, das dívidas rurais inscritas na Dívida Ativa da União e as oriundas do Prodecer entre as passíveis de renegociação. O texto reabre o prazo estipulado na Lei 11.775/08, que acabou em junho de 2011. Com isso, os mutuários abrangidos por essa lei poderão contar com descontos para liquidação ou parcelamento até 31 de agosto de 2013, conforme havia sido proposto pelo deputado. “A renegociação das dívidas rurais é uma questão que precisa ser resolvida com a máxima urgência”, diz o parlamentar, acrescentando que o acréscimo feito na MP 578 irá beneficiar os produtores rurais de todo o País. Frota agrícola A mais recente conquista do deputado foi a prorrogação e a criação de novas taxas e condições do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para 2013, anunciadas pelo governo federal em dezembro último. Padovani vinha lutando pela manutenção da taxa de juros em 2,5% ao ano, ante o índice oficial de 5,5%. A taxa de 2,5% foi adotada pelo governo momentaneamente, como forma de estimulara a indústria. Ele chegou a se reunir com o
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Agropecuária (Adapar) para a ameaça de subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Napragas quarentenárias que limitam o comércio cional, Marcus Aucélio, para tratar da questão. interestadual de produtos cítricos. O engenheiro Antes, já havia conseguido aprovar na Comisagrônomo Marcílio Martins Araújo, gerente são de Agricultura um requerimento para dede sanidade vegetal da Adapar, disse que há bater o tema com o ministro Guido Mantega e possibilidade da expansão da Doença de Greening toda equipe econômica. Mas o governo cedeu, e (HLB), para regiões de citricultura com baixa anunciou a novidade. tecnologia como o Sudoeste e o Vale do Ribeira. Agora, as taxas de juros do programa serão O Paraná se destaca na produção de citros, de 3% ao ano no primeiro semestre de 2013 com 2,73% da produção nacional e apresenta e de 3,5% ao ano no segundo semestre. Para potencial de crescimento com a implantação de compra de tratores, colheitadeiras e implemenpomares de alta tecnologia nas regiões Norte e tos agrícolas, o prazo de financiamento será de Noroeste do Estado. Nessas regiões, a Doença até 120 meses, incluídos de 3 a 36 meses de de Greening vem causando grande impacto carência. Para peças e componentes de fabrientre os citricultores que estão erradicando as cação nacional e serviços tecnológicos, até 36 plantas quando percebem a presença da doença, meses, com carência a critério do BNDES. No conforme determina a legislação fitossanitária caso de ônibus, caminhões, chassis e carretas, nacional. “A preocupação é quando a doença 120 meses, incluídos 3 ou 6 meses de carência. se manifestar em regiões de baixa tecnologia, Ao todo, serão disponibilizados R$ 100 bilhões onde o impacto econômico será muito grande”, para o programa. alertou Araújo. O deputado Padovani é o autor da PEC (ProA Adapar orienta os produtores para que posta de Emenda Constitucional) e o projeto de comprem apenas mudas de citros sadias e lei nº 4740/12, que estabelece a posse indirecertificadas, fiscaliza o comércio de mudas, ta das terras indígenas por meio de concessão inibindo a venda por parte de vendedores pública. Os produtores interessados teriam um ambulantes e monitora a aplicação de prazo de até trinta anos para a exploração das agrotóxicos que combatem o vetor da doença terras com obrigação de pagar aos índios vinte (psilidios). Segundo Araújo, a proposta da porcento dos negócios praticados em suas terAdapar é intensificar a fiscalização com o ras. estabelecimento de barreiras volantes para Esse projeto está pronto para ser protocolaimpedir o trânsito ilegal de mudas clandestinas. dos no início do mês de fevereiro do presente E também contar com a colaboração de ano. responsáveis técnicos que são treinados pela agência para fazer a inspeção nos pomares Trabalho para verificação da evolução da doença e para a emissão de certificados fitossanitários de Consciente de seu papel na defesa dos inteorigem, mantendo a doença sobre controle no resses da agricultura no Congresso Nacional, Estado. Participaram da reunião do Conesa, o Nelson Padovani diz que as vitórias alcançadas secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, são fruto de um trabalho conjunto, do Parlameno diretor-presidente da Adapar, Luiz Inácio to, do governo, das entidades representativas do Kroetz, o presidente do Sindicarnes, Pericles setor e dos próprios produtores. “Isso significa Salazar, os representantes da Faep/Senar, Ronei que estamos no caminho certo. Tudo isso que Volpi e Antonio Poloni, o superintendente da conseguimos já é um avanço extraordinário. No Ocepar, Nelson Costa, o diretor presidente do caso específico do financiamento de máquinas Iapar, Florindo Dalberto, o diretor da Associação agrícolas, agora temos a real possibilidade de dos Engenheiros Agronômos do Paraná, Luiz renovação da nossa frota agrícola. Vamos contiAntonio Corrêa Lucchesi, entre outros membros. nuar trabalhando para ampliar os benefícios ao produtor”, conclui.
A EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO
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»»Perfuração em todos os tipos de solo. »»Limpeza e recuperaçao de poços. »»Elaboração de processo de solicitação de autorização de perfuração e de outorga de uso de poços tubulares profundos.
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1º Caderno
Técnica In Vitro de produção de embriões
A técnica de Fertilização in vitro (FIV), consiste basicamente em realizar a fecundação, ou seja, a união do gameta masculino (espermatozóide) e o gameta feminino (óvulo ou ovócito), em um ambiente de laboratório, totalmente controlado e com o objetivo de produzir embriões em larga escala e mais baratos. Trata-se da reprodução, em escala industrial, de animais de alta linhagem genética. Pela técnica, uma vaca pode ter seus óvulos fecundados semanalmente. No ciclo normal, uma vaca ovula a cada 21 dias, ou seja, está pronta para ser fertilizada. A FIV, acelera o ciclo reprodutivo animal, fazendo a maturação do óvulo ou oócito “in vitro”. Com a fertilização “in vitro”, um produtor poderá formar um plantel de 500 animais em gestação, em 60 dias, a partir de 30 vacas de alta linhagem, geradoras de óvulos de elevada capacidade genética. As vantagens da fertilização “in vitro” é que pode ser feita em bezerras, a partir de cinco meses, até a idade senil; ou logo após a morte do animal, retirando-se o ovário da vaca, ou ainda com esta prenhe.
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Vacas com problemas reprodutivos adquiridos podem se sujeitar ao programa e apenas uma amostra de sêmen tem capacidade de fecundar até 10 animais, economizando-se na aplicação do material genético. A ciência mais uma vez consegue copiar a natureza, fornecendo artificialmente condições semelhantes ao meio uterino materno para a formação de um ser vivo. Aspiração folicular É a coleta dos óvulos diretamente dos ovários da fêmea, com a utilização de uma sonda guiada por ultra-som. Os óvulos imaturos são levados ao laboratório para produção de embriões. Produção In Vitro A Produção In Vitro tem inicio com a aspiração folicular (OPU) para a retirada de oócitos imaturos, após seguem se as etapas: »» Maturação In Vitro (MIV): Maturação dos oócitos imaturos em estufa de cultivo por um período de 22 a 24 horas. »» Fertilização In Vitro (FIV): Fertilização dos oócitos
maturados com espermatozóides viáveis e previamente processados advindos de sêmen congelado de diferentes touros, este processo é realizado por um período de 12 à 18 horas em estufa de cultivo. »» Cultivo In Vitro (CIV): Cultivo dos possíveis zigotos em estufa de cultivo com meios especiais onde ocorrerá o desenvolvimento embrionário completo em um período de 7dias. Transferência de embriões As receptoras (barriga de aluguel), passam por protocolo de sincronização hormonal, com inicio 17 dias antes da Transferência Embrionária (inovulação), Onde se busca um ambiente uterino compatível com a idade do embrião produzido in vitro, para que ocorra a implantação. No dia da transferência embrionária, 8 dias após a aspiração folicular, são utilizadas as receptoras que responderam ao protocolo de sincronização, e que estiverem aptas a receber o embrião da doadora. Espera-se a taxa de prenhez de 40-50% para o sistema.
33ª Expovel
EXPOVEL 2012 FOI UM SUCESSO E PRESIDENTE GARANTE FESTA AINDA MAIOR EM 2013
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Pecuária Clonagem animal
• Fonte: Revista Ciência e Biotecnologia. A clonagem animal pode ser feita, basicamente, de duas formas: separando-se as células de um embrião em seu estágio inicial de multiplicação celular, ou pela substituição do núcleo de um óvulo por outro proveniente de uma célula de um indivíduo já existente (neste último caso utiliza-se a técnica de transferência nuclear, que segundo alguns especialistas não trata-se propriamente de clonagem. No entanto, como
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popularmente o termo tem se aplicado também a esta técnica, neste site não será feita essa distinção) A primeira forma, separação provocada das células de um embrião, produzirá novos indivíduos exatamente iguais, quanto ao patrimônio genético, porém diferentes de qualquer outro já existente. É um processo semelhante ao que ocorre na natureza quando são gerados gêmeos univitelinos, que têm origem a partir de um mesmo óvulo e de um mesmo
espermatozoide. Este tipo de procedimento já foi realizado, de forma experimental, com embriões humanos, em 1993, pelos pesquisadores norte-americanos Jerry Hall e Robert Stillman, da Universidade de George Washington, de Washington/EUA. A segunda forma, que reproduz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear, também denominada de duplicação, foi proposto, teoricamente, pelo
Prof. Hans Speman (1869 1941), em 1938. O Prof. Speman, biólogo alemão, ganhou o Prêmio Nobel de 1935 pelas suas contribuições no estudo da evolução dos seres vivos. O primeiro experimento com sucesso já foi realizado em 1952, pelos Drs. Robert Briggs e Thomas J. King, do Instituto Carnegie/Washington-EUA. Eles obtiveram os primeiros clones de rãs, por substituição de núcleos celulares. Durante muitos anos isto foi testado em diferentes espécies animais, especialmente mamíferos. O Prof. Ian Wilmut e seus colaboradores, do Roslin Institute, de Edimburgo/Escócia, associados a empresa PPL, realizaram em 1996, uma substituição do núcleo de um óvulo pelo de uma célula mamária proveniente de uma ovelha adulta. Esse processo é teoricamente simples mas, na prática, é muito difícil e delicado. Há duas diferenças básicas entre a clonagem induzida em animais feita a partir de células embrionárias e a realizada com células não reprodutivas. Os clones obtidos a partir de células embrionárias são limitados, pois cada ovo oferece somente de 8 a 16 células capazes de gerar embriões. Além disso, como o embrião clone derivou de um ovo, não se pode saber qual é o resultado final, pois ele é o produto de uma fecundação que contém uma combinação gênica desconhecida, que ainda não manifestou as suas características. Quanto aos clones obtidos a partir de células não reprodutivas, o resultado é certo, pois já se conhece o ser adulto que vai originar os clones. Neste caso,
pode ser feito um número ilimitado de cópias. Mais freqüente, a cópia de animais sob medida abre a perspectiva de curar doenças Prossegue a temporada de clones fabricados. Primeiro foi a ovelha Dolly, criada pelo embriologista Ian Wilmut nos laboratórios do Instituto Roslin, na Escócia. Em seguida vieram um par de macacos do Oregon, nos Estados Unidos, a vaquinha francesa Marguerite, que morreu alguns dias após o nascimento, os bezerros malhados Charlie e George e duas novilhas japonesas. A última novidade no campo da replicagem de animais foram 50 camundongos marrons, ou cinco gerações de clones, criados por pesquisadores da Universidade do Havaí. Os 17 meses transcorridos entre o anúncio do nascimento de Dolly - que, por sinal, já é mãe pelo método natural - e o dos ratos havaianos, 11dias atrás, consagraram a técnica de clonagem e alargaram os limites da ciência. Pesquisadores constroem cópias de animais a partir das células de suas matrizes e viram as costas à via normal de reprodução: a sexual. Logo após a revelação do nascimento dos ratinhos, a empresa PPL Therapeutics, que financiou as pesquisas do criador de Dolly, anunciou sua associação com a ProBio America, sócia da Universidade do Havaí. Estava de olho no futuro e lucrativo mercado que anima essa pesquisa a princípio bizarra, mas com propósitos bem definidos: a clonagem de porcos com genes de outras espécies introduzidos artificialmente em suas células, os
chamados transgênicos. Esses animais fariam o papel de uma fábrica viva de órgãos usados como substitutos dos órgãos humanos em transplantes, um filão do mercado mundial avaliado em US$ 6 bilhões por ano. Por enquanto, os xenotransplantes - transplantes de espécies “estrangeiras” - não são feitos por uma razão muito simples. Espécies diferentes não são compatíveis e, ao se misturar, podem favorecer o contágio de doenças ainda desconhecidas. Mas se prevê que, em breve, serão frequentes. A outra razão que move a criação desses animais também é econômica e não é nova. A PPL Therapeutics faz pesquisas com um rebanho de vacas, ovelhas e porcos transgênicos visando à produção de remédios para uso humano. É o caso de Polly, uma ovelha clonada que recebeu genes humanos. Quando ficar adulta, seu leite será rico em uma proteína usada para tratar fibrose cística e no fator coagulante 9, essencial no tratamento da hemofilia. Outras duas ovelhas transgênicas produzem o antioxidante EC-SOD, útil em transplantes e cirurgias cardíacas. Não é só: pesquisadores da Universidade do Colorado (EUA) transplantaram células clonadas de bois para o cérebro de ratos, obtendo sucesso no tratamento dos sintomas do mal de Parkinson nesses animais. Não há limites para os avanços que a medicina espera alcançar com os transgênicos. Acredita-se, por exemplo, que as pesquisas ajudarão a entender o processo de multiplicação de células doentes responsáveis pelo câncer.
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“Clones e transgênicos são o resultado de técnicas indissociáveis”, afirma o geneticista José Antonio Visintin, da Universidade de São Paulo. Enquanto os métodos de mutação genética produzem o animal com as características desejadas, a clonagem o multiplica. “É muito mais fácil fazer clones animais do que criar transgênicos”, afirma seu colega Rodolfo Rumpf, da Embrapa. Rumpf e Visintin competem amigavelmente na criação do primeiro clone brasileiro, um bovino da raça nelore. Neste caso, a clonagem será usada com outro objetivo econômico importante: o melhoramento genético dos rebanhos. Ela pode significar o rápido desenvolvimento de vacas capazes de produzir mais leite e carne mais saborosa. A clonagem também poderá ter um fim nobre: salvar espécies ameaçadas, como o urso-panda chinês, o tigre-de-bengala ou o mico-leão-dourado. “Um dos principais clientes da
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biotecnologia é a preservação genética de animais em via de extinção”, diz o pesquisador da Embrapa. Se a clonagem de animais é possível, por que não a de humanos? A pergunta é natural e já foi formulada por vários cientistas desde a vinda de Dolly ao mundo. O médico americano Richard Seed causou reação ao anunciar no final do ano passado, em um simpósio médico de Chicago, estar apto a fabricar clones humanos dentro de 18 meses. Seed não pôde levar sua proposta adiante, mesmo porque os Estados Unidos, como a maioria dos países, entre eles o Brasil, proibiram experiências com seres humanos. Não haverá clones humanos fazendo companhia a porcos, bois, ovelhas e camundongos. O simples bom senso impede que experiências desse tipo sejam realizadas.
Especializada em climatização de ambientes
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Manejo Sustentável de Pastagens: O que evitar e como fazer?
• Por Jurandir Melado* »» *Eng. Agrônomo, Professor da UFMT (aposentado), consultor e autor de livros sobre Manejo Sustentável de Pastagens. A pecuária brasileira alcançou nas últimas décadas junto com a relevância econômica, a incômoda fama de grande vilã do meio ambiente. Motivos para isso não faltaram! A pecuária foi preferentemente a atividade inicial em quase todas as frentes de abertura das fronteiras agrícolas. Com isso, granjeou a fama de destruidora das florestas e recentemente, de grande responsável pelo aquecimento global, por contribuir com o aumento da camada de gases de efeito estufa, originados principalmente na fase de derrubada e queima da
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floresta para a formação das pastagens. E o problema continua: com um manejo inadequado, as pastagens se degradam, resultando na redução da capacidade de suporte, gerando a demanda por desmatamentos de novas áreas para a manutenção ou ampliação da atividade. Áreas degradadas, com escassa cobertura vegetal se transformam em verdadeiros fornos e espelhos, absorvendo a radiação e devolvendo-a, ao espaço na forma de calor. Estabeleceu-se, principalmente, na Região Amazônica – um círculo vicioso cruel: desmatamento – formação de pastagens – pastagens mal manejadas – degradação e perda da capacidade – desmatamento
de novas áreas. Com isso, o Brasil conta hoje com um enorme estoque de áreas de pastagens degradadas e/ou subutilizadas que, em cálculos conservadores, somariam pelo menos, cerca de 100 milhões de hectares. A simples recuperação e a utilização adequada dessas pastagens degradadas, bastariam para dobrar a produção pecuária brasileira, sem a derrubada de mais nenhuma árvore. Com os naturais hábitos do pastejo seletivo e do caminhar constante, em regime de pastoreio contínuo em pastagens extensas, os bovinos se transformam em verdadeiros predadores da pastagem e na sequência, do solo e do meio ambiente. Mas a situação pode
ser diferente. Existe um sistema de manejo que promove a recuperação das pastagens, possibilita sua sustentabilidade, tendo também o efeito de multiplicar por três a produtividade (capacidade de suporte). Necessitando de áreas menores para a mesma produção pecuária, são disponibilizadas áreas para a recuperação ambiental de APPs e Reservas Legais e/ou utilização para outras atividades agrícolas. Está aí o caminho para a redenção da pecuária, livrando-a da pecha de vilã do meio ambiente. O que evitar ou substituir para evitar que as pastagens se degradem e tenham redução da produtividade? O pastoreio contínuo (na realidade a ausência de manejo!) e os vários tipos de pastoreio rotativo simples, realizado sem o necessário embasamento técnico-científico, são os manejos a serem evitados. Esses sistemas, em algumas situações, podem até satisfazer as necessidades do gado e do pasto, mas nunca ao mesmo tempo.Devemos evitar sistemas de manejo inadequados! No pastoreio contínuo, o gado promove desfolhas sucessivas da forrageira, não permitindo que ela alcance o clímax do crescimento vegetativo, reduzindo a produtividade. Com baixa lotação (poucos animais em áreas extensas) para o gado, não é um mau negócio, pois ele irá, sempre, colher as pontas do capim. Mas, para saúde e a produtividade do capim, será sempre péssimo, pois não permitirá o acúmulo de
reservas que garante uma rebrota vigorosa após o pastejo e o capim estará sempre sendo colhido antes de completar seu desenvolvimento. No sistema extensivo, o gado chega a caminhar 10 km por dia, compactando o solo, destruindo a pastagem com o pisoteio e gastando energia que poderia ser canalizada para a produção. Esse constante caminhar do gado cria trilhas que facilitam a movimentação das águas das chuvas, acelerando a erosão. Quanto ao pastoreio contínuo, somase o superpastejo (excesso de animais), como é comum acontecer, e a pastagem entra em degradação mais rapidamente, começando com a diminuição do porte das forrageiras (partes aéreas e raízes), a capacidade de suporte decresce progressivamente, aparecem as calvas (áreas descobertas) e a desertificação é o estágio final. Pode parecer um exagero ou dramatização, mais esse é o processo de formação da grande maioria dos desertos existentes no mundo! Quanto ao pastoreio rotativo simples, sua maior limitação é o número reduzido de piquetes ou parcelas, que não permite que, de modo simultâneo, o pasto tenha um período de repouso, longo o suficiente, para que possa atingir seu desenvolvimento ideal e um período de ocupação curto, de forma a impedir que o gado coma a brotação nova e pouco produtiva da forrageira. Os conceitos de repouso e ocupação constituem a base das duas principais “leis universais do pastoreio racional”, que serão explicitadas adiante.
Considero o desconhecimento dessas leis pelos produtores e técnicos que se dedicam à pecuária como o fator que mais concorre para a degradação e a baixa produtividade das pastagens. O que fazer para recuperar pastagens degradadas, tornando-as produtivas e sustentáveis? Se quisermos mudar algo, temos que fazer algo novo! Ou seja: mudasistema de manejo! Não tenho dúvida alguma que o melhor e mais perfeito sistema de manejo de herbívoros a campo, nos dias atuais, é o Pastoreio Racional Voisin (PRV ou Sistema Voisin). Estou convicto, também, que qualquer sistema que surgir no futuro que seja melhor que o PRV, será um aperfeiçoamento ou detalhamento. Este é o caso do sistema a que me dedico há mais de 20 anos que associa o Pastoreio Voisin com o Sistema Silvipastoril, conhecido por Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril. O que diferencia o Pastoreio Voisin do pastoreio rotativo simples: o PRV é conduzido com estrita observância às “Quatro Leis Universais do Pastoreio Racional” de André Voisin e o pastoreio rotativo simples, quase nunca! O que determinam, então, essas “Leis“ que fazem a diferença? A genialidade destas leis é que elas explicitam de forma clara, regras naturais e óbvias, mas nem sempre compreendidas a aplicadas, que atendem
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simultaneamente as necessidades do gado e das pastagens. Das quatro leis, as duas primeiras se preocupam em proteger o pasto e as outras são voltadas para os animais. São elas: »» 1. Lei do Repouso, ou primeira lei do pasto: Determina que, após cada utilização, a pastagem tenha um repouso suficientemente longo que possibilite à pastagem duas condições básicas: 1)- o acúmulo de reservas de nutrientes, nas raízes e partes baixas do caule, que possibilita um rápido início da rebrota e 2)- passar pelo período de maior crescimento diário de massa verde (labareda de crescimento); »» 2. Lei da Ocupação ou segunda lei do pasto: Impõe que o período de ocupação da pastagem seja suficientemente curto de forma a não permitir ao gado colher brotação nova do pasto surgida após a sua entrada na
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parcela. »» 3. Lei da Ajuda ou primeira lei dos animais: Recomenda que os animais com exigências nutricionais mais elevadas, recebam o alimento que necessita em quantidade e qualidade. »» 4. Lei dos Rendimentos Regulares ou segunda lei dos animais: Para que tenham rendimento regulares, seja em produção de leite ou ganho de peso, os animais não podem permanecer mais que três dias na mesma parcela de pasto. Os rendimentos serão máximos e regulares, se a permanência não for superior a um dia. O cumprimento das duas primeiras leis garante que a pastagem terá o máximo de sua produtividade potencial e se tornará sustentável. As outras proporcionam ao gado a alimentação que necessita para uma produção máxima e regular. Notem que só a última lei especifica valores fixos, já que
a duração dos períodos de repouso e de ocupação depende de especificidades referentes à época do ano, posição geográfica, índice pluviométrico, fertilidade do solo, etc., podendo variar caso a caso. Entre as inúmeras vantagens do PRV está a capacidade de elevar a fertilidade do solo. Isto ocorre pela “parcagem”, ou deposição de dejetos, que é grandemente ampliada pela intensificação. Façamos os cálculos: com a lotação de ½ UA/ha em pastoreio contínuo, teríamos por ha/dia, 20 kg de dejetos ou 7300 Kg/ha em um ano. Com o PRV, com 100 UA/ ha, teríamos 4000 kg em um dia de permanência do gado no piquete. Como o gado passa em média 8 dias/ano em cada piquete, teremos em 1 ano nada menos que 32.000 kg de dejetos a adubar as pastagens, em 8 “aplicações” distribuídas de forma homogênea. Quando se sabe que parte significativa dos nutrientes fornecidos no
sal mineral é eliminada pelo gado por meio dos dejetos, percebemos que, com o PRV, estamos, permanentemente, adubando nossos pastos. Manejo de Pastagem Ecológica – Sistema Voisin Silvipastoril, uma evolução do PRV No passado recente, a maioria dos técnicos ainda desaconselhavam a arborização das pastagens, alegando que as árvores competiriam com as forrageiras na utilização dos nutrientes disponíveis. A experiência, porém, mostrou que ao invés de disputar nutrientes com as forrageiras, as árvores são verdadeiras “bombas de adubação” retirando nutrientes de camadas profundas do solo e depositando-os na superfície através das folhas e galhos que caem. Existem inúmeras outras vantagens: sombreamento que melhora o conforto térmico e também resulta em maior produção animal, efeito quebravento que mantém a umidade e melhora do micro-clima, melhor equilíbrio ambiental, entre outras, além é claro, das possibilidades econômicas dos produtos, advindas da comercialização das próprias árvores. O Sistema Silvipastoril se tornou assim uma unanimidade. Porém, com todas as suas vantagens, as árvores não bastam para garantir a sustentabilidade de uma pastagem, que, mesmo assim, entrará em degradação se o manejo for inadequado. Porém, quando o Sistema Silvipastoril é associado ao sistema de Pastoreio Racional Voisin, chega-se a um
consórcio perfeito que agrega as necessidades básicas do gado, da pastagem e do solo: o Manejo de Pastagem Ecológica. Nesse sistema, a cooperação entre os três elementos é total e cada um tem um efeito positivo sobre os outros dois. A consequência é uma alta produtividade e bem estar animal aliado à evolução e sustentabilidade da pastagem e à preservação do meio ambiente. A experiência tem mostrado que uma pastagem qualquer, mesmo em severos estágios de degradação, pode ser convertida em uma Pastagem Ecológica no curso de poucos anos, com aplicação dos seguintes procedimentos: implantação de um projeto de Pastoreio Racional Voisin, arborização adequada, diversificação das forrageiras e exclusão de procedimentos inconvenientes, como as queimadas, o uso de adubos altamente solúveis e as roçadas sistemáticas. Como fazer a implantação do Manejo de Pastagem Ecológica? Considero o “como fazer” tão importante quanto “o que fazer”, pois muitas idéias brilhantes na teoria, fracassam na hora da prática por falta de habilidades específicas nos responsáveis pela elaboração e implementação dos projetos. Porém, só o detalhamento deste item comportaria um manual com dezenas de páginas, não sendo viável fazê-lo no contexto deste artigo. Há alguns anos, ao decidir que a divulgação da Pastagem Ecológica seria a minha “missão de vida”, estruturei e passei a oferecer um curso de capacitação para técnicos e
produtores que contempla os aspectos teóricos e práticos do Manejo de Pastagem Ecológica. Veja alguns conselhos de ordem genérica: »» Elaboração do projeto: O tempo e dinheiro gasto em um bom projeto serão amplamente compensados em economia na hora da implantação e em funcionalidade no manejo posterior. »» Número de piquetes: Não se iludam: com poucos piquetes será sempre muito difícil, senão impossível, atender ao mesmo tempo a LEI DO REPOUSO e a LEI DA OCUPAÇÃO. Quanto maior o número de piquetes, melhor! Nunca menos que 40. »» Opção pela cerca elétrica: Não existe melhor forma de se fazer a divisão das pastagens que as cercas elétricas. Deve-se ficar atento, porém, na hora da compra dos componentes, pois muitas peças industrializadas disponíveis no mercado podem ser substituídas com vantagens funcionais e econômicas por peças artesanais. São exemplos, as chaves interruptoras, os punhos para porteiras e as cercas móveis. »» Arborização das pastagens: Ao arborizar uma pastagem em uso, é imprescindível fazer a proteção das mudas para evitar que os animais as destruam. O uso de cercas elétricas temporárias é a melhor forma de proteção, tanto de mudas individuais ou pequenos grupos de árvores ou de bosques e faixas arborizadas.
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Purunã: Uma nova raça para o Brasil Purunã leva sangue caracu, aberdeen angun, charolês e canchim. Nova raça foi desenvolvida por pesquisadores do Iapar. período colonial, aprimorada desde 1909 pelo Instituto de Características da raça Zootecnia de São Paulo , por criadores de vários esPor ter em sua composição tados e também na Fazenda racial, 25% da raça CARACU e Modelo do Iapar. 10% da raça ZEBU, o PURUNÃ »»Charolês é um animal rústico, tolerante Raça natural da França, teve ao calor e resistente ao carra- os primeiros reprodutores impato e outros parasitas, com portados pelo governo brasilei40 % de Charolês no genóti- ro em 1885.Outras aquisições po, animais PURUNÃ tem alta foram feitas na decáda de 1920 velocidade no ganho de peso para cruzamentos com as rae produzem carcaças que for- ças INDUBRASIL, GUZERÁ, e necem grande rendimento com NELORE elevada percentagem de carpara formação do CANnes nobres e pequena capa de CHIM. gordura.Outras características »»Canchim do PURUNÃ asseguradas pela A formação desta raça foi contribuição do ANGUS em sua obtida atráves de cruzamentos formação , são a precocidade, entre o CHAROLÊS e as RAÇAS tamanho adulto moderado, o ZEBUÍNAS , iniciadas na décatemperamento dócil, o marmo- da de 1940. reio e a maciez da carne.Atri»»Aberdeen angus butos herdados do CARACU e É uma da raças mais antigas do ANGUS são a boa produção do mundo, tem origem na rede leite e muito boa habilidade gião de Aberdeenshire e Angus materna. na Escócia , chegou ao Brasil em 1906, trazida por criadores Raças formadoras do gaúchos. purunã Entrevista com o »»Caracu Engenheiro Agronômo Dr A raça é resultado de cru- .Elir de Oliveira - IAPAR zamentos entre os primeiros bovinos trazidos ao Brasil no Revista Paraná Rural: • Por Wilson Maejima
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A raça PURUNÃ é uma raça criada no Paraná e especificamente por pesquisadores do IAPAR, poderia discorrer sobre esta nova raça ? Dr.Elir de Oliveira: A RAÇA PURUNÃ foi desenvolvida por pesquisadores melhoristas da Produção Animal do Iapar. com destaques para o dr.Daniel Perotto e dr.José Luiz Moletta ,desde o início da década de 80 após mais de trinta anos de dedicado trabalho, conseguiram esta nova raça que é composta , é a primeira raça genuinamente paranaense, e já alguns anos muitos pecuaristas tem adotados esta nova raça PURUNÃ , experimentando e validando . É importante ressaltar que foi criada aqui em Cascavel a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DA RAÇA PURUNÃ , e com isso , a raça vai ter uma abrangência maior com a atuação desta Associação que esta se estruturando , a raça esta sendo bem distribuída e sendo adaptada em várias regiões do Paraná nos mais diversos ambientes agroclimáticos, como Umuarama , Ponta Grossa , Cascavel e na região Sudoeste. Revista Paraná Rural:
Porque os Pecuaristas tem gostado dessa nova raça PURUNÃ? Dr.Elir de Oliveira: Os pecuaristas tem gostado muito do Purunã , pela sua grande capacidade de adaptação , é uma raça que congrega as qualidades de várias raças, como a raça CARACU que lhe dá uma grande habilidade materna, produção de leite e bezerros mais pesados, tem a raça ABERDEEN ANGUS que lhe dá a qualidade de carne , a do CHAROLÊS que lhe da maior precocidade, e também tem o CANCHIM ( Nelore com Charoles) , muitos pecuaristas tem utilizados a Raça PURUNÃ , para cobrir as vacas da raça NELORE, com isso eles tem verificado maior precocidade no ganho de peso e maior velocidade no crescimento dos bezerros,proporcionando um abate mais rápido. Revista Paraná Rural: Qual a importância da raça para o futuro da pecuária brasileira? Dr.Elir de Oliveira: É uma raça que é muito bem vinda não só para servir ao Paraná , mas Mato Grosso, Paraguai
e outras regiões podem desenvolver a criação desta nova raça, exatamente por estas característica genéticas que compõem esta nova raça, e lhe dá todo este bom desempenho, dando condições a pecuária brasileira de dar um salto qualitativo, obedecendo todas as recomendações técnicas , como adubação e manejo, e sombreamento das pastagens , é dentro de toda esta modernização da pecuária , que esta incluso também a nova raça PURUNÃ Revista Paraná Rural: Fale sobre o Leilão Anual realizado pelo IAPAR ? Dr.Elir de Oliveira: Este leilão normalmente é realizado no mês de maio, na Fazenda Modelo do IAPAR em Ponta Grossa , que é o berço da raça e onde fica concentrada um maior número de cabeças , são feitos leilões de touros, de novilhas , e o IAPAR também vende os sêmen , e como o IAPAR é um órgão público vinculado
a Secretaria da Agricultura , não visa lucros , fica mais acessível para pecuarista obter tanto o sêmen como os touros e as novilhas junto ao IAPAR , cujo preço é o da carne mais trinta porcento, atendendo assim ao interesse do IAPAR em difundir o mais rápido possível a raça por todas as regiões do País. Entrevista - Erwin Soliva presidente da Associação Brasileira da Raça Purunã Revista Paraná Rural: Presidente fale sobre a Associação Brasileira dos Criadores da Raça Purunã ? Erwin Soliva: Nós tivemos a grata satisfação de dentro da SOCIEDADE RURAL de Cascavel, lançar aqui o esteio para
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fixação de uma raça genuinamente Paranaense , isto para Cascavel é muito importante, e sabemos do esforço que os pesquisadores do IAPAR tem feito, para que esta raça possa competir de igual para igual com qualquer outra raça no Estado e no Brasil. Revista Paraná Rural: Existem afinidades entre a SOCIEDADE RURAL de Cascavel e a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de CRIADORES da RAÇA PURUNÃ ? Erwin Soliva: Como o lançamento da Associação foi uma iniciativa tomada dentro da SOCIEDADE RURAL a maioria das pessoas que compôem a atual diretoria , são pecuaristas de Cascavel, e foi no dia 24 de novembro de 2011 que levantamos esta bandeira, e vamos dar cont inuidade a este trabalho, ou seja difundir esta Raça Purunã
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por todo o País. Mais informações: »» Estação Experimental Fazenda Modelo - IAPAR »» Av. Euzébio de Queiroz s/n - Uvaranas. »» C.P: 129 »» CEP: 84001-970 »» Ponta Grossa - PR - Brasil »» Fone (42) 3226-2773 »» Email: » www.efmiapar@iapar.br
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Produtos veterinários vão precisar de receita
“Entorpecentes, psicóticos, anabolizantes, etc... só poderão ser vendidas com a prescrição feita por médico veterinário” A partir de maio do ano que vem, 133 substâncias de uso veterinário (entorpecentes, psicóticos, anabolizantes, etc) presentes na Instrução Normativa (IN) 25/2012 só poderão ser vendidas com a prescrição feita por médico veterinário. A IN determina que a receita deverá conter três vias - uma para o estabelecimento que comercializou o produto, outra para o proprietário do animal e a última ficará retida com o veterinário. O Ministério da Agricultura vai controlar a numeração das receitas, impressão,
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distribuição dos papéis e fiscalizar se as vendas estão de acordo com a nova regra. A Pasta quer melhorar o controle dos estoques, das vendas e coibir o comércio irregular dos produtos. “Vamos acompanhar de perto a comercialização e gerar estatística confiáveis das vendas para averiguar possíveis desvios”, disse a chefe da Divisão de Produtos Farmacêuticos do Ministério da Agricultura, Lourdes Cristina. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) diz que a instrução normativa vai
combater a aplicação de quantidades dos produtos acima do indicado, inclusive as utilizadas indevidamente por humanos, como no caso dos anabolizantes. O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) acredita que a medida não afetará as vendas do setor. Para o diretor-executivo Nilson Pereira, o controle vai permitir a melhor aplicação dos produtos nos animais e coibir o uso indevido por pessoas. “Uma medida necessária para evitar abusos”, diz
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Agricultura
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Rentabilidade da safrinha de milho: balanço de 2012 É fato conhecido por todos que se interessam pelo mercado de grãos de milho que o ano de 2012 foi especial para a segunda safra deste cereal, também conhecida como safrinha. Pela primeira vez, a produção da safrinha superou o colhido na safra verão • Por: Rubens Augusto de Miranda e João Carlos Garcia »» Pesquisadores da área de economia agrícola da Embrapa Milho e Sorgo Embrapa Milho e Sorgo Segundo o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2011/12, a produção brasileira de milho na segunda safra (cuja metodologia passou a considerar áreas plantadas em parte dos estados de RO, TO, MA, PI, BA, AL e SE) passou de 22,46 milhões de toneladas em 2011 para 38,7 milhões em 2012, e superou a safra verão do ano em quase 5 milhões de toneladas. Este aumento decorreu do crescimento da área plantada e da produtividade, que aumentaram, respectivamente, 23% e 40%. A produtividade, especificamente, passou de 3.641 kg/ha para 5.095 kg/ha, um aumento de quase uma tonelada e meia por hectare. Os números de produção por si só são impressionantes. Todavia, com a safra de milho recorde de 72,7 milhões de toneladas em 2011/12, 26,7% superior à do anterior, havia expectativa de baixa nos preços do grão. Frente
a tais previsões de queda, o imponderável aconteceu: a grande seca nos Estados Unidos fez os preços do milho explodirem no mercado internacional e, no Brasil, os preços internos continuaram altos. É fácil concluir que a combinação rara para o mercado de milho de produção recorde (com altas produtividades) e preços altos teve como resultado grandes lucros para os produtores. Diversas análises no decorrer do ano utilizaram a referida junção de fatores para enaltecer o ano excepcional para os produtores de milho, mas sem se aprofundar no exame dos ganhos efetivos dos mesmos. Tal investigação passa por uma série de dificuldades pela impossibilidade de obtenção de informações precisas relativas aos custos e aos preços recebidos pela produção de cada agricultor. Por outro lado, é possível fazer uma aproximação que possibilite dimensionar os ganhos do setor. Para tanto, façamos a análise do aumento de produtividade, preços e custo de produção sobre os lucros operacionais dos produtores nos estados do Paraná e do Mato Grosso. Lucro operacional consiste no resultado depois de se deduzir os custos
operacionais da receita líquida das vendas. Apesar de serem os dois maiores estados produtores, as características do mercado de milho em cada localidade são distintas. O Paraná situa-se em uma região consumidora de milho, pois as indústrias de aves e suínos concentram-se na região Sul do país. Por outro lado, o Mato Grosso situa-se em uma região produtora, mas que não é grande consumidora. O estado de MT consome menos de 20% do que produz. Adicionalmente, no Mato Grosso os produtores vendem grande parte da produção antecipadamente junto aos traders, travando os preços em um nível remunerador, mas acabam não usufruindo de altas inesperadas como a deste ano. No Paraná, as negociações não costumam ocorrer de forma antecipada e os produtores normalmente vendem a sua produção para as cooperativas das quais que fazem parte. Estes fatores, dentre outros, fazem com que exista uma diferença interregional dos preços do milho, sendo que no Paraná há a ocorrência de preços maiores do que os negociados no Mato Grosso. Outro ponto importante na análise é que um aumento de
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produtividade não resulta, necessariamente, em uma maior rentabilidade. Primeiro, existe a questão do custo de produção. Uma maior utilização de insumos, que consequentemente aumenta o custo de produção, via de regra aumenta a produtividade. Adicionalmente, o preço é determinado, principalmente, pela oferta e pela demanda. Neste sentido, um aumento de produtividade e uma área plantada pelo menos igual resultará em um aumento da produção. Em algumas situações, o produtor pode optar por não ofertar a sua produção à espera de preços melhores. Mas, no geral, um aumento de produção leva a um aumento de oferta. Caso a demanda não acompanhe este aumento de oferta, o resultado será queda nos preços. Entretanto, no esquema de negociação via contratos futuros, habitualmente utilizados no Mato Grosso, tal lógica não necessariamente é observada, pois depende das expectativas futuras no momento da venda antecipada. O que aconteceu no Brasil é que, apesar do grande aumento da oferta de milho, a demanda externa aumentou proporcionalmente e o país vem atingindo níveis recordes de exportação do grão. Feitas essas colocações, vejamos o que aconteceu nos dois referidos estados. Receitas líquidas, custos de produção e lucros operacionais. Segundo dados da Conab, a produção de milho na safrinha do Mato Grosso passou de 7,25 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas, um aumento de 107%. O aumento da produtividade de 43,8% decorreu principalmente de fatores climáticos e não necessariamente da
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intensificação de insumos e tecnologia, passando de 3.950 kg/ ha (65,83 sacas/ha) para 5.680 kg/ha (94,67 sacas/ha). Em termos de preços, boa parte da produção de milho na safrinha 2011 do Mato Grosso foi vendida antecipadamente para os traders em contratos pactuados entre janeiro e fevereiro de 2011 com um preço médio na casa dos R$ 18,00, enquanto que 30,2% da safrinha de 2012 foi vendida antecipadamente ainda em 2011, mas especificamente entre setembro e dezembro, e até junho de 2012 54,5% já havia sido comercializada a um preço médio de R$ 18,50 a saca de 60kg. As comercializações posteriores ocorreram com os preços à vista. Ao final de agosto, 88,2% da produção já estava vendida, estabilizando-se neste patamar, pois no fechamento de outubro a taxa de comercialização parou em 89,8%. O curioso é que, na mesma data em 2011, a taxa de comercialização da produção estava em 96,6%. Há dois argumentos para isso: a) uma safra 107% maior para ser vendida; e b) com a ligeira queda dos preços em setembro e em outubro, os produtores que ainda não comercializaram a sua produção podem estar esperando preços melhores. A produção de milho na safrinha do Paraná passou de 6,2 milhões de toneladas para 10,2 milhões de toneladas, previsão da Conab, um aumento de 64,5%. O aumento da produtividade foi de 39%, passando de 3.610 kg/ha (60,17 sacas/ha) para 5.026 kg/ha (83,77 sacas/ ha). Assim como no Mato Grosso, este aumento decorreu basicamente de fatores climáticos. Em relação aos preços de venda
da safrinha de milho no Paraná, é mais complexo determinar os ganhos dos produtores, pois é difícil saber exatamente quando e por quanto cada um vendeu a sua produção, mesmo na média. Feita a colheita, os produtores entregam a produção em suas cooperativas e recebem um determinado valor, próximo ao do mercado à vista. Assim, como aproximação, consideremos que os preços obtidos pelos produtores do Paraná consistem na média dos preços à vista no período final da colheita e no período posterior à mesma. Dado que a safrinha de 2012 começou sua colheita no final de julho, utilizemos a média dos preços à vista no decorrer dos meses de agosto e setembro, que ficou em R$ 26,37 a saca. Segundo o levantamento do Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária), a média dos custos operacionais de produção da saca de milho na safrinha de 2012 ficou em R$ 13,53 (custo ponderado pelas áreas das principais regiões produtoras de Mato Grosso). Considerando a produtividade de 94,67 sacas/ha e o preço recebido de R$ 18,50 a saca de 60 kg, o faturamento por hectare ficou na média de R$ 1.798, gerando um lucro operacional médio de R$ 470,51 por hectare. Os produtores que não venderam antecipadamente para travar preços puderam usufruir da alta de preços posterior à quebra de safra norte-americana. As médias dos preços da saca de milho em julho e em agosto no Mato Grosso ficaram em R$ 19,16 e R$ 21,87, respectivamente. Nos dois últimos meses, setembro e outubro, ocorreu uma ligeira queda na média dos preços para
R$ 18,62. Assim, esses produtores obtiveram aumentos no lucro operacional, ficando na média de R$ 532,99 em julho, R$ 789,55 em agosto e R$ 481,87 nos meses de setembro e outubro. No Paraná, uma das instituições que fazem o levantamento do custo de produção é o Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná). Segundo o Deral, os custos operacionais de produção do milho na safrinha do Paraná em 2012 ficaram na média de R$ 19,68 a saca. Assim, considerando um faturamento de R$ 2.209 por ha (produção média de 83,77 sacas/ha e vendida por R$ 26,37 a saca), obteve-se um lucro médio de R$ 560,42 por hectare. Cabe ressaltar que a grande diferença dos custos de produção da safrinha 2012, por saca, entre os estados do Paraná e do Mato Grosso se deveu, principalmente, ao grande aumento de produtividade que ocorreu neste último. Os resultados surpreendentes da última safrinha acabaram se revelando muito lucrativos. No agregado, segundo a metodologia aqui adotada, o cultivo de milho no Mato Grosso gerou lucros que atingiram a marca de 1,34 bilhão de reais. No Paraná, não foi diferente: a situação dos produtores na safrinha também foi ótima, com quase 1,14 bilhão de reais de lucros do setor. E a próxima safra? A pergunta que fica é: o que acontecerá na próxima safra? Os preços deste ano estimularão uma boa produção de milho no próximo ano agrícola, 2012/13, apesar da diminuição da área da safra verão, em decorrência dos altos preços da soja e dependendo das condições do clima. A princípio, a dificuldade que se delineava acerca do escoamento da segunda safra de Mato Grosso foi resolvida com a quebra de safra nos Estados Unidos e os nossos recordes de exportação. No próximo ano, uma possível grande safra brasileira de milho deve ser acompanhada de uma safra recorde nos Estados Unidos, cuja área plantada, que já foi recorde neste ano, deve aumentar ainda mais. Ou seja, no ano que vem, deve ocorrer uma queda nos preços do milho no mercado externo, mas eles ainda permanecerão altos em relação aos seus níveis históricos. Assim, caso ocorra uma nova safra recorde no Brasil, ou no mesmo patamar da atual, podemos esperar menores retornos da cultura do milho no próximo ano agrícola, mas ainda remuneradores.
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A AGRICOLA VIEIRA inaugurou em 01 de Dezembro de 2012 as suas modernas instalações, na qual foi agraciada com as presenças ilustres de autoridades, fornecedores e mais de 400 produtores que prestigiaram o evento. Após o cerimonial de inauguração o espaço foi aberto à visitação dos presentes e oferecido um almoço de confraternização com costelão de fogo de chão. Agradecemos a presença de todos e reforçamos o nosso compromisso com o amigo agricultor e toda a comunidade. A partir de Janeiro de 2013 estaremos recebendo soja, milho e trigo com uma estrutura totalmente automatizada, contando com tombador de caminhões e carretas, balança exclusiva pra o atendimento ao produtor, garantia de descarga rápida e equipe qualificada. AGRÍCOLA VIEIRA: mais um empreendimento das famílias Dalmina e Monteiro de Barros Vieira,
as quais chegaram a Cascavel em 1960 e 1965, respectivamente.
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“Apostei no Show Rural e hoje sou um produtor satisfeito...”
• Por Paulo Edison M. Santos (Assessoria de imprensa da Coopavel) “Apostei no Show Rural e hoje sou um produtor satisfeito”, diz garapeiro cascavelense. Essa é a história do produtor Joel Leite, 54 anos, de Cascavel. Casado com dona Angela Maria Leite e pai de três filhos; Aline, Eduardo e Antonio, Joel conhece da cana à 40 anos, desde a época que trabalhava no cultivo da cana para produção animal. “Hoje sou um produtor satisfeito. Trabalho todos os dias, sem pressa. Tenho prazer pelo que faço, eu produzo e vendo o caldo de cana com qualidade para muita gente”,
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“Prazeroso fazer algo que lhe dá resultado, principalmente com a participação da família. Agradeço a Coopavel pelo apoio e incentivo ao pequeno produtor. Quero parabenizar a diretoria e colaboradores que fazer daquela cooperativa uma das maiores do Brasil”. Joel Leite. revelou o garapeiro, que produz caldo de cana há dois anos. A produção de Joel é 40 toneladas de caldo de cana por hectare, totalizando uma quantidade de 20 mil litros de caldo por hectare plantado. A assessoria de imprensa da Coopavel
foi acompanhar o cultivo de cana do associado que possui três áreas plantadas na nossa região, sendo uma entre Cascavel e Juvinópolis, na comunidade de São Brás, outra na saída para Corbélia, na comunidade de Rio do Salto e uma área em
O produtor mora na cidade, comercializa na cidade e ama a terra do interior, pois é lá que ele trabalha incansavelmente na busca de resultados no plantio da cana Juvinópolis, com um total de três hectares plantados. O produtor revelou que uma safra pode demorar até 18 meses, alcançando uma produção de até 60 mil litros de caldo de cana, o que equivale a 120 toneladas do produto. A cana pode ser plantada em qualquer época, mas é importante que quando venham os períodos de geadas, elas sejam leves, sem prejudicar o cultivo. Quanto ao sol, não tem problemas – seu Joel contou que o calor é favorável e segundo ele mesmo considera uma benção para os canaviais. “Minhas safras são intercaladas, não havendo riscos de ficar sem comercialização. Sempre to plantando e ao mesmo tempo colhendo nas outras áreas”, explicou o produtor que conta com a ajuda de sua esposa nos cuidados e preparos com a cana em estoque e os dois filhos homens que trabalham no ponto de venda, localizado no Parque Vitória em Cascavel. Após cada colheita, Joel transporta a cana em sua camionete até sue ponto de estoque. Lá, segundo ele, o produto fica descansando três dias. “O descanso serve para deixar a cana suculenta e doce”, provou o produtor servindo ao Jornalista da Coopavel, Paulo Edison, um copo de caldo de cana em seu ponto de comercialização.
Joel não revelou quanto fatura ao mês ou ao ano com suas lavouras na produção de caldo de cana. Ele disse que todas as lavouras são arrendadas e que pretende continuar empenhado e se conseguir ainda, plantar mais cana para aumentar sua produtividade. Show Rural Coopavel O curioso dessa história é que Joel sempre participou do Show Rural Coopavel e foi lá que ele descobriu o sucesso. “O Show Rural é o maior evento que já conheci. Lá eu encontrei a variedade que cultivo hoje, a 82020-Coopavel. Essa fórmula faz a cana crescer e numa única cova plantada podendo gerar entre 12 à 15 canas com as medidas desejadas. “Os cuidados são tantos. A cova tem que ter uma profundura de 0,20 centímetros e espaço de 0,40 centímetros entre uma e outra, para se obter um aproveitamento melhor e para que a cana cresça grossa e sem se partir”, explica o produtor. É necessário que haja um cuidado especial com a lavoura, havendo tratamento adequado, de preferência com acompanhamento técnico, a fim de garantir a colheita desejada. O associado contou que sempre que necessita vai até a cooperativa em busca de fertilizantes, equipamentos, produtos e principalmente do
apoio técnico dos profissionais da Cooperativa. Segundo ele, não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico no plantio, apenas a aplicação do adubo no tratamento da terra. O acompanhamento ocorre sempre que há necessidade, tais como análise e correção do solo. Já o fertilizante, é aplicado ao lado da raiz, garantindo a rentabilidade. De acordo com o produtor, o plantio deve acontecer dentro das normas, sendo que as fileiras plantadas devem ter distância de 1,5 mt uma da outra. Após a finalização das três safras, as fileiras que foram plantadas devem ter um descanso de quatro anos, dali em diante passando a ser plantado nos espaços de intervalos citados anteriormente. “Minha colheita é no “enxadão”, a mão de obra é zero, pois sou e meus filhos que faço”, contou o garapeiro Joel. Cada unidade de cana se for cuidada de forma rígida pode chegar à três metros de comprimento, desde que tenha todos os tratamentos necessários. BOX - “Prazeroso fazer algo que lhe dá resultado, principalmente com a participação da família. Agradeço a Coopavel pelo apoio e incentivo ao pequeno produtor. Quero parabenizar a diretoria e colaboradores que fazer daquela cooperativa uma das maiores do Brasil”. Joel Leite.
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Projeto P200 Dia de Campo - 2ª edição da A busca da alta produtividade sustentada Com os parceiros: Pioneer, Bayer, Dow AgroSciences, Npa, Alltech. Agroeste- Monsanto, Arysta Life Science Serrana, Stara, Migrogeo e Don Mario Sementes. projeto desafia o produtor, desafia os Técnicos da Plantar e Entrevista com a própria Empresa , a buscar engenheiro agrônomo Luiz altas produtividades de forCarlos Nardi ma sustentada, para a cultura do milho o desafio é produzir Mestre Especialista em 600 sacas de 60 kg na safra Produção Vegetal - Coorde- verão, milho safrinha 350 sanador Departamento Técni- cas de 60 kg por alqueire, para co da PLANTAR o trigo a meta é 180 sacas de Revista Paraná Rural: En- 60 kg por alqueire, o feijão é genheiro Agrônomo Luiz Car- 120 sacas , e a para a cultura los Nardi , poderia discorrer da soja o desafio é de 200 sae nos dar um panorama geral cas de 60 kg por alqueire, num sobre este dia de CAMPO DA prazo de 03 a 05 anos, o prazo PLANTAR? é importante , porque é o praEngenheiro Luiz Carlos zo que temos para construir, a Nardi: O dia de Campo da sustentação , o conhecimento Plantar, é realizado para mos- , o domínio destes conhecitrar aos agricultores,o Projeto mentos para fazer repetir esque a Empresa Plantar esta ses resultados, e não atingi-lo desenvolvendo, e tudo que esporadicamente, por exemplo acontece aqui, esta relacionado nesta safra o clima foi muito a este projeto denominado P generoso conosco, mas o ano 200, este projeto nasceu com a passado foi inverso, o que nos decisão da direção da Empresa estamos propondo com este de montar um Departamento projeto, é como nós conseguiTécnico para melhorar a qua- mos manter uma frequência de lidade do atendimento a cam- altas produtividades, por isso po ao nosso agricultor, este ele é desenvolvido no médio e • Por: Wilson Maejima
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longo prazo, e o controle é feito por talhão, cada talhão tem o seu histórico , e a projeção das tarefas que serão executadas. Revista Paraná Rural: Quais os outros potenciais a serem explorados no Projeto ? Engenheiro Luiz Carlos Nardi: O projeto também visa explorar o potencial genético das culturas, e o que nos queremos e melhorar cada vez mais a exploração deste potencial, para manter altas produtividades com o mesmo investimento, ou melhor nós nos preocupamos em fazer o investimento, mas visando o retorno, ou seja que o agricultor melhore cada vez mais a sua renda, porque se não tiver renda vira poesia, por isso o termo autossustentabilidade. Esta sendo mostrado neste Dia de Campo todas as fases, e todas as parcerias , e todos os produtos que podem contribuir com o aumento da produtividade , a correção do solo , a rotação de culturas, o
Dr. Luiz Carlos Nardi
combate as pragas , o combate as doenças , as ervas daninhas, a utilização do potencial dos novos híbridos as novas cultivares, o potencial do manejo , o potencial da semente, ou seja o P 200 é a soma de todos estes potenciais... Revista Paraná Rural: Como deve proceder o agricultor que queira aderir ao Projeto P200 ? Engenheiro Luiz Carlos Nardi: A decisão de aderir a este projeto cabe ao produtor , se ele quer ou não aceitar este desafio...para isto deve contactar o nosso Departamento Técnico para fazer este Programa. Para o Programa, criamos Departamentos com Engenheiros Agrônomos especializados nas áreas de solo e nutrição de plantas em todos os seus aspectos, o aspecto químico e o seu equilíbrio , o aspecto físico e biológico e suas inteirações , a uniformização das plantas e o aspecto individual de cada planta, para dar a sustentação ,e o alicerce de tudo isto é o conhecimento de todos estes fatores, o gerenciamento das máquinas de sua propriedade, a escolha das pessoas que operacionalizam as tarefas, e muito mais, o Projeto P200 inclui mais trabalho , mais atenção e dedicação do produtor, de se esforçar mais, trabalhar mais para dominar as técnicas envolvidas, com o apoio e orientação dos nosso Técnicos. Revista Paraná Rural: Fale sobre as parcerias neste dia de Campo ? Engenheiro Luiz Carlos Nardi: A Empresa Plantar sempre teve boas parcerias, hoje estamos com a BAYER que é a maior na área de defensivos,
com inovações no tratamento de sementes muito interessante, a DOW AgroSciences é tão boa quanto ,com a qual temos uma parceria muito forte , a parte que trata mais da parte biológica , nós convidamos algumas empresas, como a Alltech, a NPA, que participam no controle das doenças com a estruturação biológica dos solos minimizando os seus efeitos , na área de sementes firmamos uma parceria com a DON MARIO SEMENTES , que possui um dos melhores banco genético de Soja do mundo, e biotecnologia das Cultivares Intacta , inclusive teremos no dia 20 de fevereiro , um dia de campo da DON MARIO, para demonstrar o potencial genético da suas cultivares e como elas vem contribuir com esta busca do Projeto P200 , estão todos convidados. Revista Paraná Rural: Para finalizar quais as expectativas para os resultados deste Dia de Campo da Plantar ? Engenheiro Luiz Carlos Nardi: A expectativa para este dia , é que o agricultor entenda a nossa proposta,para que ele nos procure , para que ele execute estas tarefas, visando a alta produtividade, que ele escolha o nosso Técnico para ser parceiro nesta busca, que ele entenda que existe o conhecimento, e que ele só tem que ter a vontade e disposição para o trabalho , para que daqui alguns anos ele colha o fruto desta dedicação, e transfira este conhecimento para que toda a região e outros agricultores entendam como se colhe mais de forma mais frequente.
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Valor da produção de soja pode chegar a R$ 104,3 bilhões em 2013 • Por Carlos Mota • MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Após a soja em grãos atingir recorde histórico no valor da produção de lavouras de R$ 68,6 bilhões entre janeiro e novembro de 2012, a expectativa para o próximo ano é que esse resultado chegue a R$ 104,3 bilhões (descontada a inflação), alta de 52% sobre igual período do ano passado. Os dados do Valor Bruto da Produção (VBP) – elaborados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – têm base nos levantamentos de safra da Companhia Nacional de
Resultado previsto é 52% superior ao obtido este ano Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE). Pelas projeções da Conab, a safra de soja em 2012/13 deve alcançar 82,6 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 24,5% sobre a safra anterior (66,3 milhões de toneladas). A previsão é próxima a do IBGE, que calcula a produção em 81,2 milhões de toneladas. Após a oleaginosa, a previsão é que o segundo produto em valor seja a cana-de-açúcar,
com cerca de R$ 45,2 bilhões. O milho também deve se destacar no período, com VBP aproximado de R$ 38,8 milhões, enquanto a laranja deve alcançar R$ 17,8 bilhões. Para o próximo ano, a estimativa é que o valor total de produção das principais culturas do país seja 25% maior em relação ao resultado obtido em 2012, podendo chegar a R$ 296,4 bilhões.
Foto: Sergio Sanderson
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COMIL: Inovação total em silos e secadores
A Comil Silos e Secadores é uma empresa com trajetória intimamente ligada à origem e à evolução da moderna agricultura brasileira. Quando a empresa iniciou suas atividades, há mais de 50 anos, o Brasil Rural assistia aos primeiros passos do processo de mecanização e modernização e modernização. Foi trabalhando em parceria com pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias que os empreendedores do grupo adquiriram o know-how que projetou o conceito de seus produtos para além das fronteiras agrícolas brasileiras. A Comil produz atualmente uma linha completa de silos, elevadores, correias transportadoras, máquinas de limpeza,
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redlers, secadores de fluxo contínuo ou intermitente, tulhas de expedição, captadores de impurezas, filtro de mangas e roscas transportadoras. Ao adquirir um produto Comil, você está incorporando meio século de tradição que, somado à tecnologia de ponta, agrega ao seu complexo industrial mediante expressivos investimentos, assegura o padrão de qualidade que acompanha a marca por todo o Brasil e pelo mundo. O diferencial da Comil. Os equipamentos fabricados pela Comil são testados e permanentemente aperfeiçoados para assegurar seu excelente desempenho. A convivência e
intercâmbio com os empreendedores rurais, cerealistas e e beneficiadores instalados em várias regiões do País e do exterior possibilita a adaptação de cada produto às diferentes realidades de cada segmento. Dessa constante evolução e da soma dessas ricas experiências surgiram iniciativas como o exclusivo sistema de produção flexível, inovação que modela o processo industrial da Comil às demandas especificas de seus usuários. Os Secadores Comil incorporam inovações e tecnologias modernas para secagem de grãos que agregam valor e trazem excelentes resultados ao produtor, como: *maior economia de energia térmica e elétrica, devido ao
fluxo de ar diferenciado e ao reaproveitamento do calor da zona de resfriamento. *maior homogeneidade de secagem devido à pressão estática mais uniforme. *os secadores Comil oferecem ao produtor uma secagem mais barata e segura, além de o custo de energia consumida versus a quantidade de produto secado ser muito menor, proporcionando ao cliente excelentes resultados financeiros. *os secadores Comil são indicados para uma grande gama de cereais e para diversos tipos de clientes, do pequeno ao grande produtor (inclusive a nível industrial), pois tem modelos que variam de 20 a 150 ton/hora.
Lançamentos. Recentemente, a Comil lançou uma linha de secadores de coluna com um sistema revolucionário para descarga homogênea de grãos. Os secadores de coluna tem sua forma construtiva modulada, facilitando e agilizando o processo produtivo e a montagem. Seu corpo (difusores) é construído em forma arredondada, mais leve e com excelente resistência estrutural. O fluxo de ar diferenciado proporciona melhor secagem e economia energética. Estes secadores também possuem inédito sistema para melhorar a distribuição da carga e uma inovadora descarga por volumes, proporcionando maios
precisão e homogeneidade de secagem. É importante ressaltar que o custo do secador é compatível com os concorrentes, porem, o custo por tonelada de grão seco é muito menor.
www.revistaparanarural.com.br
A EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO
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Cresce o volume das exportações de frutas • Fonte: Zoonews Dependente da combalida economia europeia, o setor vê com ceticismo a primeira recuperação dos embarques nacionais de frutas desde a eclosão da crise econômica global, em 2008. A questão é que o avanço das exportações neste ano só acontece por um trégua do clima. No horizonte do segmento, não há uma recuperação efetiva da demanda. Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras de frutas frescas somaram 540,7 mil toneladas, incremento de 2,08% sobre 477,2 mil toneladas embarcadas no mesmo intervalo de do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). O avanço é resultado direto
Foto: Sergio Sanderson
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da recuperação das exportações de melão e maçã. Em 2011, essas duas frutas sofreram com adversidades climáticas. Enquanto as fortes chuvas praticamente inviabilizaram a colheita de melão no Rio Grande do Norte entre janeiro e março do ano passado, os pomares de maçã sofreram com o granizo em Santa Catarina. Sem problemas climáticos neste ano, as duas frutas se recuperaram. Entre janeiro e outubro, as exportações de melão saltaram 17,6% sobre o mesmo intervalo de 2011, para 119,6 mil toneladas. Já os embarques de maçã aumentaram 48,3%, para 72,1 mil toneladas. Mesmo assim, as duas frutas não conseguiram compensar toda a queda das exportações de outros produtos, que sofreram mais uma vez com a
demanda reprimida na União Europeia, mercado responsável por 80% das frutas exportadas pelo Brasil. Juntos, melão e maçã acrescentaram 41,4 mil toneladas no acumulado do ano até outubro em relação ao mesmo período de 2011. Mas o avanço total dos embarques de frutas frescas foi de apenas 11 mil toneladas. Mais uma vez, a uva foi uma das frutas que derrubaram as vendas externas. Com custos de produção elevados, as exportações da fruta produzida nas áreas irrigadas no Vale do Ribeira caíram 18,23%, para 98,3 mil toneladas. “A demanda continua restrita mesmo com o dólar valorizado”, lamenta o gerente do Ibraf, Cloves Ribeiro. Na opinião do dirigente, mesmo que os embarques cresçam neste ano, ele
se dará às custas da rentabilidade dos fruticultores. “Os europeus não conseguem pagar a fruta brasileira pelo preço que ela vale”, afirma ele. Com as cotações das frutas pressionadas, a receita com as exportações brasileiras nos primeiros dez meses deste ano recuou 3,75%, para US$ 477 milhões. No mesmo período do ano passado, os embarques renderam US$ 495,9 milhões. A queda na receita das exportações reduziu o saldo na balança comercial de frutas, uma vez que o Brasil pagou mais pelas frutas importadas nos primeiros dez meses deste ano. No período, o país gastou US$ 448,7 milhões, alta de 4,94% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Com isso, o superávit da balança do segmento caiu para
US$ 28,5 milhões, ante os US$ 68,3 milhões do mesmo intervalo de 2011. Ao contrário do que ocorreu nas exportações, o volume importado no acumulado do ano até outubro caiu 2,48%, para 383,8 mil toneladas. Ou seja, as importações ficaram mais caras em 2012. O gerente do Ibraf lembra, ainda, que os primeiros prognósticos para 2013 também não são positivos. “Os problemas climáticos não afetaram o volume exportado este ano, mas para 2013 já consideramos alguns problemas na região Nordeste por causa da seca”, diz. Na área negativa, Ribeiro inclui o Espírito Santo, onde a safra de mamão sofre A EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO
um ataque de pragas.
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Pragas na Cultura da Soja : Percevejos • Por: Gustavo Salton/Condor Agronegócios Segundo (GALLO, et al. 2002) os insetos são considerados os nossos mais sérios competidores pela hegemonia do planeta. Dependemos dos insetos para a polinização de muitas plantas, para a produção de mel, seda e outros produtos naturais, para decomposição da matéria orgânica e a reciclagem do carbono, e para muitas outras funções ecológicas vitais. No entanto, o foco principal de nossas preocupações é o impacto negativos dos insetos como pragas de nossas culturas. A entomologia é a ciência que estuda os insetos sob todos os aspectos, estabelecenFoto: Sergiorelações Sandersoncom os seres do suas humanos, plantas e animais, correspondendo, respectivamente, a Entomologia Médica, Entomologia Agrícola e Entomologia Veterinária (GALLO, et al. 2002). A Entomologia Agrícola, é o estudo das pragas agrícolas (insetos e ácaros) que causam danos às plantas cultivadas e dos métodos para controla-las. Um grande desenvolvimento dessa área ocorreu na década de 50 em todo o mundo, havendo a partir de 60, grandes avanços na área de Manejo Integrado de Pragas. Atualmente a Entomologia está cada vez mais interligada com as várias áreas do conhecimento
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(genética, bioquímica, biotecnologia, fisiologia vegetal, fitopatologia, matologia, nutrição de plantas, bioestatística, climatologia, análise de impacto ambiental etc.), pois para o controle de pragas são necessários programas interdisciplinares e multidisciplinares. Uma medida de controle bastante utilizada é o Manejo Integrado de Pragas (MIP) que segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), é o sistema de manejo de pragas, que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, onde utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico. Segundo a Embrapa os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiamse em quatro elementos: na exploração do controle natural, dos níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas, no monitoramento das populações para tomadas de decisão e na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas. Estas premissas implicam no conhecimento dos fatores naturais de mortalidade, nas definições das densidades populacionais ou da quantidade de danos causados pelas espécies-alvo equivalentes
aos níveis de dano econômico (NDE) e do nível de controle (NC), que fica imediatamente abaixo do nível de dano econômico (NDE). Outra variável importante seria a determinação do nível de equilíbrio (NE) das espécies que habitam o agro ecossistema em questão. Em função da flutuação da densidade da espécie-alvo e de sua posição relativa a esses três níveis (NE, NDE E NC) ao longo do tempo, as espécies podem ser classificadas em pragaschave (densidade populacional sempre acima do NDE), pragas esporádicas (densidade na lavoura raramente atinge o NDE) e não-pragas (a densidade da espécie em questão nunca atinge o NDE). Mais recentemente tem sido proposto também o nível de não-controle (NNC), ou seja, a densidade populacional de uma ou mais espécies de inimigos naturais capaz de reduzir a população da espécie -alvo a níveis não econômicos, dispensando assim, a utilização de medidas de controle. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que, cerca de cinco mil novas espécies são coletadas e classificadas anualmente. Os danos causados pelos insetos às plantas são variáveis, podendo ser observados em todos os órgãos vegetais. Dependendo da espécie e da densidade populacional da praga, do estádio de desenvolvimento
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www.condor.agr.br e estrutura vegetal atacada e da duração do ataque, poderá haver maior ou menor prejuízo quantitativo e qualitativo. É válido lembrar que a descoberta, em 1939, do efeito inseticida do DDT (primeiro inseticida orgânico sintético) deu ao seu descobridor Paul Müller, o premio Nobel e mais de dois milhões de pessoas foram salvas na época, graças às aplicações do DDT no controle de endemias transmitidas por insetos. Robert Metcalf, da Universidade de Illinois, em 1980, chamou aquela década de Época do Otimismo, tal era a euforia que reinava pelas aplicações de DDT. A própria sociedade dos Entomologistas dos EUA, comentava-se que o DDT iria resolver todos os problemas ocasionados pelas pragas. Mais o que realmente ocorreu, foi na decorrência de aplicações erradas, exageradas e irracionais, em que verdadeiros territórios foram cobertos por aplicações de inseticidas, vieram trazer resistência de insetos a determinados princípios ativos (ZAMBOLIM, et al. 2008). A experiência mostrou ao homem que não se deve combater os insetos e sim maneja-los. É necessário preservar predadores, parasitas e polinizadores, deixando que eles desenvolvam seu papel útil à agricultura (ZAMBOLIM, et al. 2008).
Segundo (GALLO, et al. 2002) existem diversos métodos de controle de pragas, Métodos Legislativos, Mecânicos, Culturais, De Resistência de Plantas, De Controle por Comportamento, Controle Físico, Controle Biológico, Controle Autocida, Controle Químico e o Manejo Integrado de Pragas. O Controle Biológico basicamente se resume na regulação do número de plantas e animais por inimigos naturais, que constituem os agentes de mortalidade biótica, ou seja, todas as espécies de plantas e animais têm inimigos naturais atacando seus vários estágios de vida. Em Manejo Integrado de Pragas, devem ser adotados os procedimentos básicos de Controle Biológico, quais sejam, introdução, conservação e multiplicação. Cada um deles representará um tipo de controle biológico, respectivamente, controle biológico clássico, natural e aplicado. Quando falamos em Controle Químico logo pensamos em Agrotóxicos, uma palavra um tanto quanto agressiva nos dias de hoje, atualmente a nomenclatura mais utilizada é Agroquímicos, que soa com um tom menos agressivo, e se encaixa na nova realidade de muitos produtos disponíveis no mercado. Hoje temos inseticidas altamente seletivos a inimigos naturais, com formulações menos tóxicas ao homem
e ao meio ambiente, faixa verde como são chamados. O poder tóxico de um inseticida é determinado estabelecendo-se a dose mínima necessária para matar o inseto. Essa dose por sua vez é variável de acordo com os produtos existentes, diferentes reações fisiológicas de cada inseto. Cada inseticida apresenta toxicidade diferente conforme sua natureza química, dose empregada, e também seu estado físico. O grau de dispersão do inseticida permite uma maior área de contato com o organismo, atuando assim de modo mais eficiente. A formulação permite que o produto seja utilizado de modo conveniente. É portanto a maneira de transformar um produto técnico numa forma apropriada de uso. Para isso, empregam-se alguns artifícios, misturando-os com inertes, sólidos ou líquidos. A maioria dos inseticidas são encontrados nas seguintes formulações: Pó Seco (P): Contém geralmente 1 a 10% de princípio ativo, são utilizadas conforme vem da fábrica, não deve ser concentrada pois é perigosa para o aplicador. Pó Molhável (PM): O inseticida recebe um agente molhante, com elevado grau de absorção, na mistura com água forma suspensões dotadas de grande estabilidade. Pó Solúvel (PS): Ingredientes
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ativos sólidos, solúvel em água sob a forma moída ou de pequenos cristais. Granulado (G): Formulados na forma de pequenos grânulos, uma grande vantagem é a facilidade de aplicação e a segurança que oferece a usuário. Concentrados emulsionáveis (CE), emulsão concentrada (EC) ou emulsões e dispersões aquosas (E): O inseticida é dissolvido em determinado solvente, em concentração alta, adicionados a substâncias emulsificantes, geralmente são menos lavados pela chuva, sua concentração varia de 5% a 100% do ingrediente ativo e sua aplicação exige mistura em água. Soluções Concentradas: Existe2 tipos para diluição em água ou óleo e soluções em ultrabaixo volume. Suspensões Concentradas: É uma formulação constituída de uma suspensão estável de ingrediente(s) ativo(s) em veículo líquido que pode conter ingrediente ativo dissolvidos para aplicação após diluição em água. Aerossóis: São embalados em recipientes que resistem a pressões, pois, juntamente com estes, colocam-se solventes altamente voláteis que, em contato com o meio ambiente, evaporam, deixando os inseticidas em suspensão no ar, na forma de finíssimas partículas. Entre outras formulações, os inseticidas podem ser classificados em sistêmicos e não sistêmicos. Os sistêmicos são aqueles que aplicados nas folhas, ramos, raízes, solos ou semelhantes, são absorvidos e conduzidos juntamente com a seiva para várias partes da
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planta. Podem atuar por contato, se pulverizados sobre as pragas, ou por ingestão, sobre insetos mastigadores. A aplicação varia muito também, via foliar e via sementes, são as mais utilizadas quando se fala em grandes culturas. Por fim as vantagens dos inseticidas sistêmicos são menor desequilíbrio biológico, ação quase exclusiva sobre insetos sugadores, possibilitando o combate daqueles que se alojam em locais de difícil penetração dos insetos comuns, menor perda devida a lavagem pela chuva, não há necessidade de cobertura perfeita sobre as plantas, algumas desvantagens são, ação quase exclusiva sobre insetos sugadores, não atuam em plantas de porte elevado, não funcionam quando as plantas estão em período de repouso, tóxico ao homem, principalmente por ação de contato. Existem diversas maneiras de como os inseticidas são aplicados, via pulverizações, regas no solo, pincelamento do caule, tratamento de sementes, granulado no solo, granulado nas folhas entre outras formas, mais a que mais se utiliza nas grandes culturas como soja, é a pulverização via foliar, pulverizador de arrastro, auto propelido e aérea. Na cultura da soja, mais especificamente na região de Cascavel-PR, algumas pragas como corós, piolho de cobra, percevejos, lagartas, bicudos, ácaros, são pragas as principais pragas que atacam as lavouras de soja da região. Focando apenas os principais percevejos que atacam a cultura da soja temos quatro que devemos dar atenção, são
eles o Percevejo Verde Pequeno (Piezodorus guildini), Percevejo Verde (Nezara viridula), Percevejo Marrom (Euschistos heros) e Percevejo barriga verde (Dichelops furcatus), que apresentam particularidades, conforme cada espécie e exigem um cuidado diferenciado pela sua agressividade e difícil controle.
Percevejo Verde Pequeno (Piezodorus guildini): os ovos desta espécie são de coloração preta dispostos em fileiras de 15 a 20 ovos. No primeiro estádio, as ninfas apresentam hábitos gregários concentrandose em colônias, normalmente próxima a postura. As ninfas apresentam coloração esverdeada com manchas vermelhas e pretas dispostas sobre o dorso. O adulto é um percevejo de cor verde com uma listra vermelha ou marrom no início do tórax, medindo aproximadamente 10 mm de comprimento. Pode
apresentar coloração amarelada no final de sua vida.
Percevejo Verde (Nezara viridula): os ovos dos percevejos são colocados na fase inferior da folha de forma hexagonal contendo cerca de 100 ovos. No inicio apresentam coloração amarelo palha, sendo que próximo a eclosão apresentam coloração rosada. Após a eclosão. As ninfas de primeiro estádio permanecem em torno da postura. Neste estádio apresentam coloração alaranjada. O segundo estádio apresentam coloração preta. A partir do 4º estádio apresentam coloração verde com manchas amarelas
vermelha sobre o dorso. Podem até o 5º estádio apresentar coloração preta no dorso do abdômen. Na fase adulta apresentam coloração verde com manchas vermelhas no final de suas antenas.
Percevejo Marrom (Euschistus heros): os percevejos efetuam as posturas sobre as folhas ou vagens do soja em massas contendo cerca de 7 ovos amarelados dispostos em duas ou três fileiras. Como nos demais percevejos, após a eclosão dos ovos as ninfas permanecem em torno da postura. Aprestam desde o estágio de ninfa cor marrom. As ninfas a partir do 3º instar elas são mais ativa. O adulto apresenta coloração marrom e possui prolongamentos nas extremidade do tórax semelhantes a chifres e apresentam longevidade média de 116 dias podendo viver
por mais de 300 dias.
Percevejo barriga verde (Dichelops furcatus): Considerado espécie secundária, os danos são mais observados na cultura do Milho e Trigo na região oeste do Paraná, possui 9 mm de comprimento. Coloração marrom uniforme com abdômen verde e espinhos laterais no protórax, faz postura de ovos verdes em placas. As ninfas possuem aspecto semelhante aos adultos, ninfas marrons com a cabeça pontiaguda. Alguns sintomas do ataque, ambas as espécies começam a atacar o soja a partir do 3º estádio. Seus danos estão relacionados após o início da fase de formação de grãos até a fase de maturação fisiológica. Antes desta fase os danos são insignificantes. Seus principais prejuízos estão na redução da produtividade devido ao abortamento de vagens e/ou grãos, redução do poder germinativo e vigor das sementes, com alteração no teor de proteínas e lipídios nos grãos, produz sintomas de grãos “chochos”, mal formados e esverdeados. Em ataques severos pode causar sintomas de retenção foliar no final do ciclo da soja. Atualmente o controle comumente utilizado é o químico. O mesmo deve ser realizado quando forem localizados 4 percevejos adultos ou ninfas acima de 0,5 mm por batida
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Paraná Rural Percevejo verde pequeno Estádio
Ovo 1 2 3 4 5 Adulto Total
Percevejo verde
(Piezodorus (Nezara viridula) (Euschistus heros) guildini) Tamanho Duração Tamanho Duração Tamanho Duração mm dias mm dias mm dias 1 7 1 5 1 7 1 4 1,3 3 1 3 2 6 3,1 6 3 4 4 6 3,4 4 5 4 6 7 7 4 7 4 8 10 9 8 10 7 10 35 15 33 12 80 75 63 109
de pano. Para os casos de lavouras destinadas a produção de sementes este número deve cair para 2 percevejos ou ninfas. As amostragens devem inicialmente concentrar-se nas bordaduras onde os insetos começam o ataque. O controle biológico pode ser utilizado através do uso de vespa (Trissolcus basalis) que
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Percevejo marrom
parasita os ovos dos percevejos. Para um controle químico efetivo dos percevejos devemos ter uma série de cuidados, primeiramente usar sempre EPI (Equipamento de Proteção Individual) em qualquer aplicação de defensivos agrícolas, aplicar em horários mais frescos para atingir o alvo com
maior eficácia, pois o percevejo nas horas quentes do dia ele se encontra no terço inferior da planta sendo difícil atingi-lo, nas horas mais frescas pela manhã e a noite, estão localizados no terço superior das plantas. Para o controle dessas pragas a Condor Agronegócios disponibiliza portfólio extenso de Agroquímicos e profissionais capacitados para orientar o produtor rural, para o correto manejo, o momento correto para uma eventual aplicação e sempre orientando em todos os aspectos para alcançar os mais altos níveis de produtividades.
Avicultura Avicultura no Brasil
• Renato Camilo Pascoal Veterinário CRMV-PR 8297. Supervisor Avicultura Coopavel. No Brasil, a avicultura emprega aproximadamente 3 milhões de pessoas, direta e indiretamente, e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O setor é representado por dezenas de milhares de produtores integrados, centenas de empresas beneficiadoras e dezenas de empresas exportadoras. A importância social da avicultura no Brasil se verifica também pela presença maciça no interior do país, principalmente nos estados do Sul e Sudeste. Em muitas cidades a produção de frangos é a principal atividade econômica. Nas exportações, o Brasil mantém, desde 2004, a posição de maior exportador mundial,
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para mais de 150 países. Com esse desempenho, a carne de frango brasileira aumentou ainda mais sua presença na mesa dos consumidores no Brasil e no mundo. A sanidade é um dos grandes atributos do frango brasileiro. No Brasil toda a produção é submetida a um rigoroso controle de resíduos de medicamentos, o qual está dentro do Plano de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNRC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Também se destaca o fato de o Brasil não ter registrado um único caso de Influenza Aviária de alta patogenicidade, graças aos rígidos controles estabelecidos pelo Plano Nacional de Influenza Aviária, também do Ministério da Agricultura, e do esforço contínuo e incessante das empresas do
setor para garantir a segurança dos plantéis. A produção de frangos está presente em todas as regiões do país, impactando a economia da maioria dos Estados, e apresenta uma tendência de expansão para a região Centro -Oeste e de se estabelecer em regiões produtoras de grãos e com um desafio sanitário mais baixo devido à menor densidade de aves. A maior parte das aves abatidas é produzida no sistema de integração vertical, onde a empresa detém o controle de todos os elos da cadeia, ou seja, produção, abate, processamento e distribuição. Isso gera empregos, renda, fixação do homem do campo em sua terra e viabiliza a pequena propriedade. O consumidor brasileiro tem à sua disposição um produto
barato e de excelente qualidade sanitária e nutricional, com uma grande quantidade de produtos “in natura” e processados, como frango inteiro e cortes congelados, resfriados e industrializados, na forma de empanados, marinados, temperados, cozidos e outros. Deve-se ressaltar que a avicultura brasileira é reconhecida hoje como uma das mais desenvolvidas do mundo, com índices de produtividade realmente excepcionais. Atingimos esse patamar graças a programas de qualidade implementados em todos os elos da cadeia nos últimos anos, com destaque para a genética, nutrição, manejo, biosseguridade, boas práticas de produção, rastreabilidade e programas de bem -estar animal e de preservação do meio ambiente. As Boas Práticas de
Produção para a cadeia produtiva de frangos de corte são uma das formas de garantir o padrão de qualidade exigido pelo mercado interno e externo. Somente com a junção de vários procedimentos implementados e definidos por programas de qualidade é que se obtém competitividade global dos produtos Além disso, servem de base para a implantação de outros programas de qualidade, como o APPCC (Analise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e as normas ISO. A otimização do potencial de desenvolvimento das aves está associada a vários fatores. Juntamente com boas condições de ambiente e sanidade, a aplicação de novas tecnologias na produção constitui fator relevante na melhoria da eficiência produtiva da indústria
avícola. Desta forma, o bem-estar animal, o bem-estar do trabalhador, o meio ambiente e a qualidade do produto final são, sem dúvida, os principais pontos para a boa aceitação do produto no mercado. Para obter qualidade em toda a cadeia de produção, são necessários controles e registros que permitam a rastreabilidade da produção, conferindo segurança ao produto final e permitindo que, caso ocorra algum problema, o mesmo seja facilmente localizado e corrigido. Além disso, as empresas produtoras estão sujeitas a auditorias e avaliações, buscando adequar seus processos produtivos às normas do mercado ao qual elas abastecem, tanto no Brasil como no Exterior.
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Alojamento dos Pintos As aves devem ser adquiridas de incubatórios registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e serem livres das principais doenças de controle oficial. Todas as aves devem ser vacinadas ainda no incubatório contra a doença de Marek. Manusear os pintinhos com cuidado, liberando-os junto às fontes de aquecimento, bebedouro e comedouros. Aquecedores deverão ser ligados antes da chegada das aves para estabilizar a temperatura e aquecer a cama onde as aves permanecerão durante a criação. Água e ração deverão estar disponíveis antes da chegada das aves. O pinteiro para o alojamento deve estar limpo e desinfetado adequadamente e sem a presença de aves por pelo menos 10 dias. No momento do alojamento dos pintos, deve-se registrar em fichas as conformidades das aves adquiridas. Observar e anotar o peso das aves, e avaliar se as mesmas estão saudáveis, com os olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e sem sujidades aderidas à cloaca. Geradores, aquecedores, ventiladores, bebedouros e alarmes deverão ser testados anteriormente à chegada das aves para garantir o funcionamento apropriado. A temperatura na área de alojamento deve estar ajustada
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ao conforto térmico das aves. Em épocas frias, deve-se usar sobre cortinas na área de alojamento, fixadas na parte interna do aviário sobrepostas à tela. Deve-se utilizar quantidade adequada de bebedouros e comedouros em relação ao número de aves, efetuando a regulagem da altura conforme a idade. A cama do pinteiro deve estar seca e com altura mínima de 6 cm. Densidade Todo aviário deve possuir espaço suficiente que permita acesso irrestrito do tratador, seja para inspeção ou para retirada de aves doentes ou mortas. A densidade máxima deve ser de 39kg/m2 para aves de abate durante o ciclo de produção. Todas as aves devem ter liberdade de movimentos para expressar seu comportamento natural. Ventilação e controle de temperatura A temperatura e o nível de ventilação do aviário devem ser apropriados ao sistema de criação, densidade, idade, peso e estado fisiológico das aves. A qualidade do ar deve ser manejada para garantir o bem estar das aves e do trabalhador. As temperaturas mínimas e máximas dentro dos aviários de ventilação automática devem ser medidas e registradas diariamente.
Todo o aviário com ventilação mecânica deve ser desenhado e manejado para evitar uma elevação de temperatura acima da zona de conforto térmico. A zona de conforto geralmente recomendada situa-se entre 31ºC e 33ºC para pintinhos de um a sete dias de idade e entre 21ºC a 23ºC para aves adultas, com umidade relativa entre 65% e 70%. Os níveis máximos de gases devem ser »» Amônia: 25 ppm »» Dióxido de Carbono: 5000 ppm »» Monóxido de carbono: 50 ppm »» Sulfato de Hidrogênio: 10 ppm »» Poeira inalável: 10mg/m³ Os registros de qualidade do ambiente devem estar disponíveis para revisão do técnico responsável. Em condições de clima quente os produtores devem utilizar práticas de manejo que minimizem o estresse calórico das aves. Estas medidas devem incluir a redução na densidade de alojamento, aumento da ventilação e utilização de nebulizadores. Alimentação e água O espaço de alimentação adotado na granja deve ser suficiente para permitir o acesso das aves à comida sem induzir competição. As aves devem ter livre acesso aos bebedouros e estes devem permitir fluxo e volume adequados a qualquer momento.
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O dimensionamento de comedouros e bebedouros deve ser validado pelo técnico responsável. As unidades de produção devem garantir que a água fornecida às aves seja limpa, potável e não ofereça riscos para a saúde das mesmas. O projeto de bebedouros e o seu posicionamento devem minimizar o umedecimento da cama. Devem-se realizar, anualmente, análises físicas, químicas e microbiológicas da água. A limpeza de depósitos intermediários e tubulações, desde a rede até o ponto de acesso a água para as aves, deve ser realizada a Cada novo lote. A ingestão de água deve ser medida, diariamente, por meio de medidores instalados em cada aviário. Deve-se seguir a legislação vigente quanto ao uso de ingredientes e produtos na alimentação animal. A empresa deverá seguir normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) de ração animal. O interior dos silos, localizados na granja, devem ser limpos e higienizados adequadamente. Os silos devem ser vedados para evitar a entrada de água, pragas e outros contaminantes. Deve ser respeitado o período de retirada de medicamentos veterinários, pesticidas e aditivos utilizados nas formulações seguindo a recomendação do fabricante ou a legislação vigente. A limpeza dos silos deve ser efetuada, no mínimo, a cada
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intervalo de lote de aves. Veículos transportadores de rações devem estar em boas condições e ser higienizados mensalmente. Qualquer alteração nas características físicas da ração deve ser comunicado ao departamento técnico. Deve-se evitar a mistura de rações de tipos diferentes nos silos. Sanidade É proibido o acesso de outros animais no interior do aviário. A mortalidade acima do normal deve ter as causas investigadas e um plano de ação deve ser implementado. Todos os galpões devem operar no sistema “tudo dentro, tudo fora” para que as aves estejam no mesmo grupo de idade. As instalações devem ser higienizadas e desinfetadas de acordo com o plano de limpeza. Deve haver sistema de desinfecção ou troca dos calçados na entrada dos aviários. Manter registros diários de mortalidade e aves eliminadas. Os funcionários não devem manter contato com outra espécie de aves. Veículos com trânsito permitido devem ser desinfetados antes de entrar e sair da unidade de produção. Apanha e transporte As equipes envolvidas na apanha e transporte das aves devem ser treinadas. A apanha das aves nos aviários deve acontecer em
condições calmas, com limpeza e descanso. A iluminação deve ser ajustada durante a apanha para minimizar reações de medo nas aves. Nenhuma ave deve ser restringida de água até o início do carregamento. É preferível a apanha pelo dorso e não deve ser permitida a apanha pela cabeça, pescoço, asas ou pernas. Deve haver uma área nivelada e de boa drenagem para o carregamento das aves. Não é permitido espantar as aves, agredi-las ou utilizar práticas que causem dor ou sofrimento. As aves mortas não devem ser transportadas. O responsável pelas aves deve estar presente no carregamento e assegurar que o lote está adequado para ser transportado. Durante a espera, as aves devem ser protegidas contra condições climáticas extremas e beneficiar-se de um ambiente adequado. Na recepção e descarregamento não devem ser utilizadas práticas impróprias que ocasionam dor ou sofrimento às aves. Os estabelecimentos de abate devem dispor de instalações e equipamentos apropriados para o desembarque das aves. As aves devem ser descarregadas o mais rapidamente possível após a chegada. Os níveis de danos de apanha devem ser monitorados no abatedouro e disponibilizados ao proprietário e reportados à equipe de apanha, estando disponíveis para serem examinados pelos auditores dos Órgãos
Certificadores. Evitar que as aves sejam restringidas de alimentos por mais de 12 horas durante o processo de saída para o abate. Nas situações em que o período de 12 horas for excedido, deve haver procedimentos que garantam o bem-estar das aves. Recomenda-se nomear um dos membros da equipe de apanha como responsável pela supervisão do carregamento das aves nos veículos de transporte. Bem-estar das aves O estabelecimento de normas de bem-estar animal deve ter como base o conhecimento científico e não ser baseado em aspecto antropomórfico. As cinco liberdades (Psicológica, Comportamental, Fisiológica, Sanitária e Ambiental) podem servir como base para a elaboração de programas de bem-estar animal das
empresas produtoras de frangos de corte. As aves devem receber uma alimentação e nutrição apropriadas a cada fase de criação. A empresa deve manter um programa de avaliação e verificação de conformidade de todo o processo, permitindo readequação de etapas onde ocorram erros. O programa de bem-estar deve estar embasado em planejamento, educação e capacitação. As Boas Práticas de Manejo em granjas devem ser seguidas para garantir conforto às aves. Gestão ambiental É importante proporcionar informações que possam ajudar no manejo do sistema de produção, protegendo as fontes de água da poluição e dispondo adequadamente dos resíduos da produção. Na unidade de produção
deve-se respeitar a legislação ambiental vigente. Retirar diariamente as aves mortas do aviário, destinando -as á compostagem. Prever manejo adequado dos resíduos evitando contaminação do ar, solo e/ou água com poluentes nocivos. Aproveitar a cama de frango como adubo nas lavouras, respeitando as boas práticas com relação ao solo e mantendo distância adequada do aviário. Proteger as fontes de água de cargas poluidoras e do acesso de pessoas não autorizadas e animais. Utilizar sistema de compostagem emergencial ou possuir um ponto de enterrio das aves quando houver mortalidade maciça. Manter a unidade de produção livre de lixo e resíduos, armazenando- os em local adequado até o seu descarte.
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Tecnologia Venda de máquinas volta a crescer Perspectiva é que, após temporada de estagnação, 2013 seja ano movimentado para a venda de tratores e colheitadeiras • Fonte: Jornal de Londrina As vendas de máquinas agrícolas devem aumentar 10% em 2013 após um ano de estagnação, conforme a indústria. Com as altas cotações das commodities agrícolas, o setor de maquinário amplia produção para dar conta desse crescimento. A projeção otimista dá novo impulso aos grandes fabricantes, pois a comercialização de tratores e colheitadeiras tende a fechar 2012 sem crescimento em relação ao ano passado. De acordo com a Associa¬¬ção Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a estiagem que atingiu algumas regiões brasileiras, principalmente os três estados do Sul, no final do ano passado fez com que os produtores reduzissem os investimentos, resultando na queda das vendas do primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011. Porém, com os recordes nos preços da soja, os negócios voltaram a crescer nos últimos dois meses, atingindo o patamar do ano passado. 65 mil: É o número de máquinas que a indústria espera vender neste ano. De janeiro
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a agosto, foram entregues 44 mil unidades, mesmo número alcançado pelo setor no ano passado. De acordo com os dados da Anfavea, 44 mil máquinas foram comercializadas no mercado doméstico entre janeiro e agosto deste ano, exatamente o mesmo número dos primeiros seis meses de 2011. A projeção é encerrar o ano com 65 mil unidades vendidas, entre tratores e colheitadeiras. O motivo da retomada é o investimento por parte dos agricultores brasileiros para aumentar a área de plantio na safra 2012/13 após a estiagem que assolou as principais regiões produtoras de grãos nos Estados Unidos. A expectativa é atingir melhores ganhos de produtividade e ocupar o espaço no comércio mundial deixado pelos norte-americanos. 2013 “Para 2013, a perspectivas são positivas e o crescimento deve ficar entre 5% e 10%, pois o Brasil deve virar o maior produtor mundial”, projeta Milton Rego, diretor da Anfavea. “Como estão dizendo no Rio
Grande do Sul, o agricultor vai plantar soja até em vaso no jardim”, afirma. “O preço das commodities e as perdas na safra americana aumentaram o ânimo dos agricultores, que repensaram os investimentos”, complementa Luiz Cambuhy, gerente comercial da Valtra. Com vendas antecipadas de soja e milho por preços lucrativos, muitos produtores já foram as compras. Segundo o presidente da Montana, Gilberto Sancopé, o ambiente é favorável. “Estimo que nossas vendas cresçam entre 15% e 20% no próximo ano”, aponta. Uma projeção com base em dados técnicos ainda deve ser formulada. A empresa deve registrar faturamento bruto de R$ 250 milhões neste ano, diante dos R$ 220 milhões de 2011. O gerente de negócios da Case IH para o Rio Grande do Sul, Silvio Campos, também acredita na retomada do setor em 2013. A projeção está baseada na previsão de clima favorável, com chuvas, o que deve garantir uma boa safra. A empresa aposta no crescimento dos negócios no segmento da agricultura familiar, que representam 10% das vendas
Foto: Sergio Sanderson
de tratores e 20% das colheitadeiras. “Neste ano, a seca afetou as vendas, mas menos do que se esperava. Na Região Sul, a expectativa era de crise intensa, mas o aumento das cotações das commodities mudou isso”, afirma o executivo. Ainda assim, as vendas no Sul fecharam abaixo da média. Porém, o desempenho no restante do país foi bom e compensou essa redução, avalia. “As vendas em 2013 devem recuperar esse terreno perdido no Sul e ampliar um pouco mais o mercado.” Diante da possibilidade real de crescimento dos negócios, as empresas planejam o aumento da produção. Para diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó, é preciso afinar os contratos com os parceiros
para garantir o fornecimento de peças. “Como participamos de uma cadeia, é preciso alinhar com os fornecedores. Mas acredito que não deve faltar matéria-prima e a capacidade de produção poderá ser ampliada conforme demanda do mercado”, afirma. Programas perdem ritmo, mas mantêm papel importante 65 mil máquinas agrícolas devem ser vendidas no Brasil em 2012. Com aumento de 10%, esse número deve passar de 70 mil no ano que vem, pela primeira vez na história. De janeiro até agora, as vendas somaram 44 mil unidades, o que equivale à mesma quantidade registrada nesse período
do ano passado. Porém como o ano começou com forte retração nas vendas no Sul, devido à seca, um empate é visto como sinal de retomada. Por isso, as indústrias projetam crescimento contínuo, dependendo, é claro, dos resultados da safra de grãos em 2012/13. A venda de máquinas agrícolas por meio dos programas governamentais representa uma parcela importante do faturamento da indústria do setor. Os agricultores aproveitam a facilidade de crédito para renovar as frotas de tratores e colheitadeiras. Porém, após alguns anos disponíveis no mercado, os programas perderam força e registram retração na demanda. “O ritmo diminuiu. Para retomar, o governo precisa difundir os programas em
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outras regiões como Centro-Oeste e o Nordeste, que estão registrando um crescimento significativo [na produção] e não estão concentradas nos mercados tradicionais”, diz Milton Rego, diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Os programas do governo criam um impulso a mais”, aponta o presidente da Montana, Gilberto Sancopé. O auge da venda de maquinário no Brasil, registrado nos últimos anos, coincide com o lançamento dos programas governamentais Trator Solidário, no Paraná, e Mais Alimentos, em âmbito nacional. As vendas teriam crescido particularmente no Sul – por conta da vocação agrícola, a região representa cerca de 40% dos negócios relacionados a maquinário utilizado no campo. O Trator Solidário, implantado em outubro de 2007 e paralisado em dezembro de 2010, possibilitou o financiamento de 6.452 tratores no período, renovando 22,9% da frota de tratores no estado. Desde que foi resgatado, em agosto do ano passado, mais 802 máquinas teriam sido financiadas. Diante do bom momento da agricultura no Paraná em 2012/13, a expectativa é
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de comercializar mais 250 unidades até o final deste ano. O programa Mais Alimen¬¬tos, linha de crédito do Pronaf, foi lançado pelo governo federal na safra 2008/09. Ao longo dos anos, o Ministério do Desenvolvimento Agrário tem registrado pequeno aumento na tomada de crédito. Foram R$ 2,8 bilhões na safra 2010/11, contra R$ 3,2 bilhões na safra passada, avanço de 15%. A projeção é de R$ 3,5 bilhões para safra 2012/13 – menos de 10% de crescimento. Outra opção é o Progra¬¬ma de Sustentação do Investi¬¬mento (PSI), que teve os juros da linha de crédito para máquinas reduzidos de 5,5% para 2,5% ao ano. “A mudança foi muito favorável. Era o empurrão que faltava para o agricultor que estava em dúvida”, enaltece Luiz Cambuhy, gerente comercial da Valtra. Porém, essa taxa será modificada no final do ano, podendo gerar contratempos no momento da colheita. “Dezembro começa a colheita, momento especial para venda de colheitadeiras. A mudança da taxa vai criar um problemão”, afirma Rego.
Equinos O seu haras passo-apasso
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Escolha da propriedade O primeiro passo para se iniciar uma criação de cavalos é comprar uma propriedade adequada, em relação ao clima, topografia, qualidade de solo, pastagens. Em seguida, escolhe-se a raça, de acordo com a qual será construída a infraestrutura básica, moderna e funcional. As duas ultimas etapas da implantação de uma criação de cavalos serão a seleção dos animais e a contratação de mão de obra especializada, sendo necessários um tratador e um treinador para um plantel de 10 a 15 animais. Como o Brasil é um país de clima tropical, cavalos podem ser criados em todas as regiões brasileiras, à exceção de algumas microrregiões de clima excessivamente úmido. Quanto à topografia, as propriedades planas ou levemente onduladas são as mais indicadas. As áreas de brejo devem ser evitadas, pois danificam os cascos e favorecem diversos tipos de enfermidades. Um solo de qualidade é essencial para a formação de boas pastagens, o que reduz custos operacionais. Dimensionamento da criação A área da propriedade depende do dimensionamento da criação. Muitos criadores começam a criar cavalos em áreas de tamanho incompatível com o do plantel,
passando por dificuldades de falta de pasto e capineira, o que onera bastante a criação. Em torno de 70% dos gastos de criação são relativos à alimentação e mão de obra. De acordo com o porte a criação de cavalos pode ser dividida da seguinte forma: »» Pequeno porte – até 10 matrizes, com um reprodutor ou utilização de sêmen »» Médio porte – de 10 a 20 matrizes, ainda podendo usar apenas um reprodutor »» Grande porte – acima de 20 matrizes, com dois reprodutores Obs.: Um segundo reprodutor será necessário para uso nas filhas das éguas base. Nos planteis de pequeno porte, serão poucas as potras selecionadas em cada safra, sendo mais interessante para o criador comprar sêmen de reprodutor testado, ao invés de investir na compra de um segundo reprodutor, ou de um potro, que é como dar um “tiro no escuro”. O numero de animais por hectare dependendo do tipo de graminea. No caso do Tifton, de alto valor nutritivo, a lotação anual pode chegar até 3 animais adultos por hectare. Para outras gramíneas a media é de 1 animal adulto por hectare. Mesmo obedecendo estas recomendações de lotação de pastagem, durante o período seco do ano os animais deverão ser suplementados com feno de boa qualidade. É erro grosseiro de avaliação pensar que um pasto seco (fenação natural), mesmo que abundante, estará atendendo as exigências nutricionais, especialmente no caso de éguas gestantes e potros (as) em crescimento.
O criador iniciante deve considerar que em sistema natural de reprodução as matrizes podem parir uma cria por ano. Os produtos recriados extensiva ou semi-intensivamente também necessitarão de áreas de pastagem. Em torno de 20 a 30% dos produtos podem ser reservados, para futuros reprodutores (as) e/ou animais de exposição. O restante da safra terá destino na comercialização direta no haras, na internet, em leilões. No caso de machos a serem castrados, recomenda-se a recria para futuro adestramento de sela, visando a obtenção de melhor preço. Assim, haverá um crescimento gradual do plantel. Para um plantel estabilizado em 10 matrizes, considerando a taxa de natalidade, e de desmame, em 90% e a idade ao primeiro parto sendo por volta dos 4 anos, vamos desenvolver a evolução do plantel: »» 1o ano – 9 produtos, reservando um macho e duas fêmeas »» 2o ano – idem. Teríamos mais 6 animais no plantel »» 3o ano – idem. Teríamos mais 9 animais no plantel, sendo que as duas fêmeas selecionadas no primeiro ano entrarão em reprodução. O criador deverá decidir se aumenta o plantel para 12 matrizes ou se descarta duas éguas, priorizando aquelas que não produziram bem. »» 4o ano – idem. Teríamos mais 12 animais no plantel, Dos quatro machos selecionados, um em cada safra, os dois melhores deverão ser reservados para teste em reprodução. Os outros dois
poderão ser comercializados como reprodutores. No caso da adoção de sistema reprodutivo artificial, o criador poderá investir em duas ou três éguas ventres de ouro, a serem utilizadas como doadoras de embriões. Para cada égua doadora serão necessárias três éguas receptoras. De cada égua doadora é possível coletar, em média, três embriões viáveis em cada estação de monta. Geralmente, esta modalidade mais sofisticada de criação não mantem reprodutor próprio,. O criador investe em sêmen de garanhões testados e aprovados. Outro custo elevado é na assistência veterinária, seja para a coleta do sêmen, transporte e inseminação, coleta e transferência de embriões; tratamentos hormonais. A vantagem é que o aumento significativo da pressão de seleção, o que resulta em valor zootécnico superior dos produtos gerados, que podem ser comercializados a preços mais elevados. Localização e acesso Preferencialmente, o haras deve ser localizado em região de tradição na criação de cavalos, que disponibiliza as facilidades necessárias ao desenvolvimento da criação, além de reduzir custos de transporte para participar de eventos e viabilizar o escoamento mais fácil dos produtos. Outro aspecto interessante é a proximidade de alguma cidade com boa infraestrutura – supermercados, farmácia, hospital, escola de ensino publico, lazer Para facilitar e estimular a frequencia rotineira de visitas do criador e familiares, a localização não deve ser
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muito distante da cidade onde residem. Distâncias superiores a 150 km já tornam as viagens cansativas, levando em conta o mal trânsito das grandes cidades e as condições precárias em grande parte das rodovias. O acesso ao haras deve ser fácil, preferencialmente em via asfaltada. As estradas de terra, quando mal cuidadas, causam desconforto e transtornos em épocas chuvosas. Clima e topografia No Brasil, como país de clima tropical, há muitas variações de uma região para outra. No Sul e Sudeste, o frio é mais intenso, com o inverno seco e o verão chuvoso. Em grande parte do Centro – Oeste, a distribuição de chuvas é semelhante ao Sul e Sudeste, porem com medias pluviométricas inferiores. Nas regiões Norte e Nordeste, o inverno é chuvoso e o verão seco. O cavalo adapta-se bem aos climas quentes e secos. Os climas mais úmidos não menos saudáveis, especialmente quanto às afecções respiratórias e infestações de ecto e endoparasitas. Entretanto, foram forjadas raças mais resistentes para cada tipo de clima e topografia, como foi abordado na introdução desta obra. A topografia ideal de criação é a levemente ondulada, que possibilita melhor condicionamento aos animais criados extensivamente. A topografia montanhosa favorece os acidentes, impede a mecanização do manejo de pastos e dificulta a mão-de-obra na lida com os animais. A topografia plana facilita a distribuição dos piquetes, a movimentação dos animais no haras, o manejo
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geral da criação. Qualidade da terra Mais importante do que a localização é a qualidade da terra. Solos de baixa fertilidade devem ser corrigidos para a formação de pastagens, o que implica em elevados custos. As principais deficiências de minerais são de Calcio, Fósforo e Potássio. As correções de solo para formação de pastagens deverá ser feita através da aplicação grandes quantidades de adubos químicos, orgânicos e de calcareo, sendo este ultimo para a correção de acidez. Mesmo após formadas as pastagens, as aplicações periódicas de fertilizantes ainda serão necessárias, pois o solo não disponibiliza nutrientes para a planta. Este é um custo que pode inviabilizar a criação. As terras de cultura, de coloração roxa ou avermelhada, são as preferenciais. Terras arenosas, de cerrado, de baixadas de brejo e solos pedregosos devem ser evitados. Entretanto, estes tipos de solos são incidentes em muitas regiões. Por exemplo, na região do planalto central, predomina o solo de cerrado, geralmente pedregosos, rasos, de pouca capacidade de armazenamento de agua, de vegetação mais baixa e rala. Nas faixas litorâneas geralmente predominam os solos mais ácidos, de baixadas, vegetação mais alta e densa. As terras de cultura são encontradas em grande parte do Estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, parte do Sul de Minas, mais próximo à divisa com São Paulo, grande parte do triângulo mineiro, como exemplos.
Tipo de pastagem – nativa X artificial Os pastos nativas são pouco nutritivos e exigem gastos elevados de manejo da capina e limpa. Geralmente muito sujos, misturam vários tipos de gramíneas rasteiras e arbustivas, algumas podendo ser tóxicas para o equino. Outras desvantagens de pastos nativos é a maior incidência de cobras e carrapatos. Somente durante os períodos chuvosos atendem as necessidades de manutenção do equino. Também apresentam reduzida capacidade de lotação. Dois tipos de pastagens nativas incidentes no Estado de Minas Gerais são os capins gordura e Colonião. Este ultimo também incide no Sul da Bahia. As pastagens artificiais podem ser mais apropriadas quando se escolhe uma boa graminea, que deve ser bem adaptada ao clima e tipo de solo. Na atualidade, o Tifton é a graminea mais recomendada, devido ao elevado valor nutritivo e a possibilidade de produção de feno de boa qualidade. Os gastos com a formação, através de mudas e solo bem adubado, compensam. Havendo disponibilidade de agua para irrigação, melhor ainda, pois viabiliza a fenação. Em seguida ao Tifton, podem ser indicados o Coast Cross ( dá feno de boa qualidade ), capim Paraíso ( que também serve para capineira ), Tanzânia, Mombassa. Para regiões de clima mais seco, baixo indice pluviométrico, outras gramineas são recomendadas, tais como o Buffel Grass, Brachiaria Humidícola, Pangola. Outros capins consumidos pelo cavalo são o Pangolão, Andropogon, Colonião, Grama Estrela, Gordura, Jaraguá, Sempre Verde.