Revista Padma

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uma nova experiĂŞncia no yoga

abrindo o peito o que ustrasana pode fazer a nosso favor

åsanas base aprendendo do começo

ao longo das pernas dicas fundamentais para conseguir um alongamento seguro dos isquiotibiais

saiba ocupar-se como agir perante aos momentos de descanso


Ashtanga ARRAIAL 2014

local do evento Estrada geral do canto dos ventos 173 Pontal do Atalaia Arraial do Cabo RJ onde ficar entrar em contato com Bianca info@ashtangaarrail.com +55 22 2665 4551


São três semanas de práticas de

Ashtanga Yoga e muita praia, tudo isso em um dos lugares mais bonitos do Brasil, o Pontal do Atalaia em Arraial do Cabo.

Rafael busca ensinar o Astanga

de maneira individual, respeitando os limites e características de cada aluno. Praticamente há mais de 10 anos, acredita que ao ensinar com a Judá dos alunos e com poucas pessoas ao mesmo tempo em sala é possível dar atenção individual e ajudar no desenvolvimento da prática pessoal do aluno.

Seu primeiro contato com a prática

foi buscando a cura para uma tendinite por uso de computador (LER), encontrou a satisfação na prática e desde então dedica-se ao estudo de Yoga e fez seguidas viagens para estudar o método Ashtanga Vinyasa em seu local de origem, a cidade de Mysore no sul da Índia.

inscrições Caludia Kevalá

+55 22 2665 1287

Astanga Namaskar

+55 22 2666 0173

www.astanganamaskar.com.br



KRISHINAMURTI NOS ENSINA SOBRE O EGOĂ?SMO E O MEDO

12 abrindo o peito o que ustrasana pode fazer a nosso favor

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ao longo das pernas dicas fundamentais para conseguir um alongamento seguro dos isquiotibiais

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ASANAS BASE É atravez desses primeiros passos que criamos um meio de reflexão sobre o que somos

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EU: O OUTRO DESVENDANDO O EGO

27 LÁ FORA

42 ocupe sua vida como lhe dar com o ócio

51 prana kapalabati, a respiração do crânio brilhante

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ENTRE NÓS UMA ENTREVISTA COM O pROF. HERMÓGENES

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visáo interior meditação segundo a filosofia ananda marga

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para o nosso bem os mistérios da massagem ayurvedica

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indra governante dos céus e deus das tempestades

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abrindo os trabahos

conhecimento salva

O homem é consciente de si mesmo, de um ser que é incompleto. Essa auto-apreciação é peculiar ao homem, visto que, sendo consciente, ele é também consciente das próprias imperfeições, o que dá origem ao descontentamento. Assim sendo, a vida de um dado indivíduo é governada por desejos que estabelecem o fato dele não estar à vontade consigo mesmo. Desejos diferem de indivíduo para indivíduo. Não existem duas pessoas com o mesmo grupo de desejos. Cada um cultiva desejos particulares ao ser influenciado pelo meio cultural e pelas condições de vida em que nasce e se desenvolve. Desejos diferem não apenas de um indivíduo para outro, mas vão se modificando constantemente enquanto vivemos, segundo fatores como idade e posição social. Aquilo que desejamos hoje não é o mesmo que desejávamos na infância.raduções que vemos hoje em dia nas livrarias, contradizem não apenas o bom-senso e a experiência humana, como também a voz da ciência, que parece não ser muito considerada em alguns círculos de Yoga. O problema é que muitas vezes, tomamos essas interpretações confusas

Rafael Rodrigues Está se formando em designer e professor de yoga e pretende alcançar clareza mental para ter uma vida tranquila e poder ajudar as pessoas a sua volta. fotografia lorena ypsun

ou questionáveis, como palava revelada e, se há falta de bom-senso ou de profundidade na tradução, nosso escasso espírito crítico não detecta essa falha. Conseqüentemente, repetimos esse erro e aceitamos o conhecimento equivocado como se fosse verdadeiro. Para conhecer algo é necessário um meio de conhecimento. Vedanta é o meio de conhecimento que, por ser em forma de palavras, necessita de um mestre. Um mestre de Vedanta é aquele que dissipa a escuridão, a ignorância que impede alguém de conhecer a si mesmo. Vedanta é, então, um meio de conhecimento que proporciona o conhecimento do Ser. Outros meios de conhecimento à nossa disposição não o possibilitam, e, portanto, esse método de conhecimento em particular se faz necessário. Assim como nossos olhos são os meios para que formas e cores sejam conhecidas, Vedanta é o meio para o conhecimento do Ser.


Padma Publisher Cintia de Sá Conselho Editorial Carla Cameplo, Henrique Pires , Roberta Barros, Denis Policampi (Presidente), Alexandre Salomon (Vice-Presidente), Dario Lima, Lívia Lima Diretor de criação Rafael Rodrigues Diretor de Arte Matheus Carvalho Diretora de Fotografia Lorena Ypsun Editor Alexandre Salomon Editora-Assistente Catia Louredo Redatora-Chefe Bianca Lovell-Parker Redator Convidado Pedro Vasconcellos Diretora Geral de Publicidade Carla Rodrigues Produção Executiva Felipe Mól-Bordalo Produção Hugo Bianco e Maria Amorin Diretora de Recursos Humanos Luis Philipe Ribeiro Diretor de Serviços Editoriais Janaína Soares Diretor Superintendente Danilo Amaral Designer Mariana Boghossian e Siddhesh Varananda Estagiário Vivi Leitão Bergè

Agradecimentos Espaço Ayum de Yoga e Meditação, Curso de Formação de Professores 2012-2013, Dada Siddheshvarananda Avt, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro A Padma é uma publicação da Editora 3. Todos os direitos reservados Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização do conteúdo editorial. Os artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e refletem em parte a opinião da revista. Operação em Bancas Assessoria Edi Surama Distribuição exclusiva em Bancas FC Comercial e Distribuidora S.A. Pré-impressão Julio 2015 Impressão AlphaGraphics


colaboradores firmina labre Professora de yoga, educadora, violinista e sempre a procura de uma boa viagem que lhe agregue conhecimentos. Autora do livro Pisando nos cinco continentes. Nos conta: “Brinquem, se divirtam, se joguem na lama, eu estou aqui só para observar as brincadeiras, e apoiá-las”

matheus carvalho Pesquisador, diretor de arte e doutorando em plástica e estética. Ganhador do prêmio D’lascar pelo trabalho de direção de arte da revista Padma no ano de 2012. Quase um poliglota. Nos conta: “Em sendo falta me”

carla rodrigues Pesquisadora e crítica de moda, formada em professora de yoga faz uns 15 anos, ou mais, não se lembra precisamente quando. Mestranda em gestão educativa transdipliscinar nos conta: “Glorinha era uma menina muito curiosa.”

lívia lima Produtra editorial, cronista e desbravadora de países diferentes. Nos conta: “O homem é um mero talvez, uma possibilidade, um potencial, um tornar-se, uma vontade. O homem não é, ainda. O homem ainda tem que ser. Essa é a agonia do homem e o seu êxtase também.”

sonia harumi Aquarelista, ilustradora, designer, montadora de camas, hoteleira, cozinheira de maõ cheia, japonesa, judia e brasielira, tia avó, mulher biônica. Nos conta: “Respira! Concentra. Om”


mariana boghossian Designer e pratica yoga todos os dias. Nos conta: “Pensar é ir para fora e não pensar é ir para dentro. Pense e você já começou a se mover para fora de si mesmo. O pensamento é a maneira de levar você para longe. O pensamento é um projeto. Não-pensamento... e de repente você está dentro.”

leonardo dos santos Antropólogo, desbravador da Índia, cheff de cozinha e vai ser pai já já! Nos conta “A não ser que você lute arduamente contra eles, não haverá possibilidade de sucesso. A exploração deles é tão velha, a opressão deles é tão antiga, as estratégias deles são tão espertas...” E quem é você contra

fabrício archangelo Astrólogo e cartomante. Professor de yoga e teatro. Sagitariano. Nos conta “Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

georgina rodrigues

Entrevistadora, pesquisadora, botânica e jardineira. Nos conta “Transformar nossa sensibilidade é o que nos torna diferente dos animais e nos faz chegar perto das belezas das flores.”

heleno gonçalves Fotógrafo e diretor de fotografia. Nos conta: ”Os animais não têm ansiedade. A memória não os perturba e as imaginações não agitam seus corações. Eles são simples. A existência não tem qualquer complexidade para eles. Quando eles vivem, eles vivem.”


inspirando

jiddu krishnamurti

o egoísmo, ansia de prestígio, os temores e o medo total antes de irmos mais adiante, eu desejava perguntar-vos qual é o vosso interesse principal, e constante, na vida. pondo de parte quaisquer respostas equívocas, e encarando a questão direta e honestamente, que responderíeis? Sabeis? Não é vossa própria pessoa? - Pelo menos é isso o que diria a maioria de nós, se respondêssemos sinceramente. O que me interessa são os meus problemas, meu emprego, minha família, o pequeno canto em que estou vivendo, a conquista de uma posição melhor para mim, mais prestígio, mais poderio, mais domínio sobre os outros etc. etc. Penso que seria lógico reconhecermos para nós mesmos, que é nisso que está principalmente interessada a maioria de nós: primeiro “eu”. Diriam alguns que é mau estarmos interessados principalmente em nós mesmos. Mas, que há de mau nisso senão o fato de o admitirmos tão raramente, decente e honestamente? Se o fazemos, sentimonos um tanto envergonhados. Eis, portanto, o fato: Cada um está fundamentalmente interessado em si próprio e, por várias razões, lógicas e tradicionais,

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pensa que isso é mau. Mas, o que uma pessoa pensa é irrelevante. Ora, porque introduzir esse fator - o pensar que isso é mau? Isso é uma idéia, um conceito. O fato é que, fundamentalmente, e perenemente, cada um está interessado em si próprio. Direis que é mais satisfatório ajudar o próximo do que pensar em si mesmo. Qual a diferença? Isso continua a ser interesse em si próprio. Se encontrais maior satisfação em ajudar os outros, estais interessado numa coisa que vos proporciona uma satisfação maior. Por que admitir qualquer conceito ideológico a esse respeito? Por que essa maneira dupla de pensar? Por que não dizer: “O que realmente desejo é satisfação, seja sexual, seja ajudando os outros ou tornando-me um grande santo, um grande cientista ou político”? Trata-se do mesmo processo, não achais? Satisfação, de todas as maneiras, sutis ou óbvias, é o que desejamos. Dizendo que desejamos liberdade, desejamo-la porque nesse estado se encontra uma satisfação maravilhosa, e a satisfação máxima, naturalmente, é essa peculiar idéia de autorealização. O que na verdade estamos buscando é uma satisfação, sem nenhum vestígio de insatisfação. A maioria de nós aspira à satisfação de ocupar uma certa posição na sociedade, porque temos medo de ser ninguém. A sociedade é formada de tal maneira, que um cidadão que ocupa uma posição respeitável

jiddu krishnamurti 1895-1986 filósofo, escritor, e educador indiano. Entre seus temas estão incluídos revolução psicológica, meditação, conhecimento, liberdade, relações humanas, a natureza da mente,

é tratado com toda a cortesia, enquanto aquele que não tem posição é tratado a pontapés. Todos, neste mundo, desejam prestígio, prestígio na sociedade, na família, ou à direita de Deus-Padre, mas esse prestígio tem de ser reconhecido por outros, pois, do contrário, não será prestígio. Queremos estar sempre sentados no palanque. Interiormente, somos remoinhos de aflição e de malevolência, e, por conseguinte, ser olhado exteriormente como uma grande figura proporciona imensa satisfação. Esse anseio de posição, de prestígio, de poder, de ser reconhecido pela sociedade como pessoa de destaque, representa uma vontade de dominar os outros, e essa vontade de domínio é uma forma de agressão. O santo que busca posição em sua santidade é tão agressivo como as aves que se bicam num aviário. E, qual a causa dessa agressividade? O medo, não? O medo é um dos mais formidáveis problemas da vida. A mente que está nas garras do medo vive na confusão, no conflito, e, portanto, tem de ser violenta, tortuosa e agressiva. Não ousa afastar-se de seus próprios padrões de pensamento, e isso gera a hipocrisia. Enquanto não nos livrarmos do medo, ainda que galguemos o mais alto cume, ainda que inventemos toda espécie de deuses, ficaremos sempre na escuridão.

a origem do pensamento e a realização de mudanças positivas na sociedade global. fotografia lorena ypsun

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inspirando

seguindo a prórpia natureza

1. Arjuna disse: Ó Janardana, ó Keshava, por que queres ocupar-me nesta guerra terrível, se achas que a inteligência é melhor do que o trabalho fruitivo? 2. Minha inteligência ficou confusa com Tuas instruções equívocas. Portanto, dize-me definitivamente o que me será mais benéfico. 3. A Suprema Personalidade de Deus disse: Ó virtuoso Arjuna, acabei de explicar que há duas classes de homens que tentam compreender o eu. Alguns se inclinam a compreendê-lo pela especulação filosófica empírica, e outros, pelo serviço devocional. 4. Não é possível livrar-se da reação só porque se deixa de agir, nem pode alguém atingir a perfeição só porque pratica a renúncia. 5. Todos são irremediavelmente forçados a agir segundo as Sempre elegemos um trecho de escritos vedas para inspirar o nosso leitor nesta edição Bhagavad Gita 6, 1-8 fotografia lorena ypsun

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qualidades que adquirem nos modos da natureza material; portanto, ninguém pode deixar de fazer algo, nem mesmo por um momento. 6. Aquele que impede os sentidos de agir, mas não afasta sua mente dos objetos dos sentidos, decerto ilude a si mesmo e não passa de um impostor. 7. Por outro lado, se uma pessoa sincera utiliza a mente para tentar controlar os sentidos ativos e passa então a praticar karma-yoga sem apego, ela é muito superior. 8. Executa teu dever prescrito. Este procedimento é melhor do que não trabalhar. Sem trabalho, não se pode nem ao menos manter o corpo físico.


corpo dharma

No processo do Yoga encontramos três ásanas base de onde derivam ou nascem os demais ásanas. É atravez desses primeiros passos que criamos um meio de reflexão sobre o que somos. A pratica dos ásanas base trona-se um momento de reflexão sobre o que somos, ou sobre o que sabemos sobre o que somos. Com essa finalidade, existem e se praticam (ou deveriam se praticar) todas as técnicas do Yoga, aliandos a essas posturas a meditação, os pranayamas e os mantras.

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corpo dharma

tadasana Asana preparatório para outros asanas executados em pé. Nela busca-se firmeza e estabilidade, além de nos ensinar a arte de parar corretamente aumentando nossa consciência sobre o corpo. Ao praticá-la, distribui-se o peso harmoniosamente. Procure sentir seu equilíbrio, sem colocar todo seu peso somente nos calcanhares, em uma das pernas ou nas bordas internas ou externas dos pés. Com o corpo mais leve a mente será capaz de atingir agilidade, firmeza e quietude. passo a passo 1 Com as plantas dos pés, seus dedões se tocando, calcanhares ligeiramente afastados (de modo que seus pés estejam paralelos). Levante os pés espalhando os dedos dos pés e as pontas dos pés, em seguida, coloque-os suavemente no chão. Balançar para trás e para a frente e para os lados. Aos poucos, reduza essa oscilação equilibrando seu peso uniformemente sobre os pés. 2 Mantenha firme os músculos da coxa e levante as rótulas, sem endurecer o seu baixo ventre. Levante os tornozelos internos

exercícios executados por naiane baeta, com oorientação da professora firmina labre a técnica descrita é baseada no hata yoga e na experiência das aulas dadas pela professora. fotografia lorena ypsun

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para fortalecer os arcos internos, então imagine uma linha de energia que vai das coxas passando pelas virilhas, e através do núcleo do seu tronco, pescoço, atravessando até o topo de sua cabeça. Vire as coxas ligeiramente para dentro. Alongue o cóccix em direção ao chão e levante o púbis em direção ao umbigo. 3 Pressione as omoplatas em sua volta, para alargá-los e liberá-los para baixo de suas costas. Sem empurrar suas costelas inferiores da frente para frente, levante a parte superior do seu esterno, em linha reta em direção ao teto. Amplie seus clavículas. Mantenhas firme os braços ao lado do tronco. Apontando as pontas do dedos para o chão. 4 Equilibre o topo de sua cabeça diretamente sobre o centro da pélvis, com a parte inferior de seu queixo paralelo ao chão, garganta suave, e a língua grande e plana no chão de sua boca. Suavize os olhos.

benefícios

decifrando

Tadasana auxilia no aquecimento das articulações e estímulo da circulação sanguínea.

tada = montanha asana = postura

Trabalha musculatura específica e favorece os aparelhos digestivo e excretor. Tonifica os músculos das pernas eliminando a rigidez dos quadris, desenvolvendo alinhamentos e percepção corpórea correta. Auxilia na circulação dos ares vitais internos do corpo, favorecendo o equilíbrio da energia prânica por todos os tecidos e órgãos, além de servir no desenvolvimento de concentração e força mental. Desperta a consciência espiritual trazendo mudanças e desenvolvimento interior e prepara a mente para o autoconhecimento.

A montanha simplesmente está ali, estável , quieta, profunda, imperturbável. O mundo gira e a montanha assiste e persiste. Contemplar uma montanha é uma forma de se aproximar do que é perene, consistente, silencioso, grandioso. Aprofundar-se num também. A coluna é como o subconsciente. O desalinhamento das costas pode indicar falta de contato com os conteúdos subconscientes. Em nível energético, este asana, bem como todas as demais em pé, desperta e ativa os chakras inferiores, estabelecendo uma conexão firme com o elemento terra.

5 Fique na postura por 30 segundos a um minuto, respirando facilmente. Tadasana geralmente é o ponto de partida para todas as posturas em pé.

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corpo dharma

dandasana A simplicidade deste asana esconde a complexidade da base de todos os asanas sentados.Essa postura exige a abertura do peito, que traz um fluxo de energia responsável pela eliminação de mágoas e dores que ficam arraigadas por muito tempo.

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A permanência com tranquilidade neste asana requer concentração e muita respiração, contribuindo para um maior fluxo de prana, fazendo dessa postura, uma postura poderosa!


passo a passo

benefícios

1 Sente-se no chão com as pernas juntas e estendidas na frente de seu torso. Se o tronco está inclinado para trás, pode ser porque as pernas estão apertadas. Arraste os ísquios para os joelhos e a parte de trás da pélvis em direção ao chão. Pode ser útil para sentar-se em um cobertor ou uma almofada para levantar a pélvis.

Fortalece, tonifica e alonga os músculos das costas, melhorando a postura com o alongamento dos ombros e a abertura do peito

2 Para verificar o alinhamento da coluna sentar-se com as costas contra uma parede. O sacro e as omoplatas devem tocar a parede, mas não o zinferior das costas ou parte de trás da cabeça. 3 Sente-se para a frente dos ísquios, e ajuste o púbis e o cóccix equidistante a partir do piso. Sem endurecimento da barriga, coxas firmes, presse-as para baixo contra o chão, gire-as um pouco para o outro lado, e gire as virilhas em direção ao sacro. Flexione os tornozelos, pressionando para fora através de seus calcanhares.

Alonga os ligamentos das pernas Massageia e fortalece os órgãos abdominais tonificando pricipalmente os rins. É um ásana recomendado para as pessoas com artrite ou reumatismo nos joelhos e tornozelos. decifrando danda = bastão asana = postura Seu nome se deve a forma que a coluna deve assumir, a de um bastão, alongada, firme. Sua permanência ajuda no fortalecimento das pernas e dos músculos abdominais e aumenta o controle emocional.

4 Para prolongar o seu torso e fazê-lo ficar perpendicular ao chão, deixando que a energia flua para cima do púbis ao esterno, e depois nas costas desde os ombros até o cóccix. 5 Imagine a sua coluna como o centro vertical do seu torso, firmemente enraizada na terra, o apoio, o pivô de tudo que você faz. Mantenha a postura por um minuto ou mais em respiração abdominal.

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corpo dharma

sukhasana Asana que aproveita o equilíbrio intrínseco da medula espinhal, constituindo uma a base sólida necessária para uma mente presente e meditativa. É uma pose confortável, de aterramento e centralização, sendo fácil o suficiente para que as pessoas possam voltar a atenção para seu interior.

passo a passo 1 Cruze as pernas e deslizando cada pé sob o joelho oposto de encontro a região pélvica. Dobre seus joelhos e pernas. 2 Relaxe as bordas externas para descansar confortavelmente os pés no chão.Você está em sukhasana quando você olha para baixo e vê um triângulo, os três lados formados pelas duas coxas e as canelas cruzadas. Deve haver conforto entre os pés e a pélvis. 3 Sente-se com sua pélvis em uma posição relativamente neutra. Para encontrar-se neutro, pressione as mãos contra o chão e levante os ísquios posicionandoos suavemente no chão. Fique por algumas respirações, isso fará com que seus ossos da coxa pesem e desçam lentamente. Tente equilibrar o seu púbis e cóccix deixando-os equidistantes do chão. Coloque uma mão sobre a outra em seu colo, com as palmas para cima,

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ou coloque suas mãos sobre os joelhos, com as palmas para baixo. 4 Alongue o cóccix em direção ao chão, firme as omoplatas contra as costas para abertura da parte superior do tronco. 5 Ao praticar esta posição regularmente e por um longo período de tempo, se faz necessário alternar o cruzamento das pernas para um maior conforto. benefícios Alonga a coluna, joelhos e tornozelos. Acalma a mente e facilita a digestão

decifrando sukha = felicidade, fácil asana = postura Neste mundo moderno, as pessoas se sentam em cadeiras que não tem seu enconsto em 90 graus, devido a isso, os músculos das pernas enrijecem. Para evitar que a sua complicação, sukhasana é recomendada.


alimentação sutil

um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade

ayurveda

texto aderson moreira da rocha, clínico geral, reumatologista e acupunturista, presidente da Associação Brasileira de Ayurveda e autor do livro “A Tradição do Ayurveda” pela editora Soma fotografia lorena ypsun

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alimentação sutil

A Ayurveda, como ciência integral, considera que a doença inicia-se muito antes de chegar à fase em que ela finalmente pode ser percebida.

Ayurveda é o nome dado ao conhecimento médico desenvolvido na Índia há cerca de 7 mil anos, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade. Ayurveda significa, em sânscrito, Ciência (veda) da vida (ayur). Continua a ser a medicina oficial na Índia e tem-se difundido por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional. No Brasil é praticada principalmente por psicólogos e fisioterapeutas. A medicina ayurvédica é conhecida como a mãe da medicina, pois seus princípios e estudos foram a base para, posteriormente, o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa, árabe, romana e grega. Houve um intercâmbio de informações com o Japão, que tinha a mesma necessidade dos indianos: criar uma medicina barata para atender às suas populações muito pobres e gigantescas, por essa razão existe muito da medicina japonesa nos conceitos de ayurvédica. As duas desenvolveram técnicas muito eficientes e de baixo custo para o tratamento. A doença, para a Ayurveda, é muito mais que a manifestação de sintomas desagradáveis ou perigosos à manutenção da vida. A Ayurveda, como ciência integral, considera que a doença inicia-se muito antes de chegar à fase em que ela finalmente pode ser percebida. Assim, pequenos desequilíbrios tendem a aumentar com o passar do tempo, se não forem corrigidos, originando a enfermidade muito antes de podermos percebê-la. Essa filosofia médica exige um diagnóstico prévio do desequilíbrio do paciente. No Ayurveda nós fazemos a leitura do desequilíbrio dos Doshas ou humores biológicos. O Dosha Vata é composto por Ar e Éter,

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o Dosha Pitta por fogo e água e Kapha apresenta Terra e Água. Cada desequilíbrio terá uma dieta individualizada. Vata é seco, frio e leve, Pitta é médio, oleoso e quente e Kapha é frio, pesado e oleoso. Para o desequilíbrio de Vata ( Ar e Éter ) indicamos uma alimentação quente, nutridora e oleosa. No caso de Pitta em desarmonia indicamos uma dieta nutridora, fria e seca e em Kapha está indicado os alimentos leves, secos e quentes. A digestão é o mais importante que nutrição. O Fogo Digestivo ou as enzimas digestivas são fundamentais para nossa saúde. Nesta visão não adianta fazer uma dieta equlibrada se a nossa função digestiva não funcionar adequadamente. Utilizamos as plantas medicinais digestivas como : gengibre, pimenta do reino, funcho e açafrão para melhrar o fogo digestivo e promover a função disgestória. O Ayurveda equilíbra o sistema corpo-mente-emoções através de uma rotina diária de hábitos saudáveis: dieta equilibrada, fitoterapia, atividade física, yoga, meditação, terapías depuradoras e massoterapia com óleos vegetais são ferramentas terapêuticas desta Medicina Oriental. A alimentação depende do desequilíbrio dos doshas que são expresssões fisiológicas dos cinco elementos da natureza: Ar, Éter, Fogo, Água e Terra. Existe um questionário de desequilíbrio dos doshas em que vocêu pode responder e ter uma idéia de seu desequilíbrio na visão desta filosofia médica, alguns livros contém listas sobre os alimentos específicos para cada Dosha, aquilo que se deve priorizar e

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reduzir de acordo com a nossa desarmonia atual. Existe muito a ser dito a respeito de cada um dos doshas, mas suas funções básicas podem ser definidas ampla e simplesmente: o dosha Vata é o princípio dominante no corpo que controla o movimento; o dosha Pitta controla o metabolismo e a digestão; e o dosha Kapha é responsável pela estrutura física e o equilíbrio dos fluidos. Cada célula do corpo precisa conter esses três princípios a fim de sustentar a vida. Você precisa ter Vata para o movimento, para respirar, para que o sangue circule, para que os alimentos se desloquem através do aparelho digestivo, e para enviar impulsos nervosos ao cérebro e a partir dele. Precisa ter Pitta a fim de assimilar e processar os alimentos, o ar e a água através dos diversos sistemas do corpo. Tem necessidade de Kapha, ou estrutura, para manter as células juntas e formar os músculos, a gordura, os ossos e o tecido conjuntivo. Embora a natureza precise dos três princípios para criar e sustentar a vida humana, cada um de nós encerra diferentes proporções dos doshas em nossa constituição básica. Quando digo, por exemplo, que uma pessoa é do “tipo Vata”, estou querendo dizer que certas características Vata são dominantes na estrutura dessa pessoa. Os indivíduos do tipo Pitta ou do tipo Kapha terão suas características predominantes particulares. Ao identificar e compreender seu dosha, você pode colocar sua alimentação, sua rotina diária e até mesmo seu comportamento casual em perfeita harmonia com sua fisiologia como um todo - e você começa a ter acesso a suas reservas internas de energia. Vamos examinar mais de perto as características dos três tipos de corpo.

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alimentação sutil

SANDUÍCHE VEGGIE 3 fatias de pão árabe 2 colheres de sopa de creme de leite de amêndoas 2 colheres de sopa de azeite 3 tomates 1 maço de manjericão Bata o creme de leite de amêndoas, o azeite e o manjericão no liuidificador, até obter um creme. Reserve. Fatie os tomates. Espalhe o creme e as rodelas de tomate, sobre as fatias de pão, e voilà!

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alimentação sutil

creme de Abóbora com mandioquinha 300g de abóbora 200g de mandioquinha (batata baroa) 5 colheres de sopa de ghee 1 aipo cortado e fatiado 1 alho poró cortado e fatiado sal marinho e pimenta preta 20g folhas de hortelã Corte a abóbora e a mandioquinhas em cubos .Aqueça o ghee em uma panela grande em fogo médio, adicione as chalotas, o aipo e o alho e cozinhe por 4- 5 minutos, até ficar macio, mexendo sempre. Adicione os aspargos, tempere e deixe cozinhar por mais 3-4 minutos, mexendo as vezes até que brilhem. Em seguida, misture as ervilhas. Adicione o caldo, deixe ferver. Depois, misture a hortelã na sopa em um processador de alimentos até ficar homogêneo com um pouco de textura e se necessário aqueça após no forno.

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o outro: eu

EGO, O FALSO CENTRO

você irá para a escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com outras crianças e elas refletirão quem você é. pouco a pouco, todos estão adicionando algo ao seu ego, e todos estão tentando modificá-lo, de tal forma que você não se torne um

O primeiro ponto a ser compreendido é o ego. Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso. Nascimento significa vir a este mundo, o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce neste mundo. Ela abre seus olhos, vê aos outros. O “outro” significa o tu. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Este também é o outro, também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É desta maneira que a criança cresce.

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o outro: eu

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que esta pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se ela aprecia a criança, se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Agora um ego está nascendo. Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ela não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito. E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida; sentindose inferior, sem valor. Isso também é o ego. Isso também é um reflexo.

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A mãe primeiro - e mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas. O ego é um fenômeno acumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não. O verdadeiro pode ser conhecido somente através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ela é uma disciplina. O verdadeiro pode ser conhecido somente através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você. O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto


social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá para a escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estão adicionando algo ao seu ego, e todos estão tentando modificá-lo, de tal forma que você não se torne um problema para a sociedade. Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Para ela você não deve se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhe que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão. Assim, estão tentando dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajustará à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro. É por isso que colocamos os

criminosos nas prisões - não que eles tenham feito alguma coisa errada, não que ao colocá-los nas prisões iremos melhorá-los, não. Eles simplesmente não se ajustam, criam problemas. Há certos tipos de egos que a sociedade não aprova. Se a sociedade aprova, tudo está bem. Se umm homem mata alguém - ele é um assassino e se o mesmo homem, durante a guerra, mata milhares se torna-se um grande herói. A sociedade não está preocupada com o homicídio, mas se o homicídio deve ser praticado a favor da sociedade, então tudo está bem. A sociedade não se preocupa com moralidade. Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade. Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada

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no fato de que você deveria chegar ao autoconhecimento. A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível. E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que este é o seu centro, o ego dado pela sociedade. Uma criança volta para casa - se ela foi o primeiro aluno de sua classe, a família inteira fica feliz. Você a abraça e a beija, e você coloca a criança no colo e começa a dançar e diz: “Que linda criança! Você é um motivo de orgulho para nós.” Você está dando um ego a ela. Um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, um fiasco - ela não pode passar, ou ela tirou o último lugar - então ninguém a aprecia e a criança sente-se rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado. O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que

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o aprecie. É por isso que você está continuamente pedindo atenção. Ouvi contar: Mulla Nasrudin e sua esposa estavam saindo de uma festa, e Mulla disse: “Querida, alguma vez alguém já lhe disse que você é fascinante, linda, maravilhosa?” Sua esposa sentiu-se muito, muito bem, ficou muito feliz. Ela disse: “Eu me pergunto por que ninguém jamais me disse isso.” Nasrudin disse: “Mas então de onde você tirou essa idéia?” Você obtém dos outros a idéia de quem você é. Não é uma experiência direta. É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Esse centro é falso, porque você contém o seu centro verdadeiro. Este não é da conta de ninguém. Ninguém o modela, você vem com ele. Você nasce com ele. Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Este é o eu. E o outro centro, que lhe é dado pela sociedade - o ego. Ele é algo falso - e é um grande truque.


o outro: eu

Se você não tiver nenhum ego, não importa se alguém diz que você é um idiota ou se alguém diz que você é um gênio. Não importa... são opiniões dos outros. Você sabe quem você é Você não depende da opinião dos outros. Seu ego depende. Seu ego o mantém um escravo da sociedade dentro da qual você vive. Comumente as pessoas pensam que o ego é uma coisa preciosa. Ele não é nada mais do que a escravidão delas.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia.

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O ego é uma flor de plástico, morta. Não é uma flor, apenas parece com uma flor.

Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente então a sociedade o aprecia. Você tem que caminhar de uma certa maneira: você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente então a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, quem você é. Os outros lhe deram a idéia.

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é, quando você não saberá para onde está indo, quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.

Essa idéia é o ego.

Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas.

Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a menos que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se, vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará despedaçado, quando você não saberá quem você

Ouvi dizer: Uma criancinha estava visitando seus avós. Ela tinha apenas quatro anos de idade. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar: “Eu quero ir para casa. Estou com medo do escuro.” Mas a avó disse: “Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu

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o outro: eu

Do lado de fora - uma escuridão desconhecida. Com o ego você sente: “Esta é a minha escuridão.” Pode ser problemática, pode criar muitos tormentos, mas ainda assim, é minha. Alguma coisa em que se segurar, alguma coisa em que se agarrar, alguma coisa sob os pés; você não está em um vácuo, não está em um vazio. Você pode ser infeliz, mas pelo menos você é.

É o mesmo que penetrar em uma floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, faz um cercado, faz uma pequena cabana; um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Aqui tudo está bem; você planejou tudo. Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência, limpou apenas uma pequena parte completamente e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que você possa se sentir em casa ali.

Até mesmo o ser infeliz lhe dá uma sensação de “eu sou”. Afastandose disso, o medo toma conta; você começa a sentir medo da escuridão desconhecida e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte do seu ser...

E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo. Além da cerca você é, tal como dentro da cerca você é - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando

nunca vi a luz acesa: Então por que você está com medo aqui?” O menino disse: “Sim, é verdade - mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida.” Até mesmo com a escuridão você sente: “Esta é minha.”

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o outro: eu

no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto. Precisamos ser ousados, corajosos, dar um passo para o desconhecido. Por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos, você vai sentir-se atordoado. Por um certo tempo, você vai sentir-se muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto. Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas.

pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas. A diferença é a mesma que existe entre uma flor verdadeira e uma flor de plástico ou de papel. O ego é uma flor de plástico, morta. Não é uma flor, apenas parece com uma flor. Até mesmo lingüisticamente, chamá-la de flor está errado, porque uma flor é algo que floresce. E essa coisa de plástico é apenas uma coisa e não um florescer. Ela está morta. Não há vida nela. Você tem um centro que floresce dentro de você. Por isso os hindus o chamam de lótus - é um florescer. Chamam-no de o lótus das mil pétalas. Mil significa infinitas pétalas.

É o que Buda chama de Dharma, Lao Tsé chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência.

O centro floresce continuamente, nunca para, nunca morre. Mas você está satisfeito com um ego de plástico. Existem algumas razões para que você esteja satisfeito. Com uma coisa morta, existem muitas vantagens. Uma é que a coisa morta nunca morre. Não pode - nunca esteve viva. Assim você pode ter flores de plástico, e de certa forma elas são boas. Elas são permanentes; não são eternas, mas são permanentes. A flor verdadeira, a flor que está lá fora no jardim, é eterna, mas não é permanente. E o eterno tem uma maneira própria de ser eterno.

Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas

A maneira do eterno é nascer muitas e muitas vezes... e morrer.

Esta é a sua alma, o eu. Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos; nasce uma nova ordem. Mas esta não é a ordem da sociedade - é a própria ordem da existência.

texto extraído do livro “Além das Fronteiras da Mente” Bhagwan Shree Rajneesh lider espiritual, também autor dos livros “A Descoberta de Buda” , “ A música mais antiga do universo”, “Consciência - A Chave para Viver em Equilíbrio” entre outros imagens d’azuleica cinderla

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bem de perto

ao longo das pernas Estava fora da cidade dando um workshop, quando um pouco antes de a aula começar uma aluna se aproximou e relatou, com uma expressão preocupada, uma dor incômoda em um de seus ísquios. Ela sentia dor ao sentarse e também na realização de alguns asanas. Ela queria saber o que estava causando a dor e se poderia fazer algo a respeito. Infelizmente, essa queixa é comum por onde quer que eu vá pelo país. Em geral, o problema surge em praticantes experientes que possuem isquiotibiais muito flexíveis — geralmente mulheres. A dor persiste, com nenhuma ou pouca chance de melhora. Se os praticantes deixassem de fazer as posturas que provocam a dor, a prática deles ficaria bastante limitada. Muitas vezes as pessoas não buscam ajuda médica por acharem que se trata de um problema menor. Em vez disso, optam pelo “autotratamento”, praticando posturas que alonguem a área machucada. Existem várias condições que podem causar dor nos ísquios, incluindo sérias lesões lombares e sacroilícas. Se a dor for intensa — em especial se associada a dor nas costas ou nas pernas —, o problema deverá ser avaliado por um especialista que indicará

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bem de perto

tratamento específico. Entretanto, o mais provável é que isquiotibiais excessivamente alongados sejam os culpados. Se for o caso, há boas notícias: pode-se inverter o quadro mudando a prática de Yoga. O isquiotibial é um grande grupo de três músculos que se localizam na parte de trás da coxa. Dois desses músculos, o semitendinoso e o semimembranoso, se encontram na parte medial (de dentro) da coxa. O terceiro, o bíceps femoral, fica na porção lateral (de fora) da parte de trás da coxa. Todos os três músculos se originam na tuberosidade isquial — a protuberância óssea na parte inferior da pelve — e o bíceps femoral possui uma ligação extra na parte de trás do fêmur. Os isquiotibiais se inserem abaixo do joelho, nos dois ossos inferiores da perna, a tíbia e a fíbula. Podemos sentir os isquiotibiais com as mãos — os músculos

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são os mais próximos da pele na parte de trás das coxas. É mais fácil ainda encontrar os tendões dos isquiotibiais atrás e acima dos joelhos. Para tanto, sente-se no chão e coloque o calcanhar à frente, deixando o joelho parcialmente flexionado. Empurre o calcanhar, como se tentasse levá-lo em direção ao tronco. Ao fazer isso, os tendões aparecem e fica fácil senti-los. Os isquiotibiais possuem duas ações principais: a flexão do joelho e a extensão do quadril. Quando nos agachamos, o quadril se flexiona; ele fica em extensão quando ficamos em pé, alinhando as coxas com o tronco. Quando executamos o virabhadrasana III (postura do guerreiro III) com a perna direita de apoio e elevamos a perna esquerda para deixá-la paralela ao chão, o isquiotibial esquerdo gera a extensão do quadril. Quando deitamos de bruços, flexionamos os joelhos

e elevamos os pés de forma a poder segurá-los com as mãos como em dhanurasana (postura do arco), os isquiotibiais geram a flexão dos joelhos. Para alongar os isquiotibiais, precisamos manter os joelhos estendidos e o quadril flexionado (em outras palavras, aproxime as coxas do abdome). Uma das posturas clássicas do Yoga que alongam os isquiotibiais é o uttanasana (postura do alongamento intenso para a frente), na qual os joelhos ficam estendidos, o tronco se inclina à frente e o abdome toca a parte anterior das coxas. tudo em excesso faz mal Por que tantos praticantes desenvolvem essa dor incômoda e frustrante? Pense nas posturas de sua prática. Em um dia normal, você executa muitos asanas que alongam os isquiotibiais, como uttanasana e prasarita


padottanasana (postura do alongamento intenso com os pés afastados) e muitas flexões sentadas? Possivelmente a resposta é sim. Muitos incluem essas posturas em suas práticas. Muitas outras posturas em pé também alongam os isquiotibiais, como o trikonasana (postura do triângulo) e parsvottanasana (postura do alongamento lateral intenso). E não podemos nos esquecer do adho mukha svanasana (postura do cachorro olhando para baixo). Se você pratica Ashtanga Yoga, Power Yoga ou qualquer outro estilo fluido de Yoga, provavelmente executa vários adho mukhas em cada prática. Todo esse alongamento pode deixar os isquiotibiais muito flexíveis e até alongados em excesso, em relação aos outros músculos da perna e do quadril. Esse quadro piora quando não fazemos nada para fortalecer os isquiotibiais. Isso os deixa

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propensos a desenvolver microlesões (rupturas microscópicas) se eles forem submetidos a um enorme esforço, seja por alongamento ou contração. Eles não terão a integridade estrutural para sustentar a excessiva tensão exercida por um forte alongamento ou a compressão profunda exercida por uma forte contração e, como consequência, os tecidos se rompem. Nunca vi um praticante causar uma enorme ruptura nos isquiotibiais na prática de Yoga. Esse tipo de lesão é mais comum em quem pratica atividades que exijam movimentos mais violentos dos isquiotibiais, como futebol, beisebol, futebol americano e levantamento de peso. As lesões ocasionadas no

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Yoga são rompimentos minúsculos em que os isquiotibiais se unem às tuberosidades isquiais. O corpo responde a essas lesões com dor e inflamação, o que inclui certo inchaço. Logo, é claro que é desconfortável sentar sobre os ísquios. manual da recuperação A primeira coisa que os praticantes de Yoga com lesões nos isquiotibiais devem aprender é que nem sempre o alongamento é o mais adequado para partes doloridas ou lesionadas. Quando rompemos um tecido, incluindo músculos, tendões e ligamentos, o corpo começa a recuperá-lo costurando pequenas fibras de tecido conectivo transversalmente

à área machucada. Quando alongamos a área lesionada, essas pequenas fibras podem se romper, interrompendo o processo de cicatrização e aumentando o tempo necessário para a recuperação. Na verdade, quando interrompemos continuamente o processo de cicatrização, o tecido pode nunca se recuperar completamente e a área lesionada pode ficar com dor e inflamação crônicas. Além disso, se a área vier a se recuperar, a ação contínua de romper e cicatrizar pode criar uma cicatriz no tecido que tende a receber menos fluxo sanguíneo, passando a ser menos flexível que um tecido saudável. Isso pode predispor a novas lesões. Agora fica claro por que minha primeira recomendação aos praticantes que estão com lesões


nos isquiotibiais é a de parar de alongar esses músculos. Posturas com inclinações à frente sentadas ou em pé devem ser totalmente evitadas durante o processo de recuperação. Algumas posturas que normalmente puxam os isquiotibiais podem ser modificadas para que possam ser inclusas na prática sem machucar ainda mais os isquiotibiais. Por exemplo, em trikonasana, não desça o tronco ao seu máximo; em vez disso, apoie a mão sobre um bloquinho ou uma cadeira. Uma modificação similar pode ser feita em parsvottanasana com o uso de dois bloquinhos. No supta padangusthasana (postura deitada segurando o dedo do pé), não segure no dedão. Em vez disso, use um cinto para segurar o pé e não

O isquiotibial é um grande grupo de três músculos

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o puxe com força. No utthita hasta padangusthasana (postura estendida com a mão no dedo do pé), apoie o pé em um móvel baixo de forma a não sentir nenhum estiramento na parte posterior da coxa. Em ambas as posturas, foque no fortalecimento das pernas e alongamento da coluna e não no alongamento dos isquiotibiais. paciência ao cubo Assim que os isquiotibiais não sofram mais nenhum alongamento voltando a se lesionar, o processo de recuperação se inicia. Infelizmente, eles demoram a se recuperar. Dê a eles o tempo de várias semanas de descanso pelo menos. Esse processo é tão gradual e lento que não percebemos uma melhora a cada dia. Mas após algumas semanas notará que a dor e o inchaço diminuíram. Assim que perceber que os isquiotibiais melhoraram e estão

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menos sensíveis ao movimento, é uma boa ideia acrescentar alguns exercícios suaves de fortalecimento ao tratamento de recuperação. Calce sapatos bem pesados e deite-se de costas. Mantenha as coxas no chão e flexione o joelho, elevando o pé do chão. Isso faz com que o isquiotibial se contraia enquanto flexiona o joelho. Não faça mais que dez repetições por série na primeira semana. Gradualmente, aumente para três séries de dez. Faça três sessões por semana. Cerca de meio quilo é um bom peso para o exercício. Porém, se mesmo esse peso causar desconforto, é porque ainda não está pronto para começar o trabalho de fortalecimento. Espere mais uma ou duas semanas e tente de novo. Lembre-se de que paciência deve ser seu mantra; algumas vezes os isquiotibiais podem levar de três a seis meses para uma total recuperação. O trabalho de fortalecimento é

importante para a recuperação não somente porque faz aumentar a circulação, que promove a cicatrização, mas também porque um tecido muscular forte e sadio é menos propenso a rupturas futuras. Portanto, esteja você se recuperando ou querendo se prevenir contra lesões, é importante incluir asanas que fortaleçam a região, tais como virabhadrasana I e II e setu bandha sarvangasana (postura da ponte). Se quiser complementar o Yoga com outras atividades, a corrida e a caminhada são boas para fortalecer os isquiotibiais, além de suprir o tecido muscular com sangue novo. Em geral, é melhor alongar os isquiotibiais somente após eles terem sido aquecidos por meio de uma caminhada ou uma série de posturas ativas que não exijam muito alongamento desses músculos. Inclua em sua prática uma ampla variedade de posturas, e não coloque o foco


Os isquiotibiais possuem duas ações principais: a flexão do joelho e a extensão do quadril

no alongamento dos isquiotibiais. Não seja agressivo com o alongamento desses músculos. A dor nas posturas é um sinal de que lesões microscópicas estão sendo causadas aos músculos. Aprenda a ser paciente e aceite a sensação de alongamento em vez de dor. Os isquiotibiais são fundamentais para a maioria das posturas de Yoga — e para o resto da vida. Portanto, cuide deles!

texto julie gudmestad fisioterapeuta e professora certificada de Iyengar em Portland, Oregon. www.gudmestadyoga.com fotografia lorena ypsun

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lá fora

livro

música O inquieto Devendra Banhart, que tem seu som classificado como Freak Folk, deixa claro esta tag em sua música pelo catálogo completo e diverso que construiu ao longo de sua carreira. De baladas intimistas ao Pop-Folk, passando ainda por gravações caseiras e o ocasional Low Key, compõem as diversas fases de um músico impar em nossa geração.

Espectros foi o primeiro livro de poesias de Cecília Meireles, publicado em 1919, provavelmente às custas da própria autora e em diminuta tiragem. Trazia um prefácio de Alfredo Gomes. Com Espectros, foi revelada uma nova e insuspeitada face de Cecília Meireles, de acentuada fatura parnasiana. Há também ecos dos poetas simbolistas, fase esta que foi renegada pela autora. A obra é formada por um conjunto de 17 sonetos históricos rimados, em decassílabos ou alexandrinos, e que, em sua maioria, evocam celebridades da história universal e da religião católica. CECÍLIA MEIRELES editora PENSAMENTO 125 páginas

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Para seu novo trabalho, Devendra traz um pouco de todas suas principais influências que ganham forma em quatorze novas canções. Mala estreia oficialmente em 12 de março, mas você já pode ouvi-lo na íntegra via streaming, disponibilizado pela rádio norte-americana NPR.

MALA DEVANDRA BANHART 56’38”


filme

site O youryoga.com que tem vários asanas classificados por tipos, por chakras e deixa claro esta tag em sua música pelo catálogo completo e diverso que construiu ao longo de sua carreira. De baladas intimistas ao Pop-Folk, passando ainda por gravações caseiras e o ocasional, compõem as diversas fases de um músico impar em nossa geração.

Farhadi não se limita em acompanhar o casal desfeito, mas sim as consequências que surgem com isto. Como Simin passa a viver em outro apartamento, Nader precisa contratar alguém que possa cuidar de seu pai inválido enquanto ele trabalha e Termeh estuda. Mesmo morando longe e recebendo pouco para um trabalho com o qual é inexperiente, Razieh aceita a tarefa. Religiosa, Razieh acredita estar cometendo um pecado trabalhando diretamente para um homem como Nader sem a presença de sua mulher, fazendo-o sem dizer nada ao marido Hodjat (Shahab Hosseini) com o propósito de ajudá-lo financeiramente. A SEPARAÇÃO direção Asghar Farhadi com Peyman Moadi, Leila Hatami, Sareh Bayat

Para seu novo trabalho, Devendra traz um pouco de todas suas principais influências que ganham forma em quatorze novas canções. Mala estreia oficialmente em 12 de março, mas você já pode ouvi-lo na íntegra via streaming, disponibilizado pela rádio norte-americana NPR. www.youryoga.com

Esta seção é escrita com a colaboração de andrea Vatti, ricas reis e organizada por georgina rodrigues imagens divulgação

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lá fora

arraial do cabo texto e fotografia matheus carvalho fotógrafo, adora viajar e desfrutar do que a vida pode oferecer.

paraíso do atlântico, como é chamada por seus habitantes, Arraial do cabo reúne algumas das mais belas paisagens de nosso litoral: dunas, praias restingas e costas paradisíacos. Toda esta natureza, junto com o jeito simples de seu povo, sua arquitetura e tamanho de cidade do interior, a apenas 140 Km do Rio de Janeiro, fazem desta cidade um convite ao turista. Mas para os mergulhadores Arraial revela um tesouro: seu fundo do mar. As praias de Arraial do Cabo são propícias ao banho de mar, a pesca e a prática de esportes náuticos. O clima é quente e úmido, com temperatura média de 25 graus no verão e entre 17 e 23 graus no inverno. Quem chega a Arraial do Cabo, mesmo que não mergulhe já percebe que o mar é a principal atração turística da cidade. Nossa cidade conta hoje com atrativos bastante diferentes dos que antes traziam tantos viajantes aos seus braços, em busca de segurança ou de paubrasil. Com um mar extremamente rico, a pesca é uma atividade desempenhada tanto pelos que vivem dela, quanto por aqueles que a praticam como hobby.

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praia brava Perigosa para banhos, é a preferida dos surfistas e pescadores. Fica localizada do lado de fora do Morro do Pontal do Atalaia, este acesso é o único. A Praia Brava, com 200 metros de extensão, só aparece na maré baixa, o visual, visto de cima do morro é assustador, pois a praia é completamente selvagem. Vale a pena tirar muitas fotos.

É o lugar perfeito para quem aprecia mais tranqüilidade e até privacidade, fora da temporada. É uma praia própria à pesca de arrastão, nela existem alguns barracões de pesca artesanal bem típicos da Região e poucas canoas que ajudam a dar o clima de paraíso perdido. Com 700 metros de extensão, possui um mar normalmente pacífico, mas que, às vezes, “vira” e atrai os surfistas que melhor conhencem a região. Logo em frente, vê-se a Ilha do Pontal, que pode ser ponto de visitação para quem tiver um bom caiaque. No final da praia, à direita, encontra-se uma ponta de terra avançando entre o morro e o mar que é muito utilizado pelos amantes da pesca de vara, para a prática da pescaria. Na extremidade oposta, vemos, ao fundo, uma cidade, Cabo Frio. Isso deve-se ao fato de a outra extremidade da praia do Pontal ser a Praia do Forte.

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para todos

de peito aberto com ustrasana

O camelo representa coragem e determinação. 46

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aprenda com o camelo a pose em si é muito complexa. para começar, é necessário encontrar uma poderosa conexão com a terra, mais com os joelhos do que com os pés. Pode ser uma experiência muito humilhante para muitas pessoas, pois temos que dobrar nossos joelhos. Em outras asanas de pé podemos nos sentir mais acessíveis, como muitas vezes nós completamos a ativação do núcleo com a força das pernas e nos pés. Mas, em Ustrasana, estamos de joelhos e o asana nos pede que acessamos nossa força lá no fundo. O que pode revelar fraqueza e medo nem sempre são aparentes quando estamos em pé sobre nossos pés. A partir de onde encontranse nossas dúvidas e medos superficiais, estamos descaradamente pedindo para expandir nossos corações. A abertura do coração em Ustrasana é uma experiência carregada de confiança e fé. À medida que nos inclinamos, cegos para o que está atrás de nós, a sensação que

temos e de que não podemos perder as confiança, temos que ser fortes o suficiente para nos sustentar, e que somos apoiados por uma força inabalável que é maior do que nós mesmos. Esta ação é uma rendição, o paradoxo do camelo. Como é que podemos contar com a nossa força inerente e ao mesmo tempo nos deixar levar por esta diferente experiência? Ah, e então não é a nossa cabeça!? Esse espaço tirânico de informação que temos de manter sem deixá-lo assumir o controle ou cair completamente. A sabedoria do coração é muitas vezes ofuscada pelas flutuações da mente, e se as nossas cabeças, levam a maior parte nossas vidas, então a sabedoria do coração isto nos é devolvida em Ustrasana, com nossas cabeças se sentindo pesadas, como um peso de chumbo que não podemos controlar. Eles nos ensinam a manter o rumo e a confiança no resultado. Os camelos parecem realizar o impossível, e quando trazemos nossos corpos para

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para todos a pose do camelo, despertamos esse mesmo dom dentro de nós. Através da crença de que podemos nos sustentar, mesmo quando nos sentimos nocauteados, descobrimos nossa profunda força que suporta a nossa imensa expansão. Embora este asana seja assustador para muitos, ele orienta os nossos espaços escuros e nos traz à luz. Com a prática constante, você pode começar a enfrentar e explorar o que tantas vezes tentamos esconder. É no conhecimento de nós mesmos que percebemos aos poucos a fonte de força que nos sustenta diariamente, mesmo em climas por vezes duros em nossas vidas. Ustrasana é uma pose muito benéfica e nos tira de nossa postura habitual diária de arredondar as costas, de nos encolhermos. Esse asana abre nosso anahta chackra responsável pelas nossas emoções.

A sabedoria do coração é muitas vezes ofuscada pelas flutuações da mente, e nos é devolvida ao nos colocarmos em ustrasana

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Ajoelhe-se no chão com os joelhos na largura dos quadris e coxas perpendiculares ao chão. Gire as coxas para dentro um pouco, diminuindo a firmesa do seu quadril, mas não endureça as nádegas. Imagine que você está desenhando os ísquios em seu torso. Mantenha seus quadris tão suaves quanto possível. Pressione as canelas e os topos de seus pés firmemente no chão.


Use as mãos para espalhar a pelve e alongá-lo de volta para baixo através do seu cóccix. Então levemente firme para a frente, em direção ao púbis. Pressione as coxas da frente para trás, contrariando a ação para a frente. Inspire e levante o seu coração, pressionando as omoplatas contra suas costelas nas costas.

Iniciantes provavelmente não serão capazes de cair para trás nesta pose, tocando coma as mãos os pés simultaneamente, mantendo as coxas perpendiculares ao chão. Se você precisar, incline as pernas de volta um pouco da perpendicular e minimamente torcer para um dos lados para obter uma mão no pé do mesmo lado. Em seguida, pressione as coxas volta a perpendicular, gire o tronco para trás para neutro, e tocar a segunda mão ao seu pé. Se você não é capaz de tocar os pés sem comprimir sua parte inferior das costas, vire os dedos por baixo e elevar os calcanhares.

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para todos

Em seguida, levante as nervuras superiores das costas longe da pélvis para manter a parte inferior da coluna tanto tempo quanto possível. Pressione firmemente as palmas das mãos contra as solas , com base nas palmas das mãos sobre os calcanhares e os dedos apontando para os dedos dos pés. Transforme seus braços externamente de modo que o cotovelo aumenta o rosto para a frente, sem apertar as omoplatas juntos. Você pode manter seu pescoço em uma posição relativamente neutra, nem dobrado nem estendida, nem deixe cair a cabeça para trás. Mas tome cuidado para não esticar o pescoço e endurecer sua garganta.

Fique nessa posição em torno de 30 segundos a um minuto. Para sair, coloque as mãos na frente de sua pélvis, nos pontos de quadril. Inspire e levante a cabeça eo tronco para cima, empurrando os pontos do quadril para baixo, em direção ao chão. Se sua cabeça está de volta, levar com o seu coração para chegar, e não pelo que se projeta o queixo em direção ao teto e levando com o seu cérebro. Descanse em pose da criança por algumas respirações.

exercícios executados por bruna brum, orientados pelo do professor fabrício archangelo a técnica descrita é baseada no hata yoga e na experiência das aulas dadas pelo professor. fotografia lorena ypsun

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ocupe sua vida texto Prof. Hermógenes fotografia Lorena Ypsun

o mesmo tempo vago, que impulsionou o ser humano para cultivar o espírito e desenvolver a mente, tem sido hoje, no entanto, responsável pelo desequilíbrio dos nervos e sofrimento mental de muitas pessoas.

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Enquanto o homem não inventara a agricultura e vivia somente da coleta, caça e pesca, tinha uma vida árdua e totalmente ocupada com o estomago e com o abrigo. Era obrigado a um viver nômade, sem pouso nem descanso. Inventada a agricultura, portanto, sentindo-se mais independente da natureza, a qual passou a obrigar a fornecer-lhe alimentos, em tribos e famílias, começaram os homens a se fixar, iniciando-se dessa forma, a vida sedentária. O sedentarismo deu começo a civilização, pois proporcionava ao ex-nômade uma folga, um tempo de lazer, já que não era totalmente necessário lutar interruptamente pelo alimento, nos momentos de ócio, dedicou-se à arte. E o pensamento se desenvolveu. Quem é obrigado a buscar o pão de cada dia, sem um pingo de folga, que possibilidades tem de meditar, de criar e de inventar algo melhor? O lazer do homem primitivo criou e desenvolveu a ciência, a filosofia e a arte. Não é raro encontrar quem, ou por atitude neurótica ou por abastança financeira ou por educação errônea, nada ou pouco faz de útil. Os empregados fazem tudo, sobra tempo demais e o vazio atrai o tédio. Assim como para a depressão do terreno correm as águas da chuva, o tédio corre para o coração do ocioso. Com o tédio pode vir quase sempre a distonia

do simpático e a psiconeurose. Sou conhecedor de muitos casos de oficiais das forças armadas que, aproveitando a suposta vantagem de uma reforma do serviço ativo quando ainda relativamente jovens, dentro de poucos meses de inatividade, se viram presas do sentimento de inutilidade e frustração. Alguns arranjaram novo emprego e, assim, mantem o equilíbrio emocional. Se por quaisquer circunstancias, você está desocupado, vendo monótonos dias se arrastarem morosos e improdutivos, se o “fazer nada” está enchendo-o de tédio, recorra aquilo que é chamado de terapêutica ocupacional ou ergoterapia. Ergo significa trabalho. Assuma a responsabilidade por um afazer qualquer. Comece a sentir-se capaz. Trate de criar alguma coisa. Adquira pincéis e tintas e pinte. Aprenda um

Assim como para a epressão do terreno correm as águas da chuva, o tédio corre para o coração do ocioso.

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Trabalhar para si e para os seus evita o tédio.

instrumento e faça música. Cuide do canteiro. Arrume a casa ... Mas a ocupação que dará mais significativas e profundas horas de bem-estar, integração e equilíbrio psíquico e a que lhe der oportunidade de sentir-se útil e, melhor ainda, necessário a alguém. Garanto que uma senhora infeliz e inutilizada pela vida de conforto e lazer excessivos, gozará de grande alegria espiritual se dedicar seus dias a assistência social. Quem sentir sua presença fazer nascer sorrisos em faces tristes e suas palavras transmitir esperanças novas aos desalentados; quem, por necessidade de ajudar, surpreender-se pedindo a Deus que lhe de forças para melhor prestar serviço, atingirá os planos onde a felicidade é autentica e indescritível e forças lhe serão concedidas. É o serviço inegoístico, o que liberta e integra o psiquismo.Trabalhar para si e para os seus evita o tédio. Mas somente seva, isto e, o servir aos outros em nome do Supremo e que nos conduz a bem-aventurança. A caridade que é tida por alguns como o único meio

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de salvação. Qualquer que seja o interesse egoístico que motive o servir aos outros, pode reduzir o valor espiritual do trabalho, mesmo que este interesse seja ganhar o céu. Fazer “caridade” por ostentação, como “hobby”, porque está na moda ou por mero passatempo e mesmo para salvar-se, ganhar as bênçãoss e galgar o céu, espiritualmente, é ação ainda frustradora por ser egoística. Mas, e bem melhor do que o ócio e a vadiagem. Ocupe seu ócio com o servir Deus, na pessoa de seu próximo. Isto sim é solução. Ofereça ao Senhor Supremo o fruto do seu agir. Não se reconheça credor de retribuições. Esta é a mais eficaz terapia ocupacional. É legítimo e sadio, ganhar profissionalmente seu sustento. Mesmo que você receba remuneração pelo seu serviço, devote a Deus o que faz. Tire de sua ocupação o necessário para si, mas faça de suas obras, de seus atos, de seu agir no mundo oferendas ao Onipresente.

não se ocupe tanto Não só os preguiçosos adoecem. Os que, no extremo oposto sem noção de medida, não sabem o que é descansar, também pagam por tal imprudência. Deus, no “sétimo dia” descansou. Deu o exemplo. O repouso é exigência do organismo e da mente que se fatigaram no trabalho. Fadiga é um sinal ao homem, a dizer-lhe que chegou o momento de suspender o esforço. É um sinal amigo a que nunca deveríamos desatender. É um fenômeno universal a regular o ciclo trabalho-repouso, atividadeinatividade, que preside o Universo inteiro e que somente o homem (em todo o Universo) tem a capacidade de violar e subverter. Por isto mesmo é o único ser sujeito a surmenage, esgotamento ou estafa, esta doença que anda martirizando milhões de organismos e mentes que foram imprudentemente usadas. A fadiga muscular, quando ainda não excessiva, é benéfica. Induz um sono gostoso e é de recuperação fácil. O esgotamento

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nervoso, no entanto, é um inferno. Desgraça a unidade orgânica e todos os sintomas e sofrimentos assaltam o esgotado. Nos dias atuais, os homens de maiores responsabilidades, os que detêm maiores poderes econômicos, sociais ou políticos, quase infalivelmente são vitimas da fadiga. Tenho tido entre alunos vários empresários ou políticos esgotados. Contra eles conspiram: a falta de exercício saudável dos músculos; e o desgaste tremendo dos nervos. Automóvel, elevador e mais outras coisas frustram o exercício sadio dos músculos. Ao mesmo tempo, agora como nunca, é tremenda a incidência de “stress”. Músculos que não trabalham, hipo ou hipertensos, se corrompem e atrofiam. Sistema nervoso hipersolicitado, perde o controle por fim. O pobre homem superocupado está muito tenso e se sente deslizando para um abismo de onde é difícil sair. Ao

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mesmo tempo em que se sente devastado de fadiga e tensão, seus compromissos - feito tentáculos de polvo - o agarram de maneira irresistível e simultaneamente se reforçam e se multiplicam. Na tentativa de fazer mais, e cada vez mais assumir poder e juntar maior fortuna ou travando luta para equilibrar o angustiado orçamento familiar, o homem vai se perdendo, escravo de novas funções, negócios novos, compromissos e encargos novos, que se vão acumulando. É no rolar para o abismo, que, até certo ponto, ainda pode ser detido o desastre, que é possível a recuperação. Passado este ponto, o processo de autodestruir-se agrava-se aceleradamente. É aconselhável tomar encargos, prestar serviços, principalmente pessoas que, competentes e cheias de valor, tem o que dar. A comunidade pede sempre

mais aqueles cujas qualidades profissionais e traços de caráter e personalidade os fazem necessários ao bem-comum. Mas os médicos, engenheiros, carpinteiros, pintores, cantores, empresários, professores, políticos, enfermeiros que, por suas virtudes humanas e profissionais, são solicitados em demasia, se acautelem e saibam entender que, todos que deles precisam, melhor serão servidos se eles souberem se manter com saúde, equilíbrio e energia. Se não for por interesse próprio, pelo menos, em favor dos outros, as pessoas abnegadas devem se poupar, evitando trabalhar além de certos limites. É preciso descansar. É imprudente não reservar tempo para que o organismo e a mente se refaçam de seus desgastes. Até mesmo as máquinas precisam de repouso. Aprenda a descansar. Não se iluda com sua resistência aparentemente ilimitada. Se você mantém esta


É imprudente não reservar tempo para que o organismo e a mente se refaçam de seus desgastes.

imprudente ilusão, cuide-se. Se já não esta pagando doloroso tributo, fatalmente virá a fazê-lo. Defenda-se da fadiga crônica. É estúpido, por antinatural e perigoso, andar disfarçando os sintomas-aviso de seus excessos com ouso destas “bolinhas” de veneno, com estes divertimentos psicodélicos excitantes, com estas doses de álcool e outras drogas, com estas farras onde os excessos são praticados a titulo de “higiene mental”. Defenda-se da fadiga-crônica declinando convites, nomeações e eleições que venham exigir mais de seus nervos e agravar o “stress”. Se possível, liberte-se de um ou mais de seus atuais encargos. De que vale ganhar os tesouros da terra em troca de ser condenado a um infernal sofrimento nervoso, que não lhe permite desfrutar os tais “tesouros”?! ... Pelo ócio tamásico, o homem apodrece.

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É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme.

saiba ocupar-se Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando a nossa frente, não pode deixar de ser feita. Ocupar-se com eficiência e obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e instrumentos disponíveis, mas principalmente da concentração mental dirigida ao agir. Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação, constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita, como “a excelência na ação”. O que temos que fazer, devemos fazer bem feito, pois a ação ou obra imperfeita, implica realmente numa dívida, a que ficamos vinculados ou presos. Só o

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perfeito agir ou fazer nos liberta, segundo a escola Suddha Dharma. A “P. L.” (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual “a vida e arte”, ensina a seus fiéis agir com makoto, isto é, com perfeita integração e devoção no que esta fazendo não importa a aparente humildade da obra. Aliás não existe obra humilde quando agente realiza makoto. Quando o agente e mesquinho em si mesmo, não importa administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito. Yoga, diferente do que pensam erradamente muitos, não conduz à inação. É isto sim, uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo e sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de um lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante, contagiante e nervosa. O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas

ocupações é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yoguin: substituir a rajacidade pela satvidade. Segundo o Yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é como o homem vulgar o julga preguiçoso, improdutivo e inoperante. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva a sanidade e lhe descerra um tesouro de criatividade. O sábio, somente se ocupa. Não se preocupa.

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entrevista com Prof. Hermógenes

O Sr. não acredita em Medicina? Quando proponho a Medicina sem terapeuta, sem médico, sem remédios, não estou contestando a alopatia e a homeopatia, pois elas todas são necessárias. A Medicina alopática me salvou da tuberculose. Não posso negá-la. Minha posição é que a Medicina tem se especializado em cuidar das doenças, e a Yogaterapia vai cuidar da saúde. Mas é verdade que podemos precisar da Medicina a qualquer momento...

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Como, por exemplo? Recentemente, em Bangalore (Índia), minha mulher foi atropelada por um caminhão, jogada à distância no asfalto. Ensangüentada, foi levada para o Manipal Hospital, onde ficou por 18 dias. A instituição tem um desenvolvimento tecnológico e científico invejável, mas acima de tudo conta com uma coisa que no Brasil precisamos aprender: adicionar amor ao tratamento. O Sr. e sua mulher, Maria, estavam na Índia em visita ao ashram do mestre indiano Sai Baba, de quem são devotos. Sai Baba é considerado por muita gente como o Buddha Maitréya, o Avatar da Nova Era, e em outras declarações ele diz: “por quê temer, quando Eu estou aqui?”. No entanto, o atropelamento de sua esposa aconteceu em frente ao ashram do guru. O que significa isso, professor? Devoção não é sinônimo de proteção divina? Maria, minha esposa, é devota de Sai Baba, e, de fato, foi atropelada em frente ao ashram. Onde está a proteção? Esse questionamento surge nas pessoas, naturalmente... “Então Deus não tem poder ou não quer proteger uma devota?”, indagam. Vejo que a maioria das pessoas está enganada supondo que de Deus só temos que receber benesses, benevolência, a mãozinha pelo cabelo, coisas boas. Não. Nós é que criamos nossas próprias dores e Deus, por misericórdia, nos deu a Lei do Karma, e não interfere nessa lei, a não ser para aliviar a dor de quem está sofrendo. Jesus Cristo foi muito claro ao dizer que o caminho é estreito. São Paulo disse que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. E um atropelamento pode concorrer para o bem de alguém que ama a Deus? Sim, pode. Se nós pudermos valorizar o sofrimento objetivamente; desde que no sofrimento eu pague uma dívida, ou através dele eu seja colocado para testemunhar meu amor à Verdade, que está além daquele sofrimento. Se eu assumo avançar pelo

caminho estreito, em busca do que Jesus Cristo chamou de Salvação, a dor não é minha inimiga, nem Deus me desamparou quando eu estou mergulhado nela. A dor pode ser a misericórdia que Deus nos dá e que todos nós deveríamos reconhecer. E ao presenciar o atropelamento, qual foi sua reação? A primeira coisa que fiz foi entregar minha mulher a Deus. Segue este esquema: entrego, confio, aceito e agradeço. E entrei em estado de tranqüilidade. Se eu entrasse em pânico, o hospital iria tratar de dois, pois aos quase 72 anos eu poderia ter tido um enfarte, e outras tantas coisas. O fato ocorreu em janeiro, e até agora não tive nada. Continuo administrando meu estresse, pois ela ainda está em recuperação (1). O pânico é o limite do estresse. Qual a mensagem de Sai Baba? Ele diz que veio para restaurar o Sanáthana Dharma. A busca da Verdade que é uma só, da Lei Eterna, que é a essência e substância una e única de todas as religiões. Sai Baba propõe uma nova religião? O Sr. o considera um mestre? Sim, eu o considero um mestre, um avatar. Ele diz que não veio trazer uma religião nova, e nem falar a favor de uma determinada doutrina já existente. “Eu vim restaurar a Verdade una e única”, diz Sai Baba, e é por isso que estou com ele. Minha mulher e eu já tivemos a oportunidade de algumas entrevistas com ele, e eu traduzi para o português o primeiro livro sobre Sai Baba lançado no Brasil, intitulado Sai Baba, o Homem dos Milagres (Editora Nova Era). Recentemente, foi lançado um segundo livro que traduzi, de autoria do mestre, cujo título é Sádhana, o Caminho Interior, também pela Editora Nova Era.

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E sobre seus poderes parapsíquicos? Eu o vi várias vezes materializar Vibhuti (cinza sagrada), anéis de brilhante, realizar curas... Qual o significado do Vibhuti? É um símbolo precioso. Todas as diferenças terminam numa unificação, que é a cinza. Nela todos somos iguais e nada mais se pode reduzir. A cinza é o estágio final. Mostra a fragilidade de nossa existência e nos lembra a eternidade de nossa Essência. Há no Brasil algum centro de divulgação das mensagens de Sai Baba? Sim, já fundamos o primeiro centro no Rio de Janeiro. Está localizado na Rua Pereira Nunes, 310, no bairro de Vila Isabel. Aos domingos, às 17 horas, há cânticos, seguidos do ritual do Árathi (fogo), a distribuição do Vibhuti... Professor, agora vamos falar um pouco do seu trabalho. O que é a Medicina Holística? É a Medicina que cuida do homem na sua integridade, sem se restringir apenas a cuidar do corpo físico. Até então, a Medicina tem se contentado em tratar do corpo, e isso significa o mesmo que consertar o piano e esquecer de cuidar do pianista. E um pianista ruim com um piano excelente não produz nada. Por isso, a proposta holística vê o homem como um sistema completo. E, nesse sentido, o Yoga é a terapia ideal. Por quê ideal? A experiência desse método está no seguinte: não é propriamente um tratamento, e sim um treinamento, e isso faz uma grande diferença. Num tratamento,

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supõe-se uma dualidade - de um lado o terapeuta (ou médico) e de outro o paciente. A palavra paciente indica que alguém está recebendo passivamente, sem nada fazer, nem dar. Na Yogaterapia não existe a figura do paciente, pois cada um deve desenvolver um treinamento sobre si mesmo, sendo simultaneamente terapeuta e atuante. Ambos são um só, e assim despacientiza-se a Medicina. Quais seriam as conseqüências? Há imensas e boas conseqüências. Primeiramente, gera uma coisa preciosa: a autoconfiança, acabando com a dependência de medicamentos, massagens, agulhas, práticas aplicadas por outrem em você... A Yogaterapia é o treinamento do homem-todo, um treinamento multifrontal. Mas há uma série de coisas a fazer para dar ao corpo as melhores condições de performance e duração de bem-estar. Trata-se de um trabalho sobre o físico, o energético, sobre as emoções (sentimentos, sensualidade, sensibilidade), sobre os pensamentos e um trabalho em busca da união com Logos, com Deus. Isso tudo realiza-se simultaneamente, sinergicamente: a ação unificada de todos esses níveis do ser. Como surgiu a Yogaterapia? Comecei a experimentar esse método primeiramente em mim, e depois o difundi através de meus livros. A Yogaterapia inaugurou uma nova era na minha vida, e por isso decidi passar o método adiante, mostrando que há uma forma da pessoa treinar-se de maneira natural, sem gastos, equipamentos ou parafernália médica.


O Sr. está se referindo à fase em que teve tuberculose e conseguiu se restabelecer através do Yoga? A tuberculose aconteceu antes e tratei-a com os recursos da Medicina da época. Repouso, medicamentos e alimentação em excesso, durante vários anos, conseguiram me tirar do buraco. Quando saí da infecção, estava doente, em decorrência do tratamento: gordo, balofo, envelhecido, sem flexibilidade e, o pior, cheio de limitações. Não podia tomar chuva, nem tomar Sol, cuidado com isso, cuidado com aquilo.. cheguei à conclusão de que não era mais viver, era um semiviver, sem graça. Então, chegou um livro de Yoga às minhas mãos. Pratiquei sozinho e me recuperei desse quadro. A obra, intitulada Sport und Yoga , de Selvarajan Yesudian e Elisabeth Haich, nem havia sido publicada em português (Yoga e Saúde, Editora Cultrix). Eu a li em francês. Essa minha experiência me fez um imenso bem e me convenci de que o Yoga é uma solução para a Humanidade, e por isso coloquei minha vida à disposição dessa causa, escrevendo livros, proferindo palestras, viajando... O Treinamento Anti-Distresse (TAD) e o método Yoga Para Nervosos (YPN) são aspectos da Yogaterapia? O estresse, em si, não é uma doença. É uma reação normal do sistema biológico aos estímulos externos. Se esses estímulos são ameaçadores, nosso organismo reage para se defender. Isso é o estresse, e ele não deve ser combatido, pois é um sinal de vida. É preciso saber administrar o estresse. Aqui na Academia Hermógenes lidamos com muitas pessoas estressadas, e fazemos com que atinjam uma situação de tranqüilidade, que chamo de eutress. No princípio propus o treinamento com o nome Treinamento AntiEstresse. Depois refleti melhor e hoje o denomino

Treinamento Anti-Distresse. Distresse é o sofrimento físico e psíquico decorrente do estresse, quando mal administrado. A diferença entre o estresse e o distresse é que o primeiro é uma reação da vida, um alarme que soa para preservar a saúde do sujeito. O estresse, em si, não é uma desgraça, um inimigo; mas a incapacidade de enfrentá-lo permite que se transforme em distresse. Este último é a doença resultando do estresse mal administrado.

Medicina tem se contentado em tratar do corpo, e isso significa o mesmo que consertar o piano e esquecer de cuidar do pianista. E um pianista ruim com um piano excelente não produz nada. E o método Yoga Para Nervosos? É quase igual ao Treinamento Antidistresse. Em suas obras, o Sr. fala de egosclerose e do processo de desegoificação. O que significam esses conceitos? A Medicina vê com muita preocupação um outro tipo de esclerose, a obstrução dos condutos sangüíneos, que não permite o fluxo de sangue. A falta de desse fluxo é doença. Esta por sua vez é a ante-sala da morte. Há pessoas que são, verdadeiramente, diques de riqueza, e que desejam concentrar todo o dinheiro, todo o poder e todo o prazer. Essas criaturas são

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vítimas de uma doença chamada egosclerose, isto é, a hipertrofia e o endurecimento do ego, que não deixa a vida fluir. É o egoísta, que se supõe forte, mas que é extremamente fraco, pois sua felicidade está em não ser contrariado. E como a vida não tem o menor compromisso em não nos contrariar, todos eles são extremamente frágeis. A egosclerose faz de uma pessoa um ser extremamente apegado, odiento e amedrontado perante o mundo. São três coisas que nascem do ego hipertrofiado e que são geradoras das doenças, no plano psíquico. O terrorista, o corrupto e o viciado são egosclerosados. A egosclerose é a maior desgraça da Humanidade. A todos os nossos alunos de Yoga propomos: reduza o ego, reduza o amor a si mesmo, abstenha-se de seus apegos, de seus receios, de seus medos, liberte-se de seus ódios... O que é a psicocibernética? Cibernética é a ciência do governo dos sistemas. A psicocibernética é uma proposta de Maxwel Maltz, na qual você lida com o seu sistema psíquico, governando-o através de um artifício chamado auto-retrato. Funciona demais.

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Aqui na Academia Hermógenes chegam pessoas que se abrem, revelando-se neuróticas e estando em sofrimento. Só dizem coisas negativas em relação a si mesmas, considerando-se inferiores e vencidas. O auto-retrato de uma criatura dessas está baixíssimo, e tal como nós nos vemos nos tornamos. É um ciclo vicioso. Eu peço aos meus doentes de asma que quando aparecerem os primeiros sintomas da crise não façam nenhuma afirmação autodestrutiva, autocondenando-se. Eles devem dizer: “Agora vai ser diferente. Eu já não tenho medo disso. Já tenho outros recursos para enfrentá-lo. Vou triunfar sobre isso”. E esse auto-retrato gera a autoconfiança, que faz o círculo virtuoso. Isso funciona para a impotência, resfriados, asma, úlcera, insônia... É a psicocibernética. E essa autoprogramação positiva deve ser feita durante a prática de Yoga e da meditação, em especial? A toda hora. E devemos estar alertas para desfazer condicionamentos antigos e fazer agora somente o que nos interessa. É verdade que no estado de relaxamento profundo nossa mente


fica muito mais aberta à introjeção de nossas intenções (sankalpa). Devemos dizer: “eu e o Pai somos Um. Ninguém me vence porque a perfeição de Deus está em mim”. É uma afirmação universal, e quando ela opera a pessoa não fica boa apenas de uma doença ou mal-estar, mas liberta-se de tudo de uma vez. Num de seus livros, o Sr. diz que Satã é sinônimo de sectarismo. O ecumenismo daria o tom desta Nova Era? A palavra ecumenismo já tem sofrido certas distorções e prefiro dizer “universalismo”. No Brasil, quando se fala de uma festa ecumênica, imagino um padre, um pastor e um rabino dizendo: “como é bom o ecumenismo, já que não entrou nenhum espírita aqui”. Não gosto desse ecumenismo, pois nele ainda existe uma participação daquela chamada tolerância religiosa. O sujeito, julgando-se superior, tem a “caridade” de “tolerar” os “erros religiosos” dos demais. Também a tolerância religiosa é um tipo de egosclerose. Eu devo amar a religião do outro e se o outro estiver amando uma Forma e um Nome de Deus que não correspondem aos meus, tenho a obrigação e desejo de amar a Deus na Forma e com o Nome que ele concebeu. A isso chamo de inclusivismo universalista. Segundo o Sr., há dependentes de drogas, afeto, sucesso e sexo, e estes seriam os escravos modernos. Como abolir essa escravidão? Através da humildação. Atrás de tudo isso está um ego querendo poder, prazer e procurando status. O resultado é essa desgraceira toda, nos outros e nele próprio. A dependência é o império do ego.

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O Sr. observa que no prazer há um risco de perdição e que a dor seria um caminho de evolução. Não haveria um risco de culto ao sofrimento, como já houve em certa fase cristã? Claro que sim. Há o risco do masoquismo, e é por isso que nos meus livros faço tantos alertas. É preciso lutar com todas as forças que você tem, mas quando todas as forças falharem e a dor envolver você, aceite a dor. Entregue o seu sofrimento a Deus. E não espere alívio Dele. Espere o que Ele mandar. O esforço do Yoga da sabedoria é vencer a ignorância, para que você se deslumbre e se liberte ao descobrir aquilo que você é, que é Deus. Nós somos Deuses. Somos a Divindade. Profundo admirador de Mahatma Gandhi, o professor Hermógenes compartilha com o mestre indiano a proposta de Ahimsa. Segundo ele, a superação do ego nos conduz à Divindade. E a melhor maneira para conseguirmos isso

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é a prática da humildação.

Como sair dos atuais impasses? Para que não haja o caminho de volta, é preciso atingir um ponto de sofrimento maior, o ponto de mutação, e a Humanidade está passando agora por isso. Tudo está se esboroando. Não só no Brasil. Estamos na hora da agonia. Já vivemos a hecatombe... não é necessário uma onda de 60 metros. Mas a própria juventude já sente dentro de si uma convocação para algo diferente. As drogas levaram à servidão, o sexo selvagem resultou em AIDS... Está na hora da Humanidade despertar para a caminhada de volta. Estamos assistindo a um fenômeno que os gregos denominam metanóia, ou seja, a mudança da mente. Isso já está ocorrendo. Estamos saindo das trevas e há muita manifestação de amor nesta hora. Espero que essa entrevista toque o coração de muita gente, e que eles possam fazer sua metanóia, voltando para Deus, pois Ele está de braços abertos.

Como libertar-se do sofrimento, professor? Através da humildação (com d e não com h). Quem se humilda jamais se humilha e jamais é humilhado. E a perda do ego nos coloca nos braços de Deus. O desegoificado é aquele que abriu mão do ego. E ele é feliz, porque largou a carga pesada. O amor que temos a nós mesmos é uma carga pesadíssima. É uma cruz em nossas costas. Quando nos libertamos do ego, encontramos aquilo que realmente somos, a própria Divindade. Isso precisa chegar às pessoas. E, se isso acontecer, a sociedade no mínimo vai mudar. Não haverá mais corruptos, ditadores, esta crueldade generalizada que está aí.


prana

o nome desse respiratório significa crânio brilhante, imagem que define claramente a sensação que se tem ao fazê-lo.

O nome desse respiratório significa crânio brilhante, imagem que define claramente a sensação que se tem ao fazê-lo. No kapalabhati enviamos uma carga extra de oxigênio ao cérebro, que se dilata imperceptivelmente. Daí a sensação de brilho. Esse exercício é em verdade um kriyá, atividade de purificação das mucosas, pelo fato de que ele proporciona uma limpeza total das vias respiratórias. Elimine todo o ar dos pulmões. Inspire lenta e profundamente e, sem reter o ar, expire vigorosamente pelas narinas, fazendo bastante ruído e contraindo com força o abdômen. Volte a inspirar de forma completa,

com suavidade, e solte o ar outra vez com vigor, porém sem contrair a musculatura facial nem movimentar os ombros. Faça isso pelo menos dez vezes. O intervalo entre duas expirações é muito maior que no bhastriká, a respiração do sopro rápido. A posição na qual você senta deve ser perfeitamente firme, para evitar oscilações devidas à força da exalação. É aconselhável utilizar um lenço debaixo das narinas, pelo menos durante os primeiros ciclos, para reter nele o excesso de mucosidade que será eliminado durante o exercício. O kapalabhati é um exercício que também pode utilizar-

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exercícios executados por danny boy, orientados pelo do professor rafael rodrigues a técnica descrita é baseada nos Vedas e na experiência das aulas dadas pelo professor.

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Kapalabhati pránáyáma pode ser associado com kumbhaka e geralemente é oriantado pelos professores como prática específica para ativar a kundalini. se associado à permanência nos ásanas, para acentuar os seus efeitos. Sugere-se usá-lo nas posições que permitam uma permanência mais prolongada, como anteflexões, torções ou ainda exercícios musculares. Sentado no dhyánásana da sua escolha, com as costas eretas, faça por alguns instantes a respiração abdominal. Aos poucos, comece a acelerar o ritmo, contraindo ao máximo o abdômen a cada exalação. Isso deve produzir um ruído bem alto e forte. A inspiração acontece espontaneamente, quando o diafragma e o ventre se expandem. Ao exalar, o diafragma se eleva e a musculatura reta abdominal se contrai vigorosa e rapidamente. Ao inspirar, o abdômen se projeta para fora. Ao exalar, ele se contrai com força. Você poderá fazer vários ciclos desse respiratório, contando o número de exalações. No início serão algumas dezenas, que você irá progressivamente aumentando até vários centenares. Após um certo tempo de prática, quando houver eliminado aqueles sinais de desconforto decorrentes do exercício (no início poderá sentir dores nos flancos, na região abdominal ou nas costas), você conseguirá aumentar ainda mais a duração de cada ciclo.

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efeitos Fortalece a parede abdominal, aumenta a circulação sangüínea e tonifica o sistema nervoso. Normaliza as funções dos aparelhos digestivo e excretor. Oxigena todo o organismo e revitaliza os tecidos. Limpa instantaneamente as vias respiratórias. Fortalece o sistema nervoso e tonifica o organismo, regulando o seu metabolismo. Proporciona excelente oxigenação cerebral, limpando e purificando os pulmões e revigorando os órgãos internos e a musculatura abdominal. Produz um certo estado de euforia, aumenta a confiança em si próprio e a capacidade de controlar a mente. No plano sutil, provoca um aumento relevante da consciência de si próprio e da força de vontade.

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É aconselhável fazer uma retenção com pulmões cheios combinada com bandha no final de cada ciclo de kapalabhati. Durante as primeiras vezes que o fizer, a fim de fortalecer e treinar a sua capacidade vital, sugerimos que você faça o kúmbhaka juntamente com jihva bandha (contração da língua no céu da boca) e ashwiní mudrá (contração ritmada dos esfíncteres do ânus e da uretra). Quando começar a fazer retenções prolongadas, utilize o jalándhara bandha (contração do queixo no tórax) combinado com múla bandha (contração dos esfíncteres). Kapalabhati pránáyáma feito com kúmbhaka deve ser praticado especificamente para ativar a kundaliní. De onde pode o medo da morte surgir ao yogi que realiza tapas (esforço sobre si próprio) e pratica diariamente com regularidade? Preste atenção para não contrair a musculatura da fisionomia nem movimentar os ombros durante o exercício.

texto pedro kupfer, professor de yoga, estudioso do assunto e trilha um caminho de paz e saúde. fotografia lorena ypsun


para o nosso bem

massagem ayurvédica texto livia lima professora de yoga, e editora fotografia georgina rodrigues

A massagem é uma das ferramentas utilizadas para reequilibrar o indivíduo dentro do tradicional e milenar sistema de cura que é o Ayurveda. Praticado até os dias de hoje na Índia, abhyanga, que em sânscrito significa untar, friccionar com óleo, pode ser aplicado por um ou mais praticantes, em sincronia. Nesta massagem é essencial o uso dos óleos vegetais medicamentosos, geralmente tendo como base o óleo de gergelim. A massagem ayurvédica aumenta a circulação dos fluidos vitais e as trocas em nível celular, ajudando a remover as toxinas. Acredita-se que as dores são causadas pela obstrução do fluxo de prana (energia vital) nos canais sutis. Com o calor gerado pela fricção na massagem, ocorre a desobstrução destes canais e há a liberação do fluxo energético, aliviando dores e tensões. Esta massagem atua de modo profundo e abrangente na circulação em geral, seja sangüínea, linfática ou energética. Assim, promove o aumento da circulação periférica nos vasos capilares, o que reduz a pressão arterial e aumenta a oxigenação nos tecidos. A circulação linfática aumenta em até seis vezes após a massagem. Importantes enzimas que compõem a linfa, como a histaminase, e neurotransmissores, como a serotonina, fundamentais para o relaxamento muscular e nervoso, são liberadas em profusão durante a massagem. A abhyanga nutre os sete dhatus -tecidos, reequilibra os doshas , fortalece o sistema imunológico, ajudando o indivíduo a criar resistência e flexibilidade internas para se defender e se adaptar às mudanças e intempéries.

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para o nosso bem

análise detalhada

Melina Araújo recebendo energização para visão

Existe também uma grande preocupação no que diz respeito à ingestão dos alimentos adequados. “A dieta é uma das ferramentas mais importantes para a ayurvédica. Há muitas variações, mas existe uma básica e específica para cada dosha”, explica Márcia de Luca (SP), professora de ioga, meditação, ayurveda e a primeira representante brasileira do médico indiano Deepak Chopra, do Chopra Center for Well

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Being (que fica na Califórnia, nos Estados Unidos), um dos maiores conhecedores do assunto no mundo. O cardápio deve obedecer a ingestão de seis sabores em todas as refeições e cada dosha precisa favorecer três. (ver matéria alimentação ayurvédica) A idéia não é trabalhar a doença, mas o doente. Por isso, o médico precisa conhecer bem o paciente antes de detectar seu dosha predominante. A consulta é longa e diferente da medicina tradicional ocidental. Durante a conversa, o profissional questiona o funcionamento do corpo e as características mentais e emocionais do indivíduo. Também são


manobra que massageia os musculos da escapula

estudados os batimentos cardíacos (através do pulso), a cor da língua e a constituição física. É imprescindível que essa análise seja feita por um médico qualificado. “É importante buscar as credenciais científicas do especialista, saber desde quando se dedica à atividade e que tipos de cursos fez para poder exercê-la. São vários os procedimentos por ele utilizados, que devem ser aplicados após o adequado diagnóstico da doença tanto pela medicina ayurvédica como pela ocidental”, alerta Flávio Dantas (SP), clínico geral e professor visitante na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para ele, o paciente que consegue unir as duas vertentes só tem a ganhar. Principalmente quando não há lesão orgânica e em problemas leves na área mental (como tensão, estresse, ansiedade e depressão leve). O terapeuta ayurvédico Gil Moraes Kehl (SP) concorda. “A medicina indiana não tem muitas ferramentas para quadros graves. Por outro lado, a ocidental não possui grandes recursos para tratar, por exemplo, problemas de articulação, o que a ayurveda faz com tranqüilidade.”

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visão interior

meditação segundo ananda marga texto dada siddheshvarananda professora de yoga, terapeuta e chef de culinária sutil. fotografia Ricardo Keunecke

relaxamento sono mais profundo diminuição da ansiedade redução do stress rápida recuperação do stress redução da pressão sanguinea dinamismo disposição atlética melhor resistência confiança grande força de vontade maior auto-confiança clareza mental rápida assimilação de informações maior criatividade para resolver problemas empatia maior solidariedade crescimento espiritual senso de expanção mental renovação do sentido e propósito da vida abertura da intuição e de outros níveis de consciência paz interior e felicidade vida saudável e equilibrada senso de bem-estar contato com nossa natureza essencial

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Dada Japesh tocando kirtan em Ananda Daksina julho 2013

Foi Shrii Prabhat Ranjan Sarkar (1921-1990), filósofo, reformador social, humanista e mestre espiritual que através das suas ações, inspirou milhares de pessoas a desenvolverem ao máximo todos os seus potenciais, e a assumirem responsabilidade pelo bem estar da humanidade e de toda a criação. Sarkar incorporou técnicas de desenvolvimento ancestrais e recentes para um sistema de vida

prático para a sociedade moderna dos dias de hoje. Os seus ensinamentos podem ser encontrados nas numerosas publicações da Ánanda Márga que incluem temas como misticismo, cosmologia, sociologia, história, educação, yoga, medicina, ética, psicologia, humanidades, linguísticas, economia, ecologia, agricultura, música e literatura. Provavelmente passarão décadas, ou mesmo

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visão interior

séculos, até que a humanidade consiga compreender a sua vasta e incomparável contribuição para o mundo. Na Ananda Marga é ensinado um sistema científico de meditação, chamado Sahaja Yoga, que tem por objectivoa fusão da mente do praticante na Consciência Cósmica. Apesar de este objetivo poder parecer longínquo para o iniciante, a prática de meditação em si é uma experiência de bem-aventurança e auto-aprofundamento. O Tantra Yoga é noventa e nove por cento de prática e um por cento de teoria. O ensino das diferentes lições de meditação depende do esforço, sinceridade e prática. “Vale mais uma lição posta em prática do que muitas ouvidas.” Shrii Shrii Anandamurti A meditação é normalmente considerada uma prática em que a pessoa fica sentada calmamente, contemplando seus pensamentos ou a analisar problemas pessoais. Como um treino em que a mente não pensa em nada, dando uma sensação de paz.

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Mas nenhuma destas ieias corresponde efectivamente ao conceito Yogi de meditação. A meditação é um estado de pura concentração, no qual a mente flui livremente em direcção Consciência Cósmica. A princípio, o praticante pode capaz de se concentrar por apenas alguns segundos, mas com o esforço regular a capacidade para direccionar a energia mental aumenta. Quando a meditação se torna tão profunda que todos os sentimentos de individualidade são absorvidos pelo pensamento único da Consciência Cósmica, o aspirante atinge a absorção mental total, conhecida como samadhi. Nesse estado, sente-se o êxtase da união transcendental com a Consciência. As práticas de meditação do Tantra Yoga ajudam a controlar e direccionar de forma sistemática a energia mental. Os yogis referem-se a essa bemaventurança cósmica como Anandam. Então após a prática diária a mente é libertada dos apegos, submergindo na Consciência Universal. Na Ananda Marga é ensinado gratuitamente um sistema científico


de meditação, chamado Sahaja Yoga, que tem por objectivo a fusão da mente do praticante com a Consciência Cósmica. Bem-Aventurança é felicidade infinita. É o desejo fundamental de qualquer ser humano. “Existe nos seres vivos uma sede pelo infinito.” Nunca nos satisfazemos com coisas limitadas. Podem darnos prazer por algum tempo, mas não satisfação a longo prazo. Um objecto limitado pode apenas dar uma felicidade limitada e temporária. Mas só a felicidade infinita nos pode satisfazer. Então como vamos atingi-la? Expandindo a nossa consciência até ao infinito; transformando a nossa experiência limitada individual na experiência cósmica do ilimitado: felicidade infinita; paz perfeita e contentamento – bem-aventurança.

Na Ananda Marga é ensinado gratuitamente um sistema científico de meditação, chamado Sahaja Yoga, que tem por objectivo a fusão da mente do praticante com a Consciência Cósmica.

Ananda Marga é o nome do sistema que nos permite fazê-lo. É uma selecção das técnicas e práticas que levam à experiência total de paz infinita e felicidade – aquilo a que chamamos “auto-realização”. É Retiro em Ananda Daksina julho 2013

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visão interior

global de centros em praticamente todos os países do mundo. As suas actividades englobam uma grande variedade de projectos para o bemestar da humanidade, animais, plantas e de todo o planeta.

o símbolo pratiik é a representação visual da ideologia e modo de vida da Ananda Marga. o triângulo que aponta para cima simboliza acção (energia) no mundo externo. O triângulo que aponta para baixo simboliza desenvolvimento interno ou conhecimento. Os dois triângulos estão em equilíbrio para indicar o equilíbrio a que devemos aspirar na vida individual e colectiva – um equilíbrio entre acção extroversiva (mundana) e prática introversiva espiritual. o sol nascente simboliza o desenvolvimento da devoção, e consequente progresso ao longo do caminho espiritual. A suástica simboliza perfeição. Svastika é uma palavra em sânscrito que significa “boa existência” (su significa “bom” e astika “existir em”). A suástica é um símbolo de vitória espiritual permanente. então visto como um todo o pratiik significa que pela combinação da acção e conhecimento vamos progredir para a perfeição e atingir vitória permanente. quando usado no corpo, simboliza também estar em proximidade com o Guru.

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Dada Kintan em Ananda Daksina

uma ideologia e uma forma de vida; um processo sistemático e científico para a satisfação de todas as necessidades humanas: físicas, mentais e espirituais. É uma prática introversiva e intuicional; com técnicas abrangendo desde higiene pessoal a posturas de yoga; desde serviço social a meditação. O seu objectivo é a elevação dos seres humanos, individual e colectivamente, em todas as esferas da sua existência: individual, social, económica, intelectual e espiritual. É uma resposta total aos mais profundos desejos e aspirações humanas. Como organização, a Ananda Marga tem uma rede

Estes incluem centros de yoga e meditação, escolas, orfanatos, centros de distribuição de comida, auxílio a calamidades, centros médicos e projectos de desenvolvimento comunitário. A ênfase está em ir ao encontro das necessidades das pessoas locais e ajudá-las a desenvolver os seus recursos pessoais e sociais, contribuindo para a prosperidade de todos. A filosofia da Ananda Marga é universalista. É uma perspectiva que abraça tudo e todos, reconhecendo Deus como a Consciência Suprema Ilimitada e todos os seres do universo como parte de uma família cósmica unida. Reconhece que é necessário um equilíbrio entre os aspectos mundanos e espirituais da existência, e que nenhum deles deve ser negligenciado às custas do outro. Portanto a meta da Ananda Marga é “Auto-realização e bem-estar do universo“.


através dos símbolos

indra texto carolina labre seleção de imagens carla rodrigues

para qualquer um que leia os sagrados Vedas originais o que notará de imediato é como o mais citados dos devas é de longe Indra.

O senhor Indra, também conhecido como Shakra é o rei dos devas, deidade da chuva do raio, da guerra e administrador dos céus, o nome de Indra é encontrado da cultura pagã da Lituânia passando pela cultura mithani da antiga Síria a cerca de 1500 antes da Era Cristã. Hoje Indra ainda e conhecido tanto entre as comunidades hindus quanto nas budistas onde é encontrado até no Japão conhecido pelo nome de Taishakuten, no Rig Veda 2.17.7 Indra é citado da seguinte forma: Ele que possui supremo controle sobre os cavalos, todas as quadrigas, as vilas, e o gado, e que deu a forma ao Sol da Manha, que conduz as águas. Junto com Varuna e Mitra entre outros formam o grupo de deidades conhecidos como Adityas ou filhos de Aditi, grande apreciador da bebida sagrada, o Soma. Que salvou o mundo de Vrita e libertou as águas, alem de defender o universo de diversos outros demônios, o que lhe valeu o titulo de senhor dos homens ou Manavendra. Nos Vedas ele é descrito como tendo a pele dourada e os cabelos amarelos (loiro) geralmente com quatro

ilustração da divindade de origem ariana

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através dos símbolos

braços onde entre suas principais armas constam o ankusha ou grilhão de controlar elefantes e o vajra ou raio assim como o Zeus grego e o Júpiter latino e o arco-íris é chamado de Indradhanush ou arco de Indra, e tem como carregador o poderoso elefante Airavata que nasceu na batedura do oceano por deuses e demônios, outra característica única de Indra e que às vezes aparece com o corpo coberto de olhos devido a uma maldição que recebeu de Gautama Muni. Sua esposa se chama Indrani uma das saptamatrikas, também é irmão de Surya o deus do sol e é pai, entre outros tantos, de Arjuna o grande arqueiro do Mahabharata e querido devoto e amigo de Sri Krishna,

ilustração alessandra gerin

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o próprio Krishna quando descreve Suas glorias para Arjuna no Bhagavad Gita cita: Dos Vedas sou o Sama Veda, dos devas sou Indra, rei dos céus, dos sentidos sou a mente, e dos seres vivos Eu sou a consciência BG 10,22. Indra vive com sua corte em seu palácio em Svargaloka em um dos mais elevados planetas celestiais cercado de apsaras e ghandarvas que cantam e dançam para o seu prazer, entre os feitos mais conhecidos de Indra esta a destruição do demônio Vrta que havia roubado as águas do universo, Indra após beber sua bebida favorita o soma e embriagar-se matou o demônio e libertou as águas de volta ao mundo, mas por Vrta ser um

brahmane Indra foi perseguido pelo pecado de ter morto um brahmana e este para livrar-se do feito dividiu sua carga entre os seres vivos entre eles as mulheres. Além de ser um conhecido consumidor de soma, a bebida sagrada e inebriante tão honrada nos Vedas, Indra é conhecido por arrumar confusão junto aos devas também, inclusive com Krishna por mais de uma vez, na infância onde Krishna convence seu pai Nanda Maharaja e os vaqueiros a não adorarem mais Indra e sim a colina de Govardhana (que é o próprio Krishna) o que faz com que Indra mande uma chuva devastadora contra os pastores aos quais Krishna protege erguendo a colina como um grande quarda-chuva por sete dias protegendo assim


famosa e sobre como Indra foi amaldiçoado pelo sábio Gautama, uma vez desejando a mulher do sábio, a bela Ahalya, Indra se disfarçou na forma do sábio e desta forma fez sexo com a esposa do sábio, que amaldiçoou o deus com vários órgãos genitais femininos pelo corpo já que ele gostava tanto, Indra ficou desesperado e após pleitear junto a Brahma este convence o sábio a ser mais brando e Indra então fica com o corpo coberto de olhos para que preste bem atenção no que faz.Só faltava. ilustração cintia cury souto

Seus devotos queridos e fazendo

arvore da sagrada flor parijata

com que Indra reconhecesse que

do jardim de Indra para Dwaraka

Ele era na verdade o Senhor do

Sua capital , Indra tentou impedir

Universo, na idade adulta Krishna

Krishna esquecendo quem ele era

volta a digladiar se com Indra

e Krishna o derrota novamente

desta vez Krishna a pedido de

e leva a arvore para Sua esposa

uma de suas esposas trouxe uma

Satyabhama. Outra historia

Existem várias outras historias e das diversas vezes que este apronta para com outros devas com seu próprio guru o que o levou a perder varias vezes o seu trono que geralmente é estabelecido por Vishnu para manter a ordem do Universo, pois não podemos esquecer que Indra é um posto entre os devas pois a cada dia de Brahma um Indra é entronado.

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Se você se sente triste você está errado; se você se sente contente você está certo. Isso tem sido para mim quase um critério que quando alguém está triste, reclamando, resmungando, está errado - tem que estar errado. Ele pode encontrar mil e uma razões de porquê ele está triste, eu não as aceito. Ele está triste porque não permitiu sua vida florescer. Bhagwan Shree Rajneesh

fotografia lorena ypsun ilustração jujubee

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www.yogaintegracao.com +55 21 3886 5628 O método de ensino yoga integração foi desenvolvido, experenciado e comprovado na prática que construiu a maior escola de Yoga terapêutica da América Latina. Por meio do desmembramento

yoga integração

do asanas combinados com o conhecimento terapêutico do seu fundador, o método yoga integração mostrou-se, nos últimos anos, capaz de agir como forte auxiliar no tratamento de diversas disfunções, dores e enfermidades. A sabedoria milenar do Yoga aliada à filosofia budista dos seus fundadores e à complexidade técnica dos recursos terapêuticos, nos quais Luan Lima se baseia, fizeram com que os resultados obtidos pelo método fossem hoje reconhecidos internacionalmente.



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