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Marc Jacobs fala sobre os desfiles da Louis Vuitton e processo criativo

MINIMALISMO& MONOCROMIA A influência dos anos 60, o preto, o branco, listras, padrões bicolores e altos contrastes

Nº 001 MARÇO2013 R$ 15,00 PORTUGAL, € 5,00 FRANÇA, € 8,90 REINO UNIDO, £ 5,70 USA, US$ 7,95 ARGENTINA, $22,00

DESFILES Os melhores momentos das semanas mais fashions do mundo

verão2014

preto& branco




what'snext O VERÃO PRETO E BRANCO 2014 Identificamos e reunimos as tendências e inspirações da próxima estação

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LINEUP VERÃO 2014 Confira os melhores momentos dos desfiles de Nova York, Paris e Milão

showcase COMUNICAÇÃO E A MODA Conheça a campanha CURVES ID, para mulheres normais, pelo menos no tamanho...

interview ART JACOBS O estilista Marc Jacobs fala sobre seu processo criativo e sobre os desfiles

ONThestreet PRETO NO BRANCO A combinação bicolor ganhou as ruas e a NEXT separou para você os melhores looks


whislist BLACK & WHITE As peças que farão a cabeça de todas na estação mais preto e branca do ano

EDitorial BACK TO THE 60's A stylist Chris Motta e o fotógrafo André Azevedo esbanjam talento à la anos 60

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SUMÁRIO

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whatelse MEN STYLE Apresentamos o lifestyle masculino, estilos e closet do homem moderno

bussines SPFW: O MERCADO DA MODA Confira os números que fazem a semana mais fashion de São Paulo


colaboradores Diretora de Redação Clara Mendes Diretor de Moda Giovanni M. O. Frasson Diretora de Estilo Donata Meirelles Diretora de Arte Mila Waldeck Redatora-Chefe Silvia Rogar MODA Editoras de Moda Batbara Leão, Yasmine Sterea Stylists Karine Vilas Boas, Raquel Lionel Stylist Assistente José Barbosa Assistente Executiva Marcia Caetano Assitente de Produção Raquel Kavati Auxiliar de Produção Debora Almeida Estagiária de Moda Juliana Montestani

isabelasodré A jornalista de moda está sempre na primeira fila dos desfiles mais importantes do mundo e fez a cobertura dos desfiles de Nova York, Paris e Milão (pág. 26).

REDAÇÃO Editora de Beleza Victoria Ceridono Editora de Cultura Isabel Moherdaui Repórter de Beleza Adriana Basso Editora Assistente de Cultura Bruna Bitencourt Assitente Executiva Andrea Sabino ARTE Editor de Arte Ítalo Massaru Designers Ana Elisa Arietti, Juliana Azevedo Designer Assistente Juliana Bueno PROJETOS ESPECIAIS Editor de Arte Paulo Cesar Rocha Editora Marina Beltrame CORRESPONDENTES Nova York Nô Mello Paris Paulo Mariotti Londres Rosane Ribeiro SITE Editora Milene Chaves Editora Assistente Vitória Guimarães Repórteres Antonia Petta, Carlos Augusto Santos COLABORADORES Ana Ottoni, André Albert, Bruno Moreschi, Carlos Eduardo Gomes Luiz, Cristiane Costa, Daniel Benevides, Daryan Dornelles, Debora Ghivelder, Eduardo Simoes, Gabriela Mellao, Helio Ponciano, Joca Reiners Terron, José Flávio Júnior, Juliana Guarany (checagem e revisao), Marcela Mazão, Mariana Delvalle, Paula Nadal, Paulo Roberto Pires, Sandra Javera, Sean Mackaoui

andréazevedo O fotógrafo acaba de voltar de uma temporada pela europa e aterrissou direto na redação da NEXT para o editorial anos 60 (pg. 40).

DIRETOR GERAL Alexandre Frota MARKETING E CIRCULAÇÃO Coordenadora de Marketing Patricia Graciar Assistentes de MArketing Isabel Fontes Torres, Roberta Tellechea PUBLICIDADE Diretor de Mercado Anunciante Ricardo Kowarick Diretor de Publicidade Guilherme Chedid Gerente de Projetos Especiais Luciana Jordão Analista de Mercado Beatriz MedeirosAnalista de Projetos Especiais Adriano Cabral Gerente de Publicidade Digital Luciana Steves Executivas de Negócios Simone Pelegrino (spelegrino@globocondenast.com.br) Silvia Cordeiro (scordeiro@ globocondenast.com.br) Gerente de Publicidade(RJ) Sueli Bombiere (21) 3380-5930 (sbomiere@globocondenast.com.br) Executiva de Negócios (RJ) Christina Machado (21) 3380-5930 Assistente (RJ) Renata Sant'Anna (21) 3380-5930 (rasousa@ globocondenast.com.br) Coordenador de Publicidade Diego Rique Analista de Publicidade Rafael Milieto Assistente de Publicidade Fernanda Wasserman Diretor de Publicidade Centralizada Gilberto Corazza Diretores Alexandre Barsotti, Eduardo Leite, Tida Cunha

anagofrard A jornalista bateu um papo com o estilista mais influênte do verão 2014, Marc Jacobs, e conta sobre seu processo criativo, trabalho e dia-a-dia (pág. 32).

PUBLICIDADE REGIONAL São Paulo/Interior Instituto de Pesquisa e Marketing DATAVIP LTDA. com Andressa Biata: (19) 3324-7488 / (19) 9865-6597 / andressa@datavip.com.br • Minas Gerais JLD - Consultoria LTDA, com Josette Davis: (31) 9865-6597 / josette@jld.com.br • Distrito Federal/Goiás Eduardo Godoy Associados Publicidade e Representações LTDA, com Jean Luc Jaoul: (41) 3336--6589 / (41)8562-3274 jeanluc@terra.com.br • Paraná/Santa Catarina Yaguar Assessoria Empresarial LTDA, com Jean William: (41) 3587-9541 / (41) 9426-6532 jwilliam@yaguar.com.br • Ceará Instituto de Pesquisa e Marketing DATAVIP LTDA. com Andressa Biata: (19) 3324-7488 / (19) 9865-6597 / andressa@datavip.com.br Bahia Catarina Yaguar Assessoria Empresarial LTDA, com Jean William: (41) 3587-9541 / (41) 9426-6532 jwilliam@yaguar.com.br • Milão Mr. Angelo Careddu - Oberon Media (39) 02-874543 contact@oberon.com • Londres Sr. Simon Darragh - Oberon Media (44) 235987653254 simon@oberon.com • Nova York/Miami Mr. Alessandro Cremoma - Condé Nast Internacional (212) 380 8236 alessandro_cremona@condenast.com CONTEÚDO DIGITAL Gerente Mariana Martinez CONSELHO EDITORIAL CONSTANZA PASCOLATO, FREDERIC ZOGHAIB KACHAR

marinafranco O Showcase desta edição traz a nova campanha da Levi's para mulheres reais, pelo menos no tamanho... (pg. 36).

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO FREDERIC ZOGHAIB KACHAR, AUGUSTO URZEDO ROCHA FILHO, GILBERTO CORAZZA, LEONARDO DIG, JONATHAN NEWHOUSE, CAROL CORNUAU NEXT É UMA PUBLICAÇÃO DAS EDIÇÕES CONDÉ NAST S.A. Rua do Rocio, 305, tel. +55 11 2322-4698, CEP 04552-00, São Paulo, SP Assinaturas São Paulo e demais capitais: 4004-5566, outras localidades 0800-123-4567 fax +55 11 3038-6587 de 2ª a 6ª das 9 às 20 horas e aos sábados das 10 às 18 horas SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE www.globocondenast.com.br/atendimento



cartadaeditorA É março, 2012 se foi e 2013 está fechando seu primeiro trimestre com grandes mudanças na moda. Heidi Slimane é o estilista da Yves, ops, Saint Laurent Paris; Raf Simons está à frente da Dior, e Nicolas Ghesquière não é mais o nome por trás da Balenciaga. Londres voltou a ser celeiro de jovens talentos, o minimalismo parece ter ganhado a batalha (nunca final, veja) contra o decorativismo, e Carine Roitfeld (Bem-vinda!) assumiu o cargo de diretora de moda global da NEXT. Mudanças um tanto fortes para este que foi nosso primeiro ano de vida, não? Esta edição fecha o primeiro trimestre em preto e branco. Nossa capa internacional, a top russa Anne Vyalitsyna, mostra o porquê de ser conhecida por seu corpo perfeito e mescla biquínis e maiôs com alfaiataria clássica no editorial clicado por Paulo Vainer e com styling de Ciro Midena. Mas, como dizia, é março. E este é também o mês pós-festas. Para fazer grandes entradas onde e com quem importar, a NEXT traz os melhores vestidos drapeados, que vestem prefeitamente Bruna Tenório, estreante em nossas páginas de moda; e, para badalações menos formais, Pedro Lourenço faz dobradinha com Bob Wolfenson e monta looks glam, com muito brilho e olhos esfumados. Sou do tipo que sai correndo da cidade assim que possível, em busca da praia mais deserta, onde (não vejo a hora...) desligarei o celular, estenderei minha canga, abrirei meu livro. Neste verão, o destino ideal são as águas da América Central. Santa Teresa, na Costa Rica, por exemplo, onde Gisele Bündchen tem casa. Ou, um pouco mais embaixo, a Colômbia - quem entende das coisas têm indo para lá. Fiquei com vontade. De qualquer maneira, estarei, enquanto houver sol, com esta revista em mãos, chapéu na cabeça e pés na areia. De onde só sairem em 2013, no último minuto minuto de lúz, do último dia das férias, para pegar o último voo. Destino? Redação da NEXT, para fechar, para você, mais 12 edições com o melhor da moda, beleza e do estilo de vida. É dezembro, enfim. Celebre!

Marc Jacobs | Verão 2014

claramendes Diretora de redação

Marc Jacobs | Verão 2014





WHAT'SNEXT

O VERÃO PRETO E BRANCO 2014 PORSELENA ESCHER

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O Preto e Branco retorna à moda e é tendência no Verão 2014 Eternizada por Chanel, a combinação em preto e branco volta à moda com força total: listras finas ou mais grossas e outros traços geométricos, florais e folhagens, poás ou mesmo produções lisas em preto e branco vêm mais e mais ganhando os desfiles da temporada, vitrines e as ruas. Simétrico ou não, o trabalhar das duas cores se destaca. O preto e branco marcou os desfiles Primavera/Verão 2014 de Moschino, Marc Jacobs e Elie Saab, e durante a última edição do SPFW, as coleções Verão 2014 de Animale, Tufi Duek, Amapô, Acquastudio, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch, entre outras grandes marcas que combinaram as cores das mais variadas formas. Em evidência, listras verticais ou horizontais ressurgem como grandes vedetes do inverno 2013 e prometem manterse em alta durante o próximo verão, como as passarelas nacionais e internacionais já incitam; composições sóbrias, divertidas – em meio à mescla de padronagens -, ou vibrantes, acompanhadas do vermelho, do azul e outros. Como aderir ao visual preto e branco? As estampas de fundo escuro são ideais para afinar a silhueta. Sendo assim, sugere-se aplicar o preto a regiões a serem deixadas em menor evidência; o branco, entretanto, é ideal para destacar. Ou seja: seios fartos ou ombros largos, por exemplo, pedem pelo preto, assim como quadris estreitos pelo branco e vice-versa. Atentar para a modelagem escolhida combinada a esta ou aquela tonalidade é indicado para um visual harmônico. Como vestir listras corretamente? As listras têm o poder de alongar a silhueta ou ampliá-la. As verticais ou diagonais – mais finas ou medianas – são propostas para fazer da silhueta mais esguia; Contudo, para evidenciar determinada região do corpo aposte nas listras horizontais mais grossas. Utilizar uma das cores nos detalhes é a sugestão bem-vinda para moldar a silhueta. A seguir, confira os temas que a Next identificou para a próxima estação.


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Marc Jacobs | Verão 2014

O preto e branco nas coleções de Animale, Tufi Duek, Acquastudio e Alexandre Herchcovitch SPFW Verão 2014


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NEOGEO 16

A geometrização das formas, aliada ao conceito de minimalismo gráfico que revolucionou a moda nos anos 1960, demonstra ser uma referência cada vez mais utilizada por grandes criadores em lançamentos de coleções nas principais semanas internacionais de moda. Para o Verão 2014, a tendência ganhou força explosiva resgatando formas e elementos gráficos precisos em novas e criativas leituras, e desponta como forte alternativa para o maximalismo que se estabeleceu com sucesso nas últimas coleções.


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inspirações

ETTORE SOTTSASS Nasceu na Áustria e formou-se em arquitetura pela Universidade Politécnica de Turim. Responsável pelo design dos produtos Olivetti, obteve grande reconhecimento por suas ideias inovadoras e por imprimir forte apelo estético e atrativo influenciados pela cultura pop dos anos 60.

DÉCIO PIGNATARI Juntamente com os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari é considerado um dos teóricos da “poesia concreta” que, em síntese, dispõe de forma espacial os vocábulos, frases ou caracteres criando outros símbolos, significados, e estruturando a poesia em bases visuais.

ALEXANDER CALDER Engenheiro mecânico, escultor, pintor e ilustrador americano, obteve fama mundial com seus criativos móbiles, esculturas flutuantes baseadas em equilíbrio e movimento e considerados como divisores de águas entre a escultura tradicional e a moderna.

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GIÒ PONTI Arquiteto graduado em Milão em 1921, foi também um grande expoente das artes decorativas. Como fundador da revista Domus, até hoje uma das bíblias do design moderno no século 20, contribuiu para a contextualização do design italiano na cultura contemporânea.


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sport mania

Elementos do mundo esportivo, como ergonomia e tecnologia, somam-se aos fundamentos de dinamismo e modernidade para criar novos padrões estéticos valorizados por tecidos funcionais, modelagens e cortes, que vão dos básicos aos extremamente inovadores. O tema permeia influências minimalistas dos anos 1960, 1980 e 1990 em propostas de arquitetura simples e práticas ou traduzidas em luxo e glamour. Dos anos 90 pra cá muita coisa aconteceu. A primeira delas foi que os anos 2000 chegaram e o mundo não acabou apesar do terrorismo, dos desastres naturais, da globalização e da crise econômica. Aliás a única palavra que parece ter se mantido na “nuvem de tags” ao longo desses anos é “crise”. E quando se trata de crise, uma coisa não muda: a busca por uma novidade que consiga reverter a situação. Seja na economia ou no processo criativo, a crise muda comportamentos.


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UM MERGULHO NOS ANOS 1990 Nos anos 1990 foram vividos quase que a negação da Celine nas últimas temporadas. Prática, confortável e muito década anterior. O maximalismo oitentista chegava ao fim sensual, a limpeza define a mulher que não quer perder depois de ter esgotado todas as possibilidades de volumes e tempo em frente ao guarda-roupas e não precisa correr cores e excessos, numa época em que a economia também para as lojas em busca de novidades. No Brasil, o estilista experimentava excessos inflacionários tão absurdos quanto Eduardo Pombal resgatou a essência minimal dos baús da as mangas bufantes em tafetá rosa shocking. No meio de marca para o inverno da Fórum Tufi Duek. Formas duras e tudo isso brotava a geração-x (estilistas que hoje tem entre estruturadas, com cintura bem definida, saia ampla (mínis, 30 e 40 anos) e com ela a inquietação da busca por uma sempre) e top rente ao corpo. Há poucos acessórios: nada nova onda. O que imprimiria a cara de uma geração que de bolsas, apenas clogs e ankle boots – em preto ou nude. acompanhou a sequência da nova ordem mundial, onde a A cartela de cores é neutra, quase contida. O jeans, que é democracia estava garantida e com ela outras lutas sociais sempre um aliado, aparece dominando o look misturando que já haviam sido encaminhadas pela geração anterior? lavagens e texturas. Em termos político e culturais era uma geração que se via O minimalismo 90’s vem à tona quase que como uma perdida, sem saber para onde o mundo ia. E, principalmente, reação alérgica aos excessos de oferta da frenética indúspara onde suas vidas iam. tria da moda e seu calendário compulsivo em busca de Os jovens andavam de skate ouvindo Nirvana e vestindo novidade. No meu ponto de vista, a crise é o verdadeiro suas camisas xadrez sobre bermudões oversize. Alguns “novo”. Estamos empanturrados com tantos requentados outros preferiam dormir durante o dia para vestir o futuro que a moda nos serve com o rótulo de “nova onda” a em clubes que tocavam a tal música do novo milênio – cada estação. Apesar de seguir essa vertente naftalínica, eletrônica – e todos viam a MTV. Cada um cuidava da sua o estilo noventista ao menos carrega a sutil diferença da vida e consumia o que interessava. durabilidade do design. Em meio a tanta mudança sem As linhas retas e sóbrias que economizam em ornamentos rumo, a sensação de instabilidade como nos anos de 1990 e babados foram eternizadas pelo alemão Helmut Lang nos talvez nos obrigue a economizar seja o dinheiro, o tempo anos 90, e voltaram a impactar com os desfiles da estilista ou mesmo a tal “criatividade”. O que não se sabe é quanto britânica (geração x) Phoebe Philo para a grife francesa tempo esse “durável” vai conseguir resistir, não é mesmo? KEITH HARING Keith Haring foi um artista gráfico e activista estadunidense. Seu trabalho reflete a cultura nova-iorquina dos anos 1980. Nascido no estado da Pensilvânia, desde cedo mostrou interesse pelas artes plásticas.

Maria Cornejo | Verão 2013

Ashish | Verão 2013

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inspirações


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Os anos 80 continuam determinando tendências a cada nova estação. Os jogos de proporções, compondo no mesmo look formas justas com formas amplas ou formas curtas com formas longas, são características fundamentais do tema. Partindo da aposta na força do rock em várias vertentes negro e pesado, colorido e alegre e, ainda, grunge casual ou sofisticado, surge também uma importante evolução para o minimalismo arquitetônico dos anos 90.


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inspirações

ANDROGINIA Que a beleza andrógina está na moda isso nós sabemos. Mas já paramos pra pensar que esse fenômeno contemporâneo tem raízes no passado? Quem já ouviu falar nas Garçonnes? Ou quem lembra de Ziggy Stardust? Pra nós, seres do século XXI, usar calça comprida ou um blazer não parece nada de anormal, nem fora do comum. Ao contrário, a maioria das mulheres, hoje em dia, tem mais calça no armário do que saia. Os homens, por sua vez, podem usar brinco, ou uma camisa rosa sem chocar ninguém. A fronteira do mundo masculino e feminino foi aos poucos, e por motivos distintos, sendo aproximada. Hoje, vivemos a década da beleza andrógina. Chanel, Patou e Lelong são as primeiras a introduzir peças masculinas no guarda roupa feminino, como blazer, camisa de botão, gravata e até calça. As referências de beleza são Marlène Dietrich, Joan Crawford e Louise Brooks. Foto divulgação filme: The Girl With The Dragon Tatoo. Columbia Pictures, 2011

Jean Paul Gautier | Verão 2013

OMBROS MARCADOS

Linvin | Verão 2013

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FETICHE: OS 50 TONS DE MODA O sadomasoquismo está em alta. Tudo por conta do fenômeno mundial "Cinquenta tons de cinza", trilogia que narra a paixão de uma jovem virgem por um milionário dominador. Mas, muito antes do livro da britânica E.L James surgir, a moda já retratava a prática em ensaios cheios de ousadia e sexualidade explícita. Cordas, chicotes, mordaças e açoites brincam com os corpos de tops como Raquel Zimmermann, Naomi Campbell e Lara Stone. Confira alguns ensaios impactantes: A gaúcha Raquel Zimmermann é o tipo de modelo que topa tirar a roupa numa boa pelo trabalho. Mas, em 2009, o fotógrafo Mario Sorrenti conseguiu despir a top de um jeito chocante para a revista Self Service. Nas imagens, Raquel aparece suspensa por cordas, amarrada e com os seios à mostra. Até grampos a top usou na sessão de sadomasoquismo simulada. A holandesa Lara Stone é outra top que costuma fazer a alegria dos marmanjos nos ensaios de que participa. Mas as fotos acima, da revista Interview de março de 2010, integram apenas um dos vários editoriais de temática LE SMOKING sadomasoquista que a top já fez. Sabemos que Lady Gaga é ousada ao extremo, mas ainda assim a cantora conseguiu surpreender neste ensaio polêmico para a revista japonesa "Vogue Hommes". Clicada por Nobuyoshi Araki, a loira aparece amarrada e nua com um salto altíssimo que é puro fetiche. Pouco tempo depois da publicação do ensaio, algumas fotos polaróide caíram na rede e revelaram ainda mais o corpo de Gaga. Nesta onda fetichistas, não podemos ignorar a influência de outros nomes deste tema na moda como Bettie Page, Dita Von Teese e Madonna, ícones da atualidade e assumidamente adeptas ao figurino fetichista.

Linvin | Verão 2013




RIOCALIFóRNIA Um tema de exaltação à vida, à alegria e à sensualidade despojada e natural surge como elo entre paisagens praianas tropicais e vida urbana, que descobre cada vez mais a importância de um estilo mais alegre e despojado de viver. Os anos 50 emprestam suas referências de valores juvenis e sonhos dourados ao atualíssimo brazilian soul, estilo que projeta no mundo o jeito brasileiro de ser, tão apreciado por outras culturas mundiais.


WHAT'SNEXT

FRIDA KAHLO Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon foi uma das personagens mais marcantes da história do México. Patriota declarada, comunista e revolucionária Frida Kahlo, como ficou conhecida, teve uma vida de superações e sofrimentos que refletidos em sua obra a tornaram uma das maiores pintoras do século. O ícone em que se transformou constitui um fenómeno extraordinário que, aos poucos, se converteu num verdadeiro obstáculo à valorização da própria obra da artista plástica.

inspirações LISTRAS FLORAIS

Miss Bikini Luxe | Verão 2013

RELAX

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DIVERSÃO

Emamo | Verão 2013

Dolce&Gabbana | Verão 2013

Issa London | Verão 2013

SURF

PRAIA

TYE-DIE

Daisy Fuentes | Verão 2013

Iceberg Woman | Verão 2013

Dolce&Gabbana | Verão 2013


WHAT'SNEXT

AFROÁSIA América Na moda, as fronteiras do mapa mundial continuam sendo desconstruídas e reconstruídas de forma ilimitada, criando novíssimas possibilidades de criação. As influências multiculturais misturam-se em inusitadas modelagens ou ricos patchworks gráficos que passeiam pelos continentes africano e asiático e pelos países latino-americanos. Dessas culturas são extraídas inspirações que se materializam em produtos extremamente sofisticados ou ricamente estruturados por toques artesanais.


WHAT'SNEXT

inspirações florais

Editorial: "It's All About a Print Mash-up" Revista Papermag, Agosto 2012

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ÉTNICO

Emamo, Etro e Krizia | Verão 2013

TRIBAL

Boys by Band of Outsiders, Roberto Cavalli e CNC Costume | Verão 2013


LINEUP

LINEUP VERÃO2014

PORISABELA SODRÉ

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Confira os desfiles das principais semanas de moda do mundo. A NEXT esteve na primeira fila de todos os desfiles e separou para você, com exclusividades, os principais estilistas, formas, cores e estampas que ditarão as tendências da primavera-verão 2014.

MARCJACOBS Não se engane com o conjunto. Parece uma coleção mod demais, literal demais, Polly Magoo demais. Mas o que Marc Jacobs apresenta pra primavera-verão 2013 na Semana de Moda de NY tem mais subtextos: leia-se sexo. A começar do 1° look, uma camiseta com listras e apenas uma calcinha, mais sapatos de bico finérrimo, quase fetichentos, cabelo e make à Edie Sedgwick. É como se o atrevimento dos anos 60 voltasse, mas já que estamos acostumados com a minissaia no século 21… que tal se as garotas decidissem sair sem ela? Isso é fácil na Visconde de Pirajá, quero ver na Big Apple, quero ver na Estação da Luz…


LINEUP

O New Look da Dior é assinado por Raf Simons, em sua 1ª coleção de prêt-à-porter pra casa francesa. E se na altacostura suas saias amplas envolvendo tops pretos, bem justos, nos looks pra noite, emocionaram os fashionistas, nesta temporada eles ressurgem mais leves e não menos imponentes no final de um desfile que começou com uma nova cara pra alfaiataria da marca. Cintura marcada e quadris destacados foram elementoschave pra revolução de Christian Dior em 1947 e nesta nova fase, sob comando de um minimalista, eles aparecem num smoking acinturado com volume nos quadris, conversando com o look que abriu a apresentação de estreia do belga na marca, em julho deste ano. As calças saem de cena e entram os vestidos-paletó, abrindo espaço pra comprimentos mini que chegam aos shortinhos usados com blusas compridas.

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christianDior




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WISH LIST

Marc Jacobs, R$ 22.650


WISHLIST

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1 | Diane von Furstenberg, R$ 580 2 | Marc Jacobs, R$ 750 3 | Tiffany, R$ 5.260

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4 | Bvlgari, R$ 12.540

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BLACK&WHITE 6

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5 | Marc Jacobs, R$ 24.340 6 | Dolce&Gabanna, R$ 960 7 | Marc Jacobs, R$ 3.590 8 | Chanel, R$ 14.820 9 | Christian Louboutin, R$ 18.730

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INTERVIEW

art jacobs 34

CAPAZ DE FAZER O LINK PERFEITO ENTRE DESEJO POP E EXCLUSIVIDADE TOTAL E SEM MEDO DE TENDÊNCIAS DE MASSA, MARC JACOBS SEGUE

INDICANDO O ZEIGEIST, NA LOUIS VUITTON E NA MARCA QUE LEVA SEU NOME PORANA GOFRARD FOTOSRICARDO KLEIN


"a moda funciona como a música e a arte. ideias vêm de outras ideias, e não há nada de errado nisso" marc jacobs


INTERVIEW

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POP E ARTSY Detalhes dos looks, mostrando as estampas que estiveram nos desfiles da estação de verão 2014

São 10h30 da manhã de segunda-feira quando o celular toca. “Hello”, atendo, em inglês, já sabendo quem ligava. “Bom dia, é Marc Jacobs”, ouço, em bom português. A voz de Marc ao telefone é rouca, resultado de uma gripe forte, pós noites mal dormidas e stress intensivo vivido durante as fashions weeks. “Tudo bem?”, sigo. “Tudo bom”, responde, ainda em português, aprendido com seus, atual e ex-namorados, ambos brasileiros: o ex-ator de filmes pornô Harry Louis e o empresário Lorenzo Martone, respectivamente. E continua, em inglês: “Mas levo um tempo para me recuperar de uma temporada. Sempre acabo doente depois da apresentação da Louis Vuitton”, explica. Não deve ser fácil ser visto pelos maiores especialistas da área como parte fundamental de um microgrupo de estilistas capazes de fazer a roda da moda girar, estação após estação - as tendências desfiladas em suas passarelas são, sempre, referência e inspiração para editoriais de moda e coleções ao redor do globo. No verão 2013, por exemplo, prepare-se para uma explosão de anos 60. A tendência foi vista, primeiro, em sua apresentação, em Nova York, na coleção gráfica, sexy e provocante, antes de cruzar a temporada, dar as caras na Prada e se confirmar totalmente com a luxuosa apresentação com pares de modelos vestidas em looks quadriculados semi-idênticos, trazidas por escadas rolantes instaladas em pleno Carrousel du Louvre, para a Louis Vuitton, marca da qual é diretor criativo desde 1997. A inspiração de Marc para a coleção da Vuitton foi o trabalho do artista francês Daniel Buren, mais especificamente a obra Le Deux Plateaux (1986), série de colunas listradas no Palais Royal. Marc as uniu à Damier, clássica padronagem xadrez da Louis Vuitton, criada em 1888, e pronto: surgiram os desenhos que, em breve, serão onipresentes na moda. Inspirar-se em trabalhos de artistas plásticos é uma constante na carreira de Marc Jacobs, sabemos. O estilista é um dos principais difusores do conceito hoje conhecido como artketing, no qual marcas de luxo fazem parcerias com artistas para lançar linhas e coleções pontuais. O resultado é bombástico para os dois lados: a tradição da maison ganha um banho de contemporaneidade, e o artista passa a ser associado aos altos valores da marca. Richard Prince, Stephen Sprouse, Takashi Murakami e, recentemente, Yayoi Kusama, entre outros, são alguns dos nomes que, nas mãos do estilista, passaram de artistas pop conhecidos do universo das artes a nomes desejados e consumidos massivamente mundo afora. Marc não tem medo de tendências massificadas. “A moda funciona como a música e a arte. Ideias vêm de outras ideias. E não há nada de errado nisso”, comenta, com a segurança

de quem fala sobre o assunto com frequência - apesar de a imprensa “cair a sua pés a cada desfile que faz”, como sentenciou recentemente Cathy Horyn, crítica de moda do The New York Times, há quem diga que Marc explora demais suas referências, num “copy paste” da arte para a moda, e que suas apresentações são apenas shows de entretenimento, com roupas que não vestem mulheres “reais”. Há, aí, certa verdade. Entre longos memoráveis que estampam galerias de red carpets em estrelas de cinema e infindáveis looks urbanos em sites de streettyle, poucas vezes lê-se nome do estilista, ou da Louis Vuitton, nas legendas das roupas (o mesmo não se aplica, entretanto, aos acessórios, hits absolutos de vendas). Mas engana-se quem pensa que isso se chama desprestígio. A cada estação, e de braços dados com colegas de gerações acima, como Miuccia Prada, Marc dá o tom do que milhões de pessoas irão desejar e comprar mesmo que apenas em um pequeno porta-moedas adquirido na gigantesca butique Louis Vuitton na Champs-Elysées. E, nesse sentido, nada mais justo que seus desfiles funcionem mesmo como grandes ações de marketing - extremamente bem pensadas e executadas - para manter atual, ano após ano, uma das mais tradicionais maisons da França, e vender uma quantidade inimaginável de acessórios. É de malas e bolsas, afinal, também desenhadas por Marc, que a marca responsável pelo maior faturamento do grupo LVMH vive. É justamente o paralelo entre o luxo e o acessível, o exclusivo e o massivo, que faz da Vuitton a label high end que mais sabe criar desejo popular e, ainda assim, ser sinônimo de status, riqueza, exclusividade. “Temos muito respeito pelo savoir-faire da Vuitton. Com a manufatura, a qualidade dos produtos. Na coleção de passarela, as peças devem ser especiais. E aí fazemos coisas mais acessíveis, que serão produzidas mais vezes, estarão em mais lojas. Precisamos estar dos dois lados, mas ter a melhor qualidade, até nos produtos mais populares”, afirma. Prestes a completar 50 anos, com o título de Chevalier of the French Legion of Honor; ganhador de onze prêmios do CFDA (Council of Fashion Designers of America), três deles, o mais importante, de Estilista do Ano; e também o Geoffrey Beene Lifetime Achievement Award (do qual, aliás, considerou a chegada “um tanto cedo”), em 2011, Marc não acredita que um trabalho autoral seja, necessariamente, inédito. “Não acho que moda seja apenas sobre invenção. Para nós, é sobre transformar as coisas. Mudar seu espírito”. Se a tradução literal para zeitgeist é mesmo “espírito do tempo”, então as criações de Marc são, mais que simples roupas, a tradução completa de sua época.



SHOWCASE

comunicação e a moda Marina Franco fala sobre acertividade da nova campanha da Levi's para mulheres reais, pelo menos no tamanho.

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PORMARINA FRANCO FOTOSROBERTO LASSA


SHOWCASE

É perceptível, e até mesmo escandalosa, a quantidade de marcas, grandes marcas, que têm pecado no momento de planejar sua comunicão com o público. Dentre todas as etapas da comunicação, sempre conseguimos encontrar a brecha onde algo deveria ter sido feito, ou onde um profissional de relações públicas poderia ter atuado. Mas este é um caso de sucesso, não somente da marca, mas também da comunicação integrada: percebe-se perfeitamente a harmonia da ação, trabalhada em todos as esferas de seus públicos. É a nova linha de calças da Levi’s, chamada CURVE ID, que tem como slogan uma frase bastante sugestiva “all asses were not created equal”, algo como “todos os bumbuns não são iguais”. Apenas por perceber este ponto, a marca já está à frente, pois vai além dos desfiles anoréxicos que foram polêmica nas últimas semanas de moda e pega carona na “tendência” plus-size que vimos no último desfile de Galliano e, falando de moda realemete usável, demonstra visão de público e de mercado. Segundo o blog da marca, esse novo e revolucionário sistema é ligado no formato e não no tamanho do corpo da usuária e foi desenvolvido após terem estudado e pesquisado cerca de 60 mil mulheres por todo o mundo, identificado três tipos de corpo que abrangem pelo menos 80 % das mulheres. Até hoje, a única marca a fazer algo parecido foi a Dove, em sua campanha pela real beleza, e mesmo assim a Dove só se utilizou de recursos publicitários, enquanto a Levi’s modificou o seu produto. Para a nova linha de calças, a publicidade tradicional também foi utilizada. Fiquei sabendo da novidade por um encarte na september issue da Marie Claire que se desdobrava em três, tinha gramatura maior do que as outras páginas e trazia a mensagem muito claramente. Fiquei curiosa, leia-se desejosa, e entrei no site. Surpresa! Não era somente uma página dedicada ao novo produto, mas uma página interativa, que funciona assim: você entra na página da linha Curve ID e, passo a passo, a modelo te ensina a tirar as medidas do seu corpo para encontrar qual a melhor calça pra você, tudo em português e em vídeo. Mas a melhor parte vem mesmo é agora: revista, vídeo, site, interatividade, okay, previsível... E que tal um evento beneficente? Um evento no qual cada menina leva a sua

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"esse novo e revolucionário sistema é ligado no formato, e não no tamanho do corpo da usuária"


SHOWCASE

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calça (que não entra mais) e ganha em troca a sua Curve ID? Mas não tão simples assim, o Wear What Fits levou duas mil pessoas ao Bryant Park, em Nova York, onde puderam participar de uma tarde com shows, customizações de camisetas e, do que a Levi’s chama de miracle, quer dizer, o milagre da calça servir, tudo isso com a ajuda de especialistas no modelito e fotógrafos para registrar o novo visual. Além dessa ação presencial, o que certamente podemos chamar de um PR Stunt (alô, Cannes), a marca também fez um evento fechado a blogueiras em sua loja, no bairro do Soho. Resultado? Mídia espontânea, mulheres satisfeitas e a marca pontuando. Do começo ao fim dessa ação, exemplo de comunicação integrada, é visível que o público alvo esteve, realmente, no alvo da campanha. Da pesquisa ao evento, o que se vê é uma empresa desenvolvendo um produto embasada em pesquisas, ações focandas no público e, no final, consumidores respondendo a esses estímulos. Em meio a tantos casos de insucesso que vemos por ai, é um alívio, e também um estímulo, perceber que o mercado tem um lugar pra os profissionais de relações púlicas em campanhas tão brilhantes como esta.



EDITORIAL


BACKto the60's FOTOGRAFIAANDRÉ AZEVEDO STYLINGCHRIS MOTTA


presilhas Mary Design, R$200,00 / Vestido Apartamento 03, R$12.570,00 / meia arrast達o Chanel, R$750,00 / sapato Maria Bonita Extra, R$1.200,00 / brinco Lita Raies, R$1.470,00 / pulseira Mary Design, R$854,00


chapéu Brechó Cansei de Ser Madame, R$750,00 | arranjo de cabeça Beth Salles, R$453 | pulseira Beth Salles, R$678,00 | colar Beth Salles, R$1.453,00 vestido La Pen, R$15.687,00 | anéis vivara - R$358,00


brinco Tiffany, R$2.350,00 | vestido Chloé, R$23.748,00 | anéis Vivara, R$567,00 | cinto Louis Vuiton, R$796,00 | sapato Jimmy Choo, R$3.268,00 | bolsa Victor Hugo. R$2.864,00


贸culos Ray Ban, R$350,00 | vestido Chanel, R$32.798,00 | cinto Louis Vuiton, R$796,00 | sapato Prada, R$2.268,00 | c谩rdigan Adidas, R$864,00 | brincos Beth Salles, R$655,00


brinco Tiffany, R$4.350,00 | sobretudo Giorgio Armani, R$25.748,00 | sapato Christian Louboutin, R$7.268,00 | chapĂŠu Marc Jacobs, R$1.864,00


blusa amarela, Hermès, R$298,00 | sapato Lanvin, R$1.268,00 | cárdigan Adidas, R$864,00 | colar Tuffi Duek, R$1.245,00 | calça Mark Jacobs, R$1.952,00



vestido, Dior, R$19.298,00 | bolsa Chanel, R$5.268,00 | pulseira Tiffany, R$7.864,00 | brincos Tuffi Duek, R$1.145,00


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ONTHESTREET

PRETO NO BRANCO:

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A COMBINAçÃO BICOLOR GANHA AS RUAS

Em efeito camuflado, graças as estampas gráficas, em looks Mod que resgatam as formas clássicas dos anos 1960 ou com pegada boyish de alfaiataria, a combinação de preto com branco ganhou as ruas em 2012 – e não deve sair dos closets tão cedo. Acessórios poderosos atualizam o look e não deixam a produção cair no óbvio.


ONTHESTREET

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the girls


ONTHESTREET

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the boys


WHATELSE

menstyle CONHEÇA UM POUCO MAIS DO LIFESTYLE MASCULINO, OS ESTILOS E O GUARDA-ROUPA DO HOMEM MODERNO

A maior dificuldade dos homens não é decidir o que comprar, e sim qual estilo querem adotar. Decidir qual será o seu estilo pode ser um desafio, para isso, é preciso que se pense em questões como: o estilo de vida que se leva, a personalidade e a mensagem que deseja transmitir com seu visual. Cada estilo da moda masculina varia, no que diz respeito a valores, portanto, deve ser levado em conta o orçamento disponível para se criar um novo visual. Um estilo não é um conjunto de regras, e pode incorporar elementos de outros estilos ou variar a sua imagem para certas situações. Independentemente disso, cada visual projeta uma determinada imagem e requer um estilo de roupa diferente. Nesta matéria falaremos sobre alguns destes estilos, mas estes não são todos e nem todos eles ficam bem em qualquer homem. Alguns homens gostam de combinar certos elementos de dois estilos diferentes, enquanto outros podem fazer uma escolha totalmente diferente. De qualquer forma, estes estilos são opções válidas na composição do visual. Com todas estas opções, como se escolhe um estilo masculino? As duas coisas mais importantes que deve-se observar são: o estilo de vida e o quanto está disposto a gastar. A roupa masculina deve ser um espelho do seu estilo de vida: um homem de negócios não vai querer usar camiseta e calças Billabong, em um jantar com um cliente, da mesma forma que um estudante não vai querer ir ao cinema com um terno italiano, numa sexta à noite.

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PORALAN PIERRE


WHATELSE

casualfashion

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CasualElevado Este estilo funciona melhor para homens acima dos 25 anos e é um visual excelente para homens de meia idade. O perfil do homem que gosta deste estilo mais requintado é um profissional que veste um fato ou roupa formal no trabalho. Depois do trabalho e no fim de semana prefere um estilo mais casual, mas raramente será visto usando calças jeans. As polos, calças de tecido, camisas, malha e blazers são as suas peças de roupa preferidas. A mensagem deste estilo é: “sei me apresentar e quero mostrar que sei me vestir bem”. É um homem mais sério confiante, culto, inteligente e tem segurança financeira. Quem opta por este estilo pode utilizar vários acessórios como: cachecol, relógios de prata e de ouro, relógios com pulseira de cabedal, óculos de sol de grife. Este é um dos estilos mais caros e fica bem em homens profissionais que querem impressionar.

O casual fashion é um estilo que abraça os homens de 18 a 35 anos. Fica bem em homens mais novos, com um olho mais atento à moda e funciona bem para jovens profissionais e estudantes. É considerado uma versão mais jovem do estilo casual elevado e exala confiança, inteligência e sociabilidade, mostrando que está na moda e usa as últimas tendências quando sai à noite. Os principais itens para este estilo são calças jeans com lavagens ou rasgadas, polos e camisetas de marca, sweaters com zíper, sweaters com capuz, casacos de couro, sapatos (brancos ou castanhos). Os acessórios que combinam com este estilo são os cachecóis, relógios com pulseira de couro, pulseiras de couro, colares com medalhões, óculos de sol, bolsas tipo carteiro, carteira de couro, anéis de prata, brinco de homem. Este estilo é moderadamente caro por causa das roupas de grife.

D&G | Verão 2010

METROSEXUAL Estilo para homens de todas as idades, e indicado para o homem moderno, urbano que está totalmente na moda. Quem escolhe este estilo é muitas vezes um socialite dedicado, só veste roupas de marca, adora moda e faz tudo pelo seu visual e estilo de vida. O metrosexual é o símbolo da moda e do estilo. Gosta de marcas como a Lacoste, French Connection (FCUK) e Ralph Lauren. Suas peças preferidas são: polos, sweaters com padrões, casacos esportivos, jeans brancas, casacos compridos, cachecóis, sapatos formais, sapatos de pele de crocodilo, botas e tudo que é europeu e que está na moda. Existem vários acessórios que combinam com este estilo: óculos de sol, bolsas tipo carteiro, brincos, pulseiras, colares. O estilo metrosexual é um estilo muito caro, pois tudo precisa ser de marca e tem que estar na moda.

Georgio Armani | Inverno 2013

Marc Jacobs | Primavera 2013


WHATELSE

casualSIMPLES Este estilo pode funcionar com todos os homens, mas tende a ficar melhor em homens mais novos. Este visual surgiu nos últimos dez anos, pela necessidade da roupa casual para o fim de semana. Se encaixa bem em quase qualquer estilo de vida, idade ou profissão apesar de ser para uso causal. Desta forma não fica bem em bares, discotecas ou eventos especiais. O estilo casual mostra um homem, relaxado e “na boa” que, ao mesmo tempo, se importa com a aparência. Gosta de se divertir, mas não sente a necessidade de mostrar o dinheiro por meio de seu estilo. As peças de roupa deste estilo incluem as camisetas, polos, blusas com capuz, calças jeans com lavagens, bonés e gorros. Já no departamento dos acessórios temos: pulseiras e fios de couro, fios com conchas e carteiras de tecido. O preço deste estilo é acessível, mas é muito relativo às lojas onde se faz compras.

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Ermenegildo Zenga | Primavera 2011

SKATERS&SURFERS Este estilo pode funcionar com todos os homens, mas tende a ficar melhor em homens mais novos. Este visual surgiu nos últimos dez anos, pela necessidade da roupa casual para o fim de semana. Se encaixa bem em quase qualquer estilo de vida, idade ou profissão apesar de ser para uso causal. Desta forma não fica bem em bares, discotecas ou eventos especiais. O estilo casual mostra um homem, relaxado e “na boa” que, ao mesmo tempo, se importa com a aparência. Gosta de se divertir, mas não sente a necessidade de mostrar o dinheiro por meio de seu estilo. As peças de roupa deste estilo incluem as camisetas, polos, blusas com capuz, calças jeans com lavagens, bonés e gorros. Já no departamento dos acessórios temos: pulseiras e fios de couro, fios com conchas e carteiras de tecido. O preço deste estilo é acessível, mas é muito relativo às lojas onde se faz compras.

Billabong | Primavera 2011


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BUSSINES

Somente a São Paulo Fashion Week atrai mais de 100 mil pessoas, entre profissionais, estudantes, empresários e público geral. Relevância mundial no calendário de moda paulistano, agita o segmento e posiciona a cidade como a mais fashion da América Latina. Principal semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week realizou sua edição de primavera-verão 2014, de 18 a 22 de março, na Bienal do Parque do Ibirapuera, e apresentou as coleções e tendências da estação. De acordo com a organização, o evento atrai cerca de 100 mil pessoas, entre profissionais, estudantes, empresários e público geral. O Observatório do Turismo, núcleo de pesquisas da SPTuris (São Paulo Turismo), realizou um levantamento durante a edição anterior, abrangendo as áreas de circulação de público no evento (não foram consideradas as áreas exclusivas para convidados, como lounges e salas de desfiles). A pesquisa constatou que, aproximadamente, 24,9 % do público que circulava nos corredores da Fashion Week é composto por estudantes e 6,3 % eram empresários do setor. Neste último grupo, 34,4 % se identificaram como representantes de confecções têxtil e 47,8 % como designers de moda. O evento ainda contou com mais

de 11 mil pessoas, trabalhando direta ou indiretamente na produção, com destaques para as áreas de cenografia, costura, serviços gerais, segurança e modelagem. O estudo aponta que 11,8 % do público era de turistas, que permaneceram em média 5 dias na cidade e tiveram um gasto médio de R$ 2.185,00 durante o período, considerando despesas com hospedagem, lazer, transporte e alimentação, movimentando mais de R$ 25,7 milhões na cidade somente com turismo – sem contar o volume de negócios gerado, que é de mais de R$ 1,5 bilhão, segundo a organização do evento. Metade das marcas participantes do evento afirmou atingir um faturamento superior a 30 % com a SPFW. Os outros 50 % registram patamares de até 10 %. Foi contabilizado também, a presença de mais de 2 mil profissionais de imprensa, entre eles 286 cinegrafistas e 352 fotógrafos, o que gerou uma mídia espontânea de mais de R$ 650 milhões na imprensa nacional e de mais de US$ 40 milhões no exterior. Durante o levantamento, os profissionais afirmaram considerar São Paulo, uma cidade geradora de tendências, comércios, negócios e que o São Paulo Fashion Week divulga a moda brasileira e os talentos locais em nível nacional e internacional.


BUSSINES

De acordo com o presidente da SPTuris, Marcelo Rehder, a capital paulista atrai a atenção dos estilistas, empresários e estudantes de moda porque expressa nesse setor a inovação e criatividade. “A moda brasileira vem ganhando espaço no mundo por unir as características da cultura local com as tendências internacionais, criando algo totalmente diferente, um estilo realmente inovador. E São Paulo é o ícone dessa indústria criativa no Brasil”, destaca. “Por esse motivo, criouse uma movimentação muito grande em torno desse setor." Tanto é que aqui estão também a maior parte dos cursos de moda da América Latina, com universidades, cursos livres e profissionalizantes de alto nível”, afirma Rehder. Além das duas edições anuais da SPFW, São Paulo é palco para várias outras atrações do segmento, como a Couromoda (Feira

Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro), a São Paulo Prêt-à-Porter (Feira Internacional de Mosa, Confecções e Acessórios), o Encontro da Moda (Feira de Pedidos de Moda) e a Francal (Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios). O calendário já forma os chamados clusters do segmento, o que seduz, além de visitantes, profissionais do meio, empresários e criativos, movimentando ainda mais o mercado, a economia e reforçando a importância mundial de São Paulo para o setor. Tanto é que, em 2012, a capital paulista foi eleita a sétima cidade mais importante da moda pelo Global Language Monitor, empresa norte-americana que analisa tendências com base nas mídias sociais. A cidade foi considerada ainda a mais fashion da América Latina.

dadosdosetor PERFIL DO PÚBLICO

4338

GÊNERO 70,4 % 29,6 %

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS DIRETAMENTE

costureiras, modelos, cabeleireiros, camareiras e maquiadores.

2929

ESCOLARIDADE 8,9% Pós-graduação 43% Superior completo 26,4% Superior Incompleto 21,7% Ensino Médio

cenografia, serviços gerais, segurança, assessoria de imprensa e catering produção.

FAIXA ETÁRIA 44,2% 18 a 24 anos 26% 25 a 29 anos 29,8% Mais de 29 anos

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS INDIRETAMENTE

2117 IMPRENSA

900

COMPRADORES

1196

PATROCINADORES

RENDA FAMÍLIAR 32% 3 a 6 mil R$ 32,7% 1,5 a 2 mil R$ 18,9% 2 a 3 mil R$ 16,4% Mais de 6 mil R$ PROCEDÊNCIA 88,2% Residentes 11,8% Turistas

PROGRAMOU-SE PARA FICAR MAIS DIAS EM SÃO PAULO? 29,3% Sim 70,7% Não

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ESTRUTURA OCUPACIONAL

ATIVIDADES ESCOLHIDAS 42,1% Lazer 28,1% Negócios 22,8% Cultura 7% Compras

MÍDIAS SOCIAIS 2.3282 monitoramentos

MENÇÕES 70,2% Neutras 28% Positivas 1,8% Negativas

PROCEDÊNCIA 83,8 % 13,8 % 2,4 %


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foram anosdourados Toda a minha vida, tentei manter vivos os valores aprendidos desde a infância. Entre os anos 50 até o princípio dos anos 70, tínhamos códigos de honra que ninguém desafiava, e que, raramente eram desrespeitados. Eu fiz parte dos chamados “anos dourados”. Um tempo de inocência, de dançar de rostinho colado e mãos entrelaçadas, sob os atentos olhares de tias e mães. O namoro tinha um começo tão sério. Era preciso haver aprovação das famílias, poucos se atreveriam a namorar escondido. Talvez fôssemos reprimidos para os padrões da juventude de hoje, mas éramos muito felizes e sadios. Nossas festinhas de fim-de-semana eram cheias de glamour, onde os rapazes cultivavam ser gentis e atenciosos com “as mocinhas de família”. Principalmente, com as mães das mocinhas!!! Zelosas guardadoras das futuras esposas. Casar era o sonho total!!! Ninguém imaginava não casar virgem. Não ser mais virgem e ser solteira era tão aterrorizante que eu, sem mesmo entender direito o que era “ser ou não ser”, me encolhia de pavor junto a muitas amigas só de pensar em tal calamidade. Pode parecer, para estes tempos tão livres e descompromissados com a ética e a moral em que vivemos, que éramos infelizes e não aproveitávamos a nossa juventude. Que éramos esmagados por uma dinastia de patriarcas e matriarcas, mas não era assim. Nós respeitávamos, e muito, a opinião dos mais velhos, e os conselhos de pai e mãe eram considerados tão valiosos que até hoje me vejo usando com meus filhos os conselhos que ouvi na adolescência e não esqueci. Essa estrutura social que a minha geração viveu era tão sólida e sincera que levou décadas para abalar-se. Começou a dissolver-se na orgia dos anos 70 a 90, onde os conceitos mudavam, não mais em décadas, mas ano a ano, gerando conflitos tremendos entre pais e filhos. Foram anos absurdamente loucos, mesmo se comparados aos que vivemos neste terceiro milênio. A pergunta que me faço é: para onde vai essa juventude tão estranha que possui mil caras e mil segmentos, formada por jovens tão contestadores e sem objetivos reais e concretos? É muito preocupante ouvir da boca de um adolescente que roubar é ser esperto, que desafiar pai e mãe é ser livre, leve e solto. De repente, o que é certo, e sempre será certo, passa a ser ridículo, careta e “não tá com nada”. Me sinto como se eu não pertencesse ao mesmo planeta

que eles. É claro que lidar com adolescente requer paciência e muito auto-controle, mas nos tão cantados “anos dourados”, nós éramos responsáveis por nossos erros e prestávamos conta deles a nossos pais e à sociedade em geral. É meio desesperador pensar no que fazer para ser mais atual nesse momento. Onde mais, a não ser nas igrejas, a juventude pode encontrar o sentido do certo e do errado e o conhecimento necessário para ter um ideal de vida? Mas lendo os jornais e vendo com meus próprios olhos, até mesmo as igrejas estão sendo atacadas pela falta de ética que assola o mundo todo. O pior é ter que ouvir os profetas da desgraça pregando, sem parar, um terrorismo espiritual que não leva a nada. A igreja tem que ser um refúgio para quem está cansado, com medo ou sem rumo, como a juventude atual. Nessa enxurrada de novas igrejas que surgem do nada, muitos jovens ficam perdidos sem saber qual é o verdadeiro e onde está o falso. Aí, sim, mora o perigo! Por mais que se tente explicar a alguém desesperado que ele deve apegar-se a Jesus e ter a igreja como um corpo maior, no desespero, a tendência humana é agarrar-se a outra pessoa que, nem sempre, é a pessoa certa. Em um mundo caoticamente violento e quase sem fé, é preciso lutar com todas as forças para salvar as gerações futuras. Mantendo uma certeza e demonstrando em nossas próprias vidas que Jesus Cristo sempre foi e será o único caminho para todos nós, jovens ou velhos… Sei que estou muito longe de ser a cristã que quero ser. Mas eu, pelo menos, me esforço e não desisto. Falo mesmo quando fingem não me ouvir, que só há um caminho, e esse caminho é a luz de Deus. Pode ser dourada como nos anos 50 e 60. Pode ser púrpura como esse milênio que se inicia com guerras e sangue. Não importa, é preciso manter os olhos na fé mesmo que seja preciso morrer por ela. Não vou desistir agora porque sei que muita gente como eu conseguiu atravessar muitas décadas com os mesmos códigos de honra, fé e família inalterados. Viver assim é um testemunho para nossos filhos e netos. Eles podem não admitir, mas vão nos imitar mais tarde. A gente sempre colhe o que plantou. Os “anos dourados” plantaram sementes de respeito e valores que jamais poderão ser esquecidos.




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