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Rafael Victor

Brazil

Eu tenho a sorte dos homens sinceros, Das cartas na mesa, dos livros abertos, Do corpo fechado, dos bolsos vazios, Dos homens que andam sem medo de amanhecer. Tenho a beleza das ruas estreitas, Das cores ausentes, das tardes cinzentas, Dos olhos cansados, dos filmes antigos. Pois já não me importa se basta dizer "Adeus", E te ver, outra vez, como se fosse a última. (...) Tenho saudade da vida passada, Dos velhos amigos, as mesmas risadas, Mãos e conversas em volta da mesa, Que agora calada, recorda a tristeza. Quem me ilumina?(Deus!), quem me detesta?(Foda-se!) Guarda essa arma, guarda essa reza. Corpo fechado, bolsos vazios. Já não me importa se basta dizer "Adeus", E te ver, outra vez, como se fosse a última. (...) Pública - Corpo Fechado

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