Projeto Editorial Rafa Moo Direção de Arte Rafa Moo Eder Muniz
Fotografia Lara Perl Eder Muniz Rafa Moo Lorena Vinturini Maíra do Amaral Caroline Lima Thaís Ferreira
Tratamento de Imagens Rafa Moo Lorena Vinturini Acabamento Adnajara Novaes Assessoria de Produção Gabriela Nascimento
RAFA MOO & EDER MUNIZ
Salvador 2014
“Imagens são palavras que nos faltaram” Manoel Barros
Uma cidade está sempre sendo percorrida pelos sonhos dos seus habitantes. São fantasias que perambulam dia e noite, brilhando em becos escuros, desertos e sem saída, abraçando paredes descascadas, protegendo-se à sombra de árvores que resistem e diluindose na fumaça dos carros,... nos sons sem retorno... São testemunhas que se assomam, uma e outra vez, à agitada janela urbana, para ver o rio humano passar. O que podem nos dizer esses espectadores silentes sobre os mistérios de uma metrópole? Quando poderemos roçar suas asas flutuantes e fazer da sua matéria translúcida um potente recurso da memória? Como saber se a entrega a este mundo de encanto terá uma recompensa? As respostas, se houverem, estão nas mãos de artistas e nos olhares distraídos dos transeuntes, entre os quais quase sempre se tece um diálogo íntimo e tenaz. Eder Muniz, mais do que um artista, é um mágico que nos seduz com a textura quase transparente das folhas verdes, inquietas, integrando-nos à rítmica ondulação de peixes que voam dentro da água, comovendo-nos com a explosão arrebatadora de formas ancestrais e o grito ensurdecedor de aves que pedem
para serem ouvidas. Tudo isto, como veremos neste livro, acontece num palco com aroma de salitre e gosto de dendê. Se nos aproximarmos das obras, grandes manchas de tons iridescentes disseminamse em milhares de pontos de beleza irregular. Se nos afastarmos, corpos que se alongam, olhares que se elevam, peles que rastejam, tomam por assalto a livre horizontalidade de uma rua ou a imponente verticalidade de uma parede. A pintura se faz copartícipe de uma narrativa na qual um indivíduo criador pára e conversa com outros indivíduos, pedindo e cedendo espaço, levando assim à sua mais plena e sincera expressão o sentido de trabalho coletivo. Dos grafiteiros temos muito a aprender, não só do ponto de vista estético ou técnico, mas, principalmente, do ponto de vista humano. E este livro, cuidadosamente pensado e projetado a quatro mãos, por Eder e Rafa Moo, nos conduz com serena delicadeza por esse universo poético que nos trata como cúmplices. Mariela Brazón Hernández Salvador, 15 de dezembro de 2014.
o encanto
das pequenas coisas.
Cada pessoa tem que cuidar de sua casa, a casa ĂŠ a base de tudo. Meu bairro ĂŠ isso!
Artista autodidata, desde criança já esboçava os primeiros traços nas paredes da casa de uma tia, atualmente trabalha com grafites, nos quais mistura técnicas das artes plásticas e a técnica própria do grafite. Seus trabalhos têm como característica a ligação homem natureza e estão espalhados por várias partes da cidade de Salvador. No ano de 2000 ajudou a fundar o movimento Calangos de Rua, um coletivo de artistas, com intuito de levar cultura às comunidades da capital baiana. Em 2005 participou do projeto Salvador Grafita e a partir de então foi convidado para palestrar nos Estados Unidos e realizar workshops em universidades e ONGs na cidade de Nova York. De 2007 até 2010 Muniz morou em Nova York, onde realizou exposições e criou grandes murais em organizações e residências particulares. Participou também da criação do mural que conta a história de um dos bairros da cidade, o de Newark. Esse bairro é conhecido pela diversidade de imigrantes, em particular, brasileiros. Além disso, trabalhou como arte- educador em diferentes escolas do Brooklyn e Queens,
criando murais com os estudantes. Em 2008 viajou para Sicília, Itália, e teve a oportunidade de ser convidado a realizar um de seus trabalhos na cidade. No início de 2011 realizou a exposição ‘Calangos’ em Salvador e continua a colorir as ruas da cidade. No final do mesmo ano realizou a exposição ‘O Natural das Ruas’ na galeria do Teatro XVIII, Pelourinho. No segundo semestre de 2012, no mês de julho realizou a exposição ‘Orgânicos’ no Salvador Shopping, a mostra solo de painéis de grafite ‘O Poder da Floresta’- Salon Du Chocolat, realizada pela AMMA. E durante o período de julho a setembro de 2012 esteve nos Estados Unidos, produzindo trabalhos nas cidades de New York, Philadelphia e Rochester. Em 2013 realizou a mostra coletiva ‘Mutantes’ na Galeria ACBEU- Salvador e as oficinas de grafite ‘Vale do Grafite’ na Chapada Diamantina- Ba.
mapa, castelo branco e vila canaria
A naturaza pra mim, ĂŠ como se fosse o pai e a mĂŁe. Especialmente a mĂŁe.
“Aquela que sabe tudo Sobre as ervas...
... sobre a alquimia do amor” Vinícius de Moraes
Colaboração de Jhony (Recife/Pe)
“Boa tarde” Anônimo
O poder da arte. Depois que pintei esse ponto de 么nibus, outro morador se comoveu e colocou esse assento para todos.
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados,” Gandhi
Bote fé!
“A água com areia brinca na beira do mar A água passa e a areia fica no lugar” Caetano Veloso
“É o povo na arte É arte no povo E não o povo na arte De quem faz arte com o povo” Nação Zumbi
O sobrado de mamãe é debaixo d’água O sobrado de mamãe é debaixo d’água Debaixo d’água por cima da areia
Tem ouro, tem prata Tem diamante que nos alumeia DomĂnio pĂşblico
Colaboração Cícero Matos
Basta parar um pouco e ouvir
Colaboração de Bida
Colaboração de Naara Nako
Jogue duro, guerreiro!
Conecte-se com a natureza!
Vamo trampar junto, irm達o?
colaboração de TarcioV. & SuperAfro
Colaboração de Bigod, Fael e Frank
Colaboração de Denissena
Colaboração de Samuca e TarcioV.
Poder voar... ...n茫o s贸 com as asas.
Sempre cresci com grandes mulheres ao meu lado
Essa viagem continua...