Título: Agora seremos felizes Autor: Penny Jordan Título original: Second-best husband Dados da Edição: Editora Nova Cultural 1993 Género: Romance Digitalização e correção: Nina Estado da Obra: Corrigida Primeiro vem o amor, depois o casamento. Não há nada mais patético que uma secretária apaixonada pelo chefe, especialmente se ele acabou de anunciar seu noivado com outra mulher. Infeliz, Dulce não tinha esperanças de emendar seu coração partido. Mas Christopher Uckermann sabia que poderia ajudá-la... Sabia tudo sobre a dor de desejar algo além de seu alcance. Era bonito, carismático e sedutor, mas, assim como Dulce, seus sonhos de casamento, família e filhos ainda não haviam se realizado. Dulce, ao ter Christopher insistentemente ao seu lado, sentiu uma onda de desejo perturbá-la de modo assustador... Mas mais surpreendente ainda foi a súbita proposta de casamento que ele lhe fez! CAPITULO I Então, você entregou a carta de demissão e partiu? — Sim — Dulce respondeu em voz baixa, encolhendo-se como se as palavras provocassem sofrimento físico. A amiga e vizinha fitou-a com simpatia. Era dez anos mais velha, e a conhecia desde que Dulce mudara-se para a casa ao lado, quatro anos antes. Ian Saunders, o chefe de Dulce, podia ter um metro e oitenta de altura e ser dono de um charme irresistível mas, em sua opinião, não. passava de um sujeito cruel e calculista. Já expressava seu ponto de vista várias vezes, mas Dulce sempre recusava-se a ouvir uma palavra que fosse contra o homem que amava e para quem trabalhava. — Bem, você já sabe o que eu penso — repetiu a vizinha. — Esta foi a decisão mais acertada. Dulce sorriu com tristeza. Era uma mulher alta e esbelta de vinte e nove anos de idade, com maneiras calmas e contidas que mascaravam um cérebro rápido e eficiente. Os olhos re-fletiam sua personalidade. O rosto era delicado e oval com traços finos e proporcionais, e apenas os lábios, inesperadamente cheios, indicavam que a aparência calma podia ocultar paixões profundas e intensas. — Não foi exatamente uma decisão refletida e ponderada — Dulce admitiu. A dor em sua voz fez Margaret, a vizinha, desviar os olhos furiosos. Como Ian Saunders tivera coragem de tratá-la com tanta crueldade depois de tudo o que fizera por ele, trabalhando como uma escrava e ajudando-o a transformar seu negócio num grande sucesso, amando-o, esperando...? Embora Dulce insistisse em dizer que ele jamais lhe dera esperanças, Margaret suspeitava que, no fundo, Ian sempre soubera de seus sentimentos e achava que, se tivesse um mínimo de decência e consideração, teria sugerido que ela procurasse outro emprego há anos. Em vez disso, permitira que alimentasse esperanças até que, um belo dia, havia entrado no escritório anunciando seu casamento com outra mulher. Dulce ficara arrasada, mas recusava a sugestão de Margaret sobre demitir-se e recomeçar a vida em outro lugar. Sem o menor egoísmo, havia dito que sua demissão prejudicaria o negócio que Ian havia construído com muito trabalho e esforço. — Você estava certa — Dulce afirmou com ar infeliz. — Eu devia ter entregado minha carta de demissão no momento em que Ian anunciou o casamento com Anna. Mas não pensei que ela também quisesse meu emprego, além de... — e parou, engolindo com dificuldade. Não tinha o hábito de extravasar'as emoções como fazia naquele momento, mas os eventos do dia anterior haviam acabado com sua capacidade de controle. Havia ido trabalhar, como sempre. Ian saíra para visitar um cliente e Anna chegara de surpresa, dizendo que, para seu próprio bem, Dulce devia afastar-se do escritório e começar uma nova vida bem longe dali. — O que ela disse exatamente? — pressionou a mais velha com doçura, sentindo que a amiga precisava desabafar.