residência artística
ficções rurais CONSTRUÇÃO E PINTURA
artistas convidados
DANIEL MURGEL FÁBIO BAROLI MARCONE MOREIRA MARCOS ANTONY
coordenação de artes visuais
RENATA AZAMBUJA
residência artística
ficções rurais CONSTRUÇÃO E PINTURA
artistas convidados
DANIEL MURGEL FÁBIO BAROLI MARCONE MOREIRA MARCOS ANTONY
coordenadora de artes visuais
RENATA AZAMBUJA
BRASÍLIA, 2016
O modo de vida das populações interioranas passa pelo viajante, que continua em seu processo de busca do que vem a seguir. Para ele, no momento da viagem, só há o amor pela paisagem transitória. Mas se, por acaso ele, de viajante, torna-se visitante, e deposita um pouco de seu olhar no pequeno vilarejo, passa a ver o que não se disponibiliza, assim, ao olhar breve do peregrino. E, se ficando um pouco mais, ele assenta o seu corpo e com ele sua poética e seu material de trabalho, o viajante introduz um pouco de si nesse lugar e o inusitado da conexão acontece.
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SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO
O programa Mais Cultura Nas Universidades é uma realização do Ministério de Educação em parceria com o Ministério da Cultura, tendo em vista o desenvolvimento de ações em vários eixos temáticos, contemplando aqui o de produção e difusão das artes e linguagens. A construção do projeto na Universidade de Brasília se realizou a partir de um amplio dialogo com diferentes departamentos, instituições e comunidades.
do processo de desenvolvimento criativo através do encontro. Na medida que a residência artística foi desenvolvida num espaço em comunidade rural pretende-se descentralizar o exercício do fazer artístico, enfatizando e visibilizando paisagens, territórios regionais, no urbanos e que revelam outras fases do Centro-oeste, mais sem perder a interação com outras regiões do Brasil, já que os artistas participantes vieram de diversos pontos do território nacional.
A proposta de residência artística é uma parceira da Universidade de Brasília e o Instituto Terceiro Setor, realizado no espaço do Núcleo de Arte do Centro- Oeste, localizado em Olhos d’Águas, Alexânia, Goiás.
Quero registrar meus agradecimentos a os artistas envolvidos no processo, a comunidade de Olhos D’ Águas pela acolhida, aos professionais envolvidos e ao Ministério de Educação e ao Ministério da Cultura com o propósito de fortalecer a integração da Universidade de Brasília na ação de democratização da cultura.
Objetivou-se desenvolver uma ação formativa por meio de residência artística, viabilizando vivencias em vários contextos, como foi o resultado da interação com a escola Padre Antônio Marcigalha onde a criação dos artistas enfatizou uma amplia gama de prática cultural na comunidade local proporcionando diversas experiências que fazem parte
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RUIDOSAS PARAGENS Ficções Rurais: construção e pintura.
Nesta segunda residência artística no Núcleo de Arte do Centro-Oeste - NACO, a incessante investigação sobre espaço, lugar e território, e seus vínculos com a produção de arte neste contexto, prossegue. Para esta edição, a curadoria convidou quatro artistas para compartilhar tempo e espaços no NACO. Os artistas que estiveram em processo de produção e partilha nesta residência foram Daniel Murgel, Fábio Baroli, Marcone Moreira e Marcos Anthony.
Rancière denominada por ele de “partilha do sensível”, em que se indaga sobre como tipos de atividades, tempos e espaços, estando em um “lugar comum”, prestam-se à partilha e como dela os sujeitos participam. Ao nomear esta residência por “Ficções Rurais”, idealizou-se colocar sob investigação as crenças que são comumente atribuídas ao rural, zona de fixação do NACO, conjugadas aos modos de pensar e fazer do artista sobre o lugar de imersão temporária que contribuem para embaralhar, como diz Rancière, noções pré-estabelecidas sobre o que está no campo e à margem das metrópoles.
Durante duas semanas, escultura, objeto e pintura estiveram em situ-ação de montagem no espaço. Se no processo, tudo aparece como amálgama, há no cerne das produções, mesmo que efêmeras, a constituição de sentenças e, com elas, a possibilidade de reflexão sobre o que se faz e o que deriva em contexto especifico como o de residência artística.
Renata Azambuja. julho/2016.
Ao conjecturar sobre esta residência, em especial, seus processos e resultados, aonde houve um desejo de reunir construção e pintura, vem à mente a ideia de compartilhamento como a que nos propõe Jacques
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HETEROTOPIA: invenção e contravenção na produção dos artistas. Cada fatia de tempo que compõe o período de ocorrência de uma residência, desponta como uma nova fabulação espacial. O imaginário sobre a região e sobre o lugar, possibilita que o artista surja com a sua versão sobre o que será visto e vivido no tempo da partilha.
modo tal que suspendem, neutralizam ou invertem o conjunto das relações que se encontram por elas designadas, refletidas, pensadas”. Foucault continua dizendo que são (...) lugares de um tipo que estão fora de todos os lugares, mesmo que possamos indicar a sua localização no real. Em razão de serem esse lugares absolutamente diferentes de todos os sítios que eles refletem e a qual se referem, eu os chamo, em contraste às utopias, de heterotopias.”
Essas ficções rurais, operando em Olhos d’Agua, um pequeno povoado situado no centro do país, em uma localidade pouco conhecida - apesar de ter seu lugar histórica, politica e socialmente determinado - abrem fendas no lugar comum descortinando, a partir das produções dos artistas (e de suas próprias, como sujeitos que ocupam esse lugar outro), somas, subtrações, multiplicações e divisões de conhecimentos existentes e novos, reorganizando tempos e espacialidades.
A imagem síntese da heterotopia, o navio, encontra paralelo com a imagem do artista em residência, que sai de seu lugar de origem rumo a outro, conhecido ou não, como Olhos d’Agua, que se encontra situado historicamente, mas está deslocado na ordem vigente do art establishment, por exemplo. O navio é, para Foucault heterotopia por excelência: “(...) um pedaço flutuante de espaço, um lugar sem lugar, que vive por ele mesmo, que é sobre si fechado e ao mesmo tempo entregue ao infinito do mar e que, de porto em porto, de costado em costado, de bordel em bordel, vai até as colônias buscar o que elas têm de mais precioso em seus jardins...”
As produções, nesta situação, vão ao encontro de um conceito que se popularizou desde 1984, com a publicação do texto Des Spaces Outres, de Michel Foucault, que é o de “Heterotopia”, espécie de ‘contra-espaços’, que são lugares reais existentes em toda e qualquer cultura; de um tipo que “têm a curiosa propriedade de estar em relação com todas as outras alocações, mas de um foto: Peninha
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A residência de arte, principalmente em zona rural, ocupa um espaço 26
“fora de foco” para o artista transmigrante e acaba por gerar um conjunto de circunstâncias que misturam os saberes adquiridos e praticados pelos artistas em seu diaa-dia, a zonas de imprevisibilidade e instabilidade. Nas duas semanas de convívio e produção desses quatro artistas, alguns dos princípios topológicos descritos por Foucault para abordar as heterotopias, ficaram mais evidentes, como o princípio de crise e desvio, das heterocronias e o da ilusão e compensação. Cada um desses preceitos auxilia a leitura e interpretação das peças que foram sendo compostas e contrapostas ao longo do tempo, transformando o espaço-atelier do NACO em uma grande embarcação, reconfigurada à medida que novos acontecimentos (o aportar e o zarpar) surgiam e eram absorvidos e devolvidos pelos quatro participantes ao espaço da partilha. Estão aí, a seguir, para a recepção e conhecimento do leitor, imagens realizadas em diversos momentos do processo; um recorte dos tempos e espaços em transformação. Permanece a ideia de que o trabalho em residência é um dos caminhos possíveis para que a ponderação encontre sentido, mesmo (e até por quê) em meio a zigue-zagues e interferências no percurso, que põe feitos, tripulantes e navegantes em alerta constante. Boa viagem! Renata Azambuja. julho/2016. 27
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PROCESSO CRIATIVO
Daniel Murgel Água Fresca, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE, 2009.
Bacharelando em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciou sua produção em 2004 atuando em coletivos de artistas – Grupo Pi e Opavivará. A partir de 2007 estabeleceu sua produção individual, participando de exposições individuais, coletivas, salões e residências artísticas em diferentes estados com uma produção voltada para o desenho e as instalações.
Entre as exposições coletivas destacamse: ArtLima, Escuela Superior del Ejercito del Peru, Lima, Peru, 2016; Ponto de Ebulição, PSM Gallery, Berlim, Alemanha, 2015; Novas aquisições de Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 2010; Arte in Loco, FUNCEB, Buenos Aires, 2009 e Museu Vazio, MACNiterói, 2007.
Entre as exposições individuais destacam-se: Desenhos e Objetos, Ybakatu Espaço de Arte, Curitiba, PR 2015; Não Confie na Própria Sorte, Pense, Sé Galeria, São Paulo, SP, 2015; O Jardim de Epicuro, curadoria de Cauê Alves, Galeria Moura Marsiaj, São Paulo, SP, 2012 e Sombra e ficções rurais
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Em 2013 ganhou o Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, Rio de Janeiro, RJ.
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PROCESSO CRIATIVO
Fábio Baroli É formado em Artes Visuais pela Universdade de Brasília. Das exposições individuais, destacam-se: Domingo, Galeria Laura Marsiaj,Rio de Janeiro, RJ, 2012, Lar doce lar, Centro Cultural Banco do Nordeste, Sousa, PB, 2011; Narrativas Privadas, Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 2010; Erotismo e Apropriação, Centro Municipal Adamastor, Guarulhos, SP, 2010 e Narrativas Privadas, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ, 2010.
2010 e Olheiro da Arte, CCJE, Rio de Janeiro, RJ, 2010. Recebeu prêmios como o X Prêmio de Arte Contemporânea do Iate Clube de Brasília, 2011; o 1º Prêmio Espaço Piloto de Arte Contemporânea, Galeria Espaço Piloto, Brasília, DF, 2009; o 9º Salão de Artes Visuais de Guarulhos, Centro Municipal de Educação Adamastor, Guarulhos, SP, 2009 e o prêmio aquisição do 28° Salão Arte Pará, Museu da Universidade Federal do Pará, 2009. Possui obras no acervo do Museu Nacional de Brasília, Fundação Romulo Maiorana, centro de Educação e Cultural.
E das exposições coletivas, destacam-se: Pincilada, Baró Galeria, São Paulo, SP, 2011; Aos ventos que virão, Espaço Cultural Contemporâneo, Brasília, DF, ficções rurais
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Marcone Moreira Iniciou suas experimentações artísticas no final dos anos 90 e, a partir de então, vem participando de diversas exposições pelo país e no exterior. Sua obra abrange varias linguagens, como a produção de pinturas, esculturas, vídeos, objetos, fotografias, e instalações. Seu trabalho está relacionado à memória de materiais gastos (embarcações, carrocerias, utensílios de trabalho) e impregnados de significados culturalmente construídos. Desenvolve uma metodologia de trabalho, onde interessa a troca simbólica de materiais, a apropriação e deslocamento, procedimentos desenvolvidos pelo artista que visa à ressignificação ficções rurais
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da “cultura popular” no circuito econômico da “arte contemporânea”. Principais Premios:, 2011, Prêmio Marcantonio Vilaça, CNI/Sesi; Em 2010, foi contemplado com Prêmio Marcantonio Vilaça/FUNARTE; 2009, Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística, concedida pelo Instituto de Artes do Pará, Belém-PA; 2008, Premiado no XV Salão da Bahia, Salvador, BA; 2007, Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea, Funarte-RJ e premiado no Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo-SP; 2005, Bolsa Pampulha, Museu de Arte da Pampulha.
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Marcos Antony Graduado em Artes Visuais, bacharelado e licenciatura, 2014 e 2015, gaduou-se também em Teoria Critica e História da Arte pela Universidade de Brasília – UnB.
de Pós-Graduação em Arte (V ComA) – Universidade de Brasília, 2014; Ocupação, Elefante centro cultural – Brasília, 2014; Quinze”, Galeria espaço piloto – Universidade de Brasília, 2013 e Arte sem Fronteiras, dos Muros para Galeria-Coletiva de Grafiteiros e Artistas Convidados, galeria da LBV – Brasília, 2011.
Participou de várias exposições coletiva e individual, destacam-se: Aonde anda a onda, Museu Nacional da República, 2015; Passer domesticus, Galeria Decurators – Brasília, 2014; Dialogia em cena, mostra do Coletivo
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Atualmente é aluno do mestrado em Poéticas contemporâneas na Universidade de Brasília -UnB.
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possível, nem os artistas, nem o habitar. Por outro lado, o lugar não é mera
TRAJETOS FICTÍCIOS
residentes em seu apetite urbano (?) as cifras para o jogo10, caídas e arrancadas, colhidas e capturadas, jogo perigoso, porque só possível quando se aposta na criação de um lugar novo. E a aposta é tudo o que há para realizar: ficções rurais.
superfície de encontro, é vivo nesta correlação, delimita ou expande as maneiras de apropriação que os artistas fazem e, também, os fazem. relações, interferências mútuas de percepção e ação3. Cada artista, em sua individualidade e coletividade, experimenta a criação tanto de si, quanto do ambiente, com efeitos não previstos, sonhos realizados, descontruindo-se em invasões de dentro, fora e entre-lugares do existir4 Para emergir a existência de um lugar, é necessário(?) atitudes corporais manifestas como uma gestação liberadora de energias, símbolos, vivências, memórias materializadas através de linguagens artísticas que, efêmeras, temporalmente limitadas, em sua curta existência, instituem o habitar5.
(Des)construções que emergem dos choques entre corpo e local. Localpara alteridade1, apropriado de maneiras variadas pelos artistas que, em imersão no seu fazer criativo, transfiguram o local em lugar – desdobrando suas quimeras, encontros impensados de cada artista (e o coletivo) com um lugar realizado em ato. Apresentamos aqui a descoberta de como realizações artísticasinstauram o que não existia, trazem o novo, criando interposições subjetivas, o espaço outro, um espaço de espaços2: a ocupação do local por diversas linguagens; a transformação de um ambiente pretensamente neutro em multiplicidade, a chegada de residentes (e seus lugares próprios) que invadem de (des)sentidos e são invadidos por Olhos d’Água, mais precisamente, pelo vácuo, o Naco, não residência antes desse encontro.
A corporalidade em cocriação indistinguível do ambiente mutável, se traduz em cacos de vida, aqui e ali, emparedados ou móveis, explodem medos, repulsas, histórias desse corpo que grita sua dádiva e maldição: guardador de lugares!6
O que acontece? Como acontece? Acontece?
A residência artística exige que inspiremos uma atmosfera impregnada dessas desconstruções espaciais, de modo que o dentro e o fora e o entre produzem uma sinergia instável, em direção ao que não era..., feito dessa entrega absoluta da copresença e da coexperiência sem as quais não seria
Construir só é possível em um engajamento corpóreo, um contato de entranhamento-estranhamento, fundando a singularidade, o si mesmo como “no lugar”; a um só tempo, fechamento e abertura para interficções rurais
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Ainda assim, as sobras são potências, dada a inesgotabilidade da experiência de construir a habit-ação7. Desenraizamento é a única maneira de criar o residir, quando damos uma pausa no espaço, estabelecemos lugar, esta pausa8, porém, é abertura e, de muitas maneiras, é um movimento essencial da elaboração de si através da arte – a fonte para onde os residentes voltam e estabelecem seus entrelugares.
MSc. Pâmela M. Arteaga MSc. Wallace Pantoja
1 De acordo com LANDOWSKI (2002: 4) o homem está condenado a poder construir-se pela diferença, unicamente pela diferença, ou seja para que eu exista é necessário que haja um outro que se opõe e, dessa forma, afirma a identidade do eu A Presença do Outro, São Paulo: perspectivas, 2002 2 FOUCAULT, M. De outros espaços. Ditos e Escritos. São Paulo: Forense Universitária, 2003. 3 CHAVEIRO, E. F. Corporeidade e lugar. In: MARANDOLA JR, E.; HOLZER, W.; OLIVEIRA,
A residência artística que, em sobras, imprime-se aqui, reivindica uma trajeção9 de movimentos incessantes entre os mundos de cada artista e o ambiente aberto para a criação, estes não podem ser separados de “onde” se fazem, mas que o ultrapassam porque continuam “para além”, não só objetiva e subjetivamente, local tenso onde a arte explode e explora.
L. (orgs.). Qual o espaço do Lugar? São Paulo: Perspectiva, 2012. 4 BHABHA, H. O Local da Cultura. São Paulo: Humanitas, 2013. 5 HEIDEGGER, M. Construir, Habitar, Pensar. In: Martin Heidegger. Ensaios e Conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: vozes, 2012. 6 CHAVEIRO, op. cit. 7 HEIDEGGER, M. Construir, Habitar, Pensar. In: Martin Heidegger. Ensaios e Conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: vozes, 2012.
Em Olhos d’Água, o Naco volta a ser um vácuo, à espera do não-mesmo ou, quem o sabe, marcado nas paredes, significado como museu intermitente, varrido em sua densidade de sobras que se foram. Torna-se convite para um novo percurso, outras realidades, saltos perigosos de fazer-se lugar.
8 TUAN, Y. F. Espaço e Lugar. A perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013. 9 Segundo Berque (2011) é a dinamicidade entre o material e o imaterial, em construção ao mesmo tempo humana e ambiental numa relação incessante, sem finitude e que carrega os contatos passados em direção a um futuro. Cf. BERQUE, A. Berque, “A ecúmena: medida terrestre do Homem, medida humana da Terra. Para uma problemática do mundo ambiente”. In: SERRÃO, A. V. (Org.). Filosofia da Paisagem. Uma Antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011.
O rural é uma moldura englobante, a atmosfera e o muco, servindo aos
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FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL Dra.Thérèse Hofmann Gatti Eduardo Cabral COORDENAÇÃO DE ARTES VISUAIS Renata Azambuja ARTISTAS Daniel Murgel Fábio Baroli Marcone Moreira Marcos Antony PRODUÇÃO Henrique Cabral Pâmela M. Arteaga ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Guilherme Cabral Marcos Medeiros FOTOS Lucas Las-Casas DESIGNER GRÁFICO Renata Fontenelle AGRADECIMENTOS Wargner Barja, Ana Ines, Valdir Steinke, Finatec, Nilda Belo, Dona Maria, Divino e Comunidade de Olhos d’Águas.
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apoio:
realização:
Ministério da Educação
Ministério da Cultura