Vetiver Qual o motivo que leva uma aromaterapeuta a escolher o Vetiver para compor a capa do lançamento do seu primeiro livro sobre o assunto? Entre tantos óleos essenciais de flores, frutos, sementes e resinas preciosas, por que logo um da família das Gramíneas? Talvez para me lembrar sempre que preciso estar nutrida e ter base para seguir e realizar novas conquistas. É um óleo que me dá suporte e estrutura, ao mesmo tempo traz tranquilidade. Aprendi, também, que é um óleo para ajudar na realização dos nossos sonhos. E para concretizar os sonhos, eu preciso de base e ao mesmo tempo está disponível para doar a qualquer momento. Mesmo que não seja um bem material, ao visitar ou me encontrar com alguém, posso presenteá-lo com um sorriso, um elogio e/ou uma prece. Neste presente momento, o meu presente se chama Caminhos da Aromaterapia. Como afirma um amigo meu: possam todos se beneficar!
Caminhos da Aromaterapia Práticas lidas, vividas e experienciadas
Apoio: Produção Sustentável
Gorethi Moura
GORETHI MOURA
Caminhos da Aromaterapia (PRÁTICAS LIDAS, VIVIDAS E EXPERIENCIADAS)
1ª Edição
BRASCOLOR RECIFE/PE - BRASIL 2010
Agradecimentos 1ª Edição 2010
Moura, Gorethi. 1963 Caminhos da Aromaterapia - Práticas lidas, vividas e experienciadas. 1ª ed. -- Recife : Brascolor, 2010.
1. Aromaterapia - Aromas
Capa - Projeto Gráfico - Editoração Márcia F. Lemos Revisão A autora Impressão e acabamento Brascolor Copyright C 2010 by Goretti Moura - Todos os direitos reservados Copiar este livro por quaisquer meios é ilegal e viola os direitos patrimoniais da autora.
epois de ter nas mãos a obra concluída, pensei em celebrar e celebrar. Só que esta comemoração passa pelo reconhecimento de pessoas e entidades/instituições que de alguma maneira instigaram a realização deste livro e fizeram possível a sua publicação.
D
Hoje, penso e sinto, que cada tarefa cumprida, primeiro vem o agradecimento aos nossos mestres e mestras desta e de outras dimensões. Em seguida, parabenizo os meus ancestrais (em especial meu pai José Maria – in memorian e minha mãe Lêda Moura). E claro, meus descendentes: Anna Rita e Yago (mãe tem que falar das crias). Agora, ao labor propriamente dito, faço os agradecimentos para a professora Drª Eliane Vasconcelos, coordenadora do PICE - Projeto de Práticas Integradas no Cuidado de Enfermagem e toda equipe do Departamento de Enfermagem da UFPE, onde ministro cursos de extensão em Aromaterapia desde 2008. E, não menos importante, alunas-mestras conhecidas e reconhecidas no primeiro curso que ministrei em 2007: Conceição Carvalho, Ermira Pires, Neusa Dutra, Prazeres Domingos, Ranjanna e Socorro L. Cada mulher desta vem fazendo a diferença por onde passa, mas sobretudo por onde permanece e vive. O obrigada também para as magas dos aromas: Beatriz Yoshimura, Emilia Kiyohara e Vera Guedes O'Neill por passar conhecimentos, dicas e experiências. Uma reverência para as empresas apresentadas no Apêndice, administradas por homens e mulheres que reconhecem a importância de ser empreendedor, parceiro e trabalhar oferecendo qualidade de vida para seus clientes. E para minha amiga-irmã Márcia Lemos que dá forma às minhas idéias, respeitando a minha individualidade e ao mesmo tempo se fazendo parte desta nova criação, um obrigada com
Prefácio
Sumário AGRADECIMENTOS PREFÁCIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO 01 – AROMATERAPIA NO DIA A DIA ...................................08 O que é aromaterapia? ..........................................................................08 Aromaterapia para o corpo, as mentes e as emoções.............................10 O que são óleos essenciais? ...................................................................12 Óleos vegetais e outras bases carreadoras.............................................15 Dicas para o cotidiano............................................................................18 Sugestões de usos e diluições para os óleos essenciais...........................20 Hidrolatos – delicadezas da Aromaterapia.............................................21
CAPÍTULO 02 – AROMATERAPIA PARA O AMOR ................................24 Começando a amar-se ..........................................................................25 Sinergias para sabonetes e óleos pós-banho .........................................27
CAPÍTULO 03 – ORÁCULO DOS AROMAS ..............................................35 Significado das propriedades dos óleos essenciais ................................84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................87 APÊNDICE Onde encontrar este livro e produtos de Aromaterapia.........................89 Indicação de aromaterapeutas .............................................................93
POSFÁCIO
C
ada vez que ensino algum assunto sobre Aromaterapia, fico satisfeita por encontrar pessoas extraordinárias que uma forma ou outra estão à procura de conhecimentos sobre
aromas... Lembro-me da época em que me iniciei em Aromaterapia: tudo era muito escasso – os óleos essenciais, o conhecimento e a troca de informações. Hoje me deparo com empresas trabalhando seriamente com Aromaterapia: fornecedores de óleos idôneos, utilização de óleos essenciais em spas, clínicas estéticas, clínicas de terapia corporal, em produtos cosméticos, em hospitais, e pessoas e mais pessoas utilizando óleos essenciais sistematicamente em suas vidas. Uma dessas pessoas especiais resolveu escrever um livro – este livro! Uma viagem deliciosa na companhia dos óleos essenciais, descrevendo-nos sobre sua utilização para o nosso corpo, nossa mente, nossas emoções e que nos leva embalados em aromas para um mergulho na nossa alma e um reconhecimento de todo o potencial que está dentro de cada aroma e de cada um de nós. Não poderia ser de outra forma – os aromas estão no ar e contagiam!!! Emilia Kiyohara Presidente da Aromaflora
Introdução “
s médicos deveriam tirar mais proveito dos aromas porque eles, de fato, mudam meus humores e meus estados de espírito” (Montaigne, 1533-1592). A afirmação do filósofo francês, no século XVI, mais do que atual, deve ser observada e refletida não apenas pelos profissionais da área de saúde, mas por todo aquele que busca o autoconhecimento e uma melhor qualidade de vida.
O
Sempre digo que podemos fechar os olhos, quando não queremos ver algo; podemos tapar os ouvidos, quando nos recusamos a ouvir; podemos ficar mudos, caso não queiramos dialogar e até cruzar os braços para negar um abraço ou mesmo um toque suave. Felizmente, ou infelizmente para alguns, é impossível deixar de cheirar o que nos cerca (“salvo” os que sofrem de anosmia), pois para evitar sentir os aromas, precisaríamos parar de respirar, ou seja, deixar de viver. Portanto, para mim, os aromas avisam toda hora que estamos vivos. Às vezes, nem tão bem, mas estamos. Diante do exposto, este livro – desejo que seja o primeiro de uma série – visa que cada leitor possa fazer uso desta terapia complementar de forma consciente. Assim como Carl Gustav Jung, acredito que “quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, acorda”. E que a Aromaterapia através dos óleos essenciais e hidrolatos nos levem para os caminhos da mente e do coração (sem mutações), além de proporcionar benefícios para o físico. Sejam bem vindos e sintam-se acolhidos nesta estrada da vida.
Cada um seja o protagonista da sua própria história e que os aromas do enredo sejam confortáveis e extasiantes. Quando isto não acontecer, busque entender o porquê daquele cheiro ser desagradável. (Re)aprenda com os dois lados da moeda. Para mim, os óleos essenciais, as essências florais e as lâminas do tarot são “remédios”, que trabalham e resgatam nossas memórias esquecidas e/ou escondidas. Agem e atuam ora como poesias declamadas pelo nosso amor na sacada da nossa casa, como prece dita pelo nosso sacerdote durante uma cerimônia ritualística, como medicamentos prescritos pelo nosso médico conselheiro e ainda como nossa voz interior que diz: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Por isto, mesmo o título do livro sendo Caminhos da Aromaterapia, aqui e acolá, atrelei informações da terapia floral e do tarot.
Gorethi Moura Recife, julho de 2010
Capítulo 1
Aromaterapia no dia a dia
O que é aromaterapia? s vezes, penso que poderia pular esta parte de explicações. Engano meu. Para me fazer respeitar e compreendida – que é diferente de ser seguida, pois cada um tem seu livre arbítrio – necessito colocar o beabá desta arte e ciência dos deuses e deusas. Aí, faço uma reflexão e lembro que somos filhos e filhas de divindades. Portanto, herdamos algo divino, ou seja, somos co-criadores. O que me faz compreender como a Aromaterapia sendo criada por nós e para nós.
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Continuando, digo que a Aromaterapia pode ser chamada de arte e ciência. É considerada a arte de misturar, a arte de combinar. No entanto, por que chamamos de arte? Arte, acredito, porque traz harmonia, beleza e forma. E por que ela é ciência? Simplesmente, porque é possível analisá-la, experimentá-la e comprovar a eficácia dos seus principais instrumentos de trabalho. Em resumo, pode-se afirmar que a Aromaterapia é a arte e a ciência de usar os óleos essenciais. Embora seja milenar (existe evidência de óleos aromáticos no embalsamento de uma múmia datando de 6000 a.C., encontrada no Iraque), a palavra Aromaterapia surgiu, apenas, no século passado.
O trabalho do Pai da Aromaterapia inspirou o médico francês Jean Valnet, que usou óleos essenciais como tratamento para ferimentos durante a guerra da Indochina (1948-1959). Valnet seria considerado o outro Pai da Aromaterapia, escrevendo Aromathérapie – Traitement des maladies par lês essences dês plantes (Aromaterapia – Tratamento das enfermidades pelas essências das plantas), em 1964. Na mesma época, a bioquímica austríaca Marguerite Maury, que começou a estudar o trabalho de Valnet e não se sentindo confortável com o uso dos óleos essenciais para ingestão, criou a noção de Aromaterapia como atualmente ela tende a ser praticada. Aqui, gosto de “brincar” para declarar que foi uma mulher com sua sensibilidade que deu outro encaminhamento para esta ciência. Isto quer dizer: um realce à prescrição individual de óleos adequados ao estado psicológico e físico da pessoa. Ela acabou desenvolvendo outra maneira que foi a utilização de óleos essenciais em massagens. Na linha de Maury, temos hoje aromaterapeutas, sobretudo pesquisadores da alma, como Jeanne Rose, Julia Lawlesse, Maggie Tisserand, Patricia Davis, Robert Tisserand, Scott Cunningham, Shirley Price (esta última já tendo a filha Penny Price como herdeira) e Valerie Ann Worwood. Mais recentemente, encantei-me com o químico Dr. David Stewart.
O termo foi criado vez pelo químico francês René Maurice Gattefossé, que durante a Primeira Guerra Mundial estava realizando experiências de laboratório (na cidade de Grasse, sul da França), quando queimou, seriamente, uma das mãos. Ele a mergulhou imediatamente numa vasilha contendo óleo puro de Alfazema (Lavanda). A queimadura cicatrizou em poucos dias e não produziu bolhas nem infecção. Este foi o princípio das pesquisas com os óleos essenciais no tratamento de soldados feridos na guerra, sendo que o óleo de Niauli (Melaleuca viridiflora) foi muito usado como antisséptico. E em 1928, Gattefossé publica pela primeira vez o termo Aromathérapie, numa revista científica. Seu livro tratando sobre o tema seria lançado em 1937. 08
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Aromaterapia para o corpo, a mente e as emoções Outra maneira que encontrei para abordar sobre Aromaterapia está a seguir, no texto poético e ao mesmo tempo informativo da aromaterapeuta Beatriz Yoshimura, com formação pelo de Tisserand Institute Diploma in Holistic Aromatherapy. Aromaterapia, quer queiramos ou não, é holística (Holismo-grego holos, todo), é a idéia de que as propriedades de um sistema não podem ser explicadas apenas pela soma de seus componentes. A palavra foi cunhada por Jan Smuts por volta de 1920, governador britânico no sul da Índia, que assim a definiu: "A tendência da natureza a formar, através de evolução criativa, todos que são maiores que a soma de suas partes". Fonte: Wikipédia), ou seja, ela trabalha o ser humano como um ser integral, não dissociando corpo, mente e emoções, como muitos outros tipos de tratamentos o faz. E vai além... a aromaterapia proporciona prazer, com seus aromas naturais! Vou citar apenas alguns exemplos. Quando temos uma gastrite, na maioria das vezes, imaginamos que seja devido a uma situação que nos deixa tensos, nervosos. Alguém já grita de longe...toma leite de magnésia! Pode até ajudar, como um paliativo, mas é necessário identificar a origem do nervoso! Inale um pouco de capim limão, que eu chamo de sossega leão, para acalmar os nervos em primeiro lugar. Tome um chá de camomila para acalmar fisicamente. E faça uma auto-análise para verificar o que o está levando para esta situação! Já quando estamos estressados, coisa hiper comum hoje em dia, parece que nada dá certo, não é mesmo? Nossa cabeça está cheia de problemas e afazeres, preocupações com contas, filhos, trabalho, etc. Não rendemos. Esquecemos de coisas importantes. Explodimos por qualquer motivo. Batemos o carro... Parece que tudo acontece, não é mesmo? Não é inferno astral, não é uruca nem gato preto! Somos nós mesmos! Estresse se acumula e é que nem uma corda de violino...estica, estica, estica...uma hora arrebenta! Não deixe isto acontecer! Respire com ylang-ylang ou hortelã pimenta! Durma bem com 10
lavanda e bergamota! Acorde e se inspire com litsea cubeba (o que??? Esta plantinha chinesa tem aroma semelhante ao capim limão e é muito bem aceita pelos narizes mais exigentes!)! Dê um gás com o alecrim, mas não muito se tiver dificuldade em dormir ou se tiver pressão alta, epilepsia ou estiver grávida! Alegre-se com a laranja e a mandarina! Trabalhe muito com limão e eucalipto! Pense nos motivos porque você se deixa levar pelo estresse. É inevitável? Tem certeza? Falta tempo? Que tal aprender a dar prioridades? Que tal aprender a delegar? Pra quem você tem que provar que pode tudo? Para si mesmo? Pára com isto, agora! Seja criativo com a citronela! Seja sábio! Mesmo tendo uma postura positiva no dia-a-dia, vez ou outra podemos ter crises de desânimo, muitas vezes beirando a depressão! Deus que nos livre desta doença! Mas se formos acometidos dela, que não nos desesperemos, pois até a depressão tem cura! Se isto for necessário para podermos enxergar outros aspectos de nossa vida, de outros ângulos, que assim seja, mas que seja uma rápida batida no fundo do poço, com um retorno The Flash e que caiam todas as fichas! Tudo tem sua razão de ser. A insatisfação é que nem uma doença – serve para nos alertar de que algo não vai bem! E não adianta escondê-la embaixo do tapete. Uma hora esta insatisfação aparece. E que não seja tarde demais, pelo amor de Deus! Por isto, gente, não adianta tapar o sol com a peneira, fingir que somos felizes (que nem o título de uma peça de teatro: “Não sou feliz, mas tenho marido”??? algo assim, né?). Temos a obrigação de ser feliz! Autenticamente felizes! Não quero revolução. Não quero divórcios nem demissões kamikase (ataque suicida usado pelos pilotos de avião do Japão que combateram na Segunda Guerra Mundial). A revolução tem que ser interior, com sabedoria, com muito olíbano e sândalo para uma organização mental maior, ou com muito ylang ylang e jasmim, para refazer casamentos desgastados, ou com bergamota e capim limão para levantar o astral e trazer alegria de viver! Estes dois óleos essenciais fazem milagres com apenas três gotinhas ao dia nos colarzinhos aromáticos. Quantas pessoas, já vi encontrando a luz do sol após um tempo mergulhados na escuridão do fundo do poço??!!! Pois bem, então, estes são apenas alguns exemplos de como a Aromaterapia pode agir tanto fisicamente, quanto mentalmente e emocionalmente! Basta encontrar o óleo essencial para cada situação que o todo agradecerá!
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O que são óleos essenciais? Os óleos essenciais representam/são a forma mais concentrada de energia vegetal. Eles purificam o corpo, a mente e a alma. No físico, a composição química natural dos óleos essenciais confere propriedades farmacológicas. Ao nível de corpo físico, o poder de penetração e atuação dos óleos essenciais é muito grande e muitas vezes sua ação varia de acordo com a dose prescrita. Também podemos dizer que os óleos essenciais são substâncias gordurosas voláteis (extratos vegetais) altamente concentradas que possuem hormônios, vitaminas, antibióticos e antissépticos. Eles promovem ações e propriedades analgésica, estimulante, antivirótica, imunoestimulante e sedativa, entre outras. Os óleos essenciais podem ser extraídos de: sementes, raízes e rizomas, folhas, flores, frutos, cascas e madeiras e resinas e gomas. Exemplos: { Folhas (Alecrim obtido das folhas agulhas; os Eucaliptos; Hortelã pimenta; Louro; Patchouli; Sálvia; Tea tree) { Flores (Camomila; Jasmim; Lavanda, Néroli / Flor de Laranjeira; Rosa; Tomilho; Ylang ylang) { Frutos (Laranja; Limão; Tangerina) { Lascas de madeira (Cedro; Pau rosa; Sândalo) { Raízes (Gengibre; Vetiver) { Resinas (Amyris; Mirra; Olíbano) { Sementes (Cenoura; Coentro; Erva doce)
No campo mental / emocional, os óleos essenciais possuem atuação direta no sistema límbico, responsável pelas emoções. E no campo energético/ vibracional, uma ação sutil, porém profunda. Shirley Price, no livro Aromaterapia e as Emoções (Editora Bertrand Brasil) sabiamente escreve que “os óleos essenciais são basicamente sinérgicos (termo de origem grega: sym = justo, e erg = trabalho)... Daí se conclui que o efeito de dois ou três óleos essenciais combinados é maior do que a soma dos seus efeitos individuais, o que não só acrescenta benefícios a mais para a saúde do corpo e da mente, como também possibilita a criação de um aroma mais agradável”. Sempre digo que em Aromaterapia: 1 + 1 nunca é igual a dois (2), no mínimo, o resultado é três (3). 12
Adão Silva, no livro Tudo sobre Aromaterapia, explica que o termo óleo essencial (juntos) apareceu no século XVI através de Paracelso (1494-1541), que buscava pelo componente da planta que promovesse a cura. Para esse componente deu o nome de quintessência. Vale salientar que quando o óleo é extraído, sua composição química não é a mesma de quando dentro da planta, pois o calor, a água e o oxigênio alteram a composição final da essência. Aliás, tecnicamente, o termo essência é quando o óleo ainda está dentro da planta e óleo essencial para quando foi realizada a extração. A destilação a vapor é o principal método de extração dos óleos essenciais (as partes das plantas são colocadas no alambique, numa grade onde passa o vapor de água, rompendo gradualmente as glândulas). O óleo de rosa damascena é extraído por destilação a água ou pelo método de enfleurage (extração através do uso de camadas de gorduras). O método de extração por solvente é mais direcionado para cosmética e perfumaria. Os óleos essenciais extraídos por simples pressão – prensagem a frio como os cítricos podem ser chamados de essências. Segundo Lavabre (2005), o sentido do olfato age principalmente no nível subconsciente; os nervos olfativos são diretamente ligados à parte do cérebro mais primitiva, o sistema límbico – o elo com nossos ancestrais sáurios, nossos primos distantes, os répteis. Considerando o nervo olfativo uma extensão do próprio cérebro, é fácil ver que se pode chegar até ele através do nariz, a única porta de entrada para o cérebro. O sistema límbico, originalmente conhecido como rinencéfalo (“cérebro do cheiro”), é a parte do cérebro que regula a atividade sensório-motora e é responsável pelos impulsos primitivos de sexo, fome e sede. O estímulo do bulbo olfativo envia sinais elétricos para a região do sistema límbico responsável pelos mecanismos viscerais e comportamentais, afetando diretamente os sistemas digestivo e sexual e o comportamento emocional. De fato a reação elétrica do cérebro ao cheiro é praticamente a mesma reação ligada às emoções. Resumindo, pensando que seja possível tal colocação, enfatizo através de colocação da pesquisadora Bettina Malnic que “de todos os sentidos, o olfato é o que está mais intimamente ligado às regiões do cérebro envolvidas em emoções e memórias, o sistema límbico”.
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Outras Informações
Óleos vegetais e outras bases carreadoras
Os cientistas norte-americanos Richard Axel e Linda B. Buck foram os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina (2004), pelos seus estudos relacionados com o sistema olfativo. Eles descobriram uma grande família genética, cerca de 1000 genes, ou seja, 3% de toda genética, estão na origem de um número equivalente de tipos de receptores olfativos. Estes receptores localizados nas células olfativas receptoras, que ocupam uma pequena área do epitélio nasal e que detectam as moléculas odoríferas inaladas ajudam as pessoas a determinar o que estão a cheirar.
Talvez alguém questione o motivo para “tantas” informações sobre óleos essenciais. Sempre digo em cursos, oficinas e palestras, que cada gota de óleo essencial equivale de 25 a 30 xícaras de chá. E com exceção do óleo essencial de Lavanda (Lavandula officinalis) e Tea tree (Melaleuca alternifolia), todos os óleos devem ser diluídos, ou seja, nada de usar puros e muito menos ingeri-los. Para algumas pessoas, até o Tea tree precisa de diluição, que pode ser em um óleo vegetal, de boa qualidade e prensado a frio, claro, ou uma base neutra como um creme ou gel.
Cada célula olfativa receptora apenas possui um tipo de receptor de odor, e cada receptor pode detectar um número limitado de substâncias odoríferas. Ou seja, as nossas células olfativas receptoras estão altamente especializadas para um número limitado de odores. As células encarregam-se depois, através de processos nervosos, de conduzir aquilo que é captado pelas células olfativas para diversas partes do cérebro – começando pelo "glomeruli", que é a área olfativa cerebral mais primária – a fim de que as informações que aí chegam de diversos receptores olfativos sejam combinadas, formando padrões. É neste processo que retemos, por exemplo, a memória dos cheiros, apesar de não estarmos presença deles.
Portanto, antes de adentrar no mundo dos óleos essenciais e suas utilizações: uma abordagem sobre os óleos vegetais e a diluição adequada para serem usados na pele. Considerando o clima do Brasil, assim como a qualidade e escolha correta dos óleos essenciais, propõe-se a utilização de uma concentração de 1 a 2% de óleo essencial para a elaboração das misturas terapêuticas. Segundo Hermann N. A. Ulrich, autor do livro Manual Prático da Aromaterapia, “a Aromaterapia dá preferência aos óleos vegetais prensados a frio, ricos em ácidos graxos (também chamados de lipídios) insaturados e isentos de conservantes ou emulsificadores, que anulariam a ação das substâncias ativas contidas no óleo vegetal ou em essências etéreas”. Segue relação de alguns destes óleos:
Pode-se dizer, ainda, que “os receptores olfativos são capazes de reconhecer e memorizar cerca de 10.000 substâncias aromáticas conhecidas”. A pesquisadora Bettina Malnic trabalhou com a cientista Linda B. Buck. “A administração dos óleos essenciais por inalação, além de bastante segura, é talvez o canal mais eficiente para atingir o sistema nervoso central. Portanto, tem maior rapidez para provocar efeito relaxante ou estimulante que outros métodos. Também é interessante para agir nas doenças de ordem psicossomática. A quantidade inalada de óleo essencial é ampliada se o paciente aumentar a velocidade ou a profundidade da respiração”. (Óleos Essenciais na culinária, cosmética e saúde, Luiz Grossman).
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Abacate (Persea gratissima ou Persea american) Regenerador da pele e altamente nutritivo. Pele seca, grossa, desidratada, envelhecida e com eczemas, pois contém lecitina, um coadjuvante para esses tratamentos. Rico em Vitaminas A, B, D e E, além de ácidos graxos insaturados, principalmente ácido oléico. Misturar com outro óleo mais leve, como de amêndoas. Se não usar com freqüência, guarde-o na geladeira e não usar para fins alimentícios.
Algodão (Gossypium herbaceum) Rico em tocoferol, um antioxidante natural o qual possui variados graus de vitamina E. Óleo muito utilizado no setor de comestíveis, como óleo para saladas, é usado em maioneses, molho de saladas e marinados. É uma mistura de ácidos graxos saturados e insaturados, sendo seu principal componente o ácido linoleico. A deficiência dos ácidos graxos essenciais no seres humanos provoca alterações sobre a pele como descamações e ressecamentos.
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Amêndoas doces (Prunus dulcis) Rico em minerais, vitaminas e proteínas. Bastante lubrificante, suave, revitalizante e nutritivo para a pele, especialmente bom para pele seca, sensível e irritada. Rico em vitaminas A, B, D e F, além da lecitina. Possui propriedades antioxidantes. Usado na prevenção de estrias.
Andiroba (Carapa guianensis) Repelente. Possui propriedades antirreumáticas e é um excelente antiinflamatório. Útil em doenças de pele. Usado em shampoo, óleos de banho e sabonetes.
Arroz (Oriza Sativa) A presença de antioxidantes contidos no óleo faz deste o mais estável e saudável de todos os óleos e gorduras. Possui propriedades naturais que auxiliam na redução dos níveis de colesterol. Também tonifica e fortalece a pele, além de ajudar na eliminação de manchas e proteger dos raios solares.
Calêndula (Calendula officinales) Promove a recuperação de feridas, cicatrizes, queimaduras, inchaços, etc. Ajuda na recuperação dos tecidos para todos os tipos de pele. Melhor se combinado com outros óleos para os cuidados gerais da pele. Ações antiinflamatória, emoliente, antisséptica, calmante e cicatrizante. Para arranhões infantis.
Copaíba (Copaifera officinalis) Um bálsamo de ações anti-inflamatória, anti-séptica, anti-reumático e indicado para tosses e bronquites. Também cicatrizante.
Gergelim (Sesamum indicum) Age contra os raios ultravioletas. Possui gesamol, que é um filtro solar natural (Fator 4). Rico em vitaminas A e E, além da alta concentração de cálcio, fósforo e ferro. Atenua sintomas de psoríase e eczemas. Propriedades hipertérmicas e desintoxicantes. Ideal para portadores de HIV/AIDS. Indicado também para reumatismo, artrite, circulação sangüínea e câimbras musculares.
Germe de trigo (Tritucum vulgare) Rico em proteínas, minerais e vitaminas, especialmente vitamina E. Estimula a regeneração dos tecidos e é excelente contra envelhecimento da pele, rugas, cicatrizes e estrias. Promove a elasticidade. Misturar em outro óleo na base de 15% para aumentar a vida útil, pois é grande antioxidante. Pode causar sensibilização em alguns casos. 16
Girassol (Helianthus annus) Rico em nutrientes, minerais, ácidos graxos essenciais, vitaminas, principalmente a E. Massagem e beleza da pele, todos tipos de pele. Tem ação emoliente e repitalizante. Muito usado na culinária e indicado para tratamentos de dermatoses, além de problemas relacionados ao sistema nervoso central. É um antioxidante. Jojoba (Simmondsia chinensis) Uma cera, não um óleo, mas que mais se parece com o sebo da pele humana. Possui proteínas, sais minerais e ácido mirístico, um agente antiinflamatório. Dos mais versáteis, serve tanto para massagem quanto para cuidados da beleza. Todos tipos de pele, inclusive oleosa e manchada. Ajuda a desobstruir poros, mas deve evitar uso contínuo. Pele inflamada e irritada. Condicionador de cabelo. Excelente conservante. Maracujá (Passiflora incarnata) Possui flavonóides, ácido oléico, linoléico (Vit. F) e palmítico). Possui ação hidratante sem conferir oleosidade à pele. Pode ser utilizado em peles mistas e acneicas. Rosa mosqueta (Rosa rubiginosa) Ácidos graxos insaturados. Auxilia na redução de linhas de expressão, suaviza cicatrizes e ajuda na cicatrização de quelóides e suturas, além da prevenção de estrias. Ideal para massagens faciais. Dá elasticidade aos tecidos.
Semente de uva (Vitis vinifera) Textura fina e fácil absorção para a pele, deixando-a acetinada. Inodoro. Algumas vitaminas, sais minerais e proteínas. Ideal para massagem. Purificante e tônico, previne estrias devido componentes químicos naturais. Ótimo para massagens e na preparação de cremes e produtos pós-sol. Bom, agora como calcular as concentrações para elaborar produtos aromaterápicos? Considerando 1 ml = 20 gotas (padrão internacional) e 100 ml de base, o cálculo será o seguinte: 100 x 20 x 2% = 4000 = 40 gotas, pois cortam-se os dois últimos zeros. Na realidade, o cálculo é uma regra de três simples. Resumindo: a cada 100 ml de base (álcool de cereais, creme neutro, óleo vegetal, sabonete ou shampoo), a tolerância será de 2 a 2,5% (no máximo), ou seja, 40 a 50 gotas. Há exceções, mas que requer mais estudos e práticas. Só que em bases que serão utilizadas no corpo ou rosto, assim como em pessoas com algumas restrições, o mais prudente é ficar no limite de 1%. Significa dizer de 20 a 25 gotas para cada 100 ml de base escolhida. 17
Dicas para o cotidiano O óleo essencial de Lavanda é considerado o Rescue (socorro da Aromaterapia) e, portanto, é bom sempre tê-lo à mão ou na bolsa. Outro óleo também que faz parte do kit dos primeiros socorros é Tea tree. A seguir, algumas sugestões.
Neutralizador de cheiros (como o cigarro, por exemplo): 100 ml de álcool de cereais com 03 gotas de Laranja azeda + 02 gotas de Citronela + 03 gotas de Limão. Também é recomendável 02 gotas de Hortelã pimenta ou duas gotas de Lemongrass (Capim limão) no tapete ou carpete. Elimina odores de fumo e de animais.
Acne: uso tópico (direto) de óleo essencial de Lavanda. Também pode ser diluído em óleo vegetal de Calêndula.
Hábitos de higiene e cuidados com os animais
Queimaduras e cortes: uso tópico de Lavanda. O Tea tree pode ser usado em cortes. Insônia: duas gotas de Lavanda no travesseiro. Picada de insetos e ferroadas: 01 gota de Lavanda + 01 gota de Tea tree. Repetir de hora em hora até cessar a irritação. Pode diluir também no óleo vegetal de Calêndula.
Escovar os dentes: 01 gota de óleo essencial de Sálvia esclaréia, na pasta de dentes, uma vez por semana. Gargarejo: 01 gota de Hortelã pimenta + 01 gota de Tea tree, diluídos em uma colher de chá de álcool de cereais para 500 ml de água mineral. Bergamota e Eucalipto glóbulos são outras possibilidades. Desodorante para os pés: 90ml de água deionizada + 10 ml de álcool de cereais + 20 a 25 gotas de óleo essencial de Cipreste.
Gripes: inalação noturna de Tea tree (ver página 80). Uso no difusor pessoal
Pulgas: colocar uma gota de Citronela ou Cedro direto na coleira. Ou em 30ml de água: 06 gotas de Gerânio + 02 gotas de Lavanda + 02 gotas de Tea tree.
Infecções vaginais por fungos: banhos de assento: 03 gotas de Tea tree + 03 gotas de Palmarosa. Outra indicação: Tea tree com Bergamota ou Gerânio ou mesmo todos os indicados em um sabonete neutro para usar nas partes íntimas. A receitinha completa no capítulo Aromaterapia para o Amor.
Pelagem de cães: aplicar spray de 100 ml de água morna com 04 gotas de Cedro + 04 gotas de Lavanda + 04 gotas de Tea tree. Diluir as gotas do óleo em um pouco de álcool de cereais.
(colar).
Micose nos pés: uso tópico de Tea tree ou diluído em um óleo vegetal. Também realizar escalda-pés: 05 a 06 gotas de Tea tree diluídas numa colher de chá de álcool de cereais para 05 litros de água.
Hálito de cachorro: creme dental + 01 colher de bicarbonato de sódio + 01 gota de Hortelã pimenta + 01 gota de Tea tree. Escovar uma vez por semana, quem conseguir, claro.
Dicas de limpeza Agora, outras receitinhas para se ter uma casa limpa e cheirosa. Aromatizador de lixo: 01 saco de bicarbonato de sódio (50g) e 08 a 10 gotas de Eucalipto citriodora. Misture bem e coloque num recipiente. Ideal para lixeiras de pia da cozinha e do banheiro. Traças e umidade no armário: saquinhos de tule ou fralda de pano com pedacinhos de giz escolar. Pingue algumas gotas de Cedro e coloque dentro do armário. Este óleo também é indicado para ácaro. Portanto, prepare um spray: 100ml de álcool de cereais com 20 gotas de Cedro. Insetos: dilua algumas gotas de Cedro e Citronela no álcool de cereais e depois coloque na água e limpe a casa. Outras opções de óleos essenciais são: Lavandin e Eucalipto citriodora. Citronela e Tea tree muito bons para carrapatos. 18
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Sugestões de usos e diluições para os óleos essenciais Banhos: Em banheiras até 10 gotas pré-diluídas em álcool de cereais ou em um pouco de sabonete líquido ou ainda de um óleo vegetal. No chuveiro, até 06 gotas diluídas em uma colher de café de álcool de cereais para dois (02) litros de água, numa bacia, para jogar no corpo. Banhos de assento: Quente para hemorróidas, cólicas, cálculo de fígado, rim e bexiga. Frio para os tratamentos de prisão de ventre, hemorragias e problemas digestivos. Compressas ou bandagens: 02 a 03 gotas em compressas úmidas (frias). Até 10 dias, podem-se guardar na geladeira. Bandagens (água quente) não reaproveitar. Cremes, loções ou gel: É mais indicado 1% do limite de segurança. Grupos de risco ou cuidados especiais: 0,5% do limite de segurança. Escalda-pés: Até 08 gotas pré-diluídas em álcool de cereais para cinco litros de água morna. Gargarejo: 01 gota no copo com uma colher de sopa de mel ou vodca, misturar e completar com água morna e não engolir. Inalação: Para incômodos de pressão no ouvido durante viagens (01g bergamota + 01g hortelã pimenta). Lenço limpo em um saco plástico antes do uso. Inalação noturna: Nunca plástico ou alumínio. Tigela de vidro ou porcelana, até cinco (5) gotas, em água morna. Inalar por alguns segundos cobrindo com uma toalha. Alternar a respiração dentro e fora do local da inalação. Prefiro, no máximo, três gotas. Máscara de argila: Até 12 gotas para 100 gramas de argila. Eu utilizo no máximo 10 gotas. Massagem: Considerar idade, tipo de pele, indicações e contraindicações. Seguir limite de segurança. Sinergia pessoal: Uma a três gotas no colar / difusor pessoal.
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Hidrolatos – delicadezas da Aromaterapia A literatura sobre hidrolatos ainda é pequena, mesmo na língua inglesa. No entanto, aos poucos, este “subproduto” da Aromaterapia vem ocupando o seu espaço e mostrando que suas façanhas não se restringem apenas às águas florais. Estas delicadezas da Aromaterapia são ingredientes para os meus cuidados pessoais diários. A seguir, alguns conceitos sobre hidrolatos:
{ “Hidrolato é a água obtida como subproduto do processo de destilação de plantas aromáticas. O produto principal da destilação é o óleo essencial. Entretanto, com ele sai também água carregando uma percentagem em torno de 0,2%. Por este motivo, esta água é muito suave e seu uso muito seguro sobre a pele. É a única forma possível do óleo essencial estar diluído em água, pois, como sabemos, óleo essencial não se dilui em água”. (Apostila Hidrolato por Beatriz Yoshimura – Tisserand Institute Diploma in Holistic Aromatherapy) { “Hidrolatos são subprodutos da destilação de óleos etéreos constituídos de água destilada, substâncias químicas não voláteis, com substâncias hidrofílicas, principalmente ácidas, benéficas ao tratamento da pele. A baixa porcentagem de óleos etéreos, em torno de 0,1 a 0,5% dá a esses produtos um aroma agradável... Freqüentemente, são usados na confecção de produtos cosméticos, como cremes, loções para limpeza e rejuvenescimento da pele do rosto”. (Manual Prático da Aromaterapia, Hermann N. A. Ulrich, pág. 55, Editora Premier)
{ “A água destilada, destilado ou hidrolato é o vapor condensado depois de ter passado pela planta. Quando se trata de um subproduto da destilação, ele é retirado do vaso florentino depois de efetuada a separação do óleo essencial. As melhores águas destiladas são obtidas por coobação, um processo de reciclagem contínua do destilado. A quantidade de água usada na destilação é proporcional à quantidade de planta; o que transborda do vaso florentino é enviado de volta à caldeira, que libera novas quantidades de vapor até que a planta fique saturada. Os hidrolatos contêm os princípios ativos de solubilidade em água da planta. Eles retêm uma pequena quantidade de óleos essenciais (cerca de 0,2g/litro) que se dispersa na forma ionizada, diminuindo a probabilidade de que o produto cause irritação na pele. São tradicionalmente usados para cuidar da pele, desinfetar ferida e curar. Mais suaves e mais fáceis de usar do que os óleos essenciais, sua 21
utilidade nos cuidados com a pele e em cosmética é considerável. A água de rosas, a água de flor de laranjeira e a água de camomila são alguns dos mais conhecidos”. (Aromaterapia – A Cura pelos Óleos Essenciais, Marcel Lavabre, pág. 32, Editora Nova Era)
{ “Basicamente, o hidrolato é a água floral que nem a água de rosas, de lavanda, de camomila, de flor de laranjeira. O hidrolato chega a ter 0,2g/litro de óleo essencial dissolvido nele na forma iônica. Isso lhe dá certas propriedades especiais para o tratamento da cútis, além de diminuir a probabilidade do próprio hidrolato causar possíveis irritações na pele”. (Tudo sobre Aromaterapia, Adão Roberto da Silva, pág. 188, Editora Roca)
Uma dica de Beatriz Yoshimura é que “após abertos, deve-se sempre testar o seu aroma através do seu olfato. Após vencido o prazo de validade, caso ainda tiver odor agradável e a água estiver transparente, basta conservar na geladeira e usar normalmente. Da mesma forma, formulações contendo hidrolatos devem possuir conservantes (naturais, de preferência, como óleo de germe de trigo) ou ser acondicionados na geladeira também. Se for de uso diário, não precisa ser guardado desta forma, mas também deve ser utilizado rapidamente de forma a não se oxidar”.
{ “São preparados por simples destilação com vapor de água e plantas frescas ou secas, sendo preferíveis as frescas. Hidrolatos contém de 0,05 a 0,20g do óleo essencial por litro. Por suas propriedades aromáticas, usados para xaropes e por suas propriedades adstringentes, calmantes e antipruriginosas, sob a forma de loções e cremes”. (Site da Associação Brasileira do Setor Fitoterápico, Alimentar e de promoção de Saúde – Abifisa – www.abifisa.org.br ) Considerações sobre hidrolatos A história mostra que os hidrolatos são as águas florais. Entre as mais famosas e usadas estão as de rosas, flor de laranjeira (néroli) e húngara, além da própria Água de Colônia (ver Aromaterapia, Patrícia Davis, páginas 23 a 28, Editora Martins Fontes). A aromaterapeuta Beatriz Yoshimura acredita que “os hidrolatos foram descobertos antes do óleo essencial, uma vez que os egípcios costumavam ferver plantas aromáticas e, numa tentativa de capturar seus aromas, estendiam panos sobre o vaso fumegante, que se impregnavam do vapor aromatizado”. Os hidrolatos têm aplicações variadas, que vão desde os cuidados facial e corporal (incluindo limpeza e tonificação da pele) às compressas faciais, mistura de perfumes naturais, banhos aromáticos até perfumar o ambiente, além de ser o companheiro para toda mulher, em todas as etapas da vida, incluindo a Menopausa. No entanto, possuem prazo de validade mais curto que os óleos essenciais, que possuem em maior quantidade componentes bactericidas, fungicidas, etc. Portanto, devem ser conservados de forma apropriada, longe do calor, da luz solar e da umidade. Quando guardados em refrigeradores, têm vida útil maior. 22
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