TCC arqurbuvv (Resumo) A Integração de Áreas Fragmentadas através do Projeto de Espaços Livres

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A proposta surgiu a partir do estudo dos problemas ocorridos nas cidades a partir da revolução industrial, onde a necessidade de vias para os veículos suprimiu os espaços públicos e de pedestres, criando uma paisagem voltada para os carros, com as áreas verdes cada vez menos presentes, favorecendo o surgimento de espaços não convidativos e fragmentados, encontrados em ruas sem saídas, becos, vielas, entre outros, interrompendo a continuidade da cidade. (CHOAY, 2003; CHUECA, 2008; BAUMAN, 2009). Com o entendimento desta realidade, buscou-se métodos e estratégias que pudessem ser utilizados para reintegrar tais espaços, identificando autores como Gehl (2013), que fala da importância da cidade para pedestres e ciclistas através da vitalidade e segurança, Jacobs (2000), que aborda a diversidade de usos e funções e Lynch (2006) que aponta fatores como legibilidade, imagem ambiental e imaginabilidade, como primordiais ao se pensar a integração entre usuário e ambiente. Nesta fase foram estudadas também recomendações para desenhos de espaços públicos integradores com Marcus e Francis (1998) que trazem diretrizes para os pocket park e Gehl (2013), que traz princípios de desenho urbano para uma cidade com dimensões humanas. A síntese, as potencialidades e as vulnerabilidades da região analisada foram extraídas do diagnóstico realizado e, junto com as teorias estudadas, são elementos norteadores para as propostas, pois demonstram o que necessita ser explorado e valorizado e o que precisa ser melhorado para garantir um ambiente urbano com vitalidade e segurança

Como potencialidades, existem lotes vazios e de propriedade públicos bem localizados, visuais relevantes das principais paisagens, possibilidade da conexão através de áreas vazias e conexões que podem favorecer a integração das áreas atualmente isoladas favorecendo a circulação e concentração saudável de pessoas

É possível identificar características de ventilação e insolação, ruídos intensos, pontos nodais e destaca as principais vias de acesso a área, além das áreas com movimentação e passagem de pedestres, barreiras físicas e visuais e as áreas com talude e vegetação.

Como vulnerabilidade existem sinais comportamentais, ruas estreitas e inseguras e escadarias evitadas pelos pedestres, conexão viária interrompida, trechos com presença de usuários de drogas, alguns imóveis fechados e abandonados e ausência de integração nos encontros das partes planas com os aclives naturais

Com todos os fatores estudados foi identificada uma área residual no bairro Bento Ferreira, em Vitória/ES, com características de fragmento do espaço urbano, por impedir uma integração à malha urbana adjacente e que ocupa a porção leste do maciço central do bairro, localizada nas extremidades de vias interrompidas pela rocha e em espaços residuais deste relevo e com uso predominantemente residencial. A partir da identificação da área foi realizado amplo diagnóstico com entrevista a moradores, visitas a área, estudo de legislações e analises morfológicas, de forma a melhor entender o contexto da região. Os raros acessos existentes desconsideram a segurança do pedestre e as legislações de acessibilidade, sendo compostos por escadas e rampas íngremes que se configuram como barreiras físicas locais.

Localizado ao sul do município de Vitória, região metropolitana do Espírito Santo, Bento Ferreira é um bairro de ocupação formal que faz fronteira com os bairros de Gurigica e Jesus de Nazareth, classificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Censo 2010 como aglomerados subnormais , além da Praia do Suá, Horto, Consolação e Monte Belo.

Está relacionada com a possibilidade de um trajeto contínuo, seguro e confortável de pedestres e ciclistas e é garantida com vias arborizadas, pavimentação adequada, ciclovias e ciclofaixas conectadas, transformação das raras passagens de pedestres existentes e criação de novos percursos, todos acessíveis

Para eliminar ou minimizar o aspecto de fragmento foram pensadas em novas possibilidades de acesso a partir de eixos interrompidos, requalificação de edificações abandonadas e sem uso, criação de eixos de caminhada com pontos de mirantes e novas conexões conectadas com eixos verdes, ligando os acessos existentes e os novos com as propostas de áreas públicas

A legibilidade, segundo Lynch (2006) é a capacidade de tornar claro e de fácil entendimento a leitura visual de determinada área. Para isso, foram pensados em estratégias de identidade visual com pórticos e mobiliários, pequenos mirantes e o Parque Mirante para valorizar visuais existentes, placas que indiquem a atividade de cada espaço, com escrita em braile, vegetações de espécies nativas e mapas táteis

Visa garantir um espaço urbano com atividades para diversos públicos, de forma integrada, buscando reforçar a vigilância natural, através do pocket park com brinquedos lúdicos, mesas de jogos, parede de escalada, praça de alimentação, arvorismo, espaços de convívio e de permanência. Contam com o apoio de trilhas esportivas, equipamentos de atividades físicas, dentre outros.

A vitalidade urbana, abordada por Jacobs (2000) trata da capacidade de um ambiente promover qualidade de vida e segurança a seus cidadãos e será garantida através da promoção de espaços de uso misto e que estimulam a socialização de pessoas de diferentes idades e horários do dia, promovendo a interação entre moradores e buscando aumentar a sensação de segurança

Os conceitos apresentados foram definidos com base nos estudos feitos acerca da realidade fragmentada das cidades contemporâneas e a partir do estudo sobre métodos e estratégias para reintegrar os espaços residuais à cidade, considerando ainda o entendimento da situação atual da área de estudo selecionada e de suas necessidades, identificadas a partir do diagnostico, visitas e entrevistas


Último nível da praça conta com espaço para food truck e área de mesas com piso demarcado, reversível para o uso do slackline. Possui mesas de ping pong e banheiros públicos. A pedra existente foi integrada ao projeto paisagístico e os muros recebem instalações artísticas e projeções de vídeos.

O segundo nível é o espaço com atividades para crianças adolescentes e idosos. Possui mobiliário infantil lúdico, parede de escalada, bancos e mesas de xadrez. Conta ainda com um anfiteatro e arquibancada integrada à escada

Nível integrado à calçada com ambiente de espera e rampas e escadas para o próximo nível. É identificado através de mapas táteis e pórticos informativos

O terceiro nível da praça conta com a chegada de um tobogã, que vem do nível acima e com a saída de um equipamento de arvorismo, destinado às crianças.

RESTAURANTE

Desenvolvida dentro do conceito de pocket park, foi implantada em um terreno de topografia acidentada, onde o desenho buscou respeitar ao máximo a paisagem existente, criando um espaço dinâmico e acessível. Foi trabalhada em quatro níveis diferentes que, reforçando a ideia da integração, se conectam através de rampas e escadas com desenhos integrados e diversificados. O caráter dinâmico proposto para os acessos aos diferentes níveis do Parque foi idealizado a partir de desenhos sinuosos que busca harmonizar com as curvas de níveis naturais do terreno. A proposta foi criar um ambiente integrado, porém setorizado, buscando conforto e segurança para cada uso determinado além de criar um acesso humanizado e acessível para a parte mais alta da área de intervenção, onde está o Parque Mirante.

O centro comunitário foi pensado para ocupar uma edificação comercial sem uso, onde a proposta de requalificação retoma o aspecto histórico original da construção e conta com espaços de vivência e centro cultural, além de garantir um acesso ao Parque Mirante a partir de uma via importante

O Play Dog é um espaço destinado aos cachorros e promove o uso do local e interação dos donos dos cães.

As trilhas para pedestres e ciclistas seguem tanto em cota plana quanto inclinada. Com patamares para descanso, tobogãs e escadas, fazem de uma simples caminhada uma experiência agradável.

É um elemento estratégico dentro do conjunto de proposições pois sua implantação e desenho tem por objetivo valorizar o eixo visual Convento/Baía de Vitória/Terceira Ponte além de criar diversas conexões, antes inexistentes. A posição da arborização garante vista desimpedida de obstáculos visuais a partir do deck proposto. A forma sinuosa das trilhas acompanha o desenho das curvas de nível, assim como o formato do mirante. O espaço conta com uma academia da terceira idade integrada à academia popular, ambiente para atividades de alongamento e meditação e áreas de permanência, e o Play Dog, espaço de permanência de cachorros, reivindicado pela população As trilhas para pedestres e ciclistas são integradas com escadas, tobogãs e patamares para descanso.


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