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MANUAL DO PROFESSOR VERSテグ ESPECIAL PARA DOWNLOAD


 Copyright 2001 by Instituto Paulo Montenegro GLOBAL EDITORA E DISTRIBUIDORA LTDA. DIRETOR EDITORIAL: Jefferson L. Alves GERENTE DE PRODUÇÃO: Flávio Samuel ASSISTENTE E DITORIAL: Rodnei William Eugênio REVISÃO: Rodnei William Eugênio CAPA : Sergio Kon sobre desenho de Ricardo Sanzi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nossa escola pesquisa sua opinião : manual do professor/ editores Fabio Montenegro, Vera Masagão Ribeiro; [ilustrações Ricardo Sanzi]. – 2. ed. – São Paulo: Global, 2002. ISBN 85-260-0788-2 1. Educação – Opinião pública 2. Opinião pública – Pesquisas 3. Pesquisa educacional I. Montenegro, Fabio. II. Ribeiro, Vera Masagão. III. Kon, Sergio. 02-5539

CDD–370.72 Índices para catálogo sistemático:

1. Escolas : Pesquisa de opinião : Educação 2. Pesquisa de opinião : Escolas : Educação

INSTITUTO PAULO MONTENEGRO Al. Santos, 2101, 8º andar 01419-002 São Paulo SP tel.: (11) 3066-1758 ipm@ibope.com.br www.ipm.org.br Direitos reservados a GLOBAL EDITORA E DISTRIBUIDORA LTDA. R. Pirapitingüi, 111, Liberdade 01508-020 São Paulo SP tel.: (11) 3277-7999 fax: (11) 3277-8141 global@globaleditora.com.br Colabore com a produção científica e cultural. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização do editor. no de catálogo: 2356 Printed in Brazil Foi feito o depósito legal

370.72 370.72


REALIZAÇÃO: Instituto Paulo Montenegro COORDENAÇÃO GERAL: Ana Lúcia D’Império Lima, Fabio Montenegro COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Ação Educativa – Vera Masagão Ribeiro

MANUAL

DO

PROFESSOR

EDITORES: Fabio Montenegro, Vera Masagão Ribeiro EDIÇÃO DE ARTE : Sergio Kon CONSULTORES: Alexandre Fortes, Ana Lagôa, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Carlos Seabra, Celi Aparecida Espasandin Lopes, Célia Maria Benedicto Giglio, Flávia Inês Schilling, Fernando Valentim, José Carlos Cacau Lopes, Luiz Percival Leme Britto, Márcia Abreu, Marco Antônio Souza Aguiar, Paulo Fontes APLICAÇÃO EXPERIMENTAL : Lourdes Atié, Monica Moreira de Oliveira Braga Cukierkorn EDIÇÃO DE TEXTO: Ana Lúcia D’Império Lima, Marcia Cavallari Nunes e Vera Marchesi REVISORES: Orlando Joia, Hélio Gastaldi, Silvia Mattiazzo, Maria Lúcia Barreto, Paulo Pinheiro de Andrade, Marcilio Souza, Marilse Araujo, Silvia Cervellini REVISÃO FINAL: Edméa Garcia Neiva ILUSTRAÇÕES : Ricardo Sanzi

PÓLOS REGIONAIS

COORDENAÇÃO NACIONAL : Marilse Araujo SÃO PAULO: Ação Educativa RIO DE JANEIRO: Idéias Futuras PERNAMBUCO: Centro de Cultura Luiz Freire RIO GRANDE DO SUL: Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS INTERNET : Instituto Paulo Montenegro – www.ipm.org.br

INSTITUTO PAULO MONTENEGRO PRESIDENTE: Desirée Saade Montenegro VICE-PRESIDENTE: Solange Maria Saade Montenegro DIRETORES : Ana Lúcia D’Império Lima, Flavio Luiz Seabra Ferrari, Odair Bustamante, Marcia Cavallari Nunes, Vera Frucci, Nelsom Marangoni SECRETÁRIO-EXECUTIVO : Fabio Montenegro

INSTITUTO B RASILEIRO DE OPINIÃO PRESIDENTE: Carlos Augusto Saade Montenegro PÚBLICA E ESTATÍSTICA – IBOPE VICE -PRESIDENTE: Luiz Paulo Saade Montenegro DIRETORES : Solange Maria Saade Montenegro, Marcos Spinola Montenegro, Paulo Pinheiro de Andrade


SUMÁRIO

UM

NOVO DESAFIO PARA UMA TRADICIONAL INSTITUIÇÃO

SOBRE

O MANUAL

PARTE 1 O VALOR EDUCATIVO DA PESQUISA DE OPINIÃO O espaço da pesquisa na escola A escola como produtora de conhecimento

5 6

9 12

PARTE 2 COMO

FAZER PESQUISA DE OPINIÃO NA ESCOLA

Apresentação Planejamento do projeto de pesquisa

15 16

Análise e interpretação dos resultados

20

Apresentação dos dados com gráficos

21

Sistematização e divulgação dos resultados

23

ANEXO SUGESTÕES

DE PROJETOS

Propostas de Pojetos Tema 1: Sexualidade e Gênero

25 29

Tema 9: História e Memória

35

CONGRESSO IBOPE/UNESCO


NOSSAESCOLAPESQUISASUAOPINIÃO VERSÃO REDUZIDA ESPECIAL PARA DOWNLOAD

UM

NOVO DESAFIO PARA UMA TRADICIONAL INSTITUIÇÃO

Desirée Saade Montenegro Presidente do Instituto Paulo Montenegro

Carlos Augusto Montenegro Presidente do IBOPE

Fundado em 1942, o IBOPE é o mais antigo instituto de pesquisa de mercado da América Latina. Seu produto é a informação utilizada como instrumento de orientação do processo decisório de seus clientes. No Brasil, o IBOPE é o maior e mais diversificado fornecedor de informações para apoiar decisões de marketing, propaganda, mídia e Internet nas esferas empresarial e política. Criado em 2000, o Instituto Paulo Montenegro é uma entidade sem fins lucrativos destinada a executar projetos sociais na área de Educação. Sua criação é conseqüência direta do engajamento que o IBOPE sempre teve em ações sociais, desde sua fundação. O objetivo do Instituto é desenvolver e disseminar práticas educacionais inovadoras, contribuindo para que o sistema de ensino do país alcance novos patamares de qualidade. Uma de suas prioridades é ajudar a renovar o papel formador da escola pública na comunidade em que está inserida, reforçando seu poder de atração, de agrupamento e de liderança no cotidiano de alunos, pais e professores. Estrategicamente, o Instituto Paulo Montenegro procura atuar em parceria com outras entidades afins na área de Educação, para ampliar o alcance dos projetos. Dessa forma, evita a superposição de funções e aproveita melhor os recursos disponíveis para cada ação. Em 2000, o Instituto realizou seu primeiro projeto, em parceria com a organização nãogovernamental Ação Educativa, ao investigar como a pesquisa de opinião poderia ajudar a melhorar a qualidade do ensino. Especialistas em Educação e professores foram reunidos em um seminário, para desenvolver a versão preliminar de um manual sobre o valor educativo da pesquisa. Em seguida, foi realizado um projeto piloto, para testar o uso pedagógico da pesquisa de opinião em escolas públicas do Rio e de São Paulo. Os resultados desse projeto, batizado de Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião, evidenciaram sua abrangência e seu potencial inovador. O uso da pesquisa de opinião nas salas de aula contribui para múltiplos objetivos educacionais. A pesquisa pode encaixar-se em todas as disciplinas, dinamizar o trabalho realizado pelas escolas, motivar e beneficiar alunos e professores, desenvolver a consciência cidadã da comunidade. O lançamento deste Manual, dirigido a professores e alunos, marca o início da etapa de disseminação do projeto Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião em escolas da rede pública de todo o país.

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SOBRE

O MANUAL

Este manual foi desenvolvido como um instrumento de trabalho do projeto Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião, cujo objetivo é disseminar o uso da pesquisa de opinião como estratégia pedagógica em escolas da rede pública. Na primeira parte, expõe-se a fundamentação da proposta, ou seja, discorre-se sobre o potencial educativo de projetos de pesquisa que envolvam docentes, alunas e alunos. Evidencia-se como um projeto dessa natureza pode propiciar aprendizagens significativas, que vêm ao encontro das orientações curriculares mais atuais para a educação básica. Nessas orientações curriculares, afirmam-se princípios como o da contextualização de conteúdos, integração de disciplinas, valorização da iniciativa e autonomia dos jovens, cidadania e participação. Entretanto, todos os educadores sabem que não é nada fácil concretizar tais princípios na prática cotidiana da escola. Sem pretender responder de forma completa e definitiva a esse enorme desafio educacional, o Manual mostra como a realização de pesquisas de opinião pode constituir uma experiência de prática escolar mais coerente com tais princípios, uma possibilidade de inovação do trabalho pedagógico no ensino. A segunda parte do Manual traz instruções de como desenvolver um projeto completo de pesquisa de opinião, percorrendo todas as etapas. Traz ainda, no anexo, sugestões de projetos de pesquisa sobre vários temas. Essas sugestões podem ser adaptadas de acordo com o interesse e a necessidade de cada escola ou apenas servir como exemplos dos procedimentos mais importantes envolvidos em cada etapa do trabalho: elaboração de questionários, definição da amostra etc. O projeto Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião procura responder às necessidades que surgem na prática: incentiva a inovação e o intercâmbio entre educadoras e educadores e recorre ao apoio de especialistas em pesquisa e nas áreas curriculares do ensino. Além deste Manual, que traz orientações básicas e gerais, outros subsídios complementares encontram-se à disposição no site do Instituto Paulo Montenegro – www.ipm.org.br. Nesse site, os interessados também podem encontrar referências sobre escolas e pessoas que realizam pesquisas de opinião com finalidade pedagógica, assim como informações sobre as pesquisas já desenvolvidas em diversas regiões do país. Anualmente, um congresso promovido pelo IBOPE em parceria com a UNESCO gerará, também, oportunidades de formação e intercâmbio presencial entre docentes e estudantes que realizam pesquisas.

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Espera-se que este manual inspire e ajude professoras, professores, alunas e alunos a realizar projetos de trabalho escolar relevantes, utilizando a pesquisa de opinião como ferramenta. Como é uma publicação de dimensões limitadas, certamente deixará muitas questões em aberto. Porém, aqueles que se engajarem na iniciativa terão, certamente, a oportunidade de aprender mais e ir além. Eles integrarão uma rede de pessoas que partilham os mesmos objetivos, ou seja, experimentarão uma prática pedagógica instigante, trabalharão para que a escola ofereça educação relevante aos alunos e mais ajustada às necessidades do mundo contemporâneo.

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PARTE 1

DA

O VALOR EDUCATIVO PESQUISA DE OPINIテグ


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O

NOVA

ESPAÇO DA PESQUISA NA ESCOLA

SOCIEDADE, NOVAS APRENDIZAGENS

Formar o aluno para o exercício da cidadania, para o trabalho e para continuar aprendendo ao longo da vida. Esta vem sendo a orientação da nova Lei de Diretrizes e Bases – que regulamenta o sistema de ensino no país – e das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação. Ampliar a cidadania é um dos objetivos centrais que devem orientar o trabalho pedagógico. Tal objetivo requer o desenvolvimento de competências e habilidades que permitam entender a sociedade em que vivemos. Entender essa sociedade não como um cenário estático, mas como uma produção dinâmica da humanidade – reconstruída em processo contínuo por todos os indivíduos e grupos humanos. Desenvolver a cidadania é capacitar-se, entre outras habilidades, a avaliar o sentido do mundo em que se vive, os processos sociais e seu próprio papel nesses processos. Coerente com essa perspectiva, uma proposta curricular deve ter como eixo as premissas indicadas pela UNESCO:

A A A A

prender a conhecer

prender a fazer

prender a viver

prender a ser

Outro objetivo da educação deve ser o desenvolvimento total do ser humano, para que ele possa ter pensamento próprio, livre, capaz de realizações individuais e coletivas, como pessoa e como cidadão.

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A

PESQUISA COMO FONTE DE INFORMAÇÃO

Pesquisar é uma atividade presente em muitas escolas – tanto a pesquisa escolar como a pesquisa sobre a escola. No primeiro caso – orientada por professoras e professores e executada por alunas e alunos na forma de exercícios escolares – a busca de informações em livros ou jornais sem dúvida traz bons resultados em termos de geração de conhecimentos e aprendizado. Da mesma forma, também têm sido férteis as pesquisas realizadas para estudar o desempenho dos estudantes ou da escola, ou as iniciativas como o censo escolar, que reúne dados sobre todas as unidades do sistema de ensino. Outra prática também adotada é a aplicação de questionários para identificar o perfil socioeconômico dos alunos e de suas famílias. Esse tipo de levantamento é sempre muito rico em informações. No entanto, cabe perguntar, para que têm servido esses resultados? Essas iniciativas, embora tragam dados importantes, podem ter alcance limitado se estudantes, mães e pais forem colocados apenas como fontes de informação. Aprofundar a indagação, envolvendo os estudantes nesse processo – formular questões, aplicar questionários e analisar os resultados – é, por sua vez, uma possibilidade muito fértil de aprendizado para todos os participantes. Ampliam-se os temas de interesse, desenvolvem-se habilidades e capacidades, dá-se concretude ao currículo. Não apenas saber quem são as pessoas que participam da escola, mas descobrir o que pensam e por que pensam assim. Esta é uma das maneiras de transformar a pesquisa em fonte de subsídios para a construção de novos conhecimentos.

A

PESQUISA COMO PRÁTICA EDUCATIVA

À medida que participam das decisões sobre o que e como pesquisar, alunos e alunas estarão mais motivados para assimilar as informações obtidas. Integrarão essas informações a seus conhecimentos e as empregarão para ampliar a visão de mundo e conseqüentemente orientar suas ações.

— Essas aulas são um porre. Do que esse cara fala tanto?

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Nessa perspectiva, a escolha da pesquisa de opinião como foco das propostas tem um significado especial: ao elaborar uma pesquisa de opinião sobre determinado tema, as pessoas necessariamente têm de se posicionar e, com isso, estão participando do processo. Ao conhecer as opiniões de outros e compará-las com as suas, poderão ainda conscientizar-se sobre como as visões de mundo são construídas socialmente, por meio de influências, acordos, conflitos e negociações. Na escola, a pesquisa de opinião pode ser utilizada em vários momentos e situações.

N N N N N

o planejamento da gestão escolar

o planejamento do processo de ensino-aprendizagem

a contextualização dos conteúdos das disciplinas

a integração de diversas disciplinas

a integração da escola com a comunidade

— Vocês acreditam no que fazem? Sabem o que estamos fazendo aqui?

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A

ESCOLA COMO PRODUTORA DE CONHECIMENTO

Nosso modelo escolar é predominantemente calcado na transmissão de conhecimentos. Esse modelo vem dando sinais de esgotamento ao longo do tempo e, hoje, diante das novas tecnologias da informação e da comunicação, mostra-se cada vez mais inadequado. Alterar esse modelo significa um desafio para a escola. Significa transpor um modelo de transmissão de saberes para construir um modelo de escola que produz conhecimentos sobre si mesma, sobre sua comunidade, sobre como interferir nos fenômenos educativos, dando um novo sentido para a educação escolar. No Brasil, historicamente, a universidade foi o lugar da produção do conhecimento. Os gabinetes dos governos, os lugares em que as decisões são tomadas. E a escola básica, o lugar em que se obedece às orientações vindas do seu exterior. Hoje, propõe-se que a escola tenha autonomia para formular um projeto pedagógico. A pesquisa de opinião é ferramenta importante para incentivar o surgimento dessas propostas e, com elas, transpor o modelo da transmissão e oferecer a base para a produção de novos saberes.

INTERDISCIPLINARIDADE

E CONTEXTUALIZAÇÃO

Os estudantes do ensino médio estão cada vez mais insatisfeitos, por não perceber ligação entre os conteúdos escolares e a realidade. Constantemente indagam: “Para que serve isto que estou estudando?” As novas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, respondendo a essa demanda, propõem a busca da interdisciplinaridade e da contextualização dos conteúdos curriculares. Com isso,

— Pesquisa? Oh, sim, se for rápida, sim, com prazer.

“Puxa, sabe que isso me deu uma boa idéia?”

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pretende-se que o processo pedagógico seja capaz de envolver, de forma combinada, o desenvolvimento de conhecimentos, competências e habilidades que sirvam para o exercício de intervenções e julgamentos práticos. Pretende-se, também, que respondam às necessidades da vida contemporânea, bem como ao desenvolvimento de conhecimentos mais amplos e abstratos – correspondentes a uma cultura geral e a uma visão de mundo. Em outros termos, pode-se dizer que o objetivo último desses pressupostos é colocar, no centro das práticas educativas, o desenvolvimento de uma cidadania ativa. Assim sendo, o aprendizado não se resume à exposição dos alunos ao discurso do professor. Ele se realiza pela participação ativa de cada um e do coletivo educacional numa prática de elaboração cultural. As diretrizes curriculares afirmam ainda que os conhecimentos selecionados a priori tendem a se perpetuar nos rituais escolares, sem passar pela crítica e reflexão dos docentes. Tornam-se, desta forma, um acervo de conhecimentos quase sempre esquecidos ou que não se consegue aplicar – por se desconhecer suas relações com o real. A distância entre os conteúdos programáticos e a experiência dos alunos certamente responde pelo desinteresse e até mesmo pela deserção que constatamos em nossas escolas. Não há conhecimento que possa ser aprendido e recriado se não se partir das preocupações das pessoas. Contextualizar as atividades e o currículo escolar é dar um passo à frente na adequação da educação às demandas da sociedade. A contextualização abre as portas para a interdisciplinaridade. Ao eleger temas para projeto de pesquisa de opinião relacionados a suas vidas e à vida de suas comunidades, docentes e estudantes abrem a possibilidade de pensar esses problemas sob vários pontos de vista. A interdisciplinaridade é um instrumento que na proposta de reforma curricular do ensino médio aponta para estabelecer – na prática escolar – interconexões e passagens entre os conhecimentos, por meio de relações de complementaridade, convergência ou divergência.

— Esse tipo de pesquisa permite que a gente investigue, por exemplo, qual é o maior problema do bairro, na opinião dos alunos da escola.

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PARTE 2

COMO FAZER PESQUISA DE OPINIテグ NA ESCOLA


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APRESENTAÇÃO

Neste capítulo apresentamos as etapas necessárias para a realização de uma pesquisa de opinião. Não se trata de um manual sobre teoria estatística ou construção de questionários. Mesmo porque o grau de rigor técnico exigido dos institutos de pesquisa profissionais não é aplicável às atividades que serão realizadas no ambiente escolar. Os interessados em aprofundar esses temas devem recorrer à bibliografia especializada de caráter técnico ou a textos mais relacionados à prática da atividade de pesquisa de opinião. Nosso objetivo é orientar os educadores e estudantes a utilizarem a pesquisa de opinião com finalidade pedagógica.

... costuma ler livros com mais freqüência? — No banheiro!

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PLANEJAMENTO FORMAÇÃO

DO PROJETO DE PESQUISA

DA EQUIPE

A iniciativa de realizar uma pesquisa sempre parte da idéia de uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas. Para concretizar essa idéia, a primeira tarefa é constituir uma equipe. Uma professora, por exemplo, pode propor a uma turma que se envolva num projeto de pesquisa que fará parte das atividades pedagógicas planejadas para sua disciplina. A proposta para a comunidade escolar também pode partir da coordenação pedagógica ou de representantes do conselho de escola, contando ainda com voluntários para apoiar a ação. Para extrair o máximo das potencialidades educativas de uma atividade dessa natureza, é essencial envolver um bom número de alunos em todas as fases da pesquisa, ou seja: • definição do tema; • identificação da população e definição da amostra; • elaboração do questionário; • planejamento e execução do trabalho de campo; • tabulação e processamento dos dados; • análise, interpretação e apresentação dos resultados.

— Pois bem. Cada grupo já sabe o que fazer; organizem as pilhas, preparem os planos de tabulação!

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DEFINIÇÃO

E DESENVOLVIMENTO DO TEMA DA PESQUISA

A definição e o desenvolvimento do tema de pesquisa devem ser momentos muito explorados e cuidados. São a grande ocasião para aguçar a curiosidade dos alunos sobre os conteúdos escolares ou sobre a sua própria comunidade. São também momentos de antever as dificuldades da pesquisa e pensar nas soluções possíveis. Para explorar e delimitar o tema selecionado, assim como avaliar a importância do estudo, deve-se buscar respostas para perguntas do tipo:

O O

que queremos saber?

que já sabemos sobre o assunto, seja no âmbito local, seja em termos de referências mais amplas?

Q Q D Q

ue tipo de dúvidas pretendemos esclarecer com a realização dessa pesquisa?

ue hipóteses temos sobre o assunto?

iferentes tipos de pessoas têm opiniões diferentes?

uais são os vários aspectos do problema ou os subtemas relacionados ao tema principal?

O P

que será feito com os resultados?

ara quem serão divulgados?

— Vamos aos gráficos. Vejamos o que os resultados, organizados, vão nos revelar.

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DIFERENÇAS

ENTRE PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Uma vez definido o tema da pesquisa, deve-se escolher entre realizar uma pesquisa qualitativa ou uma quantitativa. Uma não substitui a outra: elas se complementam. As pesquisas qualitativas têm caráter exploratório: estimulam os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos, atingem motivações não explícitas, ou mesmo não conscientes, de forma espontânea. As pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos padronizados (questionários). São utilizadas quando se sabe exatamente o que deve ser perguntado para atingir os objetivos da pesquisa. Permitem que se realizem projeções para a população representada. Elas testam, de forma precisa, as hipóteses levantadas para a pesquisa e fornecem índices que podem ser comparados com outros. O foco deste manual é a pesquisa quantitativa que apresenta maior facilidade de uso no ambiente escolar. São sete as etapas necessárias para a realização de uma pesquisa quantitativa:

1 2 3 4 5 6 7

Definição do objetivo da pesquisa.

Definição da população e da amostra.

Elaboração dos questionários.

Coleta de dados (campo).

Processamento dos dados (tabulação).

Análise dos resultados.

Apresentação e divulgação dos resultados.

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ELABORAÇÃO DAS PERGUNTAS

As perguntas que são feitas aos entrevistados talvez sejam os componentes mais importantes de uma pesquisa. As perguntas têm um efeito muito mais profundo nos resultados da pesquisa do que qualquer outro elemento. Portanto, é importantíssimo que o processo de elaboração das questões seja cuidadoso.

E

las devem focalizar diretamente o assunto ou tópico pesquisado e ser simples (expressas de maneira clara) e breves.

A

s questões curtas estão menos sujeitas a erro tanto por parte do entrevistado quanto do entrevistador. Quando as perguntas se tornam muito longas, a tendência é de que os entrevistados se esqueçam da primeira parte da questão, antes mesmo de ter ouvido a pergunta toda.

O

vocabulário utilizado é importantíssimo. Quase todo indivíduo utiliza três níveis de vocabulário: aquele constituído das palavras com as quais está mais familiarizado, aquele que ele usa no discurso comum e aquele vocabulário constituído de um conjunto de palavras que ele só reconhece quando lê ou ouve. E é claro que existem muitas outras palavras em uma língua que a pessoa não reconhece nem entende o seu significado. A equipe de trabalho deve, na medida do possível, elaborar as suas perguntas usando as palavras que fazem parte do cotidiano dos indivíduos pesquisados.

O

mesmo ocorre em relação à gramática. As questões mais eficientes são aquelas compostas por sentenças simples. É preferível usar duas ou mais sentenças simples do que uma sentença composta.

Durante a elaboração das perguntas, o grupo deve se perguntar várias vezes: Esta questão trata precisamente do assunto da pesquisa? Esta pergunta é a mais breve que poderia ser? Esta questão está completamente clara sobre o que se quer perguntar? Se esses questionamentos forem feitos várias vezes, certamente o grupo detectará defeitos nas perguntas escritas anteriormente e achará várias maneiras de melhorá-las. Basicamente, existem dois tipos de questões utilizadas em questionários: as fechadas e as abertas.

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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Toda e qualquer análise de dados provenientes de pesquisa se inicia com uma análise descritiva das informações. No conjunto de dados, deve-se destacar aquilo que é mais comum, típico e o que é diferente, discrepante. Ao fazer essa contraposição dos resultados, temos condições de começar a esboçar nossa linha principal de análise e verificar em que medida as hipóteses iniciais se confirmam. Muitas vezes, encontraremos dados mais interessantes em análises feitas mediante cruzamentos de duas perguntas: principalmente as que qualificam os respondentes por sexo, idade, escolaridade etc.

— Acho que esse vem depois do de pizza. Fica mais claro o resultado, não acham?

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APRESENTAÇÃO

DOS DADOS COM GRÁFICOS

Além das tabelas, outra forma de apresentar os dados de uma pesquisa são os gráficos. Eles ajudam a evidenciar algumas relações ou tendências. A vantagem dos gráficos é facilitar a leitura, além do bom efeito visual. Por isso, é preciso cuidar tanto da precisão das medidas quanto da estética da apresentação. Muitos programas de computador geram gráficos automaticamente a partir de números registrados em uma planilha. A seguir, mostramos alguns exemplos dos gráficos mais usados para apresentar dados de pesquisas. Todos eles podem ser feitos no computador ou desenhados à mão com auxílio de réguas ou transferidores.

GRÁFICO

DE LINHAS

Variação da intenção de voto em dois candidatos à prefeitura

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GRÁFICO DE

BARRAS

O que as pessoas preferem ler para se distrair?

Fonte: Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional. Instituto Paulo Montenegro/Ibope, 2001.

GRÁFICO

DE SETOR

Em comparação com escolas particulares que você conhece ou ouve falar, na sua opinião, esta escola é melhor, igual ou pior do que as escolas particulares?

Fonte: IBOPE

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SISTEMATIZAÇÃO

E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

Uma pesquisa de opinião realizada na comunidade escolar reúne informações inéditas, que merecem ser documentadas e divulgadas. Os resultados de uma pesquisa são apresentados na forma de relatórios, contendo todas as informações relevantes:

A A

apresentação do tema ou do problema de pesquisa.

população estudada, o tipo e tamanho de amostra utilizada e as datas do trabalho de campo.

T

abelas e gráficos com os dados que forem relevantes, entremeados por explicações e comentários.

A

s conclusões, interpretações ou ainda sugestões para outros estudos.

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ANEXO

SUGESTÕES DE PROJETOS


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PROPOSTAS

DE PROJETOS

C ONTEÚDO Esta parte do manual apresenta idéias para a utilização pedagógica da pesquisa de opinião e traz sugestões de projetos que podem ser realizados na escola. Os exemplos foram desenvolvidos por profissionais da área de Educação com experiência em suas especialidades e boa familiaridade com o cotidiano da escola pública brasileira. Ao apresentarmos cada tema desenvolvido pelos especialistas optamos por uma síntese de suas idéias, dando ênfase, em cada um dos temas, apenas a um aspecto da elaboração das pesquisas. As nove sugestões de projetos apresentadas estão organizadas em nove temas: Sexualidade e Gênero; Língua e Identidade; Opinião – Passado e Presente; Tecnologia e Educação; Leitura – Práticas e Representações; Escola e Participação; Alimentação; Meio Ambiente e História e Memória. Os exemplos fornecidos estão organizados por ordem de complexidade, começando com os mais simples, que podem ser realizados por um único professor com uma classe em apenas duas ou três aulas, para terminar com projetos de pesquisa bem amplos, cuja realização deverá estender-se por vários meses do ano letivo e envolver professores de diversas áreas.

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PROPOSTA DE PROJETO

1 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

2 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

3 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

SEXUALIDADE E GÊNERO Meninos e meninas – iguais e diferentes Discuta com seus alunos os papéis destinados a meninos e meninas, explorando as percepções sobre como a sociedade estabelece modelos de conduta específicos e distintos para as pessoas em função do seu sexo. • Discutir as diferenças atribuídas a homens e mulheres por nossa sociedade. • Explicitar as conseqüências dessas diferenças para os homens, para as mulheres e para a sociedade. • Debater a possibilidade de mudança dessa situação.

LÍNGUA E IDENTIDADE O uso de estrangeirismos Pesquise e debata com seus alunos o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, na perspectiva da língua como fenômeno social, articulando conteúdos de várias disciplinas: língua portuguesa e língua estrangeira, história e geografia.

• Reconhecer que as línguas se modificam, especialmente pela incorporação de novos termos. • Destacar os efeitos lingüísticos do contato entre diferentes culturas e suas implicações políticas.

OPINIÃO: PASSADO E PRESENTE O papel das mulheres Partindo de uma pesquisa realizada pelo IBOPE em 1967, que destacava a atuação das mulheres em nossa sociedade, convide seus alunos a debater as diferenças e semelhanças entre as respostas dadas há 30 anos e as que seriam dadas agora. Analise, comparativamente, mudanças e permanências do passado e do presente. • Facilitar a compreensão das desigualdades de gênero, numa perspectiva histórica. • Possibilitar o entendimento histórico de fatos que são dados como naturais e permanentes. • Reconhecer a pesquisa de opinião como fonte de informação, do ponto de vista histórico.

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PROPOSTA DE PROJETO

4 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

5 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

6 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO O uso da informática na escola Pesquise quais conhecimentos, interesses e familiaridades com o mundo da informática têm os alunos, professores e equipe técnica da sua escola. Investigue qual foi a contribuição dela (escola) no acesso a essa tecnologia.

• Conhecer que tipo de uso a escola faz da informática para desenvolver suas atividades. • Identificar quem tem (na escola e na comunidade) acesso a esse recurso. • Conhecer as demandas da comunidade escolar sobre o uso da informática.

LEITURA: PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES O que a gente gosta de ler Realize um levantamento sobre gostos e hábitos de leitura, identificando os textos com os quais os alunos têm contato mais freqüente e se há discrepância entre as expectativas da escola e a preferência dos alunos.

• Entender como se dá a disseminação dos hábitos de leitura. • Entender que coexistem diferentes modos de ler. • Entender que coexistem diferentes objetos de leitura. • Verificar o papel da escola no ensino da literatura.

ESCOLA E PARTICIPAÇÃO Diversidade cultural e juventude Realize um levantamento sobre hábitos, gostos e meios de socialização dos jovens da sala de aula ou de toda a escola, trabalhando questões sociais e culturais diversas.

• Descobrir pontos em comum entre os jovens da classe, que facilitem na construção do diálogo. • Explicitar as diferentes identidades juvenis. • Analisar as demandas de lazer, visando à organização de uma ação cultural conjunta.

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PROPOSTA DE PROJETO

7 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

8 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

9 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

ALIMENTAÇÃO Consumo alimentar, renda e cultura Estude e discuta com seus alunos os hábitos alimentares dos brasileiros, de diferentes classes sociais e regiões do país, por meio da pesquisa do IBOPE sobre o assunto, realizada em 2000. • Desenvolver abordagens interdisciplinares sobre: – as necessidades nutricionais de nosso organismo; – valor calórico e nutritivo dos alimentos consumidos pela população; – a influência das culturas indígenas, africanas e européia na conformação da culinária nacional; – os meios de comunicação de massa e a indução ao consumo de alimentos industrializados; – as diferenças regionais e culturais de hábitos alimentares; – a política agrícola, a produção e distribuição de alimentos no Brasil. MEIO AMBIENTE O que podemos fazer pelo meio ambiente Problematize o tema: “O que o brasileiro pensa sobre o meio ambiente?” analisando, com os alunos, os resultados das pesquisas realizadas em âmbito nacional em 1992 e 1997. A proposta é que os alunos confrontem suas próprias opiniões, a opinião pública e informações que constam dos livros, sobre o assunto. • Desenvolver a percepção do lugar do homem no meio ambiente. • Desenvolver a consciência de que meio ambiente tem estreita relação com questões sociais. • Desenvolver a perspectiva da educação ambiental como uma necessidade da comunidade. HISTÓRIA E MEMÓRIA Quem somos nós Proponha para os alunos o resgate e análise do processo de formação de uma determinada comunidade, tendo a escola como eixo geográfico do trabalho. Nesta proposta podem ser utilizados os recursos das pesquisas qualitativa e quantitativa. • Ter maior clareza e conhecimento sobre a história local. • Ter maior consciência do lugar que a comunidade ocupa na história social mais ampla. • Vislumbrar caminhos para o exercício da cidadania.

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1 TEMA: SEXUALIDADE E GÊNERO


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Tradicionalmente, o tema Sexualidade não encontrava espaço nos currículos escolares, a não ser como tópico específico tratado do ponto de vista biológico pelo professor dessa disciplina ou por algum especialista convidado para uma palestra ou para um programa especial. Nas novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio são destacados os princípios da contextualização e da interdisciplinaridade, indicando-se um novo enquadramento para temas como esse. ADOTANDO A PESQUISA DE OPINIÃO PARA APROFUNDAR O TEMA

A

SELEÇÃO DO TEMA

Para despertar o interesse em um projeto de pesquisa é importante escolher um tema que atenda às expectativas dos alunos. A sugestão é que se faça um levantamento de temas e que, depois de expostos, sejam debatidos e selecionados pelo conjunto da turma. Essa discussão pode constituir-se num primeiro exercício de pesquisa a ser realizado com/entre os alunos, um primeiro ensaio para um trabalho de pesquisa de opinião mais extenso. Atualmente, muitas questões relacionadas à sexualidade invadem as salas de aula do Ensino Médio nem sempre na forma de um saudável debate, mas, freqüentemente, como problemas que afetam as condições de estudo e convivência na escola. São elas: as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), a violência interpessoal, a ausência de noção de respeito pelo outro, a gravidez precoce, a contaminação pelo HIV. São questões que emergem da vivência dos jovens e que afetam crucialmente sua existência presente e futura que precisam impregnar toda a prática pedagógica – deixar de ser apêndice e ocupar o centro das atenções. Constituem-se, portanto, em excelentes temas de pesquisa por estarem diretamente vinculados aos interesses e necessidades dos alunos. No entanto, temáticas relacionadas à sexualidade não devem ficar restritas ao tratamento estritamente disciplinar pois a biologia é apenas um dos fatores implicados nessa área. É preciso considerar os processos físicos, psíquicos e sociais que afetam as pessoas. Daí essas temáticas se prestarem melhor a projetos de trabalho que integrem diversas formas de busca de informações, debates e ações de intervenção. A proposta aqui sugerida serve apenas como um exemplo da diversidade de abordagens que o tema sexualidade pode ter.

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PROPOSTA MENINOS E MENINAS – IGUAIS E DIFERENTES

Desde que tomam conhecimento do sexo do bebê, mesmo durante a gestação, os pais começam a viver expectativas com relação a como será seu filho ou sua filha. Muitas vezes, em relação a um menino, alimentam expectativas de que venha a ser um homem viril, corajoso, forte, protetor, esteio da família. A menina deverá ser a mãe, a esposa, a mulher meiga e dócil, companheira sentimental, leal e complemento do marido. Percebendo que o sexo faz parte da vida social e não é apenas um referencial biológico – ser homem ou mulher – os cientistas sociais utilizam a palavra gênero para definir o conjunto de atribuições, representações, relações e poderes constitutivos da identidade sexual dos indivíduos, vivendo em sociedade.

ESTUDANDO

A MATÉRIA

Discuta com seus alunos sobre os papéis destinados a meninos e meninas, explorando as percepções sobre como a sociedade estabelece modelos de conduta específicos e distintos para as pessoas em função do seu sexo. Uma idéia é partir de texto dramático (veja exemplo a seguir) para levantar a discussão do tema. Os alunos deverão avaliar a posição de cada personagem, refletindo sobre as várias condutas morais presentes na sociedade e na nossa própria visão de mundo.

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TEXTO

DE APOIO

Sexo e Juventude Luís tem 19 anos. Está namorando sua vizinha, Helena, há um ano. Eles se amam. Há algum tempo ele tentou convencê-la a dormirem juntos. Helena disse que gostava muito dele, mas preferia não ter relações até casar. Luís gostou da reação dela, pois a achou muito séria. Ao mesmo tempo, Luís começou a “cantar” a empregada (Teresa), que ele achava até muito bonitinha, embora muito boba. Teresa sabia que Luís namorava Helena, mas depois de algumas “cantadas”, acabou se apaixonando por ele. Como ela já não era mais virgem, dormiu algumas vezes com ele. Teresa tomou pílula, mas se esqueceu alguns dias de tomá-la e acabou engravidando. Luís contou para seu pai, que lhe disse que tivesse mais cuidado numa próxima vez, pois um aborto ficava caro, mesmo quando feito por uma “curiosa”. O pai de Luís deu a Teresa dinheiro para que ela procurasse uma “curiosa”, e mandou-a embora. Tereza conta tudo para Helena, que fica indignada e “dá o fora” em Luís. Teresa vai morar na casa de sua irmã e decide ter o filho. Conhece Osvaldo, um operário de uma indústria de calçados, que se apaixona por ela, mas não pretende se casar, porque ganha pouco no seu emprego e porque tem receio dos comentários dos amigos e da família em relação ao fato de Teresa ser mãe solteira. Adaptação do livro: Sexo e Juventude, de Carmem Barroso e Cristina Bruschini (organizadoras)

REGISTRANDO

A OPINIÃO DAS PESSOAS

Cada aluno deverá atribuir uma nota de 1 a 5 ao comportamento de cada personagem, de acordo com a seguinte escala: 1 = não gostou das ações do personagem 5 = gostou muito das ações do personagem

PERSONAGENS Luís Helena Teresa Pai de Luís Osvaldo

VALOR

a. Calcular a média das notas atribuídas a cada personagem entre homens e mulheres separadamente. b. Comparar as médias obtidas e discutir os resultados. c. Verificar as diferenças de opinião entre alunos e alunas, que poderão, por sua vez, trazer novas reflexões sobre esse tema.

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A partir deste exercício em sala de aula, o grupo pode optar por estender o projeto para o ambiente externo, formulando um roteiro básico de perguntas e hipóteses de respostas.

OBJETIVOS

PEDAGÓGICOS

• Discutir as diferenças atribuídas a homens e mulheres por nossa sociedade. • Explicitar as conseqüências dessas diferenças para os homens, para as mulheres e para a sociedade. • Debater a possibilidade de mudança dessa situação.

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9 TEMA: HISTÓRIA E MEMÓRIA


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O ensino da história pode favorecer a compreensão dos alunos sobre a sociedade em que estão inseridos, fomentando o questionamento sobre o presente e desenvolvendo capacidades de interpretação. É também no ensino da história que se pode facilitar a apropriação de instrumentos que permitam apurar juízos individuais e coletivos. É na história – entendida como pesquisa e análise – que se pode perceber o papel de cada um como sujeito individual e coletivo dos fatos.

HISTÓRIA

ORAL, MEMÓRIA COLETIVA E CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA

As principais experiências de uso pedagógico da pesquisa no ensino de história têm se desenvolvido com a chamada história oral, utilizada para essa finalidade especialmente em projetos de educação de adultos. A história oral, com a técnica de entrevistas abertas orientadas por tópicos de interesse, utiliza as memórias de pessoas que vivenciaram uma determinada época como fontes de construção do conhecimento histórico. Essa metodologia tem sido importantíssima para o resgate da noção de que as pessoas comuns desempenham um papel ativo no processo histórico. A história oral mostra que as pessoas desenvolvem uma compreensão de seu tempo e de sua experiência de vida – tudo isso vale tanto quanto o relato de documentos oficiais.

OPINIÃO

E LEMBRANÇAS

É claro que o relato das pessoas sobre o passado não se constitui em uma reconstrução neutra e completa do que realmente aconteceu. Assim como ocorre com outros tipos de fontes históricas, as narrativas orais reconstituem uma determinada apreensão e compreensão do passado a partir dos problemas, estímulos e indagações do presente. Dependendo da avaliação do entrevistado sobre aspectos da realidade ou da sua vida, algumas coisas poderão ser lembradas ou esquecidas, valorizadas ou desprezadas. Essa evocação seletiva já demonstra como é forte a presença de elementos opinativos na própria constituição dos depoimentos. Com muita freqüência, ao indagarmos sobre a trajetória de vida de um entrevistado, percebemos, por exemplo, que ele ou ela: • Compara condições de vida, hábitos, experiências passadas e presentes; • Emite juízos sobre processos e personalidades históricos locais, nacionais e internacionais. No primeiro caso, temos manifestações do tipo: “Hoje está tudo pela hora da morte. Naquela época se comprava 10 quilos de carne por quinhentos réis.” – Ou então, ao contrário: “Agora é tudo mais fácil, quando eu cheguei aqui não havia água encanada nem luz elétrica.” Já no segundo caso, podemos classificar frases como: “Nunca houve um político tão bom para este bairro como o prefeito Fulano.” – Ou então: “A melhor coisa que aconteceu aqui foi

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a instalação da fábrica tal, que dava emprego para todo mundo e ainda tinha um ótimo serviço médico.” Essas opiniões sobre fatos e personalidades históricos podem aparecer em comparações e avaliações positivas ou negativas. Quando se resumem a uma manifestação individual, revelam apenas uma opinião isolada. Quando, porém, percebemos que diferentes pessoas que vivenciaram, ou não, o período em questão fazem referência aos mesmos assuntos e sobre eles se posicionam de forma semelhante ou coerente, temos o que chamamos de marcos da memória coletiva. Em outras palavras, são elementos do processo histórico de um determinado grupo social, fundamentais para que ele organize e compreenda sobre sua própria história.

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QUEM

SOMOS NÓS

Ao utilizar recursos de pesquisas qualitativa e quantitativa, esta proposta visa resgatar e analisar o processo de formação de determinada comunidade, tendo como eixo a escola. Um objeto de pesquisa que pode trazer elementos para o estudo de várias temáticas relevantes é a análise do processo de constituição da comunidade em que a escola está situada. Indagar quando e por que um bairro ou uma região da cidade surgiu, ou ainda por que cresceu mais em determinados momentos ou recebeu determinados tipos de moradores, nos levará a uma série de tópicos fundamentais no estudo da formação do Brasil contemporâneo. Mudanças econômicas, migrações, reconfigurações do mundo do trabalho, demandas sociais urbanas, participação político-eleitoral e em organizações da sociedade civil, problemas ambientais, cidadania e exclusão social são alguns dos temas que podem ser levantados e debatidos a partir da pesquisa, desde que se formulem as questões adequadas. Todas as fases do trabalho devem ser precedidas de orientação metodológica, quando o professor explicará aos alunos os objetivos do projeto, respondendo a dúvidas e antecipando dificuldades eventuais na implementação da proposta e das alternativas possíveis. Do mesmo modo é fundamental uma boa contextualização dos temas a serem abordados, assim como a análise crítica sobre os resultados obtidos.

FASE I – H ISTÓRIA APRESENTAÇÃO

ORAL

E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Nesta fase seria realizada uma pesquisa qualitativa exploratória consistindo em entrevistas com antigos moradores do local. As entrevistas teriam como tema central a compreensão sobre a formação e o desenvolvimento da comunidade local. A primeira coisa a fazer seria despertar nos alunos a curiosidade com relação à história do local em que vivem: • Quando surgiu? • Como evoluiu desde então? • O que explica suas características atuais?

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Após o trabalho de discussão sobre o conhecimento dos alunos a esse respeito e a sistematização das dúvidas restantes ou de questões em aberto, a idéia de entrevistar moradores históricos poderia ser colocada como tarefa.

SELEÇÃO

DE SUJEITOS

As entrevistas poderiam ser realizadas com um número pequeno de depoentes, selecionados tanto em função da idade e/ou tempo de moradia no local quanto do seu perfil. Em linhas gerais, deve-se dar prioridade aos entrevistados com idade mais avançada ou com mais tempo de moradia no local. No caso de bairros de ocupação muito recente, é possível que sua história seja conhecida pela maioria da população.

VERIFICANDO

A OPINIÃO DAS PESSOAS

Para facilitar a análise, o ideal é que o aluno disponha de um gravador portátil, e o respondente concorde com a gravação da entrevista. Após identificar o respondente qualificado a depor sobre a história do bairro, o aluno esclarecerá o entrevistado sobre os objetivos da entrevista e, se dispuser de um gravador, solicitará a autorização para a gravação. O roteiro a ser seguido na entrevista poderia ser algo semelhante ao exemplo a seguir. Trata-se apenas de um exemplo, que pode ser redefinido de acordo com a realidade local e com os temas que se pretende trabalhar.

DICA O uso do gravador facilita o trabalho, mas é perfeitamente viável a técnica da anotação manual das respostas. Por questão de natureza ética, a gravação de uma entrevista sem autorização prévia do entrevistado é fortemente condenada por todos os códigos de práticas profissionais. Em certos países, as leis de proteção ao consumidor prescrevem punição severa sobre o assunto.

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IDÉIAS

PARA ROTEIRO DA ENTREVISTA EXPLORATÓRIA

1. História de vida do entrevistado 1.1. Local e data de nascimento. 1.2. Nasceu no local? Caso contrário, quando e por que se mudou para lá. 1.3. Ocupação e local de nascimento dos pais. 1.4. Número de descendentes (filhos, netos, bisnetos…) e idade aproximada deles. 1.5. Histórico de ocupações (quando começou a trabalhar, fazendo o quê, empregos por que passou e tempo aproximado que ficou em cada um). 1.6. Experiência escolar (quantos anos freqüentou a escola?). 1.7. Vínculos sociais relevantes (participação em igrejas, associações, clubes, sindicatos, partidos etc.). 2. Relato do entrevistado sobre a história local 2.1. Como era o bairro quando nele chegou (ou então na sua infância ou juventude)? Quais as principais mudanças que aconteceram desde então? 2.2. Do que sobrevivia a maioria dos moradores? Trabalhavam na indústria, no comércio ou no setor de prestação de serviços? Quais eram as principais empresas? Elas continuam funcionando e empregando muita gente? 2.3. Qual a origem da maioria dos moradores do bairro? Do próprio local? De outras partes da cidade? Do interior do Estado? De outros Estados? De outros países? Como era antigamente e como é hoje o relacionamento entre esses vários grupos? 2.4. Como eram as condições de vida da maioria da população na época da chegada do entrevistado ao local, ou na sua juventude? Os salários e o rendimento dos negócios eram bons? Como era o custo de vida? Quais eram as principais formas de diversão e de lazer dos moradores? 2.5. O bairro sempre teve acesso a serviços públicos (água, energia elétrica, esgoto, telefone, transporte)? Caso contrário, quando e como esses serviços começaram a ser implantados? 2.6. Como se deu a relação do bairro com os poderes públicos e com os políticos? As necessidades da comunidade costumam ser atendidas pelos órgãos governamentais? Houve ou há algum representante político da região na câmara de vereadores ou em algum outro órgão de governo? 2.7. No seu ponto de vista, quais são os fatos e os momentos mais importantes na história do bairro?

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TRANSCRIÇÃO

DAS ENTREVISTAS

Em primeiro lugar, é necessário realizar o fichamento das entrevistas. O ideal é realizar a transcrição das fitas, o que se constitui numa tarefa muito lenta e trabalhosa. Caso não seja possível realizar a transcrição completa, os alunos que fizeram as entrevistas poderão ouvir a fita e anotar as partes mais importantes, organizando as anotações por tópicos.

A

CRIAÇÃO DE CATEGORIAS E SELEÇÃO DE TEMAS

Trata-se da organização dos resultados obtidos nas diversas entrevistas, em categorias e temas comuns, e do estabelecimento de relações entre eles. Estas anotações podem ser apresentadas em sala de aula pelos alunos ou grupos de alunos responsáveis por cada entrevista. Comparando-se as respostas de vários entrevistados, será bastante fácil identificar e selecionar temas e questões relevantes sobre os quais eles expressam uma opinião formada.

FASE II – A

PESQUISA QUANTITATIVA

Caso a execução da pesquisa exploratória tenha motivado os alunos e os resultados tenham despertado interesse e curiosidade é possível que se queira prosseguir para a fase II – uma pesquisa quantitativa. Os assuntos que forem selecionados para serem quantificados, extraídos da fase exploratória e dos debates dos alunos, levarão à elaboração de um questionário de perguntas fechadas, ou seja, um questionário em que as opções de resposta estarão impressas abaixo da pergunta.

CONSTITUIÇÃO

DA AMOSTRA

Uma especial atenção deve ser dada, nessa fase do trabalho, à seleção da amostra na qual se fará a aplicação do questionário. É pouco provável que os recursos de tempo disponível permitam realizar uma pesquisa cientificamente desenhada para ser representativa da totalidade da população do bairro. Embora seja difícil obter informações precisas sobre o perfil sociodemográfico de bairros ou regiões dentro de uma cidade, em último caso podem ser utilizados os dados sobre o conjunto da cidade para a seleção de uma amostra de entrevistados proporcional à distribuição da população no que diz respeito a sexo, faixa etária e escolaridade. Quanto mais “homogênea”, ou quanto mais semelhante for a opinião das pessoas sobre um determinado assunto, menor o erro amostral, sendo portanto mais fácil selecionar uma amostra que represente essa população. Já quando as opiniões tendem a ser divergentes (ou “heterogênas”, em linguagem mais técnica) um maior cuidado deverá ser tomado para que a amostra represente diferentes grupos, garantindo assim que as várias opiniões tenham chance de estar bem representadas.

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ELABORAÇÃO

DO INSTRUMENTO

Os marcos da memória coletiva identificados na fase anterior devem servir de orientação para a definição da temática da pesquisa de opinião e da abordagem a ser adotada na sua formulação. Digamos que o tema adotado se situe no âmbito do tópico curricular Características do Sistema Político Brasileiro, e que o assunto selecionado seja O Papel do Ex-prefeito Fulano de Tal na História do Bairro. Com base nos comentários contidos no trabalho exploratório de história oral, seria possível elaborar um questionário fechado, a ser aplicado a uma amostra de moradores do bairro.

ANÁLISE

DOS RESULTADOS E RELATÓRIO FINAL

Após a aplicação dos questionários e o processamento das respostas, vários temas podem ser objetos de debates em sala de aula e objetos de estudos complementares.

• Qual a relação entre a industrialização, o crescimento urbano e as mudanças políticas ocorridos no Brasil nos últimos 50 anos? • Por que diferentes segmentos da população manifestam opiniões diferentes sobre os mesmos assuntos, quando indagados na pesquisa? • Qual o papel da população do bairro na conquista de melhorias e serviços públicos para o mesmo? • Como podemos analisar a relação do bairro com a política e os políticos?

OBJETIVOS

PEDAGÓGICOS

• Ter maior conhecimento sobre a história local. • Ter maior consciência do lugar que a comunidade ocupa na história social mais ampla. • Vislumbrar caminhos para o exercício da cidadania.

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C ONGRESSO IBOPE-UNESCO APRENDENDO COM A P ESQUISA

QUE

E NSINA

O Congresso IBOPE-UNESCO é uma iniciativa para disseminar conhecimento, dar visibilidade e facilitar o intercâmbio de experiências das escolas públicas e seus profissionais na construção de projetos pedagógicos que utilizam a pesquisa de opinião. É um evento anual dirigido aos profissionais das áreas de educação, englobando universidades, escolas públicas e privadas, organizações não-governamentais e outras entidades interessadas no uso pedagógico da pesquisa de opinião.

O BJETIVOS

D

isseminar o modelo pedagógico proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais, no qual os alunos e professores têm papel ativo na construção dos conhecimentos.

P P P P S

romover a qualificação do trabalho educativo das escolas públicas, na direção da contextualização e da interdisciplinaridade.

romover o papel do professor como centro do processo pedagógico no interior da escola.

romover a realização, nas escolas, de projetos interdisciplinares significativos para a comunidade escolar.

romover o uso pedagógico da pesquisa de opinião como ferramenta estratégica para a melhoria da qualidade da educação.

istematizar e tornar visíveis experiências escolares inovadoras que utilizam a pesquisa de opinião como recurso pedagógico.

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PARTICIPE Para cadastrar o seu projeto veja o formulário anexado. Para saber mais sobre como se inscrever para o congresso, visite o site do Instituto Paulo Montenegro (http://www.ipm.org.br/). Outras informações podem ser solicitadas: • pelo e-mail institutopaulomontenegro@ibope.com.br • ou enviando carta para o Instituto Paulo Montenegro, Alameda Santos, 2101, 8o andar, São Paulo-SP, CEP 01419-002.

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MODELO DE FORMULÁRIO PARA CADASTRO DE PROJETOS DE PESQUISA

Esta é uma oportunidade para todos aqueles que realizaram projetos pedagógicos baseados na pesquisa de opinião. Há duas maneiras de cadastrar o seu projeto:

1

Faça uma cópia deste formulário, inclua suas informações e envie para o Instituto Paulo Montenegro. Al. Santos, 2101, 8o andar, São Paulo – SP, CEP 01419-002. Não destaque o formulário do Manual; tire quantas cópias achar necessário.

2

Preencha o cadastro diretamente no site do Instituto Paulo Montenegro: www.ipm.org.br

ATENÇÃO: Todos os projetos cadastrados serão divulgados no banco de projetos Nossa Escola Pesquisa sua Opinião na Internet e participarão da seleção para serem apresentados no Congresso IBOPE-UNESCO.

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SOBRE

A ESCOLA

• Nome da Escola:

Escola Federal,

Estadual,

• Endereço:

• Bairro: • CEP: • Cidade: • Estado: • Telefone: • Fax: • E-mail: • Endereço na Internet (site): http://

Municipal ou

Particular

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SOBRE

O PROJETO

• Titulo do projeto:

• Resumo (escreva, em poucas linhas, o que o projeto investigou e qual foi o público pesquisado):

• Diga quais os temas abordados pelo projeto (sexualidade, cidadania, meio ambiente, perfil do jovem, perfil do professor, hábitos de leitura, participação, qualidade da educação etc.)

• Data de início (mm/aa): • Data de término (mm/aa):

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SOBRE

OS PARTICIPANTES

• Diga quantos professores participaram: • Professores de quais disciplinas?

• Diga quantos alunos participaram: • Alunos de que série?

• Alunos de curso profissionalizante? Qual? • Diga qual o curso profissionalizante:

• Outros (quem?):

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SOBRE

VOCÊ

• Nome do responsável pelas informações:

• E-mail: • Telefone:

OBSERVAÇÕES

ADICIONAIS

• Utilize o espaço abaixo se tiver algum comentário extra:

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