ENERGIA
Eólicas em franca expansão Energia dos ventos deverá ser a segunda fonte de energia elétrica do Brasil até 2020
s ventos sopram cada vez mais fortes e favoráveis para a indústria de energia eólica brasileira. A fonte limpa e renovável tem ampliado gradativamente a sua participação na matriz energética, hoje calculada em 4,72%. Seus 281 parques eólicos em atividade geram 7,07 GW, energia suficiente para abastecer à demanda de uma cidade como São Paulo, com 12 milhões de habitantes. É pouco frente aos 61,7% das hidrelétricas, mas o ritmo de crescimento do setor e o volume de investimento vêm surpreendendo. Apenas em 2014, foram US$ 6,2 bilhões injetados no potencial dos ventos brasileiros, considerados um dos melhores do mundo, com constância e boa previsibilidade. O País tem hoje 443 usinas eólicas em construção e fontes do setor projetam para 2020 uma capacidade instalada de 20 GW e uma participação de 12% na matriz. No último leilão de energia elétrica (A3), realizado em agosto, para entrega em 2018, dos 29 projetos contratados, 19 são de usinas eólicas a serem instaladas nos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Os números do Brasil no ranking mundial também impactam e revelam a pujança da indústria. Em 2014, o País ganhou a décima posição, quando no ano anterior, 2013, ocupava o 13º lugar. Dados da Câmara de Comercialização de
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gestão empresarial
Nº 33 OUTUbro DE 2015
Energia Elétrica (CCEE) registram um aumento de 114% na produção de energia eólica no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. No ranking dos maiores produtores de energia eólica, o Rio Grande do Norte lidera, com uma produção de 642 MW e 34% da capacidade instalada do País. No primeiro semestre de 2015, o estado produziu 142% mais que no mesmo período de 2014. São 81 usinas em operação, 23 em construção e 77 contratadas que, quando entrarem em funcionamento, deverão produzir 1.891,7 MW. O segundo maior produtor é a Bahia, que quase triplicou sua geração eólica neste mesmo período, com 391 MW médios. Em terceiro vem o Ceará, com 363 MW médios (+48%) e, o quarto lugar, o Rio Grande do Sul, com 288 MW e um aumento de 91%.
Déficit na transmissão Mas a velocidade da geração de energia não vem sendo acompanhada pelo ritmo dos projetos de expansão das linhas de transmissão. O presidente do Comitê de Energia Renovável da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Sérgio Azevedo, sócio das empresas A Dois Engenharia e Nesa, chama a atenção para a necessidade de reforçar a rede de escoamento da energia gerada no Nordeste. Sem isso, o estado deixará de atrair novos investimentos em