Praça Centro Civico UFPS

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J PRAÇA

OÃO XXI ÁREA DE INTERVENÇÃO

“...A Praça. O caráter de Praça é sem dúvida alguma a mais válida opção para o espaço em causa. A organicidade surge num conjugar de percursos, afluências periódicas, modos de estar, que proporcionarão o incremento da socialização e bem-estar que se augura. Para tal devem gerar-se “âncoras” que convidem o fruidor a permanecer e do espaço tirar o máximo partido, sinto-o aprazível quer pela organização quer pelo apelo. Nenhuma faixa etária de utilizadores deve ser descorada e múltiplas valências deverão estar presentes com a brevidade possível. Estas devem ser acrescentadas à praça e só assim lhe conferirão plenitude de uso. ...”

PEDROSO

PLATAFORMAS

PERCURSOS E ALINHAMENTOS

CONFLUÊNCIAS E EQUIPAMENTOS

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PRAÇA JOÃO XXI PEDROSO


PRAÇA JOÃO XXI PEDROSO

“ ... A solução gera assim harmonias, percursos e vislumbres plenos de simbolismo, amplamente enraizados na envolvente do Mosteiro de Pedroso e que se quer avivar para plena satisfação quer de quem frequenta, como de quem visita. Ao ser um monumento com origens na nacionalidade, não obstaculiza que a contemporaneidade o envolva e lhe devolva toda a dignidade, na sobriedade e pureza do que agora se edificará. ...”


Praรงa Joรฃo XXI Pedroso Vila Nova de Gaia

Memรณria Descritiva


O sítio Os espaços a nascente do Mosteiro de Pedroso, recentemente classificado como de interesse Municipal, encontram-se desordenados, abandonados e com cariz simbólico sem válidos fundamentos. Urge por isso uma reflexão séria face à sua organização, funcionalidade e carácter. E nunca olvidar os constrangimentos a evitar no espaço a tratar, por se situar numa área de salvaguarda. O espaço fronteiro ao Cemitério mais antigo, constata-se exíguo pela presença de avulsas manchas verdes, espécies desadequadas, pouca dignidade face à função, desenho urbano confuso e de todo articulado com a envolvente. A recente rotunda nasceu disfuncional quer no carácter, quer num simbolismo vão, pelo que a sua presença é totalmente dispensável no sistema viário, bem como um obstáculo aos movimentos pedonais que se exigem seguros, francos e lúcidos. O lote adquirido pela Câmara a particular, atualmente ao abandono, carece de um usufruto em serenidade, dignificando o monumento que o ladeia a Poente. A restante envolvente, pela intervenção que se propõe, passará a ter uma presença mais dissimulada. Uma praça nasce e que se interpõe, dignificando de sobre maneira o que o monumento exige.


Solução para dignificação. Cerimónias de cariz religioso e cultural são as geradoras de apelo aos espaços em causa e sua fruição. Para tal, nada mais óbvio do que debruçarmo-nos sobre esses cerimoniais e claramente entendermos as necessidades. Eucaristias, exéquias fúnebres e tantas outras, refletem comportamentos padrão, que imediatamente nos mostra percursos e seus cerimoniais. Mas não só esta vertente o espaço a requalificar deve oferecer. O bem-estar e um uso comunitário, pleno de socialização devem estar presentes. Assim, o aprazível deve surgir naturalmente numa conceção de linhas fluídas, contrapondo-se à “rigidez”, deixando abertura para a mutação e outras funções vindouras. Não se exclui deste desenho a inserção à posteriori de equipamento lúdico infantil, palcos e ou outros de caráter cultural e ou comercial, mas que de momentos estão constrangidos por orçamento. Estas valências são passiveis de ser implementadas sobre as “células verdes” que pontuam a praça. Estas “células verdes” comportam-se assim como contentoras e caldeiras de espécies autóctones que proporcionaram a mancha verde que zelará pelo fruidor nos meses de estio. Neste aspeto paisagístico, solicitar-se-ão intervenção e doutos pareceres dos técnicos do Parque Biológico de Gaia. Nos seus interstícios acontecem naturalmente as zonas de passagem e ou de estar. Estas “células” adequam-se perfeitamente à topografia por serem bipartidas, a anterior a uma cota ligeiramente superior à seguinte, proporcionando sempre que a ergonomia seja cumprida nos bancos em ripas de madeira maciça de Afizélia ou Teca. Os materiais a usar devem pela sua plasticidade e nobreza ombrear com a dignidade dos monumentos envolventes. Lancis e pavimentos numa mescla de cubo em granitos amarelos, betões coloridos em tons muito suaves de ocre que envelhecerá naturalmente, um fundo cénico à coluna em mármore rosa do Senhor do Padrão em aço corten, luminárias públicas, bebedouros, papeleiras, todas com acabamento em esmaltes forjas em tonalidades de bronze acobreado mate e drenagens a cotas menores em ferro. O tráfego e o estacionamento como elementos “perturbadores” são afastados da proximidade imediata quer da praça quer do Monumento. Para tal sugere-se a mobilidade condicionada ao arruamento a Norte do Mosteiro, onde mediante acesso reservado se aceda à propriedade privada, alguma eventual carga/descarga e posicionamento de carros funerários em serviço. Liberta-se assim o constrangimento de interrupções de trânsito no portão fronteiro ao Mosteiro. Propõe-se também o aumento do calibre de passeio que contorna o Mosteiro. O lado Sul da praça que confronta com uma urbanização de moradias, terá na sua extrema uma “cortina” arbórea e ou sebes que rematarão cenicamente e de forma natural o espaço. Posiciona-se a coluna em mármore rosa do Senhor do Padrão com um enfoque que a valoriza e orientado o seu cenário na direção de Santiago de Compostela, pois historicamente vela pelos peregrinos.


A Praça. O caráter de Praça é sem dúvida alguma a mais válida opção para o espaço em causa. A organicidade surge num conjugar de percursos, afluências periódicas, modos de estar, que proporcionarão o incremento da socialização e bem-estar que se augura. Para tal devem gerar-se “âncoras” que convidem o fruidor a permanecer e do espaço tirar o máximo partido, sinto-o aprazível quer pela organização quer pelo apelo. Nenhuma faixa etária de utilizadores deve ser descorada e múltiplas valências deverão estar presentes com a brevidade possível. Estas devem ser acrescentadas à praça e só assim lhe conferirão plenitude de uso. A solução gera assim harmonias, percursos e vislumbres plenos de simbolismo, amplamente enraizados na envolvente do Mosteiro de Pedroso e que quer avivar para plena satisfação quer de quem frequenta, como de quem visita. Ao ser um monumento com origens na nacionalidade, não obstaculiza que a contemporaneidade o envolva e lhe devolva toda a dignidade, na sobriedade e pureza do que agora se edificará.

Pedroso, 27 de Novembro de 2014


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