caderno de viagem | Igatu | garimpo | 2016

caderno de viagem igatu | garimpo | 2016

ravena maia

Este caderno de viagem são registros da vivência em Igatu como parte do Programa de Intervenções Arte Educativas em Comunidades, atividade da disciplina Estudos aprofundados da performance do PPGAV ministrada pelo Prof.

Ricardo Biriba e compartilhada com as artistas Alice Barreto e Leila Cruz. Estas imagens representam um despertar do processo para criação do projeto garimpo.

Igatu, 12-16 de outubro de 2016

gruna do brejo

penitentes da memĂłria coletiva marcos zacarĂ­ades

É a imensa massa humana trabalhadora, imprevidente, ambiciosa, inquieta, aventureira, mas quase sem ideal nenhum. É a gente garimpeira, ignorante, conquanto mais honesta, ousada e mais heroica de que qualquer outra classe de trabalhador – que se embrenha pelas grupiaras, que desbrava as serras alcantiladas, que penetra nas noites eternas das grunas profundas e perigosas, que mergulha nos rios traiçoeiros e violentos do planalto, arriscando a todo instante a vida e que se bamburra, desce loucamente à cidade para a vendagem e, de posse da dinheirama que, talvez, nunca vira antes, se entrega imediatamente a todos os tipos de ostentação e de prazeres, nas casas de jogo, nos botequins, e compra nas lojas todos os tipos de mercadoria que se lhes apresentem – necessárias ou não – e, nesse diapasão, depois do esbanjamento, dentro de poucos dias retorna ao garimpo reduzido à mesma condição de pária, entre resignado e esperançoso de um novo encontro com a fortuna.

Walfrido Moraes

Sonhou que amanhava a terra e de repente, numa enxadada certeira, a terra escorreu… A terra escorreu e aos seus olhos brilhou, reluziu, faiscou, resplandeceu um diamante soberbo, deslumbrante como uma imensa estrela no céu — como uma estrela no céu? Como o próprio olho de Deus!

Fernando Sabino

texturas I

texturas II

texturas III

cachoeira das laranjeiras

estĂŠticas

Mas um dia não resistiu: passou a mão na sua enxada, e sem avisar ninguém, o olhar reluzente de esperança, partiu à procura do impossível, do irreal, do inexistente diamante de seu sonho.

Fernando Sabino

caderno de viagem Igatu | projeto garimpo | 2016

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ravena maia