Diplomação 2 - Um novo centro para Vicente Pires

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UM NOVO CENTRO PARA VICENTE PIRES



Trabalho Final de Graduação

Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Expressão e Representação Rayssa Ferreira Soares 12/0021323 Orientadora: Profª. Gabriela Tenorio Banca examinadora: Profª. Giselle Chalub Martins Profª. Patrícia Silva Gomes


AGRADECIMENTOS


SUMÁRIO

11

5 1.

23

2.

3.

A ÁREA DE INTERVEÇÃO

INTRODUÇÃO

1.1. Objeto de

35

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

2.1. Localização

12

3.1. Sistema viário

2.2. Legislação

18

3.2. Uso e ocupação

24

4.

CARACTERIZAÇÃO DO USO LOCAL

4.1. Contagem

estudo

6

1.2. Justificativa

7

do solo

28

4.2. Mapas

1.3. Objetivo

7

3.3. Bioclimático

32

comportamentais 52

de pessoas

4.3. Entrevistas

83

63 5.

DIAGNÓSTICO

5.1. Avaliação da vida pública

65

5.2. Avaliação do espaço público

69

6.

VISÃO E DIRETRIZES DE PROJETO

7.

115

A PROPOSTA

8.

7.1. Plano de

área de intervenção 84

mobilidade

6.2. Referências

7.2. Reestruturação 86

6.3. Diretrizes projetuais

viária

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

94 96

7.3. Novos gabaritos 89

60

93

6.1. Visão para a

projetuais

37

e tipologias

102

7.3. A Praça Central

106



1.

INTRODUÇÃO


1.1. OBJETO DE ESTUDO Este trabalho de diplomação trata de um estudo sobre o centro urbano da Região Administrativa (RA) XXX – Setor Habitacional Vicente Pires (SHVP), Brasília, Distrito Federal, tendo como resultado final a criação de uma praça de lazer e a requalificação do seu entorno imediato. Vicente Pires recebeu seus primeiros moradores na década de 1970. Eram, em sua maioria, fazendeiros e donos de chácaras que produziam alimentos para suprir as necessidades de outras regiões do DF. A partir dos anos 90, a região sofreu um grande crescimento populacional que resultou no intenso processo de urbanização e a transformação de área rural para área urbana. Atualmente, o Setor Habitacional Vicente Pires tem uma população urbana estimada de 72.879 habitantes (PDAD, 2016) e está situada entre RAs importantes como Guará, Águas Claras, Park Way e Taguatinga.

Figura 1: Localização de Vicente Pires no DF Fonte: Modificado de Mapa de Localidades - portal SEGETH

6


1.2. JUSTIFICATIVA Sou moradora da região há mais de dez anos e semestre passado, no trabalho de Ensaio Teórico, tive a oportunidade de estudar e me aprofundar mais sobre as questões de formação do espaço urbano de Vicente Pires. Além de compreender como se deu a evolução urbana e a situação atual da região, neste trabalho identifiquei diversas problemáticas como: a configuração em forma de condomínios fechados que resulta em ruas extensas e muros cegos; o desenho urbano que prioriza o carro em detrimento do pedestre e ciclista; a dependência de outras regiões administrativas como Plano Piloto, Taguatinga e Águas Claras; a falta de espaços e equipamentos de lazer, como praças e parques. Portanto, dentre todos os problemas citados, decidi contribuir para solucionar neste trabalho de diplomação o da falta de espaços de lazer. Segundo Dixon (2014), os espaços públicos são espaços livres, abertos a todos e que oferecem a possibilidade de ir e vir sem necessidade de justificar a presença no local. Para Santos e Manolescu (2008), o lazer deve satisfazer às necessidades do indivíduo, principalmente de descanso, prazer e socialização, e está diretamente relacionado à qualidade de vida da população.

1.3. OBJETIVO O objetivo principal desse trabalho é a criação de uma praça no centro de Vicente Pires, para que se torne um local atrativo para a população desta e de outras regiões, tendo como diretrizes:

Local atrativo para a população não só fim de semana, como também nos dias de semana Local arejado e sombreado a partir de um projeto de paisagismo Local seguro e movimentado de dia e à noite Praça sustentável, incorporando o centro de reciclagem da feira

Praça multiuso e dinâmica, com espaços de passagem e permanência Praça viva e que atenda a um público variado

7



2. A ÁREA DE INTERVENÇÃO 2.1. LOCALIZAÇÃO 2.2. LEGISLAÇÃO


2.1. LOCALIZAÇÃO RAXXX - SETOR HABITACIONAL VICENTE PIRES

A Região Administrativa (RAXXX) Vicente Pires foi criada pela Lei Complementar nº 4.327 de 26 de maio de 2009. A RA abrange uma área total de 2.770,32 ha, sendo constituinte de cinco regiões principais, que são: (1) ARINE (área de regularização de interesse específico) Vicente Pires I; (2) ARINE Vicente Pires II; (3) ARIS (área de regularização de interesse social) São José, (4) a área correspondente ao Taguaparque e área ao longo da EPTG; (5) a área referente à porção não parcelada, denominada Cana do Reino.

Cidade Estrutural

EPCL

EPCT Pistão Norte

Guará TG EP

Taguatinga Norte

Park Way Águas Claras

Figura 1 - Poligonal e discriminação de áreas da RAXXX Fonte: Editado do DIUR 02/2015

LEGENDA: Poligonal do Setor Habitacional Vicente Pires ARINE - Área de Regularização de Interesse Específico

12

ARIS - Área de Regularização de Interresse Social


ESPAÇOS DE LAZER TAGUAPARQUE O Taguaparque possui 89 hectares e conta com pista de cooper e ciclovia, quadras esportivas, equipamentos de musculação, parque infantil, ginásio coberto e churrasqueiras. Apesar de bem conservado e com equipamentos de lazer satisfatórios, sua localização é ruim, distante de grande parte da RA.

ÁREA DE LAZER DOS CONDOMÍNIOS Alguns condomínios fechados possuem área de lazer interna, com parque infantil, campos de futebol e pequenas praças. Porém tais espaços não se caracterizam como área de lazer pública, pois é destinada somente aos moradores dos condomínios. Percebe-se então a necessidade de espaços livres que atendam à população de Vicente Pires.

Figura 2: Pista de cooper e ciclovia no Taguaparque. Fonte: http://noticias.r7.com/distrito-federal/taguaparque-recebe-prova-de-corrida-e-caminhada-no-sabado-07062013

Figura 3: Parque infantil do Taguaparque. Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303322-d7241869-i140751700-Taguaparque-Brasilia_Federal_Di strict.html

Figuras 4 e 5: Área de lazer num condomínio fechado Fonte: Fotos da autora

13


A ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área de intervenção está localizada no que foi considerado pelo GDF segundo o documento de Diretrizes Urbanísticas (DIUR 02/2015), o centro urbano da RA, próximo a Feira do Produtor e a via EPTG. A região possui usos diversos: há edifícios de uso misto e comerciais, igreja, posto comunitário da polícia, administração da RA, escola de ensino primário e a própria feira. Por conta da sua boa localização, a área de intervenção tem grande potencial atrativo que está sendo desperdiçado, pois atualmente está sendo utilizada como estacionamento que atende à feira nos fins de semana. Além disso, é uma área cercada com apenas quatro entradas e totalmente pavimentada, o que torna uma barreira árida no meio da área de estudo. O grande potencial da área se deve também à localização próxima da Feira do Produtor, que existe há mais de 20 anos. Com 5 mil metros quadrados e em torno de 170 comerciantes, a feira é um grande marco simbólico que representa a origem rural da região. Funciona principalmente nos fins de semana, a partir das 7 horas da manhã, mas alguns vendedores abrem suas barracas desde quinta feira. Por conta disso, a área recebe muitas pessoas no fim de semana, sendo perceptível a diferença da utilização do estacionamento em dia de semana (Figuras 6 e 7). Além disso, a área possui um centro de reciclagem que atende a Feira do Produtor e que se encontra em estado insatisfatório, com mau cheiro e visualmente feio.

LEGENDA Residencial unifamiliar e multifamiliar Misto (comercial + residencial) Comercial Escola e Faculdade Administrativo e Posto de saúde Igreja Taguaparque Chácaras não parceladas

14

N Mapa de uso do solo da RAXXX


1 Feira do Produtor Horário de funcionanto: Terça a domingo, das 7h às 15h30 Alguns feirantes ficam até as 17h 2 2

3

1 3

5

Horário das aulas: Segunda a sexta, das 7h30 às 12h30 e das 13h às 18h Ensino Fundamental I - do 1º ao 5º ano

Associação de Moradores - ARVIPS Horário de funcionanto: Segunda a sexta, das 8h às 18h Almoço, das 12h às 14h

4 Administração da RAXXX Horário de funcionanto: Segunda a sexta, das 8h às 18h Almoço, das 12h às 14h 5

4

Escola Classe Vicente Pires

Paróquia Nossa Senhora da Vitórias Missas: Terça e sexta - 19h30 Sábado - 18h Domingo - 8h, 10h (para crianças), 17h e 19h30

LEGENDA Limites comércios/lotes particulares Construções particulares (residencial) Postes Área permeável com vegetação Área permeável com terra batida

N

Mapa detalhe Escala: 1:1500

Área impermeável

15


LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

16

Figura 6: Área de intervenção em dia de semana Fonte: Google Earth

Figura 7: Área de intervenção em dia de fim de semana Fonte: Google Earth

Figura 8: Foto aérea da Feira do Produtor Fonte: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2015/05/20/vicente-pires-completa-6-anos/

Figura 9: Área de reciclagem da Feira do Produtor Fonte: Foto da autora


VISUAIS DO ENTORNO

1 2

1

4

3 2

3

4

17 Figuras 10, 11, 12 e 13: Visuais do entorno da รกrea Fonte: Fotos da autora


2.2. LEGISLAÇÃO DIRETRIZES URBANÍSTICAS - SETOR HABITACIONAL VICENTE PIRES¹ I. Introdução As diretrizes urbanísticas estabelecem orientações relativas ao uso e a ocupação do solo para o Setor Habitacional Vicente Pires – SHVP. Visam subsidiar a regularização das ocupações informais que ocorrem no mesmo, como também dispõem sobre o uso e ocupação de parcela de área não ocupada no Setor, denominada Cana do Reino. As diretrizes, assim conformadas, objetivam orientar o desenvolvimento urbano do Setor como um todo, bem como propiciar sua articulação com as áreas urbanas adjacentes, consolidas e em planejamento, como Águas Claras e Taguatinga e o Setor Habitacional Jóquei Clube, respectivamente.

II. Poligonal do Setor Habitacional Vicente Pires Em 2012, o então Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo e Projetos Habitacionais – GRUPAR constatou, no âmbito do projeto de regularização do Setor Habitacional Vicente Pires, a necessidade de ajuste da poligonal do Setor, para que fosse alcançado o mínimo de 10% de área pública, destinada a Equipamentos Públicos Comunitários e Urbanos e Espaços Livres de Uso Público, conforme facultado pelo PDOT/2009. Assim, visando atender à demanda por equipamentos públicos, o GRUPAR solicitou a inclusão da área do Taguaparque e faixa de área situada entre a EPTG e o SHVP na poligonal do Setor.

Assim, com a inclusão dessas áreas, a nova poligonal do Setor Habitacional Vicente Pires abrange área de 2.770,3283ha, sendo 2.320,4183ha referente (i)às ARINES Vicente Pires I e II; (ii) à ARIS São José e (iii) à área de 145,2737ha, correspondente ao acréscimo (Taguaparque e área ao longo da EPTG); e (iv)449,91ha, referentes à porção não parcelada, denominada Cana do Reino. A poligonal do Setor é delimitada a oeste pela DF 001 (Estrada Parque Contorno – EPCT), a sul pela DF 085 (Estrada Parque Taguatinga – EPTG), a leste pela DF 087 (Estrada Parque Ceilândia – EPCL), e a norte pela encosta da vertente da margem direita do córrego Cana do Reino.

III. Diretrizes de uso e ocupação do solo O PDOT/2009 define parâmetros que se aplicam aos novos parcelamentos urbanos no Distrito Federal, estabelecendo percentual de área pública e áreas mínima e máxima de lote, conforme dispõe art. 43: Art. 43. Para novos parcelamentos urbanos, fica estabelecido: I – percentual mínimo de 15% (quinze por cento) da área da gleba para equipamentos urbanos e comunitários e espaços livres de uso público, à exceção da Zona de Contenção Urbana, das Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS e de parcelamentos de características industriais, que terão parâmetros próprios estabelecidos pelo órgão de planejamento urbano do Distrito Federal; II – área mínima de lote igual a 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5m (cinco metros) na macrozona urbana, à exceção das ZEIS e da Zona de Contenção Urbana; (Inciso com a redação da Lei Complementar nº 854, de 2012.) III – (VETADO); IV – área máxima de lote igual a 500.000m2 (quinhentos mil metros quadrados) na Zona de Contenção Urbana; (Inciso com a redação da Lei Complementar nº 854, de 2012.) V – área máxima do lote igual a 10.000m2 (dez mil metros quadrados) para habitação unifamiliar e a 60.000m2 (sessenta mil metros quadrados) para habitação coletiva ou condomínio urbanístico, exceto nas áreas integrantes da Estratégia de Regularização Fundiária. (Inciso acrescido pela Lei Complementar nº 854, de 2012.)

18 ¹ DISTRITO FEDERAL (Governo), SEDHAB. Diretrizes Urbanísticas – Setor Habitacional Vicente Pires. Brasília, 2015.


As diretrizes relativas ao uso e ocupação do solo para o Setor Habitacional Vicente Pires foram definidas tendo como base as macro diretrizes do PDOT/2009, os aspectos socioeconômicos e ambientais da região. O enfoque na área do Vicente Pires é a regularização fundiária, o ordenamento da ocupação urbana que ocorreu de forma irregular. Essa área necessita de estruturação de seu sistema viário, de definição de áreas para a implantação de equipamentos públicos urbanos e comunitários, e realocação de moradias que estão em áreas de risco e em áreas de preservação permanente.

1. Uso do solo Zonas

Usos e atividades admitidas

Caracterização

Residencial 1

-

Residencial - habitação unifamiliar; Comércio e serviços de pequeno porte; Misto - residencial + comércio e serviços; Industrial de pequeno porte; Institucional ou comunitário.

Corresponde às Áreas de Regularização de Interesse Específico ARINE Vicente Pires I e II.

Residencial 2

-

Residencial - habitação unifamiliar; Comércio e serviços de pequeno porte; Misto - residencial + comércio e serviços; Industrial de pequeno porte; Institucional ou comunitário.

Corresponde à Área de Regularização de Interesse Social Vicente Pires - Vila São José.

Centralidade

-

Residencial - habitação unifamiliar; Residencial - habitação coletiva; Comércio e prestações de serviços; Misto - residencial + comércio e serviços; Industrial de pequeno porte; Institucional ou comunitário.

Área econômica - Residencial - habitação unifamiliar;

- Comércio e prestações de serviços; - Misto - residencial + comércio e serviços; - Industrial de baixa e média incomodidade; - Institucional ou comunitário.

Pertence à ARINE Vicente Pires I e apresenta vocação para centralidade urbana.

Corresponde as faixas ao longo da Estrada Parque Ceilândia - EPCL e a oeste da Vila São José.

Institucional ou comunitário

- Institucional ou comunitário (entidades recreativas, culturais e desportivas, serviços A zona inclui a área do Taguaparque cujo o uso assistenciais) e EPC; deve ser potencializado. - Parque, praça e áreas verdes; - Comércio e prestações de serviços.

APP

- São adimitidos somente os usos conforme Na zona APP a supressão estabelecidos na Lei Federal nº de vegetação nativa 12.651/2012 - Novo Código Florestal somente poderá ocorrer nas hipóteses de utilidade pública, de intersse social ou de baixo impacto ambiental.

Tabela 1: Usos adimitidos - ARIS e ARINES do Setor Habitacional Vicente Pires Fonte: Alterado do DIUR/2015.

19


LEGENDA HIERARQUIA Via circulação - proposta Via circulação Via atividades Sistema viário

ZONAS Praça - Área verde - Parque linear APP - Área de Preservação Permanente Cana do Reino Zona residencial Zona econômica Zona de centralidade Vicente Pires Zona residencial 1 Zona residencial 2 Zona de centralidade Zona econômica Zona institucional ou comunitária

Figura 14: Zoneamento de uso do Setor Habitacional Vicente Pires Fonte: Alterado do DIUR/2015.

20


2. Ocupação do solo b) Áreas públicas As áreas públicas do parcelamento correspondem às áreas destinadas ao sistema de circulação, à implantação de Equipamento Público Urbano (EPU) e comunitário (EPC), bem como aos Espaços Livres de Uso Público (ELUP). Consideram-se Equipamentos Comunitários, os equipamentos públicos de lazer, cultura, educação, saúde, segurança e similares. Consideram-se Equipamentos Urbanos (também conhecidos como serviços públicos), os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. O dimensionamento de área pública perseguiu os percentuais estabelecidos na legislação. Dessa forma, na porção de regularização fundiária, que abriga as ARINEs Vicente Pires I e II e a ARIS São José, o percentual de área pública é de 10%. Para alcançar esse patamar, conforme já referido, foram incluídas, na poligonal dessa porção do SHVP, o Taguaparque e faixa de área localizada entre a EPTG e o Setor, em sua porção sudoeste. O desenho urbano deve considerar e promover o papel das áreas públicas na valorização da paisagem urbana e propiciar o seu uso pela comunidade. Nessa perspectiva, os Espaços Livres de Uso Público devem permear o tecido urbano, tendo em vista a qualificação da paisagem e o conforto ambiental (diminuindo efeitos da insolação, favorecendo a ventilação, minimizando a propagação de ruídos e contribuindo para a melhor qualidade do ar). Ressalta-se que o dimensionamento desses espaços deve levar em consideração as atividades previstas, evitando-se dimensões exageradas, para que não se tornem ociosos.

As áreas públicas devem ser planejadas de modo a garantir os percentuais definidos nestas diretrizes de área não impermeabilizada, viabilizando a absorção das águas pluviais e a recarga dos aquíferos subterrâneos. Nos Espaços Livres de Uso Público - como praças, jardins públicos, parques urbanos, áreas de lazer e de recreação - deverão ser garantidos o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de áreas permeáveis. As áreas destinadas aos Equipamentos Públicos Comunitários devem ser situadas preferencialmente em local de franco acesso, articuladas aos eixos mais integrados no conjunto do sistema viário e não poderão estar no interior de condomínio urbanístico, em novos parcelamentos, na porção denominada Cana do Reino, levando em consideração princípios de mobilidade e acessibilidade de todos.

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3. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 3.1. SISTEMA VIÁRIO 3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 3.3. BIOCLIMÁTICO


3.1. SISTEMA VIÁRIO MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA

LEGENDA Via expressa Via coletora 1 Via coletora 2 Via local Calçada Estacionamento

24

N Escala: 1:3500


MAPA FUNCIONAL E OPERACIONAL

LEGENDA Rota de ônibus Passagem de pedestres Parada de ônibus Estacionamento

*todas as vias são de mão dupla

N

25 Escala: 1:3500


MAPA DE PERMEABILIDADES E BARREIRAS

LEGENDA Áreas com barreiras Áreas com permeabilidade

26

N Escala: 1:3500


SEÇÕES VIÁRIAS

1 8,4m

8,2m

3,4m

7m

1

2 1,5m

2

5m

8,2m

4,7m

1,5m

3 4

N

3

Escala: 1:3500

6,8m

7m

6,3m

LEGENDA Calçada Vagas 45º e 90º Via de mão dupla Área privada

4

27 14m

7m

5m


3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO MAPA DE USO DO SOLO

LEGENDA Residencial unifamiliar Residencial multifamiliar Misto (comercial + residencial) Comercial Igreja Escola e creche Administrativo e segurança Lote vazio

28

N Escala: 1:3500


MAPA DE GABARITO

LEGENDA Lote vazio 1 a 2 pavimentos 3 a 4 pavimentos 5 a 6 pavimentos 7 a 8 pavimentos

N

29 Escala: 1:3500


MAPA DE USO NOTURNO

LEGENDA Restaurantes, bares e lanchonetes Mercados e lojas

30

N Escala: 1:3500


MAPA DE ABRANGÊNCIA

LEGENDA Regional Feira do Produtor Supermecado 24h Central Escola de ensino fudamental e médio Supermecado Comércio de médio porte Posto da polícia Delegacia Administração da RA Associação de moradores Local Creche Igreja Comércio de pequeno porte

N

31 Escala: 1:3500


3.3. BIOCLIMÁTICO MAPA SÍNTESE BIOCLIMÁTICO

LEGENDA Vegetação arbórea Vegetação rasteira Ventos predominantes Caimento do terreno Orientação solar

32

N Escala: 1:3500


MAPA DE IMPACTOS

LEGENDA Ruídos de alta intensidade Ruídos de média intensidade Ruídos de baixa intensidade Impacto olfativo e visual (área de reciclagem)

N

33 Escala: 1:3500



4. CARACTERIZAÇÃO DO USO LOCAL 4.1. CONTAGEM DE PESSOAS 4.2. MAPAS COMPORTAMENTAIS 4.3. ENTREVISTAS


4.

CARACTERIZAÇÃO DO USO LOCAL Nesta etapa do trabalho foi realizado uma caracterização dos usos do espaço público. Para isso foram realizados três métodos de levantamento da vida pública: contagem do tráfego de pedestres, levantamento das atividades estacionárias e realização de entrevistas.

TRÁFEGO DE PEDESTRES Para o levantamento de tráfego de pedestres utilizou-se o método utilizado por Gehl e sua equipe. Foram escolhidos quatro pontos de contagem dentro da área de intervenção e outros quatro pontos no seu entorno. O número de pessoas que passavam pelos locais escolhidos era contado por 10min a cada hora, das 7h às 19h, num dia de semana e também no fim de semana. As contagens na área foram realizadas nos dias 11 (terça-feira) e 15 (sábado) de abril. Já as contagens no entorno foram feitas nos dias 25 (terça-feira) e 30 (domingo) de abril. A contagem não distinguiu sexo ou idade. Foram computadas apenas pessoas que estavam de passagem pelos pontos de contagem, excluindo as que iam e viam várias vezes.

MAPAS COMPORTAMENTAIS Para o levantamento das atividades estacionarias utilizou-se uma mescla do método aprendido com Gehl e sua equipe e o do PPS (Project for Public Spaces).

36

O levantamento foi realizado de forma sistemática onde registrou-se a cada duas horas as atividades, posição e sexo das pessoas presentes no local. O mapeamento foi realizado nos mesmos dias do levantamento do tráfego de pedestres, nos dias 11 (terça-feira) e 15 (sábado) de abril, das 8h às 19h. A observação ocorreu sempre após as contagens em todos os pontos.

ENTREVISTAS Buscando entender como a população vê e utiliza o local, também foram realizadas entrevistas em dia de semana e fim de semana. As entrevistas foram feitas com as pessoas que estavam de passagem e as que estavam realizando alguma atividade na área. As perguntas foram feitas de forma informal, como uma conversa.


4.1. CONTAGEM DE PESSOAS NA ÁREA DE INTERVENÇÃO

1

4

2

3

N

Passagem de pedrestres na área Escala: 1:1000

37


11/04/17 - TERÇA-FEIRA

PESSOAS POR HORA

PONTO 1

PESSOAS POR HORA

15/04/17 - SÁBADO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 228 PESSOAS FIM DE SEMANA 38

816 PESSOAS


11/04/17 - TERÇA-FEIRA

PESSOAS POR HORA

PONTO 2

PESSOAS POR HORA

15/04/17 - SÁBADO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 210 PESSOAS FIM DE SEMANA 408 PESSOAS

39


11/04/17 - TERÇA-FEIRA

PESSOAS POR HORA

PONTO 3

PESSOAS POR HORA

15/04/17 - SÁBADO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 96 PESSOAS FIM DE SEMANA 40

234 PESSOAS


11/04/17 - TERÇA-FEIRA

PESSOAS POR HORA

PONTO 4

PESSOAS POR HORA

15/04/17 - SÁBADO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 120 PESSOAS FIM DE SEMANA 348 PESSOAS

41


21

96

120

0

288

DIA DE SEMANA TOTAL 714 PESSOAS 42

N

11/04 - terça-feira - das 7h às 19h Escala: 1:1000


40

23

4

348

8

816

FIM DE SEMANA TOTAL 1806 PESSOAS N

15/04 - sábado - das 7h às 19h Escala: 1:1000

43


NO ENTORNO

1B 1A

2A

2B

3A 4B

44

N

4A

3B

Passagem de pedrestres no entorno Escala: 1:1000


25/04/17 - TERÇA-FEIRA

CALÇADA B

CALÇADA A

PONTO 1

CALÇADA B

CALÇADA A

30/04/17 - DOMINGO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 546 PESSOAS FIM DE SEMANA 822 PESSOAS

45


25/04/17 - TERÇA-FEIRA

CALÇADA B

CALÇADA A

PONTO 2

CALÇADA B

CALÇADA A

30/04/17 - DOMINGO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 972 PESSOAS FIM DE SEMANA 46

930 PESSOAS


25/04/17 - TERÇA-FEIRA

CALÇADA B

CALÇADA A

PONTO 3

CALÇADA B

CALÇADA A

30/04/17 - DOMINGO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 816 PESSOAS FIM DE SEMANA 534 PESSOAS

47


25/04/17 - TERÇA-FEIRA

CALÇADA B

CALÇADA A

PONTO 4

CALÇADA B

CALÇADA A

30/04/17 - DOMINGO

COMPARATIVO DIA DE SEMANA 1854 PESSOAS FIM DE SEMANA 48

1338 PESSOAS


396

744

228

150

936

918

372 444

DIA DE SEMANA TOTAL 4188 PESSOAS N

25/04 - terça-feira - das 7h às 19h Escala: 1:1000

49


528

792

138

294

726

612

240 294

FIM DE SEMANA TOTAL 3624 PESSOAS 50

N

30/04 - domingo - das 7h às 19h Escala: 1:1000


MAPA SÍNTESE

DIA DE SEMANA - total de 4902 pessoas

FIM DE SEMANA - total de 5430 pessoas

546

822

348 4

40

8

972

0 21

120

1338

23

96

1854

N

930

816

288

816

Mapa síntese - dia de semana Escala: 1:1000

N

534

Mapa síntese - fim de semana Escala: 1:1000

51


4.2. MAPAS COMPORTAMENTAIS DIA DE SEMANA - 11/04/17

a

a

8h50 Sem atividades estacionรกrias na รกrea.

52

10h50 a. passeando com o cachorro.


12h50 Sem atividades estacionรกrias na รกrea.

14h50 Sem atividades estacionรกrias na รกrea.

53


b

a b

b c

d

e c

b d

16h50

54

a. jogando peteca; b. brincando de patins e carrinho; c. passeando com um cachorro; d. soltando pipa; e. na aula de auto-escola.

18h50 a. jogando peteca; b. passeando com um cachorro; c. jogando bola; d. convesando.

a


FIM DE SEMANA - 15/04/17

a b

a

8h50 a. sentado na rampa comendo.

c

10h50 a. vigiando carro; b. panfletando nos carros; c. passeando com um cachorro.

55


a

12h50 a. jogando com carrinho de controle remoto.

56

14h50 Sem atividades estacionรกrias na รกrea.


a

b

16h50 Sem atividades estacionรกrias na รกrea.

18h50 a. andando de bicicleta; b. jogando bola.

57


REGISTRO FOTOGRÁFICO DIA DE SEMANA

Figura 15 e 16: Grupos utilizando a área para lazer. Fonte: Foto da autora.

Figura 18: Panorâmica da área em dia de semana (terça-feira). Fonte: Foto da autora.

58

Figura 17: Pessoas utilizando a área para aula de auto-escola. Fonte: Foto da autora.


FIM DE SEMANA

Figura 19 e 20: Grupo utilizando a área para lazer. Fonte: Foto da autora.

Figura 22: Panorâmica da área no fim de semana (domingo). Fonte: Foto da autora.

Figura 21: Pessoas utilizando a área como estacionamento. Fonte: Foto da autora.

59


4.3. ENTREVISTAS MODELO 1

Nome (opcional):

2

Idade (opicional):

3

Você mora aqui perto? Sim, moro aqui perto. Não tão perto, mas moro na Vicente Pires. Não, moro em outra cidade.

60

4

Com que frequência você utiliza o comércio dessa região (Feira do Produtor, mercados, lojas)? E na sua opinião, esse comércio atende suas necessidades?

5

Você frequenta essa área? Como e com qual frequência (para passagem, lazer, estacionamento)?

6

Quais os principais problemas e potencialidades que você percebe nesta área?

7

Alguma sugestão e/ou desejo?

A entrevista foi realizada com 10 pessoas, 5 delas estavam utilizando a área num dia de semana e as outras 5 estavam de passagem num final de semana. Por se tratar de públicos diferentes, as visões para a área se diferem bastante. Para o primeiro grupo, a área tem potencial para se tornar um espaço público para a população (praça, parque infantil e espaço para animais domésticos), já o segundo grupo acha que o estacionamento é uma boa forma de ocupar a área.


RESULTADOS DIA DE SEMANA

FIM DE SEMANA

Sobre a moradia: a maioria dos entrevistados (3/5) moram próximo a área de intervenção;

Sobre a moradia: 3 entrevistados moram em outras cidades (Águas Claras e Taguatinga) e 2 entrevistados não moram próximo da área de intervenção mas moram na Vicente Pires;

Sobre o comércio: 3 entrevistados utilizam o comércio pelo menos 3 vezes por semana, e 2 utilizam o comércio pelo menos 1 vez por semana. A maioria dos entrevistados (4/5) acham que o comércio atende suas necessidades; Sobre utilização da área: 3 entrevistados utilizam a área pelo menos 1 vez por semana para lazer com os filhos, 1 entrevistado estava utilizando pela primeira vez também para lazer com os filhos e 1 entrevistado utiliza área todo dia para passear com o cachorro; Principais problemas/potencialidades: os principais problemas citados pelos os entrevistados foram a falta de vegetação, de espaço de lazer para crianças e também para animais domésticos. 1 entrevistado falou que a área tem grande potencial para se tornar um espaço de lazer por conta da proximidade com a feira e com outros comércios; Sugestões/desejos: os entrevistados sugeriram uma área para animais domésticos, brinquedos infantis, quadra poliesportiva, vegetação para sombra e também melhor iluminação a noite.

Sobre o comércio: 4 entrevistados utilizam o comércio somente nos fins de semana e somente a Feira do Produtor, e 1 entrevistado utiliza o comércio pelo menos 1 vez por semana. A maioria dos entrevistados (4/5) não sabe dizer se o comércio atende as necessidades pois não o utilizam com frequência; Sobre utilização da área: todos os entrevistados utilizam a área somente nos fins de semana e como estacionamento; Principais problemas/potencialidades: 1 entrevistado citou a falta de segurança como o principal problema e os outros 4 entrevistados falaram que não há problemas na área. Todos os entrevistados acham que a área tem grande potencial como estacionamento por atender a feira nos fins de semana; Sugestões/desejos: todos os entrevistados estão satisfeitos com a área e não tiveram sugestões de mudança.

61



5. DIAGNÓSTICO 5.1. AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA 5.2. AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO


5.

DIAGNÓSTICO Após o levantamento físico e do uso do local, procedeu-se com o diagnóstico da área de intervenção que se divide em duas etapas principais:

64

1

AVALIAÇÃO DO USO LOCAL;

2 1

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO.

Na primeira etapa avaliou-se os sujeitos que frequentam a área a partir do levantamento da passagem de pedestres e das atividades estacionárias. Dessa forma, essa avaliação foi subdividida na avaliação dos sujeitos e das atividades. Foram avaliadas as questões de quantidade e variedade de pessoas quanto ao sexo e idade, distribuição de pessoas no tempo, atividades de passagem e permanência, encontros, manutenção e vigilância. Já na segunda etapa avaliou-se a região administrativa como um todo nos atributos globais e o espaço público nos atributos locais. Nos atributos globais foram avaliadas as questões do percentual de espaço livre público, integração global, atividades, habitação e mobilidade. As questões discutidas nos atributos locais são a localização, limites e dimensões, tipos edilícios, portas e janelas, piso, acesso e circulação, atividades nos limites e arredores do lugar, suporte para atividades no lugar, conforto, custos, orientabilidade e identificabilidade, significado e simbolização, afetos, beleza e conservação.


5.1. AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA SUJEITOS GENTE

VARIEDADE DE PESSOAS

Por conta de sua localização próxima ao comércio local e à Feira do Produtor, a praça possui um número razoável de passagem de pedestres, sendo que o maior fluxo ocorre nos arredores das grades de fechamento da área. Contabilizado 2 dias no meio da semana e 2 dias no fim de semana, 2520 pessoas passaram dentro da área e 7812 passaram nos arredores, das 7h às 19h. As contagens na área foram feitas numa terça-feira e num sábado de abril de 2017. E as contagens nos arredores da área foram feitas numa terça-feira e num domingo também de abril de 2017. Em todos os dias de contagem, o clima estava agradável e sem chuva. Comparativamente, o número de pessoas permanecendo na área é muito baixo, contabilizando 16 pessoas no horário mais movimentado num dia de semana e 5 pessoas no horário mais movimentado de fim de semana.

A área possui um certo equilíbrio de gênero e classe social, predominando mulheres e crianças e pessoas de classe média baixa a alta. Também há um certo equilíbrio de faixa etárias, onde a maioria dos frequentadores são crianças, adolescente e adultos. Idosos não compareceram na área nos dias de levantamento. O grupo que mais utiliza a área são as famílias e o horário de mais movimento é a partir das 17h, pois a sombra alcança toda região da praça. Como não se procedeu ao levantamento do turno da noite, não se pode afirmar se há e quais são os grupos existentes.

VARIEDADE DE PESSOAS

NÚMERO DE PESSOAS não há ninguém

lugar cheio de gente

Equilíbrio de gênero muito equilibrado

pouco equilibrado

Variedade de faixa etárias há grande variedade

não há variedade

Variedade de classes sociais há grande variedade

não há variedade

Predominância de grupos não tem grupos

tem muitos grupos

65


ATIVIDADES DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS NO TEMPO Considerando o levantamento da passagem de pessoas, a distribuição dessas no tempo possui um certo equilíbrio. Observou-se picos de pedestres em determinadas horas e pontos, como na contagem de domingo, dia 31 de abril. No ponto 1, das 11h às 12h, e no ponto 2, das 10h às 11h, teve uma grande quantidade de pessoas passando no entorno da área por conta do termino dos horários das missas da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias. Considerando distribuição das pessoas que permanecem no local, o maior movimento ocorre após as 17 horas por conta da sombra. Por se tratar de uma área árida e sem árvores, esse horário é o preferido por ter mais sombra, resultando assim no maior conforto térmico.

DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS NO TEMPO

PASSAGEM Percebe-se que o local é mais de passagem do que de permanência. Os fluxos dentro e fora do local são consideráveis, sendo os que tangenciam a área bem maiores. Há uma grande diferença dos fluxos de dia de semana e fim de semana dentro da área, já no entorno, esses fluxos são mais equilibrados. Das contagens realizadas dentro dos limites da área de intervenção, 72% dos pedestres foram contabilizados num dia de fim de semana e das contagens realizadas no entorno da área, 46% foram num fim de semana.

PASSAGEM DE PESSOAS pouca gente

Pessoas de passagem ótima distribuição

péssima distribuição

Pessoas permanecendo péssima distribuição

ótima distribuição

Figura 23: Pessoas de passagem no local Fonte: Foto da autora

66

muita gente


PERMANÊNCIA

ENCONTROS

Comparativamente ao número de pessoas que passam pelo local, o número de pessoas que permanecem é irrisório: menos de 2% do fluxo. As pessoas também permanecem pouco tempo, em média 30 minutos.

Durante os levantamentos na praça, não se viu pessoas esperando para se encontrar com outras e também se viu pessoas se encontrando de forma casual. Normalmente, as pessoas que frequentam a área em grupo já chegam juntas.

PERMANÊNCIA DE PESSOAS

ENCONTROS

Número

Ocorrência muita gente

pouca gente

não há encontros

há encontros

Duração pouco tempo

Figura 24: Pessoas permanecendo no local Fonte: Foto da autora

muito tempo

67


MANUNTENÇÃO E SEGURANÇA Nos dias de levantamento, não se viu pessoas realizando a manutenção e limpeza da área. Observou-se 2 trabalhadores que recolhem o lixo reciclável da feira e transportam para o centro de reciclagem, mas eles não são responsáveis pela limpeza da praça. Há um Posto Comunitário da Polícia Militar funcionando do lado da praça. Observou-se que na maior parte do dia os policiais não permanecem no posto pois fazem rondas em toda a cidade.

MANUNTENÇÃO E SEGURANÇA Manutenção há manuntenção

não há manuntenção

Segurança há segurança

68

não há segurança

Figuras 25 e 26: Posto Comunitário da Polícia Civil e placa indicando a saída dos policiais Fonte: Foto da autora


5.2. AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO ATRIBUTOS GLOBAIS ESPAÇO LIVRE PÚBLICO

INTEGRAÇÃO GLOBAL

A RA abrange uma área total de 2.770,32 ha, sendo que 108,55 ha pertencem ao Taguaparque, ou seja, menos de 4% da área total é destinada à área livre pública. Isso demostra um déficit de espaços livres e também sua mal distribuição na região. O baixo percentual de espaço públicos na região é um fator positivo pois, se for um espaço de qualidade, as pessoas se deslocaram para as poucas áreas livres, tornando-as mais movimentadas e vivas. Por ser uma cidade bastante adensada, este local é um dos únicos existentes que possui grandes chances de se tornar uma área de lazer destinada à população.

A RA possui uma certa integração com as outras RAs. Possui saídas para vias de acesso integrantes como a EPTG, EPCL e Pistão Norte, além de se localizar próximo a cidades importantes como Taguatinga, Guará e Águas Claras. Já o desenho urbano do setor em si não possui uma boa integração e conexão viária, priorizando a utilização do automóvel em detrimento do pedestre.

INTEGRAÇÃO GLOBAL a RA não é integrada

a RA é integrada

ESPAÇO LIVRE PÚBLICO Quantidade percentual de área livre muito grande

percentual de área livre muito pequena

Dimensões tamanho consoante com o papel da área

tamanho consoante com o papel da área

Figura 27: Mapa axial de integração global Fonte: Mapa feito no programa Depthmap

69


ATIVIDADES

HABITAÇÃO

Percebe-se que o uso predominante da região é o residencial unifamiliar em condomínios horizontais. Nas vias coletoras há presença de construções de uso comercial e misto. Em menor quantidade há edifícios multifamiliares. No geral, a distribuição das atividades é ruim na área e no tempo. Há uma concentração dos usos comerciais na via de acesso da EPTG e esses comércios também possuem o horário de funcionamento maior que os que localizam no meio da RA.

O uso do solo predominante na região administrativa é o residencial unifamiliar em condomínios horizontais. Em menor quantidade há edifícios de uso misto com comércio e apartamentos e também edifícios residenciais multifamiliares. Mas percebe-se que a região está cada vez mais se desenvolvendo e crescendo com a construção de diversos edifícios comerciais, residenciais e mistos, diversificando os usos e tipos de moradia da região.

ATIVIDADES

HABITAÇÃO

Variedade

Variedade não há variedade

há variedade

Distribuição

Distribuição bem distribuidas

mal distribuidas

Densidade se complementam

Distribuição temporal péssima distribuição no tempo

70

bem distribuidos

mal distribuidos

Complementaridade não se complementam

muita variedade

pouca variedade

ótima distribuição no tempo

pouca densidade

muita densidade


MOBILIDADE A área é acessível por transporte público e possui linhas que atendem as RA do Plano Pi-loto, Taguatinga, Samambaia, Ceilândia e outras. No entanto, as rotas e horários dos ônibus são ruins, com muito tempo de espera e deslocamento. A região não possui linhas de metrô e nem estrutura para ciclistas. Apesar da região possuir calçadas, não há estrutura adequada e confortável para a circulação de pedestres, com atenção especial à falta de preocupação com rotas acessíveis, conservação e tamanho das calçadas. Além disso, grande parte das calçadas são utilizadas como estacionamento. A área prioriza o transporte particular, o que pode ser constatado pela imensa área destinada a estacionamentos de superfície, todos gratuitos e pela iluminação pública, que atende principalmente vias e estacionamentos.

MOBILIDADE Pedestres estrutura não atende os pedestres

estrutura atende os pedestres

Figura 28: Calçada de acesso à área em péssimo estado de consevação Fonte: Foto da autora

Ciclistas estrutura não atende os ciclistas

estrutura atende os para ciclistas

Transporte público estrutura não atende o tranporte público

estrutura atende o tranporte público

Transporte particular estrutura prioriza o tranporte particular

estrutura não prioriza o tranporte particular Figura 29: Calçada sendo utilizada como estacionamento na via comercial Fonte: Google Earth

71


ATRIBUTOS LOCAIS LOCALIZAÇÃO

LIMITES E DIMENSÕES

A praça se localiza no centro urbano da RA, próximo a Feira do Produtor e a via EPTG, próximo também a linhas integradas num nível global e local, o que corrobora sua importância para a cidade. A localização confere ao lugar muito potencial.

LOCALIZAÇÃO

Os limites da praça são bem claros por se tratar de uma área cercada e com 4 acessos bem marcados. A separação público/privado não está muito clara, pois muitas vezes as pessoas evitam passar e permanecer na área por conta das cercas que configuram uma área privada. As dimensões do lugar são condizentes com suas características, localização e papel na cidade.

Integração global

LIMITES E DIMENSÕES

distante de uma linha integrada

próximo a uma linha integrada

Integração local distante de uma linha integrada

próximo a uma linha integrada

Clareza dos limites limites não estão claros

limites estão claros

Separação público/privado separação não está clara

separação está clara

Dimensões tamanho não condizente com a área

tamanho condizente com a área

13 m

m

47

93m

40m

44m

72

Figura 30: Mapa axial de integração local da RA Fonte: Mapa feito no programa Depthmap

38m

Área total: ~5500 m²

68m

Figura 31: Mapa ilustrativo com dimensões gerais da área. Fonte: Mapa da autora.


TIPOS EDILÍCIOS

PORTAS E JANELAS

A região possui grande variedade de edifícios. Há muitos edifícios de uso misto, residenciais multifamiliares e também comerciais e institucionais. Das construções de 2 a 3 pavimentos temos casas unifamiliares em condomínios e construções institucionais como a Administração da RA, a Associação de Moradores, delegacia e posto comunitário da Polícia Civil e escolas e creches.

TIPOS EDILÍCIOS não há variedade

há muita variedade

A área possui algumas portas abrindo para ela, principalmente na fachada sul que possui um total de 9 comércios. As demais fachadas possuem construções com aberturas para o local, a igreja e o posto da polícia, mas os comércios são abertos para o outro lado. As fronteiras do local são suaves por se tratar de cercas furadas e permeáveis visualmente. A cerca que separa a administração da praça não possui portas e dá com os fundos da construção. Há presença de janelas nos edifícios do entorno e também da igreja. A relação da área com a feira é indireta mas influencia bastante a utilização do local.

PORTAS E JANELAS Espaços convexos cegos muitos espaços cegos

poucos espaços cegos

Número de portas não há portas para o local

há muitas portas para o local

Relação público/privado relações diretas

relações indiretas

Fronteiras suaves não há fronteiras suaves não há janelas para o local Figuras 32 e 33: Tipos edilícios da região Fonte: Google Earth

há fronteiras suaves

Janelas há janelas para o local

73


PISO

ACESSO E CIRCULAÇÃO

Toda a área possui o piso nivelado, à exceção da porção noroeste, próximo ao centro de reciclagem, cujo desnível foi resolvido por uma escada e uma rampa que estão em péssimas condições de conservação e praticamente inacessível para pessoas com dificuldade de locomoção. A pavimentação utilizada é o asfalto que não é adequado para o uso de pedestres, além de possuir diversos buracos e ondulações que foram consertados de forma desleixada.

A área possui 2 paradas de ônibus próximas, a mais perto fica cerca de 130 metros de distância e a outra cerca de 160 metros. A parada localizada na EPTG está a cerca de 350 metros da área. As rotas de ônibus passam pelas vias que circundam a praça e a localização e distancia entra as paradas é adequada. Não há rotas de metrô e nem estrutura para ciclistas. A praça possui 4 acessos principais, 3 no nível do solo e uma escada com rampa para vencer o desnível de 1,8 metros. O primeiro acesso está localizado mais próximo da Feira do Produtor, o segundo próximo a igreja, o terceiro próximo ao comércio e o quarto acesso pela escada e rampa está localizado próximo ao centro de reciclagem. O estado de conservação da rampa e da escada é péssimo, além disso, muitas pessoas preferem os outros acessos por conta do mal cheiro proveniente do centro de reciclagem. Ao longo da cerca não há calçadas, isso contribui para as pessoas desviarem por outras calçadas por fora da praça.

PISO não está no nível do solo

está no nível do solo

ACESSO E CIRCULAÇÃO Acesso por transporte público não é acessível

é muito acessível

Acesso por pedestre e ciclistas não é acessível

é muito acessível

Conexões não se conecta bem Figura 34: Rampa de acesso à área Fonte: Foto da autora

74

Figura 35: Buracos tampados com asfalto Fonte: Foto da autora

se conecta bem

Circulação não tem acessibilidade

tem acessibilidade


SUPORTE PARA ATIVIDADES NO LUGAR A praça não oferece nenhum suporte para atividades de permanência: não há equipamentos como bancos e lixeiras, nem vegetação como grama e árvores. O único espaço para lazer na área é a quadra de futebol que está muito deteriorada. Mas mesmo sendo um local precário, ocorrem algumas atividades como crianças brincando, jogando bola, andando de bicicleta, soltando pipa ou apenes correndo. Muitas pessoas também utilizam a área para passear com os animais de estimação, pois o local cercado oferece segurança para os animais não correrem para a pista. As atividades são bem complementares mas mal distribuídas. O espaço não favorece a permanência das pessoas por longos períodos de tempo.

SUPORTE PARA ATIVIDADES NO LUGAR Variedade não há variedade

há variedade

Figuras 36 e 37: Desehos em giz na praça feitos por crianças Fonte: Foto da autora

Distribuição bem distribuidas

mal distribuidas

Complementaridade se complementam

não se complementam

Distribuição temporal péssima distribuição no tempo

ótima distribuição no tempo

Figura 38: Quadra de futebol em péssimo estado de conservação Fonte: Foto da autora

75


ATIVIDADES NOS LIMITES E ARREDORES DO LUGAR Na área estudada, há uma grande diversidade de atividades: comércio, serviços, órgãos institucionais, igrejas, escolas e feira. A região também possui uma grande oferta de restaurantes e bares mas ainda assim, a atividade predominante é a residencial. Embora as atividades se complementem, estão basicamente localizadas nas vias de acesso, que são as mais movimentadas. A distribuição das atividades no tempo é boa, a maioria do comércio funciona de segunda a sábado em horário comercial, e alguns funcionam nos domingos e também a noite, principalmente restaurante, lanchonetes, bares e drogarias.

CONFORTO O local possui um péssimo desempenho higrotérmico, isso pela grande quantidade de área impermeabilizada exposta ao sol. Não há vegetação disponível para gerar sombra e conforto. Apesar de se tratar de uma área aberta, o local é muito quente e a ventilação muito ruim. O desempenho luminoso também é ruim, pelo ofuscamento da luz solar e por não possuir postes de luz dedicados a iluminar o tráfego e permanência de pedestres à noite. A área não é barulhenta mas observa-se odores desagradáveis provenientes da área de reciclagem e de containers de lixo.

ATIVIDADES

CONFORTO

Variedade

Higrotérmico não há variedade

há variedade

Luminoso

Distribuição bem distribuidas

mal distribuidas

Sonoro se complementam

76

ótimo desempenho

péssimo desempenho

Qualidade do ar

Distribuição temporal péssima distribuição no tempo

ótimo desempenho

péssimo desempenho

Complementaridade não se complementam

ótimo desempenho

péssimo desempenho

ótima distribuição no tempo

péssimo desempenho

ótimo desempenho


CUSTOS

ORIENTABILIDADE E IDENTIFICABILIDADE

Os custos de conservação da área são muito baixos, pois da forma como está hoje estruturado, não possui equipamentos e suporte para atividades diversas, somente de estacionamento.

É fácil orientar-se pela área por conta de sua localização próxima aos comércios e à Feira do Produtor. Também é fácil orientar-se no interior da praça já que seus limites são bem marcados. Por outro lado, a área não possui identidade, podendo ser qualquer coisa.

CUSTOS

ORIENTABILIADE E IDENTIFICABILIDADE

Implantação

Orientabilidade

custos muito altos

custos muito baixos

difícil orientação

Manuntenção custos muito altos

fácil orientação

Identificabilidade custos muito baixos

fraca identidade

forte identidade

77


SIGNIFICADO E SIMBOLIZAÇÃO

AFETOS

O local não contém elementos que remetem a valores, ideias ou história, portanto, não possui significado atualmente. O lugar também não contém elementos que o façam memorável. Por outro lado, a Feira do Produtor possui um significado histórico da cidade, sendo um marco simbólico da região e sua localização é estratégica para a utilização da praça.

O estado de abandono e de falta de manutenção da praça evoca mais afetos negativos que positivos. Além disso, o lugar não traz sensação de pertencimento, não se observa vínculo de seus sujeitos com ela. Entretanto, a praça traz sensação de segurança por conta da localização próxima do Posto Comunitário da Polícia Militar.

SIGNIFICADO E SIMBOLIZAÇÃO

AFETOS

Significado não possui elementos de significado

possui elementos de significado

Simbolização não é memorável

78

é memorável

afetos negativos

afetos positivos


BELEZA E CONSERVAÇÃO/MANUTENÇÃO Em geral, o estado de conservação da área é muito ruim, tornando-se assim menos atrativa para a população. Observou-se lixos e fezes de animais no chão e também a falta de lixeiras. A vegetação próxima as grades também não possui nenhum tratamento, servindo muitas vezes de lixeira. A falta de manutenção e conservação da área faz com que a praça como um todo seja feia.

BELEZA E CONSERVAÇÃO/MANUTENÇÃO Beleza no lugar o lugar é belo

o lugar é feio

Beleza dos elementos constituintes os elementos são belos

os elementos são feios

Figura 39 e 40: Lixo, mato e fezes na área indicando falta de manuntenção Fonte: Foto da autora

Conservação e manutenção péssimo estado de conservação

ótimo estado de conservação

Figura 41 e 42: Esgoto aberto e mato na cerca Fonte: Foto da autora

79


TABELA RESUMO AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

SUJEITOS

ATRIBUTOS GLOBAIS

número de pessoas

Dimensão sociológica gênero faixa etárias

variedade de pessoas

classe sociais

espaço livre público

Dimensão funcional

passagem

variedade

permanência atividades

ATIVIDADES passagem de pessoas permanência encontros manuntenção e segurança

dimensões

integração global

grupos distribuição das pessoas no tempo

quantidade

distribuição complementaridade distribuição temporal

número duração

variedade habitação

ocorrência

distribuição densidade

manuntenção

pedestres

segurança mobilidade

ciclistas tranporte público tranporte particular

80


Dimensão bioclimática

ATRIBUTOS LOCAIS

higrotérmico

Dimensão sociológica integração global

localização

integração local

sonoro

clareza dos limites

qualidade do ar

separação público/privado dimensões tipos edilícios

Dimensão econômica

número de portas relação público/privado

piso

acesso e circulação

acesso pedestres/ciclistas conexões circulação variedade

suporte para atividades no lugar

distribuição

orientabilidade

orientabilidade e identificabilidade

identificabilidade Dimensão simbólica significado

significado e simbolização

Dimensão funcional acesso transporte público

manutenção Dimensão topoceptiva

fronteiras suaves janelas

implantação

custos

espaços convexos cegos portas e janelas

luminoso

conforto

simbolização Dimensão afetiva

afetos Dimensão estética beleza no lugar beleza e conservação/manutenção

beleza dos elementos conservação e manutenção

complementariedade distribuição temporal variedade

atividades nos limites e arredores do lugar

distribuição complementariedade distribuição temporal

81



6. VISÃO E DIRETRIZES DE PROJETO 6.1. VISÃO PARA A ÁREA DE INTERVENÇÃO 6.2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 6.3. DIRETRIZES PROJETUAIS


6.1. VISÃO PARA A ÁREA DE INTERVENÇÃO Conclui-se a partir desse trabalho que o ordenamento dos espaços públicos, sobretudo os de lazer, é atualmente um dos aspectos vitais para a revitalização e a qualidade de vida no meio urbano. Os espaços públicos se tornam assim, lugares de especial importância no cenário da recuperação urbana, como elementos dinamizadores que atraem pessoas para recreação e convívio social, além de ser um “respiro” para o ambiente urbano densificado. Segundo Davis Bond do site Arquitetura da Convivência², pode-se dividir a importância do espaço público nas 4 tipologias seguintes:

1.

Importância social

Importância do ócio: O ser humano tem a necessidade de parar e se distanciar da rotina como mecanismo de defesa contra a natureza repetitiva e maçante da vida adulta. Importância da brincadeira: Para as crianças, é na brincadeira que ela acha espaço para seu desenvolvimento psíquico e físico. Importância do encontro/convívio: se as cidades foram criadas para a troca, é nos espaços públicos que se pode trocar e unir o que em outros momentos e lugares da cidade não poderia acontecer. A mescla de idades, crenças, raças e diversos níveis socioeconômicos acontece nas ruas, mercados, praças e eventos públicos. É no espaço público que se forma e se fortalece a identidade de uma vizinhança, e com ela a sensação de pertencimento.

2.

Importância econômica

Espaços públicos de sucesso valorizam o entorno e tornam o mercado imobiliário mais atrativo. Praças, parques, calçadões também atraem serviços e empresas, atraindo o público e o comércio, numa sinergia de desenvolvimento socioeconômico saudável.

84 ² http://www.arquiteturadaconvivencia.com/

3.

Importância na segurança

O uso do espaço aberto público diminui as distâncias entre os diferentes grupos de uma comunidade, vencendo barreiras de preconceito de maneira orgânica e às vezes inconsciente. Esse convívio diminui a sensação de insegurança, abrindo mais possibilidade de uso dos espaços, que por sua vez se tornam efetivamente mais seguros porque são usados e queridos por grupos que o observam e cuidam deles.

4. Importância na qualidade ambiental e na saúde das cidades Os espaços públicos tecem na cidade uma rede de fluxos que independem do carro e reforçam o uso do transporte público e de meios alternativos de transporte, como a bicicleta. Se plantados, tornam-se pulmões verdes contra as ilhas de calor urbano, oferecendo também permeabilidade para a drenagem. Oferecendo espaço para usos esportivos e atividades físicas, os espaços públicos também se tornam importante instrumento na prevenção de doenças e na manutenção de pessoas saudáveis.


A partir das análises feitas anteriormente, temos a seguinte visão e conceitos como meta de projeto:

PRAÇA DE CENTRO DE BAIRRO

O local deve ser uma praça de centro viva e movimentada, que atenda às necessidades de um público variado. Deve ser um espaço livre, onde o direito de ir e vir é total e garantido a todos, sem qualquer tipo de diferenciação. Onde as pessoas, independentemente de sua idade, gênero ou cor, possam se sentir seguras e contempladas em suas atividades. A praça deve proporcionar diversas atividades de lazer, convívio e descanso, e também ser um espaço de passagem agradável, oferecendo sombra e conforto para seus frequentadores. O local deve possuir acesso universal para todas as pessoas em suas diferentes necessidades, respeitando os princípios de independência, autonomia e dignidade, promovendo assim a inclusão social e o exercício da cidadania. Também deve ser acessível por diversos modais de transporte, priorizando o transporte público e o deslocamento à pé e de bicicleta. A praça deve ser como a extensão das moradias das pessoas, com espaços agradáveis, adequados e atrativos.

ACESSIBILIDADE

SUSTENTABILIDADE

FUNCIONALIDADE

VITALIDADE

CONFORTO

IDENTIDADE

INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO

DINAMISMO 85


6.2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS SUSTENTABILIDADE PRAÇA VICTOR CIVITA3 Localização: São Paulo, SP Arquitetura: Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch Paisagismo: Benedito Abbud Paisagismo e Projetos Ano: 2007 A Praça é um presente à cidade que ganha não apenas uma área recuperada da degradação e contaminação, como também um Museu Vivo, onde a população tem a oportunidade de aprender e refletir sobre processos de construção sustentáveis, economia energética, e responsabilidade sócio-ambiental. O projeto, de Levisky Arquitetos Associados, com a participação da arquiteta convidada Anna Dietzsch, foi todo elaborado a partir de premissas sustentáveis visando redução de entulho, baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, legalizados e certificados, reuso de água, aquecimento solar, manutenção da permeabilidade do solo. Um grande deck de madeira certificada pousa sobre o terreno, sustentado por estrutura metálica, de modo a impedir o contato com o solo contaminado. O deck se estende na diagonal do terreno, propondo um percurso que enfatiza a perspectiva natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos da Praça. Como o casco de um grande barco, o deck se desdobra do plano horizontal ao vertical com formas curvilíneas, criando ambientes que se delimitam pela tridimensionalidade da forma, grandes “salas urbanas” que diversificam e incentivam o uso público do espaço.

Figuras 39 e 40: Imagens da praça Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch

86 3

http://www.archdaily.com.br/


MOBILIÁRIO URBANO HIGH LINE PARK4 Localização: Nova York, NY Arquitetura: Diller Scofidio + Renfro Paisagismo: James Corner Field Operations Ano: 2009 O High Line é um parque público construído sobre uma ferrovia suspensa desativada, elevada a oito metros do chão, e se estende por uma das áreas mais movimentadas da cidade, na região oeste da ilha de Manhattan. Em 2002, os Amigos do High Line conseguiram provar para a prefeitura que os impostos gerados pelo parque seriam maiores que os custos de construção e reforma. No ano seguinte eles abriram um concurso arquitetônico e paisagístico. O estúdio de paisagismo James Corner Field Operations e o escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro foram escolhidos. Dois anos mais tarde começou a construção, realizada em três fases. Todo o material que estava apoiado na estrutura foi removido e mapeado - o que inclui os trilhos de ferro, o cascalho, a terra e uma camada de concreto. Construiu-se um sistema de drenagem e a segunda camada de concreto, que faz parte da estrutura do elevado, passou por restauro e impermeabilização. O parque atravessa três bairros diferentes de Nova York e funciona com uma boa maneira de conhecer de cima algumas regiões da cidade geralmente pouco visitadas pelos turistas. O grande charme do local está no fato de contrastar a sua área verde com os arranha-céus de Manhattan, o que cria um cenário muito bonito e cosmopolita.

Figuras 41 e 42: Imagens do parque Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/627644/um-passeio-pelo-high-line-com-iwan-baan 4

http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/

87


ATIVIDADES DE LAZER PARQUE DA JUVENTUDE5 Localização: São Paulo, SP Arquitetura: Aflalo & Gasperini Paisagismo: Rosa Kliass Ano: 2003 Com a desativação do Complexo Penitenciário do Carandiru foi promovido pelo Governo do Estado de São Paulo um concurso público para sua transformação em parque, ganho pelos escritórios associados Aflalo & Gasperini e Rosa Kliass Arquitetura Paisagística. O projeto urbanístico-paisagístico tratou a área segundo três faixas de intervenção de leste a oeste, que corresponderam a três etapas de implantação, das quais as duas primeiras (parque esportivo e parque central) foram inauguradas entre 2003 e 2004 e a terceira em 2006. Parque esportivo: Conta com 35.000m² e é organizada por uma alameda central de pedestres pavimentada com solo-cimento. Em seus dois lados se distribuem dez quadras poliesportivas, intercaladas na porção média do trajeto pela pista de skate de um lado e pelas áreas de recreação infantil do outro. Painéis de estrutura metálica são dispostos à maneira de biombos não contínuos, protegendo e organizando as atividades esportivas, resguardando os pedestres, mas evitando o uso de alambrados, o que garante transparência e continuidade visual entre todas as atividades.

Figuras 43: Pista de skate Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.162/5213

88 KLIASS, Rosa Grena, Rosa Kliass: desenhando paisagens, moldando uma profissão, São Paulo, Editora Senac São Paulo, 2006.

4


6.3. DIRETRIZES PROJETUAIS Nessa seção serão apresentadas as propostas de intervenção para a área de estudo, tendo em vista o diagnóstico elaborado anteriormente. Os seguintes problemas foram identificados: - Comparativamente ao número de pessoas que passam pelo local, o número de pessoas que permanecem é irrisório; - Não há manuntenção e limpeza da área; - Os acessos à praça por pedrestre e ciclistas é insatisfatório e sua conexão com entorno rico em atividades não é explorada; - A praça não oferece nenhum suporte para atividades de permanência como vegetação, bancos e equipamentos de lazer; - O local não oferece conforto higrotérmico e luminoso; - A área como um todo não possui identidade mesmo sendo um centro de bairro e também não possui elementos que remetem a valores, ideias ou história. Portanto, o projeto tem como objetivo tornar a Praça Central um ponto privilegiado da cidade. Deve assumir sua função como elemento articulador no centro, favorecendo a conexão entre as atividades que ali ocorrem. As diretrizes de projeto serão divididas e desenvolvidas em quatro grupos: - Conexão e integração; - Sistema viário e mobilidade; - Atividades e usos; - Desenho da praça e seus limites.

CONEXÃO E INTEGRAÇÃO A intervenção tem como finalidade a integração entre as diversas atividades que ocorrem no centro, promovendo principalmente a conexão da Feira do Produtor com a Praça Central. Essa conexão se dará pela criação de eixos radiais no piso que direcionam o usuário para as diferentes áreas da praça. Para a criação desse grande espaço público, foi realizada a desapropiação de parte do estacionamento que atende o comércio local e a feira, mas acredita-se que a consolidação desses eixos de ligação possui grande importância no contexto da intervenção. Além disso, elevou-se ao nível do pedestre a via que atravessa a área, proporcionando a sensação de que é um espaço único. Tal via deve ter pavimentação diferenciada e a separação da calçada deve ocorrer por meio de balizadores e vegetação. A integração da praça com seus limites e as ruas adjacentes deve começar pela eliminação de barreiras. Nesse sentido, as grades que circundam a praça devem ser retiradas, de forma que as pessoas possam circular entre o lugar e seus limites a partir de diversos pontos, além de promover a conexão com os comercios que ali se situam.

89


SISTEMA VIÁRIO E MOBILIDADE Será proposta uma reestruturação viária da área de intervenção a fim de priorizar a mobilidade dos pedestres e ciclistas. É previsto o alargamento das calçadas que deverão ter no mínimo 2,5m de largura e, sempre que possível, ter faixa de serviço e mobiliário além de ser universalmente acessível. Além disso, será proposto uma rede cicloviária integrada que deve atender ao centro urbano e se conectar com o restante da cidade. Já o transporte coletivo, sob a mobilidade de õnibus, deve continuar sendo o principal meio de locomoção utilizado no local. A intervenção prevê a melhor distribuição das paradas de ônibus e faixas de pedestre, além de priorizar as vagas em baliza e 45º invés de 90º, facilitando o raio de giro dos automóveis.

ATIVIDADES E USOS Atualmente, o centro de Vicente Pires possui uma grande variedade de atividades administrativas, educacionais e comerciais. Tais usos devem ser cada vez mais incentivados e para que isso aconteça, a intervençao prevê o aumento do gabarito dos edifícios existentes e a criação de novos edifícios de uso misto, que implicará no aumento da densidade e da oferta de atividades na área. Os edifícios localizados nas vias principais que atualmente possuem em média 3 pavimentos, poderão ampliar seu gabarito para no máximo 10 pavimentos. Já os localizados nas vias secundárias poderão aumentar o gabarito para até 6 pavimentos. As edificações de uso residencial, administrativo, escolar e a Feira do Produtor permanecem com o gabarito atual, de 1 a 3 pavimentos. As edificações de uso misto localizadas próximo a feira (em roxo no mapa ao lado) também poderão aumentar o gabarito para até 10 pavimentos na via principal e 6 pavimentos na via local. Mas para que o proprietário passa expandir seu prédio, é imprecindivel que o comércio do térreo possua entradas para ambos os lados, evitando os fundos para o espaço público.

90

Para ocupar as fachadas cegas da administração e da escola, foram criados lotes de uso misto e comercial que abrirão novas frentes para o espaço público. Tais edifícios devem possuir recuo posterior obrigatório e podem atingir uma altura de até 3 pavimentos. Durante a ánalise pecebeu-se que o lote da Associação de Moradores estava superdimencionado, propõe-se então seu desmembramento em 4 lotes, sendo 1 destinado ao uso adimistrativo atual e os demais para uso misto com gabarito máximo de 6 pavimentos.


DESENHO DA PRAÇA E SEUS LIMITES O lugar deve aparentar ser bem cuidado e ter elementos configuradores bem desenhados, proporcionando conforto para seus usuários. Nesse sentido, a intervenção prevê a criação de 3 áreas principais de estar, permanência e lazer. Tais espaços devem possuir diferentes espécies vegetativas trazendo uma identidade única para cada um deles. As 3 áreas que configuram a praça são: - Área Recreativa: esse setor deve possuir os equipamentos de lazer, parque infantil, quadra poliesportiva, ponto de encontro comunitário (PEC) e horta comunitária. Já a vegetação característica dessa área possui folhagem em tons de rosa. - Área Contemplativa: esse setor deve possuir conexão direta com a feira. A maior parte de sua área deve ser de calçada nivelada que pode ser utilizada para eventos, feiras livre e food trucks. É uma área mais impermeável com alguns espaços de permanência vegetados e espelho d’água com fontes interativas. A vegetação característica dessa área possui folhagem em tons de amarelo. - Área Frutífera: esse setor deve possuir mais espaços vegetados de permanência e também um espaço livre de calçada para extensão do comércio proposto, onde podem ser colocados mesas e cadeiras. É uma área que possui espécies vegetativas frutíferas, remetendo a história de produção rural da cidade. O piso deve ser pensado para promover a integração dos espaços, deve exercer função de unificador do espaço público e suas fronteiras. Os desníveis devem ser tratados com escadarias funcionais e rampas que atendam a acessibilidade. Deve possuir áreas vegetativas e permeáveis, sempre priorizando espécies de árvores nativas e adequadas para praças e calçadas.

LEGENDA Área recreativa Área contemplativa Área frutífera

91



7. A PROPOSTA 7.1. PLANO DE MOBILIDADE 7.2. REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA 7.3. NOVOS GABARITOS E TIPOLOGIAS 7.4. A PRAÇA CENTRAL


7.1. PLANO DE MOBILIDADE

b

o o

o o

LEGENDA

o o

b

Rota de ônibus (existente) o

Paradas de ônibus Ciclofaixa (proposta)

b

o b o

Ponto de aluguel e/ou bicicletário Rua pedestrializada (proposta) Perímetro da área de intervenção

94

o o

N Escala: 1:4000

b o

o


Primeiramente, para melhorar a mobilidade na área central da cidade, e em especial, na área de intervenção, é essencial diminuir o número de automóveis que ali circulam. Por conta da Feira do Produtor e do comércio diversificado, o centro de Vicente Pires possui um grande fluxo de pedestres, no entanto, seu espaço de circulação é inadequado e dificultado pela grande quantidade de automóveis. Nesse sentido, o projeto prevê uma redução na oferta de estacionamentos como forma de restringir o acesso de carros ao centro. Além disso, os estacionamentos propostos serão rotativos e pagos, aumentando a oferta dinâmica de vagas. O estacionamento em via pública desse tipo amplia as possibilidades de atendimento ao público, favorece as atividades do comércio e facilita o acesso aos serviços públicos. O estacionamento da administração também poderá ser utilizado pela população nos fins de semana, seguindo a mesma ideia de rotatividade das demais vagas. Com o uso do automóvel dificultado, uma parcela maior da população passará a usar o transporte coletivo como meio de acesso a região. Uma vez aumentado o número de passageiros, espera-se que haja uma pressão maior sobre o governo local a fim de que haja uma melhoria substancial no sistema de transporte público. Os resultados tendem a ser a melhoria física dos veículos, reordenamento da frota e até mesmo a redução da tarifa. Vale resaltar que tais melhorias viriam a longo prazo. A fim de complementar e otimizar a mobilidade no centro, o projeto prevê uma rede de ciclofaixas na região, promovendo também a integraçao entre modais de transporte. Para isso, é proposta a instalação de pontos de aluguel e bicicletários próximos a locais estratégicos, como paradas de ônibus, a feira e a própria praça.

Portanto, a intervenção se baseia no esquema de pirâmide invertida, onde os carros e motocicletas se encontram na base, seguido pelo tranporte de carga, transporte público, representado principalmente pelos ônibus, ciclistas, que por sua vez têm os privilegios aumentados devido à implementação da rede cicloviária e, por fim, o pedestre no topo da pirâmide, com seu espaço de circulação valorizado ao máximo em toda a área de intervenção.

Figuras 49: Pirâmide invertida de prioridade no trânsito Fonte: http://itdpbrasil.org.br/o-que-fazemos/desestimulo-ao-automovel/#.Wew4FWhSzIV

95


1

7.2. REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA VAGAS DE ESTACIONAMENTO

ANTES

Total de 545 vagas, sendo: - em 90º - 242 vagas; - em 45º - 100 vagas; - em baliza - 3 vagas

2

3

- informais nas calçadas - 200 vagas

DEPOIS

Total de 225 vagas, sendo: - em 90º - 0 vagas; - em 45º - 135 vagas; - em baliza - 90 vagas - informais nas calçadas - 0 vagas

4

diminuição de

5

57%

nas vagas de estacionamento

96

N Escala: 1:2000


ANTES

SEÇÕES VIÁRIAS

1

8,2m

8,8m

8m

LEGENDA

DEPOIS

25m

Calçada 3m

Ciclofaixa na calçada

3m 0,5m 3,5m

6,8m 25m

3,5m 0,5m 4,2m

Faixa de arborização e mobiliário urbano Vagas 45º e 90º Via de mão dupla Área privada

97


ANTES

2

1,5m

5m

8,2m

4,5m

1,5m

LEGENDA Calçada Ciclofaixa na calçada Faixa de arborização e mobiliário urbano Vagas 45º e 90º Vagas em baliza Via de mão dupla Área privada

98

DEPOIS

20,7m

3,5m

3m

1m

7,2m 20,7m

2,5m 0,5m 3m


ANTES

3

estacionamento

2m

7,1m

2m

estacionamento

DEPOIS

11,1m

LEGENDA Calçada

praça

1m

6,2m

1m

praça

7,2m

Faixa de arborização e mobiliário urbano Bolsão de estacionamento Praça Via de mão dupla Via de mão dupla no nível da calçada

99


ANTES

4

7m

14m

5m

LEGENDA Calçada

DEPOIS

26m

Ciclofaixa na calçada Faixa de arborização e mobiliário urbano Parada de ônibus Via de mão dupla Área privada

100

6m

3m

3,5m

1m 26m

7m

1m

4,5m


ANTES

5

7,5m

6,5m

4,0m

6,5m

5,5m

LEGENDA

DEPOIS

30m

Calçada Ciclofaixa no canteiro central 6,5m

Faixa de arborização e mobiliário urbano

1m 2,5m

3,5m 1m 3m 1m 3,5m

2,5m 1m

4,5m

30m

Vagas em baliza Via de mão única Área privada

101


7.3. NOVOS GABARITOS E TIPOLOGIAS MAPA DE GABARITO

N

Antes Escala: 1:3500

LEGENDA Lote vazio 1 a 2 pavimentos 3 a 4 pavimentos 5 a 6 pavimentos

102

7 a 8 pavimentos

N

Depois Escala: 1:2000


ANTES

DEPOIS

103


TABELA DE ÍNDICES URBANISTICOS - NOVAS TIPOLOGIAS

TIPOLOGIAS EDILÍCIAS

Tipo de lotes e afastamentos TIPO 1

Características Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (dois aptos por andar); Recuo: posterior de 3x4,5m.

TIPO 2 1

2 3

Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (um apto por andar); Recuo: posterior de 3m.

A

TIPO 3 B

4

5

Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (cinco aptos por andar); Recuo: posterior de 3m.

2

Parâmetros

Número de unidades estimadas

3 pavimentos IA: 2,65

6 domicílios

4 pavimentos IA: 3,54

8 domicílios

TO: 0,88 Área do lote: 117m²

3 pavimentos IA: 2,30

3 domicílios

4 pavimentos IA: 3,07

4 domicílios

TO: 0,77 Área do lote: 78m²

5 pavimentos IA: 4,03

25 domicílios

6 pavimentos IA: 4,84

30 domicílios

TO: 0,80 Área do lote: 403m²

6

TIPO 4

LEGENDA Novas tipologias propostas

104

N

Tipologias existentes com alterações dos indíces urbanisticos

Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (um apto por andar); Recuo: posterior de 3m.

3 pavimentos IA: 2,10

3 domicílios

4 pavimentos IA: 2,80

4 domicílios

TO: 0,70 Área do lote: 80m²


TIPO 5

Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (dois aptos por andar); Recuo: posterior de 3x4m.

Uso: Comércio no térreo e residências nos demais pavimentos (dois aptos por andar);

TIPO 6

Recuo: posterior de 3x5m.

+

178 unidades habitacionais criadas

3 pavimentos IA: 2,60

6 domicílios

4 pavimentos IA: 3,46

8 domicílios

TO: 0,86 Área do lote: 90m²

3 pavimentos IA: 2,68

6 domicílios

4 pavimentos IA: 3,58

8 domicílios

TABELA DE ÍNDICES URBANISTICOS TIPOLOGIAS EXISTENTES Atualmente

Proposta

TIPO A Gabarito: 1, 2, 5, 6 e 8 pavimentos

Gabarito: 7 a 8 pavimentos

Uso: Comércio no térreo (com frente para o lado da via e fundo para o estacionamento) e residências nos demais pavimentos

Uso: Comércio no térreo (com frente para ambos os lados, para a via e a praça) e residências ou escritórios nos demais pavimentos

Recuo: Sem recuos

Recuo: lateral de 1,5m.

TIPO B

TO: 0,89 Área do lote: 143m²

Gabarito: 1 a 4 pavimentos

Gabarito: 5 a 6 pavimentos

Uso: Comércio no térreo (com frente para o lado do estacionamento e fundo para a via) e residências nos demais pavimentos

Uso: Comércio no térreo (com frente para ambos os lados, para a via e a praça) e residências ou escritórios nos demais pavimentos

Recuo: Sem recuos

Recuo: Sem recuos

+

534 pessoas morando na área de intervenção

105


7.4. A PRAÇA CENTRAL ZONEAMENTO

2

Espelho d’água com fontes interativas

2

Horta comunitária

3

PEC - Ponto de encontro comunitário

4

Parque infantil

5

Quadra poliesportiva

ESPÉCIES VEGETATIVAS DAS CALÇADAS

3 1

1

2 4

Pata-de-vaca Bauhinia blakeana Altura: 10m Diâmetro: 6m Ambiente: Meia-sombra, pleno sol Época de floração: Primavera, Verão, Outono, Inverno

5

6

Quaresmeira

N

106

Planta geral Escala: 1:1500

Tibouchina granulosa Altura: 12m Diâmetro: 7m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Verão, Outono, Inverno


ÁREA RECREATIVA ESPÉCIES VEGETATIVAS DA ÁREA Ipê-roxo Androanthus impetiginosus Altura: 30m Diâmetro: 13m Ambiente: Meia-sombra, pleno sol Época de floração: Outono, Inverno Jacarandá Jacaranda mimosifolia Altura: 15m Diâmetro: 10m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Verão

Flamboyant Delonix regia Altura: 12m Diâmetro: 10m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Verão

107

N Escala: 1:600


ÁREA CONTEMPLATIVA ESPÉCIES VEGETATIVAS DA ÁREA Ipê-amarelo Handroanthus ochraceus Altura: 14m Diâmetro: 8m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Inverno

Flamboyant amarelo Delonix regia ´flavida´ Altura: 8m Diâmetro: 10m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Verão Ailanto Ailanthus altissima Altura: 20m Diâmetro: 12m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Verão

108

N Escala: 1:350


ÁREA FRUTÍFERA

N Escala: 1:350

ESPÉCIES VEGETATIVAS DA ÁREA Mangueira

Jabuticabeira

Mangifera indica Altura: 15m Diâmetro: 10m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera

Plinia cauliflora Altura: 15m Diâmetro: 7m Ambiente: Meia-sombra, pleno sol Época de floração: Primavera, Inverno

Goiabeira

Pitangueira

Psidium guajava Altura: 6m Diâmetro: 4,5m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Inverno

Eugenia uniflora Altura: 10m Diâmetro: 4m Ambiente: Pleno sol Época de floração: Primavera, Inverno

109


110



QUADRA POLIESPORTIVA

HORTAS COMUNITÁRIAS


PARCÃO

ESPELHOS D’ÁGUA



7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


7.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIVROS

SITES

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 2ª edição. Perspectiva - São Paulo, 2013.

ALOMÁ, Patricia Rodriguez. O espaço público, esse protagonista da cidade, disponível em <http://www.archdaily.com.br/br/01-162164/o-espaco-publico-esse-protagonistada-cidade>

KLIASS, Rosa Grena. Rosa Kliass: desenhando paisagens, moldando uma profissão. Editora Senac, São Paulo, 2006.

ARTIGOS E TRABALHOS ACADÊMICOS DOS SANTOS, Ana Carolina M. Figueira; MANOLESCU, Friedhilde M. K. A importância do espaço de lazer em uma cidade, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Vale do Paraíba, UNIVAP, 2008. SOARES, Rayssa Ferreira. Vicente Pires: a análise da dimensão funcional e suas problemáticas. Ensaio Teórico, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2016. KITANI, Gizele de Melo. Lazer em espaços públicos, estudo de caso: São Paulo. Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2014. DE MATOS, Fátima Loureiro. Espaços públicos e qualidade de vida - o caso da cidade Porto, Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2010.

94

BARATTO, Romullo.12 critérios para determinar um bom espaço público, disponível em <http://www.archdaily.com.br/br/01-115308/12-criteriospara-determinar-um-bom-e spaco-publico> CALCAGNO, Luiz. Feira do produto movimenta fim de semana da região, disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/01/26 /interna_cidadesdf,169103/index.shtml> Conheça a feira de Vicente Pires, disponível em <http://noticias.r7.com/distrito-federal/df-record/videos/conheca-afeira-de-vicent e-pires-19102015> DIXON, Caitlin. A importância dos espaços públicos: uma introdução, disponível em <http://rioonwatch.org.br/?p=10766>

LEIS, PLANOS E DOCUMENTOS LEGAIS

HELM, Joanna. Praça Victor Civita, disponível em <http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-eanna-juliadietzsch?ad_medium=widget&ad_name=navigation-prev>

DISTRITO FEDERAL (Governo), SEDHAB. Diretrizes Urbanísticas – Setor Habitacional Vicente Pires. Brasília, 2015.

Importância dos espaços públicos de convívio, disponível em <http://www.arquiteturadaconvivencia.com/blog/2014/5/30/importncia-dos-espao s-pblicos-de-convvio>

DISTRITO FEDERAL (Governo), SEDHAB. Diretrizes urbanísticas específicas de parcelamento do solo urbano. Brasília, 2013.

SABOYA, Renato. Espaços públicos, disponível em <http://urbanidades.arq.br/2007/06/espacos-publicos/>

DISTRITO FEDERAL (Governo), CODEPLAN. Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD – 2015/2016 – Vicente Pires. Brasília.

VIEGAS-LEE, Camila. High Line Park, disponível em <http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/188/high-line-park-parque-em-no va-york-de-james-155935-1.aspx>




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