r e v i s ta b r a s i l e i r a d e a d m i n i s t r a ç ã o
Ano XXIV • Nº 102 • Setembro/Outubro de 2014
Entrevista
Adm. Luiza Bessa Rebelo acredita no poder de transformação do Administrador
Colunista
Eduardo Pedreira: incessante desejo pelo que não se alcança gera insatisfação crônica
MARCA DA DEMOCRACIA Sistema CFA/CRAs promove eleição para renovar conselheiros federais e regionais. Profissionais de Administração são chamados a participarem
Planejamento em pauta Copa do Mundo eleva discussão sobre o que fez dos alemães os melhores
Boa comunicação como princípio, meio e fim Problemas entre emissor e receptor freiam carreira e
9 771517 200009
00102
atrapalham negócios
R$ 9,90
Das cerca de 90 iniciativas inovadoras brasileiras, apenas 12 são realmente dedicadas à inovação
O Sistema CFA/CRAs lança uma rádio para você, Profissional e Estudante de Administração A Rádio ADM é a rádio online do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs). Acesse e acompanhe tudo sobre a sua profissão e mais: música e informação de qualidade 24 horas por dia 7 dias por semana. Sistema CFA/CRAs em busca da excelência profissional.
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Editorial
Escolha democrática
A
renovação é necessária e salutar. Oxigena o ambiente com nova energia, novas ideias e promove o desenvolvimento. E a maneira mais indicada e democrática para fazer a escolha de representantes é por meio de eleição. No dia 15 de outubro o Sistema Conselhos Federal e Regionais de ADM. SEBASTIÃO LUIZ Administração (CFA/CRAs) DE MELLO vai realizar o seu pleito para Presidente do CFA eleger os novos conselheiros. O processo é aberto aos Administradores e Tecnólogos em Administração aptos a votar (adimplentes até o dia 1º de agosto de 2014), e com isso exercerão sua cidadania profissional contribuindo com a profissão. A importância do voto de cada profissional de Administração é indiscutível, pois o Sistema CFA/CRAs é o reflexo do profissional, ele representa a classe e, por isso, a escolha dos conselheiros deve ser tratada com seriedade, atenção e cuidado. O peso da eleição de outubro, mesmo mês em que os brasileiros escolherão o presidente da República, os governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais que irão comandar o País na próxima legislatura, mereceu ser o tema principal da presente edição da Revista Brasileira de Administração (RBA). A matéria de capa foi elaborada com a pretensão de instruir e resolver dúvidas comuns em torno do processo eleitoral. E nem só de eleição se faz a 102ª RBA. A revista foi preparada com todo o cuidado para informar e entreter os seus leitores. Por exemplo, qual é o profissional que não está preocupado em se comunicar e receber informações? É possível crer que o “não” serviu de resposta para poucos. A grande maioria reconhece, ou pelo menos deveria reconhecer, que a comunicação eficaz e assertiva é um diferencial. Do contrário, a falta de conexão entre emissor e receptor, a dificuldade de estabelecer foco ao transmitir uma mensagem e o descomprometimento com a informação causam sérios problemas. A preocupação em trabalhar com pautas identificadas com o cotidiano do Administrador é evidente. Falar sobre
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rba | revista brasileira de administração
o contexto que envolve a tomada de decisão é lidar diretamente com parte prática da profissão. Quando a pessoa decide sobre algo, ela leva em conta a situação, seus conhecimentos e experiências contabilizados durante toda a vida e também sofre influências de fatores externos. Conhecer um pouco mais sobre o assunto pode ajudar. O desempenho da Seleção Brasileira de futebol na fatídica partida frente à Alemanha, pela fase semifinal da Copa do Mundo de 2014, serve de pano de fundo para uma discussão pertinente ao mundo da Administração: os riscos inerentes à falta de planejamento e os cuidados que devem ser dedicados à equipe para evitar os efeitos negativos do desequilíbrio emocional e da falta de entrosamento. Um dia, o período dedicado à graduação acaba. O que fazer? Reportagem expõe como anda o mercado sob o ponto de vista dos recém-formados em Administração. Esse momento de transição, quando o acadêmico ganha o mundo real dos profissionais, da labuta diária em empresas, indústrias, repartições públicas, existem muitos caminhos a serem seguidos e estar bem preparado, não deixando de se preocupar com a continuidade dos estudos para estar sempre atualizado, é uma condição básica. A seção de entrevista traz o exemplo da Administradora que persegue seus objetivos e acumula boas experiências para passar aos colegas de profissão e acadêmicos. Luiza Bessa Rebelo hoje atua na Escola de Serviço Público Municipal (ESPI) de Manaus, no Amazonas, com o objetivo de qualificar os trabalhadores de feiras e mercados, de Reservas de Desenvolvimento Sustentável e camelôs que pretendem se tornar microempreendedores. O conteúdo compartilhado entre RBA e HSM Management traz matéria a respeito do foco das iniciativas inovadoras no Brasil. Identificadas, das cerca de 90 ações existentes no País, apenas 12 são realmente dedicadas à inovação. Porém, também foi identificado que o ambiente é favorável para o desenvolvimento do setor. Isso já serve de alento. Ao folhear a edição 102 da RBA você vai se deparar com muito mais conteúdo do que foi citado aqui. Fique à vontade, leia, se informe, se entretenha. Boa leitura!
Tecnólogo em Administração Deixe a informação chegar até você.
Atualize seus dados cadastrais Ao manter seus dados atualizados você ficará bem informado sobre capacitação profissional, carreira, eventos, cursos e as ações que o Sistema CFA/CRAs está desenvolvendo em prol da valorização profissional.
Seja o profissional de Administração que o mercado procura Procure o seu Conselho Regional de Administração e atualize seus dados. Acesse o portal www.cfa.org.br e confira o endereço do CRA
Sumário Ano XXIV • Nº 102• SETEMBRO/OUTUBRO DE 2014
ENTREVISTA
CARREIRA
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32
Professora com larga experiência
A conclusão do curso universitário em
A boa comunicação ainda é um dos
profissional, a Adm. Luiza Bessa
Administração coincide com o início
grandes entraves das relações huma-
Rebelo aponta, em entrevista para a
de um período de dúvidas, de autoava-
nas, seja em âmbito pessoal ou orga-
Revista Brasileira de Administração
liação, sobre qual é o melhor caminho
nizacional. E o fato de se comunicar
(RBA), que, se o Administrador pode
para marcar o começo do exercício da
de forma assertiva pode contribuir
transformar a vida de uma organi-
profissão. As opções são as mais varia-
com o ambiente de trabalho e para
zação, também pode fazer o mesmo
das e o importante é estar bem prepa-
a obtenção de melhores resultados
pela sociedade.
rado para os desafios.
dentro da empresa.
Administrador tem capacidade para realizar transformações
Fim da graduação. Hora de ir para o mercado de trabalho
Importância de se fazer entender e ser compreendido
LEITOR | 08
ARTIGOS
CONSELHO | 44
16
ADM. LEANDRO VIEIRA
24
EDUARDO PEDREIRA
CONEXÃO | 48
Vamos mudar o mundo?
Os três “Rs” da satisfação
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COMUNICAÇÃO
rba | revista brasileira de administração
revista brasileira de administração
CAPA
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Sistema CFA/CRAs realiza eleições para conselheiros 15 de outubro, poucos dias depois de os brasileiros irem às urnas para escolher o presidente da República, os governadores de estados, senadores, deputados federais e deputados estaduais que irão exercer o mandato na próxima legislatura, o Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs) vai promover a eleição para os seus novos conselheiros. A participação dos Administradores e Tecnólogos em Administração é fundamental para o processo eleitoral.
36
49
54
Levantamento aponta que, das cerca
Em todos os níveis gerenciais, as deci-
Os chás trazem em si uma tradição de
sões são tomadas. E o que está por
que vão proporcionar relaxamento,
trás das opções que são feitas? Vários
cura de certos males, mas é importante
fatores, internos e externos à pessoa,
estar atento ao que cada tipo de ingre-
Porém, o ambiente está propício para
agem no momento da decisão para
diente pode realmente provocar em
melhorar tal realidade.
minimizar riscos.
quem está ingerindo.
HSM: Qual é o mapa da mina brasileiro? de 90 iniciativas inovadoras existentes no Brasil, apenas algo em torno de 12 são realmente dedicadas à inovação.
Decisões não estão fora de contexto
Chás ajudam mais a quem os conhece
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Aula sobre comO alcançar a vitória Não foi por acaso que a seleção alemã de futebol conquistou o título da Copa do Mundo de 2014. Deixando de lado o folclore da “caixinha de surpresas”, a vitória deve ser compreendida pelo lado do planejamento.
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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LEITOR
As mensagens para a RBA podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília/DF, CEP 70070-932, e-mail: rba@cfa.org.br ou fanpage: facebook.com/cfaadm
Venho, por meio deste, parabenizar a RBA pela sua 100ª edição. Mais um número alcançado, mais uma marca registrada desta conceituada revista de Administração, que faz o Administrador refletir e interagir sobre diversos temas e demais colegas Administradores. Parabéns!” Adm. Rogério N. Aguilar
Mais uma vez, a RBA está de
Ainda estou lendo os artigos da RBA 100. Todos, pela amplitude dos
parabéns.
assuntos tratados, são de suma importância para o Administrador
Estou lendo a edição 101 e as
refletir sobre a realidade socioeconômica do Brasil. O artigo assinado
matérias contribuem
pelo professor Eduardo Pedreira, denominado “Sobre os Chefes
para o meu crescimento
Idiotas”, prendeu muito a minha atenção, pois, pela modesta experiência
profissional.
que tenho na seara da administração pública, ainda há muitos rudes e mal-
João Carlos Silva
educados ocupando funções gestoras, prejudicando a criatividade e a boa iniciativa de pessoas que têm competência para contribuir e participar do desenvolvimento do nosso país. Jackson Gomes
Gostaria de parabenizá-los pelo sucesso da revista, ela melhora a cada edição. Phelype Malheiros Ribeiro
ERRATA Na página 27 da edição 101 da Revista Brasileira de Administração (RBA), logo no início do texto da matéria de capa sobre as eleições no Brasil, onde se lê “depois” deveria estar escrito “antes”. Portanto, o correto é: “Em 1821, somente um ano ANTES da Independência...”. A equipe de redação da RBA pede desculpas pelo equívoco cometido.
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rba | revista brasileira de administração
Leitor da RBA, mantenha sempre o seu endereço atualizado. Se houver qualquer alteração, encaminhe-a para rba@cfa.org.br ou pelo telefone: (61) 3218-1818.
EXPEDIENTE
Editor | Conselho Federal de Administração Presidente | Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente | Adm. Sergio Pereira Lobo CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2013/2014 Adm. João Coêlho da Silva Neto (AC) • Adm. Armando Lobo Pereira Gomes (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM) • Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA) • Adm. Francisco Rogério Cristino (CE) • Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF) • Adm. Hércules da Silva Falcão (ES) • Adm. Dionízio Rodrigues Neves (GO) • Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA) • Adm. Alaércio Soares Martins (MT) • Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS) • Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG) • Adm. Aldemira Assis Drago (PA) • Adm. Lúcio Flávio Costa (PB) • Adm. Sergio Pereira Lobo (PR) • Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE) • Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI) • Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ) • Adm. Ione Macedo de Medeiros Salem (RN) • Adm. Valter Luiz de Lemos (RS) • Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO) • Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR) • Adm. José Sebastião Nunes (SC) • Adm. Silvio Pires de Paula (SP) • Adm. Adelmo Santos Porto (SE) • Adm. Renato Jayme da Silva (TO) CONSELHO EDITORIAL Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero • Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
Recebi o exemplar que faltava e já estou entretida na leitura prazerosa das outras novas edições. Parabéns pelo pronto atendimento. Isto é qualidade!” Carla Mutti
Sou graduado em Administração e registrado no CRA-MG, possuo Certificado Ambina CPA-10 e recentemente me pós-graduei com a MBA Inteligência e Estratégia em Negócios. Já são duas as edições que recebo da RBA e me apaixonei pela revista. Cito aqui um destaque que, para mim, é essencial para todas as empresas e que a revista consegue trazer ao leitor: modernidade. Sugiro à RBA que faça uma reportagem sobre o assunto “Cooperativa de Crédito”, mostrando aos meus amigos Administradores este oceano vermelho a ser navegado mediante os oceanos azuis. Despeço-me com um forte abraço e fico à disposição. Adm. Eloézio Manassés – MBA/Especialista em Negócios Resposta: Agradecemos pelo feedback, Adm. Eloézio, e encaminharemos sua sugestão para o Conselho Editorial da RBA.
CONSELHO DE PUBLICAÇÕES Adm. João Coêlho da Silva Neto • Adm. Gilmar Camargo de Almeida • Adm. José Sebastião Nunes • Adm. Renato Jayme da Silva • Adm. Francisco Rogério Cristino COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS EDITORIAL E DE PUBLICAÇÕES Adm. Adelmo Santos Porto PRODUÇÃO Coordenação Editorial: Straub Design • Diretor Executivo: Adm. Wilgor Caravanti • Editor–Chefe: Francisco José Z. Assis • Diretor de Criação: Ericson Straub • Diretor de Arte: Fernando Ratis • Redação: Adriana Franco, Ana Graciele Gonçalves, Cinthia Zanotto, Mara Andrich, Nájia Furlan • Revisão: Mônica Ludvich • Diagramação: Fernando Ratis e Thaís Pacheco • Impressão: Plural Indústria Gráfica • Tiragem: 120 mil exemplares REPRESENTAÇÃO COMERCIAL Conecta Marketing Direto (Wladimir Reis) Tel.: (11) 98969-6075 E-mail: publicidade@cfa.org.br ASSINATURAS E-mail: rba@cfa.org.br | Portal: www.revistarba.com.br Telefone: (61) 3218-1818 | Fax: (61) 3218-1833 A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração sob a responsabilidade da Câmara de Desenvolvimento Institucional, Conselheiros: Adm. Adelmo Porto, Adm. Dionizio Neves e Adm. Carlos Augusto, e da coordenadora técnica RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA. *Todas as imagens não creditadas são de propriedade do banco de imagens Shutterstock. A RBA é certificada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) como de circulação controlada de conteúdo dirigido
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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ENTREVISTA POR_Mara Andrich
“Há sempre a
oportunidade de refazer” A professora ADMINISTRADORA Luiza Bessa Rebelo acredita que se o Administrador pode transformar a vida de uma organização, também pode fazer o mesmo pela sociedade
A
tuando na Escola de Ser-
Apesar do grande número de atri-
Luiza Bessa Rebelo (LBR): A
viço Público Municipal
buições, Luiza continua escrevendo
missão da Escola de Serviço Público
(ESPI) de Manaus, no
artigos e ministrando palestras na
Municipal (ESPI) é capacitar os servi-
Amazonas, a Administradora Luiza
área de Gestão Pública, sendo que
dores da Prefeitura Municipal de
Bessa Rebelo tem uma longa experiên-
é mestre em Administração Pública
Manaus e os agentes públicos e polí-
e doutora em Engenharia de Produ-
ticos do município, bem como gerenciar
ção. Além disso, já atuou em consul-
os programas de inclusão socioeduca-
torias nas áreas de RH, Estratégia,
cional sob a responsabilidade muni-
Metodologia de Pesquisa e, claro,
cipal. A ESPI é vinculada à Secretaria
Gestão Pública.
Municipal de Administração e Plane-
cia em diversas áreas da Administração. A ESPI é vinculada ao governo municipal e tem como objetivo qualificar os trabalhadores de feiras e mercados, de Reservas de Desenvolvimento Sustentável, dos camelôs que pretendem se tornar microempreendedores e outros agentes públicos. Luiza também teve grande experiência acadêmica, pois atuou em vários cargos
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Conheça um pouco mais sobre esta Administradora que nunca para e que, acima de tudo, acredita no poder de transformação de sua profissão.
interno da máquina pública municipal cerca de 30 mil servidores. Em âmbito externo municipal atende os permissionários da Prefeitura compreen-
na Universidade Federal do Amazonas
REVISTA
DE
dendo a qualificação e requalificação
(UFAM) e ainda avalia cursos de
ADMINISTRAÇÃO (RBA): Qual a
dos trabalhadores de feiras e mercados,
Administração do país dentro do Insti-
proposta da Escola de Serviço Pú-
dos moradores de Reservas de Desen-
tuto Nacional de Estudos e Pesquisas
blico Municipal (ESPI), na qual a
volvimento Sustentável (RDS), dos
Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
senhora atua? Por que a senhora
camelôs na transição para a categoria
(órgão do Ministério da Educação).
ingressou nela?
de microempreendedores individuais
rba | revista brasileira de administração
BRASILEIRA
jamento (SEMAD) e atende no âmbito
Foto: Divulgação SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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Entrevista e demais agentes públicos que ofereçam
PROADM, assessora do Reitor, coorde-
entanto, continuo escrevendo artigos e
serviços sob a chancela municipal. A
nadora do Comitê de Gestão da UFAM,
ministrando palestras em instituições
ESPI também gerencia os programas de
pró-reitora de Planejamento e vice-
de ensino especialmente voltadas para
inclusão socioeducacional de responsa-
diretora eleita da Faculdade de Estudos
a Gestão Pública. Na área do ensino de
bilidade da Prefeitura de Manaus, que
Sociais, no período 2009-2012, da qual
Administração na UFAM, desenvolvi
compreende o Programa Bolsa Univer-
o Curso de Administração faz parte.
fortemente expertise nos campos da
sidade, Bolsa Idiomas, além da Bolsa
Gosto muito de destacar que desde 2001
Administração Universitária, da Gestão
Pós-Graduação, que está em elabo-
sou avaliadora ad hoc do INEP e nessa
ração (deverá estar em funcionamento
tarefa que me dá enorme satisfação
de Pessoas e do Planejamento Estra-
em 2015). São programas que incluem
pessoal e profissional avalio cursos de
pessoas socialmente fragilizadas econo-
Administração em todo o Brasil (neste
micamente em ensino de graduação e
momento, estou me deslocando para
em idiomas (espanhol e inglês).
São Paulo para proceder uma avaliação
RBA:
Que
mudanças
a
senhora
de um curso de Marketing). Entre o
LBR: Já pudemos vivenciar grandes mudanças assentadas em valores como transparência, probidade e qualidade na gestão pública, expressos no Planejamento Estratégico 2014-2016, que foi elaborado com a participação de todos os colaboradores. RBA: O que a ESPI tem de ligação com a sua história profissional? Nos conte um pouco sobre sua trajetória. LBR: Trabalho na ESPI desde 1º de janeiro de 2013, a convite do prefeito Arthur Virgílio Ribeiro Neto, à época
O Administrador de hoje deve trazer em sua ‘mochila’ um conjunto de informação e de formação que possibilite o direcionamento de uma sociedade estruturada em valores como ética, responsabilidade, transparência e qualidade na gestão”
municipal. Mas a minha história profissional tem estreita ligação com a vida e a produção acadêmicas, com vínculo profissional com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Nessa instituição permaneci cerca de 34 anos e me aposentei, após ter exercido – além do magistério no curso de Graduação em Administração – algumas funções administrativas como: diretora do Departamento de Pesquisa/PROPESP, diretora
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de
Recursos
Humanos/
rba | revista brasileira de administração
tanto em âmbito de graduação quanto da pós-graduação lato e stricto sensu. São inúmeras as turmas em que ministrei aulas e em que pude ser orientadora Aliada a essa função, atuei também em consultorias e prestação de serviços nas áreas de RH, Estratégia, Metodologia da Pesquisa e Gestão Pública. RBA: Por que decidiu buscar a carreira de Administradora? LBR: Entendo a profissão do Administrador como um campo com grande espaço de crescimento, embora seja o curso com maior número de alunos no Brasil. Penso que há espaço considerável para o Administrador que gere resultados concretos para as organizações públicas e privadas, para o Administrador com forte densidade teórica e
em que foi eleito, depois de haver trabalhado na transição da troca de governo
dologia da Pesquisa. Nessas áreas atuei
de monografias, TCCs e dissertações.
implantou neste um ano e meio em que está à frente da escola?
tégico, além de gosto no trato da Meto-
período da aposentadoria (final de 2011) e a vinda para a Prefeitura de Manaus em 2013, estive como professora de Planejamento Estratégico do Mestrado de Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos da Universidade do Estado do Amazonas (onde permaneço como voluntária), bem como assumi a função de coordenadora do Núcleo de Aprendizagem em Tecnologias Educa-
com foco na práxis e que atue na transformação, na inovação de práticas que tenham repercussão na sociedade como um todo. O Administrador de hoje deve trazer em sua “mochila” um conjunto de informações e de formação que possibilite o direcionamento de uma sociedade estruturada em valores como ética, responsabilidade, transparência e qualidade na gestão.
cionais da Faculdade Martha Falcão.
RBA: A senhora acredita que o mercado
Tive que me afastar dessas funções para
de trabalho para o Administrador é
assumir a Diretoria-Geral da ESPI. No
promissor?
Foto: Divulgação
LBR: O cenário da profissão do Administrador ainda é promissor no Brasil, mas a configuração é outra para esse profissional, sendo-lhe exigida uma postura mais proativa diante do contexto social que lhe permita ser um gerenciador de situações emergentes diante de um mundo em contínua mudança. A sociedade como um todo ainda é bastante carente de profissionais capazes de organizar adequadamente as estruturas organizacionais das instituições públicas e privadas, mas que tenham ainda a sensibilidade para identificar qual o objetivo disso tudo, em que isso impacta na melhoria da qualidade de vida das populações. E isso os currículos atuais dos cursos de Administração no Brasil têm
é outro e isso as escolas de Admi-
ou se faz isso nas escolas de Admi-
nistração vêm procurando oferecer,
nistração, ou teremos fortes levas de
mas ainda está um pouco aquém do
desempregados ou de subempregados
exigido por este mundo globalizado e
portadores de diplomas em nossa área.
procurado responder ao se proporem
de mudanças velozes e contínuas.
a formar um profissional que dê
RBA: A senhora acredita que a
nharia de Produção. Por que resolveu
academia está devidamente alinhada
seguir este caminho? A senhora atua
ao mercado profissional?
nesta área?
LBR: Cursar o Mestrado em Adminis-
LBR: Meu doutorado em Engenharia
tração Pública na renomada Escola
de Produção na Universidade Federal
Brasileira de Administração Pública
de Santa Catarina só veio a somar na
da FGV/RJ representou um marco em
minha carreira profissional de docente
minha carreira profissional. Foi nessa
e de Administradora. A Engenharia
renomada instituição que pude conso-
de Produção se ocupa dos processos e
lidar meu arcabouço teórico, no qual se
dos fluxos produtivos tanto em âmbito
assentam minhas crenças profissionais
de bens quanto de serviços. Ou seja, o
e pessoais, o qual se pauta por desen-
processo produtivo não se restringe
volver a competência técnica do profis-
somente à produção de bens, mas
sional de Administração em forte arti-
seus conceitos podem ser aplicados
culação com a competência política.
também à produção de serviços. E foi
Essas dimensões juntas podem apre-
nesse campo que me inseri ao esco-
sentar um profissional comprometido
lher a área de Gestão de Negócios, com
com o seu tempo e com as mudanças
especialidade em Estratégia. Minha
que daí advêm. E essa junção da compe-
tese formulou um modelo de Estratégia
tência técnica com a competência
baseado na Teoria da Complexidade
política que o mercado exige ainda é
capaz de dar conta de analisar tanto as
um quadro que a Academia está em
estratégias organizacionais planejadas
processo de busca e preparação. Mas
quanto as estratégias que emergem
penso que não dá para fugir desse perfil:
da dinâmica societal. Os modelos
respostas rápidas e que sejam dotados de forte viés humanístico. A sociedade demanda profissionais de Administração em todos os campos no âmbito da Administração como: Recursos Humanos,
Marketing,
Estratégia,
Produção, Custos, Finanças, Comércio Exterior,
Qualidade,
Organização,
Sistemas e Métodos, Comportamento Organizacional, entre outras. Basta abrir um caderno de empregos nos jornais de grande circulação que se pode constatar essa demanda. No entanto, nas especificações profissionais dos processos de recrutamento e seleção estão destacadas as exigências da proatividade, flexibilidade, ser no mínimo bilíngue, ter disponibilidade para viajar e atuar em diversas partes do mundo, ter domínio de sistemas de informação, além das especificações técnicas que o cargo exige nas diversas áreas de especialidade de Administração. Ou seja, o perfil demandado
RBA: A senhora é doutora em Enge-
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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Foto: Divulgação
Entrevista
tradicionais de análise da estratégia só dão conta de analisar aquilo que foi previamente pensado e planejado pelas organizações, perdendo-se com isso a riqueza que advém das transFoto: Divulgação
formações que fervilham em um mundo de mudanças velozes e contínuas. O modelo que formulei vai além ao dar conta das dimensões internas e externas da organização. Penso que isso é uma contribuição às teorias organizacionais pela proposta de lidar com o emergente, o fortuito e o aleatório. RBA: A senhora fez Mestrado em Administração Pública. Por que escolheu essa área? LBR: No mestrado em Administração Pública na FGV pude solidificar a
nacional de Estado em várias áreas da
das ações. Há forte descrença por parte
sociedade: na política industrial, na
da população nos gestores públicos por
logística de transporte de bens e servi-
virem historicamente governando para
ção, tanto no âmbito da gestão empre-
ços, na educação que dê suporte a esse
interesses de grupos ou interesses pró-
sarial quanto no âmbito da gestão pú-
processo de transformação mundial,
prios. Mas este é o momento de tomada
blica. A função do Administrador só se
na política habitacional que possibilite acesso à casa própria, na política
de consciência de que devemos eleger
completa quando ele se compromete não só com as dimensões da eficiência
de emprego e renda, na política de se-
(fazer o que é certo com racionalida-
gurança pública, entre outras grandes
de), da eficácia (atingir os resultados
questões que preparam a sociedade
delineados), mas especialmente da
para que seja desenvolvida e consoli-
efetividade (qual o impacto e benefício
dada. Vejam bem que estamos falando
na vida da sociedade como um todo).
de Administração, de Gestão, e isso é
crença de que a profissão do Administrador caracteriza-se sobremaneira por ser a de um agente da transforma-
RBA: Como Administradora tão atuante e mestre na área de Administração Pública, como a senhora vê o
14
conosco mesmo, os que se prepararam para gerir as organizações públicas e as empresariais, não?
gestores éticos, probos, com forte viés social, mas com os “pés no chão” em relação aos problemas econômicos. Vejo a necessidade de eleger gestores e parlamentares que tenham a causa pública como expressão e crença de vida. Não é fácil? Penso que não também! Mas, se a sociedade foi tecida de um jeito torto pela mão do homem, ela também pode ser tecida de uma forma correta e ina-
cenário político-econômico hoje do
RBA: E ainda há um agravante: esta-
nosso país?
mos em ano de eleições!
LBR: Expresso uma grande preocupa-
LBR: Sim, esse contexto remete ao ano
ção com os rumos que o tecido social
eleitoral em que estamos vivendo, re-
qual os gols são a favor da população, da
e econômico do país vem tomando.
mete à nossa responsabilidade de ele-
sociedade como um todo. Pode-se pen-
Penso que há carência na formulação
ger governantes comprometidos com
sar numa sociedade menos desigual,
de estratégias de longo prazo que pos-
a mudança, com a gestão macrossocial,
com acesso democrático às oportuni-
sam dar envergadura a uma política
com a causa pública, com a efetividade
dades de uma vida digna e honrada.
rba | revista brasileira de administração
tacável pela mão desse mesmo homem! Ou seja, a bola está conosco e podemos jogar um jogo diferente, um jogo no
A função do Administrador só se completa quando ele se compromete não só com as dimensões da eficiência (fazer o que é certo com racionalidade), da eficácia (atingir os resultados delineados), mas especialmente da efetividade (qual o impacto e benefício na vida da sociedade como um todo)” RBA: Que mensagem a senhora deixaria
Luiza Maria Bessa Rebelo
para os Administradores? LBR: Ser graduada em Administração e atuar no magistério no campo da
- Registrada no Conselho Regional de Administração do Amazonas (CRA-AM)
formação em Administração sempre
sob o número 1-177.
me trouxeram grande alegria e satisfação. Na profissão de Administradora e professora do curso de Administração
- Diretora-geral da Escola de Serviço Público Municipal (ESPI), órgão vinculado
pude ter plena realização profissional
à Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Gestão (SEMAD), da
por enxergar neste âmbito a possibili-
Prefeitura Municipal de Manaus, desde 2012.
dade de transformação social e, sobretudo, por entender que a Administração pode ser o fio condutor de uma sociedade mais justa e organizada. Tornei-me Administradora por estar convencida de que esta profissão pode e gera estruturas sociais mais dinâmicas e integra-
- Graduada em Administração pela Universidade Federal do Amazonas (1976), mestrado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas/RJ (1984), doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004) e pós-graduada em Recursos Humanos e em Produção de Material para Educação a Distância.
das, desde que se usem as ferramentas adequadas que a área oferece. Expresso minha crença de que devemos tomar nossos destinos nas nossas próprias mãos e fazer um mundo melhor e mais solidário. Por isso, reforço minha igual
- É professora associada III da Universidade Federal do Amazonas (1978-2011) e professora adjunta da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Faculdade Martha Falcão, desde 2012. Foi diretora de Pesquisa/PROPESP, diretora de Recursos Humanos e pró-reitora de Planejamento da UFAM. Foi coordenadora administrativa de pós-graduação lato sensu/FES da Universidade Federal do Amazonas
crença na nossa profissão do Adminis-
(2008-2010). É professora de programas de lato sensu da Universidade Federal do
trador, que transforma a vida das orga-
Amazonas e foi vice-diretora eleita da Faculdade de Estudos Sociais da Universida-
nizações e, com isso, pode transformar
de Federal do Amazonas (2008-2012). Tem experiência na área de Administração,
a vida da sociedade. Se cada organiza-
com ênfase em Gestão de Pessoas, atuando principalmente nos seguintes temas:
ção pública ou privada for gerencia-
Polo Industrial de Manaus, estratégia, planejamento e controle da produção, for-
da de modo republicano, com ética e
mação de estratégias e administração pública. Avaliadora ad hoc das principais re-
transparência, pode-se ter uma vida em sociedade harmônica e igualitária. Sonho? Pode ser (...), mas não vivo sem os sonhos, sem a esperança de que se até hoje as coisas foram erradas há sempre
vistas de Administração e Engenharia de Produção, no Brasil. Avaliadora de cursos e institucional do INEP desde 2001. Professora da Faculdade Martha Falcão (AM) desde fevereiro de 2012, sendo responsável pelo Núcleo de Qualidade em Práticas Pedagógicas. Professora adjunta da Universidade do Estado do Amazonas desde agosto/2012, atuando no Mestrado de Segurança Pública.
oportunidade de um refazer (...). Continuo tendo sonhos e fazendo projetos de curto, médio e longo prazos, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Estou na estrada!
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OPINIÃO
Vamos mudar
o mundo? Dizem por aí que não podemos mudar o mundo. Em contrapartida, nunca se falou tanto em como o mundo vem mudando em um ritmo tão veloz
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rba | revista brasileira de administração
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
A
posto o que você quiser.
mais significativos. Da próxima vez
“coletivo inteligente”. Essa atividade
Em algum tempo da sua
que alguém lhe disser que você não
foi – e continua sendo – fundamen-
vida você já teve o desejo
pode mudar o mundo, não dê ouvidos.
tal na minha formação profissional,
de mudar o mundo, de transformar
O mundo está sempre mudando, e eu,
pessoal e intelectual de maneira ge-
a realidade à sua volta e de deixar a
você e todos nós afetamos e somos
ral. Participar de grupos de discussão,
sua marca por aqui. Acertei? Lá pelas
afetados por essa contínua mudança.
comunidades e páginas do Facebook
de que essa é uma tarefa impossível e que você não pode mudar o mundo. E aí você se deu conta de que a Terra gira independente da sua presença, que você é só mais um nesse balaio de gatos e que deve cuidar da sua própria vida antes de querer cuidar da dos demais. Acertei de novo? Pois é. Dizem por aí que não podemos mudar o mundo. Em contrapartida, nunca se falou tanto em como o mundo vem mudando em um ritmo tão veloz. Gestão da Mudança virou, inclusive, uma disciplina exclusiva dentro da Administração. O grande paradoxo dos tempos atuais é que, ao mesmo tempo em que querem convencê-lo de que
Querer mudar o mundo é um desejo saudável e totalmente necessário. Quer saber mais? As melhores empresas, como o Google, procuram identificar justamente essa característica em seus processos de seleção. Eles desejam atrair gente que quer fazer a diferença – e é assim que, de fato, eles fazem a diferença.
formas diferentes de se construir conhecimento – algo que a simples frequência às aulas tradicionais não alcança, e não chega nem perto. Se conseguirmos estimular isso de alguma forma, estaremos contribuindo para a formação de pessoas melhores, pessoas que serão melhores em suas organizações e organizações que se-
Particularmente, quando tive a ideia de
rão melhores em nosso mundo.
lançar o Administradores.com, vislum-
Pode até parecer um discurso idealista,
brei a possibilidade de contribuir para o avanço da área de Administração em nosso país. Dez anos depois, essa ideia inicial se transformou em um veículo de difusão e troca de conhecimentos que atinge mais de 4 milhões
você não pode mudar o mundo, exigem
de pessoas por mês.
que você seja um profissional flexível
Sempre tive total consciência de que
e adaptável a – pasmem! – mudanças.
e escrever artigos, por exemplo, são
as redes sociais, os grupos de discus-
Ora, as coisas mudam porque as pes-
são e os sites especializados geram
soas mudam. Alguém dá um passo à
possibilidades imensas e concretas de
frente e os outros vêm depois. Somos
crescimento. Cada vez que alguém se
todos agentes de mudança, tenha-
debruça sobre uma discussão e exer-
mos consciência ou não. O legal é que
cita sua capacidade de argumentar e
quando nos damos conta disso, nosso
expor opiniões, cresce um pouquinho.
papel se torna muito mais relevante –
É algo que nos aproxima do que o filó-
e os impactos das nossas ações, muito
sofo tunisiano Pierre Lévy cunhou de
utópico, uma luta contra os moinhos, mas é a forma que encontrei de atirar as estrelas de volta ao mar – e de trazer mais pessoas para essa caminhada. E você, o que tem feito para mudar o mundo? Foto: Arquivo pessoal
tantas, alguém tentou convencê-lo
ADM. LEANDRO VIEIRA, criador do Administradores.com e autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus/Elsevier)
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CARREIRA POR_MARA ANDRICH
E agora? Após o término da graduação inicia-se um período de autoavaliação e dúvidas sobre qual caminho seguir. Existem muitas estradas, basta estar preparado e se atualizar sempre para seguir nelas de forma satisfatória
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rba | revista brasileira de administração
análise da administração financeira
dores registrados no Siste-
ou do RH de uma corporação.
ma CFA/CRAs vem cres-
cendo a cada ano. Para se ter uma ideia, em janeiro deste ano já eram mais de 340 mil profissionais no país, somente na categoria pessoa física, sem contar os registrados como pessoa jurídica.
O Comércio Exterior é outra área em que o Administrador pode atuar. Nessa área, o Administrador poderá administrar e planejar negociações com empresas internacionais.
Mas em que áreas tanta gente atua?
Já na área de Logística, o profissional
Será que existe mercado de trabalho
irá cuidar da produtividade da empresa,
para todos? Esses dois questionamen-
passando por todos os pontos de venda
tos levam a duas respostas. A primeira
do produto. Para isso, quem trabalha
é: há opções. E muitas.
com logística deve elaborar e desenvol-
Todos sabem que o Administrador é o profissional que coordena todos os
Foto: Divulgação
A
quantidade de Administra-
ver novas formas de organizar fluxos de compra e estoque de produtos.
Adm. Pedro Henrique Costa, tutor em Educação a Distância
A possibilidade de criarem novas startups de produtos ou serviços, trabalhar no seu negócio, com horários, rotinas e funções acaba sendo o caminho de muitos jovens, principalmente aqueles da geração Y”
aspectos de uma empresa, desde a or-
O profissional da Administração tam-
ganização de funcionários até o desen-
bém pode se especializar em Marketing
volvimento de estratégias de mercado
e estudar as necessidades dos clientes
específicas para aquela marca. Mas no
e, consequentemente, desenvolver pro-
que, afinal, ele poderá desempenhar
dutos e serviços que possam atendê-lo.
melhor os seus conhecimentos?
Na opinião do tutor em Educação a
Ingressar no mercado formal (em-
Distância Adm. Pedro Henrique Cos-
presas nas quais podem entrar por
ta, os concursos públicos e trainees
meio de trainees, por exemplo),
têm tido bastante procura por parte
prestar concurso público ou abrir
dos Administradores. “Mas também
seu próprio negócio são algumas das
há a opção da carreira acadêmica”,
opções. Dentro de uma empresa, por
lembra. Aliás, essa é uma alternati-
exemplo, o profissional pode seguir
va para os recém-formados – ou para
a área da Administração Financei-
quem já está há algum tempo no mer-
ra, talvez, na qual lidará com capital
cado: optar por um mestrado ou MBA.
de giro, lucros, fluxo de caixa, entre
Marcelo Mariaca, do Portal Adminis-
outros. Ou ainda a área de Recursos
tradores e professor da Brazilian Bu-
Humanos (RH) ou Auditoria (na qual
siness School, explica, em artigo pu-
o Administrador acompanha toda a
blicado no site, que os MBAs são mais
documentação da empresa). Junta-
voltados para o mercado profissional
do que ocorre nos Estados Unidos, o
mente com a Auditoria, o Adminis-
do que o mestrado. E o mestrado, por
MBA no Brasil não confere o título
trador também pode trabalhar com a
sua vez, é mais recomendado para
de mestre e só fornece o atestado de
Controladoria, setor em que ele pode
quem quer seguir carreira universi-
conclusão. Mas é muito valorizado
planejar e gerenciar o orçamento da
tária (assim como o doutorado), mas
pelas organizações. Além disso, estão
empresa. De forma semelhante, a
também pode ser bem visto pelos em-
alinhados com o mercado, e por isso
área da Peritagem também envolve a
pregadores de um modo geral. “Os tí-
são tão incentivados pelas empresas.
tulos de pós-graduação contam pontos para os profissionais que buscam fazer carreiras nas empresas, principalmente aquelas que valorizam as áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, afirma. Mariaca explica ainda em seu artigo que, ao contrário
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Carreira
Áreas específicas De acordo com o Guia do Estudante de fevereiro de 2013, o Administrador também pode optar pela área da Administração Esportiva. Neste setor ele vai definir políticas especiais para o esporte. E há ainda a área da Administração Hoteleira, na qual o profissional ficará responsável por flats, parques temáticos, hotéis, pousadas e outros estabelecimentos de turismo. Outras carreiras que o profissional pode seguir, também citadas na publicação, são a Administração Hospitalar e a Industrial. Nesta última, o Administrador deverá cuidar dos processos de produção, estocagem de materiais, distribuição de produtos, supervisão da qualidade desses materiais, entre outras funções (nesse sentido há ainda a
Foto: Divulgação
Administração Rural). Além disso, seJá o empreendedorismo, embora tão divulgado nos dias de hoje, tem seus perigos. Abrir um negócio não é tarefa fácil, já que é preciso ter conhecimento da área, preparar um bom plano de negócios e ter pessoas que possam orientar o trabalho. “A possibilidade de criarem novas startups de produtos ou serviços, trabalhar no seu negócio, com horários, rotinas e funções, acaba sendo o caminho de muitos jovens, principalmente aqueles da
Henrique José Castelo Branco, professor do Centro Universitário Uninter
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rba | revista brasileira de administração
melhante a essa área existe a Gestão de Qualidade, na qual o gestor tem como responsabilidade lidar com processos industriais de venda ou compra de serviços ou mercadorias. Também é do interesse desse profissional cuidar do bem-estar dos funcionários. E sem falar ainda na Administração Pública, outra carreira de grande responsabilidade. Nela, o profissional será responsável por planejar, promover e gerenciar instituições do governo.
geração Y”, afirma o Administrador
O Administrador tem, ainda, a opção
Pedro Henrique Costa. Ele lembra
de cuidar de instituições ligadas ao
ainda que a abertura de franquias é
terceiro setor, como ONGs; e também
uma opção mais segura, no entanto,
a área de Gestão Ambiental (que pode
também merece o devido preparo.
ser desenvolvida em ONGs também).
Pessoas que vão tomar decisões, resolver situações baseadas em liderança organizacional, além de pessoas que saibam gerenciar relacionamentos interpessoais” Teoria e prática O tutor em Educação a Distância, Adm. Pedro Henrique Costa, acredita que alguns estereótipos da profissão ainda imperam, principalmente para aqueles que acabaram de sair da universidade, como a ideia de que o curso de Administração é visto como um curso “sem destino próprio”. Ou seja, o profissional seria “completo”, pois tem a formação pautada em diversas áreas que atendem a toda uma organização, como pareceres, relató-
que a entrada no mercado de trabalho já deve se iniciar dentro da faculdade. Ele garante que a experiência fez diferença em sua vida profissional. “Senti a importância dessa ocupação ao longo de minha formação, foram grandes aprendizados, em que nós,
existentes, existe um número crescente de profissionais. Então, vem a segunda pergunta a ser respondida: existe mercado de trabalho para tanta gente? Para alguns profissionais que atuam
prática os conhecimentos adquiridos
na área, a resposta é não. E mais: da-
em sala de aula, trabalho este sempre
queles que conseguem um lugar ao sol,
acompanhado por professores do
grande parte não sai da universidade
curso que davam orientações. Certa-
preparado adequadamente para en-
mente foi um ganho de conhecimento bastante promissor”, diz. O Administrador acredita que a graduação
planejamento, entre outras, mas infe-
não basta nos dias de hoje e que,
lizmente não consegue realizar todas
ao terminar a universidade, o novo
essas
satisfatoriamente.
profissional deve se autoavaliar e
Justamente por conta da formação,
buscar mais conhecimento. “O Admi-
que peca em alguns pontos. “A falta de
nistrador precisa estar atento ao que
experiência prática na universidade
o mercado necessita, como também
acaba sendo um empecilho”, comenta.
estar preparado para estas novas
Já as empresas juniores, ainda dentro
Apesar da grande quantidade de áreas
estudantes, pudemos aplicar na
rios, planos, projetos, estudos, análise,
funções
Espaço
frentar as agruras do mercado exigente e competitivo. Essa é a opinião da Administradora e profissional de Recursos Humanos Adriana Pacheco. Para ela, essa situação acontece em todos os setores, e não somente na Administração, e se deve ao fato de que as empresas não buscam mais apenas
exigências”, observa.
das universidades, têm como objetivo principal o crescimento pessoal e profissional do estudante e o preparo dele para o mercado de trabalho, além de uma oportunidade para o Administrador iniciar sua carreira. O Administrador Michel Eduardo Prevital, por exemplo, teve essa oportunidade no decorrer de sua graduação e acredita
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Carreira profissionais com uma boa formação, Foto: Divulgação
mas sim, aqueles que saibam – entre outros atributos – lidar com adversidades. “Pessoas que vão tomar decisões, resolver situações baseadas em liderança organizacional, além de pessoas que saibam gerenciar relacionamentos interpessoais”, exemplifica Adriana. Então, somado ao grande número de profissionais, há as exigências do mercado que levam à competição entre os profissionais. Na opinião do professor do Centro Universitário Uninter, Henrique José Castelo Branco, o mercado já
Adm. Adriana Pacheco trabalha na área de Recursos Humanos
É preciso inserir disciplinas que permitam conhecimentos que são cobrados na atuação diária do profissional, além de desenvolver habilidades e competências necessárias para que eles consigam se adaptar às evoluções”
não consegue mais absorver tanta gente. “O desejável crescimento do percentual
cias necessárias para que eles consigam
“subfunções”, pois a economia brasilei-
de brasileiros no curso superior acon-
se adaptar às evoluções”, afirma.
ra é instável e apresenta dificuldades em
teceu, mas não houve um crescimento paralelo e compatível da economia em termos de geração de postos de trabalho”, analisa o professor. Sem falar nos diferentes graus de formação de cada estudante, já que há aqueles estudantes dedicados e mais preparados e aqueles que saem da faculdade sem nenhum preparo para a prática. “E esse desnível é percebido pelo mercado, claro. Então, por meio de bons processos seletivos, é realizada uma peneira e os melhores são captados pelas empresas”, comenta.
ma opinião. Ele acredita que vários diferenciais são exigidos após a graduação. Dessa forma, a universidade tem que procurar se aproximar cada vez mais dessas exigências. “A universidade deve mesclar no aluno não somente a captação do conhecimento, mas também
oferecer bons salários, principalmente para quem acabou de sair da faculdade. Somado a isso, o professor lembra que há aqueles profissionais que não se aventuram em empreender e têm capacidade para isso, mas também aqueles que acabam dando com os burros n´água. Aí entra novamente a necessidade
a capacidade de compreender, avaliar,
da autoavaliação do estudante recém-
sintetizar, analisar e aplicar esse conhe-
formado, além da definição de objetivos
cimento. Ou seja, tornar o aluno não só
de vida. E, como afirma o Administrador
um recebedor de conhecimentos, mas
Michel Prevital, “dedicação, comprometimento, honestidade e diligência na
uso desse conhecimento. Pois é isso que
carreira” são essenciais.
por grandes reestruturações. Um de-
o mercado procura”, opina.
Para ela, um dos grandes equívocos das universidades é a transmissão de conhecimentos específicos, com pouca atualização de materiais, dos métodos e dos professores. E somente isso também não basta. É necessário alinhar a teoria à prática e mudar alguns conceitos. “É preciso inserir disciplinas que permi-
Para o Adm. Pedro Henrique Costa, a boa oratória e a capacidade de influenciar pessoas (liderança) são grandes diferenciais nos dias de hoje. Na sua opinião, as universidades não têm contribuído com a formação do aluno na medida em que não inserem a prática em seus currículos.
tam conhecimentos que são cobrados
O professor Castelo Branco, por sua vez,
na atuação diária do profissional, além
lembra que muitos estudantes que saem
de desenvolver habilidades e competên-
da faculdade acabam desenvolvendo
rba | revista brasileira de administração
Foto: Divulgação
um sujeito centrado e competente no
Assim, as universidades têm passado safio, na opinião de Adriana Pacheco.
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O professor Castelo Branco tem a mes-
Adm. Michel Eduardo Prevital: dedicação, comprometimento, honestidade e diligência na carreira são essenciais.
Realização
Apoio
Co-realização
Patrocínio
Agência Oficial
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OPINIÃO
Os Três
“Rs” da Satisfação
F
reud já nos alertava: somos
no meio, não pendendo particular-
nados e superiores será determinante
seres faltosos! Está sempre
mente para nenhum dos lados.
para aquilo que se chama clima orga-
faltando alguma coisa, um
algo que não se tem, um ideal que como a linha do horizonte se afasta à medida que nos aproximamos. Daí nossa insatisfação crônica, nosso incessante desejo pelo que não alcançamos ainda. É exatamente no nosso trabalho onde experimentamos esta verdade freudiana de maneira evidente. Oscilamos entre satisfação e insatisfação, quase
24
Após inúmeras conversas com profissionais, muitos dos quais meus alunos e alunas na escola de negócios na qual ensino por mais de quatorze anos, observei que as pessoas mais satisfeitas com seu trabalho viviam dentro de uma felizarda equação composta por três “Rs”: relação, reconhecimento e remuneração, nesta exata ordem.
nizacional. Este bom relacionamento acontece principalmente por causa das identificações empáticas. Quando nossa química se ajusta à de outras pessoas e então se estabelece uma ligação de mútuo apreço. É muito bom gostar das pessoas com as quais trabalhamos e sentir igualmente que elas gostam de nós. Porém, mesmo quando este vínculo não se estabelece – afinal não dá nem
numa bipolaridade constante. Isto
Na referida pesquisa o fator número 1 de
para gostar e nem ser “gostado” por
se vê em recente pesquisa feita pela
motivação na carreira é o bom relaciona-
todos – se houver respeito por quem
CATHO com 53.600 profissionais,
mento. Não é de se estranhar, posto que
não simpatizamos, ainda assim a boa
na qual o índice de satisfação com o
o ambiente de trabalho é fruto direto da
relação estará preservada. Sair de casa,
emprego atual – numa escala de 0 a 10
qualidade dos nossos relacionamentos.
enfrentar trânsito, viver sob uma certa
– é de 5,2. O ponteiro da balança está
A relação com nossos pares, subordi-
pressão, tudo isto se torna mais suave
rba | revista brasileira de administração
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
quando a relação é agradável, produ-
reconhecimento e a remuneração não;
zindo satisfação.
outros há que são bem remunerados
Reconhecimento
é
outra
variável
importantíssima desta matemática da satisfação. Poucas sensações são tão gostosas no trabalho quando temos reconhecido o nosso valor. Sentirmonos valorizados é um poderoso energético da nossa ação. Saber que o esforço empregado produziu resultados e por
em ambientes com relacionamentos infernais; ainda existem aqueles que até alcançam reconhecimento, mas a remuneração não está à altura. Há também aqueles que vivem no pior cenário: as relações são horríveis, o reconhecimento inexiste e a remuneração, sem comentários!
isso somos admirados. O reconheci-
Enfim, se você é privilegiado de
mento funciona como uma espécie de
estar trabalhando na confluência
espelho, se a imagem ali refletida faz jus
harmônica desses três produtores
a quem somos, então tudo fica mais fácil.
de satisfação, pare por um instante
O reconhecimento nos resgata da
de almejar o que não tem e valorize
posição de invisibilidade, coloca-
a raridade do que tem. Tome cuidado
nos no radar e nos faz sentir que
com a ideia muito difundida de que
somos importantes e não peças
você não deve estar satisfeito nunca.
descartáveis. Pessoas ficam satis-
Isto, além de muito cansativo, pois
feitas com o seu trabalho quando são
uma quantidade enorme de energia
reconhecidas e valorizadas. Remuneração é o item que se soma aos outros produtores de satisfação. É muito bom viver com uma quantia capaz de produzir paz mental. Um salário compatível com nossas aspirações. O dinheiro é sim uma expressão
é gasta para se alcançar o inalcançável, é também profundamente adoecedor. Se você tem bons relacionamentos, é reconhecido e remunerado à altura, “jogue suas mãos para os céus” e curta a gostosa satisfação de viver sob o poder dos três “Rs”.
do nosso valor dentro das organizasomos, mas certamente diz muito do quanto valemos. É maravilhoso estar trabalhando em um lugar no qual a recompensa vai além de abraços,
Foto: Divulgação
ções. Não é a medida máxima de quem
sorrisos, palavras de encorajamento e se transforma em dígitos na nossa conta bancária. Tanto quanto os relacionamentos e o reconhecimento, o contracheque é fator de satisfação. Infelizmente, é rara a combinação desses três “Rs”. Boa parte das pessoas está trabalhando em lugares nos quais os relacionamentos são bons, mas o
Eduardo Pedreira é professor de Sustentabilidade Corporativa da Fundação Getulio Vargas. É um dos autores do livro “Gestão Sustentável de Negócios”. prof.eduardofgv@terra.com.br
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
25
capa POR_ mara andrich ilustração_ericson straub
Alma
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rba | revista brasileira de administração
Eleições no Sistema CFA/CRAs vão possibilitar a renovação de dois terços dos conselheiros federais e regionais e com uma grande ajuda da tecnologia, já que tudo será realizado pela internet
N
o dia 15 de outubro, mês das eleições presiden-
O plenário do CFA é composto por 27 conselheiros fede-
ciais, o Sistema Conselhos Federal e Regionais
rais. Portanto, neste ano, 18 deles serão renovados. Já os
de Administração (CFA/CRAs) também vai
plenários regionais contam com no mínimo nove conse-
realizar o seu pleito para eleger novos conselheiros. Desta
lheiros. Desta forma, cada Conselho Regional renovará
vez, serão renovados dois terços dos conselheiros federais
também os seus conselheiros regionais. As eleições da
e regionais. Este processo é realizado de dois em dois anos.
diretoria executiva do CFA e CRAs, por sua vez, devem
Os Administradores e Tecnólogos em Administração aptos a votar são aqueles que estavam adimplentes com os CRAs até o dia 1.º de agosto de 2014. Para votar, os profissionais receberão via postal, e-mail ou SMS uma senha que lhes dará o direito de participar do pleito. O voto deverá ser feito pelo site www.votaadministrador.org.br. Até o fechamento desta reportagem, as chapas ainda estavam sendo homologadas pelo CFA. Para verificar o colégio eleitoral, o eleitor também pode fazê-lo pelo site, basta
acontecer no mês de janeiro de 2015, mês em que os novos conselheiros também tomam posse. O Sistema CFA/CRAs é pioneiro em realizar eleições pela internet (a primeira foi em 2008). Naquele ano o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acompanhou o pleito, atestando a credibilidade. Na época também foi realizado laudo de auditoria externa, realizado pela empresa Security Labs Research Inteligence, que garantiu a segurança do processo. Este processo envolve o envio das senhas que habilitam o voto (seja pelos Correios ou via internet mesmo), além do sigilo,
informar os dados que são solicitados. O voto é obrigatório,
segurança e confiabilidade necessários para o processo
mas facultativo para o eleitor com mais de 65 anos de idade.
eleitoral. O Administrador e coordenador da Comissão
Não adianta investir uma fortuna, sem um especialista para orientar. 27
Capa Linha histórica
Eleitoral do CFA, Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior, lembrou
De 1985 a 1996: as eleições eram
que os Administradores sempre esti-
realizadas anualmente e somente
veram na vanguarda, sempre trabalharam para trazer algo inovador. Por isso a realização das eleições eletronicamente, o que facilita o voto e a apuração. “Um dos nossos objetivos com o sistema eletrônico foi dar maior acessibilidade para o voto e, assim, legitimar a cidadania”, observou Samuel Melo. Outra vantagem com o sistema eletrônico é que o Administrador e o Tecnólogo em Administração poderão votar da 0h até as 20h horas (horário de Brasília) do dia 15 de outubro. O site www.votaadministrador.org.br traz todas as informa-
com o advento da Lei 8.873, de
Sem falar na possibilidade do profissional poder votar em qualquer local. Raros são aqueles que não têm computador, mas para quem estiver nessa situação, é só ir a um conselho regional que haverá um computador disponível para isso”
ções referentes ao processo eleitoral.
terço e dois terços, alternadamente, a cada biênio. 26/04/1994: Lei 8.873 – altera o que dispõe a Lei 4.769, de 09/09/1965 – em seu art. 13 e parágrafo único, que os mandatos de conselheiros federais e regionais são de quatro anos, permitida uma reeleição, e a renovação dos Plenários, a cada biênio, será de um terço e dois terços, alternadamente. 1997 em diante, o mandato dos conselheiros passou a ser de quatro anos e o
Em 2008: realizada a primeira eleição
testar. Dúvidas quanto à documen-
via eletrônica, que teve o acompa-
tação, como leis, resoluções, regu-
o trabalho realizado para as elei-
Plenário do CFA e dos CRAs de um
mediante eleições diretas.
senha fictícia, para o profissional
podem ser sanadas no site. Todo
em dois anos, com a renovação do
das diretorias executivas de dois anos,
Entre elas um simulado, com uma
lamento e código eleitoral também
26/04/1994, passaram a ser de dois
de portaria do CFA e CRAs. No CFA a Comissão Permanente Eleitoral é composta pelos seguintes membros:
nhamento com representantes do Tribunal Superior Eleitoral. Antes de instalar o sistema foram feitos vários testes para ter certeza de que o
ções do Sistema CFA/CRAs tem a
Adm. José Samuel de Miranda Melo
participação
acompanhamento
Júnior – Coordenador; Adm. Ione
das Comissões Permanentes Eleito-
Macedo de Medeiros Salem – Vice-
Em 2010 e 2012, as eleições ocor-
rais do CFA e CRAs – em que seus
Coordenadora; e Adm. Paulo César
reram da mesma forma, assim como
membros foram indicados por meio
de Pereira Durand – membro.
agora, em 2014.
e
processo seria seguro e confiável.
Não adianta um time bem treinado, sem um técnico capaz de motivar. 28
Democracia Todo processo de votação representa a democracia e também uma grande chance de efetuar mudanças “com as próprias mãos”. Assim, o profissional de Administração torna-se peça-chave fundamental nesse processo de mudança. E ele deve ter consciência de sua importância no processo, como lembra o coordenador da Comissão Eleitoral do CFA, Adm. Samuel Melo Júnior. “Todo exercício de democracia tem aparatos positivos. O ato de votar é um ato sublime, e o Administrador e o Tecnólogo em Administração tem nas mãos uma ferramenta não só de votação, mas também de avaliação do que está sendo feito e de possíveis mudanças”, ressalta Samuel Júnior.
Todo exercício de democracia tem aparatos positivos. O ato de votar é um ato sublime, e o Administrador tem nas mãos uma ferramenta não só de votação, mas também de avaliação do que está sendo feito e de possíveis mudanças” ADM. José Samuel DE MIRANDA
Não adianta ter um futuro pela frente, sem um profissional para planejar. 29
Foto: Divulgação
Capa
Legislação A Resolução Normativa CFA Nº 438, disponível no portal cfa.org.br, aprova o Regulamento Eleitoral do Sistema CFA/CRAs em 2014. Sobre a quantidade de conselheiros a ser renovada com as eleições, a Resolução estabelece que, além dos terços a serem renovados obrigatoriamente, serão providas as vagas especiais para complementação de mandato, porventura abertas até 31 de maio do ano em que ocorrerão as eleições. A Resolução também traz informações sobre as regras de elegibilidade. Após análise e verificação de conformidade com a legislação, o CFA publica as chapas eleitorais. A impugnação de um ou mais candidatos, que implica a impugnação da respectiva chapa eleitoral, poderá ser apresentada, sempre por escrito e assinada, por qualquer eleitor, perante a comissão eleitoral da
Um dos nossos objetivos com o sistema eletrônico foi dar maior acessibilidade para o voto e, assim, legitimar a cidadania” ADM. José Samuel DE MIRANDA
jurisdição, até cinco dias após a publicação. Em casos como este, o responsável pela chapa eleitoral terá três dias de prazo, contados do recebimento da notificação da impugnação, para apresentar defesa ou regularizar a situação. Ainda em relação à divulgação das chapas, a Resolução traz informações sobre propaganda eleitoral. Após a definição do Colégio Eleitoral, o responsável pela chapa poderá enviar, por meio do sistema eleitoral (www.votaadministrador. org.br), até duas remessas da propaganda eleitoral utilizando a ferramenta de e-mail marketing, sem que o responsável pela chapa tenha acesso aos endereços eletrônicos dos eleitores. Ele pode enviar o material até o dia anterior ao das eleições. A Comissão Eleitoral poderá retirar a propaganda eleitoral inserida pelo responsável pela chapa se o seu conteúdo contiver informações ou expressões ofensivas ao Sistema CFA/CRAs ou aos candidatos. A Resolução também prevê que, a qualquer tempo, as chapas ou candidatos poderão apresentar pedido de desistência. O CFA também tem o direito de excluir candidato que não reúna qualquer uma das condições de elegibilidade. Toda a divulgação sobre o pleito é feita pelo CFA, por meio do site www.votaadministrador.org.br
Repare ao seu redor: A BOA ADMINISTRAÇÃO ESTÁ EM TUDO O QUE FUNCIONA. 30
Teste simulado para votaR • Entrar no site www.votaadministrador.org.br • Selecionar o Estado em que se encontra • Clicar no link “Simulado” • Colocar novamente o Estado de localização e o CPF • Utilizar a senha provisória indicada e a senha para iniciar o simulado
O profissional de Administração que não votar terá 30 dias, a contar da data das eleições, para justificar a abstenção
VOTAÇÃO Data: 15 de outubro de 2014 Horário: das 0h (zero) até as 20h (vinte) horas (horário de Brasília) Divulgação do resultado: No mesmo dia - imediatamente após a apuração dos votos - pelo Rádio ADM www.radioadm.org.br
9 de Setembro | DIA DO ADMINISTRADOR Os Conselhos Federal e Regionais de Administração agradecem aqueles que, com seu trabalho, promovem o crescimento do nosso país.
Parabéns!
www.cfa.org.br
COMUNICAÇÃO POR_ AdrIANa Franco
Comunicação assertiva, um difícil caminho Falta de conexão entre emissor e receptor, dificuldade de estabelecer foco ao transmitir uma mensagem e descomprometimento com a informação são alguns itens apontados como a raiz do problema
32
rba | revista brasileira de administração
Foto : Divulgação
M
esmo diante de um leque cada vez maior de meios para se comunicar, a comunicação continua sendo uma das grandes dificuldades en-
contradas nas relações humanas, seja em âmbito pessoal ou organizacional. A comunicação assertiva pode contribuir não apenas com um ambiente de trabalho mais agradável, como também para a obtenção de melhores resultados dentro da empresa. A dificuldade de foco na hora de passar uma informação ou a falta de conexão da pessoa que está recebendo a mensagem são alguns dos itens considerados raízes desse problema. Para a professora doutora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e sócia-diretora da FM Consultores, Fátima Motta, a dificuldade de se comunicar é um problema bastante antigo da humanidade e está ligada à dificuldade que o homem tem de se relacionar. “Nós, brasileiros, por exemplo, somos um povo que não deixa claro aquilo que espera do próximo. Começa dizendo uma coisa e termina fa-
Fátima Motta, professora doutora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)
lando outra. E, mesmo sem se fazer entendido ou entender o que o emissor transmite, não questiona por não querer magoá-lo e prefere comentar a situação por trás. Não diz nada na frente e depois abre um processo jurídico. É uma questão de falta de respeito e clareza”, explica ela.
formação, uma coordenada. “Fazendo isso, um gestor, por exemplo, poderá contar com uma equipe disposta não apenas a produzir, mas também com o sentimento de acolhimento e liberdade para opinar quando preciso, questionar
Outro ponto citado por Fátima é a dificuldade que o emissor
quando não compreendido”, acrescenta ele.
tem de estabelecer foco, de perceber qual é a real intenção
Fátima compartilha da mesma ideia de Aguiar e ressalta
daquela informação que pretende passar. Ela justifica esse
que o emissor precisa conhecer o ambiente e o perfil da-
comportamento dizendo que as pessoas hoje estão emocional-
queles com quem está lidando. Feito isso, é preciso levar
mente desalinhadas, sufocadas por um turbilhão de estímulos
em conta a linguagem adequada para passar determina-
midiáticos absorvidos todos ao mesmo tempo.
das informações e o meio a ser utilizado para isso, afinal,
Empatia
as pessoas são diferentes. “É preciso haver compromisso e
A empatia é algo que contribui para uma comunicação
nas lançar a informação por um e-mail, WhatsApp, sms ou
respeito com o receptor, seja ele quem for. Não adianta ape-
mais eficaz. Para o Administrador e gestor de Recursos
qualquer outra mídia sem se preocupar com o feedback. É
Humanos Wesley Aguiar, as pessoas necessitam tentar se
isso que vai realmente mostrar se a comunicação foi eficaz
colocar no lugar do outro e tentar entender o que o outro
ou não, vai evidenciar se a mensagem foi compreendida de
está sentindo no momento em que está recebendo uma in-
fato”, reforça a professora.
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
33
Comunicação
Embora as pessoas utilizem cada vez mais meios de se comunicar, nem sempre conseguem se fazer
Rendimento Aguiar lembra que, embora o sistema de gestão nas empresas tem se tornado cada vez mais humanizado nas últimas décadas, ainda há muito a ser
entendidas. Como essas novas e as
feito. Ele comenta que muitos gesto-
mais antigas ferramentas podem
res ainda assumem a postura de le-
ajudar no processo de comunica-
var em conta apenas aquilo que estão
ção dentro de uma empresa?
pensando e valem-se da estrutura de
Segundo a professora doutora Fá-
um monólogo para se comunicar. “É
tima Motta, a utilização dos meios
importante lembrar que entender e
é muito válida para ajudar na co-
compreender o processo de comuni-
municação. Ela acredita que a difi-
cação pode e deve ser tido como fator
culdade de fazer-se entendido, na
influente no rendimento da equipe,
verdade, é um problema das pesso-
inclusive no processo de produção”,
as e não dos meios ou de qualquer
enfatiza o Administrador.
avanço tecnológico. “O importante é aproveitar o que os meios têm para que consigamos realmente passar a mensagem que queremos. A escolha, dependendo do objetivo a ser alcançado, é muito importante. Optar por uma conversa pelo Skype ou por intermédio de
O receptor também ocupa um papel de extrema relevância no processo de comunicação. Sobre esse sujeito, Fátima explica que se ele recebe a informação de forma seletiva, sem uma verdadeira conexão, sem dar a atenção necessária, dificilmente o
uma videoconferência, por exem-
processo será concluído com suces-
plo, pode surtir um efeito bem mais
so. “Cada indivíduo tem seus padrões
produtivo do que o simples envio de
mentais pessoais, mas é preciso dei-
orientações via e-mail”, diz Fátima,
xar um pouco de lado determinadas
ao ressaltar que o ideal é explorar as
convicções e abrir-se para evitar
ferramentas que permitem demons-
uma possível desconexão e, conse-
trar e perceber emoções. “Ser visto e/ou ouvido pode trazer resultados bem mais eficazes do que apenas enviar um texto.”
quentemente, um bloqueio na comunicação”, complementa. Como gestor de Recursos Humanos, Aguiar reforça a importância que as organizações devem dar ao relacionamento interno. Ele lembra que o sucesso da comunicação dentro de uma empresa está relacionado ao bom desenvolvimento humano e interação entre os indivíduos de um determinado grupo.
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rba | revista brasileira de administração
Cada indivíduo tem seus padrões mentais pessoais, mas é preciso deixar um pouco de lado determinadas convicções e abrirse para evitar uma possível desconexão e, consequentemente, um bloqueio na comunicação
Foto: Divulgação
Meios como aliados do processo
Adm. Wesley Aguiar, gestor de Recursos Humanos
Foto: Divulgação
Elementos para a assertividade Alguns elementos são fundamentais para garantir a comunicação assertiva dentro de uma organização. Na opinião da publicitária, jornalista e professora universitária Sâmia Brito, treinamento constante em oratória, liderança, apresentação em público e uso das novas tecnologias são itens indispensáveis. “A assertividade é um grande desafio para a sobrevivência profissional das pessoas. Quem é assertivo tem mais credibilidade e é mais respeitado, com chances maiores de sucesso”, afirma. Entre os problemas mais comuns nas organizações e que podem ser encarados como ruídos dentro de uma empresa, Sâmia cita os seguintes: boatos, conversas improdutivas, falta de transparência, dificuldade em compreender uma mensagem, não saber ouvir, canais inapropriados de comunicação, falta de reuniões, não repassar a informação, não elogiar, não estimular a comunicação, não tornar a comunicação multilateral, excesso de informação, clima de estresse que não gera equilíbrio emocional e cria barreira na comunicação, o preconceito, o excesso de timidez e as atitudes intolerantes. De acordo com a comunicadora, a abordagem da comunicação assertiva estimula o diálogo firme e controlado, evitando rodeios. Vai direto ao ponto. “Alguns podem encarar essa estratégia um tanto quanto agressiva, por isso, o interlocutor precisa respeitar as Sâmia Brito, publicitária, jornalista e professora universitária
peculiaridades culturais da empresa e dos colaboradores, além de saber se posicionar para que a assertividade não pareça agressividade”, pontua.
A assertividade é um grande desafio para a sobrevivência profissional das pessoas. Quem é assertivo tem mais credibilidade e é mais respeitado, com chances maiores de sucesso
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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POR_ sandra regina da silva, colaboradora de HSM MAnagement
X X XX
Qual é
o mapa da mina brasileiro? Das cerca de 90 iniciativas existentes, em torno de 12 são realmente dedicadas à inovação. Mas o ecossistema dos clusters do País cresce, diversifica a atuação em relação À TI e aprende a lidar com as próprias características
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rba | revista brasileira de administração
X
X
O
Brasil tem muitos proble-
E quanto aos clusters verdadeiros? São
mas para resolver, logo, o
competitivos em inovação? Em uma
Brasil é um mercado com-
análise criteriosa, veem-se neles mo-
prador para clusters de inovação. Essa
tivos tanto de otimismo como de pes-
é uma lógica tão irrefutável quanto
simismo em relação a isso.
28% se limitam ao mercado regional;
“penso, logo existo”, uma vez que onde
55% têm alcance nacional e 15%, foco
há um problema para resolver há uma
mundial, segundo o estudo, que foi reali-
oportunidade para empreender e ino-
zado pela Anprotec e pelo Ministério da
var. A pergunta é: em que medida a oferta está à altura da demanda? A oferta não para de crescer e hoje já há cerca de 90 iniciativas de clusters no Brasil, conforme a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, a Anprotec, um número significativo, se todos inovarem de fato. “Em um cluster, as empresas juntamse para enfrentar e resolver problemas, por meio de pesquisa e desenvolvi-
Entre nossos ‘parques tecnológicos’, como os chamamos, poucos são clusters; a maioria é ocupada por empresas que usam tecnologia avançada, mas não inovam” Sérgio Rezende
Rezende, um dos maiores especialistas no assunto, ex-ministro da Ciência,
O otimismo se relaciona, por exem-
Tecnologia e Inovação (2005-2010),
plo, com a atuação de incubadoras e
que também comandou a agência
aceleradoras. Um estudo de 2011 com
Finep, uma das principais financiado-
384 dessas entidades conta que 2,5
ras de pesquisa e inovação do Brasil.
mil empreendimentos de base tecno-
brasileiros justifica esse nome. “Entre nossos ‘parques tecnológicos’, como os chamamos, poucos são clusters; a maioria é ocupada por empresas que
Outra razão de otimismo, conforme Rezende, é que a história dos clusters de inovação está apenas começando no Brasil, quando em muitos países é antiga. Pesquisadores, só os temos de 1970 para cá, e foram eles, professores de universidades federais, que deram início a muitos clusters. O primeiro fundo de venture capital (VC), crucial, surgiu em 1999. Uma empresa só pode receber dinheiro público desde 2005, quando foi regulamentada a Lei da Inovação.
mento e de inovação”, confirma Sérgio
No entanto, só uma dúzia de clusters
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
lógica incubados geram faturamento anual estimado em R$ 4,1 bilhões e 29,2 mil proporcionam empregos do tipo que paga mais e exige maior qualificação profissional.
Entre os aspectos negativos, o primeiro é a pouca sinergia entre os clusters brasileiros, como há em tantos lugares no mundo. Também se lamenta que, na maioria dos casos, sejam entidades públicas a organizar um cluster. A iniciativa privada ainda tem atuação discreta –fazem falta, por exemplo, grandes empresas que liderem a formação de clusters, chamando mais empresas para inovar. Outro problema está na baixa
usam tecnologia avançada, mas não
Melhor ainda, a inovação está presente
interação das empresas vista em mui-
inovam”, explica Rezende.
em 98% das empresas incubadas e só
tos clusters; não há rede.
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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foto de divulgação
CONCENTRAÇÃO NO SUL E SUDESTE Entre os clusters inovadores do Brasil destacam-se os do Centro-Sul do país. Os de São José dos Campos e São Carlos, em São Paulo, e o de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, são extremamente dinâmicos, por exemplo, mas o famoso cluster da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, não entra
Sérgio Rezende, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e um dos mais atuantes ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil recente (2005-2010)
na lista, por ter mais fabricantes do que inovadores. Uma exceção à regra, no Nordeste, é o cluster de Campina Grande, na Paraíba, que remonta à década de 1970. “Empresas de base tecnológica foram sendo criadas por professo-
Empresas de base tecnológica foram sendo criadas por professores da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal da Paraíba, por conta das inovações que tinham feito..."
Rezende, em uma história que lembra
vem evoluindo, perto de centros de
a de outro dos clusters mais fortes do
pesquisa e universidades.
país, o do Recife, escolhido como estudo de caso deste dossiê.
Os segmentos preferidos dos clusters brasileiros são tecnologia da infor-
res da Faculdade de Engenharia da
Um terceiro cluster promissor do
mação e da comunicação, energia e
Universidade Federal da Paraíba, por
Nordeste é o Parque Tecnológico da
tecnologia limpa, economia criati-
conta das inovações que tinham feito,
Bahia, em Salvador, implantado em
va e ciências da vida. A seguir, HSM
e houve o impulso de um diretor pro-
2012 pelo governo estadual, que ain-
Management mapeia os diferenciais
gressista, Linaldo Cavalcante”, relata
da não tem densidade de cluster, mas
de quatro, mais privados:
98% de inovação. Segundo pesquisa realizada em 2011, a inovação está presente na esmagadora maioria das empresas que têm sido incubadas” Certi, Florianópolis (SC) O desenvolvimento de empresas inovadoras na capi-
sas, muitas de hardware. O cluster se concentrou por quase
tal catarinense foi iniciado em 1984, com a criação da
dez anos em um prédio alugado perto da universidade, até
Fundação Certi pela Universidade Federal de Santa
que estruturou suas 75 empresas (70, ex-startups locais) no
Catarina (UFSC). Até hoje, esse é um dos casos mais ad-
ParqTec Alfa, com 13 prédios.
mirados no Brasil e, se começou com o empurrão do poder público, ganhou relativa independência.
38
José Eduardo Fiates, que foi superintendente da Fundação Certi por nove anos, conta que o Celta continua incuban-
A fundação teve origem na prática de pesquisa e desen-
do empresas – 40, atualmente – e que estas têm exemplos
volvimento da UFSC, em atividades de seu laboratório do
inspiradores para seguir, como a Softplan, de sistemas inte-
Departamento de Engenharia Mecânica, e, em dois anos,
grados de gestão, que em 2013 faturou em torno de R$ 200
montou a incubadora Celta, que formou mais de cem empre-
milhões e agora ocupa dois prédios do ParqTec Alfa.
rba | revista brasileira de administração
Ecossistema empreendedor de Campinas
Por exemplo, o ecossistema campifoto de divulgação
neiro conta com uma gama de incubadoras e aceleradoras, que apoiam
O cluster ligado às universidades Unicamp e PUC, que remonta a 1991, é conhecido. Há o polo de alta tecnologia da Ciatec, o parque científico da Unicamp, mais de 220 empresas com 10 mil colaboradores. A agência Inova,
startups com capital e conhecimento. Uma das mais novas é a aceleradora Baita, que já está entre as 12 certificadas do programa Start-Up Brasil; foi constituída formalmente neste ano, dentro do campus da Unicamp. “A localização é chave, porque ne-
criada pela Unicamp em 2003, já é líder
nhuma aceleradora faz o ecossistema
de patentes entre as universidades bra-
prosperar se não houver interação
sileiras. Mas poucos conhecem os elos
entre todos os atores”, diz seu sócio
menores do ecossistema, que formam o
Oswaldo Fernandes.
círculo virtuoso de inovação.
Entre os elos menos óbvios está o Unicamp Ventures, rede de 255 emfoto de divulgação
presas criadas por ex-alunos dentro da Unicamp, donas de um faturamento anual superior a R$ 1 bilhão e empregadoras de mais de 10 mil pessoas. “Essas empresas se uniram há oito anos, com apoio da Agência Inova, para retribuir a ajuda que tiveram, impulsionando o ecossistema local para criar e fomentar mais empresas”, explica Rosana Jamal, presidente do Unicamp Ventures e também sócia da Baita. Por sua vez, o Unicamp Ventures tem subprodutos, que são outros elos do Oswaldo Fernandes, do cluster de Campinas, lidera a aceleradora Baita
ecossistema. Um é o Inova Ventures Participações, criado há três anos, que reúne 48 empreendedores que se tornam investidores das startups –já são
A localização é chave, porque nenhuma aceleradora faz o ecossistema prosperar se não houver interação entre todos os atores."
Rosana Jamal, do cluster de Campinas, preside o Unicamp Ventures
Essas empresas se uniram há oito anos, com apoio da Agência Inova, para retribuir a ajuda que tiveram, impulsionando o ecossistema local para criar e fomentar mais empresas”
quatro as empresas beneficiadas por
endedorismo entre os alunos de gradu-
isso. Ou como o Conselho de Startups,
ação, que, assim, saem da universidade
que oferece mentoria a 22 empresas lo-
prontos para tomar a iniciativa –muitos
cais. Ou ainda como o Desafio Unicamp,
dos formados, em vez de procurar em-
programa que apresenta patentes a es-
prego, montam empresa.
tudantes para que explorem as possibilidades de negócio.
O cluster de Campinas tem até elos externos e complementares, como a
A Liga Empreendedora, criada pelos
Associação Campinas Startup (ACS),
estudantes, é mais um ator não óbvio
com 30 a 40 startups que participam
do cluster. Ela veio estimular o empre-
das atividades de coworking.
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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Tecnopuc, Porto Alegre (RS). Universidade privada, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) inaugurou o Tecnopuc em 2003 como um “habitat de inovação, onde tudo acontece”. “Em volta do parque temos todo um ecossistema para fomento do empreendedorismo inovador”, diz Rafael Prikladnicki, diretor do parque. Ao todo, são cerca de 120 empresas e a incubadora sozinha abriga hoje 26. O Tecnopuc e a incubadora também fazem parte de um ecossistema, a rede de inovação Inovapucrs, que inclui a Agência de Gestão e Empreendimentos e seu respectivo Programa de Aceleração de Empreendimentos, que, de acordo com Prikladnicki, identifica empresas com potencial de acesso a venture capital e busca alavancar o negócio, com consultoria (de mercado e de gestão), entre outros serviços de apoio. O Tecnopuc mantém acordo com a prefeitura para projetos específicos e atua em sinergia com os outros três parques da Grande Porto Alegre.
Start-up Brasil, estratégia à la Israel? Mercado saúda iniciativa, mas tem sugestões a fazer
porque as equipes cresceram 33%, e a
aceleradoras
inovação está ocorrendo, porque vie-
selecionadas
também
invista), conhecimento (reserva vagas para startups estrangeiras e intermedeia a relação com aceleradoras) e foco (software), além de ter princípios
Nosso ecossistema de inovação deu
como descentralização regional e cria-
um salto nos últimos dez anos, em re-
ção de empregos.
cursos e capacidades, graças principal-
Os resultados da primeira fase do
mente à Lei de Informática de 2004, e
Start-Up Brasil são bons, segundo
também à Lei de Inovação, de 2005.
Virgílio Almeida, secretário de Política
A previsão é de que o empreendedo-
de Informática: das 150 startups pre-
rismo inovador será estimulado pelo
vistas, 100 já estão desenvolvendo
programa Start-Up Brasil, lançado em 2012. Pode-se dizer, então, que o Brasil
projetos – são de 15 estados do Brasil
ram nove prêmios de inovação.” Empreendedores e investidores viram na iniciativa competência e energia raras, aplaudindo a definição de metas e a liberdade de escolher a aceleradora. Preocupou-os a incerteza sobre a continuidade, fundamental a uma estratégia desse tipo, mas o segundo edital acaba de ser anunciado, para 100 empresas, e expandido (agora inclui hardware, por exemplo).
e de 10 países estrangeiros. Além dis-
O Brasil tem estratégias nacionais de
so, 73% das startups já tinham pro-
inovação, mas, para alguns, precisaria
Vejamos o Start-Up Brasil, que se ba-
dutos funcionais em abril (ante 41%
ter uma estratégia maior que envolves-
seia em três pilares: capital (R$ 40
no início da aceleração) e 53% estão
se a educação – universidades deviam
milhões previstos, até R$ 200 mil por
faturando. “Elas geraram empregos,
ensinar a empreender e inovar mais.
formula uma estratégia nacional?
40
startup – contanto que uma das 12
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Um cluster virtual, feminino
A RME conta com 13 mil empreendedoras ativas Para Gustavo Caetano, o empreendedor da Samba Tech e do San Pedro Valley que também preside a Associação Brasileira de Startups, a internet está liberando as empresas de estarem no mesmo lugar para interagir e inovar, o que pode fazer com que o cluster geográfico deixe, com o tempo, de ser um requisito de competitividade. Será? Vale a pena acompanhar
dadora da RME, ex-executiva e empreendedora. Mulheres com alto potencial empreendedor integram a rede, porque costumam ter experiência corporativa e mostram-se motivadas a ter uma atividade profissional que as realize e proporcione flexibilidade de tempo. A RME facilita as conexões entre elas –que, em regra, fazem menos networking do que os homens– e lhes oferece conhecimento empreendedor e serviços de apoio.
a experiência de um cluster virtual brasileiro, que é a Rede
Esse conhecimento ultrapassa os elementos-chave da carti-
Mulher Empreendedora (RME), que reúne 116 mil membros,
lha empreendedora. “Por exemplo, um erro a corrigir é mui-
se consideradas todas as seguidoras de Facebook, e 13 mil
tas não estudarem o mercado, preferindo empreender em
como um grupo fechado e ativo, que frequenta encontros
sua zona de conforto, focando beleza, vestuário ou a área
presenciais regulares.
de atuação anterior”, explica Fontes. Outro desafio é que
“Nossos objetivos são muito parecidos com os de um
elas querem gerar impacto social no negócio, o que requer
cluster físico tradicional”, confirma Ana Lúcia Fontes, fun-
know-how à parte.
Três anos atrás, um cluster surgiu espontaneamente em BH, no bairro de São Pedro. Suas raízes remontam a 2005, quando o Google comprou a Akwan, startup fundada por professores da Universidade Federal de Minas Gerais para desenvolver sistemas de busca, e a transformou em seu centro de inovação na América
ajuda mútua”. “Vimos que era melhor nos unirmos, para promover a região e atrair investidores e talentos para trabalhar nas startups, do que tentar fazer isso individualmente”, diz ele. Deu certo, e tão rapidamente que, no ano passado, a revista The Economist publicou uma matéria sobre a efervescência local e o governo mineiro criou o programa de aceleração Startups and Entrepreneurship
Latina. Várias startups inovadoras
Ecosystem Development (Seed).
foram atraídas por isso, até ultra-
O Seed beneficia 40 startups por ano,
passando as fronteiras do bairro, e os
com capital semente entre R$ 68 mil
empreendedores resolveram organi-
e R$ 80 mil e seis meses de capacita-
zar-se informalmente, como explica
ção e apoio.
um de seus idealizadores, o empreendedor Gustavo Caetano.
foto de divulgação
San Pedro Valley, Belo Horizonte (MG)
Hoje, o San Pedro Valley tem cerca de 150 startups, de acordo com Caetano,
Fundador e CEO da inovadora
de setores como educação, saúde, TI/
Samba Tech, que trabalha com solu-
telecom (principalmente com foco
ções de vídeo online corporativas há
em mobile) e mídia/entretenimento.
sete anos e expandiu-se na América
E os empreendedores estrangeiros,
Latina há dois, Caetano conta que o
atraídos propositalmente pelo Seed,
que eles criaram foi uma “cultura de
estão chegando.
Gustavo Caetano, fundador e CEO da Samba Tech e porta-voz informal do cluster San Pedro Valley
Vimos que era melhor nos unirmos, para promover a região e atrair investidores e talentos para trabalhar nas startups, do que tentar fazer isso individualmente.
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foto de divulgação
FUTURO Há duas boas notícias. A primeira é que clusters estão em expansão no Brasil. Exemplo disso é o Sapiens Parque, em implantação, que é o segundo de Florianópolis, patrocinado pelo governo estadual, mas gerido pela Fundação Certi. Ele vem se organizando como “um cluster de clusters”; ergueu 30 prédios e atrai inovadores oferecendo condições de competitividade como incubadora, aceleradora, laboratório de pesquisa e desenvolvimento por áreas etc. A visão é de longo prazo. “Em 2020, queremos ter gerado 30 mil postos de trabalho”, diz José Eduardo Fiates. A segunda boa notícia é que, por faltar capital de risco, há mais espaço para que as empresas estabelecidas se tornem parceiras de inovação das startups do Brasil; o Sapiens Parque, por exemplo, já atraiu a Petrobras.
José Eduardo Fiates, diretor do Sapiens Parque, novo cluster de Florianópolis
A esperança também é de que parques não muito inovadores hoje, como o da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, reposicionem-se; no caso do Rio, o pré-sal pode ser o indutor. Por fim, o fato de que vários clusters estão se preocupando com a formação em empreendedorismo e gestão, como o de São Carlos, dá alento aos otimistas da inovação.
Os elementos e a reputação A virada passa pelo capital e pelo risco Entre os seis elementos-chave de um sistema de inovação, empreendedores
2012, o Brasil tinha 41.453 patentes
o mercado nas métricas de inovação usa-
válidas, ante 2,2 milhões dos Estados
das aqui, como taxa de crescimento de
Unidos e, segundo a Organização
venda de produtos inovadores, números
Mundial de Propriedade Intelectual,
de P&D e expansão internacional.
registrou 365 patentes internacionalmente, enquanto os Estados Unidos encaminharam 121.026.
A percepção de risco é acentuada pelo fato de o Brasil responsabilizar legalmente o investidor por dívidas traba-
e investidores reconhecem nossa vul-
No Brasil, patente não serve de indicador,
lhistas, tributárias e consumeristas de
nerabilidade em três: venture capital
porque a maior parte de nossa inovação
uma empresa, o que ameaça até seu
(VC), visão global e universidade. Mas,
é de software, tratado pela lei como di-
patrimônio pessoal. Isso desequilibra,
para virar o jogo, acham que o VC é
reito autoral não patenteável e fácil de
de saída, a relação risco-recompensa
emular sem plagiar, o que desencoraja
na decisão de investir no Brasil e, ao
o esforço do registro, como explica o
mínimo recuo da recompensa poten-
advogado Luís Felipe Luz. Mesmo quan-
cial, o investidor se vai. Em 2013, os
o primeiro ponto a atacar, e é preciso reduzir sua percepção de risco, que o faz instável e focado no curto prazo.
42
Em 2020, queremos ter gerado 30 mil postos de trabalho”
do a patente faz sentido, muitos não a
fundos VC somaram US$ 2,3 bilhões
A reputação de não inovar do Brasil
perseguem, ou por não poderem esperar
aqui, quase um quarto do valor de
contribui para essa percepção e tem
para lançar o produto e faturar – a con-
2011. Menor o VC, menor o grau de
origem na principal métrica interna-
cessão demora (até 14 anos) –, ou pelo
inovação de ruptura, mais produtos
cional da inovação: a patente. Em
receio de abrir informações. Falta educar
B2B e menor a visibilidade.
rba | revista brasileira de administração
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CONSELHO POR_ Wellington Penalva/CFA
Certificação Profissional
O
O passo certo na sua carreira
índice de desemprego no
na área de Recursos Humanos. A certi-
Ser um profissional reconhecido é
Brasil é maior do que a mé-
ficação, que até então era conferida ex-
importante: entretanto, ser certifi-
dia mundial, e parte desse
clusivamente por experiência profis-
cado é fundamental. A Certificação
problema é responsabilidade da falta de
sional, hoje agrega o sistema de avalia-
Profissional na área de Recursos
qualificação profissional. O diploma aca-
ção por provas. É a oportunidade para
Humanos do Sistema CFA/CRAs é
dêmico, apenas, já não significa tanto. O
Administradores e Tecnólogos em
um atestado de qualidade, um docu-
mercado de trabalho está em busca do
Recursos Humanos darem um grande
mento que credibiliza a competên-
algo mais, do especialista. Nessas cir-
impulso na carreira.
cia do especialista em RH. Ser bom
cunstâncias, certificar-se é o caminho.
A Certificação Profissional aumenta
O Conselho Federal de Administração
exponencialmente as chances de suces-
(CFA) lançou, no início deste ano, o seu
so. Em processos seletivos, o currículo
Programa de Certificação Profissional
com certificado estará à frente daqueles sem o diferencial. Segundo pesquisa
no que faz é primordial, mas ter essa ciência confirmada pelo órgão regulador da Administração no país tem o peso da inquestionabilidade. O
programa
de
Certificação
do Instituto Data Corporation (IDC)
Profissional do Sistema CFA/CRAs
Brasil, o salário desse profissional
tem o objetivo de inserir no mercado
é de 10% a 100% mais alto que
profissionais capacitados, contri-
o daquele que não tem a qua-
buindo para o fortalecimento da ima-
lificação. São 53% a mais de chances de recolocação no mercado de trabalho.
gem e a credibilidade da profissão. Se
você
é
Administração
um que
profissional trabalha
de com
Recursos Humanos, dê o grande passo da sua carreira e faça parte do Programa de Certificação Profissional do Sistema CFA/CRAs. O profissional certificado não precisa convencer que é bom, ele apenas atesta o quão bom é.
Não perca tempo, acesse agora certificacao.cfa.org.br e inscreva-se. 44
rba | revista brasileira de administração
Comissão divulga os vencedores do
Prêmio Honra ao Mérito em Administração 2014
A
Comissão Especial de Honrarias (CEH)
Criado em 2001, o Prêmio Honra ao Mérito em
se reuniu no dia 31 de julho para julgar os
Administração está em sua 14ª edição. A iniciativa do
vencedores do Prêmio Honra ao Mérito em
CFA tem o objetivo de homenagear pessoas que tenham se
Administração 2014. Estiveram presentes na reunião os
destacado e contribuído para o desenvolvimento técnico-
conselheiros federais Adm. Hércules da Silva Falcão, Adm.
científico da Ciência da Administração, na defesa do
Aldemira Assis Drago e Adm. Dionízio Rodrigues Neves. Após análise das indicações dos Conselhos Federal e Regionais de Administração à Honraria, a decisão foi conferida e homologada pelo Presidente do Conselho
profissional e da profissão de Administrador ou realizado relevantes serviços e trabalhos no campo da Administração. Os candidatos são indicados pelos CRAs, que encaminham suas indicações ao CFA, ou pelo próprio Conselho Federal. A homenagem pode, ainda, ser conferida post mortem
Federal de Administração (CFA), Adm. Sebastião Luiz de
a Administradores, a critério da Comissão Especial de
Mello, em reunião plenária do CFA.
Honrarias e do CFA.
Os contemplados desta edição foram:
Categoria Contribuição Profissional
Subcategoria
Contemplado
Administrador
Sérgio Campos Pereira
Jovem Administrador
Arapuan Medeiros de Motta Netto
Contribuição Honorífica
Marcio Araujo de Lacerda
Contribuição Benemérita
Wallace Greick Simões Soares
Homenagem Post-Mortem
Agnello Alves Portugal e José Arthur Horn
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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ENBRA POR_ CRA-CE
CRA-CE promove um dos maiores
eventos de gestão do País em outubro
O
Conselho Regional de
Geral do Enbra, “o evento vai pro-
equipes. Um grande gestor, que utiliza
Administração do Ceará
mover um debate quanto à questão
modernas técnicas de gestão aliadas à
(CRA-CE) realizará, em
estratégica, que, aliada à tecnologia,
alta tecnologia, é o profissional que faz
outubro, o XXIII Encontro Brasileiro
virá a contribuir com o aumento de
diferença no atual cenário mercadoló-
de Administração (Enbra), que terá
produtividade e qualidade nas orga-
gico”, que é exatamente a proposta do
como tema central a Gestão da Ino-
nizações públicas e privadas”, diz.
XXIII Enbra, em outubro”, explica.
O Adm. Ilaílson Araújo reforça que
No projeto do Enbra, os grandes re-
na agenda de ações do evento as em-
sultados, a eficiência, a qualidade, o
presas e executivos poderão entender
relacionamento pessoal e interem-
melhor como a gestão poderá impactar
presarial serão abordados pela ótica
na tecnologia utilizada e aperfeiçoada
da gestão. “Nesse conceito, apresen-
em todo o mundo. “Utilizamos as téc-
taremos inclusive os problemas cli-
Segundo o Adm. Ilaílson Araújo, pre-
nicas da Administração para planejar
máticos, como a seca, sob a esfera da
sidente do CRA-CE e coordenador
e executar, além de formar e motivar
gestão”, enfatiza Ilaílson.
vação Tecnológica e pretende reunir cerca de 2 mil pessoas, entre profissionais de Administração, Tecnólogos, empresários e executivos de diversos segmentos, além de estudantes de todo o país.
SERVIÇO:
XXIII Encontro Brasileiro de Administração – Enbra
46
rba | revista brasileira de administração
Quando? De 28 a 31 de outubro de 2014 Onde? Centro de Eventos do Ceará Informações e inscrições: www.euvouproenbra.com.br Telefone: (85) 3421.0909
CRAs
Conselhos Regionais de ADministração
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ACRE (CRA-AC) Presidente: Adm. MARCOS CLAY LÚCIO DA SILVA Av. Brasil, nº 303 - Sala 201 - Centro Empresarial Rio Branco - Centro - 69900-191 - RIO BRANCO/AC Fone: (68) 3224-1369 E-mail: craacre@gmail.com Home Page: www.craac.org.br Horário de funcionamento: 8h às 14h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ALAGOAS (CRA-AL) Presidente: Adm. ALAN HELTON DE OMENA BALBINO Rua João Nogueira nº 51 - Farol - 57021-400 MACEIÓ/AL Fone: (82) 3221-2481 - Fax: (82) 3221-2481 E-mail: cra@craal.org.br Home Page: www.craal.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAPÁ (CRA-AP) Presidente: Adm. EDILJANE MARIA CAMPOS DA FONSECA Rua Jovino Dinoá, nº 2455 - Central- 68900-075 MACAPÁ/AP Fone: (96) 3223-8602 E-mail: cra.macapa@gmail.com Horário de funcionamento: das 8h às 17h Atend. Público: 9h às 15h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAZONAS (CRA-AM) Presidente: Adm. JOSÉ CARLOS DE SÁ COLARES Rua Apurinã, 71 - Praça 14 - 69020-170 - MANAUS/AM Fone: (92) 3303-7100 - Fax: (92) 3303-7101 E-mail: conselho@craamazonas.org.br Home Page: www.craamazonas.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA BAHIA (CRA-BA) Presidente: Adm. ROBERTO IBRAHIM UEHBE Av. Tancredo Neves, nº 999 - Ed. Metropolitano Alfa Salas 601/602 - Caminho das Árvores 41820-021 – SALVADOR/BA Fone: (71) 3311-2583 - Fax: (71) 3311-2573 E-mail: cra-ba@cra-ba.org.br Home Page: www.cra-ba.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO CEARÁ (CRA-CE) Presidente: Adm. ILAILSON SILVEIRA DE ARAÚJO Rua Dona Leopoldina, nº 935 - Centro - 60110-001 FORTALEZA/CE Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900 E-mail: presidente@cra-ce.org.br Home Page: www.craceara.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Presidente: Adm. CARLOS ALBERTO FERREIRA JÚNIOR SAUS - Quadra 6 - 2º Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere 70070-915 - BRASÍLIA/DF Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 E-mail: presidencia@cradf.org.br Home Page: www.cradf.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (CRA-ES) Presidente: Adm. MARCOS FELIX LOUREIRO Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 - VITÓRIA/ES Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539 E-mail: craes@craes.org.br Home Page: www.craes.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. SAMUEL ALBERNAZ Rua 1.137, nº 229, Setor Marista - 74180-160 GOIÂNIA/GO Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: presidencia@crago.org.br Home Page: www.crago.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
Listagem atualizada até o dia 18/08/2014
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO MARANHÃO (CRA-MA) Presidente: Adm. ISABELLE CRISTINE RODRIGUES FREIRE MARTINS Rua José Bonifácio, 920 - Centro - 65010-020 - SÃO LUÍS/MA Fone: (98) 3231-4160/3231-2976 - Fax: (98) 32314160/231-2976 E-mail: crama@cra-ma.org.br Home Page: www.cra-ma.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO (CRA-MT) Presidente: Adm. LUIS CESAR SIMÕES DE ARRUDA Rua 05 - Quadra 14 - Lote 05 - CPA - Centro Político e Administrativo - 78050-900 - CUIABÁ/MT Fone: (65) 3644-4769 - Fax: (65) 3644-4769 E-mail: cra.mt@terra.com.br Home Page: www.cramt.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL (CRA-MS) Presidente: Adm. HARDUIM REICHEL Rua Bodoquena, nº 16 - Amambaí - 79008-290 CAMPO GRANDE/MS Fone: (67) 3316-0300 E-mail: presidencia@crams.org.br Home Page: www.crams.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MINAS GERAIS (CRA-MG) Presidente: Adm. SÔNIA FERREIRA FERRAZ Avenida Afonso Pena, nº 981 - 1º Andar - Centro - Ed. Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 - Fax: (31) 32735699/3213-6547 E-mail: presidencia@cramg.org.br Home Page: www.cramg.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ (CRA-PA) Presidente: Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA Rua Osvaldo Cruz, nº 307 - Comércio - 66017-090 BELÉM/PA Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851 E-mail: gabinete@crapa.org.br / presidencia@crapa.org.br Home Page: www.crapa.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 15h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA PARAÍBA (CRA-PB) Presidente: Adm. FRANCISCO DE ASSIS MARQUES Av. Piauí, nº 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 JOÃO PESSOA/PB Fone: (83) 3021-0296 E-mail: crapb@crapb.org.br Home Page: www.crapb.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 12h e de 13h às 17h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO DE JANEIRO (CRA-RJ) Presidente: Adm. WAGNER SIQUEIRA Rua Professor Gabizo, nº 197 - Edf. Belmiro Siqueira Tijuca - 20271-064 - RIO DE JANEIRO/RJ Fone: (21) 3872-9550 - Fax: (21) 3872-9550 E-mail: secretaria@cra-rj.org.br Home Page: www.cra-rj.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN) Presidente: Adm. KATE CUNHA MACIEL Rua Coronel Auriz Coelho, nº 471 - Lagoa Nova - 59075050 - NATAL/RN Fone: (84) 3234-6672/9328 - Fax: (84) 3234-6672/9328 E-mail: cra-rn@crarn.com.br Home Page: www.crarn.com.br Horário de funcionamento: das 12h às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS) Presidente: Adm. CLÁUDIA DE SALLES STADTLOBER Rua Marcílio Dias, nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 PORTO ALEGRE/RS Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006 E-mail: diretoria@crars.org.br | secretaria@crars.org.br Home Page: www.crars.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RONDÔNIA (CRA-RO) Presidente: Adm. ANDRÉ LUIS SAONCELA DA COSTA Rua Tenreiro Aranha, nº 2988 - Olaria - 76801-254 PORTO VELHO/RO Fone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314 E-mail: presidencia@craro.org.br Home Page: www.craro.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h Atend. Público: 8h às 14 h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RORAIMA (CRA-RR) Presidente: Adm. UBIRAJARA RIZ RODRIGUES Rua Prof. Agnelo Bitencourt, 1620 - São Francisco 69.305 - 170 - BOA VISTA/RR Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448 E-mail: craroraima@gmail.com Home Page: www.crarr.org.br Horário de funcionamento: das 7h30 às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SANTA CATARINA (CRA-SC) Presidente: Adm. ANTONIO CARLOS DE SOUZA Av. Prefeito Osmar Cunha, 260 - 7º andar - Salas 701 a 707/ 801 a 807 - Ed. Royal Business Center - Centro 88015-100 - Florianópolis – SC Fone: (48) 3229-9400 E-mail: crasc@crasc.org.br Home Page: www.crasc.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARANÁ (CRA-PR) Presidente: Adm. GILBERTO SERPA GRIEBELER Rua Cel. Dulcídio, nº 1565 - Água Verde - 80250-100 CURITIBA/PR Fone: (41) 3311-5555 E-mail: presidencia@cra-pr.org.br Home Page: www.cra-pr.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA-SP) Presidente: Adm. WALTER SIGOLLO Rua Estados Unidos, nº 865/889 - Jardim América 01427-001 - SÃO PAULO/SP Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256 E-mail: secretaria@crasp.gov.br Home Page: www.crasp.com.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 Atend. Público: 9h às 17h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO (CRA-PE) Presidente: Adm. ROBERT FREDERIC MOCOCK Rua Marcionilo Pedrosa, nº 20 - Casa Amarela - 52051330 - RECIFE/PE Fone: (81) 3268-4414/3441-4196 - (81) 3268-4414 E-mail: cra@crape.org.br Home Page: www.crape.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h Atend. Público: 8h às 12h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SERGIPE (CRA-SE) Presidente: Adm. DIEGO CABRAL FERREIRA COSTA Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 ARACAJU/SE Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 - Fax: (79) 32143983/3214-2229 E-mail: atendimento@crase.org.br ; Home Page: www.crase.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PIAUÍ (CRA-PI) Presidente: Adm. PEDRO ALENCAR CARVALHO SILVA Rua Áurea Freire, nº 1349 - Jóquei - 64049-160 TERESINA/PI Fone: (86) 3233-1704 - Fax: (86) 3233-1704 E-mail: administrativo@cra-pi.org.br Home Page: www.cra-pi.org.br Horário de funcionamento: das 12h às 19h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente em exercício: Adm. IRANILSON FERREIRA MOTA 602 Norte - Av. Teotonio Segurado, Conj. 01, Lt 06 77.7006-700 -PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 E-mail: atendimento@crato.org.br Home Page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
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CONEXÃO FILME A felicidade não se compra Na véspera de Natal, o caridoso George Bailey (o astro James Stewart, de “Janela Indiscreta”) decide se suicidar por não ter como pagar uma dívida inesperada. Ele é salvo por seu anjo da guarda, que lhe mostra como sua cidade seria diferente se ele não tivesse nascido e ajudado tantas pessoas ao longo de sua vida. Dirigido por Frank Capra, uma fábula inesquecível sobre o espírito natalino, a solidariedade e a amizade, três conceitos que podem ser aplicados perfeitamente ao ambiente de trabalho e na gestão de empresas e de pessoas. Direção: Frank Capra | Elenco: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore e Henry Travers | Nome original: It’s a Wonderful Life | Ano: 1946 | Duração: 120 minutos | País: Estados Unidos | Classificação: livre | Gênero: comédia dramática
LIVRO A ideia é boa. E agora? Este livro tem o objetivo de trazer para a realidade as noções fantasiosas de como o processo criativo acontece. As pessoas criativas são conhecidas por “viajar” na ideia de que improvisar e agir usando a intuição é, em muitos casos, a essência superior do que fazemos e de quem somos. No entanto, quando analisamos de perto como as pessoas bem-sucedidas e produtivas, empreendedores e empresários realmente transformam suas ideias em realidade, descobrimos que “ter a ideia” é somente uma pequena parte do processo, talvez só 1% da viagem. Autor: Scott Belsky | Categoria: Administração Geral, Negócios e Gestão Editora: Saraiva | Edição: 1ª | Número de páginas: 264
APPS
48
SITES
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Permite que se realizem marcações
melhores assentos num avião. Ele mos-
como textos e desenhos em fotos,
tra mais de 700 mapas de assentos de
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TOMADA DE DECISÃO POR_Nájia Furlan
Por detrás
da decisão Uma pessoa, um profissional, decide com base nos conhecimentos e experiências contabilizadas durante a vida. Fatores externos também influenciam
E
m todos os níveis, as decisões são tomadas den-
para que os riscos sejam os menores possíveis. Trata-se aqui
tro de uma empresa. Desde os níveis de super-
daquele momento crucial em que o gestor tem que decidir
visão e execução – que são as decisões do dia a
por um plano e agir firme e certeiro. E, nessa hora, o que
dia, que visam mais à eficiência – até o nível estratégico (das
será que conta mais: conhecimento teórico, estudo, atenção,
decisões mais relevantes para a sobrevivência e crescimen-
feeling ou alguma outra habilidade?
to da organização no futuro); passando pelo nível intermediário ou gerencial (das decisões mais táticas). E em todas essas camadas, as decisões podem ser vitais para o sucesso da empresa ou fatais para o fracasso.
Para encontrar as respostas, foi fundamental o auxílio do Administrador Jorge Matos, presidente da Etalent, empresa de tecnologia especializada na gestão da Mudança Pessoal e na Educação do Comportamento, e autor do livro
Certa ou errada, tão ou mais importante que a decisão é o ato
Talento Para a Vida. Mestre em Gestão Empresarial pelo
de tomá-la. Isso porque detrás e antes desse ato estão vários
ISCTE/FGV, ele atuou como executivo do Grupo Accor,
fatores internos e externos que agem – sozinhos ou aliados –
Grupo Industrial João Santos e IT Companhia Internacional
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Tomada de decisão
de Tecnologia e executou diversos projetos nas áreas de Gestão Empresarial, Recursos Humanos, Planejamento Estratégico, Gestão de Mudança e Educação, Vendas e Atendimento para Empresas. Atualmente, também é professor da Fundação Getúlio Vargas. Segundo Matos, na hora H, várias questões podem tornar uma decisão difícil, uma delas é a falta de experiência. “A decisão é mais do que um simples sim ou não. Pressupõe um profundo conhecimento a respeito de todas as variáveis intervenientes ao processo, como sistema, ambiente, pessoas,
Foto: Divulgação
Adm. Jorge Matos, presidente da Etalent
A decisão é mais do que um simples sim ou não. Pressupõe um profundo conhecimento a respeito de todas as variáveis intervenientes ao processo, como sistema, ambiente, pessoas, competências, entre outras, que sejam capazes de levar a cabo aquilo que foi decidido”
competências, entre outras, que sejam capazes de levar a cabo aquilo que foi decidido”, afirma.
Calma
Como complementa o especialis-
Mas quando o momento não é tranqui-
decisões, mas podem pecar na sua
ta, a tomada de decisão é composta
lo e exige decisões rápidas, a dica é se-
qualidade. Pessoas com alta influên-
por vários elementos que devem ser
guir o felling. “Decisões rápidas têm a
cia tendem a ouvir excessivamente
analisados em conjunto e dependem
ver com a temporalidade das questões
outras pessoas, sendo mais demo-
muito de onde e como se pretende
a serem decididas. Um piloto que pre-
cráticas, mas podem se perder na
chegar. “Uma decisão a ser tomada sobre um objeto complexo exige, por exemplo, muito conhecimento e estudo. Decisões que tenham natureza política e envolvem diversos fatores podem exigir muita habilidade. No que tange à atitude, dentro do nosso conceito de que atitude é tudo o que fazemos, sim, a atitude é fundamental. Quando a atitude é aplicada como sinônimo de comportamento, neste caso assume papel especial, pois algumas pessoas tendem a ser mais centralizadoras e postergadoras e acabam não tomando as deci-
50
cisa arremeter um avião na cabeceira da pista por algum problema no último segundo identificado, o que faz com competência, não por ser esperto, gênio ou qualquer coisa semelhante, mas sim por ele ter sido treinado dezenas ou centenas de vezes para aquela circunstância. Dessa forma, se um profissional trabalha em algo em que são exigidas respostas rápidas, ou ele deve ter muita experiência (que pode ser chamada também de feeling), ou ser treinado para isso. No mais, é contar com a sorte”, diz Matos.
a ser mais objetivas e rápidas nas
objetividade e no foco. Pessoas com alta estabilidade costumam decidir de forma bem estruturada e organizada, mas tendem a ser mais conservadoras; e, por último, pessoas com alta conformidade tendem a decidir com muita qualidade, mas a protelam ao máximo, pois frequentemente acham que não possuem todos os dados necessários para uma boa decisão”, explica Matos.
Hora de decidir São decisões acertadas que colocam uma empresa ou um grande grupo
sões no tempo adequado; enquanto
O comportamento e a posição de
numa posição de destaque no mer-
outras o fazem mais rapidamente e
cada “tomador” também podem ser
cado. Mas tão importante quanto os
às vezes sem considerar todos os ele-
determinantes para a decisão. “Pes-
passos já trilhados são os que estão
mentos intervenientes”, explica.
soas de alta dominância tendem
por vir. Afinal, são as decisões que
rba | revista brasileira de administração
precisam ser tomadas, já que deter-
Até chegar à decisão de implantar
cisaria se transformar em uma indús-
minam, também, o futuro.
esse novo modelo, o caminho teve
tria e, em decorrência do nível de risco,
início na elaboração de um estudo
surgiu a necessidade de primeiramente
de tendências mercadológicas e tec-
avaliarmos o modelo de negócio em um
nológicas tendo como visão futura a
plano piloto, mitigando os cenários mais
transformação ocorrida na Europa
arriscados”, lembra Gonçalves.
Por exemplo, inspirada nos casos de sucesso da empresa capixaba Marca Ambiental – especializada em multitecnologias para o gerenciamento integrado de resíduos, no ramo desde 1995 –, uma parceria de empresas está desenvolvendo um projeto piloto bem interessante. Trata-se do Complexo Industrial Eco-Tecnológico do Litoral do Paraná (CIETec). Sócio no projeto, o engenheiro mecânico Rogério Gonçalves explica: “O conceito tem como base a integração entre o processo de valoração de diversos tipos de resíduos por meio de tecnologias factíveis e comprovada utilização em algum lugar do mundo. O ponto comum dessas
e nos Estados Unidos por meio da implementação de legislações ambientais que tornaram obrigatórias a utilização de mecanismos limpos de produção, revela Gonçalves.
A primeira fase para o plano piloto era encontrar um local que fosse logisticamente viável e com um mercado potencial, capaz de ser desenvolvido em um período de tempo não superior
“Trouxemos esse estudo para a nossa
a três anos. “Com esses critérios em
realidade usando como estrutura básica
mente, adquirimos a área no distrito
a lei de 2010, que criou o Plano Nacional
de Alexandra, há pouco mais de um
de Resíduos Sólidos (PNRS). Com esses
ano e, durante esse período, focamos
elementos em mãos, foi desenvolvido
nossos esforços em melhorar a estru-
um Plano Estratégico que estabeleceu
tura existente de forma a preparar a
uma grande mudança de paradigma
área para a implantação de novas uni-
pelo qual uma empresa de serviço pre-
dades de tecnologia”, afirma.
tecnologias é o de permitir a separação, recuperação e processamento desses resíduos de forma a viabilizar sua utilização como matéria-prima renovável dentro de processos industriais”. Segundo Gonçalves, o conceito não é novo, mas apenas hoje é financeiramente viável, desde que a logística e a continuidade de fornecimento do resíduo seja uma questão controlável. “Expandindo esse conceito do plástico poderemos realizar o mesmo processo com outros materiais como papel, alumínio, madeira e até resíduos orgânicos, desde que tenhamos em mente que cada um desses componentes é passível de ser transformado em novos produtos ou em energia elétrica e calorífica”, conta o empresário, que completa dizendo que a grande inovação está no modelo de negócio.
SETEMBRO/OUTUBRO – 2014 | nº 102
51
Tomada de decisão
A decisão mais recente e, provavelmente, segun-
Foto: Divulgação
do Gonçalves, a mais arriscada, foi a definição da matriz
Todo gestor deve ter ao seu lado um grupo de pessoas que compartilham o mesmo sonho”
de tecnologias que o grupo implementaria nos próximos anos. “O nível de risco está diretamente relacionado ao fato de não sabermos muito claramente o fator de obsolescência dessas tecnologias versus demanda do mercado. Porém, entendemos também
Rogério Gonçalves
que o processo de inovação sempre passa por incertezas e, se quisermos realmente provar o modelo de negó-
minhas decisões são tomadas, ou seja,
cio, precisamos obter informações
no atual nível de experiência profissio-
que ainda não temos e a única forma de obtê-las é realizar e aprender e re-
ouvido. Esta é a primeira etapa no meu
alizar melhor, afinal, nossa visão de
processo decisório: ouvir e compartilhar
futuro é audaciosa, pois queremos
os anseios, as dúvidas e as experiências
replicar em todo o Brasil e quem sabe
e somente depois disso falar”, comenta.
mais longe”, arrisca.
52
Nas tomadas de decisão, Gonçalves
nal acredito que a mistura do científico com a sensibilidade sobre o assunto gera uma melhor decisão e pratico isso sempre”, completa Gonçalves. No caso de uma decisão equivocada ou não tão certeira, Gonçalves pon-
Para o empresário, todo gestor deve ter
chama essa fase de tácita; segundo ele,
ao seu lado um grupo de pessoas que
muito importante, mas não suficiente.
compartilham o mesmo sonho e um
“Acredito muito em informação ex-
grupo de pessoas que entendem que
plícita, como números, estatísticas e
esse é apenas um sonho, mas que acre-
qualquer outra fonte que me permita
ditam não ser possível sua realização ou
fazer avaliações mensuráveis. A com-
que apenas entendem que essa realida-
binação da fase tácita com a explícita
de esteja muito distante. “Gosto muito
cria uma base para as minhas decisões,
de ouvir aquelas pessoas que dizem
contudo, na prática, aprendi, desenvol-
A grande questão, segundo ele, é inde-
‘sempre fizemos assim, para que mudar?’,
vi, não sei exatamente quando e onde
pendente da decisão a ser tomada, inde-
pois o ‘fizemos assim’ já está há muito
surgiu, mas respeito muito a minha
pendente dos resultados desta. O grande
tempo e se está esse tempo todo real-
percepção sobre as pessoas, sobre o
lance, mesmo, é não desistir. “O erro
mente deve ter sua relevância em ser
entorno e sobre o momento em que as
também gera aprendizado”, conclui.
rba | revista brasileira de administração
dera: “Antes de tudo tento lidar com a emoção da decepção e depois com as consequências, pois elas sempre aparecem. Depois tento aprender com o problema e tornar mais robusta a próxima decisão que terei que tomar para corrigir a primeira e voltar aos trilhos”.
Além da experiência, do conhecimento, do feeling e de outras
ger – Tecnologia da Informação e
habilidades próprias, existem tecnologias, técnicas e outros recur-
Gestão Empresarial Ltda. e outras
sos externos que podem ajudar na hora da tomada de decisões.
nas áreas de Gestão da Informa-
E isso, segundo o professor Erico Oda, da Faculdade de Educação
ção e do Conhecimento, Tecno-
Superior do Paraná (FESP-PR), não é de agora.
logias de Informação Aplicadas,
“Desde o clássico método cartesiano de testes de evidências científicas do século 17, passando por técnicas de análises multicritérios baseadas em Métodos Quantitativos, Pesquisa Operacional e Estatística, até os modernos sistemas informatizados e complexos de Business Intelligence, que acrescentam novos recursos de Inteligência Artificial e de análises de Big Datas, que possibilitam considerar dimensões quantitativas e qualitativas, com volumes gigantescos de dados, nas análises das decisões a tomar”, comenta Oda, que é especialista no tema – tanto na teoria, quanto na prática. Oda é especialista em Processamento de Dados e mestre em Administração, com concentração em Sistemas de Informação e Apoio à Decisão pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Na experiência prática, ele acumula a consultoria sênior da Ti-
Foto: Divulgação
A tecnologia da escolha certa
Planejamento e Gestão Estratégica Empresarial, principalmente nos seguintes temas: Sistema de Informação, Sistema de Apoio à Decisão, Inteligência de Negócios (BI), Gestão de Processos (BPM), Ferramentas Computacionais e Modelos Operacionais.
Erico Oda, professor da Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP-PR)
Segundo Oda, a grande maioria dos Administradores conhece esses recursos durante a formação acadêmica. Porém, as reais aplicações destes em processos de tomada de decisões depende muito da natureza da decisão, da sua abrangência e urgência, e da gravidade das suas consequências. “Afinal, a utilização desses recursos demanda de tempo, experiência e esforços”, pondera.
Riscos
Indicações
Ainda de acordo com o mestre da FESP, mesmo com apoio da
Para o professor, com todo o recurso disponível, a melhor forma
tecnologia, os riscos sempre existem. “Mas quanto maiores a
de tomar uma decisão é zelar pela imparcialidade na análise das
responsabilidade e a repercussão da decisão, maiores deverão
evidências e das opções disponíveis, bem como na consideração
ser os cuidados na minimização da probabilidade de erros e,
das dimensões de urgência, abrangência e gravidade das conse-
consequentemente, mais sofisticadas e abrangentes deverão
quências, como abordado anteriormente. “De nada adianta tomar
ser as ferramentas disponíveis a utilizar. As modernas ferramen-
uma decisão mais correta possível, se for tarde demais”, afirma.
tas de análises de problemas para tomada de decisões podem considerar e envolver os dados quantitativos e qualitativos até quase a sua exaustão, mas sempre haverá uma participação da bagagem de experiências anteriores do gestor, que aprimoram a sua ‘intuição’ na palavra final da decisão”, orienta Oda. Ele ainda ressalta que uma das características e premissas de “Inteligência Artificial”, presente em soluções de Business Inteligence, é a capacidade dessas ferramentas se aprimorarem com o uso, aproveitando os acertos e erros de decisões anteriores.
E sobre as consequências de errar, Oda completa que variam de acordo com o nível da decisão e da frequência da ocorrência do erro. Essas vão desde pequenos prejuízos recuperáveis (no caso de erros de âmbito operacional) até riscos mais sérios, no caso dos erros em âmbitos estratégicos. “Nesse caso, a própria sobrevivência da empresa pode ser colocada em risco. Por exemplo, a demora da Motorola em substituir a tecnologia analógica pela digital em seus telefones celulares a fez perder a liderança de mercado para a Nokia, que, por sua vez, também demorou a adotar o conceito de ’smartphones‘ e perdeu a sua liderança mundial no mercado de aparelhos móveis para a Apple e a Samsung e, deslocada para o segundo plano, foi recentemente adquirida pela Microsoft”, relata o especialista.
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BEM-ESTAR Foto: Victor Affaro
POR_ Adriana Franco
É necessário ficar atento para a escolha de cada chá, de acordo com o horário e a ocasião em que será tomado
O poder do chá A diversidade dessa bebida milenar ultrapassa barreiras de tradições familiares, vence as fronteiras europeias e conquista cada vez mais o paladar dos brasileiros
Q
uem nunca passou pela experiência de tomar
chegar a um blend ideal. Apaixonada por chás, a diretora do
um chá preparado pelas mãos de uma avó,
Lapinha Spa, Marianne Brehpol, sempre dedica parte de
uma mãe ou até mesmo de uma cuidadora para
suas viagens pelo mundo em busca de novas opções para co-
ajudar a melhorar de um resfriado ou antes de ir para a cama? Rompendo as fronteiras europeias e orientais, essa bebida milenarmente conhecida traz em si sabores, aromas e efeitos dos mais variados e tem encantado e
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nhecer. “Gosto de passear pelas feiras, conhecer mercados públicos e visitar casas específicas para levar um pouco do sabor e do aroma daquele lugar onde estive”, conta.
conquistado um público cada vez mais diversificado do
Embora o chá traga em si a tradição de que vai proporcio-
lado de cá do oceano. Cada vez mais é comum perceber
nar relaxamento, é importante estar atento ao que cada
um número maior de casas de chás espalhadas por sho-
tipo de ingrediente ou blend pode realmente provocar a
ppings e avenidas no Brasil.
quem está tomando. A variedade é bastante grande, há
As opções de ervas, especiarias, flores e frutas e a possibi-
opções tão estimulantes ou mais que o café, aquelas com
lidade e criatividade na hora de misturá-las, utilizando a
fatores medicinais e as que ajudam a acelerar o metabo-
quantidade adequada de cada ingrediente, contribui para
lismo para quem pretende ficar em forma, por exemplo.
rba | revista brasileira de administração
Foto: Victor Affaro
Para cada ocasião, uma opção Marianne Brehpol dá dicas de chás que combinam com variados tipos de ocasiões. Ela lembra que há várias formas de facilitar na hora de servir os convidados. Optar pelos sachês é uma saída bastante prática e há uma variedade grande de opções em supermercados e casas especiais. Veja a seguir: Reunião mais formal • Hortelã
Marianne Brehpol é aficionada por chás e dá boas dicas
Gosto de passear pelas feiras, conhecer mercados públicos e visitar casas específicas para levar um pouco do sabor e do aroma daquele lugar onde estive”
Reuniões que exigem mais concentração
• Menta
• Earl grey
• Rooibos
• Chá preto e jasmim
• Chá preto (earl grey)
• Gengibre e limão
• Chá verde Momentos para
Reunião com
celebrar
mulheres
• Roobios, mate, coco e canela
• Maçã, cravo e canela • Rosas brancas e maçã • Maçã, banana e canela
• Quentão de hibisco: hibisco, maçã, casca de laranja, canela, gengibre e cravo • Rooibos e baunilha
Reunião criativa
• Morango e baunilha
• Cardamomo, canela e açafrão • Hibisco • Menta, pimenta e nibs de cacau
Por conta de tanta variedade de opções e efeitos, é neces-
mos aliados para quem quer acelerar o metabolismo e des-
sário ficar atento para a escolha de cada chá, de acordo
pertam sem deixar a pessoa muito acelerada”, explica.
com o horário e a ocasião em que será tomado. Marianne lembra que chá verde e chá preto, por exemplo, devem ser ingeridos até as 14 horas, para evitar estímulos em demasia. Estes, assim como o de hortelã, de menta e o earl grey são ideais para o momento do despertar. “Outra sugestão utilizada como estimulante é o rooibos. Uma vez tomei um chá dessa planta que ganhei de uma pessoa que veio da China e fiquei encantada com o sabor e o efeito proporcionado”, diz.
Para quem sofre com problemas gastrointestinais, Marianne sugere chás à base de erva-doce, de cáscara-sagrada, de laranja ou de rosas brancas. E, mais para o final da tarde, começo da noite, quando enfim está chegando o momento de relaxar, a dica é lançar mão de opções de blends que levem camomila, erva-cidreira e melissa. Chás de alface também são altamente relaxantes. Para garantir o sabor de cada ingrediente, vale ressaltar que o açúcar e qualquer outro tipo de adoçante devem ser dis-
Opções de especiarias bastante presentes na cultura india-
pensados. A única opção que a administradora indica para
na, como a canela, o cravo e cardamomo, são indicadas por
adoçar é o mel em um chá de cidreira, gengibre e limão, por
Marianne no pós-refeição. “Já o gengibre e o hibisco são óti-
exemplo, mas isso apenas à noite, antes de ir para a cama.
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PLANEJAMENTO Conselho POR_ Adriana Franco
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rba | revista brasileira de administração
Foto: Shutterstock
VITÓRIA DO
planejamento Foco no resultado, responsabilidade em campo e o controle emocional dos alemães foram marcantes na conquista do título mundial
É
de comum acordo que o fato de a Seleção Brasileira não ter sido campeã na Copa do Mundo de 2014 teria sido bem menos traumatizante se não fossem os sete gols tomados da seleção alemã. Somados aos da
derrota contra os holandeses, na disputa pelo terceiro lugar, foram dez gols em apenas duas partidas. Saldo negativo que muitas equipes de porte bem menor, como a da Croácia, não chegaram nem perto durante todo o campeonato. Mas que tipo de planejamento os alemães traçaram para conquistar o título e serem vistos como um exemplo de organização, disciplina e foco? Por que os brasileiros ficaram tão aquém do esperado mesmo tendo jogado em casa? É válido lembrar que a Alemanha trilhou um longo caminho, que durou 12 anos, até conquistar o título de campeã da Copa do Mundo. Chegou a três semifinais consecutivas e, inclusive, perdeu a chance de sair vitoriosa em casa, assim como o Brasil. Além disso, não era campeã desde 1990. Na opinião do professor doutor, psicólogo, coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo e do Serviço de Psicologia do Esporte do Clube Atlético Paranaense, Gilberto Gaertner, a Alemanha teve um ponto de mutação muito importante: o insucesso fez com que repensassem e transformassem o processo de trabalho.
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Planejamento Planejamento Gaertner comenta que foi desenvolvido um planejamento de médio e longo prazos e investido na infraestrutura básica do futebol alemão. “Eles focaram na formação de técnicos; intercâmbio; captação e desenvolvimento de talentos
Foto:CAP/Divulgação
esportivos; capilarização dos centros
ajustes finos e perseverança para atingir o objetivo. “Uma questão psicológica importante é gerenciar as expectativas, chegar perto e não atingir o alvo é difícil de administrar se você só valoriza o primeiro lugar e não tem expectativas de continuidade”, acrescenta.
de formação de jogadores; e utilização
Para o diretor acadêmico da Faculda-
de recursos tecnológicos e treinamento
de de Educação Superior do Paraná
com visão sistêmica, transdisciplinar e
(FESP), Adm. Luiz Fernando Ferreira
aplicada (todos os treinamentos conta-
da Costa, planejamento estratégico,
ram com ênfase física, técnica, tática e
inclusive no futebol, é baseado prin-
psicológica, profissionais de várias áre-
cipalmente em uma missão (buscar a
as interagindo e treinos com intensida-
vitória), utilização dos pontos fortes
de e pressão de jogo)”, exemplifica. Comentaristas de futebol de diversos programas esportivos criticaram a
(bons jogadores) e proteção contra as ameaças (adversários). No entanto, ele lembra que o futebol também é um
postura da Seleção Brasileira, que en-
esporte que depende da sorte, de quais
trou no campeonato com a certeza da
adversários serão enfrentados pelo
vitória, mas fez muito pouco para isso
meio do caminho, de jogadores lesiona-
acontecer. Para Gaertner, quando se
dos ou não. Por isso, afirma que, mesmo
desenvolve um projeto com metas am-
acreditando na importância de um pla-
biciosas, como ser campeão mundial, o
nejamento com objetivos claros e defi-
primeiro passo é poder se aproximar da
nidos em metas e prazos, nem sempre o
meta (estar entre os quatro primeiros).
melhor e mais preparado vence.
Foto: Shutterstock
Gilberto Gaertner, professor doutor, psicólogo, coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo
Estando entre os primeiros, bastam
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rba | revista brasileira de administração
Avaliação psicológica
tiva, parece que vão solucionar todos os
a simples atitude de parar o jogo e tentar
problemas e redimir todos os pecados do
minimizar o efeito do apagão emocional.
A falta de maturidade foi considerada um
país. “Consequentemente o peso emocio-
O líder é a pessoa na qual a equipe bus-
dos itens de maior fraqueza da Seleção
nal acaba sendo bem maior que o neces-
ca referência em situações de dificuldade.
Brasileira na última Copa do Mundo. A
sário”, opina.
Não tivemos essa referência nem dentro,
falta de controle emocional de alguns jogadores na hora de cobrar os pênaltis na partida contra a Colômbia revelou a insegurança da equipe diante de uma situação mais ameaçadora.
Outro problema detectado pelo professor
nem fora do campo”, comenta.
foi a superexposição midiática dos joga-
Finalmente, Gaertner compara as duas
dores, inclusive durante os treinos, um
equipes da seguinte forma: “Um projeto
momento que pede total concentração.
profissional e bem estruturado, de médio
“Também é válido destacar a falta de lide-
e longos prazos, pautado na coletivida-
Para o professor Gilberto Gaertner, os bra-
ranças na equipe brasileira. No jogo contra
de, versus um projeto amador e de curto
sileiros, quando vão disputar algum título
a Alemanha, nem a comissão técnica, com
prazo, com uma estrutura desorganizada
internacional, em uma competição espor-
toda a sua experiência, foi capaz de tomar
e individualista em campo”.
Sobre as chances de o Brasil ser campeão em 2018, Costa acredita que, além de um bom planejamento, a Seleção Brasileira precisa trabalhar sem tantas influências externas e
Foto:Divulgação Foto: Felipe Rosa
Política
políticas. Ele avalia que a nova equipe técnica já começou errada, porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contratou um empresário de jogadores para liderar o processo. “Precisamos de profissionais que se preocupem realmente em montar uma equipe forte, com jogadores comprometidos e focados nos objetivos e metas a serem alcançados para, então, chegar à vitória”, opina o diretor acadêmico. Gaertner compartilha da ideia de Costa com relação à necessidade de planejamento estratégico na Seleção Brasileira e ressalta que a equipe precisa de uma comissão técnica profissional e que utilize todos os recursos físicos, fisiológicos, técnicos, táticos, psicológicos e tecnológicos que estão à disposição no mercado atualmente. “Precisamos de um trabalho sério e continuado, com muita humildade, muito suor e muita inteligência”, diz, ao acrescentar que também não está confiante na nova formação técnica e que os torcedores precisam exigir mudanças emergenciais na estrutura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no gerenciamento das seleções de base e principal e na gestão do fute-
Adm. Luiz Fernando Ferreira da Costa, diretor acadêmico da Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP)
Precisamos de profissionais que se preocupem realmente em montar uma equipe forte, com jogadores comprometidos e focados nos objetivos e metas a serem alcançados para, então, alcançar a vitória"
bol brasileiro como um todo.
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Foto: Shutterstock
Planejamento
Brasil sob o olhar de um alemão O alemão Tomas Drunkenmolle, pro-
tanto com o coração, conforme os bra-
com a seleção, a responsabilidade de
fessor de planejamento estratégico do
sileiros, chegaram ao título de campeão
dar o melhor de si quando entram em
Instituto Superior de Administração e
mundial. “Os alemães observam qual-
campo e a confiança para atingir os
Economia (ISAE/FGV) de Curitiba, está
quer partida friamente e depois se sen-
objetivos traçados. Ao saber que o téc-
no Brasil há 15 anos. Ele afirma que,
tam e avaliam cada ponto com precisão.
nico da Seleção Brasileira seria Luiz Feli-
pessoalmente, torceu para a Seleção
Os brasileiros também devem fazer essa
pe Scolari, campeão mundial em 2002,
Brasileira vencer a Copa de 2014, mas
avaliação, mas talvez, por serem mais
com o desenrolar do campeonato per-
emocionais, focam nos pontos positivos
cebeu que o hexacampeonato não se-
e não trabalham os negativos”, diz.
Drunkenmolle explica que os alemães sempre buscam se pautar na estratégia de minimizar o risco. “A seleção alemã parece um exército em campo, não
ponto
ressaltado
chances de ganhar o título neste ano, mas ao perceber a equipe que tinha em mãos, viu que isso seria difícil. “In-
ria conquistado em casa. Outro
ele afirma ter pensado que o Brasil teria
por
felizmente, eram jogadores imaturos e
Drunkenmolle é que os alemães en-
inseguros, incapazes de lidar com uma
caram o futebol como um trabalho,
crise. Quando levavam um ou dois gols
por isso assumem o compromisso
já se desequilibravam”, acrescenta.
o Brasil, mas se preocupa em, pelo menos, não perder a partida, chegar ao empate. Já os brasileiros acreditam na estratégia de maximizar o erro, por isso se expõem mais ao risco de serem der-
Foto: ISAE/Divulgação
aposta no futebol arte e mágico como
rotados”, opina. O professor lembra que há 60 anos os alemães seguem esse planejamento estratégico, de apostar na minimização dos riscos, e isso em qualquer área, desde a economia ao esporte. E, possivelmente, por serem mais calculistas e não agirem
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rba | revista brasileira de administração
Tomas Drunkenmolle, professor de planejamento estratégico do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE/FGV)
Infelizmente eram jogadores imaturos e inseguros, incapazes de lidar com uma crise. Quando levavam um ou dois gols já se desequilibravam”
A
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CRISE POR_ CINTHIA ZANOTTO
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Brasileiros
mais confiantes Especialistas passam dicas para superar momentos de crise e ter mais confiança para investir no presente e sonhar com o futuro do país
A
crise financeira atual não afeta somente o Brasil,
Porém, o professor doutor e coordenador da Escola de
mas o mundo. Isso se deve à perda momentânea
Negócios de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade
de liquidez, quando há menos dinheiro circu-
Católica do Paraná (PUC-PR), Carlos Bittencourt, diz que a
lando no mercado, por causa da elevação das taxas de juros.
população brasileira é pessimista e estimula o próprio sofri-
Tal situação, aliada à descrença em relação ao poder público
mento baseado no sentimento de insucesso.
e ao baixo crescimento industrial, parece afetar a confiança do brasileiro perante o presente e o futuro do país. Para lidar com esse sentimento e ter otimismo para investir mesmo em tempos de instabilidade, a solução é ser firme, ter ousadia, trabalhar com criatividade e pensar positivo. O mestre em psicologia Bruno Mãder diz que se vê um descontentamento do brasileiro com o poder público, especialmente com a segurança e o favorecimento da classe política. No setor industrial, há um pessimismo relacionado à inovação e à qualificação profissional.
Segundo ele, a única crise que acomete e país e o mundo é a financeira. E essa situação é utilizada como desculpa no Brasil para deixar de ser otimista em relação às oportunidades no presente e no futuro. “A crise é sempre uma desculpa, mas nem todos os setores estão passando por crise. O contágio de um ambiente econômico menos propício se espraia para outros setores. Ter firmeza e ousadia nos objetivos é a chave para sair do marasmo que contamina os setores bem-sucedidos”, completa o professor. Apesar dos entraves burocráticos que atrapalham o cotidia-
“O brasileiro é pessimista quanto às relações de poder que es-
no dos profissionais e das empresas brasileiras, Bittencourt
tão colocadas. Expressões como ‘alegria de pobre dura pouco’,
afirma que existem muitas oportunidades no país. “Cabe a
‘quem é rico mora na praia, mas quem trabalha não tem onde
cada um tirar proveito das circunstâncias. Os momentos de
morar’, ou ainda ‘o Flamengo nunca vai cair para a série B por-
crise são tempos de galgarmos novas posições, impulsiona-
que é grande’ demonstram uma relação de poder estanque em
dos pela criatividade, que é a essência de grande parte da
que sempre os mesmos são beneficiados”, diz Mãder.
população brasileira”, diz.
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Crise
Já Mãder acrescenta a perspicácia e
E isso começa pela mudança de mentalidade. Devemos mudar a cultura brasileira no sentido de gerar um orgulho maior para nós. Dessa maneira, todos os setores serão impactados. Temos que sair da letargia de que tudo dá errado, que o governo não ajuda...
a persistência como comportamentos essenciais para enfrentar a falta de confiança. Ser otimista também é necessário para superar a crise, além de precisar haver empenho e reorganização. De acordo com Mãder, as crises acontecem em momentos quando há falta daquilo que parecia certo e constante e é preciso ocupar uma posição desconfortável. Resgatar valores não ligados somente à questão financeira – como o apoio familiar e social – e reencontrar a própria identidade ajudam a enfrentar essas situações desfavoráveis. O professor sugere também olhar para os fatos capazes de fazer o brasileiro se sentir orgulhoso, como os talentos e as empresas nacionais que são destaques no contexto global. Essa seria uma injeção de ânimo para a população. “E isso começa pela mudança de mentalidade. Devemos mudar a cultura brasileira no sentido de gerar um orgulho maior para nós. Dessa maneira, todos os setores serão impactados. Temos que sair da letargia de que tudo dá errado, que o governo não ajuda, que há baixa qualificação de mão de obra, que há insegurança. Mas, para tanto, os investimentos em educação devem ser direcionados de forma que atinjam setores que desejamos desenvolver, ser ótimos”, acrescenta. Identificar o problema e procurar caminhos para solucioná-lo são atitudes eficazes a serem tomadas em momentos de crise, indica Mãder.
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rba | revista brasileira de administração
O país e o futuro Para empresas e profissionais dispostos a pensar em um país melhor para curto, médio e longo prazos, a dica é planejamento. Para Bittencourt, pla-
te, com o intuito de realizar escolhas mais equilibradas e estáveis. Porém, deve-se ter em mente que nunca será possível estar preparado para todos os acontecimentos vindouros.
nejar o Brasil é a espinha dorsal para o
Mãder afirma ainda que a maneira de
desenvolvimento.
encarar a vida no presente influencia
Dentro desse plano, é fundamental rever a estrutura da república para ter estados mais autônomos e priori-
no futuro de cada um. Isso porque, para quem se sente incapaz e incompetente, as chances de aproveitar as oportuni-
zar a educação dentro do orçamento
dades do momento diminuem.
público. “Adequar as políticas de es-
“Para driblar a crise de confiança é
tado de tal forma que proporcionem um ambiente econômico favorável aos empresários, uma vida mais digna aos trabalhadores, geração de emprego e aprimoramento da mão de obra”, fala o professor.
preciso abrir mão da certeza, da garantia de resultado positivo. É necessário ter tolerância com a frustração, para o caso de algo não sair como planejado, e não ficar se culpando pelo ocorrido. É preciso dar uma chance ao sucesso,
E, para esperar algo no futuro, terá
levando em consideração a possibili-
de ser feita uma leitura do presen-
dade de fracasso”, conclui Mãder.
“Adequar as políticas de estado de tal forma que proporcionem um ambiente econômico favorável aos empresários, uma vida mais digna aos trabalhadores, geração de emprego e aprimoramento da mão de obra”
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POR_FRANCISCO JOsÉ z. ASSIS
Nome estranho,
mas muito conhecido
E
se lhe perguntassem um dia, de “bate-pronto”, sobre o que é o poliestireno expandido? Pode se tranquilizar, pois a resposta não sairia de primeira para a absoluta maioria das pessoas. Não é para se preocu-
par. O mais interessante é saber que esse nome estranho, que pode até ser popular entre cientistas e químicos, está ligado a um material utilizado à exaustão no isolamento térmico e acústico de residências, em embalagens e caixas térmicas, na proteção para aparelhos e máquinas como televisão e geladeira, e produtos frágeis como remédios. Também é usado na preparação de concreto leve para lajes, telhas, forros e câmeras frigoríficas.
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A descoberta
Apelido famoso
O queridinho
Tal e qual o plástico, o poliestireno ex-
E aí, já descobriu o que todas essas li-
As características próprias do isopor,
pandido é produzido a partir do petró-
nhas de texto estão descrevendo? Ele,
como o fácil processamento por mol-
leo e foi descoberto na forma comercial
normalmente, tem a cor branca e pode
dagem, a aceitação de coloração, a se-
conhecida na atualidade em 1949 pelos
ser muito leve. O sucesso fez com que
melhança ao vidro, a baixa densidade
químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz.
sua marca registrada se transformasse
e absorção de umidade, o fizeram cair
Os pesquisadores trabalhavam nos labo-
em nome popular do produto. Sem mais
nas graças da indústria. O material é
ratórios da empresa Basf, na Alemanha,
mistérios, a Knauf Isopor Ltda. fabrica o
amplamente utilizado e também aju-
quando acharam o novo material. Sua
poliestireno expandido e passou a ceder
da famílias a controlar a temperatura
aplicação em larga escala logo gerou po-
o famoso apelido ao que todos chamam
dentro de suas casas, auxilia gela-
lêmica. Por ser descartável, ativistas re-
de isopor. E, ao contrário do que pensam
deiras e freezers a trabalharem com
lacionados à proteção do meio ambiente
os críticos, ele pode, sim, ser reciclado.
mais eficiência, diminuindo o seu
o acusaram de vilão dos lixos. Além da
Basta estar limpo e separado de partes
gasto de energia, salva vidas como
quantidade, outro ponto desfavorável é
metálicas, de papel ou adesivos. Do pro-
almofadas de segurança em veículos
seu tempo de decomposição, e que é es-
cesso de reciclagem outros objetos po-
e capacetes e reduz os custos com
timado em cerca de 150 anos.
dem surgir, como clipes e interruptores.
transportes por ser leve.
rba | revista brasileira de administração
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