Rumo para micro e pequenos
Investir no capital
Empresários devem
humano traz retorno
estar atentos e não
e retém talentos
parar no tempo
CFA tem nova Diretoria
Conselheiros são empossados e CFA teve eleição da Diretoria
R$ 9,90
Lucro para todos os lados
A regra é
A inovação deixou de ser uma opção para organizações. O “novo” é lei para quem deseja crescer e ainda ser sustentável no mundo da competitividade
Educação executiva renasce em formatos atualizados, mas a metodologia de ensino não atingiu níveis satisfatórios e tem de evoluir
Adm. Idalberto Chivaneto Referência mundial em Administração concede entrevista à RBA
Ano XXV • Nº 104 • Janeiro/Fevereiro de 2015
R E V I S TA B R A S I L E I R A D E A D M I N I S T R A Ç Ã O
eu PÓS na
EDITORIAL
Inovar é (sempre) preciso
A Existem
lguns dizeres não se
E vejam só o ensinamento deixado pelo Vicente Atz,
tornam
populares
gerente do local: “Sustentabilidade não é só verde, mas é
por obra do acaso.
muito maior e abrangente. Ela está inserida no contexto
explicações
que
justificam o gosto das pessoas em repetir frases prontas ao longo do tempo. Uma delas é a ponta de verdade que dá respaldo e sobrevida às velhas (e boas) máximas. Exemplo: ADM. SEBASTIÃO LUIZ DE MELLO
“O que se faz do mesmo jeito e por muito tempo está errado”.
A necessidade de buscar a inovação é a raiz que sustenta
aprender e aplicar. É inegável a importância do papel das micro e pequenas empresas na economia brasileira. Elas são gigantes da geração de empregos e renda. Mas sua difícil sobrevivência é preocupante. Muitas delas fecham logo nos primeiros anos de funcionamento por problemas relacionados à gestão. A solução pode estar no combate à acomodação, na identificação das oportunidades, na busca por fazer o novo.
C
M
a frase, é o toque de veracidade que a faz ser aceita
O que é uma corporação se não as pessoas que nela traba-
Y
e passada adiante.
lham? Homens e mulheres com suas formações e aptidões
CM
é que fazem tudo funcionar. Máquinas vêm para compor
MY
A ordem de inovar é ainda mais imperativa no universo empresarial. Não é opcional. Inovação é regra para alcançar crescimento e sustentabilidade. É o caminho para o sucesso e negar isso pode ser o primeiro passo para o fracasso. O tema, de tão importante, ganhou a capa da primeira edição de 2015 da Revista Brasileira de Administração (RBA), que também está recheada com muitas
e facilitar o dia a dia. As empresas sabem disso e apostam na valorização do capital humano. Aposta que aumenta a produtividade, melhora os resultados gerais e traz lucro. Já que todos conhecem os benefícios de investir nos talentos da casa, não é razoável perder mais tempo: é hora de aplicar! Outros destaques não podem passar despercebidos na
outras pautas de interesse dos profissionais de Adminis-
presente edição da RBA. O ano de 2015 marca o cinquen-
tração e que merecerão comentários nas próximas linhas.
tenário da Administração como profissão regulamen-
Nas páginas dedicadas ao conteúdo compartilhado com a HSM Management, publicação respeitada e que serve de referência, estão em discussão os sinais de renascimento da educação executiva. As escolas passaram a incorporar novas tecnologias e a se utilizar de inovadores modelos de aprendizado. Porém, segundo especialistas, a transformação precisa ser ainda mais ampla e profunda, atingindo os conteúdos e as metodologias de ensino. Contar histórias de êxito profissional é bom e estimula os mais empreendedores. O caso é da Don Ramon, que se consolidou como a primeira pousada & spa sustentável do Brasil e faz uso de um sistema de gestão focado em realizar ações na área ambiental, sociocultural e econômica.
4
da gestão para fazer a empresa durar mais”. É para
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
tada. Um marco que mobiliza o Sistema CFA/CRAs para a organização de ações, eventos e homenagens. Também cabe festejar o anúncio dos vencedores do Prêmio Belmiro Siqueira de Administração 2014 e a diplomação dos novos conselheiros federais, bem como a eleição do presidente, vice-presidente, diretoria executiva e comissões do Conselho Federal de Administração. E, como é o ano do Jubileu de Ouro da Administração, os leitores serão brindados com convidados mais que especiais na seção de entrevista. A honra de abrir a série é do professor Idalberto Chiavenato, uma referência para todos os Administradores e que aconselha as empresas a priorizarem as pessoas. Boa leitura!
CY
CMY
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SUMÁRIO ANO XXV • Nº 104 • JANEIRO/FEVEREIRO DE 2015
ENTREVISTA
REFERÊNCIA
10
18
40
Entrevistado pela equipe da Revis-
A importância da participação dos
Se estivesse vivo, Alberto Guerreiro
ta Brasileira de Administração
empreendimentos de micro e pequeno
Ramos completaria 100 anos em 2015.
(RBA), o administrador Idalberto
porte na economia nacional é inques-
O polêmico e aclamado sociólogo bra-
Chiavenato, referência na área de Ad-
tionável e, a cada ano, ganha maior
sileiro foi um dos precursores da socio-
ministração no Brasil, foi enfático ao
destaque. Porém, para que esses negó-
logia nacional e um teórico importante
apontar que as empresas devem priori-
cios sigam de portas abertas é preciso
para a Administração. Em parceria,
zar as pessoas e o Administrador deve
lembrar que só amplia lucros e avança
CFA e FGV resgataram durante semi-
ser um grande estrategista.
no mercado quem não para de inovar.
nário vida e obra do pensador.
As pessoas são prioridade, sentencia ADM. Chiavenato
Para micro e pequenas é proibido parar no tempo
Seminário reverencia vida e obra de Guerreiro Ramos
LEITOR | 08
ARTIGOS
CONSELHO | 33
16
ADM. LEANDRO VIEIRA
Alavancando talentos através da visão
22
EDUARDO PEDREIRA
De volta do futuro
CONEXÃO | 50
6
EMPRESAS
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
CAPA
24
Forte concorrência faz da inovação constante uma ordem Na acirrada concorrência do mundo empresarial, a inovação deixa de ser uma opção e torna-se regra para crescimento e sustentabilidade das organizações. Não há para onde fugir ou deixar para depois. A hora é agora o momento é já. Inovar sempre, com ações contínuas de melhorias incrementais em produtos, serviços e processos, além de aprimorar competências, estrutura e conhecimentos técnicos, faz toda a diferença. E quem fechar os olhos para essa realidade estará condenado ao fracasso.
42
52
54
A educação executiva dá sinais de renas-
Alguns têm a dança como profissão,
As empresas já sabem o quanto rende a
cimento tanto no aspecto econômico
mas muitos outros escolhem a moda-
valorização do capital humano. Rende
como na incorporação de novas tecno-
lidade para tirar proveito dos bene-
mais produtividade, melhores resul-
logias e inovadores modelos de apren-
fícios físicos, psicológicos e sociais
tados e, consequentemente, os lucros
dizado, mas a transformação precisa ser
proporcionados a cada novo passo
aparecem. Valorizado e reconhecido, o
ainda mais ampla e profunda.
dado no salão.
profissional trabalha mais e melhor.
HSM: AS METODOLOGIAS TÊM QUE MUDAR
DANÇA ALIVIA TENSÕES E GERA BEM-ESTAR
RETER TALENTOS TRAZ LUCRO A TODAS AS PARTES
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SUSTENTÁVEL, POUSADA FAZ SUCESSO Em meio às conhecidas atrações da serra gaúcha, a Don Ramon conseguiu se tornar a primeira Pousada & Spa Sustentável do Brasil. Com 15 anos de história, esse paraíso está localizado na cidade de Canela.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
7
LEITOR
As mensagens para a RBA podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília/DF, CEP 70070-932, e-mail: rba@cfa.org.br ou fanpage: facebook.com/cfaadm
Pessoal, muitíssimo obrigado pela atenção e retorno tão rápido. Os arquivos que me enviaram completam a matéria e nos ajudarão muito com o trabalho prático que estamos realizando em sala de aula. Mais uma vez, obrigado e um abraço! ADM. ÁTILA DE FREITAS
Em 2014, a RBA contribuiu muito para a minha carreira acadêmica. Que continue assim em 2015, trazendo conteúdo que nos auxilie.
Gostaria de agradecer pelas revistas.Recebi pelo correio e peço desculpas por qualquer coisa e obrigado de novo. Abraços CHARLYTON VASCONCELOS
Gostaria de informar que recebi o exemplar 103. Muito obrigada pela atenção e atendimento. PATRÍCIA JACOB DA SILVA
GERLANE OLIVEIRA
Os assinantes da RBA que não tenham recebido algum exemplar da revista deverão comunicar pelo e-mail rba@cfa.org.br que o CFA providenciará o reenvio. 8
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Leitor da RBA, mantenha sempre o seu endereço atualizado. Se houver qualquer alteração, encaminhe-a para rba@cfa.org.br ou pelo telefone: (61) 3218-1818.
EXPEDIENTE
EDITOR | Conselho Federal de Administração PRESIDENTE | Adm. Sebastião Luiz de Mello VICE-PRESIDENTE | Adm. Sergio Pereira Lobo CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2015/2016 Adm. Marcos Clay Lucio da Silva (AC) • Adm. Armando Lôbo Pereira Gomes (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm. José Carlos de Sá Colares (AM) • Adm. Tânia Maria da Cunha Dias (BA) • Adm. Ilaílson Silveira de Araújo (CE) • Adm. Carlos Alberto Ferreira Junior (DF) • Adm. Marly de Lurdes Uliana (ES) • Adm. Dionizio Rodrigues Neves (GO) • Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA) • Adm. Alaércio Soares Martins (MT) • Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS) • Adm. Sônia Ferreira Ferraz (MG) • Adm. Aldemira Assis Drago (PA) • Adm. Marcos Kalebbe Saraiva Maia Costa (PB) • Adm. Sergio Pereira Lobo (PR) • Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE) • Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI) • Adm. Jorge Humberto Moreira Sampaio (RJ) • Adm. Ione Macêdo de Medeiros Salem (RN) • Adm. Ruy Pedro Baratz Ribeiro (RS) • Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO) • Adm. Antonio José Leite de Albuquerque (RR) • Adm. José Sebastião Nunes (SC) • Adm. Mauro Kreuz (SP) • Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa (SE) • Adm. Rogerio Ramos de Souza (TO)
Conteúdo abordado de extrema importância, para nós Administradores. Parabéns RBA! PAULO ANDRADE
CONSELHO EDITORIAL Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero • Prof. Milton Mira de Assumpção Filho CONSELHO DE PUBLICAÇÕES Adm. Mauro Kreuz • Adm. Rogério Ramos de Souza • Adm. Sergio Pereira Lobo • Adm. Tânia Maria da Cunha Dias COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS Adm. Carlos Alberto Ferreira Júnior
Boa tarde! Gostaria de informar que acabo de receber os exemplares da revista RBA. Muito obrigado! MURILO FERNANDES Estou muito satisfeito pela eficácia no atendimento de minha solicitação. ADM. HARRI LUIZ KORMANN Informo-lhes que recebi as revistas 101 e 102. Agora posso aproveitar a leitura. ALEXANDRE P. ZÔRZO
Agradeço imensamente a atenção e ficarei no aguardo das revistas. FERNANDO GUERRA Parabéns! Está muito boa esta nova fase da RBA. JACKSON MOREIRA Parabéns pela qualidade das matérias da RBA. Cada vez mais surpreendente. LAURA FERREIRA
PRODUÇÃO Coordenação Editorial: Straub Design • Diretor Executivo: Adm. Wilgor Caravanti • Editor–Chefe: Francisco José Z. Assis • Diretor de Criação: Ericson Straub • Diretor de Arte: Fernando Ratis • Redação: Adriana Franco, Ana Graciele Gonçalves, Cinthia Zanotto, Mara Andrich, Nájia Furlan e Wellington Penalva • Revisão: Mônica Ludvich • Diagramação: Amanda Camargo e Fernando Ratis • Impressão: Ediouro Gráfica e Editora Ltda • Tiragem: 120 mil exemplares REPRESENTAÇÃO COMERCIAL Conecta Marketing Direto (Wladimir Reis) Tel.: (11) 98969-6075 E-mail: publicidade@cfa.org.br ASSINATURAS E-mail: rba@cfa.org.br | Portal: www.revistarba.com.br Telefone: (61) 3218-1818 | Fax: (61) 3218-1833 A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração sob a responsabilidade da Câmara de Desenvolvimento Institucional e da coordenadora técnica RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA. A RBA é certificada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) como de circulação controlada de conteúdo dirigido.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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ENTREVISTA POR_MARA ANDRICH
Visão
ESTRATÉGICA PARA O PROFESSOR ADMINISTRADOR IDALBERTO CHIAVENATO, REFERÊNCIA NA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL, AS EMPRESAS DEVEM PRIORIZAR AS PESSOAS E O ADMINISTRADOR DEVE SER UM GRANDE ESTRATEGISTA
As empresas mais bem-sucedidas põem as pessoas em primeiro lugar – e antes mesmo dos clientes –, pois elas, quando engajadas, irão encantar e reter os clientes”
Além de tecer críticas ao governo
tem formação em Filosofia e Pedagogia,
atual, Chiavenato acredita que quem
outras duas áreas do conhecimento
governa deve ser um Administrador e
que lhe proporcionaram vivência e ati-
estrategista, e não apenas um político.
tude para desenvolver seus trabalhos
Para os Administradores que estão
bem-sucedidos na Administração.
iniciando a carreira, o professor aler-
O professor acredita que o ensino da
ta: é preciso um misto de percepção
Administração no Brasil deve ser rein-
crítica que envolva visão sistêmica –
ventado, tornando o aluno participante,
ver o todo e não apenas uma de suas
ativo e proativo, e não apenas um es-
partes; visão periférica – sair da caixa
pectador. “O importante é que o novo
e entrever o que está fora dela ao seu
assim que o professor Idalberto
Administrador seja preparado com
redor; e visão antecipatória – entrever
Chiavenato, referência na área
ferramental
adequado
as decorrências ou consequências fu-
da Administração no Brasil, de-
para constituir um agente de mudança
turas das suas decisões atuais. “Tudo
fine o sucesso de uma corporação. Além
organizacional a partir de uma visão
isso ao mesmo tempo, como se tivesse
de ter ampla experiência na área, prin-
crítica e sistêmica”, alerta.
três visões simultâneas.”
É 10
cipalmente em RH, o professor também
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
cognoscitivo
Divulgação JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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Entrevista
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ADMINISTRAÇÃO (RBA): Um dos grandes temas tratados hoje é como as organizações bem-sucedidas se mantêm bem, o que fazem em meio a crises etc. Agora, por exemplo, vemos grandes empresas (como as montadoras de veículos) demitindo muita gente por conta de vários problemas. O que o senhor considera primordial para que as empresas se mantenham bem? Quais os principais pecados dos empresários, hoje? IDALBERTO CHIAVENATO (IC): Em primeiro lugar, meus cumprimentos a todos os leitores da Revista RBA. É sempre um imenso prazer estar em contato. O fato é que estamos vivendo uma era de intensas mudanças, que envolvem transformações, tanto positivas como negativas, em um fluxo dinâmico e interminável. Claro, muitas dessas mudanças são ótimas para a saúde organizacional, enquanto outras são até perigosas, como o caso das crises que estamos vivendo há meses no nosso país. Jogo de cintura é pouco quando tantas interferências externas devidas à má gestão da coisa
lidade – precisa caber em um esque-
vemos tanta gente insatisfeita
ma de integração e alinhamento para
com o trabalho? O que as empre-
alcançar determinados objetivos co-
sas, por um lado, podem fazer
muns. Contudo, as pessoas precisam
para segurar mais funcionários
receber algo em troca, como retorno de
bons e satisfeitos e, de outro lado,
seus investimentos pessoais ou coleti-
como o funcionário também deve-
vos na atividade organizacional. Esse
ria agir pra estar nessa situação?
é o segredo para não somente reter
IC: RH trata de gente, de suas com-
talentos e capital humano, mas, prin-
petências e realizações. Na verdade, organizações e empresas são entidades fictícias que ocupam certo espaço e tempo. Elas são constituídas de conjuntos integrados de pessoas que utilizam recursos para trabalhar.
cipalmente, para encantar e engajar pessoas – o parceiro mais importante do negócio, aquele que define o sucesso ou fracasso do empreendimento. Tanto que as empresas mais bem-sucedidas põem as pessoas em primeiro
Podem até mesmo ter um endereço
lugar – e antes mesmo dos clientes –,
físico ou virtual, mas o endereço pode
pois elas, quando engajadas, irão en-
mudar e elas continuam exatamente
cantar e reter os clientes. É bom lem-
as mesmas. Elas não são prédios ou
brar que a qualidade externa nunca é
instalações. São conjuntos integrados
maior do que a qualidade interna. E a
de pessoas que formam organizações
qualidade interna está na mescla oti-
e empresas. Elas são entidades so-
mizada de uma cultura corporativa
RBA: O senhor tem vários traba-
ciais. E toda essa diversidade humana
incorporadora; na arquitetura interna,
lhos na área de RH. Em sua opi-
– afinal, as pessoas se caracterizam
que serve de plataforma para conectar
nião, quais os principais proble-
pelas suas diferenças individuais, que
as pessoas; e no estilo de gestão huma-
mas enfrentados hoje nessa área
lhes dão personalidade e individua-
na que os líderes e gestores adotam.
pública colocam pedras pela frente das empresas. Quase sempre, os pecados não são dos empresários, que precisam partir para planos contingenciais, mas de quem deveria cuidar melhor do entorno geral.
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nas grandes empresas? Por que
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Esse é o arcabouço que proporciona o
organizacional a partir de uma visão
feedback adequado e torna os colabora-
crítica e sistêmica.
dores engajados e satisfeitos. em
duação em Filosofia e Pedagogia.
Administração e também com for-
Por que decidiu buscar essas duas
mação em Pedagogia, como o se-
áreas também? O que lhe fascina
nhor vê o ensino de Administração
na Filosofia e na Pedagogia? Como
hoje? E a profissão? Vejo que se
elas auxiliam na boa atuação
trata de uma área bastante abran-
como Administrador?
RBA:
Como
doutor
RBA: O senhor também tem gra-
gente, que abre um leque muito grande para os profissionais. Quais seriam as tendências, tanto no ensino quanto na profissão do Administrador hoje?
IC: A Filosofia me deu uma visão ampla e dinâmica da vida e do mundo, enquanto a Pedagogia ajudou-me com alguma facilidade de comunicação e didática. Minha passagem pela
IC: Não quero entrar no mérito da
Filosofia e Pedagogia em minha pri-
questão, mas é claro que a formação de
meira universidade me ensinou mui-
novos Administradores requer novas
tas coisas na vida e agora estou apro-
posturas e práticas pela frente. Afinal,
veitando tudo isso na minha maneira
o mundo mudou e está mudando a
de explicitar abordagens, conceitos,
todo vapor e não podemos mais prepa-
práticas e mudanças com uma didáti-
rar nossos futuros talentos com meto-
ca simples em meus livros e uma von-
dologias e conceitos antiquados, que,
tade maluca de escrever.
aliás, nem sempre foram razoáveis no passado. Acontece que o mundo da Administração se tornou extremamente complexo, mutável e diversificado. Precisamos reinventar o currículo, o conteúdo, as ferramentas de apoio à aprendizagem e proporcionar uma nova e criativa plataforma de ensino que torne o aluno um participante ativo e proativo, e não simplesmente
Diferente das demais, a Administração requer e exige que o profissional desenvolva tanto competências técnicas como comportamentais.”
RBA: Como brasileiro e referência na área de Administração hoje, como o senhor avalia a situação política do nosso país? Estamos no caminho certo? Em sua opinião de Administrador, o que deveria ser feito em termos de Administração pública para melhorar a Administração do país?
em constante ascensão, monitoramento precário, falta de controles e de métricas – afinal, tudo aquilo que sempre combatemos e o que se pode lamentar profundamente. Isso não é Administrar. Um total descaso com o contribuinte que sente que o pagamento de impostos altíssimos não lhe proporciona o menor retorno. E sente que toda a sua contribuição desaparece no meio do caminho, como se evaporasse pelos ralos da corrupção e da gestão totalmente ineficiente. Em resumo, a nossa Administração pública vai muito mal. Tudo o que acreditamos e pregamos é ignorado. Não temos Administradores, mas pessoas que cuidam da Administração pública sem saber exatamente o que fazem, por que fazem ou como fazem. Precisamos de
um espectador passivo e inerte. O foco
IC: É uma pena que em decorrência
deve estar no aprender e incorporar
de decisões erradas e eivadas de ide-
conhecimento e competências e não
ologias ultrapassadas e malsucedidas
apenas no transmitir e ensinar temas
chegamos à situação atual em nosso
e conceitos. O importante é que o novo
País. Total des-Administração: pro-
Administrador seja preparado com
jetos paupérrimos, superficiais e mal
RBA: Para quem pretende atuar na
ferramental cognoscitivo adequado
planejados, execução amadora e to-
área de Administração no Brasil,
para constituir um agente de mudança
talmente ineficiente, perdas e custos
que conselhos o senhor daria?
Administradores e de estrategistas, e não de curiosos, amadores ou políticos. O lugar de políticos é na política, e não na Administração.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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Entrevista
IC: Há dez anos escrevi o livro Cartas a
operações, excelência, concorrência,
repleta de problemas, burocracia rígi-
um Jovem Administrador, no qual me
competitividade, sustentabilidade e
da e trabalhosa, total falta de apoio às
preocupei em dar alguns conselhos e
um sem-número de outros desafios.
empresas. E de lambuja trabalha com
uma visão ampla e geral da área a es-
Isso me lembra da figura daquele ar-
gente – aliás, com equipes de pessoas,
tudantes de Administração. Ela é uma
tista de circo que precisava equilibrar
aspecto que constitui a essência do
profissão diferente das demais, pois
vários pratos, girando-os simulta-
seu trabalho e que representa a parte
envolve competências que as outras
neamente sobre palitos. Além dessa
positiva de seu trabalho.
profissões não requerem tanto para
miríade de circunstâncias que giram
o sucesso do profissional. Diferente
ao seu redor, o Administrador preci-
das demais, a Administração requer
sa atender e satisfazer uma enorme
e exige que o profissional desenvolva
variedade de stakeholders, cada qual
tanto competências técnicas como
com suas diferentes expectativas e
comportamentais. E que lide com uma
exigências. Além disso, enfrenta a
amplitude de variáveis muito mais
concorrência de amplitude planetá-
amplas e complexas: como mercado,
ria. E as pedras no meio do caminho
organizações, negócios, público, so-
que a gestão pública lhe oferece em
ciedade, ecologia, produtos, serviços,
termos de complexidade tributária,
metas e objetivos, estratégias, táticas,
infraestrutura basal insuficiente e
Mas isso tudo não deve meter medo em ninguém. Pelo contrário, isso tudo impõe a quem deseja atuar na área de Administração o desenvolvimento de uma visão estratégica. E o que é isso? A meu ver, um misto de percepção crítica que envolva visão sistêmica – ver o todo e não apenas uma de suas partes; visão periférica – sair da caixa e entrever o que está fora dela ao seu redor; visão antecipatória – entrever as decorrências ou consequências futuras
IDALBERTO CHIAVENATO Registrado no Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP) sob o número 1142 Presidente do Instituto Chiavenato, consultor, professor e conferencista das principais Universidades de Administração do Brasil, Espanha e América Latina, possui dois títulos Honoris Causa no exterior por sua contribuição à área de Recursos Humanos e é reconhecido e prestigiado pela excelência de seus trabalhos em Administração e em Recursos Humanos
das suas decisões atuais. E tudo isso ao mesmo tempo, como se tivesse três visões simultâneas. Além disso, essa visão estratégica impõe um quarto foco no insight ou intuição – uma percepção a respeito de para onde as coisas estão indo. Você pode até pensar que é muito, mas até um excelente jogador de futebol consegue reunir todo esse conjunto de percepções: em um rápido relance de olhar ele sabe o posicionamento dos colegas e adversários
Autor de mais de 30 publicações em língua portuguesa, autor de 17 livros em espanhol, sendo o escritor brasileiro com o maior número de
no campo de futebol (visão sistêmica),
publicações na língua espanhola.
seus colegas e adversários (visão pe-
ouve os gritos e pedidos da plateia aos riférica), percebe para onde colegas e adversários estão correndo (visão an-
É doutor e mestre em Administração pela City University of Los Angeles-CA (EUA) e especialista em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Desta última, também foi professor convidado. Além disso, é graduado em Filosofia e Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional pela USP e em Direito pela Universidade Mackenzie. Hoje, entre outras atividades, atua como conselheiro do CRA/SP
tecipatória) e imagina onde a bola vai estar (insight e intuição). E é lá que ele vai estar para marcar o gol que definirá a partida. Difícil? Acho isso maravilhoso! É só saber juntar essas visões e o estrategista estará pronto para o que der e vier. E boa fortuna para todos.
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
OPINIÃO
Alavancando talentos através
DA VISÃO 16
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
CUIDADO COM A FORMA COMO VOCÊ ENXERGA SEU TIME. SUA VISÃO PODE SE REFLETIR DIRETAMENTE NO DESEMPENHO DA EQUIPE
Na verdade, porém, a única diferença
tratassem dessa forma e, no final das
profecia autorrealizável?
entre os dois grupos era somente a
contas, os resultados desse grupo foram muito superiores aos dos demais alunos.
O termo foi cunhado
expectativa dos professores, que nada
em 1949 pelo sociólogo americano
sabiam sobre o experimento que estava
Robert Merton e diz respeito às
sendo realizado. No fim do ano, todas as
“previsões” que costumamos fazer
crianças foram testadas novamente. As
e que, por acreditarmos tanto nelas,
crianças que os professores foram indu-
acabamos moldando o nosso próprio
zidos a acreditar que fossem as mais
comportamento de forma que a profecia acaba se tornando real. Nas palavras do próprio autor: “A profecia autorrealizável é, no início, uma definição falsa da situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira”. Um exemplo prático desse efeito foi comprovado pelos professores Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, na década de 1960. Eles conduziram um estudo em uma escola fundamental da Califórnia que consistia basicamente no seguinte: no começo do ano, realizaram um teste de inteligência para medir o QI das crianças. Em cada sala
sores que aquelas crianças tinham um grande potencial intelectual e
enxerga o verdadeiro valor da sua equipe, irá materializar inevitavelmente sua visão estreita nos resultados. Ele é aquele cara que está sempre resmungando para si mesmo: “São uns
Para inspirar pessoas, você deve saber, antes de tudo, inspirarse com elas. Saber reconhecer o talento e a singularidade de cada colaborador é o primeiro passo para alavancar a força de uma organização e conduzi-la a patamares superiores.
de aula, separaram aleatoriamente 20% dos alunos e disseram aos profes-
O administrador míope, que não
inteligentes tiveram um desempenho
incompetentes mesmo!” – e não estará errado, pois a tendência de que essa “profecia” se concretize é muito forte. Para inspirar pessoas você deve saber, antes de tudo, inspirar-se com elas. Saber reconhecer o talento e a singularidade de cada colaborador é o primeiro passo para alavancar a força de uma organização e conduzi-la a patamares superiores. Liderar não é só dar o exemplo. Liderar é também saber enxergar a riqueza que cada membro da equipe traz dentro de si. Foto: Arquivo pessoal
V
ocê já ouviu falar em
bastante superior às demais crianças da escola. Notem: apenas o olhar dos
que deveriam apresentar um desem-
professores sobre um grupo alea-
penho surpreendente durante o ano,
tório de crianças, esperando que elas
enquanto as demais eram crianças
fossem mais inteligentes e talentosas
com “potencial normal”.
do que a média, determinou que eles as
ADM. LEANDRO VIEIRA, criador do Administradores.com e autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus/Elsevier)
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
17
EMPREENDEDORISMO POR_ADRIANA FRANCO
Caminho para
MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS PAPEL DESSES EMPREENDIMENTOS NA ECONOMIA NACIONAL GANHA MAIOR DESTAQUE, MAS É PRECISO LEMBRAR QUE, PARA SE DESTACAR E CRESCER, É PRECISO INOVAR CONSTANTEMENTE
U
ma pesquisa feita pela
com faturamento de até R$ 90 milhões
Fundação Getulio Var-
ao ano, criou, em 2014, o programa
gas, encomendada pelo
MPME Inovadora. A iniciativa, se-
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
gundo a gerente no Departamento de
Empresas (Sebrae) e publicada em ju-
Financiamento a Projetos de Investi-
lho de 2014, revela o perfil da partici-
mento, dentro da Área de Operações
pação das micro e pequenas empresas
Indiretas do BNDES, Paola Goulart,
(MPEs) na economia brasileira. De
tem como objetivo facilitar a vida dos
2001 a 2011, a participação dos pe-
micro, pequenos e médios empreende-
quenos negócios no Produto Interno
dores que sofrem para conseguir apro-
Bruto (PIB) nacional subiu de 23,2%
vação de crédito para projetos ligados
para 27%. Os números em relação às
à inovação. Para isso, o programa con-
empresas desses portes são cada vez
ta com o Banco Regional de Desen-
mais expressivos no país, mas junto
volvimento do Extremo Sul (BRDE)
com isso também crescem a competi-
como principal agente financeiro.
tividade e a necessidade de inovar para se destacar e sobreviver no mercado. Mas quais são os incentivos oferecidos para que essas empresas invistam em inovação e mantenham-se ativas?
18
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Os financiamentos oferecidos garantem o suporte do BNDES FGI (Fundo Garantidor para Investimentos) como forma de facilitar o acesso ao crédito. Um dos critérios do programa MPME Inovado-
O Banco Nacional de Desenvolvimen-
ra é que a empresa tenha patente regis-
to Econômico e Social (BNDES), pen-
trada no Instituto Nacional da Proprie-
sando nas empresas de menor porte,
dade Industrial (INPI) e tenha em seu
Foto: BNDES/Divulgação
Para adquirir o Cartão basta acessar
Investir em projetos de inovação ajudam os empreendedores a alcançar um salto no faturamento de suas empresas e a alcançar um espaço de muito mais destaque em termos de competitividade” Paola Goulart, gerente no Departamento de Financiamento a Projetos de Investimento, dentro da Área de Operações Indiretas do BNDES
histórico algum investimento em inova-
do BNDES porque sentiu a necessida-
ção feito, preferencialmente, com ins-
de de se destacar em sua área atuação.
tituições parceiras. Os recursos podem
“Com apenas alguns ajustes nos cami-
ser solicitados, inclusive, sob a forma de
nhões e na forma de prestar o serviço, o
capital de giro.
empresário passou de um faturamento
A participação do BNDES é de até 90% do valor dos itens financiáveis para financiamentos com taxa variável e de 100% para os de taxa fixa. Cada cliente pode financiar até R$ 20 milhões por ano, com prazo para pagamento de até dez anos. Já para os casos de capital de
anual de R$ 1,2 milhão para R$ 10 milhões, em apenas um ano. E diante do sucesso, não hesitou em patentear as inovações feitas e a pensar nos próximos passos a serem dados. Entre os quais está construção de uma fábrica nova, para atender ao aumento da de-
o site www.cartaobndes.gov.br, clicar no menu “Solicite seu Cartão BNDES”, preencher a proposta de solicitação e encaminhá-la ao banco emissor, com os demais documentos necessários. Para facilitar o processo, a empresa deve ter conta no agente financeiro escolhido. Isso vai garantir melhor definição do limite do financiamento. A concessão do crédito e a cobrança são de responsabilidade do banco emissor do Cartão BNDES. Tomassini ressalta que podem obter o Cartão BNDES as empresas de micro, pequeno e médio portes, de controle nacional, com faturamento bruto anual de até R$ 90 milhões e que estejam em dia com o INSS, FGTS, RAIS, tributos federais e legislação ambiental. Sobre as vantagens oferecidas, Tomassini diz que um dos grandes trunfos do Cartão BNDES é a simplicidade e uniformização de suas condições e processos. “Os serviços tecnológicos são financiáveis nas mesmas condições dos demais itens apoiados pelo
manda”, conta.
Cartão BNDES, com taxa de juros de
é de R$ 10 milhões, com prazo de fi-
CARTÃO BNDES
três a 48 meses”, acrescenta.
nanciamento de até três anos.
E, para quem precisa de mais agilidade
Para Paola, as empresas de menor porte são extremamente importantes para o mercado, por isso a necessidade de facilitar o acesso à inovação. “Investir em projetos de inovação ajuda os empreendedores a alcançar um salto no faturamento de suas empresas e a conquistar um espaço de muito mais destaque em termos de competitividade”, ressalta.
em termos de financiamentos para investir em inovação, sem a necessidade de apresentação de projetos, é possível contar com o Cartão BNDES. “Atualmente, já é possível financiar, desde
0,99% ao mês e prazo de pagamento de
Foto: BNDES/Divulgação
giro isolado, o limite anual por cliente
o design e a prototipagem, passando pelos testes de conceito, ensaios e avaliação de conformidade, até a contratação de serviços especializados para proteção da propriedade intelectual”,
A gerente lembra-se de um pequeno
explica o gerente de Produto do Cartão
empresário dono de uma fábrica de ca-
BNDES, no Departamento de Opera-
minhões-cegonhas que buscou apoio
ções de Internet, Rodrigo Tomassini.
Rodrigo Tomassini, gerente de Produto do Cartão BNDES, no Departamento de Operações de Internet
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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Foto: Rogerio Rangel/Finep
Empreendedorismo R$ 150 mil a R$ 10 milhões por ano,
Nosso objetivo é chegar a R$ 800 milhões até o final de 2016, mas para isso também precisamos que os empresários apresentem seus projetos e busquem investir em inovação”
direcionados para empresas de menor
Marcelo Camargo, gerente do Departamento de Produtos Financeiros Descentralizados da Finep
ficar se é viável ou não.
porte. O Tecnova está presente em 19 estados do Brasil e a seleção dos projetos é feita por meio de chamada em edital em datas específicas. Já o Inovacred é contínuo, basta o empreendedor procurar um agente financeiro, que vai avaliar a pertinência do projeto e veriCom o BRDE como principal parceiro, o Inovacred, de acordo com Camar-
FINEP A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), desde o final de 2012, passou a aumentar a escala atuação e número de projetos com o objetivo de descentrali-
como ignorar esse fato e deixá-las sem suporte adequado para investir em inovação”, diz o gerente do Departamento de Produtos Financeiros Descentralizados da Finep, Marcelo Camargo.
go, já liberou cerca de R$ 120 milhões para quase 70 empresas ao longo de um ano, em todo o país. Pelo menos R$ 300 milhões seguem em análise. “Nosso objetivo é chegar a R$ 800 milhões até o final de 2016, mas para isso também
zar os recursos. “Hoje, pelo menos 96%
A Finep conta com dois programas
precisamos que os empresários apre-
das empresas no País se enquadram
voltados para projetos com foco em
sentem seus projetos e busquem inves-
nos portes de micro e pequenas, não há
inovação, com financiamentos de
tir em inovação”, acrescenta o gerente.
INVESTIMENTO COM ORIENTAÇÃO Pensando nas empresas de pequeno porte, com faturamento anual de no máximo R$ 3,6 milhões, o Sebrae conta com o Sebraetec (Serviços em Inovação e Tecnologia). Criado desde os anos 1990, o programa disponibiliza até R$ 120 mil por ano, por empresa, para projetos voltados para inovação e tecnologia, com subvenção de até 80%. O suporte de consultores especializados do Sebrae, que ajudam a identificar as necessidades reais de investimento dos empreendedores é fundamental para essas empresas que sequer têm condições de elaborar projetos, muito menos concorrer com outras grandes em editais lançados pelo governo. De acordo com o gerente de Ambiente de Negócios do Sebrae no Paraná, Cesar Rissete, a contratação dos parceiros para executar os projetos é
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
feita pelo programa e o empresário torna-se o cliente do Sebrae, que vai ajudar a gerenciar todo o processo. O Sebraetec é subdividido em três modalidades: orientação, para demandas de baixa complexidade; adequação, para mudanças de processos, alteração de layout e de embalagens, por exemplo; e diferenciação. Esta última é para avaliar projetos elaborados entre entidades cadastradas no Sebrae e empresas que vislumbram lançar novos produtos no mercado. Rissete conta que só em 2014 foram atendidas mais de 100 micro e pequenas empresas em todo o país com o Sebraetec. “Muitos desses empreendedores não teriam condição nenhuma de disputar recursos ou de ter o crédito aprovado em outros programas nacionais”, diz.
Foto: Sebrae/Divulgação
Com inovação, Fulgêncio Torres qualificou seu produto e conquistou o mercado dos Estados Unidos
CACHAÇA PREMIADA
Hoje, pelo menos 96% das empresas no País se enquadram nos portes de micro e pequenas, não há como ignorar esse fato e deixá-las sem suporte adequado para investir em inovação” MARCELO CAMARGO
PARCERIA PARA CRESCER No dia 7 de outubro de 2014, o Conselho Federal de Administração (CFA) e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE-PR) firmaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de promover ações destinadas à promoção e ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras, estabelecendo um canal convergente de acesso às informações de interesse dos empreendedores. Por meio da parceria, o CFA pretende capacitar Administradores em métodos e processos que permitam a aplicação de habilidades e conhecimentos técnicos (áreas do conhecimento), interpessoais (apoio, assertividade, confrontação, saber ouvir, estilo, processos grupais e saber ouvir) e de consultoria (contratação, diagnóstico, feedback, decisão) em micro e pequenas empresas, além de oportunizar a atuação dos Administradores capacitados em MPE. A estimativa é de que, ao final de cinco anos, todos os Conselhos Regionais de Administração (CRAs) estejam contemplados, sendo essa uma das metas de resultados a serem alcançadas, especialmente considerando a contribuição do Sistema CFA/ CRAs na formação de agentes multiplicadores do conhecimento, com práticas de consolidação de projetos nas MPEs.
O empresário Fulgêncio Torres fundou a Agroecológica Marumbi, mais conhecida como Porto Morretes, em 2004 e há cinco anos mais da metade da produção de suas cachaças é exportada para os Estados Unidos. Diante de um mercado bastante competitivo e exigente, percebeu que era hora de inovar. Como sempre esteve em contato com o Sebrae, desde o início dos negócios, não hesitou em buscar ajuda com a equipe do Sebraetec. Fulgêncio conta que já tinha uma ideia prévia do que queria fazer para ampliar sua linha de cachaças artesanais de alambique orgânicas, mas com a assistência da consultoria especializada do Sebraetec conseguiu dar um direcionamento adequado e proveitoso a seu projeto. O desenvolvimento de barris feitos da madeira amburana, para o armazenamento de cachaça, durou cerca de seis meses e o resultado já trouxe bons frutos à marca. A Porto Morretes participou do 15º Spirits Selection, o Concurso Mundial de Bruxelas, em junho de 2014, e foi premiada com cinco medalhas, incluindo a Medalha Dupla de Ouro para a cachaça envelhecida no barril de amburana. “A técnica envolve um envelhecimento duplo. Primeiro no carvalho e depois na amburana, dando um sabor muito especial”, diz Torres. Participaram da premiação mais de 200 rótulos de cachaça, de 720 marcas de destilados de 40 países.
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OPINIÃO
DE VOLTA DO
FUTURO E
ra uma mistura de spa com hotel cinco estrelas. Um oásis verde plantado
em meio à selva urbana. Um córrego de águas cristalinas corria próximo a apartamentos e chalés. A equipe, composta por médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, recreadores, dava conforto nos mínimos detalhes aos ilustres hóspedes. Apesar de toda essa atmosfera vibrante e cheia de vida, aquele era um lugar onde a morte era uma vizinha muito próxima. Tratava-se de uma casa de cuidado a idosos. Muito chique é verdade, mas todo aquele conceito butique não era capaz de anular a solidão, o abandono, a impotência na qual estavam submetidos alguns homens e mulheres outrora poderosos, ocupando posições estratégicas dentro de famosas empresas. Foi chocante ver em cadeira de rodas pessoas um dia tão cortejadas, cheias de poder, agora totalmente dependentes de cuida-
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
doras para sobreviver, esperando apenas
do trabalho hoje é um ambiente na
o inexorável momento no qual o último
maioria das vezes mais propenso ao
Perguntei ao meu cicerone com que frequência alguns daqueles pacientes-hóspedes recebiam visitas de seus familiares. Ironia das ironias: quanto mais ricos e poderosos foram, tanto mais solitários estavam. O dinheiro acumulado era útil para pagar o luxo de suas velhices solitárias. Não pude conter minha imaginação. Visualizei algumas daquelas pessoas não tendo tempo para os filhos, colecionando casamentos, cercadas de falsos amigos,
Não basta apenas saber para onde se está indo, necessário é também definir como se vai. O processo é tão importante quanto o produto. Felicidade não é um lugar a que se chega, é uma maneira como se vai. "
pela carreira, respirando trabalho todo
uma espécie de retribuição divina por
o tempo, alimentadas pela arrogância
terem sido o que foram. Mas não é essa
tão natural quando o sucesso é uma
a moral desta história. Ver como estava
realidade, que não tiveram tempo para
terminando a vida daquelas pessoas
cultivar relacionamentos significati-
fez-me reforçar verdades já sabidas,
vos capazes de durar apesar de quem
porém, tantas vezes esquecidas na cor-
somos. Eram caricaturas frágeis do
reria cotidiana. Não basta apenas saber
Vi nos seus olhares certa tristeza, quem sabe advinda de um profundo arrependimento de terem conduzido suas vidas numa direção cujo final não era dos mais felizes. Voltei para casa emocionalmente muito mexido. Sentei-me no meu sofá com a forte sensação de ter visitado o futuro e retornado ao presente, como se enxergasse a vida de trás para frente, do momento final para o momento agora vivido, do fim para o começo.
saúde emocional. Faça terapia formal. Busque um profissional competente que te ajude a lidar com questões conscientes e inconscientes. Use um celular mais barato, uma roupa menos cara, repita peças do seu guarda-roupa, um carro menos sofisticado, pare de ostentar uma vida exterior que não te deixa pagar para cuidar da interior. Abra-se com pessoas sensatas, amigos ou não tão próximos assim, capazes de dizer o que você não gosta de ouvir. Cuide dos seus relacionamentos mais
pois estavam tão ocupadas, obcecadas
que um dia projetaram de si mesmos.
desenvolvimento de doenças do que de
significativos. Todas as vezes em que o trabalho fragilizar os seus vínculos mais significativos, tire férias, dê uma pausa, viva um fim de semana melhor, chegue em casa mais cedo, quebre a rotina, faça tudo, mas faça o favor, não se descuide dos seus relacionamentos
para onde se está indo, necessário é
mais caros a você.
também definir como se vai. O processo
A maneira como vivemos o hoje pode
é tão importante quanto o produto. Felicidade não é um lugar a que se chega, é uma maneira como se vai. Seja o seu trabalho sonho, pesadelo ou uma experiência rotineira, insos-
nos dizer muito de como será o nosso amanhã. Não temos controle sobre como terminaremos nossa vida. Podemos, sim, ter influência direta em como a viveremos até que seu final chegue.
sa, sem maiores emoções, sentido,
Foto: Divulgação
suspiro seria dado.
significado, não deixe de ter o devido cuidado com você mesmo. Se lhe parece obviedade, então óbvio seja, cuide de sua saúde. Não permita ser seu corpo um saco de pancadas das suas
Minha, e quem sabe sua também, pode
emoções e energias negativas. Não se
ser a tentação de tirar uma lição equi-
entupa de lixo que ironicamente tem
vocada deste episódio. Parece que há
o nome de comida. Não tombe sob a
algo errado com o sucesso, o dinheiro,
força do sedentarismo. Oscar Wilde
o poder e pessoas que experimentam
disse, certa vez, que depois dos 50 todo
isso um dia vão ser punidas na velhice.
mundo tem a aparência que merece.
Algo de ruim vai lhes acontecer, como
Cuide também de sua alma. O mundo
EDUARDO PEDREIRA é professor de Sustentabilidade Corporativa da Fundação Getulio Vargas. É um dos autores do livro “Gestão Sustentável de Negócios”. prof.eduardofgv@terra.com.br
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CapaCAPA POR_ WELLINGTON PENALVA
INOVAR
A ordem é
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NA ACIRRADA CONCORRÊNCIA DO MUNDO EMPRESARIAL, A INOVAÇÃO DEIXA DE SER UMA OPÇÃO E TORNA-SE REGRA PARA CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES.
C
seu
diferença e quem fechar os olhos para
Honório Pinheiro deixando claro que é
universo
essa realidade estará condenado ao
hora de “I-NO-VAR”.
cresceu
fracasso. “Não há como se manter em
sob constante processo de mutação.
um mercado cada vez mais competitivo
A competitividade é o principal
sem inovar”, afirma o CEO da Martins
MAS, AFINAL, O QUE É INOVAÇÃO?
combustível propulsor de mudança,
Comércio e Serviços de Distribuição,
evolução
Walter Faria.
ompetitivo
desde
nascimento,
o
organizacional
e
amadurecimento
das
organizações. Embora o motivo da transformação seja o mesmo desde o fordismo, o modo de fazer e o foco foram alterados completamente, de acordo com o período e o cenário mercadológico vigente.
A expressão “pensar fora da caixa” nunca fez tanto sentido. Sair do circuito convencional de raciocínio e assumir riscos são requisitos indispensáveis quando se fala em inovação. O presi-
Segundo o Manual de Oslo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 1990, inovação é: “Implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de
dente da Federação das Câmaras de
marketing, ou um novo modelo orga-
“No período taylorista e fordista
Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-
nizacional nas práticas de negócios, na
as empresas se preocupavam com
CE), Honório Pinheiro elucida: “Inovar
organização do local de trabalho ou nas
a
mais
está mais ligado a questões culturais e
relações externas”.
priori-
quebra de paradigmas do que à capa-
zaram a qualidade. Agora o foco está
cidade intelectual e econômica do
Complicado? Só na aparência. O
na inovação como estratégia competi-
mundo de construir novos modelos de
tiva de mercado”, explica a gerente de
desenvolvimento”.
Projetos de Inovação da Inventta BGI,
De certo, a competitividade do mundo
produtividade
gastando
menos).
(produzir Depois,
Tiara Bicalho.
organizacional ficou mais acirrada,
conceito é realmente muito abrangente e variado, mas é bem mais simples do que parece. “De forma sucinta, considero que inovação é a exploração, com sucesso, de novas ideias”, comenta a
A internet surgiu e fez o mundo caber
o que é bom, segundo especialistas.
na palma da mão. A informação circula
Quanto maior a concorrência, mais
o globo com um click (ou touch). Como
ideias inovadoras surgem e melhores
as ferramentas e tecnologias são,
produtos e processos ficam. “A era do
quase sempre, universais e disponí-
conhecimento e da tecnologia chegou
veis a todos, processos e produtos de
e vem com mais força do que a própria
Assim como a competitividade, as difi-
concorrentes – em todos os setores
revolução industrial. O momento
culdades e crises são cavalos tratores
do mercado – se assemelham. Ou não.
para se capacitar e enfrentar as novas
puxando a inovação. “A necessidade é
Afinal, a inovação chegou para fazer a
estradas tecnológicas é agora”, afirma
mãe das mudanças.
Tiara Bicalho, gerente de Projetos de Inovação da Inventta BGI.
Walter Faria, CEO da Martins Comércio e Serviços de Distribuição
gerente da Inventta BGI. De acordo com essa afirmação, fica claro que a atividade inovadora está ligada à criatividade e à experimentação.
Honório Pinheiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE)
Maurício Vianna, CEO global da MJV
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
25
Capa
A primeira etapa do processo de inovação consiste em estudar um problema para desenvolver soluções”, considera o CEO global da MJV, Maurício Vianna. O agente da inovação, dotado de criatividade e capacidade de experimentação, é o ser humano. Ele é o ponto de partida de todo o processo. Muitos gestores e especialistas no assunto afirmam, categoricamente, que o capital humano de uma empresa é o recurso mais importante. “As pessoas são a chave em qualquer processo de inovação, porque são elas que possuem as habilidades necessárias para inovar”, afirma o sócio-fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, Valter Pieracciani. Com essa percepção, as organizações mais antenadas têm se voltado para o desenvolvimento humano. Todos os setores de uma empresa passam a ser igualmente importantes quando se pensa em inovar. A idealização de novos processos, produtos ou serviços, ou de melhoria dos já existentes, pode partir de qualquer colaborador. “Uma nova ideia pode surgir diretamente do ‘chão de fábrica’ de uma empresa por meio de pessoas que estão no dia a dia da operação”, considera Tiara Bicalho. Diante do panorama que apresenta criatividade, capacidade de arriscar, quebra de paradigmas e sensibilidade como prerrogativas para inovar e o capital humano como maior bem transformador, surge o conceito de “cultura de inovação”. Para implantar essa nova filosofia e administrar o processo inovador nas empresas, uma figura é indispensável: “o gestor”. De acordo com Valter Pieracciane, “ele tem um papel fundamental no processo e a responsabilidade de cultivar a cultura de inovação”.
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
CAMINHOS DA INOVAÇÃO Stage-gate – metodologia que separa o projeto em etapas claramente definidas. Ao final de cada estágio de desenvolvimento é feita uma avaliação para decidir se é viável a continuidade do processo. De acordo com essa checagem o projeto pode seguir; ser readaptado e continuado; ou descartado, evitando gastos desnecessários. Dentro de cada etapa (stage), uma série de atividades multifuncionais é executada, sendo que essa equipe multifuncional deve ser coordenada pelo gerente do projeto. Fonte: www.ufrgs.br/cbgdp2011/downloads/9152.pdf De acordo Valter Pieracciane, “a inovação está ao alcance de todas as empresas, não importando o setor de atuação, tempo de mercado, número de funcionários ou faturamento”. Contudo, é preciso um motivo e, principalmente, viabilidade para inovar. Como afirma Maurício Vianna, “a inovação só faz sentido quando agrega valor à organização. Não adianta criar um produto que ninguém quer comprar”. “A inovação nasce a partir da urgência de resolver um problema ou, na melhor das hipóteses, por meio de um visionário da organização que detecta necessidade de mudança antes que o problema se instaure”, conta Honório Pinheiro. “Por meio do compartilhamento da equipe em torno da situação, chega-se à decisão e é pactuada a precisão de inovar”, conclui o presidente da FCDL-CE. Já está mais do que provado que a criatividade é peça-chave na inovação, porém, não é tudo. Tiara Bicalho defende que “para tornar uma empresa inovadora é preciso estruturar e implementar processo e ferramentas de gestão da inovação. Essas soluções devem ser customizadas, levando em consideração diversos fatores, como o tamanho da empresa, setor de atuação, ambiente no qual está inserida, sua estratégia, cultura e estrutura organizacional”. Mesmo usando o PDCA (planejamento, desenvolvimento, controle e ação) como base, o processo de inovação é particular em cada empresa. “Nas pequenas empresas, o método para inovar é dinâmico e orgânico, acontece no dia a dia graças à proximidade entre o operacional e o estratégico”, afirma Tiara. A especialista acrescenta que “as grandes empresas precisam de um procedimento mais definido que, geralmente, parte da geração de ideias, passando por sua seleção, priorização, concepção do projeto, desenvolvimento e implementação”. Independentemente da forma que a organização escolhe para inovar, é importante realizar a gestão dos riscos inerentes a qualquer atitude inovadora. Os arrojos podem ser tecnológicos, financeiros, ambientais, mercadológicos, entre outros. “Existem muitas ferramentas para gestão dos riscos, a mais comum é a metodologia de stage-gate (estágios e portões de decisão)”, conclui Tiara Bicalho. No mais, é pôr a engrenagem cerebral para trabalhar e desenvolver soluções e maneiras novas de chegar ao sucesso.
ENTÃO... CONTINUE INOVANDO A inovação chegou e chegou para ficar.
investir. Os especialistas recomendam
O empresário, gestor, administrador ou
que uma porcentagem do lucro obtido
empreendedor que pretende se manter
com novos produtos seja investida exclu-
competitivo e ter sucesso precisa inovar.
sivamente no processo de inovação.
Mudanças são essenciais para enfrentar a
“Só assim o processo será sustentável”,
forte concorrência no mercado.
confirma Valter Pieracciani.
“As inovações permitem que as empresas
Tenha uma ideia, acredite nela e invista.
acessem novos mercados, aumentem
Sua criatividade pode mudar a sua
suas receitas, realizem novas parce-
empresa, o mundo organizacional e
rias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas crescendo de forma sustentável em um mercado altamente competitivo”, defende a gerente de Inovação da Inventta BGI, Tiara Bicalho.
fazer história. Use a sensibilidade para perceber o que falta no mercado ou o que precisa ser melhorado. Crie, recrie e quando estiver pronto inove outra vez. Como diz Alair Martins, fundador da Martins Comércio e Serviços de Distri-
Uma boa dica para manter os bons resul-
buição S.A, “nada é tão bom que não
tados na organização é poupar para
possa ser melhorado”.
GESTÃO DA INOVAÇÃO Toda atividade realizada em uma empresa deve ter um responsável por sua elaboração, aplicação e resultado. Quando a ordem é inovar, essa regra também vale. Entra em ação o gestor. “A inovação é um processo com etapas definidas que pode ser estruturado, sistematizado e gerenciado. É o gestor que vai definir qual será a estratégia de inovação da organização em conjunto com os gerentes de outras áreas envolvidas”, explica Valter Pieracciani. Administrativamente falando, o caminhar da inovação segue uma lógica estruturada, cadenciada por etapas predefinidas (na maioria dos episódios). E nesse caso, o administrador precisa ser claro com a equipe e calculista com a operação. “O gestor deve agir como um estrategista”, diz Honório Pinheiro. “Bons resultados podem ser alcançados por meio de uma administração transparente, que estimule a participação em todos os níveis da empresa”, afirma Walter Faria. Fazendo uma analogia tão inventiva quanto as ideias inovadoras, o gestor da inovação e seus colaboradores são como um maestro e sua filarmônica. Primeiro ele monta a orquestra, “multidisciplinar, com pessoas de diferentes
Valter Pieracciani, sócio -fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas.
características: criativas, de conhecimento técnico e de ação”, comenta Maurício Vianna ao falar da formação da equipe. Depois o maestro conduz seus músicos na escolha do repertório (ideias), ensaios (testes) e, por fim, apresentação (execução). A figura regedora do processo de inovação precisa, também, arraigar em seus colaboradores o pensamento inventivo e libertador. Sozinho o gestor não tem o que gerir. “Ele deve agir como catalizador de ideias, formando um ambiente permissível para que os integrantes da equipe se expressem”, comenta Honório Pinheiro. Tiara Bicalho complementa: “A inovação deve vir acompanhada de uma mudança cultura na organização. Cabe ao gestor prover essa mudança e alinhar a estratégia de inovação aos objetivos da empresa”. Líder de um time que joga entre o campo da ideia e da realização, o gestor da inovação terá êxito proporcional à sua ousadia, organização, percepção e, claro, potencial inovador. “O gestor deve propor, liderar ou cooptar novos caminhos, ações e projetos que diferenciem sua empresa das outras”, confirma Walter Faria ao falar da finalidade do gestor da inovação.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
27
Capa
MENTES BRILHANTES Design Thinking – É uma metodo-
seu ambiente de influência.
toda informação da rede mundial de
logia criativa e prática para reso-
Além do livro, que é uma poderosa
computadores em um site que faria
lução de problemas e concepção de projetos, podendo ser usada por diversas organizações na busca por inovação em negócios, processos, produtos e serviços.
de Agentes de Inovação contará com o apoio de diversas ferramentas. O hotsite do projeto é abastecido constantemente por conteúdos, metodolo-
buscas por palavras-chave. Com uma pequena empresa e, sem muitos recursos, tentaram fusão com o Yahoo. Os donos do consolidado site não deram credibilidade e a fusão não aconteceu. Então eles continuaram
"Design Thinking, ou pensamento de
gias, artigos e notícias. Palestras com
Design, é uma abstração do modelo
o tema Educação para Inovação serão
mental utilizado há anos pelos desig-
ministradas para levar sensibilização
ners para dar vida a ideias. Esse
e conteúdo aos pais e educadores.
modelo mental e seus poderosos
Peças de teatro interativas contarão a
conceitos podem ser aprendidos e
história do livro às crianças, levando
e sua empresa é a Google Inc.
utilizados por qualquer pessoa e apli-
diversão e provocando uma interação
cados em qualquer cenário de negócio
educativa e construtiva.
A história da criação do Google é
ou social" – Tim Brown.
Fonte: averdadeiramagica.com.br/educadores/
grandes ideias que foram subesti-
Brown ainda define que o design
Em
madas. Mas, como o próprio nome
thinking é orientado pelo equilíbrio de três restrições: praticabilidade (a parte tecnológica, o que é funcionalmente possível num futuro próximo), viabilidade (a parte dos negócios, o que provavelmente se tornará parte de um modelo de negócios sustentável) e desejabilidade (a parte humana, o que faz sentido para as pessoas). Fonte: www.gestordemarketing.com/page/voce-sabe-o-que-e-design-thinking-descubra-aqui
A Verdadeira Mágica – é o primeiro livro de um projeto que levará conhecimento prático sobre inovação para pais, educadores e crianças. É um investimento em educação que estimula a capacidade criativa, sem inibir o potencial que toda criança naturalmente tem em si. O projeto visa criar uma comunidade de agentes de inovação, formada por
pais
educadores,
executivos,
instituições de ensino, empresas e entidades. Estes Agentes de Inovação interagem diretamente com as crianças de 28
ferramenta de ensino, a comunidade
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
1996
dois
universitários
norte-americanos perceberam uma deficiência nos sistemas de busca da internet. Tiveram uma ideia: agrupar
desenvolvendo a ideia e uma década depois a empresa figurava entre as mais valiosas do mundo. Os rapazes se chamam Sergey Brin e Larry Page
apenas mais uma entre muitas de
diz, inovar é pensar algo novo e toda novidade
vem
acompanhada
do
risco. Então é preciso arriscar. Valter
Pieracciani define os grandes inova-
conceito do design thinking para
dores da história como “pessoas
dentro da organização”.
sonhadoras, sensíveis, capazes de perceber as situações de forma diferente, transformadoras, que desafiam o convencional e assumem riscos”.
A criatividade é uma qualidade inata do ser humano. Toda transformação
É importante levar o conceito do design thinking para dentro da organização”
e criação realizada pelo homem é
MAURÍCIO VIANA
fruto da criatividade, fato irrefu-
É consenso entre gestores e especia-
tável. Por não terem um senso crítico
listas que, para ter uma postura inova-
baseado nos dogmas e padrões da
No prisma da criatividade como
dora, as empresas precisam reposi-
sociedade, as crianças têm essa
chama da inovação pode-se iden-
cionar-se ideologicamente criando e
habilidade latente. “A capacidade de
tificar que a liberdade também
incentivando a cultura da inovação.
inovar é uma característica natural
é importante, já que para criar
O ambiente organizacional precisa
das crianças e uma das mais requi-
é preciso esquecer as amarras.
ser propício à criatividade. “Espaços
sidas hoje no mercado. É preciso
Walter Faria, então, conclui que um
físicos próprios para cada atividade,
incentivar essa aptidão, mas o ensino
ambiente
mais flexibilidade, e valorização do
rígido e antigo das escolas acaba
para a cultura da inovação deve “se
erro como aprendizado são alguns
se tornando um entrave”, afirma
basear na confiança e no respeito,
fatores que ajudam a construir a
Valter Pieracciani. “Pensando nisso
oferecer liberdade e oportunidades
cultura da inovação na empresa”,
elaboramos o projeto A Verdadeira
de interação. Dessa forma, o colabo-
ressalta Maurício Vianna. Ele ainda
Mágica, em que a pulsão criativa das
rador será muito mais espontâneo
completa, “É importante levar o
crianças é estimulada”, conta.
em sua criação e interatividade”.
organizacional
voltado
ENBRA: O MAIOR CONGRESSO DE ADMINISTRAÇÃO DO PAÍS Entre os dias 28 e 31 de outubro de 2014, o maior evento de
cada, o XXIII ENBRA trouxe renomados especialistas para
Administração do país abordou a inovação como essência
falar sobre inovações tecnológicas, estratégias sustentá-
do seu tema central “Gestão da Inovação Tecnológica”.
veis, gestão corporativa pública, seca e gestão da inovação.
Realização do Conselho Regional de Administração do Ceará (CRA-CE), em parceria com o Conselho Federal
Ao final do evento, foi apresentada a “Carta de Fortaleza”.
de Administração (CFA), o XXIII Encontro Brasileiro
O documento aborda as propostas e ideias discutidas
de Administração (ENBRA) reuniu em seus quatro dias
durante o XXIII ENBRA. Um dos tópicos da Carta trata
de evento mais de 2 mil pessoas no Centro de Eventos
da importância do papel do Administrador na inovação,
do Ceará, em Fortaleza.
conferindo a esse profissional a competência exclusiva
As discussões durante o evento aconteceram por meio de
para desenvolver as estratégias para promover a inovação
conferências e talk shows. Com uma programação diversifi-
e o crescimento das empresas.
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O XXIII ENBRA proporcionou a oportunidade de uma discussão saudável, acerca de conceitos e ideias relevantes com vistas ao fortalecimento de uma profissão antenada com a modernidade nos campos de negócios privados e públicos" ADM. ILAÍLSON SILVEIRA ARAÚJO
Em entrevista à Revista Brasi-
enfatizando seu uso em benefício da
leira de Administração (RBA),
melhoria da qualidade, voltada para o
o então presidente do CRA-CE,
cidadão e para a sociedade.
Adm. Ilaílson Silveira Araújo, falou sobre a realização do evento, sua relevância
e
contribuição
para
a inovação no Brasil.
Revista
Brasileira
de
Admi-
nistração (RBA): Como foi o XXIII ENBRA? Adm. Ilaílson Araújo (IA): O XXIII ENBRA foi um sucesso, quer sob a ótica técnica, quer do ponto de vista de prestígio da categoria. Os palestrantes foram excelentes em suas abordagens, enfocando os respectivos subtemas, do tema central “Gestão da Inovação Tecnológica”, com muita propriedade. Nos preocupamos em não tratar de Inovação Tecnológica de uma maneira estritamente técnica, mas principalmente, de forma conceitual. Por isso, colocamos
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RBA: Como se deu a escolha do tema? IA: Em uma Reunião reunião de Diretoria diretoria do CRA-CE, ficou decidido sobre a constituição de um Comitê comitê técnico- cientiífico com o objetivo de desenvolver a programação temática do “XXIII ENBRA”. Selecionamos criteriosamente os nomes para a composição do referido comitê. Praticamente, houve consenso acerca do tema central do evento e, a partir daí, os subtemas foram sendo definidos após inúmeras sugestões apresentadas, não obstante as dificuldades e incongruências, por se tratar de uma temática bastante crítica e que exigia o seu enquadramento às expectativas do nosso público, Administradores e tecnólogos de todo o Brasil.
o nome “gestão” à frente e selamos
RBA:
o tema com o titulo acima referido,
escolha
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Qual dos
o
critério
de
palestrantes?
O ENBRA é, em si, o maior evento
dois assuntos importantes e urgentes:
saudável, acerca de conceitos e ideias
nacional, na área da Administração.
o problema da seca, que já não é um
relevantes com vistas ao fortaleci-
Por isso, tivemos o cuidado de buscar
problema exclusivo do Nordeste, e a
mento de uma profissão antenada com
conferencistas da mais alta repu-
forma de gerenciar sua ocorrência por
tação, com vivência prática nas áreas
a modernidade nos campos de negócios
se tratar de fenômeno cíclico, no caso
privada e pública e, sobretudo, com
privados e públicos. Foram três dias de
nordestino. A gestão pública tem sido
experiência comprovada na temática
debates com a participação de Admi-
responsável, não obstante algumas
nistradores, Tecnólogos e Estudantes
ações pontuais, por grande parte das
de Administração do país inteiro, numa
central do encontro. RBA: Qual a importância do evento para o Ceará e para o Nordeste, em geral? IA: O evento, além de seu singular
perdas materiais e pelo sofrimento das populações, em face da ausência de um planejamento adequado para prevenir seus efeitos nefastos.
sintonia com as novas tendências tecnológicas praticadas mundialmente, em diversas áreas afins. Especificamente nesta edição, conseguimos mostrar que
RBA: Qual a importância do
(nós Administradores) temos condições
importância para o Estado do Ceará
ENBRA para a Administração?
de gerir a inovação com qualidade e bons
e também para o Nordeste. Mais do
IA: O XXIII ENBRA proporcionou
resultados, para definir os novos rumos
que o tema central, abordamos outros
a oportunidade de uma discussão
da gestão a ser praticada no país.
significado
nacional,
teve
grande
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Capa
RBA: O ENBRA obteve o sucesso
que, antes da realização do evento, nos
IA: Este tipo de evento, sempre
esperado?
incomodava a dúvida se seria bem-
resulta em legado para a profissão,
IA: Certamente. Antes do início do
sucedido em razão do tema central,
sobretudo, por ser o ENBRA um
evento, estabelecemos alguns indica-
que nos parecia bastante técnico,
encontro tradicional, conceituado
dores para sua avaliação, baseada nos
além do tema sobre seca. O receio era
seguintes tópicos: organização geral
o de que os assuntos não tivessem
do evento, assuntos abordados, sua exposição nas palestras e talk shows, localização do evento, hospedagem e traslado. Feita a avaliação final, os resultados apresentados superaram a expectativa, com a aprovação surpreendente por parte dos CRAs que se
receptividade. Ledo engano. O XXIII ENBRA foi um grande sucesso! O nível de discussão dos subtemas, as abordagens dos conferencistas e os questionamentos técnicos da plateia nos surpreenderam positivamente.
A edição realizada abordou uma temática que está em evidência e que a cada dia se torna mais importante, indispensável para o desenvolvimento das instituições, tanto públicas quanto privadas. A gestão da inovação será o desafio a ser enfrentado na carreira de muitos
fizeram representar, assim como pelos
RBA: Qual o legado que o XXIII
Administradores/tecnólogos, sendo
participantes em geral. Cabe destacar
ENBRA deixou?
que para alguns, já o é.
Nos preocupamos em não tratar de Inovação Tecnológica de uma maneira estritamente técnica, mas principalmente, de forma conceitual. Por isso, colocamos o nome “gestão” à frente e selamos o tema com o titulo acima referido, enfatizando seu uso em benefício da melhoria da qualidade, voltada para o cidadão e para a sociedade" ILAÍLSON ARAÚJO
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e consolidado no seio da categoria.
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CONSELHO POR_ ANA GRACIELE GONÇALVES E WELLINGTON PENALVA
CFA inicia 2015
A PLENO VAPOR AUTARQUIA REALIZA PRIMEIRA REUNIÃO PLENÁRIA E TOMA DECISÕES FUNDAMENTAIS NO ANO DA ADMINISTRAÇÃO
O
ano que comemora o cinquentenário do
Após a diplomação, foi a vez dos novos conselheiros
Sistema CFA/CRAs começou agitado na sede
federais tomarem posse. A ocasião foi dirigida pelo
do Conselho Federal de Administração (CFA).
presidente do CFA, Adm. Sebastião Luiz de Mello. Ele
Ainda na primeira quinzena de janeiro, os novos c conse-
falou da importância do momento e, também, saudou os
lheiros federais tomaram posse, apresentaram candidatos
novos conselheiros que passam a compor o Plenário. “Esta
à presidência do CFA, votaram e anunciaram quem estará
casa fica mais rica e dinâmica com a chegada de vocês. São
à frente do Conselho nos próximos dois anos. Na primeira
novas ideias e propostas que, com certeza, ajudarão na
reunião plenária do ano, os conselheiros definiram,
construção de propostas e projetos para fortalecimento da
também, a composição das Câmaras e Comissões do CFA.
profissão e dos Administradores”, disse Sebastião Mello.
DIPLOMAÇÃO DOS NOVOS CONSELHEIROS FEDERAIS No dia 12 de janeiro os novos conselheiros federais do Conselho Federal de Administração (CFA) foram
Confira, abaixo, a relação dos conselheiros empossados e que receberam seus respectivos diplomas:
PLENÁRIO DO CFA REELEGE PRESIDENTE
diplomados e tomaram posse. A solenidade aconteceu na
Após a solenidade de diplomação e posse o plenário do
sede da autarquia, em Brasília. Os Administradores que
CFA se reuniu para eleger o presidente e o vice-presidente
passam a compor o Plenário do CFA foram eleitos nas
da autarquia. Duas chapas entraram na disputa: a chapa
eleições do Sistema CFA/CRAs realizadas nos dias 15 de
Administração em Primeiro Lugar, formada pelo Adm.
outubro e 24 de novembro de 2014.
Sebastião Luiz de Mello (presidente) e pelo Adm. Sergio
A solenidade de diplomação foi presidida pelo presidente da Comissão Eleitoral do CFA, Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior. Na oportunidade, ele falou do avanço do processo eleitoral realizado pelo Sistema CFA/CRAs e
Pereira Lobo (vice-presidente); e a chapa Renovação e Orgulho de Ser Administrador, formada pelo Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (presidente) e pelo Adm. José Sebastião Nunes (vice-presidente).
deu boas vindas aos novos conselheiros. “O CFA é a casa
Por 16 votos a 11, o Plenário do CFA elegeu a chapa
dos Administradores, local onde são decididos assuntos da
formada por Sebastião Mello e Sergio Lobo. Ambos
Administração”, lembrou o conselheiro.
foram reeleitos para a gestão do biênio 2015/2016.
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Conselho
O programa de trabalho apresentado pela chapa contempla a continuidade e ampliação de projetos já iniciados na gestão passada, como o Plano Brasil de
Recebo esse resultado com muita humildade, reconhecendo que ainda há muito a ser feito pelos Administradores e pela profissão" SEBASTIÃO MELLO
Infraestrutura e Logística (PBLog), o AdmEmpregos, a capacitação de Administradores para atuarem em micro e pequenas empresas, entre outras ações. Foi destacado, ainda, que neste ano o país celebrará os 50 anos de regulamentação da Administração e que os
Câmara de Formação Profissional
esforços do CFA estão concentrados nos preparativos
Adm. Mauro Kreuz – Diretor
do Jubileu de Ouro da profissão.
Adm. Tânia Maria da Cunha Dias – Vice-diretora
“Recebo este resultado com muita humildade,
Adm. Sônia Ferreira Ferraz – Membro
reconhecendo que ainda há muito a ser feito pelos Administradores e pela profissão. Mas é evidente que já crescemos muito e estamos caminhando para os 400 mil registros e, para alcançarmos essa meta, precisamos
Câmara de Desenvolvimento Institucional
de um trabalho conjunto e ousado. Obrigado pelo
Adm. Carlos Alberto Ferreira Júnior – Diretor
apoio e por acreditarem em nossas propostas”, disse o
Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa – Vice-diretor
Adm. Sebastião Mello em seu primeiro discurso como
Adm. Dionízio Rodrigues Neves – Membro
presidente reeleito.
CÂMARAS E COMISSÕES DO CFA
Câmara de Relações Internacionais e Eventos
Na primeira reunião plenária do ano o CFA elegeu, também, a composição das Câmaras e das Comissões
Adm. Marcos Clay Lúcio da Silva – Diretor
Permanentes, que ficou da seguinte maneira.
Adm. Aldemira Assis Drago – Vice-diretora
Câmara de Administração e Finanças
Câmara de Gestão Pública
Adm. Armado Lôbo Pereira Gomes – Diretor
Adm. Ione Macedo de Medeiros Salem – Diretora
Adm. Rogério Ramos de Souza – Vice-diretor
Adm. Marly de Lurdes Uliana – Vice-diretora
Adm. Marcos Kalebbe Saraiva Maia Costa – Membro
Câmara de Fiscalização e Registro
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Câmara de Estudos e Projetos Estratégicos Adm. Alaércio Soares Martins – Diretor
Adm. Jorge Humberto Moreira Sampaio – Diretor
Adm. José Sebastião Nunes – Vice-diretor
Adm. Ilaílson Silveira de Araújo – Vice-diretor
Adm. Antônio José Leite de Albuquerque – Membro
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Conselheiros Federais do Conselho Federal de Administração
COMISSÕES PERMANENTES
Comissão Permanente de Tomadas de Contas
Comissão Permanente de Planejamento Estratégico
Adm. José Carlos de Sá Colares – Coordenador
Adm. Ilaílson Silveira de Araújo – Coordenador
Adm. Joel Cavalcanti Costa – Membro
Adm. José Celeste Pinheiro – Vice-coordenador
Adm. Mauro Kreuz – Vice-coordenador Adm. Diego Cabral da Costa – Membro
Comissão Permanente de Licitação Comissão Permanente de Regimentos Internos do Sistema CFA/CRAs
Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa – Coordenador
Adm. Armado Lôbo Pereira Gomes – Coordenador
Tec. Cont. Alberto Lopes de Barros
Adm. Carlos Alberto Ferreira Júnior – Vice-coordenador
Assist. Tatiana Almeida Galdeano
Adm. Aldemira Assis Drago – Membro
Adm. Kátia Luciane Granjeiro
Comissão Permanente Eleitoral
Comissão Permanente de Mediação e Arbitragem
Adm. Rogério Ramos de Souza– Coordenador
Adm. Ruy Pedro Baratz Ribeiro – Coodenador
Adm. Jorge Humberto Moreira Sampaio – Vice-coordenador
Adm. Marcos Clay Lúcio da Silva – Vice-coordenador
Adm. Marly de Lurdes Uliana – Membro
Adm. Tânia Maria da Cunha Dias – Membro
Adm. Joaquim Luciano Gomes Faria
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Conselho
Sul e sudeste ficam com o PRÊMIO GUERREIRO RAMOS DE GESTÃO PÚBLICA 2014 DESTA VEZ O PRÊMIO FOI PARA OS INDICADOS DE SANTA CATARINA E MINAS GERAIS
MG
SC
A
última reunião plenária de 2014 do Conselho
Ramos utilizadas e que serviram de referencial teórico para
Federal de Administração (CFA) apresentou
chegar à conclusão de que, segundo os autores, as fenono-
os vencedores do Prêmio Guerreiro Ramos de
mias contribuem para a construção de uma economia plural,
Gestão Pública. Após se reunir para discutir os trabalhos inscritos nas categorias Pesquisador Guerreiro Ramos e Gestor Público, o Comitê de Julgamento do prêmio definiu os ganhadores. O Comitê Julgador, que foi formado pelos Administradores Sergio Pereira Lobo, José Samuel de Miranda Melo Júnior, Ione Macedo de Medeiros Salem, além dos professores doutores José Arimatés e Dr. Fernando Coelho, destacou a boa qualidade dos artigos inscritos. Na modalidade Pesquisador Guerreiro Ramos, o prêmio foi para a dupla Fabiana Besen Santos e Maurício Serva, com o trabalho “Fenonomias na formação de uma nova economia na direção do desenvolvimento territorial sustentável”, in-
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abrindo possibilidades para novas realidades econômicas. Já na modalidade Gestor Público, o premiado foi o ex-prefeito do município de Nazareno/MG, Adm. José Heitor Guimarães de Carvalho, indicado do Conselho Regional de Administração de Minas Gerais (CRA-MG). José Heitor é mineiro, da cidade de São João Del Rei, mas foi criado em Nazareno. Administrador graduado pela Universidade Federal de São João Del Rei e pós-graduado em Administração Financeira, ainda muito jovem Heitor desenvolveu interesse pela política. Em Nazareno, foi eleito para cargos eletivos de vereador aos 25 anos. Anos mais tarde, tornou-se vice-prefeito
dicado pelo Conselho Regional de Administração de Santa
daquela cidade.
Catarina (CRA-SC).
Criado em 2010, o Prêmio Guerreiro Ramos de Gestão
O trabalho vencedor faz um estudo das atividades não valori-
Pública tem a finalidade de divulgar e valorizar os estudos e
zadas pelo mercado e que podem representar escolhas de pes-
ações de gestores públicos, bem como de estudantes e profes-
soas que buscam a realização e satisfação profissional. Para
sores que pesquisam e estudam a obra de Alberto Guerreiro
tanto, os autores fizeram um estudo de campo com fenono-
Ramos. Por meio do Prêmio Guerreiro Ramos, o CFA preten-
mias de Santa Catarina, onde se empregaram métodos quali-
de resgatar e valorizar este saber construído no pensamento
tativos de análise. Destacam-se, ainda, as obras de Guerreiro
crítico em conexão com a realidade social.
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Prêmio Belmiro Siqueira
de Administração 2014 divulga ganhadores APÓS REUNIÃO DO COMITÊ DE JULGAMENTO, CFA ANUNCIA VENCEDORES DA PREMIAÇÃO Em dezembro, o Conselho Federal de Administração (CFA) julgou e divulgou os vencedores do Prêmio Belmiro Siqueira de Administração 2014. O Comitê de Julgamento do prêmio, composto pelos Administradores Sergio Pereira Lobo (coordenador), João Coelho da Silva Neto, Adelmo Santos Porto, pelo professor e coordenador do curso de Administração do Centro Universitário FACITEC, Tarcísio Santa’Anna, e pelo professor da Universidade do Estado de Santa Catarina, Adm. Nério Amboni, reuniu-se no dia 10 de dezembro para escolher os trabalhos vencedores. Nesta edição, o CFA recebeu 21 trabalhos, sendo oito na categoria Artigo Acadêmico, nove na categoria Artigo Profissional e quatro na modalidade Pós-Graduação Stricto Sensu. “Em 2014 tivemos uma ampla concorrência do Prêmio Belmiro Siqueira. Isso demonstra que as instituições de ensino estão mais preocupadas em buscar melhorias para o sistema de ensino e que melhoramos na divulgação. Isso é uma satisfação muito grande”, afirma o Adm. Sergio Lobo.
VENCEDORES ARTIGO ACADÊMICO 1º | CRA-PR | Autora: Acadêmica Caroline Spies de Araújo | Título: “Prós e Contras da Meritocracia Como Parte do Sistema de Gestão de Pessoas”. 2º | CRA-GO | Autores: Acadêmicos Juliana Machado Pereira, Camila Marcolina D’Abadia e Jailton Jadson Santos Castro; Título: “Perspectivas do Conceito de Competência: Teoria e Aplicações”. 3º | CRA-BA | Autor: Acadêmico Vilmar Silva Santos; Co-autor: Acadêmico Cristiano Márcio Lima França; Título: “A Importância dos Colaboradores Ditos “Invisíveis” para Promover a Imagem do Hospital e Fidelizar Clientes”.
Para o professor Nério Amboni, os trabalhos vencedores fizeram por merecer o prêmio. Ele
VENCEDORES ARTIGO PROFISSIONAL
aproveitou para agradecer pelo convite para participar do Comitê e sugeriu que, nas próxi-
1º | CRA-ES | Autor: Adm. Robson Malacarne | Título: “Implicações do BSC nas Práticas Cotidianas que Envolvem a Gestão de Pessoas: Um Estudo de Caso em uma Instituição de Ensino de Educação Profissional”.
mas edições do prêmio, os CRAs se envolvam mais na divulgação. Os vencedores de cada uma das modalidades desta edição receberam certificado e troféu. A premiação em dinheiro é de R$ 5 mil para o primeiro colocado na categoria Artigo Acadêmico e de R$ 6 mil para as modalidades Artigo Profissional e Pós-Graduação Stricto Sensu. Histórico – O Prêmio Belmiro Siqueira de Administração foi criado pelo CFA, em 1988, com o objetivo de divulgar e promover a valorização dos estudos realizados por Administradores e estudantes dos cursos de Bacharelado em Administração que contribuam para o desenvolvimento da profissão e da ciência da Administração no Brasil. O prêmio recebe o nome do professor e Administrador Belmiro Siqueira, patrono dos Administradores, título que lhe foi outorgado “post-mortem”. Belmiro, que entrou para a história por conta da sua luta em prol da valorização da Administração, lecionou no Departamento Administrativo do Serviço Público.
Em 2014 tivemos uma ampla concorrência do Prêmio Belmiro Siqueira. ” SERGIO LOBO
NÚMEROS EM 2014
21 TRABALHOS RECEBIDOS
8 9 4
modalidade
ARTIGO ACADÊMICO modalidade
ARTIGO PROFISSIONAL modalidade
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
2º | CRA-MG | Autora: Adm. Iala Magalhães da Silva | Título: “Gestão de Recursos Humanos: Um Estudo de Municípios Mineiros”. 3º | CRA-AM | Autores: Adm. Ronison Oliveira da Silva, Adm. Leandro Sérgio Neves de Campos e Adm. Maria Elisângela Lima Gomes. | Título: “Avaliação de Desempenho em recursos Humanos nas Micro e Pequenas Empresas: Estudo de Caso em uma Empresa de Eventos”.
VENCEDORES PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 1º | CRA-BA | Autor: Adm. Marcos Gilberto dos Santos | Título: “A Aprendizagem Organizacional e suas Modalidades: Um Olhar Sobre o Processo de Formação de Gestores a Partir de Programas Trainee”. 2º | CRA-GO | Autor: Adm. Wender Rodrigues de Siqueira | Título: “Inteligência Competitiva e Cooperação em Arranjos Produtivos Locais: Um Estudo no Setor Moveleiro de Uberlândia”. 3º | CRA-RS | Autor: Adm. Rodilon Teixeira | Título: “As Culturas Organizacionais de uma Autarquia Pública do Setor de Transportes”.
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CRAs
CONSELHOS REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ACRE (CRA-AC) Presidente: Adm. FÁBIO MENDES MACÊDO Av. Brasil, nº 303 - Sala 201 - Centro Empresarial Rio Branco - Centro - 69900-076 - RIO BRANCO/AC Fone: (68) 3224-3365 – 3223-3808 E-mail: craacre@gmail.com Home Page: www.craac.org.br Horário de funcionamento: 7h às 16h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ALAGOAS (CRA-AL) Presidente: Adm. CAROLINA FERREIRA SIMON MAIA Rua João Nogueira, nº. 51 - Farol - 57051-400 MACEIÓ/AL Fone: (82) 3221-2481 - Fax: (82) 3221-2481 E-mail: cra@craal.org.br Home Page: www.craal.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAPÁ (CRA-AP) Presidente: Adm. EDILJANE MARIA CAMPOS DA FONSECA Rua Jovino Dinoá, nº 2455 - Centro- 68900-075 MACAPÁ/AP Fone: (96) 3223-8602 E-mail: cra.macapa@gmail.com Home Page: www.craap.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h Atend. público das 9h às 15h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAZONAS (CRA-AM) Presidente: Adm. ANTONIO JORGE CUNHA CAMPOS Rua Apurinã, 71 - Praça 14 - 69020-170 - MANAUS/AM Fone: (92) 3303-7100 - Fax: (92) 3303-7101 E-mail: conselho@craamazonas.org.br Home Page: www.craamazonas.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA BAHIA (CRA-BA) Presidente: Adm. ROBERTO IBRAHIM UEHBE Av. Tancredo Neves, nº 999 - Ed. Metropolitano Alfa Salas 601/602 - Caminho das Árvores 41820-021 – SALVADOR/BA Fone: (71) 3311-2583 - Fax: (71) 3311-2573 E-mail: cra-ba@cra-ba.org.br Home Page: www.cra-ba.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO CEARÁ (CRA-CE) Presidente: Adm. LEONARDO JOSÉ MACEDO Rua Dona Leopoldina, nº 935 - Centro - 60110-484 FORTALEZA/CE Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900 E-mail: presidente@cra-ce.org.br Home Page: www.craceara.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Presidente: Adm. MÔNICA COVA GAMA SAUS - Quadra 6 - 2º. Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere 70070-915 - BRASÍLIA/DF Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 E-mail: presidencia@cradf.org.br Home Page: www.cradf.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (CRA-ES) Presidente: Adm. HÉRCULES DA SILVA FALCÃO Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 - VITÓRIA/ES Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539 E-mail: craes@craes.org.br Home Page: www.craes.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. SAMUEL ALBERNAZ Rua 1.137, nº 229, Setor Marista - 74180-160 GOIÂNIA/GO Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: presidencia@crago.org.br Home Page: www.crago.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
Listagem atualizada até o dia 02/02/2014
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
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DEBATE POR_CINTHIA ZANOTTO
GUERREIRO RAMOS,
polêmico e essencial
Seminário Internacional Guerreiro Ramos reuniu em outubro de 2014, no Rio de Janeiro, admiradores e pessoas que conviveram com o pensador brasileiro
PARCERIA ENTRE FGV E CFA PROMOVE UM RESGATE DA VIDA E OBRA DE UM DOS MAIORES PENSADORES BRASILEIROS NO CAMPO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
S
e estivesse vivo, Alberto Guer-
pelo Estado do Rio de Janeiro no Con-
reiro Ramos completaria 100
selho Federal de Administração (CFA).
anos em 2015. O polêmico e
aclamado sociólogo brasileiro, nascido em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, foi um dos precursores da sociologia nacional e, embora tenha atuado em muitas áreas, foi um teórico importante para o campo da Administração. Estimado por uns e contrariado por outros, o baiano conhecido como o “Velho Guerreiro” fez de tudo um pouco e defendeu suas ideias e posições acirradamente, colecionando desafetos durante a carreira. Além do grande legado de obras acadêmicas construídas enquanto profissional, a sua personalidade é uma das lembranças mais
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Guerreiro Ramos se consolidou na carreira após passar a lecionar em cursos de graduação. No Brasil, destacou-se dando aula para a Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (EBAP-FGV) e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fora conquistou seu espaço na Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos. Mas ele não é reconhecido somente pela dupla cidadania acadêmica. O professor atuou como deputado federal pelo PTB da Guanabara, pesquisador, poeta e militante do movimento negro.
Eric Heikkila, representante da Universidade do Sul da Califórnia
conhecimento de todos os lugares, mas para aplicar dentro da nossa realidade e isso movia muito o coração dos alunos”, declara Bianor Scelza Cavalcanti, diretor internacional da FGV. Segundo o Adm. Adilson de Almeida, dentro da universidade norte-ame-
marcantes para aqueles que puderam
E a lista de atividades não para por aqui.
conviver com ele.
“Ele foi um pensador de grande contri-
“Ele dava aula se movimentando de lá
buição e os alunos dele na FGV eram
para cá em sala e depois se sentava de
chamados de ‘guerreiristas’. Um dos
locais da instituição. Quando os diri-
pernas cruzadas no estilo de um Buda”,
seus últimos trabalhos, A Redução
gentes da instituição assistiram a al-
conta o Administrador Adilson de Al-
Sociológica – Introdução ao Estudo da
gumas dessas reuniões, descobriram a
meida, que já foi conselheiro federal
Razão Sociológica, falava em absorver
genialidade do sociólogo brasileiro.
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ricana os acadêmicos iam ao encontro dele após as aulas para ouvir seus discursos feitos nos mais inusitados
Fernando Tenório, o coordenador acadêmico do Seminário Internacional Guerreiro Ramos
Rio Grande do Sul (UFRS) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Este foi um evento muito bonito. Os participantes ficaram emocionados com o resgate da obra, pois Guerreiro Ramos é um ícone e referência na área de Administração, que estava um pouco esquecido. Por isso era importante realizá-lo”, afirma Lilian Sant’Anna,
Participantes do seminário debateram sobre a vida e a obra de Guerreiro Ramos
diretora internacional da FGV, que junto ao professor Fernando Tenório, o coordenador acadêmico do evento,
Professor e pesquisador nas áreas do Pensamento Social Brasileiro, Educação Superior em Administração, História Intelectual e Teorias das Organizações, Ariston Mendes disse, em seu trabalho de pesquisa acadêmico A Sociologia Antropocêntrica de Alberto GuerreiRo Ramos, que esta obra foi um dos mais abrangentes compêndios sobre Administração Pública assinados
exílio, pois o Comando Supremo da Revolução, em abril de 1964, havia incluído seu nome na lista dos brasileiros
certo, pois foi realizado próximo da data que marcaria os 100 anos de vida do Velho Guerreiro. “Ele era um macropensador, capaz de pensar no todo e incentivar a construção de novas teorias de forma abrangente. Fazem falta pensadores assim”, acrescenta.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL
O evento também foi uma oportunida-
resolveu aproveitar as comemorações
para os Estados Unidos em busca de
do sociólogo aconteceu no momento
CÁTEDRA
construído por Guerreiro Ramos, a FGV
Guerreiro Ramos precisou se mudar
Já para Cavalcanti, o resgate da obra
por um brasileiro.
Em virtude da importância do legado
Bianor Scelza Cavalcanti, diretor internacional da FGV
organizou o seminário.
dos 70 anos da instituição para rever vida e obra do sociólogo em um seminário de um dia, realizado em 15 de outubro de 2014, no Rio de Janeiro. Na data, es-
de para contextualizar o novo projeto da FGV em parceria com a USC, a Cátedra Guerreiro Ramos. Após viabilizada a cadeira nas duas instituições, haverá incentivos a pesquisas, trabalhos e outros estudos passíveis de serem desenvolvidos pelos alunos das duas organizações.
tiveram presentes pessoas que convive-
“Para nós, da USC, este é um evento mui-
ram com Guerreiro Ramos, a maior par-
to especial, pois compartilha uma antiga
te, ex-alunos nacionais e estrangeiros.
herança que temos com a FGV, personificada por meio da vida de Guerreiro Ra-
com direitos políticos cassados. Porém,
O Seminário Internacional Guerreiro
antes de partir, escreveu o livro Admi-
Ramos: O legado de Uma Dupla Cida-
nistração e Estratégia do Desenvolvi-
dania Acadêmica contou com o apoio
Em 2015, a FGV deve trazer um novo
mento, publicado em 1966, por meio
e patrocínio do CFA e a presença da
simpósio sobre o Velho Guerreiro para
da bolsa de pesquisa patrocinada pela
USC Price School of Public Policy e
dar continuidade ao processo da cáte-
Fundação Ford. Nessa época, o sociólo-
outras instituições de ensino brasilei-
dra e de resgatar os trabalhos desen-
go ministrava aulas na FGV.
ras, como a Universidade Federal do
volvidos pelo autor.
mos”, afirma Eric Heikkila, da USC.
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POR_ SÍLVIO ANAZ, COLABORADOR DE HSM MANAGEMENT
AS METODOLOGIAS
TÊM DE
MUDAR A EDUCAÇÃO EXECUTIVA DÁ SINAIS DE RENASCIMENTO TANTO NO ASPECTO ECONÔMICO COMO NA INCORPORAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS E INOVADORES MODELOS DE APRENDIZADO, MAS A TRANSFORMAÇÃO PRECISA SER AINDA MAIS AMPLA E PROFUNDA, SEGUNDO OS ESPECIALISTAS A edição 2014 do ranking de educação
várias instituições estão mais curtos,
oferecidos pelos provedores da área
executiva do jornal britânico Financial
incorporam o uso intensivo de tecno-
– universidades, escolas de negócios,
Times mostra uma reviravolta em um
logias, combinam aulas presenciais e a
firmas de consultoria etc. – capacitem
cenário que se mostrava prostrado na
distância, e buscam atender à deman-
muito mais seus ocupados executivos a
década passada.
da das empresas em temas essenciais
navegar bem as turbulentas águas dos
no atual cenário de negócios, como big
negócios atuais e, em consequência, dei-
data, uso de mídias sociais e coaching.
xem-nas mais competitivas. Para elas,
recem em desempenhos como o da Saïd
Também contribuem para a mudança
a educação executiva tem de passar por
Business School, da Oxford University,
do cenário o exponencial crescimento
que registrou um salto de faturamento
de cursos online – que, além de oferece-
anual de US$ 9 milhões para US$ 15 mi-
rem enorme flexibilidade de horário, são
cem pedir é um verdadeiro renascimen-
lhões em 2013, e o das dez escolas de ne-
mais baratos – e a abertura de várias uni-
to, algo que os pensadores dos negócios
gócios latino-americanas ranqueadas,
versidades corporativas de alto padrão,
têm discutido intensamente.
que tiveram aumento de receita médio
principalmente na América Latina.
E como seria esse renascimento? Ainda
Os primeiros sinais de um possível renascimento da educação executiva apa-
de 17% no mesmo período.
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uma transformação ainda mais ampla e radical ou terá seu fim. O que elas pare-
Os sinais são animadores, mas as mu-
não há unanimidade, mas a maioria dos
Uma das principais razões para o vi-
danças ainda não se mostram à altura
especialistas parece concordar que os
gor parece ser a transformação dos
das expectativas das empresas. Estas
objetivos da educação executiva devem
programas oferecidos. Os cursos em
querem que conteúdos e metodologias
ser revisados e, talvez principalmente,
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que as metodologias educacionais precisam mudar.
dos programas oferecidos, detectada no ranking do Fi-
Quanto aos objetivos, Johan Roos, diretor da Jönköping Inter-
nancial Times, sinaliza as novas direções, com o aumento
national Business School (JIBS), da Suécia, afirma que agora
da oferta de cursos curtos e de programas online.
o principal deles deve ser o de formar futuros líderes com um
Alguns dos principais pensadores da gestão têm sugerido,
novo conjunto de habilidades, composto principalmente de pensamento global sustentável, talento inovador e empreendedor e processo de decisão baseado no saber prático.
conjugando estudos teóricos e observação prática, abordagens metodológicas que poderiam ser implementadas para fazer renascer a educação executiva e HSM Management
Quanto às metodologias, a revigorante transformação
as relaciona aqui.
CHRISTENSEN E EYRING: UNIVERSIDADE DEVE INOVAR É o ensino oferecido pelas universidades que precisa ser re-
O resultado é que as universidades raramente alteram a si
pensado, sugere Clayton Christensen, professor da Harvard
próprias e isso lhes dificulta lidar com as inovações de rup-
Business School e reconhecido como um dos maiores espe-
tura que ocorrem nas organizações nos tempos atuais.
cialistas em inovação e estratégia. Em conjunto com Henry J. Eyring, ele escreveu, em The Innovative University: Changing the DNA of Higher Education from the Inside Out (ed. Jossey-Bass), que a mudança na educação em gestão oferecida pelas universidades deve abranger o curso de graduação, os MBAs, o mestrado e o doutorado stricto sensu e a educação continuada (especialização e extensão), e requer inovação de ruptura.
Christensen e Eyring dizem-se, contudo, otimistas quanto à inversão dessa tendência, por conta de suas experiências pessoais no ensino superior. Entre outros exemplos, eles se entusiasmam com as novas ferramentas de aprendizado online, que, acreditam, expandirão enormemente a capacidade do ensino universitário e suas comunidades. Para os especialistas, as comunidades universitárias
As universidades norte-americanas têm um DNA uni-
serão bem recompensadas se se comprometerem com a
forme, inspirado em universidades pioneiras, como Yale
verdadeira inovação, mudando seu DNA de dentro para
e Harvard, e incessantemente replicado, argumentam os
fora – seja em metodologias, seja em conteúdo. A cha-
autores. Isso produz culturas acadêmicas muito pareci-
ve para isso, conforme Christensen e Eyring, é inovar
das, fazendo com que mesmo as menores universidades
olhando para o futuro, mas construindo sobre as pró-
tenham traços essenciais das grandes.
prias conquistas passadas.
PESQUISAS ACADÊMICAS ENSINAM? Para Henry Mintzberg, a resposta é “sim, embora nem todas”. O especialista canadense diz que pode haver soluções e insights valiosos nas pesquisas acadêmicas da área de Administração. Encontrá-las, contudo, é como garimpar ouro: enfrentam-se lodo e pedras sem valor antes de achar uma pepita. É um trabalho tedioso que muitos gestores experientes evitam, o que torna as publicações de divulgação científica ou especializadas mais relevantes, especialmente se soubeClayton Christensen, “As universidades têm de ensinar as empresas a inovar, mas raramente se alteram ou empreendem”
rem construir uma ponte entre a pesquisa e a prática. Outro desafio é fazer com que os executivos as leiam – para Mintzberg, eles deveriam ler.
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SOLUÇÕES PONTOS COMUNS NAS PROPOSTAS DOS EDUCADORES INDICAM TENDÊNCIAS DE INOVAÇÃO DA OFERTA DE CURSOS
1. NOVO PAPEL DE QUEM APRENDE. Os gestores, antes consumidores de conteúdo, agora se tornam cocriadores e executores da educação executiva, afirma Rivadávia Drummond, especialista em educação executiva e presidente da HSM. Isso é fruto do novo imperativo de modelos mais centrados no participante, levando em conta a necessidade de que haja protagonismo da parte deles.
2. NOVO PAPEL DE QUEM ENSINA.
3. INDIVIDUALIZAÇÃO.
A prática docente exige sólida formação acadêmica, experiência profissional relevante e
A educação executiva está se tornando mais
amplo repertório de técnicas e práticas pedagógicas/metodológicas (para além da aula
personalizada, segundo Johan Roos, diretor da
unicamente expositiva). Para Richard Elmore, especialista em educação da Harvard
Jönköping International Business School (JIBS), da
University, o professor não é apenas aquele que tem papel formal de docente, mas
Suécia, cada vez mais oferecendo os conteúdos que
qualquer um que tenha conhecimento e competência técnica.
participantes e empresas necessitam.
4. HUMANISMO. Para Johan Roos, a filosofia e outras ciências humanas devem
8. UBIQUIDADE.
voltar para o centro da educação executiva para que os líderes
Richard Elmore entende que o conteúdo está em todos os lugares, assim
saibam lidar com a complexidade e gerar um planeta habitável. A
como os professores estão em todos os lugares, e que as redes de
administração científica, focada em lucros e custos, não pode mais
relacionamentos são as novas salas de aula, porque o aprendizado se dá
se sobrepor ao humano.
ao redor de pessoas que compartilham os mesmos interesses, estejam elas em uma sala de aula ou não. Ou seja, para Elmore, o aprendizado acontece em todos os lugares. As novas tecnologias nos ambientes de
5. EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS. O aprendizado experiencial é uma prática que se estabelece em definitivo, conforme Drummond. O gestor precisa cada vez mais experimentar, de modo simulado ou real, o que aprendeu.
aprendizado possibilitam isso e estão embarcadas, segundo Drummond, em conceitos como flipped classroom (sala de aula invertida), blended learning (combinação presencial com virtual), adaptative learning (aprendizado adaptativo) e gamificação (uso de princípios de jogos para resolução de problemas e aprendizado). A educação executiva do futuro deve ser híbrida (virtual e presencial), por
6. ENTRETENIMENTO.
razões como os problemas de mobilidade urbana, os custos crescentes com espaços físicos e a grande dificuldade de executivos e gestores em
De acordo com Drummond, também veio para ficar a introdução do
abandonar suas empresas. Para Morten Hansen, especialista da University
conceito do entretenimento na educação executiva, com a criação de
of California em Berkeley e do Insead, na França, há ruptura à vista no
ambientes de aprendizado engajadores, estimulantes e criativos.
setor, que fará com que todo conhecimento formal seja transmitido
Trata-se de revigorar a educação pelo prazer.
online – e, por tabela, o tácito requererá encontros presenciais. Escolas de todo o mundo experimentam o online: a London School of Business and Finance (LSBF) oferece um MBA em mídias sociais; o Insead
7. RAPIDEZ E FLEXIBILIDADE. Cursos mais curtos, integração mais rápida e flexibilidade curricular são
vende conteúdos pela iTunes Store; a MIT Sloan School of Management disponibiliza programas sem custo pela internet; Harvard e MIT se uniram em torno do programa online EDX etc.
itens importantes nos cursos voltados para gestores. Vale acrescentar que esse princípio da inovação que gera a diversidade de ofertas no mercado não precisa aplicar-se apenas a universidades; pode ser estendido a quaisquer provedores de educação executiva.
Da esquerda para a direita, Richard Elmore, Johan Roos e Morten Hansen
DATAR, GARVIN E CULLEN: DUAS MUDANÇAS Os especialistas em gestão e liderança Srikant Datar, David Garvin e Patrick Cullen, autores do livro Rethinking the MBA: Business Education at a Crossroads (ed. Harvard Business Re-
No campo do conteúdo, o trio de autores resume a revisão que deve ser feita:
view Press), sugerem basicamente duas mudanças, uma meto-
1. Ter visão global: identificar, analisar e praticar
dológica e outra de conteúdo. Os autores argumentam que as
qual é a melhor maneira para gerenciar situações em que há diferenças culturais, econômicas e institucionais nos países.
metodologias educacionais devem mudar, porque as teorias ensinadas têm limitações que precisam ser enfatizadas. Dizem que as escolas de negócios não conseguem fazer com que o aluno vislumbre a real extensão dos desafios e a complexidade de usar, na prática, as teorias aprendidas ou que adquira as habilidades necessárias e as atitudes exigidas para o eficaz uso delas. Segundo eles, as escolas fracassam também em desenvolver no estudante lentes críticas e o discernimento necessário para avaliar contextos específicos com precisão e tirar boas conclusões.
2. Ter habilidades de liderança: entender as responsabilidades de liderança; desenvolver abordagens alternativas para inspirar, influenciar e guiar os outros; aprender habilidades como a de conduzir uma avaliação de desempenho com feedbacks cruciais; reconhecer o impacto das ações e comportamentos de uns sobre os outros. 3. Ter melhores habilidades de integração: pensar sobre questões de ângulos diversos para enquadrar problemas holisticamente; aprender a tomar decisões com base em múltiplas e frequentemente conflituosas perspectivas funcionais; construir discernimento e intuições dentro de situações desestruturadas e confusas. 4. Reconhecer as realidades organizacionais para implementar cursos de maneira eficaz: fazer com que as coisas aconteçam mesmo com agendas não reveladas, regras não escritas, coalizões políticas e pontos de vista divergentes.
“Para inovar, é preciso prática e imersão em processos de inovação” DAVID GARVIN E SRIKANT DATAR
5. Atuar de modo criativo e inovador: encontrar e enquadrar problemas; coletar, sintetizar e filtrar grandes volumes de dados ambíguos. 6. Pensar criticamente e comunicar-se com clareza: elaborar e articular argumentos lógicos, coerentes e persuasivos; organizar dados de apoio; distinguir fatos e opiniões.
E qual a razão do fracasso? Na opinião deles, apenas o “saber” não prepara o participante da educação executiva para, por exemplo, ter um pensamento inovador no local de trabalho. Para inovar, os gestores têm de viver na pele como obter insights, como pensar fora da caixa, como criar e testar soluções
7. Entender o papel, as responsabilidades e o propósito do negócio: balancear os objetivos financeiros e não financeiros enquanto julga as demandas das diversas partes, como stakeholders, colaboradores, clientes, reguladores e sociedade.
criativas, com prática e imersão em processos de inovação,
8. Entender os limites de modelos e mercados:
explicam os especialistas, e as escolas devem proporcionar
formular perguntas difíceis sobre riscos e padrões emergentes; procurar entender o que pode dar errado; aprender sobre as fontes de erros que conduzem a tomadas de decisões equivocadas e sobre as salvaguardas organizacionais que reduzem sua ocorrência; entender a tensão entre as atividades regulatórias que objetivam evitar prejuízo social e os incentivos baseados no mercado desenhados para encorajar inovação e eficiência.
isso. E, para inovar, os gestores têm de trabalhar com outros e por meio de outros, necessitando inspirar e influenciar pessoas por períodos prolongados, o que requer cuidadosa reflexão sobre as próprias forças, fraquezas, valores e atitudes, e sobre o impacto da ação deles nos demais. Datar, Garvin e Cullen propõem, assim, que a educação executiva se baseie no tripé “saber-fazer-ser”.
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MINTZBERG: PORTFÓLIO DE PROGRAMAS Segundo o especialista em estratégia Henry Mintzberg, da McGill University, de Montreal, Canadá, a educação executiva e, especialmente, as escolas de negócios estão fracassando em seu propósito principal: elevar a qualidade da liderança na sociedade. No livro Managers, Not MBAs: A Hard Look at the Soft Practice of Managing and Management Development (ed. Berrett-Koehler), ele diz que o fracasso é percebido pelo único critério possível para definir a excelência de um programa educacional como o MBA, que é o de prover a melhor perspectiva de carreira para os formandos. A proposta de Mintzberg para mudar a situação é que os provedores de educação executiva montem um portfólio com cinco tipos diferentes de cursos de educação executiva:
1. Programa de MBA especializado para gestores inexperientes: em vez de cursos generalistas sobre gestão, deve-se oferecer algo especializado, como um MBA em marketing ou em finanças. Esse tipo de mudança possibilita ao profissional aprofundar-se mais exatamente naquilo em que está interessado e é mais útil ao futuro empregador também. Esse seria, no entanto, um curso voltado para estudantes com pouca ou nenhuma experiência profissional.
2. Programa de MBA para gestores experientes: destinado a pessoas que estão no meio da carreira, com idade entre 35 e 45 anos e significativa experiência gerencial em uma empresa específica ou em um setor de atividade, o programa deve fazer uma atualização e questionamento dos conhecimentos práticos. Ele não pode, jamais, imitar o desenho daqueles que são criados para pessoas sem experiência (como às vezes acontece).
3. Programa de desenvolvimento para gestores experientes: os programas de desenvolvimento costumam ficar em segundo plano em relação aos
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MBAs, mas não deveriam, pois podem ser altamente inovadores, segundo Mintzberg, especialmente quando algum professor de renome está envolvido. A má notícia é que poucos grandes nomes participam deles e há grande oferta de programas padronizados unicamente com a finalidade de serem caça-níqueis. O ideal seria que o desenho desse programa fosse tratado como uma aventura por seu provedor – como uma oportunidade para gerar ideias e não apenas dinheiro.
4. Programa de graduação como se fosse mestrado: conforme Mintzberg, o real conteúdo de mestrado de uma escola de negócios atualmente é encontrado nos programas de doutorado. Ele acredita que isso deve ser antecipado, com o mestrado trazido ao nível da graduação. “Muitos professores de escolas de negócios dirão que os estudantes da graduação tendem a ser mais criativos e energéticos do que os do MBA e também mais inclinados ao empreendedorismo”, argumenta. Para ele, isso sugere que uma ampla educação baseada nas ideias pode servir aos gestores e à sociedade melhor do que uma limitada à técnica e que os planejadores do currículo da graduação devem relaxar e deixar as ideias criativas fluírem.
5. Programa de doutorado para experientes: Mintzberg sugere programas de doutorado para quem tem experiência profissional desenhados com cinco características. A primeira delas é que os estudantes se candidatem a áreas nas quais eles desejam estudar – não há áreas previamente determinadas – e um comitê analise e aceite os melhores com o aval de membros da faculdade que desejem trabalhar diretamente com eles. A segunda é a não existência de caminhos preestabelecidos, sendo cada caminho customizado para o aluno individualmente. A terceira característica se refere ao período após o primeiro estágio de preparação – demonstração de conhecimentos
Muitos professores de escolas de negócios dirão que os estudantes da graduação tendem a ser mais criativos e energéticos do que os do MBA e também mais inclinados ao empreendedorismo” básicos em assuntos do negócio principal. Nele devem vir as etapas de especialização e dissertação, com a formação de comitês de supervisão para cada uma. Conforme a quarta característica, um programa de estudos de especialização precisa ser desenvolvido pelo estudante com seus comitês. Por fim, o programa deve conter cursos eletivos apropriados (cerca de 50 são oferecidos cada ano), dois cursos na área de apoio e duas dissertações teóricas.
OLSON E STOTZ: REALISMO E RELACIONAMENTOS A educação executiva de agora em diante deve ser, ao mesmo tempo, radical, realista e relacional, pregam Steven Olson e Daniel Stotz, respectivamente professor e diretor de educação executiva da Georgia State University.
Eles mencionam pesquisa patrocinada
resultados imediatos aos negócios.
pela IBM com mais de 1,5 mil CEOs do
Elas querem que seus profissionais
setor privado e gestores experientes
adquiram o conhecimento, as habi-
do setor público, no mundo todo, a qual
lidades e a criatividade necessários
mostrou que eventos, ameaças e opor-
para conduzi-las por territórios inex-
tunidades estão chegando até as orga-
plorados enquanto simultaneamente
nizações de maneira cada vez mais
resolvem problemas estratégicos.
rápida e menos previsível, criando situações inteiramente únicas.
rados e da resolução de problemas,
representar a chave para manter o
os executivos têm de trabalhar mais
melhor dos melhores dentro das orga-
intimamente com os professores das
nizações. A retenção dos melhores
escolas de negócios na definição dos
talentos tornou-se tão ou mais impor-
programas de treinamento.
tante do que o desenvolvimento deles,
Eles ainda enfatizam que os futuros
segundo os dois especialistas, uma
programas de educação executiva
vez que os colaboradores, mais do que
devem oferecer um conteúdo equili-
novos produtos, serviços ou tecnolo-
brado entre teoria e prática, pois teoria
gias, é que conduzirão o futuro cresci-
sem prática é irrelevante e prática sem
mento e sucesso da empresa.
Os profissionais trazem experiências diárias para a aula e assim têm uma visão realista do mundo” PAULO FREIRE
Olson e Stotz citam o livro Employees First, Customers Second: Turning Management
State University, para atingir o duplo objetivo dos territórios inexplo-
Ela deve ser radical no sentido de
Conventional
Conforme os especialistas da Georgia
Upside
Down (ed. Harvard Business Review Press), de Vineet Nayar, como fonte de importantes lições sobre como CEOs usaram a abordagem “colaboradores
teoria é insustentável.
primeiro, consumidores depois” para transformar companhias lentas e burocráticas em poderosas máquinas no
Esse fenômeno requer inéditos
mercado. E acrescentam que enviar
graus de criatividade, que, por
funcionários com alta performance
sua vez, têm se tornado uma das
e alto potencial para programas de
qualidades mais importantes
educação executiva é uma das melhores
da
maneiras de retê-los, pois demonstra a
bem-sucedidas são aquelas
aposta da organização no futuro deles,
que têm aprendido a integrar
assim como é um agradecimento por
criatividade e inovação com lide-
suas contribuições passadas.
rança e estratégia, insistem os autores.
Segundo Olson e Stotz, a educação
Quanto ao aspecto relacional, a educação
executiva deve ser realista no sentido
executiva deve sê-lo no sentido de trabalhar
de considerar a liderança adaptável e
com a empresa para entregar resultados dese-
a inovação estratégica os tópicos mais
jados. Cada vez mais as companhias demandam
importantes atualmente.
programas de educação executiva que agreguem
liderança.
Organizações
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
47
HEIFETZ: CASE-IN-POINT
PAULO FREIRE E A ANDRAGOGIA
Case-in-point é o método de ensinar liderança desenvolvido por Ronald Heifetz, professor e diretor do Center for Public Leadership, da Kennedy School, de Harvard. Seu método resulta em uma forma de praticar a liderança em tempo real durante o curso, conforme seus usuários.
O educador brasileiro Paulo Freire não é um nome normalmente associado à educação executiva, mas ele foi um dos grandes expoentes mundiais da andragogia, a ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender, com atuação inclusive na Harvard University.
A abordagem de Heifetz sustenta-se em uma estrutura para entender e praticar a liderança baseada em quatro distinções: • autoridade versus liderança, • problemas técnicos versus desafios adaptáveis, • poder versus progresso e • personalidade versus presença. Na verdade, o método case-in-point integra a teoria sobre liderança adaptável desenvolvida durante 15 anos de estudos conduzidos por Heifetz, Marty Linsky e outros pesquisadores da Kennedy School. Envolve usar as ações e comportamentos dos participantes do curso, assim como focar os grupos aos quais eles pertencem. É um processo imersivo e um exercício reflexivo mediado por um instrutor, mas modelado pelos participantes. O método desenvolve dois componenteschave do processo de liderança: • ensina do modo mais realista possível cada participante a ter vigor, resiliência e boa vontade para trabalhar com os outros no meio de transformações, com o objetivo de se adaptar a essas situações; • ajuda o participante a ter consciência ampliada sobre si, os impactos de suas atitudes e dos sistemas que integra. Pesquisa sobre essa abordagem feita com 165 ex-alunos de Heifetz mostrou que mais de 50% considerou o método case-in-point mais útil do que todos os outros métodos usados em Harvard ou em outros cursos de gestão frequentados.
48
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Entre as principais propostas da andragogia estão a abertura de espaço para a intervenção do aluno no processo de aprendizado e a autonomia para o estudante dialogar, interagir, apresentar propostas de mudanças e questionamentos, ser criativo e proativo, que vestem como uma luva os desafios atuais da educação executiva. Em estudo que desenvolveram sobre a educação executiva, as pesquisadoras Karina Roglio e Christianne Coelho sugerem que os princípios do aprendizado vivencial de Freire orientem as atividades dos programas de educação executiva e MBA para profissionais que ocupam posições de liderança nas organizações. Nessas situações, segundo as pesquisadoras, a andragogia é a abordagem ideal, pois permite a todos os participantes aprender com experiências primárias que os profissionais trazem de sua prática diária para dentro da sala de aula, gerando uma visão realista do mundo dos negócios. Elas destacam que o processo de compartilhar experiências precisa ser fortemente encorajado nas interações formais e informais e que executivos o avaliam como uma das mais valiosas práticas que vivenciam.
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nauta terá acesso à versão di-
em questão é organizar coisas, geren-
de textos, ele tem funções colabo-
gital da Revista Brasileira de
ciar tarefas como agenda e programa-
rativas como principais diferenciais,
Administração (RBA), veículo de
dor de projetos. Trata-se de um aplica-
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BEM-ESTAR POR_CINTHIA ZANOTTO
A dança como um
(Crédito: Daniel B. Tortora)
ESTILO DE VIDA
Rodrigo Nantes e Mariana Oliveira em dia com a dança de salão
INDEPENDENTE DA IDADE E DO MOTIVO, QUEM DECIDE PRATICAR A ATIVIDADE PODE SENTIR MELHORAS NO CORPO, NA MENTE E ATÉ NA VIDA SOCIAL 52
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
A
lguns têm a dança como
fortalecer a parceria no relacionamen-
profissão, mas muitos outros escolhem a modali-
dade para tirar proveito dos benefícios físicos, psicológicos e sociais proporcionados pelos passos dados no salão. Além de ser um bom passatempo para quem gosta de se movimentar, dançar libera endorfina, levanta a autoestima e interfere positivamente em aspectos como disciplina, organização, postura corporal e até na forma de se portar diante da vida. “Dançar é um estilo de vida e indi-
Dançar é um estilo de vida e indicado para qualquer pessoa, pois é um exercício bem completo, que lida com alongamento, força e equilíbrio” CAROLINA CARRASCO, PROFESSORA DE JAZZ
cado para qualquer pessoa, pois é com alongamento, força e equilí-
ciso expor o corpo e a personalidade,
brio”, conta a professora de jazz Ca-
a dança pode ajudar a superar alguns
rolina Carrasco.
bloqueios ocasionados pela timidez e
senvolvimento físico, a modalidade também mexe com o lado psicológico e social do ser humano. Como é pre-
do os dois começam a dançar juntos, melhora a união entre eles, pois ao alcançarem o objetivo da aula, é uma conquista do casal. Tem ainda a questão de confiança e segurança para se deixar ser conduzido e, por outro lado, conduzir”, declara Carolina. Porém, o professor de dança de salão Rodrigo Nantes diz ser necessário ao casal estabelecer um limite de até onde devem chegar durante as aulas, se não a intimidade entre eles pode levar a brigas. De acordo com ele, os par-
um exercício bem completo, que lida
Embora tenha muito a ver com o de-
to, a dança pode ser um auxílio. “Quan-
ainda melhora a sociabilização, seja quando é preciso se movimentar sozinho ou com o apoio de um parceiro. Para os casais que estão à procura de
ceiros acabam exigindo mais um do outro, por terem liberdade para falar e cobrar, diferente do que fariam se estivessem dançando com outro aluno. E esse comportamento gera vários desentendimentos. “Se os dois souberem dosar, é bem legal, porque tem tudo para dar certo”, acrescenta.
ESTILO CERTO Embora as pessoas escolham a dança por motivos diferentes,
entram com o objetivo de se divertir e nem tanto pela quali-
é preciso ter em mente que quanto mais cedo se começar a
dade dos passos, embora com o passar do tempo percebam
dançar, melhor será o resultado para o corpo e para o desem-
uma evolução nos movimentos. “Na dança de salão não há um
penho de cada um. Mas isso não impede os adultos de se joga-
objetivo estabelecido. Cada um procura por uma razão dife-
rem na dança se estiverem determinados a aprender.
rente”, acrescenta.
A professora de jazz Amanda Ravedutti Amaral diz que para
E, para obter bons resultados em qualquer idade, vale a mes-
ser uma bailarina, por exemplo, é preciso começar a dar os
ma dica. Primeiro, experimentar todas as danças e escolher
primeiros passos ainda na infância. Já para quem busca
aquela mais adequada ao seu perfil. Segundo, ter força de
praticar a dança mais tarde, é necessário encarar o exercí-
vontade para progredir a cada nova aula.
cio como uma atividade física que também vai trazer muitos benefícios para a vida da pessoa. No estúdio onde trabalha existem turmas fechadas para dançarinos adultos.
Carolina explica que encontrar o estilo certo para dançar é importante, pois a diferença entre as modalidades é notada já na hora de se vestir. Há danças em que será necessário cal-
Na escola de Rodrigo, o aluno mais velho tem 86 anos e ini-
çar sapatilhas; em outras, tênis ou até sapatos. “O estilo vai
ciou na dança há sete. Segundo o professor, no salão os alunos
de acordo com a personalidade do aluno”, completa.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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RECURSOS HUMANOS POR_NÁJIA FURLAN
TALENTOS:
um investimento lucrativo para todos
O FATO DE QUE INVESTIR NO CAPITAL HUMANO TRAZ RESULTADOS POSITIVOS JÁ NÃO É SEGREDO PARA AS EMPRESAS. MAS, ALÉM DE CONHECER É PRECISO APLICAR
Cada vez mais, as empresas percebem o
titivos, “a alta rotatividade de inte-
clientes e cidadãos estão mais atua-
quanto a valorização do capital humano
grantes de uma organização pode
lizados, mais conscientes dos seus
rende. Rende mais produtividade,
conduzi-la
mentes
direitos e mais exigentes quanto às
melhores resultados e, consequen-
brilhantes que poderiam contribuir
possibilidades de satisfazerem neces-
temente, os lucros aparecem. Não é
para o crescimento organizacional
sidade e desejos. E nesse contexto,
segredo para ninguém que, ao se sentir
consistente e em menor tempo”.
completa: “a necessidade de valori-
valorizado e reconhecido, o profissional trabalha mais e melhor. E, satisfeito no trabalho, ele fica na empresa.
54
à
perda
de
Quem faz essa observação é a Adm. Kátia Guimarães Sousa Palomo, mestre e professora da área de Gestão e Negó-
zação dos integrantes das organizações, portanto, é fundamental para a sobrevivência e perpetuação das mesmas”.
É exatamente esse o ponto que, segundo
cios do Instituto Federal de Educação,
“Assim, entendo que a consolidação,
especialistas, faz com que as empresas
Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB).
crescimento e perpetuação das orga-
reconheçam a importância de apostar
Segundo ela, as organizações são
nizações estão diretamente ligadas à
nos indivíduos que as compõem. Em
constantemente
por
valorização dos seus integrantes com
ambientes
ambientes de alta competitividade; os
expertises nas atividades profissionais
extremamente
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
compe-
influenciadas
a serem executadas, potencializando a inovação e a eficácia. Não há organizações privadas ou públicas sem pessoas. Os indivíduos são componentes fundamentais para a constituição, crescimento e perpetuação das mesmas. Valorizá-lo é reconhecer a sua importância para o sucesso”, afirma a Administradora, que também é coordenadora de Publicações da Editora IFB.
COMO? De acordo com a especialista, “a valorização dos integrantes de uma organização não deve ser uma ação pontual e esporádica, mas, sim, princípio organizacional alicerçado por variadas ações, adaptadas a cada contexto profissional e pessoal”. Mas, afinal, como fazer com que o profissional permaneça? “Pela flexibilidade de jornada; a
QUEM?
possibilidade de carreiras em outras
Nesse processo de investir na valo-
unidades da organização; o investi-
rização, não é qualquer profissional
mento contínuo em educação e treina-
que “vale a pena”. Existem caracte-
mento; o pacote de benefícios de assis-
rísticas, perfis e conhecimentos que
tência médica, odontológica; plano
são fundamentais.
de aposentadoria consistente; espaço para lazer e esportes”, exemplifica. Segundo Kátia, ainda são tímidas as inciativas de empresas que incentivam financeiramente e que possibilitam uma jornada flexível de trabalho aos seus integrantes que desejam conquistar maior formação. “Geralmente de curto prazo, a capacitação ofertada é focada na aplicabilidade e na melhoria do desempenho das atividades que os indivíduos executam e não necessariamente no seu desenvolvimento profissional. Nas orga-
grantes. “Alguns profissionais podem não responder de modo satisfatório e as organizações privadas passam acreditar que este profissional não vale a pena principalmente pela vasta gama de profissionais disponíveis no mercado. Em se tratando do setor público, esta
“As organizações buscam pessoas
percepção é minimizada à medida que
capazes de trabalhar com ideias
os seus integrantes, geralmente estáveis,
complexas, pois são capacitadas para
precisam desenvolver-se, pois não há
o exercício das tarefas; dedicadas;
pelo qual trocar”, observa.
que possuam como característica a
Investir na equipe via treinamento
resiliência, ou seja, a capacidade de se adaptar a novos contextos; que saibam liderar ou relacionar-se colaborativamente com integrantes da organização ou de fora dela; que sejam solidárias e éticas; empreendedoras e otimistas”, orienta a Administradora.
e desenvolvimento, para a mestre e professora do IFB, é essencial, pois tais aspectos incentivam, minimizam as frustrações e maximizam as perspectivas de futuro. “Outro
aspecto
importante
é
o
feedback regular aos seus integrantes
nizações públicas, comparativamente
No entanto, segundo ela, encontrar um
para que os mesmos possam aper-
às privadas, os incentivos e os financia-
profissional com todas estas caracte-
feiçoar suas habilidades e se desafiar
mentos são muito mais comuns, sendo
rísticas é uma tarefa desafiadora para
constantemente em prol da melhoria
este um aspecto reconhecido de valori-
as organizações, por isto é que buscam
contínua enquanto profissional e inte-
zação dos seus integrantes”, comenta.
capacitar e desenvolver seus inte-
grante da organização. A comunicação
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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Recursos Humanos
GESTÃO DE CONHECIMENTO
A necessidade de valorização dos integrantes das organizações é fundamental para a sobrevivência e perpetuação das mesmas”
Como para o integrante da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC), quando se fala em valor humano, fala-se em conhecimento, é preciso desenvolver uma prática que, aos poucos, tem avançado nas empresas: a Gestão do Conhecimento. Isso, segundo Pereira, inclui várias práticas de como se faz a transferência do conhecimento tácito (que pertence às pessoas, é tudo o que você sabe) para o conhecimento explícito (registro do conhecimento tácito) e que, na prática, se transforma em informação e permite a disseminação do conhecimento entre as pessoas e equipes de projeto/processos organizacionais.
aberta também é um instrumento eficaz de integração e de participação efetiva nas ações e decisões organizacionais”, completa Kátia.
PARA CONCLUIR Nesse debate que se instala sobre o porquê, como e quem valoriza no capital humano de uma empresa, tem um quesito que todos precisam compreender, segundo Kátia Palomo, que são as motivações humanas. “Lidar com pessoas, subordinadas ou superiores, implica em respeitar os valores que os motivam, suas
56
Adm. Kátia Guimarães Sousa Palomo: organizações são constantemente influenciadas por ambientes de alta competitividade
crenças, seus costumes, suas dife-
social, político enquanto outros
renças. A valorização de cada indi-
consideram valoroso não a osten-
víduo depende do conhecimento
tação mas a discrição. Assim, reco-
que se tem acerca dos aspectos que
nhecer e respeitar as diferenças é
este indivíduo considera valoroso.
o primeiro passo para conseguir
Alguns valoram a remuneração que
valorizar os integrantes de uma
recebem, outros o reconhecimento
organização”, conclui a especialista.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
“Ao mesmo tempo, cada profissional também deve fazer a própria gestão de sua carreira, que podemos chamar de “Gestão do Conhecimento Individual”. Na medida em que cada um se conscientiza de que é um capital humano/intelectual da empresa e percebe a necessidade de manter e ampliar constantemente seu conhecimento e suas habilidades, pode co-gerenciar sua carreira em paralelo aos processos organizacionais de gestão de competências e educação corporativa, estes a cargo do RH da empresa”, garante.
INVESTIR EM PESSOAS É INVESTIR EM CONHECIMENTO
Como as pessoas não são iguais, assim, cada pessoa precisa ser gerenciada como uma individualidade, com suas competências próprias, algumas exclusivas."
Doutor em Administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP/FGV), professor do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE, conveniado à FGV no Paraná) e membro do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC), Heitor José Pereira define: “o capital humano, do ponto de vista da organização, é o conjunto de conhecimentos; habilidades e atitudes e valores detidos pelas pessoas que trabalham na organização. Como as pessoas não são iguais, assim, cada pessoa precisa ser gerenciada como uma individualidade, com suas competências próprias, algumas exclusivas. Daí vem o conceito de capital humano no sentido que é o recurso mais importante
Como explica o professor, as empresas detêm dois tipos de recursos: os tradicionais ativos tangíveis (recursos físicos e financeiros), normalmente reconhecidos e registrados na contabilidade fiscal da empresa; e os ativos intangíveis, que, segundo Pereira, são formados a partir de três valores corporativos: o capital humano (pessoas e seu conhecimento tácito); capital clientes (valor de mercado da empresa a partir das suas relações com o mercado: marca; imagem e reputação da empresa; carteira de clientes; fidelidade; market share, entre outros); e, finalmente, o capital estrutural (sistemas próprios de gestão criados pela empresa, traduzindo o know-how do negócio). Esses, segundo ele, têm importância estratégica.
da empresa e cada vez mais o mercado
é predominantemente intangível, onde o capital humano é a parcela mais expressiva deste valor”. Pereira afirma que, ao pensar sobre isso, as empresas chegam à conclusão de que a fonte de inovação é só uma: as
de
desenvolvimento
de
softwares,
games, e soluções de TI; escritórios de arquitetura e agencias de publicidade; produtos e serviços intensos em tecnologia, entre outros), o principal ativo é o capital humano, único capaz da criar e agregar valor ao negócio. O Santo Graal para estas empresas é quando o cliente percebe o benefício e está disposto a pagar preço “premium” pelas características inovadoras do produto/serviço: ex. o IPAD quando foi lançado no mercado pela Apple”, explica. De acordo com o professor, o profissional alcança o reconhecimento no momento que, a partir do comprometimento com a organização e seus valores, consegue
reconhece as chamadas “empresas inteligentes”, aquelas cujo valor corporativo
conhecimento, por exemplo (empresas
Lidar com pessoas, subordinadas ou superiores, implica em respeitar os valores que os motivam.”
catalizar os recursos disponíveis para gerar novos negócios; novas parcerias e, sobretudo, produtos e serviços que agreguem valor ao negócio. “Daí porque nos últimos anos estas empresas ‘quebraram as regras’ em relação a sistemas tradicionais de remu-
pessoas. “Só os seres humanos detêm
neração e cada vez mais adotam modelos
conhecimento e por sito são capazes de
inovadores de reconhecimento e recom-
gerar ideias a partir das quais a empresa
“As empresas estão cada vez mais atentas
pensa, tais como a participação em resul-
atinge objetivos estratégicos, sobretudo
a estratégias de captação e retenção de
tados; bonificação por metas conquis-
com inovações no mercado. Portanto,
talentos,
enten-
tadas; participação societária através de
a verdadeira vantagem competitiva das
deram que é o único recurso com que
cotas de capital da empresa, e recom-
empresas está nas pessoas e não apenas
contam(arão)
futuro
pensas não financeiras (oportunidades de
em recursos técnicos, financeiros e
para agregar valor e criar inovações no
cursos avançados e viagens técnicas, por
operacionais”, afirma.
mercado. Nas empresas intensivas em
exemplo)”, completa.
exatamente no
porque
presente
e
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
57
Recursos Humanos
Independentemente da posição que o profissional ocupe, o aprendizado contínuo, o cuidado com as relações e o constante aprimoramento de suas competências devem fazer parte do seu dia a dia" MARIA DE LOURDES SCALABRIN
DO OUTRO LADO...
essa valorização. E a resposta foi direta: um
Como completa Lourdes, para ser valori-
Maria de Lourdes Scalabrin é Administra-
profissional sente-se reconhecido e valori-
zado e galgar novos cargos e posições mais
zado quando: consegue estabelecer uma
bem remuneradas faz-se necessário um
dora e tem mais de 20 anos de experiência
relação de confiança e passa ter autonomia
planejamento de carreira e um olhar mais
executiva em empresas de consultoria e
para tomar algumas decisões; recebe
profundo para si mesmo para o momento
serviços na área de Recursos Humanos,
trabalhos desafiantes e interessantes; suas
atual. “Independentemente da posição
dos quais 14 anos atuando em posições
opiniões são respeitadas; recebe os devidos
que o profissional ocupe, o aprendizado
de diretoria estratégica e operacional em
créditos pelos seus feitos; reconhece seu
contínuo, o cuidado com as relações e o
empresas
Atualmente,
desenvolvimento profissional e consegue
constante aprimoramento de suas compe-
atua como diretora de Planejamento Estra-
vislumbrar oportunidades de crescimento
tências devem fazer parte do seu dia a dia.
tégico no Grupo EMPZ e tem como missão
na organização que trabalha.
Formar alianças e cultivar bons relaciona-
multinacionais.
promover e liderar a integração estratégica das diferentes áreas de negócios da empresa e atuar diretamente na definição e implementação de um portfólio de
zação não é algo que se possa exigir, mas, sim, conquistar. “Se o profissional está se
mentos dentro da empresa é muito importante para quem almeja uma posição de destaque na organização”, garante.
sentindo desvalorizado ou desprestigiado,
E como perceber se é ou não valorizado, a
a primeira coisa a ser feita é buscar por
diretora estratégica do Grupo EMPZ, mais
meio de uma autoanálise respostas que o
uma vez responde: “o profissional deve
A Revista Brasileira de Administração
levem a estabelecer uma estratégia dife-
ficar atento quando reconhece alguns
(RBA) foi conversar com ela para, nesse
rente de como lidar com essa situação. Esse
dos sinais elencados: não é convidado
diálogo sobre valorização do capital
exercício levará o profissional a reconhecer
a participar de projetos desafiantes
humano, trazer também o viés do profis-
seus pontos fortes, pontos que merecem
ou reuniões estratégicas; diante da
sional. Como este, em qualquer nível - da
atenção, e a definir as ações necessárias
conclusão de um bom trabalho não
base à diretoria - pode reconhecer ou não
para mudar seu status atual”, orienta.
costuma receber os devidos reconhe-
projetos que ofereça maiores resultados, tanto operacionais quanto financeiros.
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Porém, segundo a especialista, a valori-
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
As organizações buscam pessoas capazes de trabalhar com ideias complexas, pois são capacitadas para o exercício das tarefas; dedicadas; que possuam como característica a resiliência.”
cimentos ou créditos; há uma percepção, por parte de outros, que não faz mais do que sua obrigação; sua remuneração não é condizente com suas responsabilidades; tem dificuldade para falar e ser ouvido”. E quando isso acontece... “Para sair dessa condição é preciso identificar saídas que levem a uma mudança positiva. Essas saídas dependem de cada um, da percepção que o profissional tem da situação e de si mesmo. Compartilhar essa percepção com alguém confiável e imparcial pode ajudar a enxergar um caminho para mudar o status em que o profissional se encontra hoje”, sugere. Existe, também, um momento em que o profissional vê no seu crescimento na empresa uma oportunidade de alçar voos mais novos e surge a vontade de buscar novos horizontes. Por outro lado, nessa importância ao “capital humano” a empresa vai fazer questão que ele fique. Nesse momento, segundo a administradora, sair da “zona de conforto”, abrir mão de uma condição favorável e partir para um futuro com desafios interessantes, mas incertos, requer coragem e determinação por parte do profissional. “Correr riscos faz parte do crescimento profissional, mas, antes de qualquer mudança neste sentido, é preciso que ele tenha bem claro quais são os objetivos que quer alcançar. Essa transição tem que ser muito bem planejada e alguns cuidados devem ser tomados para que não haja arrependimentos depois”, afirma. Além de levar em consideração a proposta salarial, os desafios e as perspectivas, segundo Lourdes, é recomendável que o profissional investigue se está alinhado aos valores e crenças da nova empresa. Investigar quais são os valores vivenciados pelos colaboradores que, de fato, traduzem a cultura organizacional da empresa contribui para uma decisão mais consciente.
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59
Recursos Humanos
BOM EXEMPLO PARA EMPRESA
E PROFISSIONAL
O
Linton
Estas são condições sine qua non para
esta certificação para as áreas como
Barros Junior, de João
alcançar resultados para toda a corpo-
marketing, finanças, logísticas e outras
Pessoa, na Paraíba, atuou
ração, seja ela privada ou pública”.
que são de exclusividade dos adminis-
Administrador
por mais de 28 anos na hotelaria tendo ocupado cargos nas diversas áreas: reservas, gerente de alimentos e bebidas, gerente residente, gerente geral e diretor de novos negócios. Já desenvolveu trabalhos na área de restruturação
administrativa
com
Recentemente, junto ao Conselho Federal de Administração (CFA), Barros recebeu a certificação profissional exatamente na área de RH. Confira o bate-papo que a RBA teve com ele: Revista
Brasileira
de
Admi-
vendas de aeronaves, financeira, conta-
nistração (RBA): Por que buscou
bilidade, gestão de pessoas, manu-
essa área? Quais os destaques para
tenção predial e relação com presta-
Recursos Humanos hoje no mercado
dores de serviços por intermédio de
profissional?
contratos, com movimentação de mais
Linton Barros Junior (LBJ): Por
de R$ 200 milhões por ano e mais de
tradores, valorizando a profissão e os profissionais que abraçaram a administração nas áreas privadas e públicas, fazendo a diferença no mercado com formação sólida na área. Daí a Certificação Profissional, que tem validade de 3 anos, faz com que o profissional de administração possa ficar em constante movimento buscando a cada dia desempenhar melhor sua função por meio da busca sucessiva da educação contínua. Destaco aqui o nosso colaborador líder
orientação dos meus pais, dos vários
da área de Gestão de Pessoas, o Admi-
mestres e profissionais que encon-
nistrador José Augusto Lopes Júnior,
trei e que ainda encontro na minha
com mais de 35 anos de experiência
caminhada, a educação é uma meta
em empresas como o Metrô de São
que deve ser seguida e continuada, da
Paulo, Maksoud Plaza, Rede Tropical
pré-escola até onde tivermos moti-
de Hotéis e que está conosco há 6 anos,
Um profissional multifuncional e um
vação para inovar e buscar a qualidade
profissional com expertise na área e que,
gestor com muita experiência que,
através dos conhecimentos adquiridos
nos últimos dois anos, tem se atualizado
quando questionado pela RBA sobre o
nas
empresas/escolas/faculdades/
na área de gestão de pessoas na Walt
seu currículo, respondeu: “excelência
universidades. Acredito que o CFA deu
Disney (Flórida), sendo esta a maior
só se alcança com estas premissas:
um grande passo em direção a valori-
empresa de entretenimento do mundo.
paixão pelas pessoas, paixão pelo
zação dos administradores, começando
Pessoas são o seu foco e, juntamente
trabalho, inovação, responsabilidade
com a Certificação em RH e devendo
com seu grupo de colaboradores, tem
social e respeito ao meio ambiente.
nos próximos anos aplicar também
realizado um trabalho espetacular.
200 colaboradores. Há nove anos, é superintendente executivo da Federação Interfederativa das Unimed’s do Norte e Nordeste, que tem mais de 250 mil clientes/usuários na carteira.
60
Adm. Linton Barros Junior: a educação é uma meta que deve ser seguida e continuada.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
RBA: Qual o senhor considera ser a
todo o grupo de colaboradores por meio
ordinário na área de gestão de pessoas e
importância do capital humano para a
de entrevistas e pesquisa de avaliação
consequentemente no capital humano
uma empresa?
dentro da competência que cada um
com treinamentos contínuos, estímulo
exerce. São pontuados vários quesitos
para o estudo de línguas, troca de expe-
desenvolvidos pela empresa de consul-
riências com profissionais de outros
toria e gestão de pessoas. Após análise
países nos quais a indústria de turismo
criteriosa, é dado o feedback aos cola-
é a sua principal fonte de receita, como
boradores e implantados por pura meri-
Portugal, Espanha e França, intercâmbio
tocracia os enquadramentos dentro da
de brasileiros no exterior e finalmente, a
nossa política de cargos e salários, além
estabilização da inflação no Brasil por
dos benefícios: plano de saúde, odon-
intermédio do Plano Real que permitiu
tológicos, plano de medicamento, vale-
um maior investimento das redes hote-
-refeição e, em estudo, a participação
leiras brasileiras, a exemplo de Othon,
sobre resultados. O capital humano é
Deville, Bourbon e outras. A evolução foi
condição sine qua non para obtermos
extraordinária, o que era um segmento
os resultados. Avaliamos o indivíduo, o
um tanto quanto esquecido por falta de
esquecer que, quem avalia esta sendo
coletivo e seus riscos.
incentivos do governo, passou a ser um
avaliado. O resto é um prédio, uma
RBA: Como era nas empresas (do
LBJ: Capital humano, principalmente na área de serviços, tem que ser uma paixão. Tem que haver interatividade, respeito, estímulo, participação ativa side by side com todos os colaboradores, avaliações periódicas, orientações diuturnas, cobrança dentro dos parâmetros pré-estabelecidos, contrapartida, diálogo full time e resultados dentro do planejamento, feito por intermédio de orçamentos, budgets ou outros programas orçamentários, sem jamais ficar na zona de conforto e, não
casa, com paredes e equipamentos sem alma alguma. RBA: Como é a valorização do capital humano na empresa onde o senhor atua? LBJ: Há exatamente 6 anos, apesar da empresa completar, no próximo ano, 37 anos no mercado, transformamos o nosso Departamento Pessoal em
ramo de hotelaria) que o senhor administrava? LBJ: Quando iniciei na hotelaria tínhamos apenas a área de pessoal, onde se fazia recrutamento, folha de pagamento, admissão e demissão, advertências, com um discreto enfoque no capital humano. Infelizmente para quem vende um produto tão intangível como um
segmento bem valorizado. Os maiores exemplos são a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas no Rio em 2016 onde houve sensível melhora na nossa infraestrutura aeroportuária (ainda há muito que melhorar), porém nos próximos 20 anos, o Brasil deverá ser a quarta maior economia do mundo e a hotelaria será de vanguarda neste País. RBA: Como o profissional pode se preparar para ser valorizado?
Gerência de Recursos Humanos e, mais
quarto, um banho quente, uma roupa
recentemente em Gestão de Pessoas.
de cama limpa e um café da manhã, são
Vale salientar o apoio incondicional do
muito pouco. Um turn over alto e um
presidente da Federação Interfederativa
serviço de qualidade duvidosa. Além
LBJ: O profissional de administração
das Unimed’s do Norte e Nordeste, por
de que vivíamos em período de inflação
deve estar em sintonia constante com
meio de seu presidente Dr. Reginaldo
alta, planos econômicos mirabolantes,
o mercado, não pode haver zona de
Tavares, que foi o grande condutor da
uma economia fechada e um governo
conforto. A educação deve ser conti-
implantação da gestão por compe-
autoritário. Porém, com a chegada das
nuada e o conhecimento aprimorado,
tência - meritocracia, que começou a
redes internacionais no Brasil, como a
estando sempre “antenado” com os
ser implantado por intermédio do nosso
Hilton ainda na década de 70, Holiday
cenários nacional e internacional.
gestor de Gestão de Pessoas, o Adm.
Inn e Accor (que tem uma academia
A Certificação é a cereja do bolo que
José Augusto Lopes Júnior, em parceria
para formação de seus profissionais) e
depois de alcançada não se pode pensar
com a BRH PB e a Nacional, fazendo as
outras redes instaladas em todo terri-
no status, mas, sim, na responsabilidade
avaliações anuais por profissionais com
tório nacional. Tivemos um ganho extra-
enquanto profissional e cidadão.
Buscando, por exemplo, a certificação é uma maneira?
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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CASE POR_CINTHIA ZANOTTO
RELAXAMENTO interfere nos lucros DON RAMON SE CONSOLIDA COMO A PRIMEIRA POUSADA & SPA SUSTENTÁVEL DO BRASIL, POR MEIO DE UM SISTEMA DE GESTÃO FOCADO EM REALIZAR AÇÕES NAS ÁREAS AMBIENTAL, SOCIOCULTURAL E ECONÔMICA
E
m meio às conhecidas atrações da Serra Gaú-
sucesso conquistado pela Pousada & Spa Don Ramon nos
cha, a Don Ramon conseguiu se tornar a primei-
anos seguintes. A empresa conta hoje com a certificação
ra pousada & spa sustentável do Brasil. Com 15
pela Norma Brasileira ABNT NBR 15.401, que garante os
anos de história, localizada na cidade de Canela (RS), a em-
selos ISO 9001, ISO 14001 e ISO 16001 fornecidos pelo IN-
presa do ramo hoteleiro se destaca frente às concorrentes
METRO. Também foi vencedora na etapa regional e nacio-
utilizando um sistema de gestão sustentável, com foco em
nal do Prêmio MPE Brasil e garantiu os Selos de Excelência
realizar ações não só na área ambiental, mas também nas
do TripAdvisor e o Verde do Guia Quatro Rodas, além de ter
áreas sociocultural e econômica. A pousada abriu as portas no ano 2000, mas foi depois de sete anos que a direção implantou um sistema com base em sustentabilidade para perceber, por meio de indicadores, quais eram as reais necessidades dos clientes.
Para continuar a manter a boa fama e agradar a toda a rede de relacionamento do spa, os serviços e produtos passam por adaptações a cada ano, acompanhando as tendências do mercado. Segundo o gerente geral Vicente Atz, o sistema
A partir dos números coletados, puderam definir os objeti-
de gestão inclui não só os hóspedes como os colaboradores,
vos para iniciar um processo de implementação de serviços
fornecedores, parceiros e a comunidade local, e precisa tra-
e produtos de relaxamento no ano de 2008, uma vez que
balhar com ações permanentes em todos os setores consi-
quem lá se hospedava procurava justamente por um espaço
derados sustentáveis pela empresa.
para descansar e se desestressar. E foi necessário somente um ano para estar 100% implantado. O sistema de gestão adotado foi o responsável por todo o
62
sido reconhecida pela Rain Forest Alliance.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
“Sustentabilidade não é só verde, mas é muito maior e abrangente. Ela está inserida no contexto da gestão para fazer a empresa durar mais”, acrescenta Atz.
SER SUSTENTÁVEL Conforme explica Vicente Atz, o primeiro passo para a sustentabilidade é ser saudável de todas as formas possíveis e manter a taxa de ocupação elevada, para sustentar as finanças e assegurar o trabalho para quem depende da renda adquirida na pousada. Os recursos financeiros também garantem o conforto para os hóspedes e geram mais intervenções dentro da comunidade local. A Don Ramon tem como parte de sua filosofia interagir com o ambiente à sua volta e promover a qualidade de vida para a população, seja empregando e capacitando pessoas, ou consumindo e divulgando produtos artesanais da região. De acordo com Atz, a empresa busca
Até os restos de sabonete e shampoo
Por meio dessas ações, foi possível le-
levar a entidades que necessitam de
gerados na empresa são reaproveita-
vantar um valor de mercado baseado em
trabalho permanente – como Alcoóli-
dos por organizações locais para tra-
dados reais e não em preço cobrado por
cos Anônimos, asilos e postos de saúde
balhar em um produto para combater
outras instituições do ramo. Atualmente
– serviços de terapias de relaxamento e
piolhos, que é posteriormente enviado
a empresa está entre 5% e 6% mais cara
complementares, para servir de auxilio
a escolas da vizinhança.
diante das concorrentes e mantém os
a tratamentos médicos convencionais. Na parte ambiental, a pousada tenta minimizar qualquer impacto negativo no ecossistema. Para economizar água e trabalhar com sua reutilização, são utilizadas cisternas. Também foram instalados nos chuveiros e nas torneiras aparelhos que pressurizam o ar na água. O gestor declara que foi possível
Sustentabilidade não é só verde, mas é muito maior e abrangente. Ela está inserida no contexto da gestão para fazer a empresa durar mais”
gastos na mesma média do que os demais hotéis. Isso torna o estabelecimento um dos mais lucrativos da região. Durante os últimos anos, a Don Ramon, encontrou formas de diminuir a sazonalidade, outro problema enfrentado por boa parte das empresas do ramo. Ou seja, a pousada recebe hóspedes regularmente e não somente
minuto na vazão das torneiras.
FINANÇAS E REDES SOCIAIS
Para a coleta seletiva foram estabeleci-
Com todos os programas e projetos
das algumas práticas, como separar o
realizados por meio do sistema sus-
lixo orgânico produzido no restaurante
tentável, a empresa conseguiu conso-
Para
para enviar aos minhocários da própria
lidar suas práticas de gestão. A pou-
mas desenvolvidos pela Don Ra-
pousada. Já o seco é reutilizado por
sada também passou a investir em
mon e saber mais sobre a estru-
meio de trabalho voluntário desenvol-
mídias sociais e hoje conversa com seu
tura do estabelecimento, acesse:
vido pelos colaboradores e parceiros.
público periodicamente.
www.pousadadonramon.com.br.
diminuir de 16 litros para 4 litros por
em épocas de férias e fins de semana. Os pacotes com programas de relaxamento de cinco dias foram uma das soluções encontradas pelos gestores. conhecer
outros
progra-
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PRODUTIVIDADE POR_CINTHIA ZANOTTO
Produtividade em baixa.
O QUE FAZER? A POSTURA PROFISSIONAL E A FORMA DE ENXERGAR EXPLICAM O BAIXO RENDIMENTO DO BRASILEIRO
E
m 2014, voltou a ser notícia nos meios de comunicação a produtividade
no Brasil e os motivos pelos quais o desempenho do trabalhador nacional não consegue avançar. Entre as diferentes razões está a forma como o brasileiro se relaciona com o emprego. Esse é um dos principais fatores a sabotar a evolução da eficiência produtiva do trabalhador nos diferentes setores do mercado nacional. O professor do Ibmec-MG e especialista em Relações de Trabalho e Negociação João Bonomo diz que a produtividade brasileira é afetada pela maneira como o trabalho se desenvolveu no Brasil, o que influencia até hoje no olhar do brasileiro em relação ao cargo que ocupa. “O trabalho é encarado como um castigo e os frutos advindos deste devem ser repartidos. O brasileiro vê o trabalho como uma ‘purgação’, como uma etapa que poderá redimi-lo e amainar
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
seus pecados. O trabalhador tem um perfil de homem gentil, subserviente, obediente, o que torna essa perspectiva ainda mais real, pois com a obediência consegue um trabalho e, pelo esforço impetrado na atividade laboral, ele se redime e poderá conseguir o que deseja”, declara. E tal pensamento tem uma influência histórica. Na visão do professor, o Brasil se desenvolveu sob o aspecto do colonizador. Como sempre houve senhores, feitores e capangas para supervisionar e vigiar, o trabalha-
PROFISSIONAL E EMPRESA Buscar constante atualização é im portante para o desenvolvimento da capacidade e da produtividade de um funcionário. Mas, para o professor, é preciso mais. “Saber se relacionar com os demais membros de sua categoria profissional, priorizar possibilidades de atuação, perceber-se como um ser colaborativo, cooperativo e também estar constantemente inconformado com a sua situação”, acrescenta. Numa empresa, o papel do trabalha-
dor é estar disponível, ter senso de auto-organização, ser proativo e interessado, embora a companhia também tenha sua parcela de colaboração para incentivar a produtividade. Remunerar adequadamente, fazer investimentos em treinamento e qualificação, possibilitar a criação de estrutura e processos empresariais mais dinâmicos e voláteis permitem ao funcionário se ver livre das escalas e hierarquias que o fazem se sentir preso aos modelos preestabelecidos e à sensação de falta de autonomia.
dor brasileiro aprendeu a descansar quando não fosse observado. “Se não houver autodisciplina, como poderemos ser produtivos? Elementos legais reforçam a tese de que o brasileiro vê o lucro como algo proibitivo e aliciador, e que só é alcançado mediante o esforço do outro. O capital é, culturalmente falando, decorrência do esforço de alguém que está abaixo e que serve a esta finalidade
Saber se relacionar com os demais membros de sua categoria profissional, priorizar possibilidades de atuação, perceber-se como um ser colaborativo, cooperativo e também estar constantemente inconformado com a sua situação” JOÃO BONOMO, PROFESSOR DO IBMEC-MG
proibida”, completa. A colonização do país, feita por diferentes povos, também formou populações desiguais em ternos de produtividade. Conforme explica Bonomo, outros fatores, como o tipo e o tempo de industrialização, a base econômica e a dificuldade de acesso às regiões mais afastadas do mar, como o centro-oeste e o norte, barram os avanços no setor educacional. Assim, a qualificação profissional não acontece, interferindo na eficiência do trabalhador.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2015 | Nº 104
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Produtividade
Segundo Bonomo, não existe uma regra de ouro para empresas alcançarem os padrões de produtividade tão desejados no Brasil. “Contudo, pode-se pensar em alternativas que dão certo em outros locais e que podem ser aplicadas nas empresas brasileiras, tais como melhorar o clima do trabalho, entender as limitações de seus colaboradores internos – estabelecendo procedimentos para a qualificação deles – e entender que somente redução de custo não é suficiente para
MAIS PRODUTIVIDADE Mesmo tido como o setor mais produtivo por aqui, a área agrícola e pecuarista também não consegue bater os níveis de produtividade de outros países. De acordo com Bonomo, o Brasil ainda está na monocultura nesse sentido. Só há uma sensação de eficiência nessas áreas, pois é mais fácil verificar o desempenho de produção de algum produto por alqueire do que colher os números de um atendente de loja, por exemplo.
pelo grupo, para alcançar resultados gerais e não específicos. E os efeitos de tais medidas serão percebidos no cotidiano profissional dos colaboradores, além de haver impactos positivos na vida pessoal e social de cada um deles. “É sabido que a educação consegue impactar positivamente na renda do trabalhador. Portanto, à medida que ele passar a encarar o trabalho como uma dádiva, certamente poderá entender que se tem dois braços e pernas é
que uma empresa seja mais competi-
Para ter um país mais produtivo,
porque poderá trabalhar e transformar
tiva do que outra”, declara.
então, é preciso mudar a mentali-
o universo. Não somente por meio
dade dos trabalhadores. Eles devem
da intervenção que o dinheiro pode
entender a produtividade como uma
proporcionar, mas também como ele
característica louvável e não um sinal
pode fazer do mundo um local melhor
de individualismo. A eficiência no
para viver”, aponta o professor.
E essa é uma tarefa para as empresas estrangeiras presentes em território brasileiro também, pois boa parte delas não consegue efetuar tais mudanças, por conhecem o nível de eficiência do trabalhador brasileiro. Para alcançarem bons resultados, elas estabelecem metas a serem batidas em troca de benefícios, como talvez a única alternativa para se adaptar ao cenário nacional. “Desse modo, precisam rever as metas no mercado brasileiro”, diz o professor.
É sabido que a educação consegue impactar positivamente na renda do trabalhador. Portanto, à medida que ele passar a encarar o trabalho como uma dádiva, certamente poderá entender que se tem dois braços e pernas é porque poderá trabalhar e transformar o universo”
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trabalho deve ser sentida e desejada
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
AdmEmpregos
estudantes
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