3 minute read
Por que ainda vale a pena investir em energia solar
from RBS Magazine ED. 50
by RBS Magazine
Mesmo com as mudanças impostas pela Lei 14.300, ter uma usina fotovoltaica é muito vantajoso tanto economicamente quanto na proteção ao meio ambiente
Depois de uma corrida para a aquisição de equipamentos para usinas fotovoltaicas no final do ano passado, começamos 2023 com as mudanças impostas pela Lei 14.300, em vigor desde 6 de janeiro de 2022. Após o período de adaptação de um ano, agora começam a valer as novas regras de transição para a valoração dos créditos de energia dos consumidores que participam do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). A novidade tem despertado muitas dúvidas nos consumidores finais sobre a viabilidade econômica de adquirir uma usina fotovoltaica e um amplo esforço de todo o mercado para levar informações para a sociedade. A boa notícia é que ter uma usina fotovoltaica continua sendo um negócio vantajoso. No cenário residencial, por exemplo, haverá uma redução média inferior a 5% no retorno dos créditos no primeiro ano de tarifação, contra um aumento esperado de 10% no custo da energia elétrica.
Advertisement
Uma prova de que estamos em um mercado extremamente viável e que tem se tornado mais profissional é a alta velocidade de crescimento do setor. A geração distribuída de energia (GD) tem dado saltos importantes nos últimos anos. Encerramos 2022 com 24 GW de potência total instalada, sendo 16 GW de GD, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – e desse total 98,5% são de micro e minigeração, especialmente de residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. É, sem dúvida, uma conquista para fabricantes, distribuidores, integradores e consumidores, em um ciclo positivo para toda a cadeia do mercado de energia solar.
Mas afinal, quais mudanças estão na lei? A Lei estabeleceu que a partir de janeiro de 2023 haverá a cobrança de uma taxa sobre a energia elétrica injetada na rede elétrica e posteriormente compensada pelos consumidores com geração distribuída. O percentual de cobrança aumenta ano a ano.
O principal impacto está na energia gerada nas usinas e não usada na hora.
Quando isso acontece, o prosumidor (consumidor que também gera energia) envia o excedente para a rede e recebe créditos que são usados para os momentos em que não há geração de energia, mas apenas o consumo por meio da rede da concessionária. Portanto, quando a curva de consumo está muito próxima da curva de geração de energia, praticamente não há mudança na tarifa que o consumidor que instalar seu sistema fotovoltaico a partir de agora vai pagar.
Residências em que as pessoas trabalham de casa, pequenos negócios como padarias, mercados, indústrias, etc., conseguem ter uma curva de geração próxima da curva de consumo. Imagine, por exemplo, uma padaria. Ao usar o forno durante o dia, a energia gerada na usina fotovoltaica instalada no telhado é consumida imediatamente, sem a necessidade de enviar o excedente para a rede elétrica, evitando a taxação, por exemplo. Ou ainda uma casa onde a bateria de um carro elétrico também é carregada nos momentos de maior geração.
Ajustar a curva de consumo à curva de geração, por sinal, é algo que já acontece em outros países, especialmente nos que já estão mais maduros no uso de energia solar. É possível, por exemplo, intensificar o uso de alguns equipamentos cotidianos, como máquinas de lavar roupas, lava-louças, aspiradores, ferros de passar, entre outros, para os horários com maior geração de energia. E, por fim, uma alternativa para evitar a taxação é o armazenamento da energia em baterias, mas essa opção ainda está dando os primeiros passos em nosso mercado e precisa alcançar um estágio de maturidade mais avançado.
Para concluir, ressalto que o mercado de energia solar fotovoltaica é viável, tem diversas janelas de oportunidade para integradores que buscam capacitação para oferecer o serviço mais completo e seguro ao cliente e também para o consumidor final em termos de economia, eficiência e preservação do meio ambiente. O investimento em energia solar é um caminho próspero, conectado com o presente e o futuro.
Por Rodrigo Matias
Diretor Comercial na Ecori Energia Solar. Especialista em vendas de soluções MLPE, iniciou em 2015 sua trajetória no mercado GD como integrador e instalador. Formado em Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações pelo Centro Universitário Salesiano - UNISAL e Técnico em Eletrotécnica pelo Centro Paula Souza, acumula experiências internacionais nos mercados europeus (Itália) e asiático (China), além de uma passagem pela maior distribuidora de energia elétrica do país como gestor de pós vendas e sucesso do cliente.