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Quatro atitudes para reconhecer o Poder de Deus
Aprimeira pregação da manhã do sábado (23), quarto dia do Encontro Nacional de Formação (ENF 2021), foi realizada por Leandro Rabello, coordenador nacional do Ministério de Pregação, no palco do Rincão do Meu Senhor, na sede da Comunidade Canção Nova e teve como tema: “Reconheçam o poder de Deus”.
Leandro iniciou sua colocação falando da grande expectativa que os carismáticos trazem em seus corações quando vão participar do ENF:
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“O ENF é esse lugar de expectativa, o ENF é esse encontro, onde a expectativa é gerada no nosso coração durante todo o ano, de um ano para o outro, e o ENF é um lugar de novidade. Sempre a gente fica nessa expectativa, esperando o dia da chegada do Encontro. Claro, pelo motivo de nos encontrarmos uns com os outros, pelo congraçamento, mas, também, porque sempre vamos até o ENF com aquela expectativa do que Deus quer fazer de ‘novo’ na minha vida de servo de Grupo de Oração; o que Deus quer fazer de ‘novo’ na minha vida de como coordenador de Grupo de Oração; o que Deus quer fazer de ‘novo’ na minha vida de pregador, de servo da intercessão, de servo da música. O que Deus quer fazer de ‘novo’”. No entanto, o pregador anunciou a grande novidade do Espírito para esse tempo: “Sejamos aquilo que temos que ser”, alegando que à primeira vista não é algo novo, mas é uma novidade, tendo em vista que ainda não somos quem precisamos ser.
Fazendo a leitura do Salmo 67, 35-36, Leandro destacou que o tema da pregação girava em torno do versículo 35, o qual relata o louvor ao Senhor e o reconhecer que Ele deve ser exaltado.
“Parece uma coisa muito óbvia”, disse. “Precisamos reconhecer o Poder de Deus, claro que precisamos! Claro que o Poder todo está em Deus, claro que nós sabemos disso, mas até que ponto nós temos vivido isso?”. E questionou: “Como nós temos testemunhado, como nós temos reconhecido o poder de Deus? Reconhecimento é a chave dessa pregação”.
Então, o coordenador nacional do Ministério de Pregação apresentou quatro atitudes que demonstram esse reconhecimento do Poder de Deus:
Leandro Rabello aponta o caminho para servir bem a Deus e aos irmãos, devolvendo a Ele o reconhecimento como Senhor de nossa vida e missão.
Conversão
Leandro apresentou duas formas de conversão para que aconteça esse reconhecimento do Poder de Deus: a) mudança de vida (metanoia) e b) voltar a nossas origens (voltar àquele amor que tínhamos no início). Depois relatou brevemente sobre seu encontro com o Senhor em um retiro, quando tinha 14 anos. Em um momento de deserto, sentou-se sobre uma pedra com a Palavra em mãos e ali apaixonouse por Jesus.
Rabello ilustrou que “o chamado à conversão, a voltar, a retornar, faz com que a gente reconheça o Poder de Deus. É o que o próprio Jesus fala no Evangelho de São Mateus 18,1- 4: Aquele que se tornar pequenino como essa criança, esse é maior no reino dos céus”. E enfatizou que “é preciso voltar a sermos criança. [...] Criança é totalmente dependente dos seus pais, das pessoas que cuidam dela [...]. Exatamente essa é a mentalidade: que nós precisamos reconhecer o Poder de Deus a ponto de gerar em nós essa dependência a Ele, de modo que a gente volte a nossa infância espiritual, não para que a gente volte a ser infantil, pelo contrário, mesmo com a maturidade que temos hoje, na idade com que chegamos hoje, com os anos e com o tempo que nós temos de caminhada, voltar a infância espiritual para quê? Para sugar o que é bom e o que é bom é a essência, como nos
diz no Catecismo: Poder e Essência caminham juntos”.
Leandro ainda exortou que se perde a essência quando se busca o profissional até na utilização dos carismas e ilustrou dizendo: “eu já sei tudo o que fazer, eu já rezei, eu já me preparei e agora eu já sei o que fazer”. E continuou exortando: “não contamos, não crermos e não nos abrimos à maravilhosa imprevisibilidade do Espírito”, salientando assim que perdemos a essência porque não nos abrimos ao novo do Espírito.
Viver o Senhorio de Jesus
Neste tópico, Leandro fez uso de uma pergunta que, como ele próprio expressou, “parece repetitiva, mas uma pergunta que sempre devemos nos fazer: Quem é Jesus para mim?”, e apontando o dedo perguntou: “Quem é Jesus para você?”. Salientando que essa pergunta sempre é realizada e, por isso também, as respostas são “óbvias”, Leandro acrescentou: “as respostas tão óbvias são automáticas: é tudo, é meu Senhor, respondemos sem nos dar conta do final da pergunta: “para você”. Se você reconhece que Jesus é o tudo, reconhece seu poder, porque ainda se desespera? Precisamos voltar a ser apaixonados por Ele”.
Leandro citou também o Documento de Malines I, lançamento da Editora RCCBRASIL, que traz o fundamento da Renovação Carismática Católica. Neste material, ele enfatiza que uma vez que o ego tenha sido retirado é quando o dom do Espírito Santo pode ser experimentado. “É preciso ser verdadeiramente batizado no Espírito para que Ele comande o que pensamos, o que falamos, perceber a presença concreta do Senhor”. E exemplificou com a fala de um dos jovens que esteve na experiência fundante de Duquesne: “Senhor, torne-se real para mim”. “Deus sempre será real, onipotente, estamos fazendo uma autoavaliação, nesta pregação: ‘para mim’”.
“Você continua apaixonado por Jesus?”, continuou questionando os carismáticos. “Perguntas óbvias geram respostas óbvias. Mas, a vida espiritual nunca será óbvia, planejada. Precisamos confiar no imprevisível, na hora, do jeito que Deus quer”. “As pessoas estão cansadas de falar de Jesus, falamos muito”, enfatizou, “mas elas querem ver Jesus em nós, em nossas vidas, em nossas atitudes”, concluiu o pregador.
“Relembremos nosso início: queríamos servir, não importava como, se iríamos aparecer ou não, servíamos com total desprendimento. Quando fazemos isso, o Senhor se alegra. Servir deve ser para nós uma honra, um prazer, assim reconhecemos que o poder é de Deus”, exortou. “Servos ministeriados, coordenadores, éramos mais felizes com coisas simples. Não queiramos ser o maior. O Papa Francisco nos chama a servir aos mais pobres, àqueles que não poderão nos oferecer nada em troca”, salientou.
Batismo no Espírito Santo
Leandro também enfatizou que somos templos do Espírito Santo: “Ele habita em nós e pode agir poderosamente em nós. É preciso voltar ao uso dos carismas, acreditar que Deus segue fazendo milagres e prodígios. Infelizmente, entramos e saímos de Grupos de Oração e não vemos a manifestação dos carismas. É preciso viver no Espírito, buscar uma vida de santidade. O Espírito Santo é o grande fabricador de Santos. Devemos viver como Jesus, Ele deve ser nosso estilo de vida. Voltemos ao primeiro encantamento, ao primeiro amor, desejando ser santos. Será que já não estamos nos achando melhores que os outros, mega-apóstolos? Devemos buscar nada mais do que servir”.
Servir e testemunhar
Segundo o pregador, é preciso desocupar, esvaziar o coração para bem servir e testemunhar Jesus: “Ele é o poder e Ele dá o poder ao seu povo no tempo que Ele quer. Ele determina”. Neste momento, numa dinâmica, Rabello solicitou a um irmão que se aproximasse, pegou uma plaquinha em que estava escrito “poder de Deus” e, junto a Cristo Crucificado, colocou no pescoço do irmão e foi empurrando-o para baixo aos pouquinhos.
Leandro ensinou que devemos buscar reconhecer o poder de Deus, esvaziarmos nossos egos, nos rebaixando, nos humilhando, assim vamos experimentando esse poder em nós e que o motivo para se rebaixar é o amor. “Se tu te exalta, Ele se afasta de Ti. Se tu te rebaixa, Ele te levanta” — levantou o irmão. “Devolvemos o Poder a Deus e nos levantamos para agir em nome de Deus. Quando experimentamos esse poder, devolvemos o poder a Deus, por meio do que somos e fazemos em forma de serviço”, concluiu.